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A Cultura Brasileira Fernando de Azevedo
A Cultura Brasileira Fernando de Azevedo
BRASILEIRA
INTRODUÇÃO AO ESTUDO
DA CULTURA NO BRASIL
FERNANDO DE AZEVEDO
Prof'eai,or da Universidade de São Paulo
A CULTURA
BRASILEIRA
INTRODUÇÃO AO ESTUDO
DA CULTURA NO BRASIL
Segunda Edição
1944
Primeira edição, Instituto Brasileiro de Gcog,rWia e EstaUstica, ag~to de 1943
Seiunda edição, Companhia Editora Nacional, agõel'O de 1944
INTRODUÇÃO
Parte Primeira
OS FATÔRE$ DA CULTURA
Parte Segunda
A CULTURA
Parte Terceira
A TRANSMISSÃO DA CULTURA
Introdução ......................................... ~ .. _ 1
O que se entende ))OI" cultura - A variedade de sentidos que se atribuem
a esaa palavra - A concepção antropológica de cultura-'- A co.mprecnsã9,·
oob e.e t~o. dos elementos materiais e imateriais da civili%ação - A
concepção francesa de cultura - A limitação da cultura aos elementos ima-
teriais - As cottcepções, nacionalista e universalista, da cultura - Civi-
lização e cultura - O ponto de virta cm que me coloquei para cstudàr a
cultura no Brasil - O. fat= culturais: físicos, raciais, técnicos e econômicos,
sociais e históricos - O conceito da civilização brasileira - As diversas
manifest:Qçõcs da cultura .no Brallil - A educação, transmissão da cultura
- Uma obra de síntese - As dificuldades de um trabalho dessa natureza -
"Urna hont de sfntcsc supõe anos de anélise" - A falta ou a insuficiãicia
de monogra.{"taSespecializadas - A utilidade de uma visão de conjunto, tão
perfeita quanto possível.
Parte Primeira
Os fatôres da cultura
Capitulo I - O país e a raça . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Parte Segunda
A cultura
Parte Terceira
A transmissão da cultura
Capitulo I - O sentido da educação colonial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 287
A. origens cclcsiá tica~ do ensino no Bra&il - As mi •csuiticas e a
Clllcquese colonial - O primeiro mes e-escola - M.umEt. DA NóB
lt.Clltl'A NAV RRO - Apóstolos e educ:ad - Jost Dll ANCHI TA
- Nos tios dos colégios e nas aldeiu dos catttúmcnot - las de ler
e c,crevcr - Educação literária _popular, de fundo 1"eli&i010 - cai.anlãl> da
lln& portuguêla entre 011 indígenas - A paisagem .social da Colbnin - A
f11mlfui~triarcai - A situação das mulheres - As tr& eir ou dlrcçôes
qu • m os filhos - Os capelães e tio«- res - O. id • dD bomffll c:ulto
ero Ponugal - A instrução e os jesuft:as - Os col • de pach - &-
• e mcs em artes - Os estudos superiores n m tr6pol - O pcl
da Universidade de Coimbra na f:on:na<~ das cli - Os cminfui
onop6lio de ensino - Para a forma,çio e déri oe e l~os - Sistema de
eoaino alindo da cidade contr-a os campos - Os colqi01 doe j uJtaa e o re-
de vida patri.wcal - Processo de "urbaniz-ação" da• elites - A obr:
INDICE GERAL XI
1 Bu.u. (MicH&L) - &sai de ai. mant,'q.ue (Scieoc:e de! &igllifieatians'), 3e. fditioa, p611.285, Jlac:hette,
Paria.
1 MIW.L.ST (A.) - Comment le• mot• chanlent de en~. L'AnnEe tociol<>&'iq11c,t. IX, 1905-19M,
pfp. 1.3-19.
2 A CULTURA BRASILEIRA
ano de 1766 e que servia para marcar um estado coo ário à baTbãrie, estabe-
lecendo uma distinção entre povos policiados e povos vagens, passou também
a d ignar, na linguagem etnológica, em francês, como o ~o cultura em
ingJes, "o conjunto dos caracteres que apresenta aos olhos de um observador
a vida coletiva de um grupo humano'". primitivo ou civilizado. Uma e outra,
civilização e caltura, 8 no vocabulário etno16 ·co e sociológico em que se in-
corporaram, serviam para designar duas noções diferen que se defrontam,
disputando-se o predomínio.
De fato, para CLARKWISSLER ' que empreendeu estabelecer um "sistema
compreensivo dos processos de civiliza~ão humana e dos fatõres que para ela
contribuem", a cultura se apresenta como o modo de vida social, a parte do
compor amento humano que, proveniente do meio exterior, material, intelectual
e his 6rico, "faz dos indivíduos o que êles se tornam". O conceito de cultura.
no sentido anglo-americano, ampliou-s4 como o de civilização em francês, pas-
sando a abranger não só os elementos !;lSpirituais,mas todos os modo~ de vida
e, portanto, também as caraçterísticas' mate.riais a vida e da organização dos
difer ntes povos. Se ness_!tacepção mais larga se compreendem, sob o mesmo
têrmo, tanto os produtos da atividade mental, moral, artlstica e científica, como
as bares materiais da evolução social, todos os povos, desde as sociedades pri-
mitivas, de organização embrionária, até às sociedades mais ai amente evo-
luídas, po uem certamente uma cultura; na concepção antropológica adotada
por WrSSLER e outros antropólogos e etnólogos norte-american~. Mas essa
concepção que estende o nome de cultura às bases materiai da sociedade e
às sua técnicas. se logrou uma grande acritação en re sábios americanos, tem
a suas origens na Inglaterra com os trabalhos de E. B. TYLoR,e da longa série
de seus sue ssores. Já o antropólogo inglês, quinze ano antes, entendia por
cultura de um povo "um complexo que compreende o conhecimento , as crenças
e a e , a moral, as leis os costumes e todos os demais hâbitos e aptidões
(any capabilíties and habits) adquiridos pelo bom na qualidade de membro
de urna sociedade". Pode parecer à primeira vista que n defurição não
se faz ref ..encia, ao menos muito clara, ao elemento material; mas se se con-
siderar que "costumes, artes e hábitos" compor am e rtamente elementos
materiais, erá fácil reconhecer que ,a ~palavTaassume em TYLOR em que os
americanos se inspiraram, o mesmo sbtido lato de sua concepção antropo-
lógica de cultura.
1
Assim, as duas admiráveis instit~ições que são a seção antropológica do
Museu da Universidade de Oxford.,obraíconsiderável de TYLOR e de A. BAuotm,
e mais tarde a do American Museum, of Natural Hi tory, com CLARK W'ISSLER,
chegaram, depois de lmigas pesquisas le debate , a estabelecer uma r.ni e au
poin t geral e ao mesmo tempo uma "análise mais aprofundada da noção de
civilização e do seu conteúdo". Uns e outros, da cola de antropologia cul-
tural de Oxford e do Museu Americano, abrangem, sob a denominação de cul-
1 Ne Una:aapcirt>ZgUba, .,. 1ffltm.as de uso corrente '1""' o, d.ldonirioe btnm pen1 a dW11 palavra,,
o o. m que Ih atri~ os dici=irio, de Uncwa ortufuh e Lo-titw de
BwT e o Eln~déda de V .• a pei.vta c:iviliza~.
O Dicion o-..us o.& su.v,._ em q u« o: .. o adiaota-
vimento do enado 1 , o.e bnndW'1l
s ffllltffl.KH e oa cultua-• in , nu letraa e nu
• uue id~ a ~finição dj, e , 192S'. evidentc-
11. No No.,o Dicionirio d Un & QlnD]ll)O, •
, tonl0'.11e vago e obscuro. "Civil' 1,.•.,. de um povo
o es biri>Mm, se g:cwcr por 1 leita..lmente por
ooe Vlnu (Grande Dicionário Portu#u! 1173) ~vili o e c:ul-
"'"'- Ou.ln • ~hrvn cultua-■, ■lEm dos ec:itidos ~ (cultivo da rerr■,
da■ pi■ IM; m■ cl d.e animai•, etc.), todm E:stb lexic6itafo., , per si-i•Y111•
olícrot o lido fiiwado. abstra o. in~tual, "• cult\1111 das ltm.1. du dtncia . d I bel•••artcs: imtra~o
e ",atlo: otado de qw:m tem de,envolvi=to i~tu.i." R. 81.,na: 1,1,em 11n, J • rc • rrara com o ..e.a
KOLid mcW6rico: "ellltuni do ~eobo, da• arta, cieaciu".
4 WIJl'l,&11 (C.) - M■ n and r:altrve in Amarica. New Yorlc, Lond , Harrop, 1923.
INTRODUÇÃO 3
tura, todo o "modo de vida social", o modo de vida de um povo como um todo6
dando a a palaVTa a maior extensão que era suscetível de tomar. Certa-
mente, as concepções antropológicas de cultura, segundo sâbios • 1~
e americanos, dit renciam em alguns pontos, mas t!m de comum inclwrem
na cultura os elementos materiais e espirituais. A dcími,eão antropológica
de cultura, cuja origens remontam, como vimos, aos trabalhos dos primeiros
antropólogos ingl TYLOR e outros, e qu_epartilham, nos Estados Unidos,
antropólogos eminentes, como LoWIE, KROEBER, GoU>ENWJUSBR e WISSLER,
se caracteriza ni ·damente pelo fato de se encerrarem sob o termo cultura
não s6 ot hábitos e o produtos da atividade mental de um povo como também
os elemento materiais. Mas se -TYLoRtendia antes a limitar a cultura aos
elementos imateriais, ao menos preponderantes no seu sistema .compreen ivo
de cultura, C. WrssLER de um lado, exclui da cultura a linguagem, que ora
incorpora como parte integrante do sistema cultural, ora coloca à parte, para
incluir sob esse têrmo todos os fenômenos sociais, exceção feita dos fatos mor-
fo16gicos de tudo que se entende por morfologia social na. concepção de DUR·
XHEIM, e que êle considera como pertencendo ao "homem" e ao 11meio geo-
gráfico". Tem razão, pois, M. M>.uss em criticar essa oposição que estabelece
WISSLERentre o homem e a cultura, e essa divisão entre a linguagem, a socie-
dade e a cultura, que lhe parecem igualmente falsas e suscetíveis, por isto, de
suaci.tarem antes confusões do que claridades na apreciação dos fenõmenos de
cultura e de civilização.
O 80ci61ogos franceses, desde DURKHEIM, comenta M. MAuss, "consi-
deram em conjunto todo os fenômenos sociais e já não podem mesmo con-
ceber essas divisões. Para a sociologia, esta diade - homem e cultura não é
senão uma outra maneira de desaever o ..homo dupler', o ser social e os
psico-fisio16gico que é o homem. E tôda abstração que dividi o er social
e o ser humano seria perigosa. O homem não é concebível sem a sua cultura,
ou não ~ um homem. E a cultura, ainda assim entendida, não é senão uma
outra palavra, par d ignar a sociedade que é tão inerente ao "homo aplen ,.
como uma natureza. E enfim, não há lugar para distinguir e eparar os diverso,
elementos da fisiologia social, nem uns dos outros, o direito por exemplo da
religião, nem da morfologia". A essas -críticas de M. MAuss à abstrações e
divisões, nem sempre constantes, em que se funda a teoria de C. WJSSLER,
aliás verdadeiramente fecunda e rica de sugestões, acrescentam-se as que le-
vantam a idéia fundamental de englobar, sob a mesma rubrica de cultura, os
elementos espirituais e materiais da sociedade. Não se pode cont star a exis-
tência de relaçõ entre a cultura propriamente dita ' com as bases materiaj
da sociedade e as suas técnicas, nem o interêsse que apresenta a investigação
sôbre o comportamento material, técnico e econômico, das sociedades e as
bases materiais dbse comportamento. Mas, sem negar o papel dos fatõres
materiais sõbre a evolução dos grupos humanos e a utilidade dêsses estudos
que nos podem fornecer pontos de partida para o conhecimento de importantes
realidades sociais, parece a alguns arbitrário e ilegítimo abranger~ sob a mesma
denominação, as bases materiais da sociedade e a sua atividade verdadeira-
mente cultural (artes, letras e ciências), além de perigoso por falsear a noção
de cultura no seu sentido restrito e favorecer uma interpretação material, -o
materialista, da evoluçao social e da história do pensamento humano.
O tbmo cultura, no sentido antropológico, lembra-nos P. ARBo BAB-
TID.E, "conquis ou na língua anglo-americana direito de cidadania, ao passo
que em França encontrou resistências decididas, por jã significar fortemente
aí outra realidade bem espiritual. Na Alemanha o seu sentido oscilou, ator-
& ... " hh rou11d oi llf• ln Jt• 11tlre n,oop oi indiridw.1 u#•itie1 ia tbe b- ■Ja ph1nomat1ao .•01'I•
tvn" (C. Wrmiaa, Man •nd Culture, i>A,;.2).
4 A CULTURA BRASILEIRA
1 P. Al:llOVaa Bunzl• - CuJtur• • m•flri.a. Qu,e t cultura. ''&tta o d Slo Paulo", 21, Jul&o,
li3S.
1 'l'o1"QLA1' ) - Ku1ttu. Hlttoltt du ~. ltvniutioo du oem. ln "ClvUl tlon". Le Mot et
J'ldle. te. fUL".. Pr ~ 8~m <te Int ... cuitioule de S,nth~ La ~ du Llne, Parla.
6 A CULTURA BRASILEIRA
intelectuai encaradas como o bem próprio algumas vêzes mesmo como o bem
e clusivo de uma comunidade limitada, que tende a confundir-se com um Es-
tado ou uma nacionalidade" .10
M s, apesar da complexidade que apresenta o problema das relações entre
civilização e cultuJ'a e cm grande parte provenien da variedade de sentidos
atribuídos a dois tênnos, na França e na Alemanha, parece-nos aceitável
a distinção tabelecida por G. HUMBOLDT, quando define civiliz-ação ''por
tudo que, na ordem material. no desenvolvimento dos co tum e na organi-
zação social, tem por efeito tornar os povos mais humanos nas suas instituições
na sua mentalidade, consideradas em relação a essas instituiçoes ', e reserva
a palavra Kultur para designar uma nuanca de refinamento, marcado pelo
estudo d interessado das ciências e das artes. A palavra civilização toma,
para HUMBOLDT, um sentido mais amplo, abrangendo, no seu conteúdo con-
ceituat, não e6 a técnica mecânica, as aplicações das ciências à vida material,
- que representam certamente um elemento importante, - como certas qua-
lidades de espírito, que acentuam os aspectos morais e intelectuais da civHi-
.zação. A idéia de polidez, de refinamento e de cultura, estâ, para os latinos,
tão ligada à de civilização (civilis, polido, refinado), que essa palavra lhes evoca
sempre. doçura de costumes, isto é, um certo equilíbrio entre o desenvolvi-
mento intelectual e moral e a organização social. ~ e mesmo sentido latino
é que se encontra, em autores alemães, como HUMBOLDT e mais recentemente
BORXHARDT, para quem a Kultar é de algum modo "a ílor d história que
confere seu brilho aos costumes e às institui - de uma êpoca definida,.. A
cul ura, segundo P. A. BASTIDE, "não pode senão designar um certo desabrochar
da inteligência, em virtude do qual se toma o homem mais humano, i to é,
mais apto a compreender e a amar os outro homens. A cultura ~ a parte da
in e1igblcia na obTa da civilização". Na acepção mais larga, que abrange,
ob o t o genérico civilização u a organização material, econômica política
e social, os costumes e a vida espiritual d um povo, a cultw:a, têrmo espe-
dfico de s ntido limitado, designa o impulso das letra , das ciblcies e das artes
que, enobrecendo as instituições, enriquecem e fecundam s m cessar a civi-
lização.
Ora, o ponto de vista em que nos colocamos para escrever esta obra, ~ o
que nos fornece a concepção clássica, francesa e alemã, de cultura, já clara-
mente enunciada por O. HUMBOLDT, quando estabeleceu a distinçao entre
cultura e civilização. Entendemos por cultura. com HUMBOLDT. êssc estado
moral, intelectual e artís •co, "em que os homens souberam elevar-se acima
das simples considcraç· de utilidade social, compreendendo o estudo dcsin-
tcr do das ci cias e das artes". A vida da sociedade reduz- , certamente,
a um sistema de funções que tendCD}à satisfação de suas necessidades funda-
mentais, e entre as quais a função econômica viu atender n~idades ma-
teriais e a função poUtica {para darmos apenas dois exemplos) tem por fim
"defender a exi ência da sociedade, tomada como conjunto e também como
reunião de grupos particulares", regulando as relações dos indivíduos e grupo
entre si, e dêstes com o todo, Estado ou nação. Mas uma sociedade, se quer
preservar a sua existtncia e aSE-eguraro seu progresso, longe de contentar-se
com atender às exigências de sua vida material, tende a satiefazer às suas ne-
cessidades espirituais, por uma elite incessantemente renovada, de indivíduos,
sâbios, pensadores e artistas que constituem uma certa formação social, acima
das classes e fora delas. Assim, "criar a atmosfera espiritual sem e qual a
aociedade não poderia respirar, oslaços espirituais sem os quais ela não seria
una, o te ouro dos bens espirituais ~ os quais não poderia subsistir, tal ~
precisamente, ob erva A.RNosT BLAHA, a tarefa da função intelectual". Essa
função ê, por con guinte, uma função de produção, de circulação e de organi-
zação no domfnio espiritual: cria.dora de valores e de bens espirituais, com
que instaura um domúüo que ê uma páaja e um asilo para todos, a inteligmcia
não s6 os distribui e se esforça por torná-los aceesíveis a um maior número
possível, como empreende a organização da sociedade, segundo ponto de vista
espirituais, "atingindo a sua mais .alta expressão quando empreende or anizar
a vida moral". A cultura, pois nesse sentido restrito, e cm tõda as suas ma-
nifestações. filos61icas e científicas, artísticas e literárias, sendo um fõrço
de criação de critica e de aperfeiçoamento, como de difusão e de realização de
ideais e valores cspirituais, constitui a função mais nobre e mai fecunda da
sociedade, como a expressão mais alta e mais pura da civilização.ia
Assim, limitado o conceito de cultura ou, por outras palavras, tomado e
têrmo no seu sentido clássico, o estudo que fazemos incide diretamente õbre
a produção, a conservação e o progresso dos valores intelectuais, das idéias,
da ciência e das artes, de tudo enfim que constitui um esfôrço para o domínio
da vida material e para a libertação do espírito. E, como o nivel social e espi-
ritual doa intelectuais, sâbios, pensadbres ~ artistas, não é eõinente imputável
a certas superioridades bio-psicológiqa.2 estritamente ligadas à natureza indi-
vidual, mas à intensidade de ação ma.ior ou menor das influências civilizadoras,
e em conseqü!ncia, como não pode haver criação espiritual onde faltam cstf-
mulos à vid do espírito ou não são suficientemente apreciado os valores ca-
piri tuais, o estudo da cultura, na v.medade de suas formas, como na ua ex-
tensão e na sua intensidade, é, por si mesmo, uma luz viva que se projeta sôbre
a naturcz , a fõrça e o grau de uma civilização. !sse estudo que forma como
que o cerne ou a medula da obra, é precedido de uma análi e dos fatõres de
tMa ordem que condicionam a produção dos fenômenos culturais, científico
e estêticos e contribuem, portanto, para explicá-los; e seguido de uma expo-
sição das instituições educacionais, de ensino geral e especializado, destinadas
à transmissão metódica da cultura sob todos os seus aspectos. ~ esta, ao pa-
recer, uma ordem lógica, p icol6gica e genética a um tempo; pois se a cultura
pressupõe e implica um complexo de condições que estabelecem o clima social
e bis 6rico favorável ao florescimento das letras, ci&icias e artes, e cujo estudo
~ nao sàmente 6til, mas indispensâvel à compreensão dos fenômenos de cul-
tura, o sistema educativo que.,.em cada povo, forma para conservar e trans-
mitir o patrimônio cultural, constantemente renovado e enriquecido através
de gerações sucessivas, tende a desenvolver-se e a oomplicar-se oa medida em
que aumentam as criações do esoírito nos vários domínios da cultura e da ci-
vilização. ! preciso, para compreendê-la e explicá-la, situar a cultura nacional
no seu quadro geográfico, social e hist6rioo, acompanhá-la nas diferentes etapas
de sua olução, nas suas orientações e tendências, para mo trar, cm seguida,
quai as instituições que -se organizaram, prepostas ao fim de transmiti-la, já
is ematizada, de geração em geração para assegurar a sua continuidade no
tempo, a sua unidade. a sua difusão e os seus progresso .
Antes de entrar, pois, no estudo da cultura prôpriamente dita que cons-
titui a parte central do livro, pareceu-nos neces ário proceder à análise das
grandes ínfluências que puderam agir sõbre a produção dos fatos de cultura,
como sejam o meio físico e étnico (o país e a raça), o meio econômico, social
e político, o meio urbano (tipos e vida das cidades) e a mentalidade particular
do povo, determinada esta, por sua vez, por todos êss s elementos que condi-
cionaram a sua formação. Essas divel'Sas ordens de fenômenos podem tôdas,
em proporções variáveis, ter uma determinada relação com os t tos culturais,
n o só por lhe fornecerem assuntos, .mas, sobretudo porque os provocam e
orientam, agindo sôbre êles à maneira de causas ou de íatórcs, e podem ainda,
quanto a certas categorias de fenômenos (econômicos, urbanos, espírito cole-
tivo sofrer contra-golpes e reações dos fatos de cu1 ura e receber dêles um
impulso determinado. t't por isto que, cm vez de os julgarmos como causas
verdadeiras, preferimos considerá-los como um complexo de fa õres ou de con-
dições, sub!tituiodo o conceito de causa pelo de corre.lação entre o fenômenos
que constituem o objeto principal do estudo e os que o condicionam e con-
tribuem para cxplicã-los. Uma desconfiança leg{tima, com que sempre nos
resguardamo de conclusões apressadas e simplistas, no cs do de fenômenos
sociai , não nos permitiu subordinar-nos a qualquer das teorias chamadas geo-
métrica , que recorrem a uma causa única (o meio geogrâfico, a raça, o meio
econ mico, etc.)18 e que, na justa observação de A. NICEFORO, "podem ter
tõdas seu interêsse e sua importância, mas, não constitui cada uma delas, iso-
lada da outras, senão wna interpretação, por assim dizer, monossilábica, do
fenômeno complexo que se trata de estudar". Como quer que seja, analisar,
de um lado, s.sesfa,tôres (geográfico, racial,
f
econômico, histórico, etc.) que não
e6 variam de um povo para outro, mas se combinam diversamente e em pro-
porções desiguais, e, de outro, a vida e a evolução próprias ~e uma sociedade
sob a pressão d@ssesfatôres, e a influência dessa socied de sôbre o índivíduo
a quem ela fornece seus quadros, sua organização e sua trutura mental, é
explicar como surgiram, etn. determinado pais, o fcnômenos de cultura, as
formas particula,res que tomaram, e o sentido e o ritmo de sua evolução.
Mas, ent:r:eos fatôres que mais contribuem para a pre><;lução dos fenómenos
de cultura, o desenvolvimento das cidades 14 é wn dos mais importantes, na
sua função de intensificar as energi !S co1et:ivase de levar ao mais alto grau
de d;senvolvimento P:'ssível às cap:ipda~ latentes e di~er.sa~ na í>.opulação.
As cidades, de fato., sao poderosos ~1 _ tnu}i.entos de seleçao SOC1% seJa:no sen-
tido de HA.N'Sll:N, para quem as ci des-não fazem senão atrair, por uma se-
leção mecânica, os melhores elem tos do país, -servindo para selecioná-los,
sem contribuírem, no entanto, para fazerem o seu v~or; seja·no ponto de vista
de WEBER, que pensa, ao contrârio, serem elas suscetíveis de tomar atuais
os méritos que não seriam senão virtuaisj superexcitando fôrças que, sem êsse
estimulante., ficariam inativas e adormecidas, e produzindo essa supe(exci-
tação s6 pelo fato da concentra~ão. Paí o estudo, que se nos afigura do maior
interêsse, do desenvolvimento das grandes cidades e dos movimentos de con-
centração urbana. Se o têrmo civiliza~ão, como obsetv~ R. LENOIR, 15 "cor-
responde ao conjunto das obras por meio das quais os sêres humanos passam
da animalidade à humanidade, pode parecer paradotal aplicá-lo às sociedades
ditas primitivas. Não parecem elas 'ter por principal caráter o de não serem
civis e não conhecerem as cidades no seio das quais se fixam e se tran&mitem
os atos e os conhecimentos?" Existe, de fato, uma ligação tão estreita entre
civilização e vida urbana que, para designar aquêle fenômeno, é ao.têrmo civiüs
(de civis, cidadão; homo civilis, zôon politikón, de ARISTÓTELES), que se
foi buscar a palavra civilização, já ~e uso corrente em várias línguas e susce-
tível de mar~ por si mesma a oposição, que remonta à antiguidade clássica,
da cidade (civitas, pólts) e do cam!>b·(rus, silva). Não é sem razão que em-
pregamos os têrmos civilif{!s, urbanitas, civilidade, urbanidade, quando
queremos exprimir doçura de costuµies, benevolência recíproca nas rêlações
humanas e, ao contrã;ͺ: u~os a~,palavras r~sticus, silvaticus (homem do
campo, das selvas, rustico, inculto), para des1gn_annosexatamente o oposto
de polido1 de civilizado. Em todo caso, se não se podem sempre encontrar os
elementos especfficos de uma civilização nos caracteres das populações urbanas,
não serão êstes "verdadeiros índices objetivos de uma dvilização superior" 1
pela metamorfose que as cidades operam nas idéias e costumes e pelo estímulo
poderoso que constitui para o florescimento dás ártes e das letras e para as
criações do espírito, a superexcita.çãp produzida pe1os fenômenos de concen-
tração?
Nem tôdas as transformações qt)e, sob a pressão da vida das cidades, se
operam nas idéias e nos costumes, sepodem certamente considerar como um
acréscimo de civilizaçã,o, ao menos do ponto de vista moral, nem se deve con-
fundir o fenômeno urbano, característico de tôda civilização, com o urbanismo
que é um fenômeno relativamente novo. Certamente não há procurar nas
grandes cidades, a pureza, a_frescura e a inocência dos costumes do campo,
Ó encanto e a simplicidade das paisagens bucólicas. nem o vigor e a impetuosi-
dade das fôrças instintivas concentradas na vida do sertão. Uma certa las-
sidâ_ode costumes, as perspectivas que se abrem à vida de prazeres e uma li-
berdade, que é favorecida pelo entrecruzamento dos grupos sociais, e atinge
freqüentemente aos excessos da licenciosidade e ~a demagogia, são outros
tantos efeitos do fenômeno de concentração. Além disso, como as .migrações
interiores são o fator essencial do fenômeno, o pregresso dos .gra,ndés centros
se faz freqüentemente à çusta dos movimentos migratórios dos cai:tlpospara
as cidades, que se tornam às vêzes, nas civilizações modernas, verdadeiras
bombas de sucção aplicadas sôbre as populações ruJ"ais ao alcance da .inOuência
1 DlnlaJUM (E,\ - CiYiliat{otu et typn de c;.m tion , Note, W' la oodoo d~ cívillsotlon,
ln L' ÀllnH, t. XJ.r. l909-l911, pA.p. 4'6--50. Patil, Ws A]QD.
INTRODUÇÃO 11
ideais que aquelas trazem consigo, compreender-se-á que " cs ideais, como
observou P. FAUCONNET, nunca talvez seja mais fácil apreendê-los do que
quando se assiste à sua transmissão." o que uma geração faz para criar os
seus sucessor , há cert:amepte ocasião para se surpreender o egrêdo de sua
alma e traçar o quadro de uma sociedade,. vista através de seu sistema de edu-
cação. 8: por isto, pelos elementos que o estudo da educação fornece à análise
p icol6gica e social do caráter coletivo, que o sod6Jogo fran~ considera jus-
tamente a história da educação como 'uma das mais eguras vias de penetração
na psicologia de um povo e na bist6rla de seu passado''.
Assim, se a educação, que é uma função do estado social, varia na sua
\ forma e no seu cont«:_údose~do as sociedades, e _secada povo ~rocura real~,
por meio da educaçao, um ideal que lhe ê pr6pno; ''uma prâtJca ou uma ins-
tituição não pode vulgarizar~e sem patentear um traço profundo do caráter
coletivo". Mas, diretamente <:o1ocadacomo se acha sob a depend!ncia da
organização geral da sociedade, a edueação começa a diversificar-se segundo as
class a e as profissões a partir do momento em que as sociedades atingiram
um certo grau de diferenciação, e se vai complicando, no seu desenvolvimento,
em razão da complexidade maior da vida social. A medida que se tomam
mais complexas a organização social e a cultura de uma sociedade determi-
nada, aumentam e complicam-se, em conseqilência, as t~cnicas e os conheci-
mentos que são transmitidos às gerações jovens, enriquecendo- e de novas
instituições especializadas o sistema educativo em formação. A quantidade
e a natureza dos conhecimentos que se transmitem às gerações novSB a varie-
dade de ins ·twções de caráter profissional, d tinadas a at der à especiali-
~ação ditada pelas necessidades coletivas, a pobreza ou a complexidade do sis-
tema educativo, variam, evidentemente, com as condições sociais de cada grupo
humano e rcfle em as suas necessidades, :ma mentalidade especial, cu passado
histórico e as tendências gerais de sua evolução, Se, pois, se proceder a um
inqu~rito sõbrc as instituições pedagógicas de um povo, apanhadas, no curso
de eu desenvolvimento, e estudadas nas suas estruturas, nos fins prosseguidos
e nos meio adotados para realizar êsses fins, - uns e outros ociais, porque
a natureza dos fins _pré-determina a dos ml:todos,17 - não será difícil recons-
ti :uir não s6 a sua evolução social a sua concepção da vida e do homem a sua
hierarquia de valores, as mudanças que se operaram nas suas concepções e
na sua mentalidade particular, como o tipo, as espê<:iese o grau de cultura
que atingiu e se exprime constantemente nas instituições prepostas a mantê-la
e a transmiti-la através de gerações. O interesse pela cultura e pelas coisas
do cspfrito, em um dado povo, patenteia-se de maneira constante e iniludível,
no trabalho a que a sociedade se entrega e no esfarço que realiza, pelo conjunto
de suas instituições escolares para educar os seus filho , elevar o n(vel de cul-
tura e estender a um maior número possível os beneflcios da civilização.
Poder-se-á objetar, e não sem razãc;,,que, se nao faltam de todo, são insu-
ficientes os elementos necessários a uma obra d te gênero, destinada a dar
uma vista de conjunto da cultura brasileira na sua evolução, desde as suas
origens até seu estado atual. Uma obra de síntese tem, pela sua própria na-
tureza, o duplo objetivo de unificar os conhecimentos dispersos até hoje nos
trabalhos de detalhe, e de abandonar tudo que é secundário, inexpressivo,
access6rio, para fixar o essencial e indicar as grandes liohas do desenvolvi-
mento. A exposiçao resumidíssima, quase esquemãtica, arri • e a embara-
çar- na obscuridade ou a tomar um caráter su erficial, se não foi precedida.
na sua lenta elaboraçao por um prolongado íõrço analltico para apanhar,
Os Fatôre~ da Cultura
CAPÍTULO I
O país e a raça
O meio físico - A fisionomia geográfica e a e~ensão territorial do pais
- A oposição das duas vertdltes contil1entais - As duas grandes bacias fú-drd-
grtúicaa - As clist:Ancias e a' diveníldade dos quadros naturais - O amblâ'te
geom6rfico e climat&ico - A flora e a fauna - Os recurllOS minerais - O
mar e a costa - Regiões de condensação e de dispersão - Os rios de pene-
tração - O São Fr-ancisco, rio da unidade nacional - N!. origens e a com-
posição do povo brasileiro - As tr~ raças que conflufram na fõm)ação <bs
populações no Brasil - Os dados antropológicos - A distribuição das popu-
lações setentrionais e meridionais - O crescimento vegetativo da população
- As migra~ internas - AlJ imigrações - A mestiçagem - Seleção e
peneiramento - Densidade estãtica e dinâmica - A distribuição da população
por idades, sexos e raças - O brBBileiro.
1 w.o- (A.), Die Bntatehun{ du Kontin nt und O .,.., L•. e</., 191$: 4•. ed .. l9:'J9; r..
"'" d • continent• er du océan5. rhéorie du tr11JUJetion• cont/n rua/ : treduit de r•ll,.mand
par ~ LIIU'Q, fZltt V B.ur.um, Pvis, 1931; cú. PIJ'.J Lllld (A. BaTllol). O depoimento do Sra il
na di.eu d11 ,..,,;,. do de.Jne dos continenrea n1undo W1ouru. ct1m do Muxu NIM:iaoal, Rio.
S, pq. 41; La Thiolie de WBGEl'l'n en prl~ de qu,..lqu obee,.,11/ion• 1"1/oliqu,u co..-rnant
1- 81 '/, "C.R. Ac:ad. d.,. Sc:ia:ac,es, tomo 186, . 802.
t s.. dM p-aod"9 ~ boruocrtaia doe COII.W>n>~ • qual ~00!0 ia °' mo-
fl pve o , de que ruultou, Cbtrc outn••• por fre te r d llte, o bloco rontina11:al IIIDCl'1Caft0,
olio -6 n r dte, ID8I imp{ia a teoria de iu,ar-11sie, Sccwido -• ron«lJÇlo, • • CN11ta ,_,, nutua em
tado de c:qu lfbrio a6twe um meio maio dCllllOe viaco9o ,, - uud q pode ct pat\llbado por cüvenoe
r•t&eo <• oobra:111'&• de c:raata tettestn per u!Jl.11calçtc itl ■del, IIC\I.Dlulaçlo doe oedlmaitot, etc.).
O PAlS E A RAÇA 1!1
3 h. RATQL, Dn MHr •I Quelle dar VoeJttrjroesae (o mar camo roo d &raadr:n doe povo.).
Ldpd1 e llunkh, R, Oldmbourr. 1900: cfr. B. HEU<QL-r, Weltluchicbte. tomo IV: Dt R•ndland r dn
Ml11 lmHr•, LciJ>Zl&,Vicn11, Bi •uc,e:raphltcheti lmtitut,. 1900.
-----~ A CULTURA
-- --- -
BR SILEIRA
a magn1fica Serra do Mar- que, correndo paralel ao litoral atlân ico, se le-
vanta como um sis ema de defesa, mas também como um obs culo à conquista
do planal o, constituem com a imeruiidade da cos traços fun amentais da
fisionomia geográfica do país., e outros tanto problema que a natureza esta-
beleceu, desafiando a energia do homem para o domínio do oceano. Aos 14 500
quilômetro de fronteiras terrestres que limitam o Brasil, do ul ao norte. e
cm t&ta a sua extensão ocidental com a qua otalid de dos povo hispano-
americanos, corr ndem e se opõem cerca de 8 mil quilõrne o de orla ma-
rítima, na face oriental banb.ada pelo Atlântico. E fácil compreender que o
colonizador cnha começado pe1o litoral "arranhando a praia como um ca-
ranguejo", para depois transmontar a cordilheira e, atingido o planalto donde
p"1Tt1!"3m as bandeiras, acender e concentrar n!le o maior fo o de civilização
nacional. Ma a imagem física do país, tão fortem nte delineada., d leste
a o ste. pela opo~ição das duas vertentes continentais do Pacffico do Atlân-
tico, - o v rdsdeiro z;nare .nostrum, só adquire ua , pre são original e
retoma o s u relêvo inconfundível, quando consid ramos os imensos territó-
rios de penetração que têm como base o litoral atl otico são definidos. ao
sul pela bacia do Prata, e, ao norte, pela bacia do Amazonas. O Brasil ama-
z nico, ob!erva M. TRAvA530S,"comunica-se de modo m is direto com o oceano,
por ·ato que di põe do rio Amazonas como via n tural, e a sua capacidade de
penetração é mais ampla pois o vale amazônico é o grande coletor do formi-
dável anfiteatro que se arqu-eia de Caracas a La Paz. O Bra il platino, em-
ra exija rn ios artificiais para se ligar ao oceano dispõe de portos com sufi-
ciente capacidade de atração na costa e dos estímulo de dois países mediter-
râneos que. naturalmente, reagem contra a fôrça ccntrfpcta do Pra a: - o
sul de Mato Grosso, prolongàndo os t.erritórios paulis e paranaen e, repre-
sen a sua fôrça de penetração'·.
A imensidade das águas que descem dos And , e avolumam na calha
d edida e transbordam no labirinto de igapó e igarapés, sob o túnel de ver-
dura da Hiléia prodigiosa; a ação destruidora, erosiva, da enorme caudal que
atrav corroendo as montanhas, desmon ando as margens e arrastando
trechos de florestas, que derivam rio abaixo, ' ao modo de monstruosos pontões
desmastreados", enfim tôda essa natureza selvagem e umultuária da Ama-
z nia, jã teve em EUCLIDES DA CUNHA o pintor incomp rável que, nas páginas
da ''terra sem. história". traçou o mais sobe.r o quadr dessas paisagens em-
polgantes. Para êle, "o homem ali é ainda um intruso imp r incnte. Chegou,
sem ser esperado nem querido, quando a na ur za ainda estava arrumando o
seu mais vasto e luxuoso salão. E ericontrou uma opulenta desordem". E,
dian e do espetáculo dos materiais desagregado e carr ados pelas águas bar-
r ntas, v no Amazonas "a viagem incógnita de um território em marcha.
• M~ ccogrâCica. d ... ~ DO tul do BtulJ, & m .. 11. p doi od '"' lhe Cot1 •
t\llu:m • n partiw!Ar: mllil eleva.ruu pan. o lildo do mv. inc:lin.am pena • •• ci do Panmi.
arule mab boixu do continente, e que -ia u.m prG!o,i menu, do 1, mrtea,te
noe Ci e ligado à r..... dos A n. De um lado, nto • c.:arpa da SerB do r, e, de
tnl , • maiar q11<e '"" coohc<:c (o CbKo tam
1:111~ ~. ao C9-Cbooíl'en,ou ao neo- ela
bau:i• da que o Cb,u:o pnhava em pro( foram
tOl'l>Gido, çio iaosb\tica, nnu dl!vada De,
provàvd:mano dtflulam d" mente paor,a o ocesoo. e, em ••
mam, acc:o ,on..i no início do quaternm'iD. cm ~ • ,un
do Ma, oepãr rarn--. do pana,. e d do
a.ucid.o nu ptarirmd.ade,, e a 2S q e,
c,oNO pcrior, pcrte:nccodo Cf'I\ICI' O
ocstr. • e de Jmlllltcr li o caminbo por meio d• Scrta
• • puso Jl'9(1l a C!>llllllhta 11:o ado do oceano por equd• b..-rcitt, e do
do cu.-.:, m!dio Jo P3raa_i e do P C'Olonm.
índios, trilhAd.a. mab tarde pdoo D pOtte de
Não no afigura pois- tão justa, como poderia parecer à primeira vista,
a observação de A. SIEGFRIED quando afirma que, conforme predominar
no destino do continente o fator geogrãfico ou o fator bis :6rico, as democracias
la.tino-americanas e orientarão para a unidade pan-americana ou manterão,
durante muitos ano ainda, oom a Europa o vinculo cultural que liga a América
Latina ao velho oontinente, desde a a:>lonização. A América Lati.na, por outras
palavras, industrializando-se i:àpidamente, se moverá como se tem movido
ora em tõmo do eixo vertical (Estados Unido) ora cm tôruo do eixo horizontal
(Europa). Mas, essas oscilações de movimento além de serem determinadas
antes por fatõrcs econômicos, políticos e culturais do que pelo fator geográfico
mostram, evidência, que a América Latina continua a gravitar como satélite
em tõrno de dois grandes núcleos de civilização. Enquanto o nosso continente
não criar por si mesmo a sua própria civilização, renovando a c'Q]tura bebida
na mesma fonte peninsular, ibérica, e n.ão se estabelecer contato mais íntimo
não a6 entre a América andina, de um lado, e a tropical e a dos pampas, de
outro, e entre a América Latina e a anglo-saxõnica, não haverá base material
e cultural suficiente para o deslocamento do eixo, no sentido vertical, capaz
de promover a rotação sõbre si mesmos e, portanto de norte a sul, dos dois
continentes, fortemente diferenciados pelo contraste entre o ibérico e o anglo-
aaxõnico. Não é nas condições geográficas, nem no elementos raciais que se
pode~buscar, na própria América Latina, uma unidade que provém antes d~
"atmosfera de ua civilização''. Mas a unidade que existe, não como um re.
sultado definitivo, mas, como um processo em elaboração, r ulta da comuni-
d de de origens (hispano-lusi.tanas) das nações que se formaram nessc'blooo
continental e que, voltadas a maior parte para o Pacífico, outras, para o Atlân-
tico, aíora dois países insulados (Paraguai e Bollvia), se mantêm afastadas,
econ ·ca-e culturalmente, pela própria oposição geográfica das duas vertentes.
A dilatação máxima do Brasil em latitudes diferen es e, cm conseqüência, as
enonn distâncias, a extrema variedade dos quadro ftsicos e a diferenciação
çlimato16gica, teriam cindido o país em dois blocos cstanqu , se fatõres histó-
ricos, como as migra.Çõesinternas e outros, não tiv em intervindo para fundir,
numa nacionalidade, regiões tão díspares, cfütantes às vezes opostas, pelos
cus aspectos geográficos, climatéricos, econômicos.
Se, de fato, as grandes regiões naturais em que se pode dividir o Brasil,
sã.o, de atardo com a cle,ssificação de D&LGADO DE CARVALHO, o Brasil ama-
zõnico, o nordeste sub-equatorial, a vertente oriental dos planaltos e o Brasil
platino, cada uma dessas zonas compbrta sub-regiões naturais, nltidamente
diferenciadas, com a sua fisionomia par6.cular e as suas características próprias.
A região setentrional do Brasil amazônico, que se a\teia na região serrana,
constitufda pelo maciço granítico das Guianas, para se deprimir na formidável
calha do Ame.zonas e de seus afluentes, compreende a16m d a duas regi~
a Hil~ia ou a zona das florestas tropicais. ~ essa a região das grandes planí-
cies, das grand selvas, e dos grandes 1ios que lembram inf ncia. do mundo.
ão ê menor nem menos diferenciado o Brasil platino que. no sul, se contrapõe
bacia do Amazonas, e que, englobando a costa ou a contravertente oceânica.
entre o Atlântioo e a Serra do Mar, se desdobra ainda na região da cordilheira
e na do planalto em que se alternam campos e mata - "região auporte dos
uentea orientais do Paraná"-, e na das savana rio-grandemscs e da baixada
de Mato Grosso. Entre essas duas imensas regiões em que se extrema o Brasil,
de norte a ui, estendem-se o nordeste sub-equatorial, a rangendo o goltao
maranhens (sorte de transição da Amazônia), a bacia do Parnaíba, as erras
A. S11. l'llJ&D, A.m&rlqua ldiru:, Pa.ris, 1934. Cft. Lo ptoblam d la Am11( lo1ina ln • La
•• Bllen Aires, ll de julho de 1937.
O PAÍS E A RAÇA 23
10 De Mdfdo com o OMll)II OOO'aUJde Oom.ua J>SC.U0-0S, .. "'ªª n.,,,.,.u,;. •bnftccm 4 11567 J qui•
lllmdrw qu.ad flcalldo o reata,Jte, da suporlkit iobl do paio, para oe campoo •b«tm ou d n,,■ 41» qu.c
-s,ariam wna ,hca de 3 SS. 446 qw,&acu-oo qulldnode&. Ora. por e.a ,et ~ta •
lae lotai do Bnuíl, que 6 d 8 511 1119qail6cnc:tras qu■dmdm. mo ficaria 1 .... a 41'• mprodlltiva q l
• l 800 000 quilbmctna quadnd (21% da"- tot.i) e na qual 116a~ por 6 de
1 110 000. ~ .Obr .cu n«atail e as 6reu rampcatra alo cvid l voe e pn•
- Gol, pa,ra qiw • rdto o d-to - dU&I seas, nc.-at.J e ~. ct. ar... Improdutiva,
ccmfanne a 111,11tlvac:akuJada pda Bàa:liati<:a Territariàl e .Ewtatlttica da Prodll(lo; Cír. AnÃJIIO P&IltO'rO,
Clima • uude, plp. Z 120. l.a •~", 1938.
H S6 d 1-bal~. entre °" • oe, B.u•u apanhou. nm arredores de Bclba, 770 • dlfermta .
.li.a.o LDT.Jo l'ala UO • de~~ ao BruiJ, para 450, oa Ar&aatlu, e 6 _._ variedade
.aodnl I BUDeON • cbamar a Amcrica do Sal o • con6- dQ •- ,. IY. oroltol elo
ADM....,.u, .ao plaoalto i.aterior e oo eu!, ande-um d,_ mail bdca apctkuloa 6 • variedade de av
-:JUldu &1 la1oa• do Rio Gra.Ddc do &il eoa plllltmMIÍI de Mato Qroaao. Quanto ._ fauna
iliol6&ka, - na coota marftnna e na r6:le poUmic:a, cakula All.USIS que o a daa -s,6cle11,
116pwa • t-la amu6aica, •tinae • drai de 2 000, o que daria para o AINI...,.. • q- du. Yba o a6.cntii'o
do ~- q .;vffll oo lled taTbeo e cifra 11.i.adamaior do q,w a d ap6da u,e o Aúbt:ico at tA1
de um paio I outro. • (lla. .U:a. A-, Um.a ~iallem oo Brll.,,;J)
2 A CULTURA BRASILEIRA
mas cujo núm ro ainda hoje seria dificil senão imposs vel de calcular com
gu:rança, por falta d dado . derivavam, na grande variedad de sua tribos
e famílias, de quatro trom::os principais: tup· tapuia, arauaque e cariba, dos
quais o mais importante o do tupis, se espalhava pela orla do litoral, do Rio
Grande do SuJ ao Par . e do Pará, pelas florestas alagadiças do Amuonas,
até a foz do M d •ra. Dos cruzamentos entre índios e portugu , lembra
RoY NA.6B,"nove talvez em cada dezena, se processaTam com mulheres d
atraordinârio povo agócola". - os tupis, cuja língua se tomou lfngu cral
e cuja cultura era a mais disseminada na América portugu . A sez
de mulher brancas contribuia para atiçar as relações com as do país e esti-
mular a mestiçagem de brancos e de índios, em cajos descendentes, os mam •
lucos, se entroncam numerosas familias do. norte do planalto central e podem
buscar as origens da vitalidade e da fôrça expansiva do nomadismo aventu-
reiro dos bandeirant s. O romance lraoema, de Jost DE ALENCAR, escrcv
AnÃNIO P.a:txOTO, "é simbólico do amor que as filhas do país tinham ao aven-
hlreiro branco; descobri que é anagrama de América: seria sua intenção des-
crever as núpcia, da terra virgem e do colono civilizador ?" Ma muito maior
ainda foi a contribuição que trouxe a onda volumosa dos africanos; talvez
3 300 000 segundo os cálculos de R. SwoNSEN, colhidos em grande número
de nações dif erentcs e importados à grande, quase sem intermit!ncia, at6 que
se estancou a fonte em 1850, com a abolição do tráfico de escravos: a uperio-
ridade da cultur.a negra em relação à dos índios, a intimidade do contato q.ue
o regime de cscravid o não tardou a estabelecer entre as duas raças, e a uti-
lizaçao do negros para serviços domésticos, abriram largo campo a nova
mestiçagem, favorecendo, por tôda parte, na expressão de Gn.snTO FRBYR&,
...&ses amores de senhor e escrava coro que se regalou o patriarcalismo colo-
nial'.
Se, como se v!, as origens brasileiras estão claramente de enninad n
mistura das tr!s raças ou na assimilação progressiva, nos primeiros ~os,
das raças vermelha e negra, pela raça brana1. européia, numa larga transfusão
de sangue, ainda estão por se esclarecer completamente a, questões relativas
aos diversos tipos étnicos, portuguêses e negros, que se canalizaram para o
Brasil aos seus r pcctivos caracteres antropol6gicos, à distribuição gcogrlúica
dos negros e dos lncüos e às proporções em que se produziram o cruzamentos
com os colonizadores brancos. 14 Parece,-nos que já se pode concluir, com F.
J. DB ALMEIDAPRADO, no seu trabalho exaustivo sôbrc os primeiro povoa-
dores do Brasil, ter sido bem variada a ascendência branca dos mestiços d.o
litoral, e tanto NINA RODRIGUES CQmo GTT,BERTO FREYJUt, ao se ocuparem
do tráfico africano jâ demonstraram: a variedade de "nações" e de área de
cultura, de que foram transportados os escravos negros, que vão desde os ele•
mentos colhidos na tribos mais selvt:1gensdos cafres até os negro udanese ,
de cultura adiantada, predominantes na formação baiana. 1tstes, os africano
brasileiros, aegros autmticos como os "hotentotes" e os "boschimanos", os
"fulahs" ou chamados "negros de raça branca", ou mestiços como os escravos
provenientes d Sene âmbia e da Guiné Po.rtuguêsa, "considerados, por algun •
superiores ao dem • do ponto de vista antropol6gico", concentravam-ac em
1
O PAÍS E A RAÇA ai
migrações humanas, cuja teoria geral foi estabelecida por FRED RICO RATZEL 111 ,
que nào são mais do que o conjunto dos movimentos em virtude dos quais
as coletividades chegaram a grupar-se e a distribuir-se s6bre o território em
c da mom nto d história. As cartas, traçadas por R. S o SE , do movi-
mmto do gado e de populações vaqueiras. e o mapa g r l das bandeiras que
devemo AFO so TAUNAY, mostram-nos à evidência como oatur Ul do solo
cident geográficos contribuíram para determinar maneira pela qual
ma s de homens e mo,-eram sõbre o errit6rio, no período colonial,
li ando o nor ao sul do país e di!.atando-lhc as fronteiras coloniais. Os grandes
rios foram, por xcelência, na justa observação de GtLBERTO FRBYRE ' os rios
do band irante do missionário que os ubiam vencendo clificuld d de quedas
d'água e de curso irregular': êles dispersaram o colonizador permitindo ao
bandeirante "tome.r-se desde os fins do século XVI um fundador de sub-co-
lônia '', internando-se para oeste, -pelas águas do Tietê ou subindo pelo vale
do São Francisc em que entraram as levas de catequizadores, formou a
civilizaç-o do couro e se encontraram as bandeiras paulistas, pernambucanas
baianas.
Essa migrações internas que, dispersando mi turando os grupos enttt
i. contribuíram para acelerar o processo de formação de nossa sociedade, hl-
brida de índio e mais tarde, de negro na sua composição, podiam ter suas origens
na cndencia colonial do português de "antes se derramar do qu condensar-se",
mas foram certamente favorecidas e estimulad s pelo inter e econômico
(caça ao {ndio, procura e extração de riqueza mineral e pela própria extensão
do espaço ocupado. Ela supõe, de fato, sociedDdcs pouco densa e que dis-
põem d v tos espaços. ~ uma tendência fundamcn 1 de t, as as socie-
dades estender sua base geográfica; elas t s de de espaço. Sem dúvida
os espaços limitados, segundo observa RA.TzEL, ém wn papel útil; são muitas
v~es os foco em que se elaboram, graças a uma concentração en&gica, formas
el adas de civilização. Mas, desde que elas se formaram. endcm ncccssària-
m te a espalhar-se al'm de suas fronteiras iniciais. As bandeiras e as entradas
em que expandiu o nomadismo dos bandeirantes, na sua maioria mestiços
d brancos indios, constituíram, por esta forma, um dos sistemas mais vigo-
rosos de uma nova sociedade em armação. Assim, quando já no ~culo XIX,
pouco antes da abolição da scravatura, começou a intensifica.r-se o movimento
de imigração de origem mediterrânea e gennAnica (portugubes, italianos,
espanhóis, alemães e outros) já estava constituído o núcl o nacional, bastante
sólido para digerir e assimil8f a massa de imigrantes, carreados em correntes
anuais, sucessivas e às vêzes volumosas como as que se .registraram de 1888 a
1897 e de 1906 a 1914 e se repetiram mais tarde, no decênio de 1920 a 1930,
com outros grandes afluxos imigratórios. Ademais, ao tomar impulso a uni-
ração branca, depois da extinção do t.rãfico, a população do Brasil já beirava
7 milhões, para atingir a mais de l milhõe em 1890, subindo de 7 677 800
cm 1854, a 37 milhões em 1935, enquanto, nesse mesmo período, nao ultra-
P ssou de 4 4-00000 o número total de imigrantes europ us. A absorção gra-
dual e pro es iva dos imigrantes pelo núcleo primitivo nacional proc ou-se
r ularmcn e pela confluência das condições essenciai , em a quais nao se
poderia realizar essa assimilação: a existência de um forte núcleo primitivo como
base d comunidade de raça, em tôrno do qual se formou comunidade
étnica cm conseqj.iencia de con ínua miscigenação; a proporção rela •vamentc
fraca do número dos estrangeiros em relação ao núcleo primitivo; e, finalmente.
distribuiç o e a mobilidade ria população imigran , passando do campo à
,,
9. Carnaubal em Parnaíba. -
Foto 'REMBRANDT.
H a.. a:,obl dlldc. d• populac;&o lmicra,ite vcrificau-ae par t&l.a ·.,..U, com •penq doe alcmaa
de Santa C.tarin& e do Rio Granda do Sol, e dDI Japoo&e,. em Sio Paulo uo Amuoou
sdrm em Slo Pauto. oad cand""un.m e an omroo Edados. tiffnUD qvr fwidlr-, ír
Clidoe peJu m~ O. alcmka. ao cootririQ, qu,e se ~. d Jl34, ao
d .. Pataa, peq ptopri il'p'(.,.,..•, e em Santa Catarina, rcfQl'Pd.01 por AoYDI -t1ncmt1-,
,d ui e • • col lo.tvlo de ...,,. 9ick runJ de tipo ew-opeu.: o bolamcnto d ,
4e $00 000, ltlll;ttSUQ ■ li DO lo.tenor do &tado, ji Ião idado da obecrv■ J. l..\MaD'r, pa,,,lliu
., l!Jblbc o d wna bomaiten.. col~ alemã, durante mwto m,,p0 privada du nuc,lla com .. .._
tG1 _,_,lnft>te .... • do paSa. (J. 1..AJma:r, A• ,:oJ,,ni .. .r ..-rs no Rio Grande do Sw t-U
I.n "'O de S&D Pewo", j o d.e 1g3g), A nsirnílaçãµ doe j..,....,_,,,embcn JA N teabam ~o
fflll ..... lllll .. d j INd e . lelU UK!o obetár!wo ao ICO dael!Volfimmt.o ... i.d,b,da •
imllfute. ■ ~- de~ reôõo e, coaoenttand-, • ~ • •
......,.,_., 'rad q oe ao""' oDaàoDal. Emmdocao,camooaAinorode' _,;.,.
D1 pOrt.o de Sul'OI, dade que oe iniciall a imiuariO tnmiaeint ma IIMII. t • de 176 77S,
.O todo, o 16.S 19 o dOI que 11C (",uram oo Eflado de Sio Paulo, oo i•~ ~ P"f' d1.- Geio,
• pordem nua,a ~ -1 d 7 milbôes de b■bit:antca. O J>tOblem■ -,iiv. CUI 193G, oom reli • b&d■
--■6nic._ quando. pd caotnito ajpo,a:muan:ko, oe prctei>d.eu d<:rramar l6bn 10 000 q ~ qaadnldo•
., &atado do Am.-1, 300 000 J ■ poa . Nlo eui■ ,llmente wu problem,& de -• mN d ~~:
~ 000 j■ ..,
1111 8 mllh de quil&netroe quadrado. da Brui1 alo ~i.ri&m WD l)C!l'lao,
ClbNn9 J te. . H411u1u 01 mearr,oa 300 000 .Obre 10 000 q~ qu:adr■d1111 do o do tado do
Amuoo■.., tltulrlai:o um penso Qllc olo M> pode oqar••. (B. H.ursall, A lmifra(llo no Bc. oil • o probMou.
japon,. ln "La Prcn "• de Lima, Pcrú, li, 10 e 11 de .etembro de 1937).
-3-
34 A CULTURA BRASILEIRA
.20 A tcDdbld• de explicar pelas djftréncu dimatfrlcu ou dlrn- nca• r•d•I tócl• •• idioelncra1iH de
1IJTIear6ta nacio11al encontn • mai• Forte repulsa 110pr6prio proceuo de ev luçlo d•• 1ocied dC'I, cuj .. t:Nlna•
,~m•~ d trutl>r• ooclal e eeoc6mica oc ae<>mpallham d,e mud.0.11~ df mc.i,1allc1'1dc,n , d vcnat í•1e1 de
d nvolvlmento. Certo, tanto o clima ou meio flslco, em g~I, quanto • raço, mtmditt. como o conjW110
de fat6rn her I rloo, ctn:ma111cnte complexos ali4a, pua "" podttnm pttci..,., m pov const tuld de mi...
tun e na~ cxc:rttm illflufttcia na tanwoçio do tanpcramc,ao e do carAtcr naciON •· ,M.. alo oc pude re-
tutar • m otalldade nem prediuc o futuro d., um qnipamento b11mano un íw,çlo de • compooi(lo ltnica.
lt O qu aíin:nam CC111 t6d• lliticl6 N. Co1AJAl'l1Ull.A1ina ., •nff0•Mi0n•, uaduil pai J. OUIIOII, Pari,, F'Eli.x
At~n. 1905): e J, FI OT !La priju~ d,,. r,,sa,s, Paril. FfliJ: Alea11, 11105. "01 r, 6ramo. qw: ""' pa ... m na
-.cdack, obKrva R. HVJISRT, ímõmenOI de aeacimcuto e de dccon, e , &J-" marals, etc, elo re-
Dl)m oe ~aia e olo raibmen01 pecul:!ares àa raça. Adaa.i-. o. N ..,,.._lv • do de tal -.nara com-
p6111 que lllo e cicndlico pnx:urar dutin&uir na wa lrida ooc,ial e rnmtal, • oon 'bu cl-> d• aptl lia ari&iw
de cth,_ dcmdltas." O ~ dat raçu, cuno dcme_ot compooc•u d11at:rupoo h - estudo
de pvn1 AOn-opol ia, deve completar .... e ■ uwaT-R com o d .. oodedlld , na ua 1n11ura t cvo~, qiK t
obje da 01~· , De fllto, pan e.npugarmao • npceuio e Tlctr w , c:rlad• pano ~uir • oclcçio
1 d• ac_l biol6t{ca. - os divcnoa tipos naciooais o "pc,n n,d ", ~o f, a ONI e formados ac-
lW'IOO oe 1d 11 4'lm1i,aotcs em certa tpo<:a, lltWla edade detennio■da. O ci- mporu, ..,rn de tudo,
coab«a" .. coad de prnerameoto (.deção aocilll), uama acitdaclc, 1 to . conhecer valeres culturai1
e • otdmi Kt:W>do • qu.o.lt,e pc-ocessa essa -seleção, O a.ntr0p6logo, lica 1-1. B come11t&lldo • teoriu
de TJn;'ANw4UI e de aeu dixtpulo W. MtJ'lll.MAJfl'I,"s6 e<>Ma COIJI ot objeto do pcnrinmc,no e"'' , ino ~
com u prcdit heredltirie• ou com ns bomw1 poraidor de,r..1 ptf'dh O uJc,ítr, d• peot•u'&clo
• d■ lffAo, f o ambí ~ (bico e aoc:ial que forma o bori.oble n.J1ural, de 11111povo, l1noraodo--.. eu=. hori-
rootc, nlo M' podem jul1 r 011 cCcltaa do pa,cirameoto e ela IC'loÇlo" (dt, Mu n, Rac:e conta ta: Cel>tury ~
cnce. aenea. Th Cemury Co.: FRANI< H. R,untIN5, La , • ..., dana la viúMlion. Uc. Partlt. Lc concq,t-
ct I rõle aodlll de la race, p6g1. 203-327, Payot, Paro, l!llSJ.
O PAtS E A RAÇA 35
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CAPíTULO II
O t(abalho humano
O monop61io do pau de tinta - A agricultura e a vida rural - OI
engenhos de açúcar - A escravidã.o regulamentada~ técnica elemenw e o
trabalho barato - O descobriment~ do ouro e a:s entradas ao sertão - A!,
lavras de Minas e de Mato Grosso - A caça ao indio - As invernadas de
Plauí;, Goiás e Rio Gra1;1de- Velhos e novos caminhos - A grandeza do CS•
f6rço humano - Limites- geogTâ.íicose fronteiras econômicas - O sertão ame•
ricano e o sertão braaileiro: semelhanças e diferenças - As fazendas de ·café -
Ainda a monocultura de base escravocrata. - A concentração de riqueza e~
mãos de grandes proprietários -A vida econõmiça e as classe.s socii,ís - A mão
de obra industrial na Colônia e no lmpério - Grandes e pequenas culturas -
Os portos e a navegação costeira - Os transportes e o comércio - O rcgim.\:
fiscal - O swto das indústrias e 09 fenõmenos de concentração - A variedade e
o desnívd dos centroii económicos e culturais - As indústriaa extrativas -
A e.zploração do sub-solo.
1 1tuc~ 4 Ma 000 ou, m:tls yce,,isam•ntc, 4 814 031 constitilem. a superHcie total dM E,tados do Pent.
'renit6no do Aere, 'Mrn> º'""º e Acnno;,~3. cuju de11;idade, óio ,.,.p,cti-,a.me.nte 0,70, O,S,, 0,29 e 0,25 h••
bitantc, P'!' quilõcn:tr-o qaadra:lo, soguo,:lo a "Siuop>e Prclimiliar dOI Ri!Sillbldos Demográficos'' do Rcccn-
-to Geral de 19f0,
40 A CULTURA BR SILEIRA
Tudo, nessa terra de vida aparentemente fácil, "era dcaequiUbrio, escreve GIL-
BERTO FREYRE. Grandes excessos e grandes dcfici&lcias, as da nova terra.
O solo, excetuadas as manchas de terra preta ou ro , de excepcional fertili-
dade, estava longe de ser o bom de se plantar nae tudo o que se quisesse, do
entusiasmo do primeiro cronista. Em gTande parte, rebelde à disciplina agrí-
cola, áspero, intratável, impermeãvel. Os rios, outro inimigo da regularidade
do esfôrço e da estabilidade da vida de família. Enchentes mortiferas e sêcas
cs crilizantes, tal o regime de suas águas. E pelas terras e matagais de tão
dificil cultura e pelos rios quase impossíveis de er aproveitados econômica-
mente na lavoura, na indústria ou no transporte regular de produtos agrícolas,
- viveiros de larvas, multidões de insetos e de vermes nocivos ao homem •.
Antes, pois, de lançar as bases da colonização, cujo primeiro plano, cedo
malogrado, consistiu na divisão da terra de Santa Cruz em capitanias, de 30
a 60 J~guas pela costa, e na doação dêsses formidáveis la iffutdios aos nobres
da metrópole; o português limitou a sua atividade às explorações litorâneas
que fizeram da costa um imenso cais de desembarque e de carregamento de
suas frotas. Além do transporte do algodão nativo e de sementes, de animais
e mdios preados nas pequenas incursões pela terra a dentro, o comércio do
pau-brasil, nas suas várias espécies, constituiu a principal fonte de renda de
Portugal e do contratadores, cujas naus não se demoravam enão o tempo
suficiente para a derrubada, o transporte e o embarque da famosa madeira,
abundante nas matas do litoral 2 O tráfico dessa madeira, de grandes apli-
cações na marcenaria e nas indústrias de tecidos, não tardou a transformar-se
em monopólio da coroa, arrendado a mercadores e a grupos de capitalistas,
prov velmentc cristãos nov<XI,entre os quais se destaca, lembra A.Fomo AR.mos,
"o judeu FERNANDO DE LoROmtA, o maior contratador de pau-brasil dos pri-
meiros tempos, cajo nome ligeiramente alterado, ainda persiste numa ilha da
regi o do nordeste do Brasil' . A extras;ão, o embarque e a colocação do pau
vermelho, se continuaram a constituir parte do comércio lusitano nos três
primeiros skulos, s6 se realizaram em grande escala no século XVI e nos prin-
dpios do século XVII e não tiveram papel preponderante senão na primeira
metade do século XVI, antes de se iniciar, prôpriamcnte, a colonização que
ae abriu com a cultura da cana. Foi, de fato, no perlodo pré-colonial, que
atingiu o máximo desenvolvimento essa economia destrutiva, que, não con-
tribuindo, pela sua própria naturez&., para fixar o homem à terra e iniciar a
organização interna do trabalho, abriu à metrópole um vasto campo de explo-
ração e uma ,das suas fontes de riqueza, pela rápida colocação da madeira nos
mercados mais importantes da Europa. Segundo FERNÃO CARDIMe GABRIEL
SoAREB, se a isto dermos crédito, sõmente das capitanias de Parafba e Pernam-
buco rumaram para Lisboa, em fins do século XVI e principio do seguinte,
maia de cem naus carregadas de pau-brasil, dando o monopólio dêsse comércio
à coroa 60 mil cruzados ou cêrca de 6 milhões de cruzeiros em moeda brasileira,
por ano. Embora baseado em indústria puramente extrati.va, o tráfico do pau-
brasil, pelo eu volume e valor comercial, despertando a cobiça dos franceses,
concorreu para incitar Portugal, a fim de combatê-los, a criar na costa, núcleos
de povoação permanente.
S O 1)11ll• , de que prowta e r..:ou o nomA: d.o par,, primitivamcn n Tctra de Sm>111Cl'Ull,
era..,_ Am • , uma irvatt ,..ti.,. de que àavu. viriaa •e, ....,.. ma d.o litaral, e q11 , ,mpanad • pm>dpio
da lwi.., d o .&:lllo xm, J6 .e havia tonuido cocbccida e •preciada
• . A ônta ccut.~ q e dela.., utraia, cn. ~ par.a tiotir t (da.l • o~ o de Jolo oa 8.uaoJ,
""pau d Dct,-panot"). Apticada em 1a,p ~la. para e ow:ro,i mit .....,, • mad do pa11de tinta .-ecebea
- aad te o n de l 'Jlnum bnuik (~illuzn) do alto al. bl• , ar e, d, , ou do •nli o ccnulnico
b, ... (M. LUIID, Raw .. 1276; Dmz, Dic.. li3; A. ~. D/o. Btim, d• Uniu• portulu sa, 123) e de
LOfMSU, que• dataiflcc:,u com o oome dcs,tif",co de C. Jpin,,. uppan. ~amado I palawa • tlc:a •IIP&nl,
~JM-ft (e& cncarua4-), por que .e dQl.omiuavam u .. p&:ies • itlcu. l.adioe bna!lâr01 ~- •
- madeira ibir4•J»f•n'-• (pau vcrmclllo).
O TRABALHO HUMANO 41
& e p s. Certamente que, sem êlc, ela não teria sido a principal coisa com
que o Brasil enobreceu e se fêz rico". A introdução da escravatura negra,
regu]amentada e imposta pela necessidade do trabalho barato, como os ca-
naviais e as plantações de algodão, na América do Norte, determinaram a
importação do braço escravo, foi u,m dos aspect~ mais importantes e um fato
das maiores conseqüências étnicas e culturais da economia agrária e da indústria
que "primeiro permitiu que o país se pudesse reger e pagar seus funcionários.
aem sobrecarregar o tesouro da metrópole". Na construção e no desenvol-
vimento da estrutura econômica colonial, baseada no açúcar e no trabalho
senril, entraram, por igual, a cana verde, a terra branea do massap!, o escravo
negro; a planta da Ásia, a terra da Amérira, o homem da África, utilizados
e explorados pelo poder de organização e disciplina do colonizador europeu.
- o português, que, dominando, naquela êpoca, o comércio mundial, viu asso-
ciados como num símbolo os quatro continentes, na sua mais fecunda obra de
colonização. '.a, certamente, graças à capacidade colonizadora dos portuguêses
e de seus descendentes brasileiros, de um lado, e de outro, à capacidade de tra-
bf!lho e de submissão dêsses 1 500 000 escravos importados para os cana-
viais e os engenhos, que se multiplicaram os núcleos de produção, atingindo
a 238 f'bricas um século depois de estabelecido o primeiro engenho no Brasil,
que coube ao Brasil, já no século XVII, a primazia da produção do açúcar
no mundo. suficiente para abastecer a Europa inteira, e calculada, nos três
culos do Brasil Colônia, segundo ROBERTO SlMO SEN, em 300 milhões de
libras esterlinas. O açúcar, - o maior artigo do comércio internacional,
ocupava, naqueles tempos, o papel do carvão que veio a fazer mais tarde, na
civilização industrialT a grandeza da Inglaterra, cuja exportação total, por ano,
em meados do século XVII, não alcançava a cifra de 3 milhões de libras anuais,
da produção e exportação do açúcar brasileiro.
Por maior, porém. que tenha sido o valor economico atingido pela cul-
tura da cana e pela indústria açucareira no Brasil, ' não é stc o aspecto mais
importante do regime patriarcal de economia, que exerceu as mais profundas
influ!ncias na formação social e histórica do povo brasileiro. Foi com o ciclo
do açúcar que se instaurou a colonização. O engenho foi, na verdade, observa
BARBOSA LIMA SoeRtNNO, "a primeira fõrça de atração para fixação do imi-
grante strangeiro. Nêle tivemos a primeira fortaleza contra as arremetidas
do gentio. Elemento permanente de civilização, ~le criou, nessas terras ainda
selvagens, aquêles núcleos de intensa vida social a que já se referiam, com ex-
pressões de entusiasmo e de surprêsa, os cronistas do século XVI". lt com
a formação patriarcal e a economia escravocrata que o conqui tador se trans-
forma de traficante em colonizador, realizando a po e do meio geográfico, e
surge, ainda que sàmente ao longo do litoral, como modificador da paisa,gem.,
violentando a natureza, para sobrepor às regiõ s naturais uma paisagem cul-
tural, fortemente caracterizada pela "casa grande" (~ a casa que revela o
homem). pela senzala pelos engenhos e canaviais e por tõda essa floração mag-
Ih prud ~ do vi
~• do nç\kar qu" " Fra Mal'titw~ e
7 Iatnld1Uldo oo Bani, aioda a.a prlmdn metaclc do .eculo XVI, prov.lvclm te a.a c:ap tallia de 6 o
Vocaiu, foi o pd.o vaami 1""'"'1odcpM l)At'8 • Bahia e outra cspitauuoa do Norte. Ao q~easioa A11úwo Põno.
o pdo bruilrin, de ID Vlc:cotc, etffl>d<:tldo-oc para o $til, iruc:iou • c:ria,ç3o bovlna D<> Parqua, par. aaâ foi
lendo m ISSS c d CIÚOarcbe:ohOI proveio todo o cado que oe ateadcu do Oru =-a do Rlo d• Praia,
cai!e Portu ai r OU, • Col6 • do S-mcnto. "Na d_irccão do oeste cht:'RE'am ot CWT e pdo, - lembra
~ ÃJIIHO. DS Cl.o hAMco-,. Goib e Mato Gt- c:DqU&Oto o futuro território .. ' I" ",
1111ta da mio o, J6 lft bnvado pd criadora de. Sio Vical •. &> norte ■ c:riaçlo p,11taril • dwramou
do ~ • Ptto,untnaco, aftl)Ç8t)do par l>Od.oo D«deffe, e úinci:xlo o 1CU -... deac:o..al "" ,
~ do rio PrucilCO. Pol para rqiio que ""dibtsram OI d • d G41lC1Ao·AVIU, com,.
panhciro e d Tolld D ■ Sou-u. fund.adot da r-=- e- da T6ttc, • malar lucDda d" avç:lo QO Br •
C'Qjo1.to, - em tamllllha quanbd e q e o prõprio potcatado Dia Nbia o aC.-0 -, aw v• pcw ~•
e I_,... de pllJUU'ia " C\lla perfldc IIC tmcü par 7 ■ 8 ~ por c:attll de l SOOq ~ de tcna a
rio,pdoaado ■ d cro. B'.r&wda bnuma,mlllllAl>ha,dcq,:u,""~" i.r.o ,CIIUDI
de lt■,POA e o htor■l •~ perto de 5er&lpe,a C... da T&Tc, cm Tatu.ap&B, en uma i- propdcd■de fnodal,
com seu v o e t(l)to de moradiq, m di, dcf. e bal- vi&ilaatc.e com campa■ de cri çlo de-,, •
• "alpiu d eanala por tctn adlar,:tc", no tataawiho de G.ulaa;L SoA.llu (1584). UDdo Pao.a
C\Lll0N, • Cua da 'tõrre, ave Bahia e 5ercipe, aerviu de ponto de visia e de ccntro de a o ml.lltar durante
aa ..-r com o ' , prutaodo • çoo ADiDAlados na looga. CIIJJIJ>llllhaeolltra o, holabd it Ili• qc,c
• prq,araram e foi dai que pjUtirem tamb6m., aguenida.1, diversas cxp:,diçac,, e eotnd .. ao tlo, a.lo a6 pal'II
«m>batm" o o como alada para catar mil,Q de prata. unto CAL1101t,Ri•l6r~ d• C..u da Tdua, L vrarla
Jo.f OJ!mplo, lo de Janeiro, 1939),
/\ ~ULTURA B A
8 P. J. Tu,o,s~. Th• r~ontl r ln Aoierleen Bi•tory. P61. ll, J\fe• Yorlr, 1916.
9 Aa fr011t ru polJ da Am&ic:11 portucutsa rcduzúun-11c. no dilCC\llo do e&ulo XVI, qu- l
ra;. do Utonl, em q11 OI p.-toa e • primc:inu c:i,d&cle9auinalavam, com OI ...... ..i.i. e OI ,t~ d • car,
a p,-c
com •
=-
q
pdo colonl.udor hmtaJ>o. A coloomçào iatcrna do pah começou ~maite
poac:o al&n do debnlm litar&oeo, OI Um.itw ck upaodo ff006m"
turit q oaado de tapuia - ribciru QIK OI pd ID,rlldi.m", e. •nnc,ando
pdoa ~tributam drtivame<rk para lllarg.l-1 O &ado en uma lnvulo.
O rc •• cuninbando". N apcdi pelo .«tio. • Dilo annu
a a, od • o cado e: .. ttopm. continuavam• ■v~. d bl'av■ndo o Interior,
dli. ~ dBes o dcscnvolvimc:nto • M .. , r •
tdnu ·--ani-. na do aklllo XVW, haviam .ido dmiaraOU pelo ~o lt'&tlld
eit - ltn du colõnia, esp,l:DbolAso mri
lOII Acre, Íl'Otltciru ~ mal a
Par , ~ •• GQjh e Mato G
o que: de valoriu.eto do territõrio pOlf • ou de loc:crporaç1:, à vida
ui1tadaa. Aa de«10bcrus e• ploreçio d. mlriaa e• tant ol)an
, o ch....,,.m • maoter, ati onde. foram impelidu, •• frooleinu tton6micu
que, DOIKU mo llDI mudança• dc: direção, dc:nuncl■YUD .. nu,:uaç& dctcn:c nada■ pela
dcoc,obcrt,a de e no..,.. mina• e pdo cqota.mcoto p-adual d.- an cu pa1t& Vll e nu de
mhu:raçio.
A CULTURA :BRASILEIRA
------------
nmna 96 direção e acompanhada quase sempre de progressiva oolonização in-
tCJ;Ua e a expansão geográfica, no Brasil irregular, desordena.da, realiza.da em
quase tõdas as direções, sem um desenvolvimento econõmico paralelo ou si-
mult eo. Sem dúvida, o sertão (palavra cuja morfologia usual proveio, como
mostra ALBERTO RANGEL, de de.sertão, amputada a primeira sílaba), foi,
tanto na América como no Brasil, "a isca e a miragem dos povoadores iniciais
e o grande excitador da energia nacional": os missionários do evangelho, com
seu catecismo, o vaqueiro com seus rebanhos, o bandeirante com seu arcabuz
e 01 mineradores com suas bateias, sucederam-se oo Brasil, sem se sub tituirem.,
no e:afôr~ civilizador, abrindo caminhos por onde continuavam a avançar as
migrações internas, impelidas em direções diversas, na obra notável de cate-
quese dos fndios, na procura inc~te de pastagens naturais, como para cap-
tura do aborígine e a descoberta e exploração das minas. Nos Estados Unidos,
"a zona do sertão era principalmente constituída, escreve Rov NASH, por uma
linha onde se dava o embate da onda hwnana que, das regiões colonizadas,
avança'V'a rumo ao Oeste, num período de tempo que se prolongou por 300
anos. Essa linha (acrescenta) acusou um avanço regular ordenado, sem ne-
nhuma solução de continuidade, através do tempo até 1849, quando a corrida
do ouro, na Calif6rnia, transportou de chõfre, num {mico e formidável salto,
o limite da vaga humana às praias do Pacífico, muito tempo antes de ter paa-
aado a fase inicial de colonização das Grandes Planfcies e das Montanhas Ro-
chosas. Maa. no Brasil, já em 1700, o descobrimento do ouro (e anterionncnte,
poderia.moa acrescentar, a descoberta de novos campos de pastagcn.a) partia.
em rnilh.arel de fragmentos essa zona fronteiriça, - entre a parte colonizada
e o sertão dcacoobecido -, projetando a população sõbre um território ilnen$o,
como pelo efeito de formidável bombardeio aéreo". ~ fcnõmeno d dis-
persão que resultou do fato de se estender o sertão no Brasil "em fundos pro-
porcionais à d~edida linha de face ao oceano", abrindo às entradas e ban-
deiras tres direções, ao norte, ao sul e ao oeste, enquanto, nos Estados Unidoa,
a vaga humana se desenrolava sobretudo na direção do oeste, trouxe, com
efeito, a maior expansão geográfica de que tem conhecimento a hiat6ria, rca•
lizada por um pequeno agrupamento humano, mas não permitiu que ae colo-
nizasse , ou se valorizasse econômicamcnte a zona ertaneja, mantendo, até
oa ai.bares do século XX, ao lado de .uma estreita franja de civilização, debru-
ando a costa e cobrindo o planalto nas regiões mais próximas do litoral, a imen-
sidade do mato-grosso, das florestas e do sertão, com seus terrlveis problemas
econômicos e sociais.
Mas, se de tôdas as terras desbravadas pelo homem, nenhuma delas, a
não ser a região das "minas gerais". atingiu uma den idade de exploração e
valorização econômica, equivalente às conseqüências politicas da expansão
territorial, as catas e as galerias da mineração, sobretudo em Minas, e as trans-
formações da paisagem, pela derrubada e queimada das matas, acusam forte-
mente o esfõrs;o humano, na conquista e na utiliz.ação das riquezas naturais.
Não que a exploração do pau-brasil e a colonização interna, imciada com as
plantações de cana, tenham feito recuar o manto floréStal de grande parte de
sua primitiva extensão, avaliada em cêrca de 4 milhões de quilômetros qua-
drados: a montanha continuou a servir, como ainda serve, de lugar de atração,
no planalto ao lado de planícies insalubres e invadidas pelo pântano ou pela
floresta bostil, na Tegião setentrional de Mato-GTosso, cm Goiás e no Ama-
zonas. Mas, como a floresta, sem a qual a terra seria quase inabitável para
o homem, foi sempre, no principio, a grande inimiga da colonização, a luta
contra a floresta, sustentada pelas derrubadas e pelo fogo. foi um elemento
modificador da paisagem florestal, substituída pela cultura, estendendo-se nas
27 .-
---c-~---
~
-
. Casa Grande cio Entenho d ,--
----...
Desenho de eMMe;aipe, constr
anuel Band eira.
• uçao - do !Sééu I o XVll.
29. Antiga Fazenda. Ttnbor:,í. Eslndo cio Rio.
Foto ST!LLE. Coleção da Faculdade de Filosofia de S. Poulo.
30. antiins.
Méquinas B4r1co111s
Pavilhão do Musou Pauliota. Foto do Mu,cu Pauliatn,
31. Pouso de uma tropa (princípio:; do séçulo XIX).
RUGE.l';DAS, J. M, Voyage Pittoresque .au Brésil. 1835. Pr.oncha 3/ 19.
32. C.ítefra par., viagens. -
DEBRf:1', J. .B. - Voyage
Pittoresque et H.istorique 2u
Brésil. 1834 . n volume.
Prancha 16.
33. Lava1.em de
ouro, perto de
Jtscolomi (prin•
dpios do sé-cu/o
.XTX). - Ru-
CENDAS, J. M.
- Vova,ge Pi.t•
toresqué ao Bré•
sil. 1835.
Prancha 3/22.
34. Garimpeiroa. Mato Grosso.
Foto REMBRANDT .
35. Gari1npciro."1. M::lfo Oross<>.
Foto RBMORANOT.
36. Toccl~ir11 - Fo10 da Cadt-lr• de Coo-
an,íla d<>Branl da Faroldad~ de Ftlosofi.i
d@ S Paulo.
planícies ou trepando nas vertentes das colinas. e pelo sapê indígena no Brasil
ou pelo capim gordura, de origem africana. cobrindo os campos, entre velhos
e grandes troncos abandonados no chão. A difusão do capim &ordnra, observa
PIERRE M0NBEIG, "acompanhou a destruição da floresta pelo fogo, a grande
técnica agrícola primitiva (a coivara, como lhe chamavam os lndios), fcrra-
ltlenta essencial do caboclo, tai como o notou A. de SAINT-lin.AIR:E, mostrando
a evolução da vcge ção após a derrubada e a queimada da floresta. A pai-
sagem vegetal mais freqüente, no interior do Brasil, é o cerrado que parece
natural, mas não o é; não é difícil pensar que no Brasil, como no Sudão ou em
Madagascar, tais paisagens são produtos do fogo". A ubstituição integral
da paisagem florestal por uma paisagem humanizada, devia começar com o
novo ciclo, econômico, o da lavoura cafeeira, 10 sôbre que assentou tôda a
trutura econômica do Império e, em grande parte, a da República, e graça!i
à qual a cidade de São Paulo, "de pequeno burgo que era no fim do Império;
passou a ser um dos mais importantes centros urbanos do mundoº. A tropa
e a escravaria, e, mais tarde, o trilho, o canúnhão e ~ machado do derrubador
de matas, abrem o caminho para a nova cultura; e, em lugar de florestas se-
culares, desaparecidas diante da investida devast~dora do machado e do fogo,
lastra-se a ..onda verde do café", galgando as serras dp litoral e estendendo-se
ràpidamente pelo vale do Paraiõa do Sul, entre o Rio de Janeiro e a cidade
de São Paulo.
A lavoura do café cujo alvorecer, em princípios do 'culo XVllI, coin-
cidiu com o crepúsculo da mineração, adquiriu, de fato, tamanha in ensidade
que, já em 1820, subia a 100 000 e em 1830 a 400 000 sacas a exportação, pelo
pôrto do Rio de Janeiro, do produto colhido nas plantações próximas a
cidade, - ponto de partida do novo ciclo econômico,, que devia er em São
Paulo o u principal centro de produção. Era com ramos de cafeeiro que
D. PEDROI fazia enfeitar o chapéus de seus oficiais e as espi arda de eus
soldados; e o Império que fundou, tão ligado se sentiria ao café que, conforme
nos lembre AEo so AIUNOS SOBlUNHO, "colocaria, também, mai tarde. um
ramo da planta como stmbolo da economia nacional, no seu escudo de armas".
Do Rio de Janeiro a cultura, desenvolvida, como a do açúcar, "s bre os
escombros incendiados das grandes matas tropicais", espalhou,se pelo interior
de São Paulo e Minas, sobretudo às margens do Paratba do Sul, em cujo vale
,predomin~u até a década 1880-1890, mantendo a p~a do põrto do Rio
de Janeiro, no comçrcio brasileiro. Entre nós, esq-eve ALBERTO RANGEL,
""' âgua não só dessedentava, mas conduzia e enrí9ava; nas areias fluviais,
entre os acixos rolados, retinha-se a palheta do ouro e a pedra do diamante.
Três proveitos e pantosos para o estabelecimento e o movimento dos aven-
tureiros". O rio Paraíba do Sul que banha, numa larga região, a antiga pro-
vmcia, hoje Estado de São Paulo, e atravessa o Estado do Rio de Janeiro,
oa sua maior extensão, teve assim, relativamente à lavoura do café, a função
que exerceram os rios Bcberibe, Una, Serinhaém e outros. no ciclo do açúcar;
10 O cale ' , - plan us:ll ena d.a Abwíaia, tomou o .eu nome atwil (cafí ) d Karl'a, WNI du
pco-.iada, que c.m twam, a.a & 6pla, o ecu habitar origjnâôo. Tqi pxt:ada pcloa ..,.be,t para o ICU JM{t,
roí larKalD u dlru.nd o, d • o -'cw Vl, o.a Ar.tbi:l, q..., mankve por muito tempo• ezd vld6dc da prod.u~o
como b blda ojlC{ ai, C■ pcl .. re,triç,õc,a maometaruu, imp"" ao u,o de beblclu alco6Uc•■• e dond
1e íuia por oka (dai o n de um do■ tipoa do produto) .a apxtr,çã:, para o oddeo. D■ Suropa aadc JA
niatl.a uo X VJ I desdna o do cale, fai tnu,,spiaDtado para • Am&ica em 1710, por um ofldal
da muinb■ íraDCQII0.urasu. MATBJlt'U Dit, CLm1I que. em ~ pua a Martimc■, 11&1 Ancilhu, plantou a
ilha o■ primdto■ ucmplata de calcdro. Bmb:ic-a poD'!<J depo,u. jl em 17i7, d.,,,_ o car, trado no Bruíl,
truido de C■l aa por FtA1'C11CO Da uo P.U.H'ff.A, o'1d.i brasileiro c1- trop coloaJ.al portuauha, o a!t, 1)1'1•
Dlitfvamono culti1111dono P..-l, 116um .«Ulo d~~ a..,.. explorado micamaite, e olo foi eni o
,.. eecunda.metade do lo XVtll que, tran,plantado para o Rio de Janeiro, .S "o IIOCltode partida do
""" o d avol,rimcnm", (Cfr, AForno . TAtlNAY, Hi.stl>ria.do caf6; BAth.to D& oA.Llll.af, O o."
rui hht6d■ , 110 /olo/or• • nu ba.l■ •.artu, 2.• ed., aumentada e melhorada. s&ie Bratlllana, vol. 17~,
Comp. Edltcn NadoA&l. Slo Palllo, 1939; W~ Utt&U, A11 a.boul coffH)
50 A CULTURA BRASILEIRA
"Nesse 1argo período que se estende por tr~ séculos ~ meio, da Colónia aos
fins do Império, tOda a atividade econômica, com exceção da criação pastoril
se desenvolveu segundo um regime essencialmente patriarca] de exploração
da terra, nas duas grandes culturas (açúcar e café), entre as quais se situam
s indústrias extrativas do ouro e do diamante, apoiadas, como aquelas, no
braço escravo. A classes que essa sociedade sobrepõe, no seu processo de es-
tratificaçao, tendem a diferenciar-se nitidamente pelas suas ocupações e pelo
e estilo de vida, que variam da aristocracia rural das casas grand e da
fazendas, para a burguesia das cidades, constituídas de comerciantes, b -
queiras e exportadores, como dessas duas sociedades, rurais e urbanas, para
a massa complexa e tumultuária dos trabalhadores livres, vaqueiro e cam-
peadores do ertão faiscadores e garimpeiros de Minas e Mato-Grosso, pes-
cadores e seringu •ros do Amazonas, peões e carreteiros dos pampas. A ex-
ploração agrícola da cana, que jâ nos meados do século XVII, deixava perceber,
no norte, o e b6ço de uma primeira aristocracia, - a dos senhores de engenho,
e as plantações do cafeeiro, a cuja sombra irrompeu, no sul, no século XIX,
uma nova aristocracia cravocrata, alimentaram no litoral uma civilização,
de que participaram s cidades tributárias da lavoura, enquanto se dissemi-
navam, nas suas aldeias longínquas, nas suas fazendas e propriedades solitá-
rias, as populações dos sertões, cujos trabalhadores lhires, mestiços, cabras,
caboclos e matutos, não tinham sôbre a massa dos escravos senão a vantagem
da natureza bruta e d atmosfera de liberdade. O homem branco do litoral,
encerrando o ciclo das bandeiras e das minas, isolava-se cada vez mais do sertão.
As atividades agrkolas, como as da mineração e as da criação pastoril, absor-
viam, por&n, todos os capitais e mãos de obra disponíveis não permitindo,
no período colonial, senão a indústria doméstica, resultante da falta de relações
p:>r ·solamento fisico, a indústria complementar da agricultura, como a dos
~enhos de açúcar, pequenas indústrias, autônomas e dispersas, em cid d
do litoral, além dos estaleir navai em que se construíram numerosos barcos
de madeira e que vieram a adquirir grandes progressos, no Império. A popu-
lação extremamente rareíeita, na Colônia, ainda mesmo na orla maritima;
falta de núcleos cond dos de população; as dificuldades de transporte que
ae reduziam às trop s e aos carros de boi; as distâncias imensas; o regime de
escravidão e de la •fúndio na exploração da terra, e a pr6pria política
treita da Metr6pole que proibia, em 1766, o ofício de ourives e, por carta
régia de 1785, tadas as manufaturas de rios, panos e bordados no B il, con -
titulam, como observa R. SIMONSEN, outros tantos obstâculo a qua1quer surto
de manufaturas de valor, no período calo.nial.
52 A CULTURA BRASILEIRA
16 Cír. Boll1..Uf1:>t (]l'ram:o), 11probl11ma deli com.municaaior>I nel ..colo XVflf" I ,mi rapportl
col Riaor~lm•nto 1(11/lano. (~tau dt "'ic-, e p<>!ltiehe diritt,, d•1 Prol. Prsno v..,c:CAIU, S&ie B. vol. lfll
Peri1, Torino, 1\-«earoi, Tw,,l,.e.111. 1!132;a ao Y IJ. W.l, Srorr of th rOt1d feootudo■brc,n do e aamt■ nci
o ~ml!tho ■ lravn dcrt ttmo,nl, L'2tulo~, AI ~. M,cl_ & Co., 1931: LII fioc Ulllt (Yvnl, Le• rout••
ar l•ur ,.., niqu "· P ril, Al~•11, 19 : Vu.n (Pi:n-c,l, l.,e rail eTl• to.ui•.,,..,, rOI, d•n• 111probll>m• fllnllra I
do, tren•p::,t<t • •nE,o.,111n . ln " ~ d'l:llltoito ko=miq\le •ot a'>Clale", 11.• 30, 6c. 1111D!e.11ovcmbro
de 193'1. Llbr. Armaod Colllo, Parb.
54 A CULTURA BRASILEIRA
11 A xt:c.n~o nove 6vel de rl01 bra,Ucir01, jâ CO!lhecldo, e ext>loradao, E caleuhttbl por •lto por RoT
Nil9H (70 mil qullOmctros', 11uan o a.lia parece exeed.,. de 44 mil 11ullõmetro1, 011 m11!1pred monte, eiiuodo
d~doHrfídlil,, de 13 !>SSqullõmctro•. S601ent~ o Arnuona·•• com uma profundldade m ~\ma d 10 p61 de cnlodo,
dltP<le de um ti lema nllvCj16vd do 25 4411quilõmc1r,,., ou ,ejam S7,8~% do t<>t.1 n,wagAvcl do ii•to. A nave,
gai;íto no grando:i rio acumtrlon ! foi aberto em julho de 1857 aos palsa atran,.C!lros, a,, em agó o
ano, par • de Pen o, pa.ra llngrr o põrto d .. Piranha,, a pril;ldro vapor que n•vcgou o dono o.
Brnil-1938 - A 1' .,, evrv ,y of buuiU n /ifo, Servisa Gr(,ljco do lnttlt'.1to BrlltUc ro e
Eatathtka, 193!1.
1 D quatro prindpal i6rlos que partem do Rio d1t J1111e:iro, doit ao mirooe, o qu vil
para Mina,, por- JW-. de F«n, Ba 2ba.r6 e, pel<>vale do Ri:> ds, Velhat. att Pira :,,ra, e o llc • t.nça
para SI Paulo pelo valc do P . oo caminhos anti11os de Mins, ,. de S lo CII•
mlaho vdllot, aa-avl1 do vil• do q e o eni:,cllbciro diri ►ra a p:,n d que
parte de Silo Plluc, o B 1ti , um c !Dioho tradicional, up•tdam, n co, 01
trCAJI que COCTCtn d Salvador par na bUHlle& do Sât> Francbco. NID !Ih o do
an • o caminho da St,-r-. o 11, ~ d,- rod•gcm que cal10<1o plaa awo.
Chqac yfvun boje, nu grande. • coab~m ahinóriapitorac.a,c mqu
a rude ' • ae m pr 111:r.:s a fio, - a
l;xnm de bWTD por b
em que, ~e,u, cm ~umo, p:r~. nãl> rodava ou
~o .,er "-
lt
• t:lpsis fcrnJ~ bruileiou, em I n, ; ta
da Bca• ~• suvi:1a de ~ de ferro i • do
Sio Pa11.I us., dtnl> pn,j~ a<> a e, alai.Vit6ruo
atf Curi do Panatú. Al&:a d~ w,u [111n corr•:I• ••
ridfo,,.■J chi:a de 3 2U q~?trOl de -
c■.d■ 110 n :, p:x- R.::ife, e .,... q11e se eacoob,o uma r e •
de rhz:n in:lil;àm nni e. ,Su de ícrr:,,
m "nemll de vt..~. D= S:b S~J.,11:br, oa B.iila, e
rcc-ro em qU&tr dua, mw im;,xt.,,:i~ ••h u q e se t::1tini at6 a bt -
dec:o, uma ao lon o do Ut.:ral, e 011tl'II at6 Ju11 ein> em plen.o •~o (a Qreat W tua, com. 1 741 qwl6metrol).
56 A CULTURA BRASILEIRA
alcançara São Paulo e avançava por Minas, rumo à barra do rio das Velhas;
a Leopoldina, em direção nordeste, para Vit6ria, e Rio Doce, no Esptrito Santo;
a lngl que se inaugurou em 1867, para ligar Jundiai, ao pôrto de Santos;
a Mogiana, na direção de Goiás, e a Soroc.abana que roda para a barranca do
Paraná e ia entroncar-se mais tarde com a oroes e, e a Pauli ta, - uma
das melhor estradas de ferro do Brasil passaram a integrar o sistema ferro-
viário, a serviço principal de três Estados: Rio de Janeiro Minas e São Paulo.
A zona cafeeira paulista começava, já no alvorecer do ~culo XX, a ser cortada
por cxcclent estradas que se distendem e irradiam, emaranhando-se numa
vasta rede de ramais e enriquecendo por tal forma o sistema ferroviãrio que,
cm 1937, o Estado de São Paulo já dispunha de c rca de 8 635 quilômetros
de vias f~rreas, ou quase a quarta parte do total. de estradas dêsse tipo, exis-
tentes ntão no Brasil (33 521), além de 15 mil quil6metros de estradas de
rodagem lançadas em todos os sentidos. Mas o desenvolvimento notável,
nos princípios dêste século, dos meios de transporte, pela construção de es-
tradas de ferro e de rodagem, na· região mer.idional do planalto; a superpro-
dução cafeeira e o conseqüente refluxo de colonos para as cidades; os fenómenos
de ond nsação de imigrantes e de concentração urbana; e a formação de um
mercado interno de alguma importância para os produtos industriais. cons-
tí wram, com a construção de grandes usinas de energia elEtrica, segundo ob-
serva R. Sn,10NSEN,os fatôres essenciais à evoluç o industrial que se acelerou,
a partir de 1905, para tomar. depois e em conseqü@ncia da guerra européia,
novos impulsos e novas direções. O Brasil que continuava a er na cultura
do caf~ a ba de sua estrutura ecooomica, já se encaminh va para um regime
novo que deveria colocar, nas formas mais móveis da fortuna, o eixo central
da sua atividade econômica, orientando o seu esfõrço, com a expansão das
riqueza , dos transportes e da mão de obra, para a produção industrial. A
própria evolução da indústria paulista, cuja produção atual representa para
mais de 43 % da produção nacional, e não excedia de 16 % cm 1907, de 20 %
cm 1914 e de 33 % em 1920, mostra, no entanto que o fenõmcno industrial,
intensificando-se nesse Estado a partir da guerra de 1914, se manifestara em
outra regiões do país como o Distrito Federal, Minas, Rio Grande do Sul e,
ao norte, Bahia e Pernambuco.
Assim, a indústria nacional que, no Império, s6 passou a ter algum valor
ponderável a partir de 1885, apesar de várias entativas anteriores para im-
plantar indústrias no Bi:asil, não cresceu consideràvelmente senão no século
XX, por um conjunto de fatôres favoráveis, ligados alguns ao surto cafeeiro,
no planalto, e outros determinados pelas repcrcu sões da gue1Ta de 1914 no
mercado brasileiro. Certamente o século XIX em que se operou, nas expressões
de VICENTE Ltcfmo, a mais violenta transição econômica, com a substituição
do binãrio "ouro e escravo" pelo binário mais enérgico "máquina e carvão",
foi o século da mãquina a vapor, do carvão e do aço e, portanto, da revolução
industrial. D de os prindpfos do século XIX, entre 1808 1821, em que
D. JOÃOVI se esforçou por desenvolver a siderurgia e mandou vir técnicos es-
trangeiros para estudarem a possibilidade de organização da indústria no Brasil,
até o VISCONDE DE MAuÁ que, entre 1850 a 1870, procurou por tôdas as formas
incutir no meio brasileiro um espírito industrial, "fundindo, forjando, armando,
t'Ollstruindo", promovendo a construção de estradas de ferro, de portos, de
DO oortt, u,lnalam outra ea!ndà como u que do de Pel'Nllln1 • T n , no Plluf, e d.e.SJo Luá, no
Manah o,• 1'ttoina, na rqião oddental não se eocontra • tnda ••lbmort, com 366 qllilõmetn>t,
de 1111>Allt4oio • QIUl,jui-M",rim, e ns """" aodaatc. • q v Ca.mp, Orande • Carumb , m, M■ tó-0 ,
o checari, cal a, • uma étirna pi,:rte d.o tetritó<io bra ·1eiro o l!)tSI d rql uvida~ par- estra<!u de fttro,
u qual• (pai , como e.crevc Rua.ma DA Ct11fflA,.... o c,tnd de (erro r I m antes de tudo de
DONO proar w" ,) d envolveram mais na• tti do ■ç6ca, e do caca IPern.am co e Bolilal, oo aartt,
do cal: , oo 1uJ (Rio, SIO P■mo e Mlila,) e na do com&cio de couro e carn (Rio Ora d do Sul), mlll'cando, c,om
oa prlnclpala centro• econllmicos d.o pais. tamMm. cs uw, prioc:ipa,ÍI entro, de cultwa,
O TRABALHO HUMANO 57
Jl'ola pu1ir de 1920 que ,e rqbll'OU • awar cvvl..ç&o industrial, ao e...,;1, e ~lanneo
Paulo. O foi o era ·men d• P"odll~ fabril. - portado de 1919 a 19311. •v.n. pd qlilll
,. • A proch1clo al !l'lpd moeda quae quadnap&ou 110 Bta I; qllln ·eou em lo
Paulo. O n6 de optrAti qac •1ÍJl&la • 275 Sl2, aqutlilo o ~to de 1920, d ltJII 19311.
a inai de 11.S0000. AI umnu d en~ d&rica, calcula.da,s em 3SD, subiram a l "a00,m, 11118.cam uma produçb
guue 4 v Nl)e'lor • do ano que ae t- por p:>atD de part:i.dL Nlo li menos plíicativo o ouwlmeoto
do,, pOrt09 br ' em que o admcro de ftlrV'.iot, ent1'1ldc. e n!:io,, com unn. cvga de m • de J 7 rotlh6N e 500
mil tont!llda,, ,ubiu de 23 ns ~ 3!1 170 em 1919, para 34 1188e 34 063, cm 19.37, coai ctrc de 50 mllb de lo•
nelada1, pua o comerclo tr I\Jatll.o o e c:o,tciro. (BraziJ-193B - A ª""' eurraJ' of brui/í■ n Ufa, Savli:o
Qrifia, do la, tu.to B d• Oe<IFcallae <&11stica, 1939').
58 A CULTURA BRASILEIRA
BIBLIQG,RAFIA
Bturo L os oão de) - Pontos de partida para a hist6ri ec:onOmica do Bra...;J. Rio
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CAPÍTULO 111
As formações urbanas
O sistema de povoação marginal - As primeiras povoações, entrepostos
de comércio marítimo - A face. da civilização urbana voltada para o Atlântico
- Cidades fortificadas - As invasões entrangeiras - O contraste entre o
esplendor i:uraJ e a m1séria wba11a - Em proveito dos engenhos - A 1íbu-
dade, condição dos habitantes das cidades - A ação d11 burguesia urbana
sôbre a sociedade feudal - As guerras e explosões nativistas - As cidades
no plana.lto - A Vila de· Piratininga, â bôca do sertão - O perigo constante
das incursões índios - As bandeiras
de despovoamento das
e o cidades - Vila
1 W.s11iR (Adna-Ferriaj - The Arowth oi the citiea in tJ,e n,"net<Jenth centwy. A atudy in Sta•
tutlet. New Yotk 1 Macmillan, Loncl1>n, Kiag o\ Sou, 18~ll; cfr. SHJ>Hl!N59N, Borough and lo.w1t. A 1tudy
ot urban oriQ:inl in Eni:land.
62 CULTURA BRASlLElRA
que é "d intensificar as energias coletivas, de levar ao mais alto ponto de de-
senvolvimento possível as capacidades latentes e dispersas na população".
A civilização de que elas são focos, não pode, escreve DUR.KHEI il, ser obtida
por outro preço, e as cidades que determinam essa superexcitação de enet'gias,
s6 pelo fato da concentração, não consomem, portflllto, sem 11ada produzirem:
••o que custam à sociedade, é largamente compensado pelo que elas lhe trazem".
Se, porém além da concepção do papel das cidades no desenvolvimento da
cultura, se considerar a luz intensa que projeta sõbr o fenômeno cultural a
análi e da evolução e decadência de nossas cidades, na Colônia e no Império,
compreender-se-á melhor o alcance que repr enta, para n6s, o estudo das
formações urbanas, no Brasil. A posição dessas cidades, estabelecidas geral-
mente .na orla marítima, e a sua ascenção e decadência, com as sucessivas des-
locações do eixo da economia nacional, contribuem, de fato, para explicar não
s6 o sentido de nossa cultura, voltada para o Atlântico, como as origens e as
flutuações dos centros culturais, ritmado~ pelo progresso das aglomerações
urbanas.
A extensão enorme da costa e a necessidade de nela estabelecer, para a
sua defesa, os primeiros núcleos de povoamento e, sobretudo, os objetivos de
Portugal que antes cuidava de explorar do que de colonizar, impu eram aos
conquistadores da terra o sistema de povoação marginal e os levaram a semear
de vilas e colônias o litoral imenso, nas enseadas e ancoradouros que oferecessem
abrigo seguro suas naus, galeões e caravelas. As antigas povoações e fei-
torias, anteriores à divisão do Brasil em capitania& hereditárias, como Olinda
e lguaraçu, cm Pernambuco, Santa Cruz, na Bahia, Cabo Frio e Rio de Ja-
neiro (Vila Velha) e as velhas vilas primitivas, como São Vicente, fundada
por MARTTM AroNSO em 1533 e Olinda, por DUARTE COELHO, no regime das
capitanias hereditárias, não tivecatn outras origens e denunciam, nas crises
que atravessaram e às quais algumas sucumbiram, as dificuldades extremas
de sua formação. O único núcleo colonial mais afastado do mar é a vila de
Piratioinga fundada no planalto por MARTIM AFo so em que já habitava
o famoso JoÃo RAMAI.ao,com os mamelucos seus filhos e parentes. as ca-
pitanias, que partiam tôdas de beira-mar para o ocidente ate onde entestpssem
co111 as colônia espanholas, o que -importava, an es de tudo, era a defesa contra
os ataques do gentio e dos navios corsários que constrangiam a colonização inci-
piente, e já em perigo, na e0 treita faixa de terra entre a vastidão do oceano e
a dos sertões, povoadas de numerosas tribos selvagens. A evolução do par-
ticularismo feudal para o absolutismo da coroa, com o malôg.ro do sistema
das doações e a conseqüente criação do govêmo central, se trouxe grande im-
pulso à colonização, não podia mudar por si, como não mudou, a situação di•
ficil dessas fonnações urbanas, embrionãrias e dispersas, de. caráter maia ou
menos oficial, expostas à cobiça das naus trangciras e às incursões dos fndios.2
Surgem, no entanto, nesse período as primeiras cidades, a de Salvador, em
.2 A i a c!c dd'eoa p11rece ter i,r,,si<lido A esc,olh.a de coloc çlo d.a ma.iorúld.u viw primiti que ■e
utabe:lec<n:m DA COIJU ou procuraram lagares. d!Oacuso, dirtc:11,comi, • vib de Pl,.tinl4P. no plaiulto. Om•.
âd d l caencielaicnm ql.oma-ação de rique;a e deve. portan , es • co11tnl ue po-
dbm m • tanto d oavio, e fuiin que infesta;,,,.,., oa m .ru, com.:, du trib lv ~ que ■e levaabou,n
elo !lo d n ta.1 pllf'II o ataque ao bom-..m branco. AI eJlficaciln de ro.-tes cm l .va catratll~co.. como
o d.a S o Crlot6v o, e trul o cm 1S89, perto do rio ~~- e a f e n11sadacle cdiri em Híl l, Junto
ao rio C , foram ·m o rermc de Glgumu ci.la.d.~ • d" o Cris 6vl . ~ Sergipe, e de P'orbll~n. no Ceorl:
e outrco odcl <'Oloc: • , íuadadoe 11• cmta por casa t,poc:Q, N11taJ, flll Rio Gr&11e do Norte Slll • o Nona
Se,,, on, do BeU,ro, rio r6 cm l 615, por iniciativa de ertanbt.111. r,un oatt011 t>lntoll n6cle.:.1 de povoaroeDlO
e de dei COQI q e "• lin II de rosu:tmda", rcd.<1>.idaem 1600 a UJD• laixs de tc:rra, da bllN de P&ra<Lasuà, ao
.111.• • ro1 do nD Poamli, ■ o DOl'lr, "" o:st=dia p.v.a • ~v1o euu:itrlo!lll i\ ro~ do AmDllUU. como ••
dd-.Ja e■ • o pr , M •u■ oriiem e oo •= d~eovolviment Uz'ldü • àrcula , e pr~ con.:mtrar H
ttocaJ que ,, íreqDen..,,,,ente a aua.ruã:>de""", tt.du u vila, priml vn, "tued.u nu ~oret eru...1<1.aJ,ton:11un
de■de m l!C'llS prim6rdiae um car6.tcr c:omati.aJ marta<lo. A cc,16 • que nJ.o l)'>ntti ainda oenliuaui cidade oo
centro do RU tenit6rio, a alo ...- a vilil de .Pi;atiaiap e ■ de S o A ,!ri da BYd-9 do Ca :,,, plaulto pau-
Liatll, e,ti ls:,ieada no lmento circuito de, 9'eU litoral par uma .&ic, d: p:q o ce::itroo de uoi:a, ou d com&cio
de im~o e 1<11:ltttudod11~o.
AS FORMAÇÕES URBANAS 63
men e pontuais para com êsses comerciantes, porque, "se ao tempo da f1ota
não p garem o que devem, cão erao com que se aparelharem para a safra
vindoura".
As maiores cidades do sécu]o XVI e dos princípios do século XVII, Bahia,
Olinda, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, não pilSsavam, no entanto, de lu-
garejo mal cons uidos e abandonados a si mesmos, que cr ciam, sem nenhum
lano preconcebido, não obedecendo, ao meno no criado primitivo de sua
hi tória, senão às leis gerais que regem o d senvolvimento de tôda aglomeração.
Nessas formações burguesas, constituídas de funcionários mercadores e ofi-
ciais mecánicos, misturavam-se portuguéses r inóis e nascidos no Brasil (ma-
zombos), mestiços, fodios e africanos, associados ainda à maneira de acam-
pam nto num verdadeiro tumulto de rac;as e de grupos, para itando à sombra
sob a influência dos grandes senhores de engenho. O que entao se podia
hamar um ' povo" não era, nas expressões de GILBERTO FREYRE, mais do que
um aglomerado de mestiços independentes, junto com mecânicos e mascates
de origem uropéia e que, a calcular pela população total do Brasil avaliada
e.m 50 mil habitantes por essa época, não constituiam enão escassa população
m cad um d ·sses núcleos urbanos. A miséria nessas primitivas cidades,
heterogêneas e por isto mesmo pitorescas, irrequi tas e turbulentas, contras-
tava com o esplendor da sociedade rural, cuja riquez transbordava nas casas
que os senhores de engenho possuíam na cidade, .nos esbanjamen os de festas
e banquetes e nas touradas e cavalhadas. que, com o de envolvimento da
cultura do açúcar, a maior parte da população se concentrava nos latifúndios,
em que se forma am pequenas sociedades, comple. , tam~m heterogênea ,
mas oderosamente estruturadas. Sem relaç.ão umas com a outras, "ver-
dadeiros núcleos autônomos, diz Ouva:rRA VIANA, tendo a ua economia própria,
ua vida própria, a sua organização própria", ou "outra tantas vilas", na
cxpr são de SIMÃO DE VASCO c&.os. A solidez de sua es rutur social em
que e superpunham, rigidamente hierarquizadas, as suas tres classes, - a dos
senhores, a dos homens livres rende.iras de domlnio, e a dos cravos que são
os o erários rurais-, assegurava aos latifúndios um predomínio esm'Bgador,
tanto do pon o de vista social como econômico, sôbre as formações urbanas.
A n c idade de condensação, nesses vastos domínio , de uma população nu-
merosa; as grandes distâncias, que separavam uns dos ou ros, e a concentração
de ledas a pequenas indústrias nos engenhos já numerosos, que tudo possuíam
e ond tudo se fabricava,, 3 não sõmente dav m à sociedade colonial, na justa
observaçao d OLIVEIRA VIANA, ''um aspecto ganglionar e dispersivo, de ex-
trema rarefação'', mas e.strangulavam, no seu impulso inicial, as aglomerações
urbanas qu passaram a gravitar na órbita e na dependência dos grandes pro-
prietários de erras. A cidade era o lugar a que se ia, para fugir ao tédio e à
fodi dos trabalhos do campo, para expandir, nas tropelias de potentados, o
instinto de dominação e para a osten ação fácil d opul ncia e de fausto que
à no reza do país, constituida pelos senhores de engenho , permitiam a, ri-
quezas ac muladas nos seus latifúndios.
1 & 1710 ir 1760, dun111te rz- meio......_ que atÍOll)u ao mhimo d tatanldack • produ o
._ ''nw>P ", pa,ra Ú' d n.ando at6 prl.odpü)I, do .&:alo XIX, ca que ie mn1f1 r- a •
- dcaideaáa. O d val-,i to ela cultura latdectu4, eamo C08UIIUI -• - pais Dia l paralelo
- llimulliDeo "º
m, rc.t.çlo • ~ pn{odm de iDl>:lno IDIJYimcnto acool&Dlc,o -, edq • •
_,.,,. iAtffilldadc, w,da -.Se do -.cu.lo XVITI.COIII os lúcn:a e • tnDQGllidado q,. J6 ddxa H
for1- mM mab udlacrlbufd••" do que ao. pcrlodo, de in- produç,lo. Nmhwn doe mapataa dq millu
4c CIQIO~. , • fortuna acumulada par aJcum coatra.tadora d,- dl11na11tn. emno e.e 11 Jolo
....,.Affl>a oa OIJYilM que, p,tt-. oatcntar o KU poderio, lb cOllatruir tanplo. o palida. e, - wa tcàdenda
-"orial, tatN> Ja.rdl 6t!.,.., e CQJ• rique,,,i,, ~o ao dcmillio da ~, ficou como • apr mai
ptllraca do )ID'O e da OI ata artoCl'ftle de.e. a,rm.twcin,a aariqaecid .. au
70 A CULTURA BRASILEIRA
nejo não há agente, diz OuvEJRA VIANA, mais poderoso e eficiente do qu_eo
pastoreio. tte t a vanguarda de nossa expansão agrícola. O cUJTSlprecede
a fazenda e o engenho. Depois do vaqueiro é que vem o lavrador; o gado pre-
ludia o canavial e a plantação cerealífera". Os vaqueiros, pastôr e criadores.
paulistas, baianos e pernambucanos tangendo à frente os cus rebanhos de
ado, levam o povoamento às regiões mais pr-ofundas do no sos crtões, do
norte e do sul, semeando de povoações a região setentrional, a bacia do São
Francisco, os campos e chapadões de Mato-Grosso, e impelindo para o sul.
a t as serras e as savanas do Rio Grande, a obra de colonização pastoril. Aa
migrações de gado, conduzido por sertanistas audazes, por todos os rincões
agrestes até os recessos dos altos sertões, é que fazem recuar cada vez maia
"essa barragem viva e móbil que formam os índios e as federações sclvícolas
dificultando a penetração do -interior"; e é ainda por intermédio da pecuária
e pelo movimento das tropas de muares, que se consolidou a ocupação de vas-
tissimas regiões do pafs, onde, por tôda parte, grande número de povoações
e de cidades tiveram as suas origens na atividade pastoril, acusada, ainda hoje,
na variedade bucólica e pitoresca de sua toponímia (Vacaria, Curral, Campc>
Grande, Campos, Campinas, Pouso Sêco, Pouso Alto), tão altamente cxprcs.-r
aiva da influEncia do gado na colonização. Mas, se o ·pastoreio exerceu uma
função primordial, alargando as fronteiras econômicas, e foi, evidentemente,
um dos tistcmas de povoamento do país, assinalando "primeira ocupação ..
de uma região ainda vazia, êre constitui um tipo de povoamento primário, de
uma prodigiosa mobilidade e de um grande poder de cxpan o. "A pecu~
obscrv com justeza AFR.ÂNIO PEcxoro, goza da faculdade peculiar de ocupar
grand Arcas com pequena população· ê uma indústria extensiva por cxce-
l~cia". Fator de ocupação e de povoamento, de primeira ordem, de dispersão.
e não de concentração, não é, em parte alguma uma fôrça capaz de contribuir-
para a inten ificação do fenômeno urbano. As povo çõea fundadas por pu-
tõrcs e criadores de gado, junto aos pouaoa, às feiras e às fazendas de criar,
aão fonnaçõcs urbanas que se cristalizam, se desenvolvem e se diferenciam
lentamente, sob a influEncia da produção da pecuãria e do com&cio pastoril
Q,uc,não exigindo senão vastas pastagens e latifúndios para as massas de re-
banho!, não fazem das cidades focos de atração de massas humanas, nem lhes
permit m, enquanto não se emancipam do comércio de gado, condições de
vida própria, nem lhes exigem, peia "rusticidade" inerente a ~se comércio,
o clima e o teor de vida das cidades profundamente diferenciadas dos campos.
lt pois, na larga faixa da costa, que a intensidade do movimento econô•
mico, nascido do comércio de exportação e favorecido por êle, tende a esta-
bilizar as populações urbanas e a resolver-se finalmente numa ascensão lenta
da classe comercial e da classe industrial, constitufda esta ainda de oficiais
mecânicos e de exploradores de pequenas indústrias. Essa ascensão, sobre-
tudo, de bur ueses, comerciantes e banqueiros, f, nau cidades vizinhas doa
latifúndios agricolas, tanto mais sensível quan o corresponde a um empobre-
cimcn o gradual d classe senhorial. fàcilmentc observável pelo habitual do-
aequilfbrio de seu orçamento, pelos expedientes o quais devem recorrer os
senhores de engenho para manterem o seu teor de vida e pelo deficit crônico
ao qual devem fazer face e que tende a transferir o eixo cconõmico e político
da, "ca,as grandes para os sobrados". Mas as própria cidades coloniais que
chegaram a desenvolver-se e atingiram prematuramen e certo grau de inten-
aidade e brilho social, como Recife, já no domínio boland~. e Vila Rica, no
aéculo XVIII, sob o signo do diamante e do ouro, cresceram e entraram em
decadência. antes de alcançarem a maturidade e conhecerem todo o vigor de
expansão dos centros urbanos. Certamente jã. começavam a aparecer, por
AS FORMAÇÕES URBANAS 71
do sertão é, dai por diante, a de ser, nas impressões de ALBERTO RANGEL. "um
i.aol dor às trepidações da faixa", o músculo central do p , "o conservador
de nossos traços étnicos mais fundos", um ' est&vo fáceis desnaturalizações
de beir -mar", das cidades do litoral que o ilustre escritor compara a pontos
medular , " centros scntitivos e motores recebendo as impressões primeiras
da cultura univcnal e dos intcrêsscs da alta e baixa extração da poUtica nacional,
e cujo reflexo será cq_uilibrado e medido nas fibras resistentes das entranhas
de no terras".
As próprias cidades do litoral e as do planalto, até noo meados do. s culo
XIX, não passam ainda de aldeias, acanhadas e sujas, atropeladas de becos
e vielas, de designações pitorescas, e espreguiçando- e, na periferia, nos seus
ranchos e caminhos de tropas, nas suas chácaras e sltio que marcam a tran-
sição entre a paisagem urbana e a solidão envolvente do campos, das chapadas
ou das serras. A vida urbana, sonolenta e obscura, chocada no funcionalismo
burocrático e parasitário e num comércio "desconfiado e ratinhão", arrasta-se
na monotonia das ruas e das estradas, cujo silêncio é apenas quebrado de longe
em longe pelo chiar de êarros de bois, pelo tropel de valos e burros de carga
e pelas cantigas de africanos e de tropeiros. :t t a primitiva, na sua sim-
plicidade rústica, a vida dessas cidades: negras lavando roupas nas bicas do
centro, muar de cangalhas, junto às lojas, e animais soltos p las ruas, tor~
tuosa e treitas, por onde, desde os fins do século XVIII, no Rio, em Ofü1da
e Recife "j começavam a rodar carruagens os solavanco pelas pedras e
pelos. buracos". As câmaras só mais tarde, no século XIX, determinavam
que a lavadeiras, diz GILBERTO F'REYRE, 'f&scm para riachos fo:-a das
portas; porque algumas cidades, como Recife, tiveram seus arcos. além dos
quais se estava medievalmente fora das portas' . De noite, por essa época.
"foi deixando a rua de ser o corredor escuro que os particulares atravessavam
com um escravo, na frente, de lanterna na mão, par ir iluminando a Jampeão
de azeite de pei."t"e,suspenso por correntes de postes altos e tristonhos". a-
gotcs de moços foliões, serenatas sob as gelo ias quietas, o deslizar de uma
aomb a de mantilha, sob a luz mortiça de um lamp o, eis a que se reduzia
a vida noturna nesses vilarejos coloniais... Na cidade de São Paulo, peque-
nina e bisonha, escorregando-se pelas ladeiras lamacenta , onde troteiam as
tropas de burros o casario apinhava-se dentro do triângulo formado pelas
igrejas do Carmo, de São Francisco e de São Bento. Era ainda em 1827 tão
pequena O que, com suas casas quase t6das térreas e de paredes de taipa, a "me-
tade da cidade" poderia caber, segundo o depoimento de TOLEDO RENDON,
no cercado ou quintal do Convento de São Francisco. As cidades mineradoras,
como Vila Rica, apresentam-se, já nesse tempo, qual cenário de uma repre-
entação que tivesse acabado". Nenhuma edificação, escreve BARROS LATIF,
nenhuma mudança inerente a uma nova atividade vem perturbar a atmos-
fera tranqüila do século XVIIl. E as belas íachndas culpidas das igrejas
envelhecem emolduradas pelo casario autêntico da época, como s um fenô-
meno e mico o tivesse fossilizado '.
a vida em cidades do litoral como Recife, Bahi e sobretudo Rio de
Janeiro, começa a transformar-se profundam te no lo XIX, devido em
parte aos fatôres de transformação da economia agrária que vinham concor-
rendo desde o culo XVIIl, para substi uir o prestígio dos nhore das "
cc,,,J Jost AltotrC>lI D"E: Touwo RsHJ>ol'I', prim • or da Acad d" Direito, uaim
N o Ml4lnro do lmp&io Josi! ~l'& PUMJU. • .abre o Cooveato de SAo l!nncitCO qw: caco!heu,
~ ■ i •tio d ~ j • .: '"!!: (o c:ercado do coavc l 6 ti.ou q o rq,11to m e dJt cidade''.
Ji BDfl PII.UJftA D1l VMC#) CIII.O.,_ =b!ltcodo aa Ancmbl6la tatl&in ■ criaçto d cun Juridjc,o5
S o Pe11lo, v■ q=, "ac viesocm J'.'ll& a Academie SO ou. 60 twtantn, nl tttuJD onde mOC'IU"en, &o
P■ull>": tao pcqocn■ lbe par~ • vclhs cid■dt: do pl.analtia.
AS FORMAÇôES tJRBANAS n
10 O bradó, - tipo urb-,io d11,habita~&o, en, no ~ocio colcmlal e ao lm"Pttio, • e•• do l'.llotadl•
dot 1enhora. A ■lt11r1 dbaetl •ol•ret, rar».mcntc llltnpaaa de um pavilncnto em Silo Paulo, v.,;• de 2 • 3
andare. 110Rio de Ja.nolro, de li • 4 o• Dahl•, •tlnc\ndo • 6, no Recife, oode ee C!MlODtnl'II"' miü■ alt01, lottO•
cluzldoe ao domlolo holaod . S: uma e • CT11.nde,de pedra e cal, "urbanizada'' cm 1obfado, c:om IICUt,:Jl1ailo
de tdhu •-na,, unbltado nu poot• e de beirai■ largoo,.., r;õato chíu&, com ■uu loelu e blll norentllloe
• com fCV.I vara.nd!aa ou vvud&t, p6 .o tnteroo. iuuld01 oo vestíbulo e mllChar•bu cioe vi .in d 6nbe9,
coa,.o aquela ou dmi.mtol d l)OrtM cbl11aes e da pc111nslll•iw;c. p« interl'IIMlo do tipo i,ert111111 d•
Mbitaçf.o. Tudo .,...., tu e -61 du. de Mltora, riqueq e tip;,o irarilvria do ocrt.tt para o 1ul, e dn•
Yiadu do 1ea ~rad.ic:ma orl&ln'rio per Qe«lllidade de ■daptaçiio mc,<>lópca, dmunda, COCIIO J4 tive oca i o
de ~..-. "o rcca e • b pi Idade du famOiu lips de ,rida patriU'Cal, coj "to rdid " tteiwd ■
- a1l"1I ora tab, aoe oratórioa ou nu capelu. O. tetos ricos de m.clcica !Jlvrad• oo lliada, 01 rn
• paio&i■ de u doe e o p4tlo 11\teffiO~ que abrem, à r:aaneir• <riental, varudu e de Juw, pkm
- oota de akeri• ..., talor daJ e cnu,dc, e do■ aares doe nobra, com ■aas tndlda■ e •
de ""roe poira o ■obndo, cm um ou d • lanç<;s •C1S'IIVCd• acad.vt. lmpoocntc''. O bn4o
• uiftdo, bola e aq,era • viis. interior da wta da nlll. • 1mtc pobce da suite rica. • eco d
1DP01mboee • do aot,ndo, A emmcn mtc uma babitaç6<> de "d&oe", Aa r6tul e as cloalaa,CS.q
INlll'Oltcldau u J Y prOY!daa de vidraca e par 0óde e coa ■ luz , 01 machan • 01 6ew
U1IRta9 d feno ou t• , par onde.., pode yc,: a.rua em.- vbto, d o tipo de babl ,
• c:.rita" da vida p,lltr\vca), - a l:cn'Jadc e rcKtta atE o iocbmmtn. 0a sa: ele _. Janti , •
441- d Yldt'o ou u Vada de fcm, t.crmi.nadaa CD la-...,._,.. ainda • pftOCVpllClo de .ola, ~ d eodC'I',
-■, • rua e pcris • ceM ICfthorial.
li e .ideia de 4S 000 lllmu, acr..vc EuCUM:11 DA CulolA, ui a d brv "d
pdea q Lb C1'.lto11n1c:ldl.mla;- e. CODm'Ulda d~tc, • -, pelo recOato du ealmaa,
atulhaodo OI ales ■paw.d , ~om • vfc!Jlt cm torcicalot. cx:18dn de &cloola1 de ~. • Clllll cm-
'-tecev• o paupártmo r.i de velbaa ee.1csde cortiD.u de couro, ~o oe dl rran,an- a
capuleede aliou'". ~UCLIDD DA C171fflA, A mJJrlem da história. III. Babecode hbt6ria Ida: da
llldapeodeAda • Rep6hllc., pq. 222, 3.• t,d. Livraria. Chardron. - Perto, 1922).
A CULTURA BRASILEIRA
IJ B. PlJtVnB, Hi•roir• d• la B!!1ljlq11,. Dei oriclctu a11 COl'.lll!Dc<IICCtlo.cDt d11 XIV 1ilde, Bruxdlet.
Henri La111er 11, l!) o.
AS FORMAÇÕES URBANAS 75
BIBLIOGRAFIA
P
ODE parecer audacioso tentar reduzir, numa síntese apertadís~ima, o
quadro das origens e da evolução das formas de estrutúra social e po-
. litica que assumiu a sociedade brasileira, desde que começou a cons•
titúir-ae, no primeiro século, até nossos dias. Mas, por mais difícil que seja
~ trab~o dêsse gênero' e ainda que, pela sua natureza, se mantenha sempre
•~ve1 de retificações, em conseqüência de pesquisas ulteriores, os estudos
~s e JlS investigações monográficas, como as tentativas já feitas, nos per-
mitem reunir os elementos postos à nossa disposição para uma larga visão de
fCOtljunto. Aliás, se considerarmos a importância do papel que exercem os
.f.ttõrcsfisicos, demo16gicos, econômicos e urbanos no processo de evolução
~al e política, as grandes linhas desta síntese, tão útil senão necessária ao
~udo de nossa evolução cultural, já se destacam com uma tal nítidez que
·não será preciso mais que desprendê-las dos fatos estudados, acompanhá-las
~ seu desenvolvimento e apresentá-las com maior precisão, rigor e rel~vo.
'A dificuldade de uma síntese, que não é senão a resultante da documentação
:f~ecida pelas monografias especializadas e trabalhos analíticos-, não está
IJPell&S na insuficiência de obras dessa ordem, de pesquisa e investigação, mas
na tentação a que tantos costumam ceder, por gôsto ou excesso de cuidado,
f;ie não negligenciar nenhum detalhe, embaraçando-se na multidão dos "pe•
quenos fatos". Ora, qualquer que seja o papel determinante dos pequenos
(atos, eles não devem fazer-nos ·esquecer as tendências gerais, explicáveis elas
i111esmaspor causas gerais. "Discernir no conjunto dos aconteciment06 his•
t6ricos fatos gerais doir.in~tes, que lhe formam como que a armadura ou a
80 A CULTURA BRASILEIRA
"A côr significava nobreza, lembra PEDRO CALMON, citando VON MARTtUS;'
havia uma origem comum de plebeísmo, - o tronco africano; na elaboração
de uma sub-raça branc6ide consistia a elevação e a reabilitação do homem".
De um lado, a riqueza do solo que, nas expressões de GILBERTO FREYRE,
permitia às gera~ de senhores de engenho "suceder-se no mC8mo engenho,
fortalecer criar raízes em casas de pedra e cal", e, por outro, a endogamia,
praticada frcqUentemente, casando-se as primas com primo e o ti com
sobrinhas, jâ con ibulam poderosamente para dar à classe dominante, n
80ciedade sõlidamente hierarquizada, a armadura de uma aristocracia que,
sem tradição lúst6rica e sem nobreza de sangue, se graduava e avaliava seus
títulos pela extensão dos latifúndios, pelo número de escravos, pela inatividade
e pela ostentação do luxo. Ainda mais tarde, outros fatôres deviam in ervir
para fortalecer essa sociedade, enquadrada em classes, profundamente distintas
e diferenciadas. A lei que vedava a execução, por dívida, dos se.nhores de
engenho, não podendo os credores penhorar-lhes mais do que a safra, e a lei
de família que dava ao primogênito a sucessão integral, imp dindo a divisão
do patrimônio, acrescida do costume que tinham de não vender os seus escravos,
inclufdos indissoluvelmente no donúnio hereditãrio, "haviam de consolidar,
escreve PEDRO CALMON, essa aristocracia de emergência, corrompida pela ins-
tituição do cativeiro, explorada pelo comércio, imobilizada, desmoralizada pela
ignorância, pela sensualidade e pelo misticismo que lhe flor ceram a inati-
vidade,.
O senhor de engenho que, s6 por sua situação econômica, já e conriderava
erguido à condição de fidalgo; soberano e pai, de uma autoridade quase sem
restrições na família patriarcal; vendo no trabalho uma ocupação de escravos, 5
é um pequeno rei, nas suas sesmarias ilimitadas com o direito de vida e de
morte, ainda que não tab 1 •do expressamente por lei, ' sôbrc os que dêle
dependem, amanhando as terras ou servindo nos engenhos". A igreja, se de
um lado amaciava o rigores no exercício dêsse poder, contribuía, por outro
lado, com a sua disciplina modelar, para manter em equili'brio as relações entre
senhores e escravos enrobustecendo a autoridade daqueles e desenvolvendo
nestes o espíri o de obediência, de conformidade e de submi são. A redução
do corpo sot;ial ou a fragmentação da sociedade nesses organismos complexos,
nessas propriedades imensas que se bastavam a si mesmas e que as di tâncias
isolavam umas das outras, manifestava-se com uma nova tendência à t uda-
lização, isto é, à desintegração do todo em partes independentes, com a ten-
dência a enfraquecer as camadas superiores centrais, e preparando nos cn enhos
de açúcar, em que e concentra a autoridade dos senhores, formas imprevista
de individualismo. Ao contrário, porém, do regime feudal, em que h~via traços
psico16gicos comuns, no nobre e no camponês, e uma mentalidade dominante
que coloria tõda vida social, na sociedade brasileira, no segundo colo, as
diferença de raçaa e de culturas e as condições ~ciais, criadas pelo cativeiro
t Volf SPtlr v M.t.ttn11, Arr N da Bahia, 2> cd. Trad. e nota, de Pnu.JÃ D4 S0.'1'4. 3.• ed
S&M! • , vol U8, P ulo, 1!138,.
6 A inadvld d Kllhor de engenho e, mais wde, do.1 r-=>dàro, no cutr ui,
um ".i.a.J de clu.", par :,e cuu I' 11d • rt'plllJl.lncia do bnailieiro pelo tl:libalho <M.1111.!ll ou o cm que
ec ocupa- ravoo, d,.... te o lon&o periodo do cativeiro. e que lhes a:primY a C<llldl O rq,me de pro.
daçio e de trabalho que ·au o mamo tipo do srlrtoaata da ou, craad<!. e o m pode vo da a.
sala. dacftvolveu. entre OI or de er,cenho, oblttva GIL!!BJl'l'O h.sYJt&, "o m • , l. pela
cadeira de bala , pela corinha, pela malhc:r, pelo cavalo, pelo ;o_:o." ]6 M0!<7UOltr&U, rd • 01
penlmllllarC~ poodc-.-.n qu.c, "aqullc que pc:nna:neu KJ>r.do dez. hanu por dia CODIC:(U.e ~ te o d6br
do ~ dr quem n o o t6 m.ait q dm:o, porqu,:, "adquire II n?brcn, rcfestd nd:>-Seo mem D111na e&•
deica". DNTUQUI u. C.r/a .• p tNI~, ,. •. l68;. Trad. de Wmo 84Jt-..no). Em Mi:iu Qual,, o afüm•
SOVTIDJ' e lcmbr1 PSDKOCIJ.i H, nunao .o vira hm:nca, br.>peo tomar 11.11,m?ioo um lnnr.umento cr o. (PJWao
~Ol'I, Fo1ma lo brolilelra; So I.SY, Hüt6ria do Bn'"1, VI, 480).
8 A CULTURA BRASILEIRA
que não a6 hierarquizava mas opunha as duas elas extremas. nada a prin-
cípio permitiam de comum entre os senhores de engenho e as massas de es-
cravos. Mas, a psicologia da classe dominante sob o regime patriarcal, em
que a c~a grande e a capela se ajudavam redprocamente, e impôs de tal ma-
neira e tão fortemente na sociedade que da acaba por dar o om a ôda a vida
social, ubmetcndo à sua influência não s6 os escravos, assimilados pelos brancos,
mas a população livre dos operãrios rurais. 6 Aliá , como frisou GILBERTO
FREYRE, "o que a monocultura latifundiária e escravocrata realizou no sen-
tido de aristocratização, extremando a sociedade brasileira em senhores e es-
cravos, com uma rala e insignificante lambugem de gen e livre, "sanduichada"
entre os extremos antagônicos, foi, em grande parte, contrariada pelos efeitos
da miscigenação". Esses cruzamentos que tanto contribu[ram para a demo-
cratização social e forneceram, com os mestiço , os prim iros elementos de
reação contra os senhores de engenho: a ascensão social do mais aptos dos
elementos negróides, a hostilidade crescente entre o campo e as cidades, entre
o agricultor e o mercador, e, afinal, o desenvolvimento da bllfguesia urbana
acabaram por solapar pela base a solidez e o prest(gio da aristocracia rural
dos senhores das casas grandes que representavam, na formação brasileira,
"a tendência mais caracteristicamente portuguêsa isto ~. pé-de-boi, no sentido
da es abilidade patriarcal". A rígida estrutura social que e formou e se man-
teve, durante quase três séculos, apoiada no açúcar (engenho) e no negro (sen-
zala) e mul iplicada pelas imediações do litoral cm vas as empresas, dirigidas
por tenho~ brancos e cultivadas por um exêrcito de negros, teve, além de sua
função social e econômica de importância primordial, um pap 1 de primeira
ordem, nas refregas com os aborígines e, mai tarde, com os corsários franceses
e os invasores holandeses.
Mas, à medida que as organizações do engenho se multiplicavam, con-
centrando cm tõrno das ca.~ grandes a população negTa e dando origem à
aris oc.racia rural, com base na monocultura e no trabalho escravo, desenvol-
via- sob o influio do reino do açúcar e à sombra do e plendor da vida rural,
a burgu ia das cidades. Eram duas sociedades que e defrontavam, ambas
heterogêneas e complexas; uma, sàlidamen e estruturada, outra, igualitâria;
uma próspera e rica, outra, mergulhada na miséria urbana e que não tardariam
a enfr ntar-sc e a entrar em conflito, com as suas tendências e mentalidades
opostas. As pequenas cidades do litoral, com seu aspec o rústico de aldeias,
com seu comércio de mascates, seus balcões de fazendas, e suas tavernas de
vinhos, fermentavam, na sua população livre constituída de portuguêses, ge-
ra1mente de raça judia, uma nova sociedade mais maleável e dinâmica, em que
encontravam condições favoráveis à sua expansão "as tend!ncias semitas do
portugu aventureiro para a mercancia e o trâfego". Ainda quando, no sê--
culo XVII, a civilização era puramente agrícola, já se apresentavam os ain-
toma da luta que se devia abrir no sêc:ulo seguinte e explodir na guerra dos
mascates, entre a nobreza rural, já então comprometida pelas dívidas, e a bur-
guesia. urbana em que o mercantilismo de portugu es emigrado ia lentamente
erguendo a sua fôrça sôbre a ruína dos senhores de engenho. A estrutura social,
nas cidades, antes da derrota dos aristocratas de Olinda. em 1710, pelos mer-
cadores de Recife, j se vinha organizando sôbre o modêlo do ais ema patriarcal
e escravocrata da colonização; aos solares da aris ocracia rural correspondem,
a partir do culo XVII, os sobrados dos portuguêscs enriquecidos, cuja famu-
lagem e acotovelava nos porões, como à sombra da casa grande e apinhava
a csaavaria nas enzalas. "A mansão reproduzia deliberadamente, como
assinalou PEDRO CA.L.MON, a hierarquia social: no andar nobre morava o senhor,
e ao nlvel ou abaixo a sua escravatura, havendo muitas famílias que das portas
para dentro têm 60, 70 e mais pessoas desnecessárias". Ao contrário, porém,
das organizações s nboriais dos engenhos, essa hierarquia social, graduada
pela distinção de senhores e escravos, se erguia sôbre a massa da população
livre de pequenos comerciantes, mascates e oficiais mecânicos que não eram
nem senhor s nem escravos e constituíam, pela sua maioria preponderante,
sua atividade mercantil e pela mistura de raças e culturas, realidades dinâ-
micas que se desenvolvem no tempo, como fôrças de nivelamento. Mas, se
tendiam a diferenciar-se até a oposição, essas duas sociedades, rural e urbana,
que se formaram no litoral e nas suas imediações, mais profundamcn e diversa
delas foi a que e desenvolveu no interior do país, - a dos past6res e criadores
do sertão.
A sodedadc colonial dividida no litoral entre os engenhos e as cidades,
entre a aristocracia rural e a burguesia urbana, cindiu-se, ainda sob a pressão
de causas geográficas e econômicas, entre essas sociedades da faixa litor ea
e as do in criar que cresceram, como ramos distintos, "sem entendimen os nem
aproximações'. Enquanto, de fato, se realizava na orla mantima, pela eco•
nomia de tipo patriarcal, uma emprêsa singularmente notável de colonização,
e erguia, com a organização dos engenhos, a segunda linha de resis ência e
defesa da colônia, a marcha do gado, as entradas ao sertão e as bandeir em-
preendiam, por fôrça de fatôres econômicos, a obra de penetração e conquista
da terra. O que geralmente se assinala nesses fenômenos de deslocação de
massas que são as bandeiras e as migrações internas, determinadas pela in-
dústria pastoril, com a sua função geográfica e social, não ultrapassa a suas
conseqüências econõmicas e de expansão do domínio territorial. Certamente,
o século XVIII, graças a esse duplo movimento dos rebanhos, tangidos pelo
vaqueiros, à procura de campos e pastagens naturais, 7 e dos bandeirantes à
caça do índio ou cm busca do ouro e de pedrarias, foi o século da conquista
e da integração, na pátria que se formava, da imensidade do seu território.
As exigências da mão.de-obra, a sêde de ouro e as necessidades da criação pas-
toril iniciaram e levaram a têrmo, em dois séculos, a obra política e demográ-
fica, de maior vulto, que se registra em nossa história, e pela quat se expandiu,
7 No N~ te, " proporei que .., cndcraro oa lati.íóndioa do açdcar, • ilff.tl partorll, como • do
mato-a,-. obacfv• On. no Pun~. foi dimlolliAdo rlpíd.amente". A monocultut9 d• e.na ttpcU.1 o p o
pua.°" O ~ nto, l)«tm. do lntcri«, de it<Jrte • ■ui, e aa direÇJo de te, rol e 11•nd• ru.
como J6 oo«am • uma rut>ç&o1111nu d e ct>tr econlrmico dt o primltiY• ~•nl .. çla rural. a, • ,
prcd.lD di itJn,iwr, c«I\ Allllt&.ro PõitTO (A /ung o 6cio-lso.l,rAJi,;,, do ,,.
m!l'do''. 1 o de 193S). "No oonc. no~. o,a-e,,c lle, íoi
que • land, íixaod on., m, adnür6"el argil!ÜDltâo d,.
to lo Praoc:t.:o t o c:or>dutDIDtllvilho.o da ptnetnçào
pan o MCU, t:a111fflda OI pnd ri leva •tt o ~ nordu •
d cam10". No tremo ■ul, no Rio (i.,.ndc, ob-..e o amtriria. ••2
ríq rcoo6cnica J6 formada cm natun.a) e .. c:omiiQi!cs cs
,. • alNlcn," pc>rtuJUb e o cspa,:ib;;,1. E, l<OlliO um
Ci!rio, IP •
lal'I trata de n Q12el" um quer ou
tra be,•cccr de camu e c:ounfflll, A prfodpb ■ eçã<> do
Aa ~ do t..So wur qve .se provi. º°" p,im<ÕN>s ■lbores do
rio-v■.nd P■n • col6nla do S~cnto qac oacíla a.as ataquu ui-,
pa. po OI inio o:it que l:t • p;vtu ~ Mm arde E o ot• rn
ao o e e coem, ou m Vb h, u p:im!inn eutiJ::.iu. O~;, lo,
canopo, cootl11u)I. Mu, o hom:m na d.,r de ■ .,.-!>;,riaíaeili >e tor1n o.
■eu.a OI Iat bt:1 de ,:,u vl~inlun, q .,. Y,b nu.ai) o.::i, cam;,n ua,uplu.i.ao>,".
86 A CULTURA BRASILEIRA
SaD d6'nda, oe ~ d.a litaJldade ■tinvaa, tamb&11 011 doadcloa eenhariai,, da,,, rammn ar to-
cr, ·c:aa. que !arm■n,m na dvt1h çio do eçdear; mas, ...,,,,, -1,or feudal, r,,.anl■du .. p,opor: dll •
rençaa de rq\me, o lhe ltavam par ac reparar do, ~ol,pcs d ■ Mt-tr6p~, e da palnc:1 ■ do , Alih,
• ...Ud d.a trutura Id o e h , • riqucu d:, ...io, profu!>da, • -.ão dbaes vuto, do 1 > , bolado-,
que ae tranai:nltlll.ffl, lo~ do pa r• o prlmogtnlt:>, e aa leis qu,,c ve,hvam • aecuçl:, pOC'dfvl doe• aliar
de e11&e.aho,davam wna .,....de ~tAb lidadc I forc:un_. acwnul~ pela ariat.ocrada da térrll. TO<lu u oíCJUI"
88 A CULTURA BRASILEIRA
do pOÔcT r.-i, qllC (onm oub'CII t:anu. re-,>esa, para ~ .... ., • antari-
d do cnbor d.D , quando n.l!> p:,dia c:omcn:1,u- • çl\Cllr CIIo aa ao-
~ o produto q ava: foi ainda, como j• "" • , m d.,. cred
dai ddad • • bnr,ttvirltnria.que tinham d r, de • WDtll.3Y
•
feito por tropeiro,, intcrmediârios entre o sertão e a costa, "que nãos limitavam,
escreve PEI>~o CALMON, a guiar os animais de carga, mas foram ainda o men-
sageiro, o correio, o negociante ambulante, espalhando ao longo de seus ca-
minhos as id~as e as novidades adquiridas nas cidades".
Assim, poi,, quando entrava em declínio a mineração, no íms do século
XVIII, estavam não s6 latentes, mas vivos, o sentimento da unidade nacional
e a idéia da emancipaçao. lt &se o século, -não sõmcntc da expansão territorial
que n~e atingira a sua plenitude com os tratados de Madri (1750) e de Santo
Ildefonso (1777), mas também das reações nativistas, - a guerra dos mascates,
em Recife, em 1709, a dos emboabas, em Minas, em 1710, as duas conjurações
de Vila Rica, e de 1720, que teve seu mártir em FILIPE DOS SANTOS, e a de 1789,
em que a figura heróica de TrRADENTES foi o núcleo polarizador daquele fluido
místico que irradiava das idéias de liberdade, de estudantes, poetas, sacerdotes
e magistrados. No planalto, a gente dos paulistas e dos ,mineiros tivera, desde
os princ{pios do 3,0 século, como a do norte, nos duros transes da campanha
contra os holandese , no 2.0 século, o seu batismo de fogo, para estruturar a
unidade e a independencia da nação, sonhadas nas conjurações e nas trincheiras,
e cujo alicerce se cimentara com o aangue de mártires. A comunidade dos
perigos corridos e, mais tarde, a lembrança-:das grandes ações realizadas em
comum, "eis por onde de ordinário, observa L. FÉBVRE, se confirma e ae exalta
o sentimento nacional". t cm face do inimigo,- constituído a principio
pelo estrangeiro e, depois, pela Metrópole com a sua política fiscal e opressiva
- que os br silciros começam a reconhecer-se como um mesmo povo. Ao
processar.se, no cmpo de D. JoÃo VI, o movimento de que resultou a inde-
pend!ncia da terra, proclamada cm 1822 por D. PEDRO I, pode-se dizer que
o Brasil j! estava unido e constituldo. O fator moral da religião, o trabalho
de penetração e infiltração do território, o contato e a mistura das populações
a que deu lugar a unid de fundamental de costumes e de tradições, a unidade
de lingua que e estabeleceu e os conflitos com a Metrópole, haviam, de fato,
plasmado, no solo conquistado e possuído em comum, todos cs elementos
que constituem, ligando meios e tipos sociais diferentes 9 a solidariedade or-
gânica e moral de uma nação. Mas, embora menos intensas, as fõrças que
trabalhavam por desa regar a sociedade e o pais, atingiram, antes de se ins~
taurar o primeiro Império uma fase aguda, quer com os fermento separatistas
que abrasavam as províncias mais prósperas do Brasil, quer com a política
desvairada da Mctr6po~e que, em desespêro de causa, declara a independência
das províncias, para afrouxar os laços que as prendiam ao poder central, torna
sem efeito a instituição dos tnõunais de justiça do Rio e tente fazer regressar
a Portugal o Príncipe Regente. A sedição, de tend&icias nativistas e de caráter
republicano que, em 1817, estala em Pernambuco, foi ràpidamente jugulada,
no gov mo de D. JoÃo VI, pela energia do CONDB DOS ARcos, governador
da Ba.b.i ; mas o espirito de desordem e de secessão e propaga, com os des-
n1veis culturai e econômicos d.e uma região para a outra, com a diferenças
de reações poütic:as de meios e tipos sociais os mai diversos, cujas desinteli-
gências e oposições se agravavam pelas distâncias e pelo isolamento, com o
choque entre os naturais e os reinóis, o antagonismo entre nativistas e rea.cio-
nários e o conflito entre as aspirações de liberdade e as tendências conserva-
doras.
Tõdas as indecisões e perplexidades, avanços e recuo , que caracterizam
a vida poUtica da primeira metade do século XIX, de de a elevação do Brasil
a reino e a campal)ha da independência, e que se atribuem ao espírito irreso-
luto de D. JOÃO VI e ao temperamento arrebatado de D. PEDRO I, provêm
antes do antagonismo de interêsses que cindiam a sociedade em facções e.xtre-
111adas,e do divórcio que atê êsse tempo isolara uns dos outros os vários agru-
pamentos em que se subdividia o país, comprometendo-lhe a unidade e agi-
tando aos olhos de todos o fantasma de seu desmembramen o. O conflito entre
o espirita federativo que mergulhava suas raízes no particulari mo local das
capitanias hereditárias, e as tendências unificadoras do regiro monarquico,
explodindo em rev.Jltas e sedições das províncias, levanta barreiras entre estas
e o govêmo central e torna cada vez mais dificil o ac6rdo entre a fôrças polí-
ticas em ação. A fraqueza de D. JoÃo VI e a instabilidade de PEDRO DE BRA-
GANÇA davam, no entanto, a um e a outro, como mai tarde a D. PEDRO U,
o espirito de moderação e equiliôrio, essas plásticidad que EUCLIDES DA CUNHA
notava em relação ao Principe Regente, ºpara se amoldar ao incoerente da so-
ciedade proteiformc em que surgiu ', e que se mantfm trav~ do prime.iro rei-
nado e do Império. O que do ponto de vista social subsis •a de sólido nessa
sociedade, tumultuâria e anarquizada, era ainda a aris ocracia rural dos se-
nhores do engenho, reacionária às vêzes, sempre conservadora que e recolhe,
desconfiada, enquanto as lutas políticas dilaceravam burguesia das cidades
arremetendo umas contra as outras as facções mais diversas. A monocultura,
o latifúndio e a escravidão que, nas expressões de GILBERTO FREYRE, ' con-
dicionaram de modo tão decisivo o desenvolvimento social do Brasil", deviam
fornecer ao Impêrio nascente, uma vez assegurada a ordem, os grandes senhores
da politica, - os barões das terras do massap!, ao norte, e os aristocratas das
fazendas do cnfé, ao sul, já na segunda metade do século XIX. Foi, de fato,
no regime da economia patriarcal e na aristocracia rural a que deu lugar, que
se apoiou a monarquia para resistir aos embates das lutas políticas, travadas
no centro ou desencadeadas a distância, na provfncias. Os choques entre
as correntes monárquicas e democráticas, federali tas e unitárias, absolutistas
e liberais, e as diferentes reações poUticas das provtncias, isoladas entre si,
refl tindo nos violentos debates das câmaras e nas polbnicas acirr das da im-
prensa, na arruaças e nas sedições locais, 10 criavam uma atmosfera eletri-
1 ente d COD•
fllc- ffl fed- e unffiíri.111, • 111 ~d• vivo. por todo n
pcnodt>, o Hfltlmcnto oativhtll, com SllllS ezpl pc,rtUJ'U~ ~ ~•
, mal • a-a natural, no por ocaJilo da mdepen.
d na cis n.a B.ohlw, . 1", .,. ff'ue
de HVIO!DTO 1>1 C rebeli9G pn,:ieint, liberal e de J>emambuco,
t-m l&UI e 1 9, com rei sociali,,tQ. i.-:rompe o oen1ti.miento 1a,-pruadcnte.
"0 to de tff' eido ferido oo dia 26 dcjuuho de 1848 um w,, portugUb,
coo. OUSJtA 01 Mil.o, d lupr ~ carmrr.clna e , em q11c ao 1rito
d mera m:,rlnheiro IUCUfflbiram •J~ l>"'"tu&u~·quc J>JI coml:rdo". Por.
mulou• era o, \I~ pctl~o à assembl:ia l~'ltiva pcovincial, convoc:açio de uma
A.Nembltia Coaltltulntc pu-a tra- de uma r-eforma tocial qw, ■e hatmonl-. c:omo pro e110 liberal, "• e,x.
A EVOLUÇÃO SOCIAL ~ POLfTICA 91
clualo doa trancclro, do eotntrelo • reta.lho, e a erputao de todo, 01 f)Ol'tUCU :. 1oll:dro,, dco,tro de 1S dl ,
COftlO iniml 01 ltnpl c6vtll do ltru l". (J. M. PtG~l!llU. D~ Mm.o, Crdn1" dt1. R•b .. liito f>r■ lolt& ,o,;n 11111
• 111'49 Ttp0gt n o Brull, d J, J .. DA ROCHA,rua das Cigan<11, n.•• 32, Rio de Jandro. ISSO).
JI • •dmiohtr~o ct. província, m imjlOltos en:emvos e o ~tameoto r..,.m n oplm
q,u, cita raro movimento qu.e, anbor. c,om f- teod no MU ... no •o
(ovfN!o ceotr&I, cr•Ylt■ v■, como C!'Ctevc Cn,o Vsitr.tA, apoiado no fato llJ , "para um
remota • 1 ,. ... 1Bvofuç6o do pon,am.=to .republicano no Bra,ti/. ln "A mw1tem da h" •
t6ri■ da !tS-5$, Rio de Jandrv!. Ma as idfueJ faleralistu e republlca .ncontnvam IH
terra DA io Onaadc wn meio vudAdriram=te fa....-ivd IIUll eclo;li>. A ter ... com 1
azdlha e a Ul11:d ot, "que oivdsm as coiaas e • 1 que,
pda - m '> pS de il(Ualdadc pe5e, e ataociei.raa, mo-
delado oo valhcireaoo e bellco,ti, vi~ni:nte indhrid m,,dbc1-, ll'dll•
troo tipa, .acb.i,, no Bnuil. nem 91Jbttt:udo c:cGe1
~~ tôra, e pelos acull ~ ....-.c:mhticol q PfC •
chlmUTü e a, bombachas. A vida aociat. , de:ra
ao p4cho tlr e de ~• que. o comun, ,ao, tipo, pastor, como
j6 .., viu, um cu MYIUI do mL ''O camarada. o o, aqui ou li. ao ou ao
llll, obut'va tu, Pa, 6 mÊ, ut0 coms-nheiro de jDl"llllia do que um . Com
ele dorniimo, p:M' vh:o ■ o relento. pvtim:is a frugaJ m,a.tuh nu gnrul t I ma e
pel ca.rnpo,. 2te rambEm v,õra co
d11 lll8"C8 ® patr A, oc.. , famfliu do ,,: etd~m
otleiot qtund,, u:,s b:><u antn, ""="
d,:, c.w,vi\lio com u dtle1'',
o ndmero da 'mal•
92 A CULTURA BRASILEIR
IS &l11ca060 o ..,.,. problonaa. Polltica e cdumçio. 1.• amfc:renda pronunciada • ll.3 de Olltubro
de 1036, r,a Uruveuid•de d~ o Paulo.
li crr. Vl:roa VIANA, O B IICO do Br ... i/, pq. 36.2;V.Coauu. Fu.so,A inlaúJtJio d• C.ld• ro Brondt.
ln "JorGAI do Camt.rcio", cie 3 de o hlbco l!ll7,
94 A CULTURA BRASILEIRA
1· M, OITR0 0R.lllY, L• d4tnocruio et l'orll,aniu1,on d•4 parti• pu/l'li ..... v ~. CJ1lm...,n U!vy,
h, lllOl.
80. Forttl.leza de Monte SerrBt (que data da época da invasão holandesa). Salvndor, Bahia.
Foto VOLTAIRE FRAGA. Instituto Brasileiro de Geografia o Estatística.
81. Fortaleza do Santo António (1772) em Salvador, Bahia.
Foto VOLTAlllE FRAGA. Instituto Brasileiro de Geografia e E,tatistica.
82, Bntalha dos Guararapes. óleo de VÍTOR MEffiELES,
Foto REMBRANDT,
83, A partida da Monção. Óico do ALMEIDA JÚ>flOR.
Foto do Museu Pi,ulis:tn.
84, Bandeirantes. ôI"o de HENRIQUE BERNARDELLI,
Foto CARLOS
85 -Osprimeiros
povoadores
eFernão
Dias
Paes
Leme.
Peristi/o,
ladoesquerdo,
doMuseu
Paulista.
fotodoMuseu
Paulista
86. Palácio da Ju$tiçR, que da.ta de 1660. Salvador, Bahia.
Foto VOLTALRE FRAGA. Instituto Brasilefro de Geografia e Estatística,
87. Ouro Preto. Praça Tiradentes.
Foto Rádio lncoofidénc.ia de Minas Gerais.
88. Panteon da Inconlíd6ncia ( anti ia penitenciário). Ouro Preto,
89. Antigo Pol!,cio dos Vlco-'Rci• o P1JIAcla lm1,orir,J (hoje Dopnrtsmcnto dos Correios e Telé4rolo•),
FOTO STll,Le. ColcçOn ti~ Fnculdodu de Filosofia de. S. Paulo.
90. D. JOÃO VJ. óleo anônimo, calvez de JOSÉ LEANDRO DE CARVALHO. !,reja do Rosário, Rio de Janeiro
Foto VOSYL1US. Cole~ão do Serviço Naciot1al de Recenseamento.
91. 1ndepend6nâa ou Morte. Óleo de PEDRO AMÉRICO.
Reprodução da tela que se conserva no Salão de Honra do Museu Paulista. - Foto do Museu Paulista.
92. JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDRADA E SII.VA,
o patriarca da Independência.
Foto do Museu Paulista,
93. Sa!Jraçõo de PEDRO 1. óleo de J. B. DEBRE1'.
Foto REMBRANDT.
1
' -~··
95. PEDRO II, antes da maioridade, cm 1840.
96. PEDRO n, Imperador. Óleo de PEDRO AMÉ.RJCO.
Foto REMBR.ANOT.
97. Batalha cio Avní. óleo de PEDí~O AMf:RJCO.
Fo/ollf.MBR;INOT
98. B ..<tlalha nnval do Rfo.chuelo.Ô/eo de ViTOR MEIRELES.
Fo(o REMBRANDT.
99. Duque de CAXIAS, o Pacificador (LUIZ ALV>~S DE LLMA E Sl:LVA, Rio de Janeiro, 1803-1880), que,
pela sua obra inestimável de militar -e político, pacificando províncias, salvou e consolidou.
a unidade da Pátria.
Foto da Coleção Companhia Melhoramentos d.e S. Paulo.
100. General MANUEI, LUIZ OSÓRIO, Marquês do ERVAI, (Rio Grande do Sul, 1808-Rio de Janeiro,
1879), lllória do exército nacional e um dos heróis da /lUerra do Paraguai.
Foto da Coleção Companhia Melhoramentos de S. Paulo.
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101. Almirante BARROSO (FRANCISCO MANUEL BARROSO, Bnriío do Amazonas, Portugal, 1804-Uruguai,
1882), vencedor da batalha do Riachuelo, uum das maiores leitos navais de que reza a histórian.
Foto da Coleção Companhia Melhoramentos de S _ Paulo_
102. AlmiranteJ Marquês de TAMANDARÉ (JOAQUIM MARQUES LISBOA, Rio Grande do Sul, 1807-Rio
de Ja,neiro, 1897), um dos trandes vullo.s da marinhn nacional.
Foto da Coleção Companhia Melhoramentos de S. Paulo.
103. Catedral de Potr6polla, na qu11/ j11zem o, re.-10~ mortal, do lmperndor PEDRO ll e da lmpcratria.
Folo PREJSINO, Travei in Brozll, vol. 11 n." 3, pág. 19.
104. l?SNJAMIM CONSTANT BOT'Et.KO
DE MM:.,t.HÀBS, C1 fundador d11
Rcpubliu.
IG O. putíd011 naram•K, den. r-.. verdadeiru "'aa:tncóa1de colocaç , no ,ando o run e>-
oa1· mo como uma clle:o~I• rouJ e po,,,.o • adminiotr•çio • ...-viço desH pDlltk.• de um p<:r' naJiamo •1rn,
alvo e dr horillont dorot.licoa. O íllh•dltmo ou ncpatumo, - apre.. que• principio dnl1tll•vam • trana•
inl..ao, d pai. • nu, óu de ti • brlfll)o.., de cargoo públi"°" ou ektiv01, e pauatam • uprim r der,o ,, d&
um modo lff.l, • J)'Ot~o dl1pct1Hd1 a llldivlduoo llO ioterktc pcuoal e ·p!lrtidÃlio, COJltnbulam pua II e.tu.
tifieac o d011corpo, poli co. e r odlam • fl.Zc-t da •dmlnistl'ado e da pnlftica u....- o~c de cl fechado.
i, m11ooir1 de (a~U1, dom nada, flOt um KfUflOde "mnnnpo1iudores polltic01" que control•m • m6ciu na do Et•
tado. At ",krn.ib1da1" que mu~•vam, n11 lutas mai, violenta•, a vitória de um partld m~anl .. Jo ou li~ um
agrupamento tran,itórlo ■Obre o outro, comtitufam o "'~""'º de upuran do fonoinnaliomo " dai clrnaru i,o·
Jftícud01 principal, lcmcot.oa li1,1ad01•• íac vcnc:idu. Maa esu ntrul-uta polltica, rl11ldament hl ruquí11d1,
motitada abbrt • bW'Oc,.. 11110e apoiada pelo rucndeú'o e pelo douto,- (baehuel e mEdlco), 1 •v••te'
pelo lpicc-, ao. poder p idn,, por hnm na de partido e llrtkul.ava- , pel . baoc, , ca.mad•• popu.
iate,: o capan&• e o cabo eleitoral alo t caractcrf1ticoo que ae formaram, c:omo cor>Kq tncl•• do alar11mcnto
doe corpoa poUtk e pcui o dado de ll&llf .., cbtf<:1, 1>0f intenn i6rioo, ao corpo c,lcit ai, won 'atente c-
nutu ntc.
17 Aa concl • • uc chcanu M. Ol'TaoooRtEY, na 1tu■ OU1ilucpmnrllDtor. d• orcao .. , o ,J
poli (op, cil ,J, crubon t6brc partidoo o.■ lnglatcra e,
do Nane, l""ç•m un,a 111.1 que ae ronaar■ m, no Sr U 0blka, •
que nlo roram atnd ■ •uflcit "" 1.u. Cffleae, nu divcru.1 r, uaato
■OI te nu,o teadtnciu tomUJD, ~ cr,
na e que H rCYcl■m ou puoettm r
partid"" -ffl ■ COIU •
vüta u diíercn(11s.de ronn.a
P•turaia. tltm e, em todo o
• de cad• m~o e
b>d•• t:1 e dr Klll
que pro~ corre,, l dcmocr ■ci&. ~m.
c.o::no
• mpubo maio ,.,; "'""' =
de ··,nr--cr~ ai.antro,º em. q
uno
- 11.nn OI, pdAt IIUU f
em. uparndot. locai1.-.. no resim
v•u n«aan•u• ft\ lou e aa tendlnciaa de d li , de ar lo
e■ i ■ c,nc, • "ia,fida,ie
e a a ' .tunocd .
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PSICOLOGIA DO POVO BRASILEIRO 105
1 I!- prini:1p,o ·a1 de card!•Udrtde p,1ra com m _.,. e ., , ça mai• d,.,.,._. r Ca"Ull'n"" c r•.
" ' • d-,valvlmeuto,.pelo JWOC..., mnmo de Ccnn çào n ai de
par-a . branu, vermelha e neça. Num qu.c 0<id d. r
ra (O<temcntc - fcaOmcn de cnuamcoto,, • loln'tncia
• ■ m ff'DtimenlD _.,t.&M<,, al.imcntAdo tn,diçào
e a• e:Olllcaa,aa tatOI e mirtucu de poyoe e AI prin•
ápio roateali·lo -. praidcm•oc rei, e OI
• • ncuaram profondamcGtc OI •
•• Corta e aceeufvm à o OI
O llfflfimento de cord ..ra e d
cm nenhuma q,oca, lliDd• ■ m •o
nJ ~ e bcnn? de ■i qu.alql!O' outr•
brutalld.ade e d.e Yiolàicia de OII u C\11 •
, ho•ti1 - ptt °" ...,. •Jicur TOcl-.. a
ena CC1Gtt• o ea.tr&D&• o, tiv lco: ~OY •
nAciooal. Dio dW'IU'UII oeaào o completa repa•
r e de wu da~n~a1.,;..,...to D&tu.ral • ev ,. ,.,d apll'lto d ■
I> 'lall ·• b..m º"'•
llO A CULTURA BRASILEIRA
corrido, segundo GILBERTO F'REYRE, para apurar os tesouro sentim tais que
acumularam a religião e a fusão de raças: "deu-no êle. a revelação de uma
bondade maior que a dos brancos, de uma ternura como não a conhecem igual
os cri tã ; de um misticismo quente, voluptuoso, de que se tem enriquecido a
ibilidade, a imaginação e a religiosidade do brasileiro". O que teve, porém
influ eia notável no desenvolvimento dêsse culto da hospitalidade em que
desabrochou, como uma flor de civilização, a delicadeza sentimental do bra-
sileiro, foram a enormes distâncias que separavam uns do outros os núcleos
de população e o isolamento em que viviam, disseminados e segr ados: a che-
gada de estranhos, de viajantes, nacionais ou estrang • os, a &ses agrupamentos,
- fazendas, povoações e vilas-, insulados nos sertões era sempre uma nota
festiva que, reatando as comunicações com o litoral e o mundo exterior, e res-
tabelecendo a sensibilidade e o gôsto da vida social, quebrava por horas ou dias
a tristeza e a monotonia da solidão. Mem,ageiro das cidad , portador de
novas, - um presente dos deuses nessa imensidade territorial salpicada
de pequenos núcleos-, o foràsteiro, a quc:m se abriam os braços e às vêzes
o coração, punha em alvorôço as famílias, nostâlgicas de outros ambientes,
acordava-Ih s a curiosidade e, rasgando aos espírito horizontes mais largos,
o deixava suspensos às miragens de terra~ distantes ...
Mas, essa hospitalidade, longe de ser aberta e sem reservas, é quase sempre
coitada de uma atenção vigilante e à& vêzes de uma severa discreção. No
estudo dos caracteres individuais,. costumam os morali:.ta descrever um.a
grande variedade de tipos, conforme a predominância de tais ou quais defeitos
ou qualidades, e que a rigor não são senão abstrações ou invenções de .seu espí-
rito. Sob e aspecto, o romancista que nos apresenta seu per onagens por
in ejro, dotados de virtudes e carregados de dcfei os ou de vfcios e surpreen-
didos na vida, em plena atividade, nos dá mais .realidade concreta do que ~~
qu oo fornece, sob o nome de moralista. a análise de uma virtude, de um vício
ou de um defeito. :Eo mesmo que se passa na análi do carâter coletivo. Há
grupo_, como hã pessoas que têm um ou outro ou vârios d defeito , mas
t~ tam~m uma existencia que influi sôbre êles e em que ales intervêm: sua
existancia ou seu gênero de vida modifica-lhl:5 os defeitos, do me mo modo que
& es se modificam uns aos outros, pelo fato de sua coexistência. 7 A iro &se
traço de hospitalidade,. tão característico do brasileiro, coexistindo com outros,
como uma natural reserva e desconfiança, modificou-se ob a influência dêstes
e se reveste de um caráter particular, só explicâvel dentro das condições espe-
cificas de nossa formação. Por maior que seja a hospitalidade os brasileiros,
ainda os do norte, mais loquazes e comunicativos, não se abrem fàcilmente
nem totalmente: ''os recessos das consciências como os dos lares, escreve TRISTÃO
DE ATAfDE, ficam vedados por muito tempo a quem não se impuser lentamente
à confiança do filho da terra". Essa desconfiança e r~erva, que constitui
um dos traços de nosso caráter, pode ser um de eus defeitos; mas, se acom-
panharmo evolução social do povo brasileiro, '-nos fácil reconhecer nêle
uma das suas mais notãveis reações de defesa. Em um pais novo, de formaçao
heterogênea, sujeito a influências de raças diíei-cntes que se foram incorpo-
rando lentamente ao núcleo primitivo, e de uma população extremamente
rarefeita, o homem, exposto na sua solidão, às extor ões do fisco, aos cercos
de avcntur • os e à ganância de mercadores, tinha de viver aos sobressaltos,
numa pennanen e desconfiança que, ainda ao abrir a portas da c a, o leva
a fechar as da intimidade e as do coração. A atmosfera social que criavam o
isolamento e a distâncias, ao mesmo passo que concorria para desen olvcr
8 ~ traço de cuitcr, ""'"'8do ''pda ínr:.rCàdend■ lmp,:culonadon mire utrcmo,, l.mpul- "•pa•
1iu loopa", e com o qual c:ncobR, oob wna atitude de indoleoda e de: c:,,.,...co, um 11oc6:vdPOiia de rcaçio,
•pra,entll•c ~IIJllllumcotc •ce:utu.ado 110~o. Por t.6da p1tt , poe m, • ação do bruildro K uprlme-
pela d..c0t1tinuldadt1 e pela vlol&>cla d.os CODtraste:1; ;ntermí te ... ;,or6:dl.cs, ele pllllQ da atonla ao eotu-
riumo, do langor dil IIU!il..-c11çaam ·rugas dementara 011cavalbeffl , ,... rcsélo. Em \lnu. p ;.,. &d.mi-
rh-el pcl.o vlRor e pela I de:i, EVCLml!9 DA Cvi'lBA, deJ>QiJI
de i,latar cm O• ,,,.,,&,,. o tipo do ICt'àlrn,Jo, m l:Ta
como ilude DO homem pennan=temenu, Ea.tigado ''tttda •~•b>c:la de mn ;o. N&dll 6 l'nAl w-pn:eodedor
d.o que .. i.1.a druparcccr de improvu:o. N"'l.uel& or.ganlui;Ao combllllda Opef9m•re <:m eetiuida t.r format;<k,
completa,. •lhe o apcrecir:oento de qualqu« illddcotc, cd I do.lhe o d""mc:ad.car du o,::rpq lldormc-
ddu. O bomcru tramfi...,-■-. lmpertiga-, e,tadiando "°" rdevOI, ocmu liolJ.- a. eauiruta e ao ccoto:
, a c:abetil Orula...-. e alta, o6bte os OIJlbros pOos11ntt.,■d■111d.a pdo albar brado e r ; • coni em...,,lhe
Pftllt.a, DIUD■ d-e,■ nervaN imtantãae,i, todot OI efd do tdmmmto habitual do. Ore os: e, da rí1wa
VWll'■r do ta tu 0111h r:n, rcpcmt■, ~te, o epec,to dom o.ado.- d.- um "ti .cobrado e pOt,m~,
"""° deodobramento urprceodauc de fõrs;a e agjlldade- atnordlokl.aa".
P ICOLOGJA DO POVO BRASILEIRO lJS
durável, a não ser por uma fôrça exterior respeitável e temida'. Certamente,
o UlIDll(O comum, rep ntado quer pelo índio, nas suas incursões, quer pelo
estrangeiro, nas tentativas de oonquista e ocupação, oonstituía um elemento
unificador, tendente a r duzir o individualismo e o particularismo e a estimular
a união dos indivíduos e da unidades coletivas, isoladas. Contra essemeio,
de uma naturcz ho til e povoado de inimigos, "não se luta sõzinho, observa
Mn.TON RODRIGUES; luta-se em bandos, organiza.dos quase que militarmente,
quer se trate de entradas e bandeiras, quer da explotação agrícola ou pastoril
da região já conquistada. O trabalho em comum é a regra, trabalho que exige
de todos aa mesmas qualidades rudes, e trabalho iguallzador que pede todavia
a autoridade indiscutível e sem limites de um chefe, que s6 pela sua posição
se distingue de seus comandados". lt verdade, mas &se fato, que primeira
vista poderia denunciar um espírito de cooperação, mostra apenas como a
falta de coesão, na sociedade brasileira, é um fenômeno de raízes profundas, u
Pois, se a co o, mantida aliás pela autoridade de um chefe, de um poder sem
116 A CULTURA BRASIL JRA
-. ncm o ti!,' abob"•to " rude da dixiplina ~&tica c:nttt ot Jo CI.D C•~ de
~ como.N, o lsolameato eu distlDcias. contribuem para• dum&tica. e»
de ~darte<IJl<lc: e dr afeiçlo e faar do lema "um por fllod.am=tal
, POt c:oota próp:ia, da imtituii;io e d.os l11dMd...:a.
10 O acntlmentD danoo;rltic<>,, q11c Ec& vi eito, e
DO miaôro, pdu ~ e,ip,,ciai oro de: b..-.
Dai 'br9 B.ua,ot LATIP, d~cdc muita. CIICll>Cl"C:ia.DI •
·c-1ode llii:rcad.oriaa que o moaop6Uo ~oferece• ~ aor -
tb.v. Bm COCltlAllOI d~ QO bllJCKOdu C9l!U de ~~ P"A a ta,
de, dlarquc, forçado • M ■NCWV cm dono de cua pani qu,: oi.o tudo
1 ■inda mala awo. Para rqat,,sr de ecmocí!o.cia tr■nq ·ta. o rico
timbram por te lcu,wu- •c:ie -. O coatato pcnnaDeatc com o ..- de t.n ■s
tiriM. Omdoev.macerta.doscdc "ta( L.l.n:P,oall o
CCtOI dara? iudú,a) ton>am o mill • lltAJt M.. D B.u:aoa
• aJr•, &dlt6ni S. A. NA N "tc'', o de Jancu-o, l~0).
li Al.aaa Dll Áffl>lLU>ll, ÁQ>J!Cto-. da cultura br,uiJ,.i,-■ . A ma 16-17.
Colcçlo _,.dOf'CI bralilcirae, UL Scltmidt Editor, Rio, l9l9.
PSICOLOGIA DO POVO BRASILEIRO 117
trumcnto de servidão. Tõdas as lutas tendem a revestir, por fôrça d&ae in-
dividualismo, um caráter pessoal; e mesmo quando e julga que aplaudimos
ou combatemos id~, o que. no fundo, se pretende comagrar ou repelir aio
os indivfduos que as encarnam, e de que o brasileiro é geralmente incapaz: de
~ar das suas idf.:ias, não s6 no terreno político, mais agitado de paizões,
~ no próprio domínio intelectual em (Ne as divergências de doutrinas ac:ar-
~ quaae sempre aeparações e conflitos de pessoas.
Num pafs em que o prestígio pessoal é tudo, independente do nome her-
dado, e a união de indivíduos e grupos se tinha de fazer, em c:onscqübicia, em
t6rno de chefcs ou de personalidades prestigiosas, não podia ser forte o prin•
cfpio de coesão e de hierarquia social nem dominante a tend~cia à centra•
lização. Tõda a no história social e política mostra. como já frisam011,tanto
a r~ist~ncía oposta pelas províncias a movimentos centralizadores.que', acima
desses governos territoriais e particularistas, suscitaram um organismo comum
e unitário que os envolvesse, reduzindo as autonomias regionais, como a reação
. instintiva do individualismo contra as hierarquias ou tõda e qualquer compo-
sição que se tomaaae obstáculo à autonomia do indivíduo. O individualismo,
de um lado, e, de outro, as tendencias 1ocalistas resultantea do pr~ de
nosaa formação, residem base d~ personalismo tradiciona1, profunda-
mente enraizado no brasileiro e intimamente ligado à vida de partidos e aos
11eus mecanismo de ação. A organização social, mais solidamente hierarqui-
zada que registra a nossa formação histórica. foi a das sociedades agrfcolaa,
latifundiári&.8 e csa-avocratas. Mas o fenômeno de urbanização o deseavolvi•
mcnto do comércio, a transformação das estruturas urbanas num eentido de-
mocrãtieo, a extensão da cuJtura intelectual, e o individualismo ~te aca-
baram por desagregar o agrupamentos rigidos da sociedade rural, antes mesmo
de ser atingida, nas suns próprias bases, pela abolição. O que dela nos ficoa,
quase como um resíduo transferido à vida política foi a moral de p trões e
agregados de senhores e de escravos, formada e desenvolvida no regime aocial
da escravidão. "t es moral - constituída de dois princípios, da autoridade
aoberana do chefe, herdeiro do senhor, e da fidelidade incondicional do ser-
vi.dor, - que deu o conteúdo social ao personalismo _porvia der gra tão com•
placente e doce, para os submissos, tão arrogante e desabusado em «:lação a
quaisquer restrições ao seu domíni,o e à sua expansão. ºAinda hoje, como
pondera MfLTON RODRIGUES, se formos analisar os elementos cornponcn ea
do complexo constitufdo pelo que aqui se denomina "prestígio", talvez o en-
contremos naquela espécie de relação entre o protegido e o proprietário, que
caracterizou a nossa formação por núcleos agrícolas semi-feudais e isolados.
tsse traço que um individualismo intenso imprimiu ao caráter pol{tico, e de
que se acham afastados tanto o sentimento do interêsse comum quanto o es-
pmto de cooperação, arnda mai fortemente se acentuou com o desenvolvi-
mento da burocracia a que as condições socirus e econômicas do país arras•
taram a burguesia urb e o Império; com o hábito de apelar para o
govêrno a propósito de tudo quanto interesse a mais de duas pessoa , na justa
observação de Rov NASB, e com a absorção constante de tôdas as funções
aociais pelo E ado".
, Enquanto, como ob a BountY, o Estado surge, na América do Norte,
como uma criaç o consciente dos indivíduos e os cidadãos se mostram pouco
desejosoe de v!-lo intervir nas suas relações, 12no Brasil o Estado ap81'CCC oomo
uma providbtcia que precede os indivíduos e a que se recorre como um sis a
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132. M,1pa d,, d 0•nsidade d.1 f>Opulm:âo do B.ri.t.s,J.r,or mumc,pro.
• • cm sewn,bru ,1,. 194~
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HABITANTESPOR Kmt
0,01 • O.,SO
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1.01 • '·"º
tS1 • i.oo
S,Ot • 10,0
se.ti • 1o.>,r.o
wi•r9 lc- IGO
171. RUI BARBOSA (Bahia, 1849. Petrópolis, 1923). Jurista de notável saber e
um dos maiores advoaados do Brasil.
Foto da Coleção da Companhia Melhoramento• de S. Paulo,
172. CLOVIS BEVILAQUA, "de cujas mãos
.)ãiu, para a sagração leAal. o projeto definitivo
do Có=liAo Civil Br.asileird'.
'ii
IBJ• fo<uldad,d,MtdKinado
Riodt/atlt,o,jdnos,u norotdiffdoàProilJ
Vtm>dho.
(fM!ilodoXfVi(o~-
• \IOSYUIIS,
H>IO dt RtcM<tamfn/0
181, TE.JXE.JRA SOAl'I-.S, que p,-O~to,, "
1>recvlou o plano da Estre,1:, de Ferro Cur,ub"·
Par411.iaã. admirável peliu .rua obra, de
arte e pe.lo aeu UltÇIK/o.
+
....._..-_r_ ... ~·
l..:.J- ~j - i
16S. Pnc.u/dad<t do Oireito de S. Paulo, ttntiA<, Con,.enfo de S. Frant:1""1, om que foi 1111talado e
funcionou, desde 1827, o eur.so jurídico
162. 1,rojo Unidn, ]Arejo.
Cristã Presbiteriana de S60
Paulo. Um dos belo• templos
do protestantismo no Bra~·il.
188. MlOU'tL COUTO, médico 6 professor de 189. MIOUl>L P11Rl!IRA, d11 Faculdade de
clinica n,i Fnouldado do Modloin11 do Medicina do Rio da Janeiro.
Rio do /ttnoiro.
184. A Faculdede de Metlici•
,.. dlJ B,,J,,o. - Foto VOLTAIRE
FRACA. Urbo Salvador. 1nsti-
1Ulo 8r8'ilrtro do C~ffa e
Ei1at!Jtic•
A Cultura
CAPtTULO I
Ora, desde as viagens de São Paulo até nossos dias a hist6ria da missões
ac confunde com a da civilização cristã. e os anais missionãrios continuam
através doe século as atu doa Ap6stolos. 2 A propagação da fé, no entanto,
eeban-ava, no aéculo XVI, em obstáculos ao parecer invenclveie: de um ledo,
a di9Ciplina do clero e da Igreja, penetrada da vida acnsual da Renascen e
da admiração um pouco idólatra do mundo antigo e impregnada do orienta•
limlo pagã.o, tendia a di solver- e nos abusos dos papas e do grandes cclcsiát•
ticos. e, por outro, irrompia, no seio do catolicismo, em conscqilblcia d
mamos abusos e sob a pressão de idéias reformadoras, a maior dissid&lcia
que jé perturbou a unidade espiritual e a pregação do Evangelho. A hora
era grave. O catolicismo "sofrera os ataques fomndâveis de um LUTERO,um
Z~GLJO e um CALVINO. A unidade da igreja quebrara-se. Mei Europa
atava repartid em seitas protestantes. A política fomentava as de:sordcn_s
aoe grandes pa1sea para, dividindo-os, enfraquecê-los; e a terra estava ainda
eneopada no sangu do massa,cre do dia de S. Bartolomeu e no das tremendas
matanças doe anabatistas e dos huguenotes". Foi por essa época de lutas e
dinençõca religiosas que surgiu a Companhia de Jesus, fundada em 1534 por
Sto. IHÃCIODlt LOIOLA,e da qual, antes mesmo de ser erigida, em 1540, cm
ordem religiosa por PAULO UI, já se destacava um dos seus íllhos meia emi-
nentes, Slo FRANc1sco XAVIER, para a evangelização da f ndia. Segundo a
expressão de Pio XI, Deu fazia, por êssc modo, do século da Reforma, "o sé-
culo do Condlio de Trento, da renascença das antigas ordens monásticas, da
floração inumerável de novas familias religiosas, o século de ouro da santidade".
De fato, o movimento evangélico retoma a sua curva ascendente e entre a
grandes datas do calendário missionário figuram, nesse século, o dos uccssos
do apóstolo da lndia e os do Pc. JosÉ DE A.NcmETA, apóstolo da América. Em
1549, cêrca de SO ano depois do descobrimento e quando a Companhi de
Jesus já contava nove de existência canónica, chegava ao Brasil, com o pri•
mciro governador geral TOMÉ DE Sous.&~a primeira missão de je ufta , diri-
gida pelo Pc. MANUEL DA NóBJlEGA, religioso de grande saber e virtudes, ''o
maior poUtico do Brasil", como lhe chamou SotJTHEY, e que fundou e organizou
a catequese dos indios. Essa missão, quatro anos depois, em 1553, e refor-
çava com outro punhado de missionârios de que fazia parte um jovem jesu(ta,
de 19 anos e de constituição frágil, - o Pe. JosÉ DE ANCHIETA, natural de
Tenerife, nas Canária , e que devia tomar-se famoso, pela santidade de aua
vida, pelo seu espírito do sacrifício e por seu zêlo apostólico na propagação
do Evangelho nas selvas e nos sertões.
O que foi a ativid de dêsses homens admiráveis, na defesa e conversão
dos gentios e nas suas entradas aos sertões, entre perigos e trabalhos de tôda
ordem, não se pode avaliar senão medindo-a pela extensão da ârea geogrãfica
esocial em que se desenvolveu e pela variedade de serviços cm que se repartiu,
projetando- em todos os domínios. Certamente, é na cristianização da terr
que se concentram os e forços dos jesuítas, e é a serviço dessa obra fundamental
do ponto de vi ta cat6lico, que se desdobra, se alarga e se multiplica ativi-
&.de espanto dos mi ionârios. Mas. que a ação infatigável e fecunda dt
religiosos ultrapassou os domínios do espiritual, não resa sombra de dúvida.
• t1cs formavam, pela sua rígida disciplina, na sociedade colonial, incoerente
e fragmen ria, um todo homogêneo e compacto, capaz de resistir à., innumcias
dissolventes e de abclecer um minimam de unidade moral e espiritual
entre o colonos portuguêscs e os povos primitivos. assimilados nova civi-
6 mo ..,. de 1:11 ar aidbor rnuluido iatd.ectu&I 1111Col4nia, quamlo, D& capital d• me_tr6po1 L •boa,
en 11norbcla no .&:ulo XVI, e 116mcatcdwu pe:poas. ao que .t'11m• R. OLJV&IAII,
l{Cfal e prol'UDdll • OC\lp&v 1D
em en&ÍD# lcitur• .. mmlAu. NO!I ~CúlOI xvu e XVJfl a à~°" .Metrópole,. e....UJ)«,to alo IDodl•
132 A CULTURA BRASILEIRA
f1can nln>mtc, • 6 o l.uloues n'E Po:r,m.u,, " ~ enonne p,x t'Odo o p,11, •
d • cm m"loto monop6h.> do ensino. A 6Dica univa-sidJlde que íunclacav
ele bra. fundada cm I em Lúbo& e transferid.a em 1537 ~ Coimbr -, atava
Outncla dln .:lo dr:ro e, r,,,nú:ularmenu, d Co.np:anhi2 de Jenu que dda apoderou ein ISSS, e e "" ·nii..
DOIItc:WIC\lnOIIacallbado, e llvis , de apostilas, gI .u e com-:n • , •a • um •~tlbo de e tctilluçAo inental
do q um (ator de pr ,)l:Jctt~ it1tde.t1lll e c:i=a.:.!Uc:i.
0 OtLDIUIT0 Fit YU, Sobredot ~ Moeam~. rural Jo Bruil,
Dccadmi::i• do 1)21:rlOJ'l:Alla . lOO.
S e Brullwua, YOI. S4, Comp. Edlt«. Nacionw~ S. P-.nJo, 193~.
rNSTITUIÇÕES E CRENÇAS RELIGIOSAS 133
siva dêstes na massa dos colonos, não se podia fazer sem o risco de expor as
crenças cat6lica.s e torná-las permeáveis às culturas, - crenças ritos e supers-
tições -, indfgen.as e africanas. A religiosidade cristã que, herdade de Por-
tugal, ae contaminava de tõdas essas impurezas afro-tndias, sobretudo n s ca-
madas inferiores d sociedade colonial, atingia sua fase aguda nos s~culos XVII
e XVIII, cm que a vida religiosa, de wn lado, e a paixão genésica e a dissolução
de costumes, de outro, chegaram, na observação de PEDRO CALMO , "a ameaçar
de extinção a raça branca na colônia infestada de africanos". Ninguém anda
sem rosário na mão e t rço ao pescoço; todos são pontuais a se ajoelharem
pelas rua , ao toque do Angelus, e no palácio governamental da Batúa, no
testemunho de LA BARBtNNAJS, se rezava pelos cantos ... 7 Enquanto o pri-
meiro filho, nas famflias patriarcais, sucedia ao senhor de engenho, pela lei
que dava ao primog, nito a suces ão integral, e o segundo ia estudar na Europa,
o terceiro entrava para a igreja, professando aos quinze anos. "A vocação
viria depois, com o bê.bito, o cercilho e o voto". As moças ricas, em uma socie-
dade em que o número de homens foi sempre superior ao de mulheres, iam
professar em Portugal e, depois, nos conventos brasileiros, chegando a tal ponto
a evasão para os claustros que apenas fundado em 1669 o convento de Santa
Clara na Bahia, desceu a cinco na capital do Brasil, naquele ano, o número de
casamentos ... Multiplicavam-se por tõda parte os templos religiosos e, desde
o século XVII, o Brasil jâ é o pais das igrejas e dos convento!', 8 e era vcrda-
deiràmente extraordinário o encanto que c,x:ercemas igrejas sõbre a multidão.
Jgumas como a igrc"a do Convento do Carmo, na Bahia, as de Vila Rica e
Mariana no século XVIII e as do Rio de Janeiro, tomaram-se c~lcbre pela
lidcz tranqüila de sua construção, pela harmonia de ruas linha arquitetô-
nicas, pela beleza de seu interior, de suas balaustradas e de suas abóbadas,
de seus altares e de us púlpi os, de suas capelas e sacristias, e pelas preciosi-
dades e objetos de arte em que não seria possfvel deter os olho em ouvir,
pela riqueza de uas lembranças hist6ricas, uma voz do passado.
A religião católica, penetrada de misticismo, já aprofundara como uma
ârvore frondosa, as suas rafze na terra e, abrigando a sociedade colonial com
sua vasta ombra, fazia dissolver, na unidade da fé, as diferença regionais,
&Ociaise culturais, do povo brasileiro em formação. Fôrça ativa, de combate,
e reduto de resistancia, ela serviu também de dique à invasão de franceses e,
depois, à de holandeses, para cuja expulsão a palavra dos pregadores, nos púl-
pitos, 11~,associou à ação guerreira dos próprios conventos, misturando-se, como
18 Ao contr6rlo do que l)l!n~ A. J. M&LO MOltAJI (ffí5t6.ri,. dos,,. ;r R .. inoo, do s,,,s// Tmpi,do. t, S),
que fH remootar II ris no Brt1•il à ~ de. êo'>jura·ção Mloeíra 1178 178!1),• prlm.dro lo.!•
ma~6nlc.i pucc omc:,de AJ'eópa(tode Itam~ foi fundad• em 1799 pcl arm •
Uta, AluluoA Tinha por objetivo priuci'l)!ll in,titulr um ovem n o
durou IDJlü • ~ qu in,tal r•m em São Salvador, e.m1807, 18
o, Or nd , como o, deau loja,, canram em r o de
na! 800 cria ... em.a loj,. no RI e Jfto<:I •
em Pera tr~ lojas ílllldada , uma cm i~, nn 1812, e duu ouO'••
no Rio, BMKII,q= se constituiu ,.r,...i o Grande Oriente do Bra,11,
i 'edlldes ~ de que {ulam •
lldl Cl'll1D ac,iio pre;>:>rl<len.11.b:08
o.i. que, entre n6e. .tcan,
um , ~m~tre da ~ffia. de,d
be ...Se ÔIYate Nacio;mt Brw ·'°-
e.te o aob o o= primâro ,u-
de wn~ ...,,,. dsilo no Grande •
de J!lllffl'O. de um outro, o Orand
pd., imtituiçila CODê:&:>eres d•
882, P'Wffl>, cdebrou.«, por um CGIIYffl
Orl do m o, o nub antigo e, ~te, o m • pod •
cna~:ru. cem -ocwos Gnmdes Oricotes, em 1
• mab de cineo IIJlOI; o 'de ~ Palllo e o do Rlo ra
od • o d B.sbhL Al!tn do, servi~ rdenn.t q •
do pelo pab, teve o,rrt., atjv• na pr~ d aboUçlo e d 1•
ca-. Rm f , perdenm •• IQju ma~niea,, alr>da e:ti~tcnm o car6ttt 11·
tlco primltivCIII,íoadlmUl!So como auoc:t.~ rtlantrbpicaa cm hu:manlt:Ariu. num árc:u.lo cada vea ratrlto
de lnflueneúl e de ■ çlo.
13 A CUL'I'URA BRASILEIRA
Cruz a sua vida, não s6 religiosa, mas moral e intelectual, e ainda política,
durante cb'ca de três séculos, se desenvolveu em grande parte senão por ini-
ciativa, ao menos com a participação constante do clero. A Igreja desempenha.
na cidade um papel de primeira ordem· e o culto, entretido sob suas abóbadas,
cm suntuosas cerimônias e solenidades as procissões o espalham nas ruas, com
a magnifi eia de seus cortejos, entre as multidões ajoelhadas à passagem
do Santí •mo, sob o pálio augusto sustentado por sacerdotes. As mis,ões
apostólicas e as vi itas pastorais alargam cada vez mais as fronteiras religiosas
dilatando e fortalecendo seus domínios atê as vila e os últimos rincões do sertão.
A posição social dos padres, nota RuGENDAS, nos prioclpios do século xrx.
"é um dos traços mais belos e característicos do espirita moral dos colonos do
Brasil: são conselheiros, amigos da família, consoladores protetor s dos opri-
midos, mediadores nas dissenções e inimizades". 17 É ainda a Igreja que pre-
side, pelo seu clero e especialmente pelas ordens religiosas, à formação da moci-
dade, nos conventos e nos co1égiosde padres. E oe,,de um modo geral, escreve
VIRIATO CORREIA, "talvez não haja outro pais que tenha como o Brasil a vida
tão estreitamente ligada às batinas e aos buréis", não há uma s6 das nossas
revoluções "que não tenha um padre ou um frade a bater-se pelo ideal da li-
berdade". 1 Os sacerdotes implicados na conjuração mineira· os que, em tão
grande número se incorporaram aos civis na r volução de 1817 ou que, con-
gregados ou não sob o rito maçônico tomaram parte na luta pela Indepen-
dência, guiam, nos movimentos políticos de nossa hist6r"a, a tradição na-
cional do catolicismo que, encorajando, pela energia dos jesuítas a reação de
EsrÁcro DE SÁ cortou as asas, no século XVI, ao sonho de uma França Antâr~
tica, e ajudou a sacudir o jugo batavo com os ex cito que em 1640 lutavam
a um tempo pela fê e pela integridade do território. Mas notável influ-
encia do clero de cajas fileiras ainda saíram, no s&:ulo XVIII, um ff foo do
valor do Pe. BARTOLOMEU DE GUSMÃO o descobridor do aero tato, e no alvo-
recer da nação, um botânico da autoridade de Frei CONCEIÇÃO VELO o, um
compositor como o Pe. JOSÉ MAURÍCIO e um poU •co do pulso de D1oc;o FEIJÓ,
atingira o eu ponto culminante na primeira me de do ulo XIX; grandes
pregadores, o Cônego JANUÁRIO DA CUNHA BARBOSA e o Pe. SOUSA CALDAS
entre os seculares, e Frei FRANc1sco DE SÃO CARLOS,Frei SANTA TERESA DE
JESUS SAMPAIO e Frei MoNT' ALVE"RNE, frades franciscanos, que acrescentaram
com sua eloqüência, um novo brilho à irradiação da Igreja e à autoridade in-
telectual do clero.
Se, porém, nessa irr.adiação em que hã muitos pontos opacos, nem tudo
são fulgores, na influência religiosa, benéfica e salutar a tantos respeitos; nem
tudo foi realmente útil à no~sa formação. A predominância, senão quase ex-
clusividade do }emento clerical, nessa obra civilizadora, e a ori ntação aca-
demica e livresca do ensino professado nos mosteiros eminários, comprome-
teram por largo tempo a cultura brasileira de que várias características, como
o p dor los estudos puramente literários e r tóricos e o gõsto pelo diploma
de bacharel, incutidos pelos jesuítas desde o s~o XVI, se pt'endem a essa
educaç;ão bi-sccular de tipo religioso. Tôdas as gerações que se sucederam,
n Col ia e no Império, acusam nas qualidades e nos defeitos d sua cultura.
" regime de domesticidade monacal", em que foram educadas. O predo-
mínio do padr e dos frades, nas elites culturair, não foi tam~m sem conse-
qüeocias prejudiciais à própria religião; solicitados, pel escassez de homens
cultos, e sob pressão de causas sociais e económicas, não tardaram os eclesiás-
ticos os letrados do tempo, - a transbordar de seu campo de ação natural
17 Jolo M,w1dc10 RoOBWDAI,Vi•,.,,,. pitores~a •tr••6 do Bra li, Livrar! M11ttl111,S, Paulo, 19-40,
li VtlnAto COl!lll&U. Batinu. lilu!raia. Arti&o 110 "Cornlo da nhl", Ri.o de JIUICiro, 19~0.
INSTITUIÇÕES R CRENÇAS RELIGIOSAS 139
19 Pl.l/Oo BA.a&&TO,
A cultur•jurldlM no BrniJ (l8U--19;7), Bibliouca do "01» o ele Slo Paulo".
o.o 2, S. P ulo, lll22.
'140 A CULTURA BRASILEIRA
1D Ante1 de eor ■11c~u~adu. " llbc1d<1dcrcligío•a pela carte con,titucí,mal de 1824, e, lngl•tau, 1101 OI•
timo, an~ do p~r!~do ~oi n1AI,om 1810, havia rirmltdó com Portu~eJ um tratad~ de c<imfecio croquete o,tl,
pulava, no a.r1lr,o XI(, que Porlugo.l mBntefig ao, ol'tdao, inglt,~, n.,., ••u• territ6rioo, liberdade de culto, "ruu
partkuhirc, l11reJ~•e cap lo.e", e cri■ ixrmitida a edlfica~o de CIIISI para o culto, com II co,:,diglo dc, cittarna-
mcntc, "" • 1cmclhuom a cu de h•bit•~II • Por bte tratado ccld,re,do cbtte D. JOÃO VI e a l nal•tarTa, o
p,-Otcttante , aóo qual, n o ,., faoultav• fazu prmélitoo, teriam ccmltéri<• N~i•I• e o• funeral,, rupdta,J.o .
21 Que • urer do protc.t■ntbmo 1a tem alugado e •• multiplico.m º' ~u.a obr •• n~o 6 relialo..- ma,
de carfiter edw:llllvo e oclal, n o h' 0>mbra de dúvida. :tue tlc,eovalvlmento l tanto mai, not,vd quanto
-ttm r,ncontr do ,cmpre, da ~rt• do cetoliciJroo quatro vhe. 5e<:ular no Bre,il, e lllll lr■di~ c1t6li Ido povo
bruildro, um. opo lçAo dcddlll ■ r conatantc. Em i935, jã contava cerca de I milhão e D1c.lode pa11M .ob •
•ti.o rrliiti d i rc:iu cv•oitili .. 1: e, pua .2 S76 par6qui11s, 76 curatoo, 30 capei■ cW'■du, d.a ;,,itl• eat6!lca,
oqun<lo.,. d ,. ~h o, ofl:hl• de 193~, e itli m cm 1935, 1 231 iuc.)b e 64S mln1t1r01 p,otc t.alltco, coai
• uclD.;.o d ■■ rriH dO'I roinhuo d I c.:,munidad~ colonislt. ErtllJeram•ac raQd 1c,mpl iovao~tUco,,,
cutnD • lp-d■ Pre1blterl a., do Rio, anti a Cau di, Qraçã.:,, recon,truldã, rm cotilo 1õtko, e reputado 'o ma •
bdo e maj uno ,.,mpl.:, d dcD ln ■,;;õra cvan:;ffic.u do Bruíl'', e ouu no RiD, cm S&o Paulo (Campiau,
Rio Claro, Aru uar , BotDCalu), no Pu: nà e no Rio Grande do Sul. Calcula,ac em 10 n,íl o oflroc:ro de
cumplun Jo trxto sa rado, - por ntri.ru e cm •~;itu-, diJlribuldaa ■tE 1936 ao Br• t". mrnoa
imptllrUL.nle• obr■ cdu tiva que r li.D, 11■ndco col~ e tuB eocaJa, domlnical , tae, "°"' u.roa ma-
trkula toul d" 180 !J'III hlnOt, cm 193 e II qU! ao Auoci'1ÇÕe9 Criltãs dr M-. innitwac> dei clO eY■I\&'·
lica e de ari1cm rruHI ..,,. nor amcn 11■• traiem '1111acontribuição d.,. alto valor c,oo, , eti,ridadn cd11,
n.tiv .. 11AJ u da, a do Rio de Ja ciro, - a primeira fundada no Branl, em 1191, j6 com wn palibu.Ots o
de S mil c,onr -. • d Pdota.t no R Grande do Sul e ■ de, São Paulo. A C<X1tribu:i;l\odo pro,:nt&Bti o, n
otn h pin!a, e, orf %1ca, "nda que maü tC<CllU. ji .aprbe:Ot:11 hoapilaio com.o o H pl!Al Evan Mico do
•Rio d• J•n.·,o, o S.mu lano, de Slo P■ ula, ■ Vila S:unaritana, cm Si.o Jod dO'I C....poa, o S■uabXio S:b '"•
cm Campos do Jord o, 11 1 • orl"■ nal no Ri:,, ~m linu e Sào Paulo, e...., poder de cxpan o ' pode
aprec;lar pel.:i valor do patrilll<lnio evan1llko, cakullldo n<> oeu ~otal em SOOmil c,ontol. oesu.ndo oi c,iklll d.,.
DoMJNOOI R1a.1!110, que eompr; cndc, 11 avalj•~o. t.empl<>o,rl!fld&!ciu p.utaralt, umloiri011, e 'ao,
ha.piu,I e orfana . (Cír. DD,.1!'1009 Rl■ 1t110, Oril.en• do """nlle/úmo bra il■iro1 R o, 1931; EaADIO
BuoA .and K&NNIITIIa. GRU•, Th11 republic: o{ Brml. A IW"YCY OÍ Rli&íou., riluat:1011, World Dom.in.lon
Pral, 1933).
142 A CULTURA BRASILEIRA
A rudlo d POM:ll,\1.«>ntra lqad e o crdcna mon\ lko. pro,b,ndo-t ..ic rcc,cb:nm oov;ç ,
fo, H'r'Ulm lc de oporrionad• •ot í" q~ ~ímou: tttma4 , como • pollllca ral o: treduria em
do cuYCrno imperial, cm UISS, cuido:, cooi;:k u , ~ltum com outro,
ln • libcnladt dc ams.:ifflda. En prN:i '• .ih, invrt,:;.
va com .. íilha d .. mdh«es íamlli o de ,e cdu-
c:oa4<:D&J"cmoa Mttrópo!e à da w-11 o abu» que Pololll &.
N. ''d lqadot •cstabeled:mcntu, rdi,:im a , au 'ado
e o f &tifltlo··. M.u c:c:n o mesmo 1talpc q • am, -
de• mi,ti:itmo, se feria e Ubcnb,deac con m, • pn)pria
" ;:1ç • Oa conveo cntr~r•m em decad&Jcia e, C'I o , li DCOnt«e:r,
o que acont..,c,cujl na Rrpúblka: foram parar b ml.iot d.i, f tt "'1<>vtncoa
q1ie dellohDvam pedldoo de reecbtt novi(oo.
133. Pe. JOSÉ DE I\NCHIET,\, S. J.
(Canária,, J9,1ll-1534 - E:pfrito S1mto, Brosil,
!,l.VJ-1597) - Reprndução do Gabinete de Etno•
l(rafia do Faculdade de Filosofia da S. Paulo.
. ••--~r.
~-
~
LISBOA·
Na Officinade MIGUEL DESLAN DES
M. DC. LXXXVI.
Comtod4Sas l1ccnpunectJ[ar
'4s
142. Iircju
Bento. Salvad e MoJtei,o S
VOLTAIRE FRor, Bahia. - Fol·
vad ACA U o
~. lnnhuto Sr rll>? Sal-
eosr•f•• e Esta~t~~o de
143. Igreja da rua do, Passos (século XV'll/). Salvado,. 8ah:a.
Foto VOLTAIRE FRAGA. Instituto Brasileiro de Geogrzfia e Est~tísllca.
144. Ouro Prêto, ;1spccto parcial, Vis/a tirada do átrio da IAreja S. Francisco de Paula.
Foto Rádio Inconfidência de Min<1s Gerais.
145. S. Jono d' E/ Rei. I4reja S, Frnnci,co de ÁIJI•,
F«o•Rddlo/ncon6dffldod#MIM..,..
146. S. }01,0 d'EI Rei. Ia,ci• S. Francisco ,Je Assis. Outro :upecto.
Foto Rádio Jnconfid~ncia de Minas G~r~is.
147. Ouro Prêto. lArcja Nossa Senhora do Carmo, aliares laterais.
Foto Rádio Inconfidência de Minas Gerais.
148. Portal de ltreja. S. João d'EI Rei.
Foto· STILLE. Coleção da Faculdade de Filosofia de S. Paulo.
149. S. ]oiio d' E/ Rei. Matriz.
Foto STILl-E. Coleção da Faculdade de Filosofia de S. Paulo.
l 50. S. João d' E/ Rei. Igreja do Carmo.
Foto STILLE. Coleção da Faculdade de Filosofia de S. Paulo.
151. Tiradentes. M•rriz. Detalhe do ór,io.
Foto Rftdio lnconfídência de Minas Ger•i•.
)52. Tiradentes. Ma.tr-íz. Rertíbulo e te,o do aliar-mor.
Ji'oto Rádio Inconfidência de Minas Gerais,
153. Mariana. ltreja do Carmo.
Foto STJLLE. Coleção da Faculdade de Filosofia de S. Paulo.
154. Aliar do T4reja da Boa Morte. Rio de Janeiro.
Foto STILLE. Coleção da Faculdade de Filo1ofiã de S. Paulo.
ISS. IArcja de S. Francisco de Paula. Rio de Janeiro.
Foto STILLE'.. Coleção da Faroldodc de Filosofia de S. Poulo.
156. r;reja d& S. Bento.
O/indo. - Foto STILLE. Co-
leção da Faculdade de Filosofoa
de S. Paulo.
BlBLIOGRAFIA
ICJlão nobreza, ao menos aos chama.dos cargos nobres, criando uma nova
aristocracia, - a dos bacharéis e a dos doutore,. Para •a funções nobres,
como a magistratura e o canonicato, que exigiam um minimum de especiali-
zação intelectual, bastava a cultura literária e abstrata, transmitida nos colégios
de padres, por métodos que se baseavam, não sôbre a ação e o concreto, mas
sõbrc leitura, o comentário e a especulação. As armas espirituais de que se
compunha o arsenal dos mestres cm artes, "essa espécie colonial dos bacharéis
de hoje", não passavam das humanidades latinas e das noções gerais que re-
sidiam ba da fiiosofia e da teologia e eram • apropriadas a formar pre-
g:adorcs, letrado e eruditos. Formou-se, por modo, a tendência intelec-
llialista e literãria que se desenvolveu por mais de tre& séculos, para o bacba-
relismo, a burocracia e as profissões liberais. Se para ela devem ter concorrido
s tr dições intelectualistas do judeu, a cuja influência OtLBERTO F'REYRE
atribui o g6sto pelo anel no dedo, com rubi ou esmeralda, do bacharel ou do
doutor, e a mania dos óculos e do pince-nez, "reminiscência oriental, de sabor
israelita", é certo que nenhuma influência nesse sentido, na Metrópole e na
Colônia, foi maior do que o sistema de ensino e a cultura que dêle resultou.
O papel que exerceu a cultura modelada por êsse tipo de ensino foi de tal pre•
ponderância que nem as missões holandesas, cientificas e técnicas, no período
da ocupação de Pernambuco, nem mais tarde as rcaçõe isoladas do Seminário
de Olinda, no século XVIII, e dos colégios de franceses e ingleses, aqui esta-
belecidos no século XlX, '1>ara grande indignação dos padres" cons ·ram
abrir uma brecha mais profunda na tradição intelectualista, purament lite-
r6ria, do velho ensino colonial dos jesuítas. :€ que as condições de vida social
e econ mica, depois da expulsão dos padres da Companhia em 1759, e até os
fins do culo XIX, se caracterizavam pelo m~mo regime de escravidão e pela
m a organização econômica; e os progressos lentos, no dominio das indús-
trias, não foram suficientes para valorizar o trabalho prático e ccnológico,
mantendo em baixo nível os tipos profissionais, e ainda extrema.mente simples,
a hierarquia das funções industriais. O título de bacharel e de doutor man-
tinha- como um sinal de classe, e às mãos dos filhos do enhor de engenho
ou do burguês dos sobrados continuavam a repugnar s calosidades do tra-
balho ...
Mas a ascensão do bacharel e do clérigo 9ue data do s!cuto XVIl, com os
primeiros valorcs brasileiros, GREGÓRIO e EUSÉBIO DE MATOS e ANTÔNIO VrEI-
RA, êste, por uguês de nascimento, todos formados na Bahia pe1os jesuítas,
C' que te acentuou nos séculos, seguintes com os bachar.éis do Rio e de Minas
Gerais (Vila Rka), teve, sem dúvida, uma grand importânci na vida social
e polit-ica, nos últimos tempos coloniais. Se, de um lado, essa cultura padro-
nizada que recebiam os que estudavam com os padres da Companhia e iam
bacharelar-se cm Coimbra, tendia a assimilar as elites. de norte a sul do pais,
aproximando pernambucanos, baianos, fluminenses e paulistas, • os valores
• e bruilciroe que iam -tudM o. &w-oo., • ft>Al parte-.., d tina.,. • Coimbra, 0<1troo •
tpclll e Pio • o, - 4;J;uerno, oadc
f1ll'Ol!.oli Alemanha e 1. 1.n tcnnaf'lm...,. v\11 e os ou pouco mab,
moan0a, mcdidna e .abn:tuci<> d'ttritx>. Entre ae iuconf"1Clc , CI.ÁVIJ o MAHUm. 11ACo,t4, de MiNll !RI-
barlo elo Carmo) e lfl.tcro Joli oz AI.VAD!<GA, do Rio de Jandrc>, dOll~- Cl'll Coimbra: DoKm- Vm.u.
m!Qetro, e OI n.umine,,..... Jod M4JIU."íO Lr..u. e Jost ]OA DA , que, C'YC 17$6, u.,,. cn-
trn' cm Nlmca. c:am J~ a:abiuD<l« dos .Estad Unld c:m Par , ftlCWN\I t. boe ao Y<>lta,-
.t. pf,t:r&, ..,.m m~idna cm q,eDier; e Jost ÃLY#JIU m., na t , ODdc .., doutDrt>u c:m
todq • e lil<IIOfla. Da nortr, - de Pcni.ambui:o e da Bah - com • Ca:rtun criada pch 1a.._....
da cana, e, maia llltdc, "° la XVUI,, ~ umina r;crals'', """' • riq q11e P'"" .o da CXf'at çio du •
de ouro, E que pactinun bruilci.n>s. c:m mlii<ir número, pau, atw!OII a:a ~ eur~. Recite, Bahia
Vila Coram, cm coo.:q b>cia, os mmorc,, ceatros da vida lntd u.l da Cal Rat OI peun..tu, poqco
mal. de vinte, qlJ fan,n bacharelar-se cm Coi11Jbc11,O<ldehavia WOS UUllcr ; t, rntre ldl, OI cl GUIM.ÕU,
d Sai, , B~Ot.DIBU Lou•~• in.ve.>t= do aenli&"'to, o 1 te de m6ti na Univ~ de
C,oii,,bni, e Al.Bx.u<Dllt, di9lomata, que também cm Colmbni OII OII n dadOII "" ·a d j~-
naltaa; OI tra Ãl<DIVJJAJI, Jori Bo,n ...tc.10, ANTÓll"IO e.ui.os C MIJtTll(. F'ltAJ.-CUOD, t.ambtm de Santcr, CCIDD
-, AJ<Da Plffl{ltno, tROGde de Sio Leopoldo, e. de São Paulo, o d Tcn.&DOR.sli'Dol'I, NCfllCO ld.umao
e J01 • Mouc 1, que foi o primi,irn direto<" da F•culdadc de Dlr ' o de o P• o.
A VIDA INTELECTUAL - AS PROFISSÕES LIBERAIS
- 153
7 Bm urna da.• p6tJIUl d" NU di.lrio. o QK,:rihciro L. L. V.i,.VTHI&11. fumdD conaldnactie,, oõhre q Fe1tae
,ealludH ao Reelr m:i hom<:nacem • haao n (l de desem.bro de 1&40l. regim", comD obKrvador P8'•i:,leu.
~bora - amm6ola a cuta ■ greulvidadc. • tmdtaci■ b,-...,lein, ao C9p!rito retórico e ao d""•nu,r p0r qualqua,
trabalho de ct&DpD, de cu,t.,. ,nanua] ou mc,,:Auko, "Qtle ~entel" ~ V,UIT!IJ&ll diante do nllm.or,, fui•
1urute do "'DUrio de Pernambuco'' (dolo biruie a Sua Majestade e um a Pernambuco, '6bn! o ffJD lllllo).
"Que a:mt I mo recu,, diante d~ nmbuma ~ per ~ que .eja. do amar ma.li anlM e do en,.
~o ma arnbatadcw-. Nlo pe,n,o. catou.cato, nem • (N■ffa pcte a6 du palavru que etCHYC. •• li: 1~
adlllllte: "QullOdo falam d am ,,.is. tudo qae lhe nt:ede de ma.a. al:ribucm à [alta de p■ trloti.lma... Eu 1mtarla
llein qDL lllcu&n pod,_ a um dln. v-1im que taato [■Iam de patriotinno que e~ uma mini e ajad.uae
a ra:cr am nivelam to. Diria loa:o Q1ff nlo f nem criado nem catirr>, que E llvo, e MO pano "'"'1111'"
• &laum,a.'' (DIA.rio lritlmo do nl-:1:!heiro V■ athíar (1140-:"1846). Prálkio e - de OJLUaTO l"'1lrnR,.
Publicaçiia do Servi'° do P■ o llilt6ri<>o e Arthtico Nuioaál. 4. Sc:rvi~ <nif'..,,., do Ml da &daNÇlo
s.tld.e, Rlo Janeiro. 19'10).
B De rato. Academia Real llt■r, hmd■da em 1810. ,,..._ • r......._ a putir de 1a:i2
virtude do que lhe ■ac,rou • Bicala de Marinha, racenm:in>, IDilitara, civia (de poDta e ~> ,1111 '
ltm 11133,deolicOQ,N • ~- Nave) ct. Al,sdi,mia Real Militar em que ae amplianin o eano militar e o de
aílei■ me mo oc modií'oicau C91CTM'ialm""1tl: • 9im,,ç5,:, cm 183!1, cm que ■ ~ ts .-.,,.
■ d-.iu■r 8-:ol■ MWta.r, com oa aieunm objcúvaL E com a ftf.....,. da li.Mola Mltltar, ftll iM2, qu
SIJFle, ■o lado dm C'.llt9M militara, de cavalaria, infantaria e artilharia, o de ~ em 7 . O proecuo
ele difere-~, porfio. o.ln n ia.ida ....to em 18S8, ,em qoc ■~Militar tama o - de lt"""* C-tnl,
e a de Aplicaçlo, cri■dli em UISS, ·o de ltAcol Mllitar: m curw,a de oiu:iaia e de ena.mbdn>I mill:tara IÍIO ídto9
aa Ba:ol■ Militar e o de en1fflhdr°' c:1.,.,na BICOia Ccotr■l. em que, ■l&n do cuno de cocetlharla civil (dol
-> R e:otabclfteu ,o c11tao büco de ma.tmúilica e c:ib,d.a fbicu e oa.tur&D, de qua.i:ro ■-, cunum e obri-
&■t:Crio, 110 t D ou ero ,,..-t-e. • caAdl.d•to. eo. ,:uno,, de inl■Dtaria, anilbaria e &.t<uio cw,e e eo ,,.,ha,-1.a
158 A. CULTURA BRASILEIRA
foi a única no genero em todo o país até 1876, mostram como, no Brasil, custou
a desenvolver- e a adquirir relêvo e autonomia a profi ão do engenheiro
civil. Em São Paulo, a escola de "engenheiros de trada , prevista no plano
do Gabine e Topográfico, criado em 1835 por RAFAEL TOBIASD AGUIAR,
não funcionou senão dois anos (1836-1838 , reab a em 1842, com a prc-
acnça de 23 alunos, extinguiu-se em 1849, por um artigo da lei orçamentária
daquele ano ... Só mais tarde, 43 anos depois d sa tm tiv é qu e criou,
em O'laio de 1893, em São Paulo, uma escola de engenharia que não chegou a
abrir- , como também não se instalou a escola superior de matemática e ci-
ências aplicadas às artes e às indústrias, criada m ag to de 1893, sob a dc-
nominaç o de Instituto Politécnico. As tentativas e reformas sucediam-se,
no campo do ensino técnico, até 1874, em que s institui, sõbre a velha Escola
Central, a Escola Politécnica do Rio de Janeiro, - última fas de um longo
processo de formação, - seguida de perto pela E cola de Minas, fundada em
1876, em Ouro Prêto, e com longo intervalo, pela Escola Politécnica de São
Paulo, já no regime republicano. Não foram mais bem sucedidas as iniciativas
na ordem prli.tica em que, segundo observa EuCLIDE DA CUNHA, ''as mais
imperiosas medidas despontavam abortícias". A idéia de bater-se a distância
e abreviar-se a enormidade da terra pelas linhas férreas (idéia jâ acalentada
por Dtooo FEIJÓ quando em outubro de 1835 a ina a primeira lei sôbre es-
trada, de ferro) ressurgira em 1840 no privilégio concedido a um estrangeiro
pertinaz, TBoMAZ CoCHRANE. Mas o lúcido profissional agitou-se debalde
no meio da sociedade desfalecida até o malõgro completo de seu pensamento
progr • ta. A missão técnica de franceses, contratada em Paris, em 18 O,
por FRANCISCO DO RÊGO BARROS,depois Barao e Conde da Boa Vista, prova
co a sua presença em Pernambuco, não s6 a deficiência de profissionais no
pais e o baixo nível, ainda por essa época, da engenharia de proíi -o, como
também, nos constantes conflitos com o meio, o choque de d culturas e duas
tendlncia: - a conservador-a e a de inovação. D 1840 a 1846, essa missão
que azia como chefe o engenheiro Louts LÉGERVAUTHIER,e era constituída
por um grupo de técnicos, BJULITREAU, MlLLET, BUESSARD, MOREL, PORTll!:R,
todos franceses, teve de enfrentar, no Brasil patriarcal e escravocrata, apesar
do a oio do presidente da província, as mais trem ndas oposições: "a perso-
nalidad européia, como salienta GILBERTO FREYRE, no pr fácio ao Diário
Intimo do engenheiro VAUTHIER,é que dá ao drama de desaju tamento a
nota revolucionária, e o meio americano, a de conservação, a de rotina, e às
vêzes a de inércia. O homem do Velho Mundo ê que foi, nesse caso, o inovador".
E as incompreensões e resistências em que se quebraram as tentativas
no domínio do ensino de caráter técnico e na ordem pr' tica, acusam mais for-
temente o tremendo desvio angular que o ensino colonial, de origens eclesiás-
tica , criou entre a terra e o homem, entre a cultura e obra de colonização.
t nelas que se amorteceu a série de iniciativas de D. JoÃ.o VI, cujo espírito
orien do para a ordem técnica e econômica e r tabelcceu, trinta anos depois,
e já então com novo brilho e uma vibração nova, nos prcendimentos auda-
cio de lBINEu EVANGELISTA. DE SouSA Barão d auã, a que devem.
com os 15 lan da linha do G.rão-Pará, e sem nenhuns favor do govêrno~ 'os
prim iro paseos da conquita majestosa dos plan ltos". ainda na rotina e
nas h "tidades do meio que se abateu a vontade robusta de MAuÁ, v rias vêzcs
mlll ou dvlL &m 1874, afinal. aepanu,un-se a3 duas tra,ui .od~ • E.~ Cenb"al "ª as.ola
Pollt ca, com oa tr c:ur- de~ ciril, jii de trb ar,os, de mfo , tamW de u-e..e d• e...,..
r,ufarun,, de d , • cuja buc rendiam o cuno g,:ral ldob ano1) e os de n • fbicll e naturai1 au de d •
lrJlClall e ..,.l,.,n,t1c■ 1, de trb ■ n06.
A VIDA IN'r&LECTUAL - AS PROFISSôES LmERAIS 159
11 No p;-[mdro e:
OI lndio, OUl;r(MI "(bicoa",.
= p•rt:6 do eecun,lo ekulo
nl.o .erem OI jesu:11:8!1
1 do perlodo colonl11I,~o coAh eram oe colonoe e, aobrewdo.
que, nllo te:odo por ptot'i o. medldna, blCl'CVC Sltll.UJY LUTS,
"tinham por f&-ça de rnantcr-■e dentro da terap!utic■ c:mplric■ e:duma prorll• a rudimentar. ltvltaHm contudo
o lho do curanddri1mo pd• cultu•• bum■nl•tica <1uepouutam, a mal lllta do ■é\l tClllpo. Tivcrlffll, na vc:r-
dad • de te prc:mW>lr Udamcnte coot:nt. 8c-_ 01 fadioa, com a ,ua men lldade primitiva, cxl1lam ou,.. mara-
Yilb01U, como oe °" mio d jtsnltu eat'i_,.. • vida e: a m~". (SILII.AnMLsnll, PA,inH da hiat6ria do
Bra li, s-',, 195). CbamaY&m Cndl ... -padres o IICU pav,1nfa, bto t, "a w, v ad ra ~iclna". :&les.
de falo, u■nto do vlet'IIJD ae proliDioa.aü, er■= OI m&lic d fndloa, ao tniam11:1no de c:u.ju -Cennidadu
utlllu lat cote u crvaa med~ e a ttpcrii!slcia indf1e:na collúda. ffll contato com oa ea á e, cm &era!,
com a culwra da• popula primiti,,.._ Núma _,.. c:m que havia "f • Ottll batbélnlt"[ •• drcuns-
lh unpwiham o dever hwna.aitkio de acudir u cofermldad do carpo, audJda em qu.c hea era paa-
&lvcl,,com OI - locab • • botica do oa!égio. Bm cada mi • irio pod' - dizer que vivia u midlco.
O. p,cl • do _. c:m S■lndor e ao Rerife. n r..,.do a6cu.lo XVU, &m111« far•m tin pau,:oa qu
.... nm pua aa ddad , e: ainda aoe Cma do a6eulo XVlll, pedia o • ,rei Lob olt V Clll.09 t SoUk
(177 1790) provid&ldb il Mctt~c, wpor haver na b:rca pcnu quatro
COIDO pr timo." Doa cwi âbloo mEdicoi, q12 fanam pa,-t,, da b(ll,llldcsa.
AflAU, e toroatam • 8W"Opl■,- WII.HEU( Piso e Gttoao_s Mu.olro.MPP, o QU<' l um plmJo
d l)n otde.m, Medk/tlll. Br,ujJi.,nsi , primeira parte da Hi t6ti n ■ fu.raJj BrHlli a (16411), obr9
• tod.,. ,_ i,àtoL Doo criatmia """"'- jude-llS vinde» de Ammnlam d Portupl, q11 p, • am
• a na Bahia e doe pr6prioo m&liaa panugu qllC vieram acra:r • pr e rwa.,,eolc
K bel • DO Brasil, aeabum rco.luou obra PCm ttve quamqw:r eia: vu I v ck ume. U>flQ_l!ac.ia
dl!l'ivel a6bN o d volYU11eotoda medicina no pás. 1t, porém, • um a mldlm belano, Dr. Ál.~
oo ua Jl'au1:st.\. maunaturalista do que m!dico, eoviado tem 171l s-,a dar aa ri411UU aaturais do
& devem aa mclh.arn nb9ervaçõcs ■6bre u feb«a de to-Gtoao e " primeira e: maueu deacric;l.o
da l>ffi DO Braall"
12 Gn.aatro 1"111:nu_ Sobrado5 ., ,noc.,mb<u. Dcc■ • da pa_trla.ru o niral do Br-'1, '271,
P•11lo, 1113
A VIDA INTELECTUAL - AS PROFISSÕES LlBERAlS 161
-u-
1152 A CULTURA BRASILEI A
1 GrLBll•TO ÃJUJ>O, Aa in11U~õu polib'CJY e o m,;/o -' I, ln "Ã marllffl) cl• hiltúia cá Rc-
·c,1,11ca",P'I• 74. Edjçlo do "AouArio do Bnuil", Rio de Janeiro.
A VIDA INTELECTUAL - AS PROFISSÕES LtBERAJS 163
uma elite que não ac havia preparado para resolver 01 problemas técnicos e
para enquadrar e governar a comunidade com um vigoroso espírito de recons-
trução. H A classe dos intelectuais que se obstinava a desconhecer as nccea-
sidadcs vitais do pais, continuava, sob a influência de homens de E1tado, "com
todoe oe.b bi o peculiares aos legistas educados à abstrata", a limitar aa u 1
atividades à polltica, às profissões liberais e à literatura, enquanto o comércio,
oa negócios, as empr!sas comerciais e industriais, corno a cimcia pura e a. ci-
encia aplicada, as pesquisas e as investigações, não pareciam interessar senão
aos estrangeiros. Homens de educação abstrata, escreve GrLB,ERTO AMADo
referindo-« aos políticos do império, "a todos faltava. uma educação 1científica
necessária compreensão de um país que, mais do que nenhum outro, precisava
de uma potrtica construtiva"; e "quase todos eram levados a se preocupar mais
com o aspecto do que com o fundo dos problemas". ~ por isto que as maia
bela~ figuras de um ou de outro partido, no Império, - e pode-se afirmar o
mesmo quanto ao estadistas da República-, "no que dizia com as realidades
concretas do país realizaram uma simples ação decorativa. Ilustrados nos
publicistaa europeus, observa ainda GILBERTO AMAoo, versando tema que
não tinham relação com o meio, os mais brilhantes estadistas não eram de certo
os mais útei ". No entanto. além de contribuir para atender às necessidades
dos quadros poUticos e culturais, em que sempre dominou com a sua plasti-
cidade de adap ação, o bacharel cm leis, como notou SAMPAIO CORREJA, foi
o único profissional que C4 êve à altura da tarefa que exigia êsse mundo em for-
mação, e que cumpriu fielmente a sua função social. Levando por tôda parte
o cspirito juridico, de r peito ao direito, à lei e à justiça; suavizando as relações
humanas e dando estrutura política à República, o bacharel não foi sõmcn e
um batedor e um pioneiro da civilização, mas «um mãg:ico que conseguiu e
legalizassem pelos usucapiões mansas e pacíficas as transmi de erra, e
que obteve de um punhado de homens atirados à aventura que r conhe m
o poder e a sabedoria do direito e, com êle, a estabilidade e a fôrça org ica do
Estado'.
A !sse predom1nio do bacharelismo cultivado por todo o lmp rio nas duas
·Jaculdades de direito, e de influência crescente nas elites polfticas e cul urais,
prendem-se a notável preponderância que teve o jurídico sóbre o econômico, o
cujdado d dar sociedad uma estrutura jurídica e política sõbre a preocupação
de enfrentar e resolver os eus problemas técnicos. É um dos exemplos maia
fri~tcs do dc9interê e p lo estudo e pela solução das questões referentes à
organização material e econômica do paí9, a história da fundagão da E cola de
U O crlt&io poll.tlco qu qua ecm~ p,e.idiu à f<lffllA$llod~ que IOY""'8mcntal , d,:u luaar a
WDA claPc • • t.a, cm 11crlll,de bW"ocratu e membro. de parti:lo. coma um ■ nov la pro.
m• DIICIC~h• doo homem prcp~ aou o cri~ • •
o do ~ vidoa Oll pooto. em via de •
port re mtrela t uma du provN
(a , - apreaeotv Wll3 ootn, e ii 't•
• • •~. A íebre ILID..-el , dnde I aao,,
an timo, d cred1tan o o P"f>- Em 1159 WuCHD&II, P•cru lf
e: rc &.111&rela • coidem.i• rei.a.an e o,-, e, du•
, ao vulJ>, ada.do do Mico.
F't!'ll.4T e II u:podiç,10 .am
~ febre ..,,.rc1 •. pêlo S ata)
Slo Paula, P~IUllllA O I UT &
com .. upéri
■ u:u
como le:mbno , cirur11,io n.otivd,
arri..:am •
11>&.odOJ de eo<nhste à pe,tc amcncana.
e
noaovbuJ>deRoououu Ai.va(I 32-19061 que
capU de rnl>lver o problema. rompeU • ca
°"'""
oh.a _. •
i a ataq direto ao, foco, de tn • o, fb. u, da alO•
906 Eatllve pràticamcnte- cstiJ>t:a• febre ......-cu nata parte do coo•
tinente di nrc nla hav;., de rato, m i~ nutro da m>l&ti■, O pr.>blcm• da lepra, e,
ae •ind• lllo eac: na palt j6 ■e pode cooaldcnr raolvido cm ~a Paula par moo de una or •n •
aç:lo Ya"d une madda.r, ln d pu.- E:,rfuo 'Ruiu e aot:hdmeate deocov rida, to.-col601u,
par SIJ.q GOMu e acua auiuharn de primctra ordem, pela co,i,pct!ftcia e capaciddc .
l A CULTURA BRASILElR
"""""' irri
rivafi u. "
. o adv 1 ' ad~1
, <l ao prurido
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11AF'a ,mhclro de. arnu:l.a de ÍCTT H letra■ 1 ti•
-rid EUCLU>Q 11ACvmt , tm&' lnv p■n cmplo,
.., penumer,tn vlv= ••mpre &rima de ■eu offcio r m~e. um c:aeritor.
r•.-clcJr '11ir ori 'nal, e tlm dm mti"""' J,. lltcrnura
190. OSVALDO CMUZ, hi41enista, saneador do Rio de Janeiro (1902 - 1906)
e fundador do Instituto de Man4uinhos.
A VIDA lNTELECTUAL - AS PROFISSÕES LIB.ERAJS 169
BIBLIOGRAFIA
A vida literária
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de apfrlto l)Oli ·,;o e" , 'tino,•~ e CUC1Teiroe,tiobam • do ·to,
- da poa1a, da d&lcia e d fikaoíu,, e Dão oe in~ ture e dOII
eh rruri,am eom dc,prho Araeculj e q eodo«o ao
Entre os poym moderuot, oa in.c)tse., • 111esma
bio pu,Q, o intdel:tual qw: poda'i ,.,,, CO<lq lstar
ua in ll!sa que ttiau ~ ck "dl~..e q11c
cal mu f hlih-bro., itenlmeare fronte alta) para. indicar il11z.1cctual;
e, com w:aa lllilt,;t;ra de compaixão e de despr!ro, q11c tal lndi uo .., .. ucd f6ne a tal
t.O bra/n (de braJ°n. rittbrol". 1l:que, DO fu!>d , • v<!nbdclra iotcll1eaci.a E.l.lo pouco C'Grrco cru:rc o•
oa, e t.io ÍorfflllellfC perturba.dara do estabelecido, da vdha ordem co· 1, qWI! • ailttoda e ,;io
pc'Odu1tm tcmar; e. eo,:o ■ •d.niir11çlloque- desperta, .e mub.ir• oemP« wu v io lCQ: mento de m~ o, de prevenção
e de b01til!dade, como ac .. t:ratus<;: de tllil'O 4., mãgit:o, de demonlaco ou eobr~ano. No bruildro, luc pcrulot
A IDA LITERÃRIA l7S
obra li crária constitui acmpre um testemunho: ela liga-se a uma E.poca e lhe
cnanifesta as tendbl.ci8% a um país e lhe revela os usos e a mentalidade, a uma
cic social, a de que aiu o escritor, e lhe descobre os costumes. Ainda que,
tem inter e humano, literatura de conformista, - e raramente de ino-
vadores -, tem um grande valor histórico que provém da relação con tan e
en e o artista e o meio de que é expressão, quer se tenha ad ptado a ê.Je,quer
ac tenha revoltado contra, - pois "rebelar-se contra seu tempo é aind fuer
parte dêle". A atmo fera social em que se banhava a literatura colonial era
a mesma que, na península envolvia o povo colonizador e s tranaferiTa para
bsc lado do Atlântico, com seus prepostos, fidalgos e fw,cionário mercadoret
e aventureiros, e sobretudo pela elite intelectual constituída a principio da
classe sacerdotal e que monopolizava o ensino nos colégios e seminários. A
única pátria era Por ugal e, enquanto a diferenciação que se vinha processando
não se tomou bastant intensa para despertar a consciência de urna distinção
entre brasileiros e portugueses, o que se produziu na Colônia não podia ser
senão uma literatura portuguêsa feita no Brasil, como um reíl xo apagado da
metrópole distante.
No século XVI, o primeiro de nossa história, o caráter eminentemente
lusitano dessa literatura destaca-se em tão forte relêvo que a rigor não se pode
considerar não como 'um capítulo colonial da literatura portugu ". Livros
de viagens, narrativas de cronistas ou cartas de missionários, se, ob algum
aspecto, e prendem à literatura brasileira, é em geral pelo fa o de terem por
objeto o Brasil ou rem "datadas" da Colônia em que, aJ m da po da terra
e da exploraçao de suas riquezas, o que preocupava a Metrópole era a domina -o
e a cateque dos índios. A política hesitante de Portugal, por largo tempo
descuidado das terras descobertas as dificuldades que e opunham à coloni•
zação e o malôgro do regime das capitanias não permitiram nenhum desenvol-
vimento n ívcl da primitiva sociedade colonial, rala e dispersa, que s6
em 1549 se introduzia um fenncn o de cultura com a primeira mi o dos je-
111.itas,antes mesmo que a lavoura da cana, em maior escala, lhe fom ce a
1Ubestru ura econômica d uma civilização. Além da famosa carta de PERO
VAZ CAMINHA, scrivão de Calicut que viera com a armada de CABRAL e do
roteiro de viagem (Diário da navegação da Armada que foi a terra do Sra il
em 1530), de Pe o LOPES DE SousA, destacam-se por essa época, entre os do-
cumentos portugueses de maior interêsse histórico para o Brasil, o Tratado
da terra do Brasil e a História da Província de Santa Cruz (1576), de PERO
MAGALHÃES GANDAVO, ami o de CAMÕ.ES, e essa obra que CAPISTRANO DE ABREU
qualifica de monumental, - Tratado descritivo do Brasil em 1587, de GA-
BRIEL SoARES DE SOUSA que veio ao Brasil em 1567 e se estab lec u na Bahia,
aenhor de engenho. Todo !les, portuguêses, e dois, funcionários do Reino
que estiveram de passagem pela novas terras ou nelas pouco permaneceram,
a não ser GABRIELSoARES,que se radicou. na C-0lônia, só tomou a Portugal
a fim de rcqu rer licença para explorar as minas e, voltando ao Brasil já nomeado
capitão-mor e governador, pereceu em 1591, na sua entrada aos tõcs. O
pensamento também portu uês, como a linguagem, de wn sabor vem culo,
com êsse claro ilo que CAMÕESlouva em GANDAVO, na elegia escrita para
• Sob o titulo de Carta iuultlc..t! e em quatro tcmOI publi •me,.,, "º DI Allaev e V.u.a CilUJ.
,•iriOI ......iu~ri de 81bl otcu N■.cion 1: "I - lnfotm•oOe o (ra4m nro.1 h,'$f6,r't:o,. do Pt. J li&
ANClfll'T,\ (ISI 1S86), Rio, 1 , l 11ol,. 84 p.ãg._; Jl - C.rt••• do Pe. M IIIU. DA NÓU&OA (1$49-1S60),
Rio, 1 , 1 11ol, 1 6 p~._, Ili e IV - C111tu 11•ulu1 (USO-IS6 , Ri.o, 1187, 326 p. a. T6da • lilfflltura
de AlfcJUru, co.-..dtuld1 de poal&s, ■.utc>o e can~, em par-tusu , nJ)Oll\hol o<1 tupi, i:ilo p■-v• d ""' i •
trume:i>to de qúc R údli,.va o ■póotolo do gentio e m.,,lre d filb doa tc-i"6í , p&r&• prc,:,a1....t,, da ":t aimplft
at~ • in1 nllldAdc " ele urna 1randc c,spont:anddadc e fre,c,,,. de tntlmc.n o. Ju Clll'ta.o, rkH d_c laicinna
obbre • vida e eottum d■q11tJc tempo, e • ,ua ....,,,.ti de UocWI cral aobrcpajam, pgrtm, .. aua, po,niu
em pOf'tlll\J e cm lac:im e il.1 p,:qucnu peças de tcetro rdiai para dinralr e -"' ne:ar col aoa. O Pc. ftl&lfÃO
C#Ju>l,., o:oíniooJ.rio no Btt>il ande cbq011 cm IS84, toi rdtor doo colt iOI da S.b e do Rla, procundot e pro•
i.n~&I da Companhia de Jn1.11. Se ftJo chep,-em ct. m~tas Qúc tai, útuloo lll>CaT&.IZlo ~cvc A,a,41110 Pa1.zoro,
"basuria li.a" ido úm da d a deia • que pcrtV>Ccnm .\!<r:fllST4 e V11-111.A.taoilo c<>tn: o, d.oi ■, um qw:
••tia • íillAf'-. o outro a quci:o ®lhla". Ch1:uo 1r&balh0t, de um real ln b,c t6rico. Clima • fe,-ra do
Br1uil, tD&lliucrito de t!:vora. p11blicado vn 18&Sli"" C...,.UTILUCO D&Aauu: Do princlpio • ori an, doa lndl<U
do .Bra,,il, publicado cm 1881, tamWm poc ioiciati dbK b. Of'., e Nu;afi•• epilto/., d• uma p/ap,n
~ Bahi•. Rio, ,..,,ni,mbuoo, er<., J"ibtica.da por A.. VAANKA0 m 1 47. foram rcwiid "°' yalwne, com
a110 de RDl>Ol'O OAiêU, aob o U~o Tr11t•do d• letra ■ anr do s,.,;1, o, 11125,
1
SERMAM, Q_UE PRE.GOU
OP.ANTONIO
VIEIRA,
AO ENT RRO DOS OSSOS
ENFORCA DOS,
NA MI ERICORDIA DA CIDADE DA BAHIA
havendo guerras n:iquell s Eftados. 191. F~c-,lmil do rooto do "Sormam, que
pregou o Pe. ANTÔNIO VW.IR .... ao <1nl '"º do-s
Reimpre!Jo
á cufla o,&o> <10$ onlorcndo,", l.l.•IJo-a,J 753.
D E D. T. A.
F. d, S. Ojficio.
LISBOA,
e,,,,,,,,s ,s liuni Ili 11urfJt1ri,s.Anno 17 fl•
CARAM U R U.
POEMA EPICO PO MA
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JO~ ~ BASI IO D GAMA
DE COBRIMENTO A ARCAO!A D R MA
DA ~ ERM NDO PlLIO
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l~XC.M SENHOR
COMPOSTO XAVIER
F:B ANOSCO run.'l'A
POR IJ ~ ME.NI)ON DO A
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NA ~E::GJ Qp 1c1H Tv OCllAPJCA
LI B O A A 1 >1o H o 1.x I x
Com litcn,a d• Rc11/Meu, Cc,ifarhi.
NA REGIA OFFlCINA TYPOGRAFICA.
/'t. N O M. DCC. J.XXXI, F ,,11..,,r io ,fo po nio d•di oiro ao inr1u11
,1,; ,lft1T1/ 1,,··, ti Pom /Jul
C,un liunfa da R,íll /r1n,q ç,nfori1~
Ea~le da lraaU,o/çlo do Uruguay 1 pooma du Jost
195. A ponte de Marílit1, em Ouro Prêto. A,pccto parciot.
Foto Rádio Inconfidência de Minu Oe.rais.
196. GONÇALVES DIAS (Maranhão, 1823 -
naufrágio nas cwtas da MlirtmhJo, 1864).
Grande poeta nac!onal. - Desenho de J.
WASH ROD!>I01.Jl/:S. Arquivo d'O Esto.do
de S. Paulo.
-~Qnten,do
o decre10
queabreaosnav10s de todasas naç~•:·
or.riosAmaronas,
Tocantins
e s·,Francisco
,•.. ~- 1'WA!l.t5lUSTOS
-HIO OE JAKElHO
ík!z,-~bro
llílll,
Gia..,,•
/'.,.i.Jc,.c.. S'Jo ......_ c.ow.<>.~ ;w.o. ,.,,.), ..._ ~C,, 'l"'--.Co tk.o.~ o, e.o .,.o o.l"""a. vú.,i.,,._ ,,k .._.,~o A!Jt.Q;~/, ('<n ~,Co,
~ ..A(ol<l°cl,,.... QM.d.o
tCll<CIW.o.u,.CU.1.G., C1.0 r....
c.,.:.~CA.i.-..o.cl... A\C.GM&.a.\ d.,-~ I ,., ...... cu.o, da '40)><> t>~dcw. ~- V a./<>.
"•~c,.do. d" l'º"'a.•,M.QQ.,._,. o. t,.Q~~tct..'..:., cu,:u a. -r.:__ca. co_!J......_ lo.vc..,io. o.~ e;,. ...,..__..o.:b .. o.;,.o.";a;o, a. 0.1<0.lla.~ ola.
s.a-~da.do., Q. ~.,1..~ ... do 3--0.,(0 do. "fe><ot\l.&LO ~º· ~11.o. f'Ciu:a;~a.•~ 3-11.q,,.du.a.\ cí'.At...Q. .,.......... pci_cl..:o.o cu.Ir. 'f"'4L
~i;_a- .......... ~)w-i;,...d.o-.)~ C:.O"-f;,,. ç,,, f'1U>rl<A.O.\ 1-ú"> rt;..l.cu.,.ov,, .._ OQ.>a.fo..u.olo ca. LU..01<.to., ,, ...... e;.....o.o"º"'~º <JI
.. .f.;_
......
p,u.-fo ~ 'f,a,,...o.. .,,.,.. o. "f>Q)'(Q.'J.7'LU.LO.c.;:..,, ......._ Cju.q vou , ....o..o O.c<1>u<oG. ol,+fi-c,,d<;Jo&.cl,o., ..,_...,.. lo.va,.,;.~ ..Su_,r,u~Õ<lh
~u.t fºl'<Uu c..o~><-0&.U.e>.Vv,.. o. .f~~, O.)'-0L<<V<O-tMct de c.ax.3-O ~..._,. uollo. '-YVC.';"'· .X-a:.õW'l ~ú,a-w.,..,...._.
-~""º oe ~
-12-
178 A CULTURA BRASILEIRA
(A.NroNIL),italiano de origem que veio para o Brasil aos 49 anos de idade, jé.
visitador da Companhia, e nos deu em Cultura e opulência do Brasil (1711)
uma obra de preciosas informaçõ~ coloniais, nada mais restará de ponderâv l
no 'balanço da vida in electual e literária do país. li:, no entanto, na segunda
metade do sêculo que e assegurou, cm tôda a extensão do territ6rio a vitória
180 A CULTURA BRASILEIRA
7 O aurto que o tupi conseguira nos sécul"" XV[ e XVlt j no llkulo XVIII,
como n pode verificar DIio a6 pelo coofTonto da._ biblu,grar,as sõ
c:ulot, e ao terceiro, como pcbu tr,imfannaç~ que ae opc,-av a.síl e aio
R pod 111 pr o pclo acx:cme COlltll:tO ~ id on, rlcana) e
pela •u• ponctr v,:1 msinr em tMa:s •• ~111 10:i 1 > era ab-
m=te o Idioma oíi 1, rn.a u.mbEm ama. líugua_ popular, e de upos so-
111:l0fflll"2ffl cad ves m • scnol:vcis, na pc-oe6:iia, de dife•
entre o partlqllb Calado rua Col.411111
e em Partg& íilho de
• • ·4o oo Ri., de Ja;Miro em 17 • ~ 6pcle,
-li e o ritmo du modiohas ru-am • popular
.e o poeta mul1m, raõl e ,..,,11:imental, com • bra.-
tr'& uma poe,ia de :nb:,r intmamentc mineiro,
(1749--1'931, tamb&n & de cdr p:ll'da, ru da..
provfoba, que uome. comr<>p,,,,do iJi.lluta pocaiA,
UJIUI Jvrcm, rn • e n el, e um senti,fa malt e, p03,
■ '1ml BOVII.EIITO Dll ~ 11pm ~
foi obc'a de POlOl.U.". O miamro de O. J e dlvul-
' •~ contnbwu par. extinguir 01 Clltim i,a, IIO'Odeoa
vam mm moços apr-en:ir:r o tupú,jq .lim -, e no p(llpi to, o ldi01nS
:, conhe.:endo, ctcnve HuKSeRTO D& CAlao1, llfttlll do l ~. o dtr3 vido de Portupl,
• tubt tuir OI jc:111.ltu. preferiu ensi= 1d cria11i;a.. a Uoiua p:>rt ba, 1 epre du em m,, a d odVII em.
!,te• tnu ■os poucos a modiflca&l,11u, (a'.ll.ol.llJIRJ'O DJI CAMP,n, Critica. l.• drle, 2.• cdl 3t rl .. &dittlra,
1933).
A VIDA LITERA.RIA 181
tica, foram, em geral, conservadores nas letras. 't que a mudanças de idêias
precedem, e as mudanças de forma seguem um.a metamorfose social. Em
nenhum d!I de fato, uma ruptura contra os mold clássicos nem um grito
d revolta, a não ser nas Cartas chilena , - na sua ia, espon ãnea ou
trabalhada, serena e melancólica como um cair da tarde nas montanhas. ão
é entre os Incoofidentes que se encontra um renovado da técnica do verso,
ou um poeta de sensfüilidade aguda e de espírito inquie o: aquêlc os precedeu.
com o Uruguai, a obra de mais forte originalidade no per!odo colonial; e êste,
foi-lh posterior, e se chamou SooSA CALDASpara quem o pessimismo e as
tu a da vida interior não foram senão um ponto de partida, um ponto de apoio
de que o poeta religioso tomou impulso para võos mai altos. No entanto, a
análise d e grupo de poetas que se reuniram em tõmo de TIRADENTES, não
nos r vela apene~ a transição entre os árcades e os românticos. T6da a poesia
dos árcades de Vila Rica já acusa, na discreção do sentimento e d forma, o
carâter especial da inteligência mineira e dêsse humorismo que é um dos seus
encantos e, na observação de MÁRIO OE ANDRADE, "não tem processos tradi-
cionais de se manifestar, mas irrompe de uma mesma forma de inteligência e
se processa em manifestações diferentes umas das outras". Entre as sátiras
de GREGÓRIO OE MATOS e as Cartas chilena há um bismo, de fato, 'que
não se afunda apenas pela distância do século mas especialmente pela paixão
intelectual em que o baiano gargalhava e pelar erva com que aquelas sortiam".
A1 disso, à sombra do grupo mineiro que, pass ndo a imaginação entre
pastõres, numa suave poesia bucólica soube alimentar a idéia revolucionária
da libertação do país nasce com esse documento a literatura política, - a
maia abundan e e car~ctet"Ística do espírito nacional. A Cartas chilenas
que un a ·buem a CLÁUDIO MA.NuEL e outr com maiores razões, a ToMÁS
ANTõmo GoNZAGA, - terrível sátira em versos contra o "'Overnador Lufs DA
CUNHA NESES e seus favoritos, e documento p ecioso da cri •ca de costumes
-, d finem com in ensidade os caracteres dessa literatura a que a liberdade
de imprensa e as lutas políticas, sob etudo depois da Indep dência, abriram
tõdas as comportas, inundando o pais de sátiras, libelos e paníle os.
A vinda de D. JoÃo VI, com tôda a sua cõrte, numa época de decadência
da vida colonial, devido à dupla crise, - uma que já vinha de longe, a da la-
voura da cana, no norte, e a outra, mais recente, a da exploração das minas-,
foi certamente, pelas suas fecundas con_seqüências, um acontecimento polftico
do maior alcance para o Brasi1, sob todos os seus aspectos. Não foi apenas.
a mudança, jâ de si tão importante, de uma cõrte inteira, com cêrca de 15 mil
pessoa entre dignitários, tropas e famulagem, e com tõdas as riquezas que
o r i e a sua comitiva puderam, na fuga, embarcar para o Rio de Janeiro, onde
se instalou a nova sede do govêrno. A abertura do portos brasileiros à nave-
ga ão estrangeira, - primeiro ato de clarividência de D. JoÃo VI, em 1808;
a in ensificação do comércio, agora direto com a lnglaterr , e as primeiras me-
didas econômicas tomadas pelo rei imprimem um im ulso notável às ati-
vidad mercantis do Rio de Janeiro e da principa· cidades litorâneas, produ-
zindo um grande surto economico e rasgando à vida in electual do país novas
perspectivas. A fisionomia urbana da grande aldeia de 45 mil almas que era
então o Rio de Janeiro, transforma-se profundamente e, co a presença da
cõrte, cxpand -se a vida social e mundana que adquire a in •dade e o brilho
da capitais estrangeiras. Os fatos, como ob erva EUCLIDES DA CUNHA,"lan-
çavam a nossa erra o único estadista capaz de a transfigurar". D. JoÃo VI,
o criador de instituições, funda, entre outras, museus 1 escolas e bibliotecas,
inaugura a Imprensa Régia e estimula, por tMas as formas a produção eco-
A VIDA LITERARIA 183
J! A com • de a.tumc:s e de Cllr&Ct'.eres, que;, • ~lo mala alta e í nobre da &ri.li teatral. •c
cul no Bn ·1. como ?,f.urrn;s Pl!:NA.!i'RANç,. JIÍNlo■ e Jod o-a "1.slfcut. alo eh • ado ·r com o!lca
wn• vanch r&ço no movimcftto da ~. no j6go doo dW , oo o d<M cur .. e. 1111 plntur dos
cmrumca. AI auu pc alo, no ..,antt,, its ,,_s mdhàa tiru , ■ C'61n, de A•TIIQ PDl'A.
que tem. como o dbm de fazi:r rir c de ~. ~ o ·a.çlo m d1r d4 .,.da, cm P°'LU(ÇA
Ji!lno11, pela. dc:H-icza aeutimemal. e f"'mura de ■niliK, cm J D& A/.Vfe.U: d ut« ., Edia1
q11 apr tMam maior 11.■rantias de dmaçü e qw,. tendo f 'to ~ • ~o de KU t~po. ai Oa:riun
~ o tr: Ela• indicara, o■ nric:dade complexa do, e~ dn:miticm, u forte. tendtnclu do tro
n■doolll. AI trac .. de Go çA.Lvu ~ An.tdnio Joú (1839) e 0111A1 , • qa Joio CAQ.u.o,
lcrv■ndo • , l!ftlpc'Q ou odo o prestl&io de '5CU poder de lntupr ç • n J11.1tl11m o cntutia,:mo de 1e1n1
CODtcmpcrA.neot. Todo o ,wt'rt6rio dranático coa,titufdo do. dtam
o& At.DCAJI, PJtA1t11UMTÃVORA e outrm, e r~csc:nt do entre l8S4
de JOAQUIM M" •V&L º' 14Cl'DO, Josi.
187~, na apr cnl•, na verdade. wenão
om ioc,u e hiat6rii:o n& iN'Olu o úc .noua litcratws dram l-ica.
A VlDA LITERÁRIA 189
JI Em aeu tudo .Obn l44Hv11.t, OS Al.XJIIDA, CE:rito por ocaslio do I.G c,.nte,ojrlo do cato do
acdtar do undo Imp,frlo o lido em uma du ~ d.a Academia Br • cin por Auouno Ol LLII•, Mliffltil
XA•tu Y.!.Aouu o 111.. oco do RO.'fAI.Dos C.av.u.ao, julg,wdo .., Mem6ri.u um 1u.la 11\lfO par■ quem
quci.-a conh "oa coetuma ~ mldiu e<ltrc 1850 e llóll". se trata, parecer do XA.naa
MÃR.OUP, de: retrato d■ l'Odedad daqudo tea\90, m de uma. e,,ocação pde tipoa e de UCD.&
inreriar da • e t'Oloni■l carioca", r,-llatllcuf<u ••com tal flaçlncia que lncbu. • cate: • •ubvcncr • crono-
loaiL RWJmQtc o oeu """' q11UC rocou'1ko, ~ tn;o por tr ço • ~ r , ~ tOda
■ ■p■.rtnc:ia dl! um ta llllho PI' ada!; e aqailo que no livro não _passa de limpl r • . lld4 •• a.o
csplrito do leit«, o -■l te oblcn dlret.a... P■ncc-1111!, por&n, que Aln&no D& AlJOU>A, cm vu de unia
,_titule- hlat6rica de =ta IIQdcdN.,o, DD mnpo de O. Joi.o vi, o que apr-,,ta, de Caco, n.lo f um■ Yu.lo
r•tro-11-• d tipoa e - coloclab, ma • o dittta de c:aolllme9 e fi uru d,: tnnpo. q e • •
tnçlo d ua ■nlllM SW'P" o ~tr'II , dbám!llaftdo u 11UU oboc<v~ôes ~•• colh na vida n1■l, entre
JIS0 e 11160,eob ■ Íom)& tbdu M • .rtuci de W1Ut. reconatibni;io. "N- tempo.,." t6 mi,re a ■d·
wrtir, 911 XAVI ■ MAaouu.. H ,..., &R, UID rec:uno habitual de NmlADOi:iatlU, que, ~ te ICfl cm
mai. 1 Yoctlldc ,.. rcprodu ld da """1ldade, ffl>Oldw:am oa fatm e ~a qllA! obolwvvam, cm quadrol
biat6rlcoa, como 1e H a'■' de uma ~çlo? Bm todo coo. ac;ia qual ítlr o poolo de v ta :m qu a .. oolo-
quclOOI p■r11 apn,ciar o eco romance, jul ando-o uma visão dittita ou rdJ'Olpc,<:tn'a da 'cdade, MAm:IIL
A.IITOlollO DI A.un.lliA , 1C1Z1dõvlda, o precun« do rtAlism.a .aa ~tora oadonal, pelo a:&.to da abj Yid■4
e da ou dlo, pda nhld doa trll('ot, no desenho do, tipoo e pela fiddida~ na puuuta doa qued e :wnea
■ocl■i.l..
190 A CULTURA BRASILEIRA.
seu saber jurídico, pela riqueza de sua erudição, pela fôrça de sua dialética
irresistível e pelo seu poder de expressão verbal, mas ainda pelo domínio de
todos o segredos da llngua. 1tle tinha tanto o sentido da vernaculidade como
o gôsto da forma ar stica e em tõda a sua obra de grande variedade e extensio,
sempre encontrou, como poucos, antes e depois dêle, o aço do 'lo para pro-
duzir a centelha nessa pedra da velha lingua enterrada no tesouro do clássico .
Mas tõda eloqü!ncia a que o romantismo emprestara proporções gran-
diosas, quase espetaculares e com a qual o parlamento se tornou, no Império,
«a forja de nossas letra '. jâ vinha sendo ameaçada, pelos fins do século, no
seu antigo prestlgjo pela corrente das idéias filosóficas e científicas, com qu
se encerrava o ciclo romântico e se abriam perspectivas para uma nova con•
cepção, realista, da vida e do mundo. As lutas em tômo dessas idéias tiveram
por teatro, no Brasil, a cidade do Recife em que TOBIASBARRETO(1839-1889),
secundado por Sllmo ROMERO (1851--1914) e por seus disctpulos1 se tornou
11 figura predominante do maior movimento de renovação, na história intelec-
tual do Império. O centro da vida espiritual, no norte, deslocou-se, pela com-
batividade do polfgrafo serglpano, do terreno das lutas políticas para o debate
das doutrlnas, sob as influ ncias, retardadas e sucessivas, dos grandes c:riadore,
de sistemas. Sem r u.m filósofo ou um pensador original, mas antes um agi-
tador de idéias e destruidor de rotinas, TOBIAS BARRETO prestou à. cultw-a
acional serviços assinalados, atraindo a atenção para os estudos filosóficos,
vulgarizando os autores alemaes e contribuindo como nenhum outro para a
renovação das concepções jurídicas no Brasil. A sua coragem indômita e o
gôsto pela luta que o arrastavam a polemicas, quase sempre violentas e bra-
vias, como as de Sfl.Vlo ROMERO, outro admirável debatedor de idéias, e lhe
tiraram a erenidade para as obras de criação, formaram em t6mo de seu nome
uma atmosfera de batalha e lhe permitiram fazer uma pequena revolução in-
telectual, de libertação do espírito numa atmosfera carregada de preco ccitos.
Mas, irrompendo do no e a tempestade dos inovadores, quase inteiramente
~unscrita àquela região e ao terreno doutrinário, essas polêmicas extrema-
mente vivazes, em que se ornavam pcsiç.õe,sem face das grandes correntes
de pensamento, na França e na Alemanha, não tiveram maior rep rcussão
na. vida nacional do que os debates políticos que se travavam, no sul, em tõrno
a República, e com que se inaugurou uma nova fase de esplendor no jornalismo
brasileiro. ~ase prosador, de estilo nervoso e sugestivo que foi RAUL PoMPtrA
(1860-1891) e um ensaista político e social da envergadura de EDUARDO PRADO
(1863-1895) "entravam em cheio na batalha política'', e em campos opostos:
aquêle, romancista de O Ateneu, artista requintado, de uma sensibilidade
extrema, bateu-se com fê e o destemor de um revolucionário, pelo idealismo
republicano; e este, paulista de nascimento, grande espírito que ficará entre
os mais brilhantes scritores do século e tão profundamente penetrado do sen-
timento universal, foi um reacionário em política, que, em Fastos da Ditadura
Militar defendeu vigorosamente, nos começos do novo regime, o Império e a
tradição.
Que ·vessem amortecido cedo de mais os ecos da campanha de renovação
dirigida, sem desfalecimentos, por TOBIAS BARRETOe SfLVIO ROMERO que
abrangiam no m mo culto e quase não distinguiam, nas suas aspirações, a
letras e as ci!ncia1', explicava-~e pela fôrça terrível de nossa tradição. A ten-
dência acentuadamente literária de nossa cultura, criando um enorme desvio
angular entre o espírito li erário e o espírito científico, nunca permitia cultivar
de conjunto u duas flores do espírito humano. Mas-o que é de surpreender
à primeira vista. é o div6rdo que com o novo regime, se estabeleceu entre
a política e as letras, que foi estudado, com rara penetração de análise, por
192 A CUL"I'URA BR SILEIRA
---------,~-
TRISTÃOo"E ATAÍDE,em um de seus ensaios críticos_lii A reação individua-
lista, com as suas explosões de rebeldia, o gõsto da arte pel arte ou da arte
cultivada por si mesma e despejada de sua função social, inexis ê.ocia da
profi ·o d escritor e a hostilidade e prevenções com que pa aram a olhar-se
as letra e a política, concorreram notàvclmente para • dissídio, fazendo
oscilar a classe dos intelectuais entre a dispersão na boêmia literária ou por
cenãculo tertúlias, e a reserva de um orgulho altivo que acabava por vêzes
cm completo isolamento. As letras a que o regime parlamentar no Império
imprimira um notável relêvo e quase- um valor pr tico, utilizando-as como
um dos instrumentos de ação política e social, tornavam• e, por essa forma.
na República, não s6 estranhas mas suspeitas à politica, dominada pelo ime-
diatismo utilitário e afogada nas questões militares nas agitaçõe.s partidárias.
Sem um público ~astante numeroso para mantê-ln ou fornecer-lhe as· bases
econômicas de su1' emancipação, e sem um novo meio intelectual que fôsse,
como o parlamento antigo, um foco de atração e de convergência das figura,s
mais eminentes do tempo, a classe dos intelectuais, 1 trados, não encontrando
apoio em parte alguma, procurava afirmar-se, opondo-s , nao pela luta, mas
por toda& essas formas de boêmia em que se di simula a revolta dos espíritos.
Dai, naturalmente a idéia que nas reuniões literãrias da Revista Brasileira
surgiu por sugestão de LÚCIO D}; Mli': DONÇA, - da Academia Brasileira de
Letras, fundada em 1896, por iniciativa daquele poeta, de Jo QUIM NAauco e
MACHADO DE ASSIS, seu primeiro presidente. Essa instituição, hoje solida-
mente instalada na sede que lhe doou a França, 111vi ando concentrar os grandes
nomes da literatura nacional e fomentar, com o culto das letras o da língua
pátria, acabaria por assumir uma função de alcance não apena literário, mas
social político: o da defesa da unidade do idioma nacional. Se, de fato, se
considerar, de um lado, a que vicissitudes está sujeita uma língua transplan-
tada para um meio novo e a multiplicidade de fatôres que trabalham na sua
transformação e, em conseqüência, na produção de formas diale ais, e, de outro
1 do, que a comunidade de língua é a mais forte base de uma civilização e de
uma unidade nacional, compreender-se-á fàcilmente o papel de instituições
como essa, dcstin~das a estimular, divulgar e consagrar os Cbtudos da língua
e as grandes obra da literatura do pais.
O di sídio en e as letras e a política, e a criação da Academia Brasileira
de Letras coQstitu,m, coro a intensidade que adquiriu s. reação contra o roman--
tismo, os três fat°iS mais importantes da vida literâria do país, no crep'ú.sctilo
do século passado. O movimento anti-romântico que remonta a 1860 e de que
são expressões vigorosas a reação doutrinária, de carâter filosófico e científico,
de TOBIASBARREJO,e o realismo político-soda! de TAVAR.E9 BASTOS,toma
-13-
194 A CULTURA BRASILEIRA
intelig~cia jâ não comanda tão fortemente o coração, frem alegria dos sen-
tidos a é a volupt-uosidade e a inspiração mais frese e cspont ea, nas Pan6-
plias, em Via Látea e Sarças de Foto, eleva-se no ú1 • o livro Tarde, pe-
netrada de idealidade mistica e de uma beleza, grave e melancólica de pensa-
men o. A finura de sensibilidade, um humor melancólico pessimista e irônico,
a fôrça comunica ·va da emoção, mais grave e concen ada, e a naturalidade
da expres~ão, mais musical, constituem os encanto de RAIMUNDOCORREIA
(1859-1911) que em Primeiros Sonl1os, Sinfonia Ver o e Versões, e
Aleluia , nos apresenta quadros de uma gra acabada, de uma franqueza
de execução igual e de uma grande delicadeza de sentimentos. ~. porém,
talvez no Poema.s e Canções, de VICENTE OE CARVALHO (1866-1924), de
Santos, que a poesia adquire mais ternura e intensidade dramâtica, na sua evo-
lução marcad no sentido do humano, e se restabelece, na cadeia que liga o
passado ao presente, o anel sólido e luminoso em que se fundiram, na poesia
l{rica, as vozes do mar e os cantos da terra, o sentimento da natureza
e o do coração hu,mano. Mas, em pleno fastígio do pamasianismo,17 surge o
simbolismo que foi na França uma reação contra a e cola re lista e aparece,
entre nó , como um puro reflexo de uma _r ação distante, jâ então quaie em
declinio. Es a realidade na imitação da qual os realistas, na poe ia e na prosa
de íicção tinham pretendido encerrar a arte os imbolistas se apllcara_m a in-
terpr tar, a penetrar os mistérios que recobre com as suas apar ncias e a des-
prender-lhe o sentido do ideal. Tudo o que essa cola uis introduzir na poesia.
de v o, de fluido e de secreto, ~auém, porém, o exprimiu melhor entre nós
do que CRU1 E SouSA (Santa Catarina 1863-1898). poeta negro cuja emoção,
bastao e forte para dominá-lo, se reflete inteiramen e nos versos de Mis ai e
de Far6i , de uma linguagem -irregular, mas de uma grande beleza rítmica, e
com obscuridade que é wn defeito essencial do simbolismo. Enquanto
&se poeta que vulgarizou a escola entre n6s, conquistava a adesão entusiãstica
de disclpulos e sustentava o fogo da oposição a s novas formas poéticas.
o i olarnento austero em que vivia ALFONStJS DE GUIMARAENS (1870-1921), em
Minas Gerais, fecunda a ma poesia, sombria e litór ic.a, povoada de visões
da morte, ainda que uavizada pelo sentimento religioso.
S , pois, e pesquisar em cada um dêsses momentos a causa das transfor-
maçõe do gõsto l~terãrio no país, não é dificil encontrã-la na ação de uma li-
teratura estrangeira, quase sempre a francesa, e na influência que exerceram
sõbre a nossa mentalidade e as nossas instituições as grandes correntes inte-
lec uais do tempo( J;; o que sucedeu também, na evolução dos estudos bis-
19 ~ON.u.D or CUII o, />equ.e:aõl Eli!-rória d Lir,;r lur Br,uit ' 4. Brii,ud & e ·np., Sditl'lrai,
R1 de J■ GCiro, 19111.
:?11OM0~t O Nf,t.00, O rom.,n<"!. ,. ec;d,.Jle o e mr,o. /11 "O J -nl", n. S 92, RJ,. J JH•iro.
A VJ'DA LITERARIA 199
2J A n lllcr■ ture, mal1 llric do que reOdida, exprimiu-"" em t6d I u Epoca1m~ fortcn16tc ~
pc)elW, pdo romance. d..cnt:ivo e l)da eloqil!ncia do que ~ riloaoí"111, pelo cBJ111io
., pelo teatro ou por qualque~
Cllltra forma Uta-Aria qw:, pela ua lllltW'c • exige maí• an.i1i,,e e ccflexio. O p<llprio MàauJ)O D& Aal', que
!Dtrodmi1t na Um-atura bn.-alldra, com - romaJ1Ge1,o in~&se pela vide i.n or, e tJO tornou um matrc oo
o de c:anctcr , nlo uou DO teatro uma ~o bem a.jus ada forma par de u aplrito.
O taJento todo ~ ct m subjetivo do r;rm>dc ..-omanciotilparecia nia c,oms,ortar aa ~ualidadft d
ürvc:ação e oe doaa de rida •a. l obn do teatro, que: mge. ao do.ma, a (Orça de um i.tao llri,mo obri#
oa a ■.p■ CM- para fan,r viYCr o 1111ll>do de 1Ub criações. N• ~ p«· cm q~. b a 140 • d ro-
-lCi.atu D■d c::oa>O 14.t.CRADO D& Assa e LIXA ~. " atrllJl&eirol. como J JOTCS • ÃLOOUI
Bu;w::r;n MA.ICSL P8:00ff o ANillli Qu,&, tomam um ç,mde imJNl,o o romancc p■icol6r.lco e o d.e «iatuma,
pod..--.(a cuid.-, ao primeiro cume. que te ti..- reguindo uma laM: d.e pro~- KOI[ • cvoluel
de - tzatro. Nu, • a ~ .... proporQ}c:I e too:wda a palavra 11um ocAti<lo rela vo, Qlo i,rodll&ill
-. on ~I DO C- cfrw.mAtlco. Flmdada a ~ düer par 111.tJcnl!r• Pu... ,_ pri ra mcUld do •
cwoXIX, e a.piorada com rdativo , - o,ecunda metade d&.e s&::ulo,i-- Jod D& A.Lslfc.t.a ~ PILUJÇ.\
Jcbao-. • reem« por Amva ADva>O (l,[ar,ulbio. I&Sl-19 , pocb •tlrieo e ' o, com
- ddid- (a • de um plrit.o pican~ e por P l1J.O BduTo ·o, 1881-l92ll, ; • ta ta,
a e, • de 6 refl" nUlda box 1)(lr" 11111 pcqaaio grupo de autores tauab cooio KAl'IIV'"'"' o&
~QoU.lllq J01fl , 1!!:mc.\Mll"OPAJU e JollACI c..uau.oo. Não lá ~ dcadeoda do muo aa•
doDaJ, q11econtinua • d volver«, 11wn fl"occrJO lc:nro de cvoluçio, aem apraentar alodA Ci&"1Ucapattt d
formar uma tNld CIO dram tica entre n6t, P"" um núcleo de obrai de granclo lnteruida.d de vida, vlp
o de ceract o de lar e de CtO~<>.
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d'u.n cboi~ de morccawt tirb des meill.eun autews br ilien . XV1. 42 et 334 pa es.
A. A.eh e- Cie., Bnlin, 1883.
CAPÍTULO IV
A cultura científica
tão famosa) foram com elas enriquecidos e por mais de um •culo ciet1cia se
nutriu dessa provisão''. Não se restringiram, porém, ao campo da ci ncias
naturais as atividades cientificas de J. MARcKGRAF: no observatório instalado
entre os anos de 1637 e 1644, pelo príncipe de ASSAU, - o ma.i antigo do
hemisfério sul. r lizou importantes observações meteo.rol6gicas astronô-
micas de que nos ficaram apenas, conservados por BARL.Eus,1 os cãlculo re-
la ivos ao eclipse solar de 12 de novembro de 1640, e escreveu um tra ado to-
pogrãfico e meteorol6gico do Brasil, publicado em apenso na 2.• edição (1658)
da grande obra cm que figura em oito livTOsdos doze que a cons ituem, o enorme
espólio científico recolhido pelo sábio alemão.
:t certo que o Recife judaico-holandês se tomou, no período da ocupação,
como observa GILBERTO FREYRE, "o maior centr-o de diferenciação intelectual
• na colônia que o esfôrço católico no sentido da integração procurava conservar
estranho às novas ci ncias e às novas línguas. Com o conde MAURicto DE
NASSAUlevantou-se do mejo dos cajueiros o primeiro observatório astronô-
mico da América: um jardim botânico e outro zoológico surgiram dentre aa
gitiranas e o mangues onde outrora s6 havia buraco de goiamum; apareceram
Piso e MA.RcKGRAF, os primeiros olhos de cientistas a estudarem o indfgenas,
as árvores, os bichos do Brasil; pastôres da religião de CALVINO pregando novas
formas de cristianismo; FRA.NsPosT pintando casas de engenho, palhoça de
lndios, mocambos de pretos, cajueiros, à beira dos rios, negros com trouxa de
•roupa uja à cabeça; PE'l'ER PosT, traçando os planos de uma grand cidade
dt: sobrados altos e de canais profundos por onde se pudesse passear de cano
como na Holanda''. 2 Mas êsses pequenos focos esp~, últimos tes emunh
da grand chama do esptri o de cultura que MAuRfc10 DE NA acendeu,
~o tardaram a ser e ·nos, jã pela pouca dura,Ção do domínio holand , man-
tido pela fôrça. j • pela ho til idades crescentes contra os inva res, herejes,
em que os colono pa aram a ver os inimigos da pátria e da religião. O f.
rito de integração no s ntido católico e português acabaria por dissolver as di-
ferenças, atraindo novamente para a órbita da influência ib'rica as populaçõ
de Pernambuco. MARCKORAP morre em 1644, no mesmo ano da retirad do
príncipe de NASSAUpara a Holanda onde, quatro anos depois, G. Ptso fazia
publicar a l.'" edição da obra notável em que colaboraram o médico flamengo
e o naturalista alemão. As profundas agitações que se seguiram à partida de
NASS.AU cm maio de 1644; as guerras contra os batavos, vencidos na Europa
pela Inglaterra e, na América, pelos brasileiros, nas duas batalhaa dos Guara-
1rapes e, afinal a capitulação, em 1654, dos invasores que abitndonaram as suas
conquistas deixaram inteiramente desarmada e já a ponto de esboroar• e t6da
a civilização que o pr(ncipe ílamengo pretendeu edificar em terras da América
portugu&a. "Da obra do administrador nada sobrevive, escreve CAPrSTRAN0
DE ABREU; seus palácios e jardins consumiram-se na voragem do fogo e sangue
dos ano seguinte : suas coleçoes artística enriqueceram vários estabeleci-
mentos da Europa, e estão estudando-as os americanistas"; e o livros de BAR·
LBUS, Prso e MA.RCKGRAP que, "devidos ao seu mecenato atin iram a uma
a1tura a que nenhuma obra portuguêsa ou brasileira e pode comparar nos
tempos coloniais, par ce mesmo terem sido pouco lidos no Brasil apesar de
,escritos em la im, língua universal da época. tão insignificantes vestfg,ios
encontramos dêlc .
l OAll'All 8,1iu.zue, Hi 16ri• do,, f iro• ,eunremente pr,tia,dcu, duunu, oito ,no• no Bra li•
lfOutr• ,..,,,. /1 o º"''"º ilu trl imo Joio M•ruicio.
do de
C<Jnde Na~sau, ck. Tf'. ~o e• ~
4c CIJ.UDJO Da>. OÃ0. Co Gr ,co do Miniúhio da Bduca.ção, Rio Janeiro, ck I.H0,
1 O1\.aUl'TO F• YH, Sob,.ado, • moumbo•. Shie Bnfllin>a, Yol. 64, p 272, C p. Ed tora
,KadOIMll. Slo P•wo, 1936.
1 C.u>lfl'LUIO D& A•■ &U, C•pltulo~ da hi•t6ria co_/oniJJJ. PA&t. 90-ll1 lo, lllO?.
2011 A CULTURA BRASILEIRA
Até o século XIX n&o se dirigiu ao Brasil nenhuma outra missão de sábios
estrangeiros; e, se entre. os visitantes do Brasil colonial alguns mostraram in-
terêssc peta nossa natureza, como os franceses DAMPlER {Bahia, 1704), LA
BARBJNNAIS (1714) e BOUGAINVILLE que estêve em Santa Catarina cm 1763
e no Rio de Janeiro em 1765, as suas observações não traziam, em geral, senão
éssc sentido do pitoresco, de viajantes deslumbrados diante das paisagens tro-
picais. O gósto das viagens, o espírito de aventura, o interêsse pelas novas
tcrt'as descobertas, na América e na Ásia, estimuJavam êsses empreendimentos
isolados de forasteiros que não deixaram vestígios de sua passagem pela Co-
lônia, de onde naturalistas adveniços, porém, - um PH. COMMERSON (1767)
e JOSEPH BANKS (1768), que passou três semanas na Guanabara, remetiam,
respectivamente para o Museu de História Natural de Paris e para Londres
herbários colecionados no Rio de Janeiro. A Colônia continuava estranha
à revolução científica que se processava no Velho Mundo e mergulhada na
espbsa obscuridade em que, sob êsse aspecto, se envolvia a Metrópole que
estava. como tôda a península, ''fora da linha isotérmica dessa revolução".
Por tõda a superfície da península, pondera Rur BARBOSA, "a instrução cientí•
íica não existia. Nos meados dêsse século (XVIII) não havia cm tôda a Es-
panha um químico prático. Mais de 150 anos depois de HARVEY ainda sedes-
conhecia aí a circulação do sangue. A Universidade de Salamanca, em 1771,
recusara entrada pública, desdenhosa e terminantemente, aos descobrimentos-
de NEWTON, GASSENDI e DESCARTES por não se coadunarem com ARISTÓTELES.
Em Portugal os estudos univCt"sitáTiosvegetavam sob a rotina teológica, do
mesmo modo como os colégios eram monopólios das ordens religiosas e as raras
escolas primárias não passavam, digamos assim, de estabelecimentos dioce-
sanos, sob a direção dos clérigos e inspeção dos bispos". 4 A instrução, SU·
jeita à curatela clerical e transferida, desde 1555, para as mãos dos jesuítas,
sem dúvida os maiores humanistas do tempo, se caracterizava pelo ensino da
gramática, da retórica e da escolástica, e se reduzia, no plano superior, às
letras teológicas e jurídicas, além da medicina galênica, mantendo-se quase·
totalmente fechada, através de mais de dois séculos, ao estudo das ciências
experimentais. Era. todo um sistema cultural. montado para a formação de
sacerdotes, letrados e eruditos e que, desenvolvendo-se na sua órbita autônoma,
resistia à poderosa atração dos métodos novos e das tendências progressivas
que agitavam o mundo civilizado. Se a essa atmosfera cultural, saturada de
formas puramente livrescas e dogmáticas e de controvérsias inspiradas pelo
velho espírito escolástico, se .acrescentarem a política: de isolamento adotada
por Portugal cm relação à Colõnia, a ponto de privá-la de tõda a comunicação
e comércio com as nações da Europa,·• o regime opressivo da liberdade de pen-
samento e de critica, e a desesperadora tenacidade com que a Metrópole sufo-
cava tõdas as manifestações de cultura viva no país e todos os meios de sua
4 Rui BAIUIOSA, O ,:,,nt.-niTio áo M;uqvr"' d.,. Pomb:il O.- p,onunCJ<ldo • 8 de ma,o llc 1$82
1:1•►lll)pcnal Teatro de D. Pedro tr.
4 ~ pol!tk• de IC'Cl'CPçào .Jouda per PClttUilll que "ICfflllf'C p,oc,i,ou Impedir o coot.ato doo e,,.
traoi:tirot com•• centa db Br,_.íl'", nunca x aprimiu co.-11toonl'AI alttitna como ftllqude ruoooo evlt0 ~o
• 3 de junho d,: 1800 pdo covfn>o da Me-trópole ao..,,_. dc:lepdo do Pa,6, spma1 oito •00t Hln de eh~ do
Príncipe Real ao ~il, e em que ac proibi., a vinda do pllDde HUltdO~DT h lc:mu bra.llc-,ru, "l'íio en, pcú,
de admirar (comffll• JIJI.UJ<O Moa.1111A}q= oo Btuol Dia pmcts._m ld8a1 que cum eo,rcoteo no mundo
c,-v,lludo. Attnnou Ãa>UTAOlf, hiatoriedot initl& que aqui viveu durante dwu dbd.u: pela Poifticade Par•
1u1el,una<.1a,11\enbeJasc,Cfrtnar0giõesdoglo!>oha,,iuidopri....sadct6da•coonwúcacJoc ICO!>lháocom .. --•
n•c-6cl tiaa~. • poc1to que • •dmimo e• residtncia doo c:sttu1tira. ttem ali prolbidu. Se - oarioe da•
no,6ft Aliada, A Mcuópolc ae CODOC'!lli•q_u• de vea an qu.-odo •~-• noa """ portQI. proit,la--U,. 4ve
eeus -~..,..,. e trlpula1>tcs dc,oceuem à tuni, a«to quando acomp&nbadoo par aieoltAJ de ooldad.,._ O ,..,.
1ul1&dodiuo era ... ve11.aigno..-Jlnciager-1 do qo-, 9C pe-v• pelo mundo, uceto o que Port11gal quaia qu ee
eoubote". Nlo havia o:tn todo o Bra.lil Uma .o6 tipocrar ...... A conll1çAo d01 bc'hllclr .. , eoodul o~ .bis·
,criador, er•. 1>• vudod•, disoa do compaixão companda =•dos c:lltOp<m". (JULIANOMo•anv., O p,oAr ... o
d.,a cifnofH no Br•1//. ln '"Ana1.1'· d• Biblioteca N1tcional, 1'113. vol. XXXV. Oí~IDH or,ru,.,,. daBibli~
N•cl-1, Rio d• J•noiro, 1916 ,
2 l6. Fac-similt do t,ontlspkjo de "Hislori,,, Naturalis Brau/,.,.r,
de Pôo • Marcl711.ve.
217. BARTOLOMltU LOUIUtNÇO GUSMÃO, o ''Padre Voadorr, "º r:ua/ ,.. •UAI tt.-pori8ncin, do •cro,lalo
l)K
um /u,,., entf'e o.s antecipa.dores imorta;, da ovfoç.no.
A11e,uraram
Snla Bartolumou d• Outmiio, do Museu Pauli4ta_, vendo-se ao centro o retrato do Inventor bra•ileiro.
Foto do Museu Paulista.
218. Jost BONIFÁCIO DE ANDRADA E SILVA (Santos, 1763 - Rio, 1838) primeiro professor da cadeira
de metaluraia da Univer$idade de Coimbra., mineraloAisfa de grande valor, ªo maior e o mais
culto dos brasileiros de seu tempo" .
Foto da ~leção Companhia Melhoramentos de S. Paulo.
219. O Con,e/lr1tiro FIIAl'ICJSCO F'RE.IIIE ALEMÃO, :?20, J BAJtoos.-RoomGUl:5- Mo mai• not•vttf
notlÍvt,/ bor,ir,,co, mcsrr11 de bol.irnca n.o E,coJe botm= que o Br,..;/ pOssuiu depóÍs de Furu
de Med1cir1a • diretor do M- r..,,;one/ ~tlo", direto, do Jardim Botin;c,., (1889-1909)
(186f>.1874). • •utor do ftSertum Palma:rum!!r.
221. ALIPIQ MrRAl'IDA RIBEIRO, ietiólo,O COMU• 222. A.001.1"0 LUTI: (L855-l940), que ,,,,...,_
nu,do • da. ,oólop nascidos no B,ui.J, 111/vu c.ontri~ val;.»as nos domiruw d• •oolo,ia
o maior de todo,. pura • d• zooloiia mé.Jic&.
223. EMh.10 GOllLDl, lund1tdar do Mu...u Pa- 224. JACOUllll HVRltR, bo11;ni<:o, auiço, que tra•
reen,a) Mje MUJeu Cioeldi. e autor de ~os balhou no Museu PttrbMru.e, o um dO!I naturalista.s
Momi/ero, do Br,ui/ (189J) e '"Ave, do Brasil". eJUan~i,o, fl'Llt> mois ..- c-oruaJrar11m A no.na t~rra
• H urudo de IUdlJ r,que.ao naturais.
22S. H.!RMANN VON lHltRll<G, fur.da,Jor do Museu P•ulina. do ~u• /oi diretor (189•-1915) e uma
du maio,.,, ou.tondad"-5 do mundo na ,ua CJpec.alidado (molu,coi),
226. FRJTZ Mill..LER. "o príncipe dos obsl!rv11dorcs·•, 227. Pen:R WILHELM LUNll (D/nnm rca, 1801
no conceito de DARWIN, um dos mo,ore n tu- - Latoa Santa, Mina Gerais, 1880), um dos
ralistss do século com 45 ãr>M de B,a,I e de ~ábio, msJy minente no domínio da paleontolo,ia.,
&erviço., â cienc_i;9e, oo poi 4
/nmoso (H!ltu SUO$ pe.fqui1nr sôbr fó ei,
no vale do rio d,u Velh,is
232. JOHN C. BRANNP-R, um do,; discípulos e 233. A. BETIM PAIS L&Ml:. geólogo do Museu
colaboradores de C. FREOEJUC HA..RTT, na orAa• Nacional e autor de exce/ence~ monoAralias .sóbre
nizsçâo d0$ serviços e no deset1volvimento do.-. l1 teoria do desli~e dos conrineni~s. de WECENER 1
e~tvdos Aeológicm no Brasil. estududa ~m face du-, obsfsrvaçõcs At)ológ,:c;m:
concernentes ao Brarí}. ~
e:
234. P.ED.FlO u, animador- e cultor d.as ci,énci.as., o qual., no seu Ion40 reinado, se encontra à frente
de lôde.s as iniciativas de interêsse científico no Brasil.
Foto da Coleção Companhia Melhoramentos de S. Paulo.
235. Sn/11 con,o'r"do o SANTOS DUMONT ..
Slllo B-!l, do Mu1ou Pnulhto, F o t O d o Museu Paulista,
236. SANTOS DUMONT (Mins.s. 1873 • Snntos.., 1932) . ., quem ÉDISON chamou "o ba11deirance dos ares", e 11
quem cabem duas invenç.óes, - a da diri4ibilida.de do "ma.is leve" e a da. ascensão do "mais pesado''~
237 Lo11Ts Cauu (1848-19081, .,,r&nmno 238. fiENRIQO'E MOIIJ.H (1860-1930), pro-
IHII•• •lurtdo diretor do ObH,_nr•tó,/o lmpe_noJ fcnor de física e de me1eo,oloAl1t, dirt!tor do
do Rio de Jan,,iro (1884-1908), «m quo Observa.tório Naàon•I, d~MI• 1908, ~ quem
t"ucedeu ao sábio lrancis EMMAl<U&L LIAIS ,e devem a primeira or,•ni,4'9,io metcoroló1ica
(1874.-1884). nacional e uma notávrJ monolr•li• &Õbre O
clima cio Bra,11.
24 ln,rrlu10 d M-1uinhos. ho;. Instituto Osvaldo Cru,, fundi/do m 1901, o """'"' eenlro
d -ui- c,ctntlli~ do J>ili>, no domínio da porolofu, e1t~rimu,1•I.
Foto da 5«çio Fo oeráfica do InstllUlO o. leio Cnn.
249, Biblioteca Nacional do Rio de Ja11ciro, a mais importante e a mais rica dê( América do Sul.
Foto VosYLlus. Coleção do Serviço Nacional de Re<::enseamento.
250. ÔSVALDO CRUZ (1872•
J 9 I 6), no ""' labol.!ório no
ln11i1u10 de M""4UinlroY. Rio
de. J•,..._/,o. - Foto J. PINTO.
O V.uoraAOut rv, ....... ,•~ de P6ro> Squro), Hist6ri1t Geral do Brull - &llt de açlo e
iDclepcodencla Portu "1 -. 3.• ecL ll>tellnl Comp&llhia. Mêlbon.meatoa de Slo Paulo, •• d.
7 ln Jut.lANO MOUlllA, O pro#,ri,no dAa ci4miia11 .no Br,uil.. ln "Anaia"' a B bllc>l..ia N• onal,
1913, vol. XX.XV, Rio de Judro, UllCi.
-l4-
:no A CULT-URA BRA SJLEIRA
Vede 116brco eminente íradc franciseapo. Frei Jo MAtu.Ho D,. CoNCltl o VIILOID,• memória publi-
cadann I per J il ~fflL\ D,. GAMAna "Revitta" do ln1titulo Hitl6rlco, e o ieftl tudo d.e Toiú.l
Bo OlllllU, cdltedo tob o dtulo Frade• Ns.turali•taa, DIU "Voz da Pctr6polla", 1919.
,.
________________________
__________ A CULTU~A CIENTtPICA
......;; ..:..:,:_
211
10 O MllNV Real, bole Mu .. u Na-4Dna.1.foi uma d•• i.,jda.tiv•• de O. Jo,lo VI que o n.ind J, ...,,. docrel'O
dl' li de Junho de llll. 1111cotlo de To-il A"1'6HIO DC ·v,u.NOV'I Pouuo .. i.. Ja QI) lllD XVJU, o. LIJII
DS.\'AICOHC& 12.• VI m do Bra 1 (1779-1790, havia fundado• Cua dJII H1 tõno Natur&I que•• tomw
mal co odd11 pelo nDmc de C.n d Ph,aroa e t.cve curta dureçã:,. O Mueeu R'°'al foi ln talado primitivt.m nte
no prfdlo hoje ocupad"I !>(.lo Ar(!Ulvo N11clonal no CamPO de Saat•n•, com o mltcrlal of~ccl'.lo pelo pr6l>rlo
D. Jolo VI e conatituldo de objeto, de arte, de uma coleção d<equadros e outr1, de mlr1cralocl1, comprada •
il"slllf•it, o lblo pl'or.,.,or d l"rcybcn, com o qual ct1tudou Jost Bom,,1.c,o. Mei, tarde, em 1813, • coleçlo
'Jnlhwal6f.lc• que POt 111•Jod BOl'IPkJo, foi lnao<oorada ao Mu•eu Nacboal, nrlQu cfdo, em ■ n •C111ulnt1,
com~~ col~ de 1ool0tth1, ofertada r,()t' naturalis~u "11lrang~ir01em excursfto pelo Br• li, como LolNQIPOR,,,
NA:rl••·• VOT< IDI.LCIW, • qu n, o mi~l•tro de D, P1101to I diri~ira um ■ pll) para que •u~llla1,cm o mu,ou
em tOMIIÍ.çlo, Em mudo, do ■ kuJo XfX, o Muacu Nocional a qucc, por aqui,irlo, p,,rmuta 011do~ç~o, vieram
a,Junw•M n0Ya1 eo\cç mlnrnl1, botAnka■ e .cool61(ica , J4 cu con,id•ndo o mal, importante da "merlca do
au1:e • ,ua blbliottt•, rund,da na admlnl~trac;Io de Cthu Bu111.A1,..ou1 0847-18601 1 1 lnlcllva com ctfc•
• S mil volum , para to,n,r, n nn, do tfculo XIX, urruo dq m•í• rlcl\1 em obr■ 1 reí rentn •• cl n~IH
aa...,.i._ Pela dlr~Jo do mu~u pe,..ram homcna do v1lor de. Frei Cusr6010 At.va:1 S tUlÃO 11878· 18471, •
que " dtve • primei<■ importaote re~ da Muuu, pelo Rco:. de l de fN~ro de 11142:PII 111.a ALtMÃO
UIN-J,.1741, ■ u 11i■do POI' l..\O1S1.AU Nno qu lhe 1.ictdw n• dircçao, e, m ■ I, rttentement , BATlffA LACSIIDA
fl!9s-;U15l, - outro v•nd reformado,, B■uHo Ulao, A11Tu1t N11vA e RoQu.a:n PINTO. N■ ua l<>nR••
.fttuàdi■ •.drnl~lwaçlo 0874-18931, L"o~AU f'JsTo r<en lnlri,tivu de prlmeir ■ ordem, como •• c011fertnci- ■
p6bllcq, anill'Uld ■I multa• v com • pu:1mç,, do lml>C"■ dor, ■ publkaç.'lo A,-qulvo, do u u Naclon■ I,
-rrvl•tacrt.d ■ pe.lod ad 28d março&hlS76eeojo5.•volum,del l,fcon u■<fo F/o,aP/umnu,..,,
de.Fr CoNCIIÇÃO Vno , - • r cio do Laboratório de Fi,iolOl'ia lhperimrotAI. cm que (oram feita
JXI" Louu CoUHf T e BA'YQT'ILACSRO ■ 1 primriru ~hl~ .. de fi ·-,1asJ■ na Amtn o Sul. O líldo
do u..w Na lonal, t ■I ■ o d 1192, Do anri o p11lkio impcru,I d■ Quinta d■ BOI Vhta, í , em 1927, r •
modelado• ampl o de r 1ada1tt, 11a■dmin"nrac;lo de ROQuns Puno (I02fi.19J$) ,.ue m 1931 in •
~ u novu ra f c-o,n qu • tnd cl01111lln ·tu cio "•larg.ou o oeu campo de attvidllde na paq , oo
recoohedimnto e n■ d vuJ ■çAD da a1ture ", mtl~ dividido em 9 dqJvt■ mcs>t ~ 1 , ou
S ; l Mlntt•IORi• e 0<"0pe:IN)&ra : lturaripfuo e Palc=tolDVía, ■ dir~ode A, Bnuc P4tl 14KJ;;
2) Botl<rica, d dJvl , • ca,ao do Ptol. AL.-&Rto 5.ulPAID: li Zoo!Oltil I br■d •e lnv ttbrad l, b
• ttrpODM füda de MIJlAH'IIA RrstlllO. 41 A11uopol....la e Ernoenr ... sob a cJi~o de HuolN. T
hoje d~tora do M u; SI a d H 1! Natunl, criada par ROQIJEtt PtHTO, que ~"° t. arlvid
oeot1nc .. do Mu u • funçlo edue11riva, •P""clhande>-o l)IU1l ao um iNtr11mcnto di de edu~a. (Cfr, PAl/\.0
Roou 1', O Nu ., li• ·onal • a educ•~o br••ilelr•. ln "Jon,aJ do Com&cio'', o de J~o. 10 e 11
de Julho ae J 933),
li M1ouu. Ot61110 011 l.,.IIDA, A msntali ade cientír.ea no Bruit. Coa( fnda pr,ffllnt • DO
.tio Gobce do "Jornal do Co111 e o", Rlo de J Dciro. 215de egõ,to de I910. ln "l"Gl!a• M -Jlca", ,, u crobro,
U20).
214 A CULTURA BRASILEIRA
18 De tod0t .,. n.tunU,ta tnn1droe que ~ rumna.m110 Brull, aeiihwa, com eídto, bttJcff •
hff% ~. na equt11nça d mttodca de anA!lae, no pod..- qwuc i1Utintivo ele o ~o d0t r.cc.,e oa
í6rç,a criadon de ~taçSo. Vindo pua o &uil, em virtudo: do movimento de 1&42 e apena, com 30 a1100.
o jovem rmdlco e t:unli ta alelDlo f"Ulourcaid~ de.de 1852 no mwd pio d,: Blu.m 11( ta Catarina),
Ollde mo a fal , em 1 97, tendo rivldo em ternu bruilmu 4S auoo e. portallto, q mdo lkw!l. Nat11-
ra&ta Yiajantt, do li N oa.&I, um de - mm illDt!'CS cohbnradoc-a, enqllAll.to d. • a,onarqwa,
íol dílpcnMdo de tuncila, allb ~mm~ rcmUDenid em 1&90,1c,god pau que ~ • Rq,6blltt,
ej, com ctrca de •- de l d~ e 11.0 pah. O, primeiros v.li dia,, ct.o'""I ' llld(cCA•
íaram trui o ..aJe amal6nico pua o M u Nacioaal p:r ~ Pn.1 e pelo b1o a1e:r:n1o.Batr, • u
.,... cootri • d , - du mala !a,port,aDt.., .mão a lllllkr, foi• dC1100oai:., - pQ: dti ao 4.•
Yal doe AtqulVOI do II N•~I. cm 1&81, - de um cnut:ir:<o "de -nho dlmlnu o, uma félnn ■
c:uri... -, BJpldiu.m brom li•r,un, d 'ta de ae:mp!Are,i .,.,.llí4ão nas,._. da br <Ili crr,atn".
Dmcobriciar d.a 1d Ofttocec> ou do ne•pltulaçAo, a que depois BA&CCL chamou. a lel flmda.mmOII da b O•
lfll!tfca. dd'Old h:ln: MO'u.&a a doutrina de DA.IIWIIIno 11e1>fam liwo FD.r D~in (1864, - OI d
meotoa que colhn no Bn em unu -6bn ~ Publicou em 1&79 ou llwo qu . toa
vivoe ckba no mundo clmtlr.co. -" notbd cuo de mimetiDJ:lOcntrc borboldu (tu.a,a Tb,Vrldla". em
que cooteata, cm parte, a t&«ia ck BATU bft lftÍUletiamo (nümeuy), i~ 110c,.11de natural ta ln lb
)ldOt \wi0t .&bre borbol a1'4U6nica,,. OUWIM chamou-lhe "priodpe doo oat°'ali " HA&CUL,
que Ih aacv•u a b o,p-afia, o c:onaid..-a um bcr6l d• ci~ em virtude de ■boepçlo ~-1 e de eu ca·
pinto de aaaifldo que o ,~.,..m • r _,., num ruco de nobcea mllt'llL Cll oe patos l ua dl ~ por
IUllll tubllcriç;lo Wllvenal aberta pdu eodeda:lea cletatfficM com o fim de ~m o va,ide dblo.
216 A CULTURA BRASILEIRA
U Bua.mu DA CtnnL\, A mar,em da hiat&,'11. 3.• tdl~, p4 . 2211. Livn.tü Clw\lroa, P6rto, 1922
A CULTURA CIENTfFlCÁ 217
dittt« (la&tl-1!101). que teve• lnlciatrn do primeiro Anuiria do Ot.cN&t6rio (lUJ) e íuadffll,
1186, a_ &~ilfa do O •1:6rlo, p,abllca o fflCD.lal de astronomia. No 3.• tomo d Aruol•, o r tadCIIIoe
ira_b<llhoed.u t:Jh m lllCUmbídu de ob,rrvv a pasagcm de Vbi\19 oõhno o duco tolar. Em 1 , quando
oO aterio • J Clive b • dircçlo de limntI0111< MoJUD, e/ • • ~ d ...-vlp
troro16&1co e troa&nka: o •min nte dlmatalogirta obtew: então • primcua ""IJIAi~ ~lu. nacional,
• aAd d ••.,. Jca~ cqwp,urw,to lmuumental e du mrmas ,nai., ~ de, t...b&lho''· S:ca 1!110
raparect'V, C01ll o Anu,, o para 1!10~1!110, o Bolef,"m Metl4Sl da Obler?•~ de Janclro • março de
1901). Na b ,mria da mo olotila bnsi1.cira mi. que se destacaram, m: fue p,-djmlnat, L. C.UU. H. Uo1UX•,
F. D&AS.IIUT. o. Wuu. A. LBBOA, ellb'e OUIJ'09, a\l'Ultiun as íaguru de /utúJco StLYADO, DO ~ Me•
teoo-~ico da Marinha, e J. S.UOAIO aa.u, anti10 diretcr ao Serviço Ir~ er.llild.ro • aiitar de um.a
obn fu.odamcntal o6btc • IJlcteoo-al bnaildtt. Al&u do Oblclvatório Nacional. nlo comta atividade.
o Ob,en,a • de &Ao Paulo, dmpcb, ll■ •ua primeira íue, por Sm.,QaT D& MA roe. q11e abr""I« tamWm
o acrviço meteorol6pco: ~ aprCKllta qll&lqucr deacobena 011 trab.ibo utroo6mico oe m,portADclL (Cfr.
Dn.oADO Da C.Uv.u.no, Mlt6oroloti• du B,é il. Lobdrcs, 1g17; T4NCUDO l)lt .P.UVA, Blbllot,.a. do clim•
bto.aiüc.o. Rio, 1 28: J. os SAMPAIO FIIMÃJ, Metao,alolia Br•YÜ&ira. S&ie S.-ulli&Aa, vc:il. 33, .o Paulo.
111H).
222 A. CULTURA BRASILEIRA
de alto valor, como Nosso céu e Previsão do tempo, de· ou uma notável
monografia, O clima do Brasil, que escreveu para o Dicionário Hist6rico,
GeoAráfico e EtnoArálico, organizado em 1922 pelo Ins • ulo His 6rico do
Rio de Janeiro. As observações de FERNANDES DA CoSTA sôbre tr€las duplas
e a érie de medidas micrométricas tomadas entre 1924 e 1926 continuando
no Observatório acional as pesquisas iniciadas por L. CRULS, cm 1878, e os
trabalhos de ALIX DE L os sôbre marés e de LÉLIO GAMAsôbre variaçao de
latitude constituem, já num periodo de declínio dessas ativid d científicas
entre n6s, uma das poucas e mais interessantes contribuiçõe brasileiras aos
progr dos estudos astronômicos.
:tsse contraste entre a produção científica de estrangeiros que percorreram
o país ou nêlc passaram a .residir, e as contribuiçõ s, esparsas e isoladas, de
brasileiros, e o desnível fortemente acentuado entre os estudos literários e os
estudos científic-0s põem em evidência o fato, jâ tantais vêze assinalado, da
falta de interêsse do brasileiro pelas ciências em geral e particularmente pelas
ciências físicas. Não faltou quem concluísse dessa indif crença, num exame
apressado, uma inaptidão natural do brasileiro para o trabalho científico ou,
ao menos, lançasse, - o que- é mais exato-, à conta de ua inteligência muito
viva, mas superiicial, e de sua vontade feita de impulsões, a desproporção entre
as suas atividades, e o~ resultados de seus esforços, n ss domínio . Parece
com efeito que, se não lhe falta uma curiosidade ardente, n o costwna êle
trazer para trabalhos desta ordem a fôrça de refle ão, o pírito objetivo, a
pacie.t1ciae a tenacidade que exigem as pesquisas cientificas. A ci@ncia, como
e eveu CH. R.ICHE"T, "não é uma jovem de costumes ficcis que uma promessa
ou uma carícia bastam para seduzir. Ela é arisca fria, impiedosa, e é preciso
sacrificar-lhe por muito tempo tudo que se ama para lhe ob er insignificantes
fa ores". Mas, a erdade é que o gôsto dos fatos, o espírito critico e inves-
tigador e o entusiasmo pelo método experimental podiam d volver-se entre
n6s como por tôda parte; e a causa principal d~ desintcr e do brasileiro
pel s ciestcias, longe de residir numa inaptidão natural, é antes o tipo d en-
sino quase clusivatnente literário, livresco e ret6rioo que se implantou no
Br sil, desde a Colônia, até os fins do Império. Uma cultura demasiadamente
verbal, demasiadàmente afastada do concreto, demasiadamente cheia de re-
t6rica e de poesia, demasiadamente afastada das hurnild s r alidades terrestres,
sem contr pêso científico, «não se encaminha, pergunta LÊONFLAVIEN, 17 para
essa atrofia de caráter, para essa forma de impotência que se chama o dile-
tantismo?" Pois, foi exatamente essa a nossa cultura, - a cultura que se podia
esperar de um sistema de educação inteiramente desaparelhada de faculdades
de ciências ou de institutos de ciência pura e de al os estudos-, para a qual
a arte de escrever não era a arte de pensar; em que a llteratur e a ciência, longe
de obedecerem ao mesmo ritmo, desacertaram atrnv!s de mai de tr s ulos,
e que se caracteriza pelo profundo divórcio, senão ant gonismo, tabelecido
entre dois ramos que são destinados a fortificar-se mutuamente, num plano
g ral e sistemático de educação. 1s Se é certo que " c:i.!ncias, ara as das
letras se tomam maquinais e brutas' , - no penaamen o de ANATOLE FRANCE,
que, em alguma, palaVTas de La Vie en Fleur abran e sob todos aspectos
essa questão. - ' as letra , privadas da ciência, são vazies pois, a ci cia ~
a aubstància das Ietr s". Qoando irrompeu entre nós desenvolvendo-se de
1 a 1870, a corrcnt do romantismo que ê, na sua essência, uma exaltação
lú'tca da ensibilidade e uma revolta contra o real quando êle perturba exal-
tação, não encontrou, nos incliv1duos desprotegidos contra si mesmos, para
resistir à tend eia ao subj tivismo, êsse hábito de reflexão e de objetividade
que costumam desenvolver as ciências matemáticas, - instrumento de racio-
clmo por exccl.ência, e as ci&lcias flsicas -o instrumento, por excel cia de
investigação. No mundo intelectual brasileiro em que se praticavam a~ letra:,
sem o complemento e o contrapêso das ciências, o romantismo, - êssc podcro
rio de poesia que por t6da parte arrastava muitas escórias nas suas ondas
soberbas-, tinha de forçosamente acentuar a velha tendência colonial à li-
teratura e ao subjetivi mo, arrebatando todos os valores e devastando udo à
sua passa.gcm como uma torrente de montanha ...
Dat o caráter da evolução (se assim podemos chamar-lhe) da cultura cien-
tífica no Brasil, desenvolvendo-se por saltos, mais pela ff>rça de alguns espf-
titos excepcionais, filhos de suas próprias obras do que pela pressão de um
ambiente cultural que entre nós foi sempre hostil senão à inteligência, ao menos
às pesquisas de ci ncia pura. Em vez de se desenvo1ver como um rio que, nas-
cendo longe, e dispersa por muitos braços, recebe numeroso afluentes e se
divide num grande delta, constituído, nos seus ramos, pelas diversa ci@ncia
de observação, a cultura das ciências no Brasil se tem pr<>eel!sadonum ribno
irregular, por avanços e recuos por iniciativas sem continuidade e em sen ·do
diferentes, e por mestres em discípulos. A Sociedade "Palestra Cientffica''
que sucedeu à Sociedade Velosiana de Ciências Naturais, fundada por F'R.EtR.B
ALEMÃO, e que •nha por fim "ocupar-se do estudo das ciências flsicas e ma•
temáticas, principalmente com aplicação ao Brasil• (dec. n. 0 1820, de 13 de c-
tembro de 1856), teve duração efêmera e não conseguiu senão a publica o,
estipendiada pelo Imperador, do 1.0 número de seus Arqw·vos. A revis
Minerva, que desaparecia no 3.0 número, não resistiu mais nem logrou maior
sucesso que a Guanabara, - revista de ciências e letras, também fundada
anteriormente por FREIRE ALEMÃO, cujo nome se acha ligado a quase tõdas
as iniciativas dêsse t mpo no domínio das ciências naturais. O próprio Im-
perador D. PEDRO II, enamorado dos altos estudos, o "Mecenas ma.isdevotado
que a nação tem possuldo", no dizer de ARTUR NEIVA, e o soberano que, no con-
conceito de BABINET, astrônomo, merecia antes o título de sábio do que o de
''amador coroado", que tão vivamente se empenhou em incrementar o pro-
gresso das ci ncias no Brasil, teve seus esforços quebrados pela resistencia pa -
siva e pelas hostilidade mal dissimuladas dêsse meio intelectual e polftico,
dominado por homens de espfrito retórico e de educação abstrata, e em que a
literatura, as idéias e as questões jurídicas e os debates poUticos absotviam o
pensamento nacional. 1 Pois não foi D. PEDRO II, em 1882, combatido e cbas-
quando v 'tftya a &.1~ltlo de P"tlad~lria, c:m J876, IIOUbcIOl}Olpr o alcance da rcc:eftlz lnvni~o cfdnica
de G~ 81.1.t-, • Dd em l de~.. Admirado por mttaQ& roo, daa mau, t.ivci1 de ocv tempo.
- um escrita, e chplo.,,.1:11como o ~de Goan.uu. úbioo como FLA,IOl4lll0:t e PASJ'EUC• p cu I n,n ua
de Vtero HUGO, - toruous1e popular ca P.ario "• maq do que qllalquer outro ~O. pn::::ado noo KllS mc:lo,
lntclCCt"Wlb; ... do lnt<:r q11e ,.... cai-a de despertM, 11Cm o pr1:11ttaloda raalua. DOI dA • mc3i<la • mprcn o
qu,e t:aUJOII • P'llU> co Nl'.ltTZS1::lfE, quando sê dlCGDtnU'8111, 01.1111.DJPOfttl>nha dlt. S11~ •• via.latido Junt01
niuna dili e,;,cú,, .cm ■e: ,•,;,::,h~crem entraram .a pale$UV o lmperador branlciro e o fil6tofo alm1 o, (OLIVUJIA
,.,.. • n ,.., ,.,.,,.,to, • o• dbicn. f n "Jarnal dp Com&do'". o de JiUWl'D,4 de julho do l 6J.
A CULTURA CIENTÍFICA m
ação de grande envergadura, - a mais larga e profunda de tõda a poUtica do
Império. 2 assim que pôde realizar, cm todos os dommioa de atividades, e
especiálmente no terreno cultural, uma série de iniciativas que, se tivcaem
prosseguido no mesmo ritmo e na mesma direção, teriam dado uma forte gui-
nada e marcado um rumo oposto ao de seus predecessores, - rumo aliás da
tradição colonial que voltaria a prevalecer ainda durante quase meio RCU!o.
Em 1872, CARLO h.ED&RICO HARTT, que se incorporara à expedição de AOASSIZ,
em 1865, e acabava de visitar a região amazônica, é encarregado pelo gov!mo
brasileiro da organização de um serviço geológico geral. Inicia o minist~rio
Rio Branco, por essa forma, o levantamento de nossa carta itincrária e geo-
lógica, "logo abandonada pelos governos que lhe sucederam' ; consegue imprimir
um grande impulao aos estudos geológicos do país, a cuja frente se mant,cve,
at6 a sua morte, o sãbio americano, auxiliado na realização dêsses serviços e
no desenvolvimento desses estudos por ORVILLE DERBY e J. C. BRANNER, e
promove o Recenseamento de 1872, o primeiro que se fêz no Brasil. Nas re-
formas de ensino que empreendeu, reorganiza, em 1874, a Escola Central, que
passou a denominar-se Escola Politécnica, de maneira a transf onnâ-la não 96
nwn grande centro de educação profissional superior, mas tamWm numa ins-
tituição capaz de difundir ºos mais elevados conhecimentos teóricos das ci!nciaa
cu.tas"; cria cadeira especiais, como a de física matemãtica e a de fmca ez-
perimental, nessa escola e na Escola Militar que resultaram da divisão da an-
tiga Escola Central; e funda, em 1876, a Escola de Minas, instalada em Ouro
Prato, cm 1877, e na qual, sob a direção de HENRI GoRcEIX, criador da escola,
ac formou urna geração notâvcl de especialistas em mineralogia, geologia e
minas. A instrução acad&nica que, pelo geral, ainda em 1882, estaria, no de-
poimento de R01 BARBO , 10 "infinitamente longe do nível cientffico d
idade", tomou com essas reformas e criaçoes. as mais importantes depois de
O. JoÃo VI, u_m impulso vigoroso, segundo a nova orientação do admir6ve1
estadista; e Escola de Minas. - como atestam os seus Anais, cheios de con-
tribuições valiosas, - sob a sábia inspiração de HENRI GoRCEIX e com os e,.
tímulos de O VlLLE DRRBY e do petrógrafo EuoÊNlo HttSSAK, entre outros,
tornou-se, no último quartel do século XIX, nm dos maiore senão o maior
centro de alta cultura que, longe de se reduzir à formação profiaaionaJ de en-
genheiros de minas, se esforçav:a constantemente por aplicar e propagar os
métodos dentfficos de pesquisa, nos estudos da geologia, das riquezaa naturais
e dos principais f6sseis do Brasil. •
Mas essas iniciativas, como as anteriores, não viveram senão pela aua
propulsão inicial e graças à tenacidade de algumas figuras eminentes, ma.s
raras e solitlirias, e às vezes de um pequeno grupo de trabalhador~ aos quais
aá..biosestrangeiros souberam transmitir o espírito desinteressado de pesquisa
e especulação.. De um modo geral, se excetuarmos um ou outro centro de
estudos e de pesquisas como o Museu Imperial, a Escola PolitEcnica e a recente
Escola de Minas, o que ainda se notava por tôda parte era o mesmo desio-
teress pela investiga o de ciência pura, a mesma resistencia à penetração
dos m~todos científicos e at~ à noção, já corrente no século XIX, do valor uti-
litário da ciência que costuma trazer aos povos que a honram, não s6 a g16ria
mas a riqueza, e que ainda persistíamos em considerar quase uma excentrici-
dade ou, quando muito, um luxo. Essa atitude penistente em face da ciblcia
punha em agressivo rel!vo uma das falhas mais grava,. senão o vício funda-
mental de nossa formação tradjcional, penetrada de um espírito puramente li-
-15-
A. CULTURA BRASILEIRA
tcrârio, com sua tendência à rct6rica à soffs •ca e ao verbalismo. Se essa at-
mosfera intelectual, alimentada por um sistema de ensino e de cultura, des-
•nado quase exclusivamente a desenvolver as qualidades literárias e a especia-
lização profissional, não era certamente favorãveJ aos progressos das ciências
experimentais, contribuía ainda menos para despertar o gõs o das matemáticas
e tomar-no acessíveis às atrações das alturas serenas da coria cm que tudo se
resolve por equações e fórmulas algébricas. o entanto surge, nos meados
do culo XIX, uma figura singular que inaugura a linhagem dos matemâ-
•cos do 'Brasil, e devia ter-se formado a si mesma, sob o influxo da própria
vocação para êsses estudos e pela fôrça de seu e piríto criador e de sua intuição.
2 JOAQUIM GOMES DE SouSA.,tto mais vigoroso e o mais alto espírito matemá-
tico que em produzido o Brasil, "um gigante intelectual, .nas expressões de
EUCLIDES DA CUNHA, a nossa mais completa cerebração do s~culo, jurista,
médico e poeta, legando-nos sôbre o cálculo infinitesimal páginas que ainda
liojc sobranceiam tôda a matetnática''. 32 Professor, àos 19 anos, da Esc-0la
Militar de que cursou apenas o primeiro ano e obteve, em 1848, o grau de ba-
charel e de doutor em ciências físicas e matemáticas, depois de ex.ames vagos
e sucessivos de tôdas as·matérias, já em 1855 o jovem matemático apresentava
à Academia de Ciências de Paris três memórias do mais alto valor sõbre a de-
terminação das funções incógnitas sob o sinal de integral definida, sôbre um
teorema de análise matemática (cálculo integral) e sõbre o som, publicadas
mais tarde com outros trabalhos, por iniciativa do governo imperial. Grande
matemâtico que pertencia no julgamento de AMOROSO COSTA "à classe dos
geômetras em que predomina a intuição" e man java de modo magistral o
instrumento algébrico, a sua obra, reunida depois de sua morte, em voJume sob
o título Méla.ntes de Calcul lntél,ral (1882) e constitu!da de sete memória,
e alguns fragmentos, é considerada por TEODORO RAMos verdadeiramente no-
tável pelo arrôjo e pelo engenho das concepções. Ge6mctra, - escreve o
aâbio Ce. HENRY que lhe prefaciou a obra p6stuma -, atacou o problema mais
difkil e urgente da ciência; matemático, apaixonado pela experiência e pela
observação, apreciou os encantos da arte· a brutalidade do problema social se
impô ao seu coração e as pungentes complexidades do problema filosófico não
Dão o deixaram indiferente. Criança-prodígio, natureza ideal, complexa e do-
CDtia, ele pertence, a essa família de inteligências que parece terem sido criadas
para mostrar a identidade fundamental de tôdas as varledadee do saber, dessas
lll Natunl do Mannhllo, J0A0trnc G0MB! DB Sol/IA (182 1863), o m1ior m•tem!tlco do er.,u. foi,
c:omo jt obtiervou CAllOS POl"TS1·, de uma precocidade noulvcl, ''ocm precedente. e em tcual cm tMa • llilt6ri'!
d• lntellctn<:i• bn,oltt1ra". Envindo p,cloa pc,is ao Rio de Janetro, em 18 ~. para ~uir • c1rrclr du ■ rmu,
■b1u:1donou • , 1 Mlllt.,, no primcirn ano, e m.atrioutou, e, ao1 lS de id,uSc, de Modic:Jn11,que
cunou ILt o .• ano. Requereu em oeg,iidlloe obn,,,c e,cameo vag01 do lida H m· 1• E cola: Miliw
c:,d~ ou pcovH 1ucea,wa., que realizou c,om exito e,ccepcioll&I, rut pttton do p.,...ntc nllffler
aud1t6no. rcc,ebc,, • I.• d,: Junllo di, i&I& o u-,n d.1' bacluitd e 14 de outubro o, o de douttr em
dhlclu ri lcl• t m k:mêtioe.,. Conta""- mtã:> 19 anos qw,ndo efcndcu lc1e; e, o dçoio, proleuor
da la MUIW, ,c,gvlu 1111,.a Europa e íormw«: cm rucdi na cm Pa,., • m ta l Academia e
CI~ de mc«lldri••• pub~•$ em e.fiçilo ~- cm I p:i, swl!rao brar.leiro.
(JOAQU.111 ()cm.n Dlt Sous.t., Ml./t,nge3 de <:.k.uJ lntefr11I. Ouv,.,e bum cntt d"un,, mEm;:,irc,de
t·aut « d'u.n a1111nt-propospw- M. Clw't:=3 aenry. Lel • ·mcri& de l'. A. Broc:kbaun, 11121.
Em ltsG o ..,._itico STOICUapce,nta l Sociedade Real de Lo c:ontendo um tc:1Jm<1 da pri•
mcln mern6ria, ll6brt o !?"°!)lema da inveni~ du io r.i.. l • mtti1 alta.,
cm-6UCIIS,mp<ri<>res, ''aplicou- com maim- f ta, bi~ ória.,
cl saciai.o cm geral. nio mm q ic.
00
• (Jolo
FltAJfcttC0 LtDOA, J iaron, 2 v<>l!.M.ar.u1htio. 1852•1 olo cunara
dlí-áto, mfreou,a, na CAmara doo de ar e
,_ j~ tomanda part'e o apr-e,eob>Q
, por tes" este ,rposeatad.o. xm p, (C.- Po,n-q, . 1J1Uc:o
~ O CU!I da a.pooeot:ad«ili • ln '"Jarn.11 do Com&cioº',
24 e ·unho de llU4). 0-f' ■ f"Cido l)<"CmStunn:nentc■m 3♦ iiqoDlla •~ Burops,
• C'.&rta aiat&i.cia, brilha.ore e íci:unda, foi, na op, um modtlo de pen&llffll!'.Oto
e de A( ".
112 ltl/a.mu DA Ct»lltA, A mMAem d• hút6ria. O. Jodepc,nd!ada l Rep blic:a (csb6ço poUtieo).
o. Livnr.la Clw,droa. Põrto, 1922.
A CULTURA ClENT1FICA 227
ir,aadc mmtuiçl.o, que "" vem dC961volvend 1r11• • de m de 11,:0 lo, tc111 ,... ori1ens
oo.,. Hortu, -Janl'i,m ~pi._ntas ell.6tica1, - criado par D. J o Vl cm IIO M P'uenda da Laeoe
de Rodri o de. Prelta,, e po.- Be mesmo ampfuodo e 9be:rto ao p~bla li de R l Judia,_
Botlnko. Jar-dilude dmaçio, destinado• priodpio • iotradiulr r 2 das 1ndiu
Ori -dou • curiqutter-se de cscdcuta coleçõa de plaAtu, cd.id conwiaa
por D. Jolo VJ d amparo e Cltfmulo "• t:od"" oo que • da Klime(Io e da cultara de planta.• e:ic6ticuH.
0 -~ s-rque etal da o,,,_ qu: ai.ada bqjc ,j llmd.Sor, • l!'llm.eino real
plantada por O. JDÃD VI cm llOS, d.o penleu,, porl:m, o - car im de aclimaçlo, pani re-
w-1r o um at'Albrlcclmeato r.ien611co, aenio - ad.mioii Frti LM.lfD.eQ 00 SAC'ü>BH'?D
(t .,_llill) que lhe imprimiu DOYa ari~. No aqw>do Jmp&lo cm que, por iu.o pcrb1o, de 1160 a_ J O,
eath'c o Jan:Hm Botlolco IIOb • direção- do lmtituto Flumi .,... lldalinia-
q U , no domt,,io ~ d primeira me•
e P. L. Cm.a Buau.lu.Qtn e P. G. P ta mad ..,.
• e admillitrativo. 'S IÕmei>te no to, o Judlm
cm uma oava r-, - • mai, fecu.oda de wo J. B4I&ou
• da ocnmerual 5,,rtrun P•lm.aroun, o re d<>
• arieni.çlo de Frei Llilm.llO, reiAtecivu o Jardim Ba>t llÍCo ir ao trabslho
• • u ma i.i:u pc:npectivu. .Entn cm dccadtocit,. Dlll0VU. para
aova.mu com AHTõ ro PACID.OO 1.sio, proli e:d.ic:iu e di.td·
p,ilo dAIOrlr.u.oo C•in.. qUt o ~cJou, dentro d• me1nu deoeovolrimentO com
o au.:Rlo de Losrroal:N, Dtrcu e Kum.:Ll:.l!flt, - WCI doi1 61 lf m.11ndo-oem um ~tro
d u:IAada nora oacloaal. Dadc 1918, c:am a -reforma da tura, rol o Jardim. Bothico
A CULTURA CIENTÍFICA
lllca. par..SO .., Serrice, P1llr-1 q11e anAo ., ,-pniloa e de, que pe.-. • IDtep'at • de Botbb .. O
,Jardim. cuja Wd 6 c:&lcwada $◄ li '43 llldral quadrado. (aa,do 135 112 r cm -matu a 32J 099 ID 1 Clllt:iw.doe ,
,-,.l 7 mD -.ptd dMlliílQ- alem de lllllb.a de p&aMa herb6cae arnernentala, ailtivadat cm •tll.l'M,
•- total de ~ de 200 1:amDiu.
230 A CULTURA BRASILEIRA
ALCÂNTARA MACHA.DO, "o marco inicial de uma série de tudos sl>bre os mes-
tiços e o, negros brasileiros". Os seus ensaios de psico-patologia social, como
o que lhe inspirou a psicose coletiva de Canudos ou o que tem por objeto o
tudo de um magnicida nacional, MARCELINO BISPO (autor do atentado contra
PRUDENTE DE MORA.IS), constituem importan cont:ribuiç- ' na série de.
investig ções diretas, cientffic.as,,sôbre a nossa gente e que, iniciada pe]a subs-
tanci monografia de 1894, deveria culminar na obra, interrompida pela
morte, O problema da raça negra na América Portuguê , 'sín e e coroa-
mento d sinvestigações". Obra essa, considerada no seu conjunto, "íecunda co-
mo nenhuma outra, escreve ALc.ÂNTARA MACHADO, porque foi a nascente gene-
rosa de ama escola que nos deu líderes do valor de AFRANIO PErXOTO, Oscu
FREIRE, DIÓGENES SAMPAIO e continua a enriquecer-nos com um FLAMfm:o
FÁVERO, um LEONIDIO RIBEIRO, um ARTUR RAMos", e, podemos nós acres-
centar, um A. F. ALMEIDA. JÚNIOR e um O\.ltro nome contemporâneo, -e êste,
de um ilustre escritor e jurista, não seria interdito senão a ALCÂNTARA
MACHADO pronunciá-lo. . . Entre os discípulos e continuadores de NrnA Ro-
DRIOUES, nos domínios da medicina legal, destacam- e OscAR FRltrRE, com
seus valiosos estudos sôbre a fauna cadavérica no Brasil; AFRÂNIO PEIXOTO
que efetuou, com JULIANO MOREIRA, interessantes experi!ncias sôbre psico-
Jogia do testemunho 2• e elaborou um modelar regulamento pa:ra as tnicros-
copias médico-legais, "louvado irrestritamente no pa(s e no estrangeiro"; Fu.-
M.f?uo FÁVERO, discípulo de OSCARFRlURE com a revisão auxiliada por seus
a1Sistcntcs e colaboradores, das técnicas médico-legais, e LEONÚ>to Rm"Emo
ecialmente pela originalidade de seus estudos, explorados com grande brilho,
&Obrea patologia das impressões digitais.
Não cr somente na medicina legal e nos tudos dna r ças negras que
introduziu no Brasil, graças à atividade fecunda de NINA RODRIGUES, êsK
csp[rito critico e experimental. com que, no mundo civiliz-ado, rena avam
todos os dom!nios de conhecimentos e tõdas as profi - e atividades b eadas
na aplicação prática das novas descobertas. As doutrinas acerca da ftnnen•
ç6es e do papel patogênico dos micróbios, firmadas pelas memoráveis expe-
ri!ncias (186S-1881) de PASTEUR, em quem nas expressões d RUI BARBOSA,
"encarnou o g&úo da experimentação' , e cujo nome e ligou à nova era, j!
vinham orientando em São Paulo as pesquisas de L. PERElRA BARRETO(1840-
1923), sôbrc a produção de cerveja, a fabricação do vinho e o problema da
transmi são da febre amarela que se instalara no território brasileiro. Já em
1887 tsse sábio investigador, de espirita objetivo e prático, que desde 1876 se
consagrara em São Paulo, numa série de experiências, à renovação dos mé-
todos e à solução de problemas da agricultura e da indú tria, chegara a entrever,
pelas suas pesquisas, o mecanismo da transmissão da febre amareJa, que seria
mais tarde estabelecido com precisão pela teoria havanesa; e, apenas anunciada
a descoberta de ser o mosquito rajado (SteAomyitl fa ciata) o agente propa-
gador da moléstia, participou das experiências de AooLPO LOTZ e de EMfLIO
Rls.As que, para demonstrarem a verdade nova não hesitaram em arriscar
as próprias vidas, no Hospital de Isolamento de São Paulo. A EM1LloRIBAS
coube a glória de realitar p~la primeira vez no Brasil, mi 1902, na luta contra
a febre amarela os novos processos que, no ano seguinte, seriam aplicados.
em campo mais vasto, na grande campanha de saneam to do Rio de Janeiro.
Por ~. em 1899, voltava ao Brasil um jovem pauli , OsvALDOCRuz.
que tivera durante mais de-três anos, de 1896 a 1899, em Paris. no Instituto
Pa eur, na própria matriz que o gênio iniciador da nova medicina 'animara
c:om o seu contato e deixara imortalizada pela herança de sua tradição". No-
meado, aos 28 anos de idade, diretor do Instituto Bacterio16gico, por sugestão
de EMf~10 Roux, auxiliar e colaborador de PASTEUR, e en~o diretor do Ins-
tituto de Paris, a quem o governo solicitara a indica~o de um especialista, -
OsvALDOCRUZrevela desde logo, associado à sua capacidade de homem de ci-
blcia, um extraordinário podc:r de organização, na luta vitoriO!la contra a peste
indiana que entrara em 1899 em Santos e já grassava cm 1900, nessa cidade
e no Rio de Janeiro. 'Outro cometimento, escreve RUI BARBOSA, ia seguir-se
a &se, em que tínhamos, não de nos opor ao esbôço de uma invasão, mas de
reagir contra uma conquista consumada: o domínio do Brasil pela febre ama-
rela". Na presid!ncia RODRIGUES ALVES,investido, em 1903, nas fu.oções de
diretor da Saúde Pública, OsvALt>OCRuz aceita a missão que lhe puseram sõbrc
01 ombros e, tomando o compromisso de extinguir a febre amarela, no Rio de
Janeiro, em trêa anos, consegue extirpá-la dentro dêssc prazo, depois da mais
vigorosa e intrépida campanha que se realizou entre n6s e na qual se orientou,
pela experiblcia de Cuba, corroborada pela do Pànamá; volta-se o saneador do
Rio de Janeiro para o norte, onde inaugura e termina em seis meses, com a
perseguição sistemática do pernilongo rajado, a extinção da febre no Pará, e,
enfrentando em seguida o problema da maiâria na região do Madeira-MamorE,
traça o plano geral de saneamento do vale do Amazonas. Mas, por maiores
que tenham sido, - e foram notáveis a todos os respeitos, - os serviços que
prestou ao Brasil, debelando a peste, a febre amarela e o impaludismo, não e
avantajaram êles, pelo seu valor científico e pelas suaa con.scqübcias p.râticas,
a obra que empreendeu, de nacionalização da medicina experimental, "fazendo
no Brasil a ciência para o Brasil", e criando, com a fundação do Instituto de
Manguinhos em 1901, não s6 o maior centro de pesquisas cientificas do pais,
mas tõda uma brilhante escola de sãbios e experimentadores nos diversos ramos
du ci!ncias cultivadas naquela instituição.
lt nessa instituição :es que OsvALDoCRUZ concentra todos os seusesforços
e:t&la a sua capacidade de organização, atraindo e agrupando, para a pesquisa
cientffica, uma plêiade de jovens que não tardariam a granjear uma justa no-
toriedade e a constituir, na cadeia de tradições do Instituto de Manguinhos,
o elo, sólido e luminoso, de ligaçao entre o mestre dos mestres e os seus pr6-
prios disdpulos. "Pesquisador extraordinário na atividade e inivalizável na
tEcnica, OSVALDO CRUZ revela-se, nas e,q>ressões de Rur BARBOSA, um edu-
cador inimitável de sábios' , despertador de vocações e criador de esco1a, que
possuía, mrus do que ninguém, a arte de incutir o gôsto pela ciência, de sel~
clonar aptidões e de amestr8.Tos discípulos na técnica da -pesquisa e da experi-
2S O loati to, criado an 1901, oo rundo da bola d,o Guaoabua, oob o IKNllC! de • to s«otcriplc:o
hdnal, • per inldat!..-a do Satlo de Pm Momo, dl!I ·=- pri:P>itivaJIICOte.. p,~o de wo e de
Tadila u,tipea • ,,.,. o coa,b■ L'C à bub6nlc:a que 1n.,...di,9 o pa1.a. o - oficial, por&,,., cedeu &O d•
ln.tituto de .Maqtdnbo,,, tQmado ao - d.a fucndll porta à d:i:tpoaido do S.lo d• Pmao AloJftO pelo pf"e-
fcltó' Ca.bio ALVIM, e cm C(JU!,,....,, t.mpro,rl u • ...,, prim.eirq inal:llb o ha ' decorrido •
-da ll&Ddaçlo d I l:ibl.to quaado ao Coap lntcmacioaal. de Higiene, e I>ernovú!JI, tttmldo cm Bc:rUm,
,m -bro d• 1907, tte:ebeu O.$V.U.OOC11,vz• oial0< co.... craçã:11• q11cpodia, •pirar: o Jllri d.a ~ de.e
~ cai qw, ta,;naram p,uto 2 .sis pro(l..ional•, destaeO<l dentre o. 123 ui-itm~ dm pAlJCI -maia civl•
ladeia.,_ trablllho■ do 1m tuto d• Mansuinhoa e c,onferi11 •o Bruil o 1.• p-!mh,, • flUldaJha d.e ouco da lm-
t,cnais. Em 11XJ8,• S.Col■ de Man inhos q11e e,.~ ena e ailatara notàvdmcote o campo de tel15 trabalb...,
oobn:tudo Dot dmn.laiot da aooloei• tn&llca, c M tnlO&f m&ra pcl.o dccteto n.• l 812, de 12 de dc:zembro de 1907,
IMtl o dc Plltokittl• ~mnital, íoi d•do o DOJne de lnatitl(to Otvaldo Cnu,, cm b.o..,....1cm ao -= emi-
_,tc fwidad0< Qlle lll9ft'OU, com a, ,ua acoja de domçu tropicais, 11D1t l-po,:a. - e • m.aJ. lnopartantt e íOICUDda,
- na evolu(&o d,mtmca, da mediei.,. ao e .. .u. N09 antigos terrtnOe da r.ucnda de ~ull>hc., cm C\l.ia:.
depmdeadq lataiu.m 011primdr l■ borllt6ri de merutina experim=ta.l do p■h, ~U•N lliadll 1:IO tempo,
e por lmdaâva de: OrvAI.DO C.Ur, o
C'Om l1borat6rloo t uma blbll-
'"°- cdllldo a:otra1, em catilo • , do I titut Osvaldo O- que
de 7S mU ..-alumca. - boje w:ua 4u ma11lmporuotc, do i:o.Wldo -, alb
de d ed!lldOI ml!ll«a., um ha■pital e viri01 p■rilhõc,, e ~ aoe:u.a, ti • malar D00la de maSI•
ematn,pical o,a Am&ica do SuL lt 't.ulçlo uothd o u&llde -2,o qll OIVALIIOC.111. (1172-19l5),
í.ieddo P'flDA lioeDte •oe # a., "aonbou na mocidad,e e CCIGIIOC"Íll n,atl,;u NI e 1118dlll'II".
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Nacional, Sã.o Paulo, 1937; ZooAeoArafia do Brasil. Edlçilo ilu.,trada. S6rle Brasi-
11na, vol. 77, Comp. Editora Nacional, São Paulo, 15137; Hh1tdria das eq,ediç/5es oien-
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Bc .!ilia.na, vol. 19, Comp. Editora Nacional, São Paulo, 1!133: Bartolom u de Gus.mlfo
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123, Comp. Editora Nacional, São Paulo, 1938.
CAP1TULO V
A cultura artística
A arte, ,o"b diversas formas, no pertoclo colonial - Durante o dõrn[nio
holand&, em Pemarrbuco - A arquitetura sacra e o barroco - ÃJJ velhu
igrejas da Bahia e de Minas Gerais - Os claustros d.o Nordeste - 'Pintw,a
e decoração das igrejas - A esculturar O ALEIJADJNHO - A arte religiosa
e a. tcrêutica-Uma arte brasileira original - Mestre VALENTIM - A ouri-
vttaria e a arte de lavrar - A casa colonial - A música religiosa e a m6sica
popular - O primeiro compositor brasileiro: o Pe. Joslf MAURfcro - A
missão de artistas franceses (1816) - A Academia das Artes - GRANDJEAN
DE MoNTIGNY, arquiteto - As primeiras e,tpOSiçõesde pintura - A ruptura
com a arte de 'tradição colonial - O despertar do sentimento nacional na arte
- Pintores de quacirns históricos - VÍTOR MEm1tLESe PEDRO Au:wco -
Pintura brasileira de costumes: Au.mm4 JÚNtOR - Os grandes paisagistas
- HENRIQUE B.ERNMUIEl,Ll e BATISTA DA COSTA - AJJbelas-artes e as artes
industriais - A arte, petletrando o jornalismo: a caricatura - A músjca bi-a-
sileira - O Conservatório de Música - CARLOSGoMBS- O movimento da
arte moderna - Tradicionalistas e inovadores - A escultura e V. BRECIUUT
- As artes menores - A pintura e suas figuras dominantes - PoR~AJU
- A atquitctura e. a ruptura. dos laços entre o útil e o belo - A m6sica: VILA
Lôsos - O piiblico e o artista - Museus e pinacoteca·• - Hi•toriadorca
e crfticos de arte.
1 /n Pour un hum1lni1tm-e t,ou•,.au. Enqufte dirigh par PAUL ~usn: BAITmE. Prllace de F,
Sntowsxr:. Cahi~ de Foi et Vie. 139, Boulevard 1\,'lontparol!Me, Paria.
2 A CULTURA BRA 1LEIRA
$ AlffÕNtO l"'II.AIICJeOO LlllllOA (1730-1814), o AJ.eljadinhr,, grande ■rti■ta, etcultoc' e erltalbdor, n•tcldo
ali Vila Rlc■, nlho do mettre MANUIL l"11.ARCJ■CO Ll!BO.\, f, de fato, A figura domiru,nt<> IUI hl1Wia d•• atth
p16aticu oo Bra1U, cru todo o perlodo col(lftial, e talvez m=o, Da opiailo de Jott. M.\luANO tru.eo, o -lor
artlffa pU..tlco ~ lltlro. O •.pelido com qw: p,taaou il hiJt6ria, cavotvmdo-o ouma &Ut la de lend , prwelo
da.■ ddamuiç&, c:auaad• pela lc,Pl'• que o ._Jwa em 1777 e, portanto, aos 47 anot d Idade, o t~• privado.
cm uaa devHta~ mui ladora,, de lr:'l'•nde parte dos dedo:,,. A~u o o(lcio com ,eu pa, ac:ultor o ar-
qalteto po,-tu1uh, que recebeu co.in.ameotos de BATUTA Go1a5, dildpulo dos gravadorea fr■ necsa ÁNTÕNIO
KPauur e ll'ltANQOU1144trruMU, e, na puce de a,qui~s.. lll!m du llçõa e•t.au , aprovri u do con•
- com Al'rrÕN{O P&JU!i!AA D& $OUSA CAJ.lfftJIOf, Josll p~ ÃJIOUCA e JMf ANT lflO DO!I SA.NTOIcaua
- ·turnlll o ttllltlvvato utl tlco de Mariaru, e pauavam pe1.,,. mai..-eo meotr .. do tcmp.:,, T nh• 610.u.m e oi
de ~ ••tdraa. dladpulm c ■ wdliarn, a.utorcs pro,,ihela>enb: de ,nulta, da obr que lho o
buld.q, e cQJo■ d to, de aoat:omia C'lll contr,ute com outras. vttdadein.rn=te bel c I taa, tein do
plbdo■ pela ...., ou por wn cid'omDçAo iat=ci-1 du figuras. Embora do deldc ma Gflll •
ao dld.r, dc a>tatbada, de madeira e de acultor, parc,:,e ter sido tanto arquitet.o como «.tat"'"°, e e certo" foi,
K ~c,cte de • • coofom,c atat■m RODIWlODE Fa&nü e Dtoao D ■ V cm-. GIi prqjtto
ipd de 8lo rr■l1IC'laao d Aaal d N- Senhan, do Raúrio, uo m • belo IDOIIW'.llt:ntD NO"O de •
Gerai. e dOII aoUv do p■h". Cantata, por&n, Jad MAALuro FIUIO q OI tenha •
o •-doe c;i , COOSU'ufdasna aoecunda mctadedow6culo XVTll, M>b• • do Al&I•
.JAliQfQIO que • • colabGndo, de acórdo c:mn ea■ apinilo, na parte oro.amcabll ou tdric:a d
templo., de pia.oca cUptlc,I e t6nu cir""1aia. Sqw,do Joú !úJuÁMO Fn.Bo cabe., DO entao , ao AulJ OfllO
• l,l6rw. de ta- Olldanalizado a oova erpreulo vqol~ de carit-er ba,ramlnko, troc:111'nclo
a ponDc:DQta, " prevla DO prim.ltlvo pN>jero europeu da ~a de N.,.. ~ do Ro■iria'', JM"O'"
jm,a d nad ao templo de P'~ de Aaia de Ouro PrbD c de Slo J dd-R, (C(r. RODlllOO J.
~ BUT.u, :r,_, bio1rAJiot» r latir~ 11D fia.ado AatOnôo Francuco Lí•boa, l st; RDUO AJ.vH
017DL\alu, António Ftanc/roo Liaboa, Slo Plluio, 1931~ GUTÃO Pa&\LVA, O ,lhjjadlnho d Vlla Ric4,,
• , l9J3; I>tooo Da V.uco cu.m, A uta d• Ouro l'r6,to. Edii;io do bi-cartalirio, 1934; Joú o l!'U.llo,
Con.id ra(IIJN eolrca do templo d NOUII &nhos11 do ~rio e d• S6o l"r•nt:i- d• '•• d Ouro
,.,,ro ln "8atlldoe Bnw1cltoe". Ano 11, volwnc 4, n.• 10, RiD, 1940; e a biblíocrafla rdaúva ao AL&IJ,t,Ollfli[O,
Cll'pJr!uda por ]IIDIT& M.uTJKI. "Revuta" dr, Patrimbaio Hi11tlri:o c Art:lsdco, 11'311),
2S0 A CULTORA BRASILEIRA
1 VAL'&NTPI t>A l!'ONHCA r: SILVA, mulato bnuileiro, ceduc:lldona M'ctr6pol com p•nd mestra
Ja '1,oca, foi, aot no. da o XVUI, o mlliar empnário cat çlo, aa Rio de J aeira.
Pwtu ai, onde ll=Yc • mw clevalis imt:ruçSD t, anna Jod M.uJA.No J'n.Ko.
ba1ha, coma colaborador, coto artu • de rcp nlo
arar , ~I• auperi~ de sua obra, d tra ta • do
pera • arte ~ ~ e íandidor • wn tcn , V v UAdlr-
• tuvu, com B.utTor;çeoro a--
AL e ck ~n!rlCOS c:a elu
br= m
periar-u =e
, ~ Jos-.t ~o dcta.lh~ cotad.,.,
ma.d....., e pra.ta, mu t&m a do fn bo da
do c.rn:,.,_ ao Rio dt J o, aoenlo
com oeu dacnho. O 12.• Vice-t-d, Lt7& Dlt V.uco.,cum & Sou-. (1779-1190), c:onflou,lhe u •
YUlto e ln par IIAo enamtrar, .._. C"'6ma. artina parUJ&u ru ot qu.e
V4I.SIIT1ll OI ele,,a.n, de fato_ a.u obna. de torf q\lCt q<LAJ>to. lot ,,_.
o qu.,. quanto • nitidez da ex~o mamial, aegundo oa partu e.a. JA no fiffl de -
Qi:!jtre 1110 e 1111 (Valentim DUlffeu em 1813) re.i: o altAr • d N • Senhora da P que.
• Cffl 17 • ;, via ele rettaurado, fu.elldo ,u obru maia ucg Jost M IUANOl!'U.no, Jn •'Jtuudoa
• ", Ao.o n, volume •· n.• 12. l)ip. 656-6SS, Rio de Jut'iro Junbo de llHO.
A CULTURA ARTÍSTICA 251
10 O mobUJ6rlo d,: luxo, c:lvll e rolldOl!o, em Minas Gi,rab, importado 110. prlmeir01 tcmp01 da B•hl1
como e vmflca peio. tlloo, .Soollkulot XVl e XVII, em que Ilia desenhadas u ra11de1peça•, pu,ou depol
a kl' r br:ica.do DH pr6pr • o clna1 mlndr11. A partir ae 1730, escreve AuOUftO ox LllAA J(hj101t, "oo mar•
c:endr01 e e.obllhll<lor da aoaa capitania, acompallham o dnenvolvimento artlatico qu.c,ae Op«OU m POl'.hlllll,
aa f~ de D. JoXo V, oadc oe tema1 orientai e hi,rpaao-xa.bcs, introdu.rídos 11& Flaadta e aarte da Praaca,
retomam Nbllmadoe pela nth,tad.a doe cbaa.i,taa írancesea". O, ri3CO! e oe de,ebbot fttadam,rotal■ de tal,
móveis., ao qu jA te COGatatam no■ rl1111 do m:ulo certa, manifestaçõea típica, d orlpoali.s..d , o otia.va
Avourro 011 LIMA J(ht1~, «UII lmportadOI de .P«tupl donde ,nobam iJupitadOI ou novaa r-., d• 1111:e
e PG<'llitoe pceço1. Sccv:odo JOJi AIAJUANOll'n.ao, ■ lnflll!ftcia eiitR n6e do atila .Lu!I XV, nlldon■Jlqd cua
Portupl ■ob o nome d O. JOÃOV, ■- fh ""'tir, no .&:cio XVII. em primeiro lucar ao mo l6rio d vil• .,.,. M
e■talda mal tatd • ClnlUOattaçio - , "domiaada •~ entio pelo ornato barroeo de llflueacia Jo,ultic:11".
Do primitivo mobDllrlo, tnbalhado to■camcmo de ae6rdo com moddos clillic,», mobi1iirio h:ilpin,do oo
• o D. Jo;.o V. cvoluçlo ■e p,oc:a.ou at:n fonuu in=e:tiári do j llldc:o roa.na.dino e do na•
- estilo L ltV. ada l..nutoda ae fh ~ ''oa ornamcnt:,oção aa. atrtvâ do tratam b» roblUto dH
mald e capeaura da talha". Cfr. Auoono alt Lnu. Jmao,,. AC..pjtania do·• ln• Oarai,t'. S 1
ori&ml e formac6o. P 11 1 IS. boa, 1940: Joú M&Ju.uro Fll.Ro, &oi~ do au:>blliArlo • da ortu•
mant.apa:o lit6rik■ b • lnllulnciJI do11/Hu1cu e de D. João V. ln "Rcruta do Braoti.l",Aoo lU, 3.•
... 22, p6p. 41 •. •briJ. 1940).
H Clr. RoqVff'& Pnm>. Rond6m•. .• ediclo. A mlJ:ric:9du prioàpai■ C11D ' pwccla. apaahada ao
foa6cJ'a(o. P.lp. 121. 134-137. \43, 152. Smc Bruiliana, voL 39, Ccmp. Bdit. N '..,..J, Slo P ulo, 19.)5; SuJ:a
.Hôvno - l'eret, C/lanl popuJlliru du Br4ri1. Pnmike ,.&.,:, ID.troductioo par Philippe S CFG. Lltwairla
OrieD. • Paulo 0...thn , Pa,u, 6c.. 1932; Josf. SrQt111mA. A mú:uc.a brasileira 110 ~o da -·d a»<i:c:u.
ln "Revbta da SftntM'', -Rio de J1u,elro, 9 de Ktlcmbro de 1-939;Mmo D-g Almun Comp ndlo d■ Hi.t6rl■
da M~i.,.. 3.• edlçio. Cap!tulo Xll; M6sica popular brasi!ma, pãg-. 167-177, L. O. Mlraad.a ltllltor, Slo
hulo, 19311:MO ica do S.r nto de Mi/teia . Ta "0 Eltado de São Pau.lo'". u.• de a e de«mbro de 1940;
ÃIITIJa RAllOI, O n Sro b, .. .ileiro. L• ....i. Etnofrafi• reliSiou. 2.• cdiçlo. Capít\llo VUs A d■n,;■ • •
múlica do candomb1I . P 223--243. s&ic Bruiliana, vol. Ili.li, Comp. Editort Naciooal, Slo P•ul.P, 1040.
254 A CULTURA BRASILEIRA
ou suas sobrevivblcias nas danças populares do Bra ·1, como tõda a cspttie de
batuques - samba. candomblés. maracatus, e cana verde acompanhados de
vluios instrumentos entre os qllais predominam os de percussão (gaozã, puíta,
atabaque), mostram, de fato, como foi decisiva na formação de nossa música
popular a influência africana, superior sem dúvida, à dos indígenas de que
no vieram o cateretê ou a ca.tira. - dan_çaguarani, aproveitada por ANCHIETA.
para catequiiar selvagens, e diversos instrumentos como o chocalho (adaptação
do maracá) e alvcz o puíta que, considerado geralmcn e de origem africana.
e conhecido na região diamantina pelo nome de N' gomma Puita, é tido por
alguns como proveniente do tambor dos índios. Se, pois, em todo o período
colonial, os africanos, que tiveram na mús1ca "o derivativo principal no exílio
da América' , inundaram o Brasil de suas danças nostálgicas e de seu canto
monótono, os portuguêses não trouxeram contribuição menos notável com suas
danças, suas cantigas. e seus instrumentos europeus: é deles que vieram nossas
canções de berço (acalantos) e outras formas poético-lfrfoas, como a moda e
o fado que parece ter-se originado no Brasil, e que MÁRIODE ANDRADE, - um
de nossos maiores folcloristas musicais, considerando-o "uma desinência bra-
sileira do lundum angolense", julga com razão ter sido privativo dos brasileiros
antes de se tomar, nos meados do século XIX (depois de 1840 ou 49), a dança
cantada, portuguêsa por excelência.
Mas, se a música e o canto populares que deviam resultar da fusão das
can • as e danças do colonizador, do aborígine e do escravo negro, já tomavam
corpo nos fins do século XVIIl, foi a mú..qcareligiosa que revestiu, sob a pressão
das circunstâncias sociais maior importância social e bist6rica, nos três sé-
culo coloniais. Ainda devia decon:er quase meio século para adquirirem ca-
ráter e expressão original e, portanto, influencia e irradiação as primeiras criações
da música popular e os cantos tradicionais, cm que se cruzaram, com precio-
minãncia dêstes ou daqueles elementos exótico , e numa grande riqueza de
formas, ''o ritmo discu.nivo, constante nos amerindios, a percrequke rítmica. do
africano na expressão pitoresal. de MÁRIO DE ANDRADE, e os arabescos melódicos
lusitanos, ora puros ora deformados". A mú ica religiosa que domina então,
essa jâ havia atingido tal fôrça histórica e penetrara por tal modo as diversaa
camadas saciai que ainda no canto popular brasileiro, segundo a observação
do ilustre critico musical, "aparecem frases oratórias, livres de compasso e que
a'té pelo desenho melódico se assemelham a fórmulas de cantochão". A influ-
tncia da religião católica não foi profunda no Brasil somente no que SuMNER
MAJNE chama a "trituração" das sociedades: ela não só contribuiu para fundar
a unidade da famnia patriarcal e entrecruzar, assimilando-os de norte a sul,
os grupo sociais num processo intenso de unificação espiritual, - base da
unidade política, mas exerceu um papel importante em tõdas as ·manifestações
culturais e artísticas do pa.ís. É, pois, também sob a forma religiosa ou sa•
grada que com mais intensidade se exprimiu a música, largamente cultivada,
para fes magníficas, nas capelas e igrejas coloniais. N ambiente de re-
ligiosidade musical que atinge, com a vinda de D. JOÃO VI e sua côrtc, o seu
pcrlodo de maior esplendor, e perdura até meados do culo XIX, surge a pri-
meira manifestação artística da música brasileira: o Pe. Jos.Jf MAURfcio. Edu-
cado provàvelrncnte com mestres formados na extin a escola dos jesuítas, em
Santa Cruz, e ordenado sacerdote aos 25 anos, em 1792, a su extraordinária
vocação musical encontrara, desde cedo, no próprio meio social e nas festas
litúrgicas, não s6 o estímulo mas a fonte de inspiração para as suas cria_ções.
Se o artist , ao mesmo tempo que artista, é um homem subme •do a tôdas as
influências comuns, o que êle tende a exprimir pon âneamentc em suas
A CULTURA AR1.'ISTICA 255
12 Jori MAUlllcto NlmU 0.o.•ctA {Rio, 171l7-tl30), nuâdo de paio mulatoa, con.et11í11, a_.. de , ...
cripm humilde, raur túdtll de gram,ri..,_ latina e de íilo■ofi■, «deou-11!' ...,erdote, "" 17g2, e adqlt, na
.....tN1 ededútla, 1 o e1r10 de prq■ do, •~o. De tua educai;io muai~I, lnl&da, •.htd• em menloc,. e pr-
_,iida 11<>b ■ dlr~o de ucttd '"'"'º
ca rnll1k01,
que ae conhece de p1191tlvo,que L. H. Co11 ■-1t1,l 011: JU:KVll:DO
S11.VA"Rui, grande ar;:anirta de "" tempo, e tlo pouco o
o con■ida-■ anlct1 um ■ uto-dld ■ la, - prod11to
de ,teu talento e d• HUll prõprloo earorc<>1.Que nh rol di,dpulo doa jeiouita■ e Glo írcqllcntou • dU1e de mi11lca
que m ■nrinh1m, IMITAr11,11ro,,C111Cr■ V01, na f■amd ■ de Stmta Crut, toma,.., patm~ de um 1hnpl" eonrrontCI do
d■ ta■ : ""' J,.,_.11.. haviam Ido e"pul- do Bra li em l?S9, oito """" ■nta do nlQC:lmcnt(I de Jo,i MAu11lo10,
■ ■ - pras,,lcd■di, em S■ nu Cruw, eutle> connoead ■, pea...., 111 domfn.to d ■ eo,.,., 4 prov4vel, no entanto,
que o ntcatleo earloe■ to:,,h■ • d.o eduead,, "ª' tradiç6ee, ■índ■ vívu, de. s .... ia Crua, •., com mutru í0tma<101
1111e9t0\■ dga,Jcau.lta■. ltm 1798 obtbn li~m~ P'!B l)l'ecv e E DOmeadu Me1tre de C■ po,l■ da C.tcdral • 9" do
Rln de JIIDftl'O,auoa 1c:n,leoo mu1lcaó.l l.,.:o ■e tornuam nothei■ IIOb 1ua dl~o. "f.le mcmio, nim • prlttlca,.
-,rcve Co•■r.rA 011:AaVIDO, vem ■ KI' 11m 6tímo ~la: oa cantoret adettndOI C tnbalb ■d M>b a ....
batuta, r-- prodl(iOI e ,:a.,....lo •,na, vlv■ ,urp,-.,. 1 ctne quando aqui ■e calabl'lccor,"" 1101". Nome■do,
Da■é _,,, ano, ~lo Pt1nclpc R"l!ent• D. Joio. iNpetar de lllwi.e,i da C.pel■ R .. J. e., mal1 t.arde, P''!l'■dor
ripo, o pad,e compo■lu,r cntreiou-K ■ um■ ■,tlvldld.e ioteosa, tendo compooto, ■ tf tlll. p■ ra u atlvldad ..
da Capela Reot, ~o de 100 obr■t. alErn dai q,.., ~c:n "p■,11 ,rftriu irm•lldadea e outra. lsrd• e de ai
~ proíao■•••. Com a c:.hepda ao Bruíl, an l&ll, de l,l.urcos POIIT'UCl.U., IM>tllvd compooitor par-
lD&Ub, e qw: D. Jo.h, VI ftlVlda,a vir, para :,r I ttt d• 1111a tCIUI m cah, n.a C.pda Rc■ I e no lt.,.J Teotro
de &ao Jo&c>, decrn« o pr u o oC"tdaldo Pe.. J014 M.<.ullfc10 que ~ a ■er m■l vuto r hoa ILI.Ido pdo eO!l:I•
-'tor t ta ao, non, o pro(.,.... da (&mfU■ rm e dint.or da.o r.. ta• mu:s:ai■ na C. •"º .P~o. O d. e
ltio.1- N~olOf, de S.h . Cl771-IISU,di.dpulo de H.t.TI»f • .,-aade pl■ ru ta e campoal.uir ai
qu.e vlo-■ , em 111&, a.a m ttlo tics "d• por J. Lu:uTO>!, • que t...,e dr tutu CgálH • ~ ct.
14..acoe POIITVOAI..fal'.Íl•lhe J tlça. lama,iaiodo, lliud■ em vida do Pc. Joaf MA.UlllcJo. qu.e br■al nlo
■pn,da, d...tdamcntc o ...ior do anut■ que ~. ••·e tanto """" pra:lo■o q tO era ~ocluto de
- pr6pri r ••• De "º"ª a Ponupl, D. Jol.o Vf que lhe ehaml,n o ÚGOYO M,u,c,c,-•--.laftlC11.taY .. -
a,u aut6&r■.f• ao P Joú. MAvaloo. nJc, o bava- levado pare Portug&l,afim de d' Ir u •
d■ Cape.la Real dir. boa. Paiei:eu o Pe. Jod M.-u ■.lao cm 1&30, •111:UlD dia d Je
Sm 1156, ..,,..,.,..,lhe a bioenn.MAr<vm. DII AttAd,o Pia,:o ALllDll que, &inda jovem, o --- J•
titima■ sooo d .... .ia-. IM. 1\. Phro AL.ao•E. lcono~ralia bJ'ujleila. Apont■m•nro ■ a,)br■ a •Ida
do 1'•. I* N■ urlclo Nut1•• Garcia. /n "Reviu■•• do lllllituto Bilt6riéa BrQIJrirn. tomo XJX, pq J4 369;
VDCOlll>I o■ TAUltAI', T•■e biofrj{i,:o.• do 1'■ Joá M■u,Jcio. ln "Rn,vt■ li ••, uo 11, lllO,-. 7
■ 13. U, U e 20: M.ul\111:1. AtUÕIOO MOHlllA bl Anvuto, Biolr■ li• do 1'•. Joo4 Nautkio Ntn1•• Ouda,
• Jo '"Rnbt■" do lot Kl■ t6rlco St■ai.lciro, toaio XXXlX, 2.• p■n~, pq. 213).
256 A CULTURA BRASILEJR.A
sombra dos claustros e das igrejas. Embora ainda perdure até meados do
s o XJX o domínio da música religiosa, que conheceu o seu esplendor. no
Brasil, com o Pe. JOSÉ MAUlÚClO, já se esboça, na época de D. JOÃO Vl a "lai-
cização" da múl!ica. com o desenvolvimento da vida urbana e o brilho das festas
musicais, e com a chegada, em 1811, de MA.Rcos PoRTUOAL, já autor consagrado
de numero s óperas que figuravam no repertório de teatro italian~ e de
S101 UNDO NEUKOMM,pianista e compositor alemão, vindo em 1816, com
a missão de artistas franceses. Dos discípulos do Pe. Joslf MAURfCio, nenhum
perseverou no caminho do mestre, e o maior de todos, FRANCISCO MA.NtraL
DA SILVA, que também freqüentou SIGISMUNDO NEUKOMM, é uma das maiores
figuras que o Brasil já produziu , o que dei11:oude mais belo foi o Hino Nacional,
a que deve a sua consagração na história da música brasileira. Mas êsse pro-
cesso de laicização ou de profanização das artes, jâ em desenvolvimento,
ob e pressão de causas sociais, econômicas e poltticas, d via ser acelerado com
as atividades da mi$São artística que chegou ao BrasH, em 1816, e por sugestão
do Conde da BARCA,ministro de D. JOÃO Vl, no Rio de Janeiro. A missão
francesa, que tinha por chefe JOAQUIMLEBRETON, do In tituto de França,
era const:itu{da de J. B. DEBRET,pintor de história, dos irm-os NICOLAUAN-
TÔNt0 TAUNAY, pintor de paisagem, e AUGUSTOMARIA TAUNAY,C3Cllltor, de
GRA.NDJEAN DE MONTlGNY, arquiteto: do gravador CARLOSSIMÃO PRADIER,
dos irmãos FERREZ, além de outros, artistas auxiliares e mestres de oficios,
todo franceses, com exceção de NEUKOM.M, compositor alemão, antigo pianista
adido à casa de TALLEYRAND.:Esse grupo h.etcrog~eo de artis , de que
participam figuras eminentes, vítimas de perseguições políticas no seu país,
devia constituir, na terra de e.'Ólio, o núcleo principal da futura Academia de
Bela -Artes, criada, sob o nome transitório de Escola Real de Ciências, Artes e
Ofícios por dca-cto de 12 de agôsto de 1816, e instalada somente dez anos depois,
cm 1826, com as modificações de estrutura e o nome definitivo, - Academia
das Artes-, que o decreto de 20 de novembro de 1820 havia dado nova ins-
tituição. A história dessa missão artística que confunde, nos primeiros
vinte anos, com a da Academia das Artes, e do papel que d~empcnhou, é a
historia dos confli os de duas culturas, de aspecto e nívei diferentes, e das
reações naturais do meio a que se transportou o grupo de artistas contratados
cm Paris. A missão francesa tomou-se o acontecim nto central da época e
marcou, desde as suas primeiras atividades, a ruptura, sob as influências de .
uma concepção nova, da arte de tradição colonial, de origem portugu@sa, e o •
conflito entre a arte de expressão litúrgica e o laicismo franc~s, importado pela
missão. A diversidade, porém, de elementos que a compunham, artistas lau-
reados, mestres e artesões, - donde a primeira id'ja do Conde da BARCAda
criação de uma escola de artes e ofícios:l3 a morte, em 1819, de J. LEBRETON,
l3 A S.Col& Real de- Cllncias, Arte:, e OITrioa, criada 12 de • lo de 1 lG, oo mamo ano mt
u b&n:ou no Rio de Janeiro • llliuão de u1ntu ír•-• .w ou, , por decr. de I.• d" -b,o
de 181 , na RcaJ Aad=i• de o...,oho, Piatura. 8-cultw• e Arqwt tu,a C1v,l, deaoininad■• oq: o outro
d to do ,ncsmo ano (23 de novembro de 1870), Aeadcxxua d Art , que 16 tnc ; 1 dctlY ■ ou vrio rui,
mcolc • Í\l.DCIQll&r '""' 1 , ;, no primeiro lm:,erio. A Ac■duaia de Bel ./vtc-,. que tcYc com.o """ prim~
d' o püllor portucu RDlwiouz Joú D4 Su.u (1826-1104 . rm diripf• ma, un1., ti 11541 par Jtiuz
,.11,,0 T•VffAY, füho de NICOU.V AlíJ'Õ,.'110 To1itnt•T e 9CU d' pQI<>.dc-pob a.,. d T UWAYe. entre 1854, e
lll7, par UU. OI AIIU.'ÕJOPOtto ÃUIGJIIP! ·o <Mande do Sul, 1 11791, an o aluno e- pttil, da ~
d • , p,olcw e ~. qlll! impi,011 um• de 11Ja:1 m■i• importantes rcror111u, cri nllo aul--■ de • apll-.•
cada. ■nau,..,,. artl■ó , wqu ia, est!tica e hi1t6ria d■• bel• aMca. e íW>dando • plo■CO( , - a ~
qu "' or ' no r■,,L Em 11145, par d..acto Gc 19 de de bro, t ' c:r,ado o 11< ,o de vi em li Europa.
1 dutw~<>, de J ..,,., e evou :, S ■ am. cm 1852. Rcorr,aniuda prl ■ Pftmc,ra vu 14 d maio d 185$,
b a uupiraçlo de PORTO AI.Ema, ~ dinotlr., a Academia de Bd ■ 1•Ar pa , uo lmpf:rio, par ...,,,.. ••
formu: • de 1• de- m lo de 18S9, que mou dou curJOS, diun,u e- nowno, e• de: 1 d maio de 1871, tom■lldo,
cm ll90 o oomc de B la N■ciOIUII de Bel -Artes, par d_,eto de 8 de nmrem d ano que lhe deu -
255. IA-rejo dn Ordem Tercci-ra de S. Francisco. Maravilhosa fachada em cantaria, em estilo barroco. Ss.1vador, Bahia.
Foto VOLTAIRE FRACA. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
256. !Areja de S. Francisco. Interior da lfreja. Salvador, Bahia.
Foto VOLTAIRE FRAGA. Instituto Brasileiro de Geoirafio e Estatí,tica,
2S7. llfwuuro tio C.rmo. Sfll<:ri11i11.Salvador, Bahi«.
Fel:> VOLTAJRS FRAGA. lmlllLto Bruil~,ro de, Geqgrafia e Estari•tica.
258. IArcja de S. Frtmcisco. Aspecto do .sacristia. O/jndn.
foroST/UE. (uk(oodo FO(JJ/dct!, de r,.,.,lilde S. PIMIJ
2S9. li/reja de S. Pedro. Parte do magnífico portal. Recife.
Foto STILLE. Coleção da Faculdade de Filosofia de S. Paulo.
260. Mosteiro de S. Bento. O majestoso a.ltar-mor. Rio de Janeiro.
Foto STILLE. Coleção da Faculdade de Filosofia de S. Paulo.
261. Mosteiro de s ...Bento. Vista de um altar lateral e do côro. Rio de Janeito,
Foto STILLE. Coleção da Faculdade de Filosofia de S, Paulo.
262. Mosroiro tio S. RMlo. Socri,ti~. Rio do ]011eiro.
F010 S-nL1.I!.. Colcçiio <lo Fuculclodo do 'Filo•ofia de S. Paulo.
263. Igreja N. S. do Carmo. FiJchada principal. Rio d~ Janeiro.
Foto STILLE. Col~·iío da Faculdade de Filosofia de S. Paulo.
264. T,Aréje '/'f. ·s."ào Carmo. Aspecto do altar mor. Rio de Janeiro.
Foto .STILLE. Coleção .da Faculdade de Filosofia de S. Paulo.
,'.
265. 1/lr~j,', ·de· N. 's. ·do Carmo. Vista de um altar: Rio.de.Janeiro.
Foto STILLE. Coleção da Faculdade de Filosofia de S. Paulo.
266. ]Areja de N. S. do Carmo. A magnifica pio batismal. Rio de Janeiro.
Foto STILLE. Coleção da Faculdade de Filosofia de S. Paulo.
269, 1,,oi• de /li. S. do Carmo. Pórtico, Ouro Pr•lo.
Foto Rádio Inconfidência de Minu Gor1tl•.
2 70. I ttcja de N. S. do Carmo. Detalile da c-apela•mor, Ovro Pri•l.o.
Foto Rádio Inconfidência de Minas Gerais.
267. lArejn de S11nto Antônio. Sa.cri.stis. Rio de Janeiro.
Foto STILLE. Coleção da Faculdade de Filosoíia de S. Paulo.
268. fareja de Sa11to Antônio. Outro aspecto dn sacri~tía. Rio de Janeiro.
Foto ST!LLE. Coleção da Faculdade dê Filosofia de S. Paulo.
271, r,,oin do R0-t6rio. Aspecto e.<terno. Ouro Prfto.
l"olu Rádio Inconfidência de Minas Ger:.it.
272. Malfiz. Detalhe da capela-mor, S. /060 d'EJ,Re,
Foto R~dio Inconfidência de Minn, Oerois,
• l
-n-
258 A CULTURA BRASILEIRA
114 Coe:rA. arq • eto da Imperiait " n.acianaia; J QOT CÃffl)lDO GUD.to•n. d t:a e llq\lAttlilta,
de atjo va a rico íic,au um tar=unho na ■quarcl TroJHl/ro em. ~1■ ,am. ClltTc O\IU,. tnbalh :e
B.aH ■IQUR Jod 0A I.LYA,tamb&a deaet.üú.stae pintor, auto.- d rclnl • 61eo D. Pal>IIO 1 e o prlm. ro dlrct<>r
te Nlo o &tu, ~m, • dn coa ttprnmta;!lta da pi,,tura J,qttrica q,a.,, laldada tob o impulJlo da
....., lnncaa, .., abc,ça com QI rm d" l'Õlln> Al.mJU: e ou:troo e "" d_...,,.,,ve par q\lUC todo o
q1,1.11 o
XI.X, pn4omb>ando •ti o cr~ do romafttwno n.o Bnnil com ...... iufiutncia a que OI ria- m. ori•
Dlro 1....,..... -• N'• producAo artf,tica de ZEn>tlNO D CoftA (Rio de Ja.odto, 114 191S) pro•
, .., Dlo doml.nain t~tc. • qaadrm ~ e rdigi080I e °" pallltb d_..ti.,.., ai dm Q,\1&11
.foram Cll«UUlda. pua • I~• da CaDdd6rie. Bua,no ~ (Slo P•lll.o, IW), qo atudau e-, Vtro•
11•:rna A, bnarta&a a "6r{a de Slo V'icc,:i~ e • caaqailtlí do planalto com - q....sn. P&ro du .... u1 ( o
'Vlcemle), P rtld'a d• /rota d &14do d• 54 e Baa co,njn/ra d,, 1'iratinin.fo, - ei,uddl da b.ln6ria C'Ol
• Slo Paulo. Olltro tar U q <!SJ)lorouq- todm .. a:~ Aln'6tuo P&lllllmLU, ~ do Betado
do Rio, • aa t'e1a aa l'\mdaç,Oe, d 1ter6i, de São Paulo e do Rio de Jandm, d - cn> 1/lo,t1 d•
•tKio d ~ (ll'w,daçAodo o de Jaa.dro) um de aeaa mail bcloa q'0811r<M pda r..s e hi.t4ri<:a ,.. nsta\l•
• do • o pelo va.ode poder de cYOClld.o, A hirt6ria coloaia1 .,_ • («-DeCO dn~:oa •
O.CUJ>sua.t. DA n.v• m. 11do • . 11161)~ foi dixfpwo de v&o- 111'.DJD'v ea Hom:~ BllaJl'.41U)U.U,
.aqv.tk, •utor FumlaoSo d S.o P•ulo, e &te. de O.a baadmantea, aa qlle rcpradiu wn da -iia
de - banddnl pa, ui atr da n C9ta, .i&n d,. dou qizadroa A/d.;1dinho e /oa' N1urlclo na C6a•
th, D, Jo•o, cm q evac:11 o iull!>dc ardtta eoloalal e o primàro compooitor bruilaNI. Natural do Rio Grande,
Al1oowroLui. o• ~n-.u. q e foi dh,dpulo de Bsiuu.a»m,u. -.Eecota de ae..Arte. (U19~l1911),tempcnmot
làrte e ricorwo, por UNntoo 4~ ai de - q~ da~
ep;.643<111 põclu,, admlrbclft:lellte evo•
...So. em A ch•l•d• do, IIOOt nol A Bitalha de .46"nhl., que fipnmi. Põaro Al.aau. 1111 PlAaCOt-
4«>ltlt:ado.
262 A CULTURA BRASILEIRA
17 Clf. Olff1U110LouTo, Alrn<'-idt1. Júnior. ln "R" • u do 1". U, pl\it. JS, Slo Paulo,
l e j nc:lro de 1917; Slbto10 IU..l'U; Afmsida Júnior. ln ug ", ""9- l42 UI, Slo Paulo, 1931· Luta
u.Tl/CI, Altneid• Janlor. 1n "Revine" do Arquiv0Muniàpal, """ VI, Y'OI..66, p ,. -5-22, abrll•-IO, 1940,
~ Palllo.
A CULTURA ARTÍSTICA 263
com urn lntcte ... e pnrtlcula.- pelo i,õblieQ, que se conat:Uui de tOd.■1111 camada• 1ot:l■ I,. O dmuwho bum«(1ti,co,.
e-, ,obretudo, • c■ rlc:atura, te.1dem • nivet,,r a.• clA...,,,, unlndo-a, no me.mo 1entlmento de- pruer, e contribuem
Jl••• edw:11rarthtkamentc • IDJl•a& geral dag populações: silo espeá1lld•Jct que, pela 1wa ll.lt\U'ci.11e funt o aodal
l!Olltica, ac diriJem e lnte.-QSaJD a um grande público. Antn de HDIUQUa PI.CIUII, - um doe plooeiroa
d& clU'i rura no Bra 1-, we R!oeto jé era explora.do. embora com pouco valor de artt, p0r v,rioe IU'ti1t:a•
d , 11,ereçbc:a Mteriorc,,. Foi depoi., d~le qnc tomou, por&n, lmpulto com rev ilualre.d.a■ e com oa Joruai•
pol!tl , como o Mo•quito e o Bo1K>uro. que dirigiu 13olln4LO P1NU111ao. 8 um ~ero e.e, - •caricatura-.
q"" dapt. mllis ao ai>lrito lrondeur de """'°" artt,tu, li Lili pr ui.- mot11l1:t11e ao ■cu &61to do c<ico
e do cr«uco, qu,o • obKrv,açJ.o at:!rica obt&n com 11 dd'orma;lo in ndonal da realidade. ~ oe teaa
Ktera • iL o maior dtlc,, DO aEallo pa,udo, ÃKO&LO ..._TUO, " Ot qr,e lhe ~-. 'RJ.tn.. Pa-
1)11tJnJJLU, CA.u:xTo COJU>UltO, J. CARLOS, Bü'ros Tto=, V0l,ntldlCO, 01 CAVALCAl!Tl, )hiM0lfTS e ou~
tod com wua tr ços pró;,rios " oricineú, d,, caricaturutll . lt \' cnta q11<. wna vu laDcadoa na pista
do cõmico e do rldlcuJo, ■ pro,,eitam tudo o qne encoot:mm, c"<crcendo 11\lO arle ·pccjlllmenb: cm bftle!lc:io ih
ttlat ou ISA tira de c:osmma. Mas pouc.oo denttt tle., 11 ft&o ter em um Oll outro tnbalho, vea«nm • dia·
tAnda q vai d • ao humorista. e E a que aq,ara o m do Ma tanh, C.t.al.OI Luom,
fOb o s-ud~mo de Gn., pUblicou ~ porc:roit•~•r o f•n wr icat, .., r tema1t.., Dr
t.Y.u..cA.vn, elo que ·• vf:x:I ati:Dgiram o daenho hum • , ,:\ljo vai.« v&r,co, ......, ta aeolo CID
lo d~ um clima de • e d~ um. atmod"tta. poé:ti:a"'. O humor de On. i,a, .,ta,e natural; e. .e fo
u1llr vcx:t,çlo i,ar. caric,nura, fai caric:atoritta à oua man ra. Ullri.cni o l!l-"IOI o que vt do que o que
o , e embcbc:Gdo dt1 a1ec,ia. de bom bam« e de hu mour " au.a dai h e d _,t,oàmentoe. .u.
de, e
ah,ü u.m estudo por fuer, ~ da cvol~ da caricatura, llahas, e da
artiRaa.
:onirlbui':clo que, an IJO'lCO meo,. de QlQ 16::ulo, - pr
li V&lc SPIX VlQ) M.urwt, Réiaa ín. Bro.1ili=. vo1. 1,
UYCUln, Vo_ya1e autour dú monde au.r 111 corvetl I l,'Ur.;11 el la l'hy1icJ" nne. Paris,
lll , vdl. l, pie. 21&.
ti CAsrKL.Atl, lbcptditit>n• dans les parti•~ oecntr /e., d L'Am61iq= du ud, t:( Paria, 18$0,
' J, pls. 61.
A CULTURA ARTtSTlCA 267
clonais e ea angeiros; daa companhias líricas que, compostas dos maia teebrea
artiat:u, cantam cm i liano no Rio de Janeiro, em quase todos os invernos,
aoma.ndo àa v!zcs 60 cspetâculos as suas temporadas na Capital do Imp&io.
2 também a tpoca em que e fundam as primeiras instituições e socied dea
musicais, como cm 18 1 o Conservatório de Música que se deve aos csforÇOt
de FRANCISCO MANl.JEL(1795-1865) e que se transformou, cm 1890, no Ins-
tituto Nacional de Mú ica, 21 e, além da Filarmônit:a Brasileira, socied de ins-
trumental (1841), a Academia Imperial de Música e Ôpcra Na ·onal, fundada
em 1857, tam~ por rüciativa de FRANCISCO MANuE-L e que teve, no dizer
de Mwo DE ANDRADE, ' um período de brilho nacional extraordinário, fazendo
cantar na língua do p {s 6pera.s estrangeiras e numerosa produção brasileira".
2 ainda no segundo Império que, conforme nos lembra o ilustre critico musical,
~ mudam para o Brasil os dois fundadores da virtuosidade pianf stíca nacional,
ARTUR NAPOLEÃO, que cm 1878 fundou, associado a LEOPOLDO MIGUEZ, uma
casa de pianos e de músicas, e cuja ''maneira nítida se tradicionalizou no Rio
de Janeiro", e Lufs CHIAFARELLI, o fundador da escola de piano paulista; e
se multiplicam, já no crepúsculo do regime, as sociedades instrumentais, como,
entre ou ras,"o Clube Beethoven (1882), no Rio de Janeiro, o Clube Haydn
(1883), em S o Paulo, sob a direção de ALEXANDRE LEVY e 09 Concertos Po~
pulares, imtitu1dos em 1887 por CARLOSM!rSQUITA. no Rio de Janeiro.
Nessa atmosfera vibrante de in crêsse musical que tem as suas raizes no
gõsto do brasileiro pela música e era constantemente estimulado pelas com-
panhia.allrica e tociedades de concertos, era natural que romp e, j nos rins
do ~culo XIX, a primeira floração de músicos e compositores nacionais. Entre
o Pc. Jost MAUR1c10que faleceu cm 1830 e com o qual se cn~rrou o pcrlodo
da música saaa, e CARLOS Go , o criador da música brasileira, não se eo-
oootra aenio um compositor de grande mérito: FRANCISCO MA.Nuu (179
1865), que foi disclpulo de SIOlSMUNDO NEtJKO e MARCOSPORTUGAL, e
ll! tomou cilebre como au or do Hino Nacional, e fundador das duas maiores
e maia importantes instituições musicais do Impêrio. Foi êlc na cadeia dos
oompositores brasileiro , o elo que liga o período da música sagrad ao da
mú.aica profana, que atinge o seu esplendor nos fins do segundo lmpêrio. Para
ti A. oo:i1e.a.1 da atual BICOia Nacional de M.ib!ca r=ontam ao ConterVat6rlo de Mótlc• qu. P'UKCtllCO
~ li,' Sn.VA., autor ào Hloo Na otu1I, foi autor.zado ■ ru.ndar pdo dcc. leiialatl.-o n.• UI, d• n d no-
-iiro, de 11141. Durant.ct o lfculo que dcc:cn-e da <111t■ dbte decreto, podem-ac: dl1tlnàulr trb run. na htat6rl•
da tndid-l lnetlttl.lçlo, "i.lve.r o m•I ■ ■ntla:o cttabclcdme,,to de educ■ çlo mwJc:.i•·• octl• p■,tc do «Dtuicote
-.rlculo. Na priftl<'lr• •t6rio que l'IIANCllCO !IIANVSL (oi autoriH o a fundar qu,r
~ a fuadonar numa dependeaci• do .U:uaeu lm!lfflal e em coolormldw
- o dec. n.• 4ff d 21 • o eariter de hut:ltulçla part:leuli,r. o,:,.hedda • IU'lrv •
~ pelo loV Á .-- coot ■ refomu de l&SS. pda q I o Co al'&lo
e 111:i:nramcote.,. pa.lu 'Priv&d■ l imtitulçlo oricla.l. i • emla lm•
pirial d• Bdu-Artn, da que flcou o a quinta ac:çlo. O hoperial C-V,,16rl
dlriddo pc,,- Fll..Ufe1tc:0 M.utusi. DAltlLVA.etl: o ac:ufillecimeoto (11165),~ liui.alado e
Da 110YO " " • • lao'8da e,Jl l&Sl, por l.oidativa
• , - o Oepala d.■ prndame,çlo -da R,:p6
• lido da onnou.- ao lmtituta Nacional de
~ uc tuia.m. PEU Auuoo B&vn.4ou
e L o ma Lõllo, • tro do ln
1-tituto por - rd'c:rma (dce. a.• 9: ~-
JIG'fm. a uaad.o ae t:reaaferiu pata o que
à nu do P o na-n, edifJrio du aul.u e cm 1922 o
H31. rea ffr■ncieo Campot (dec. a.• l9 &52. de
o l hutit-uto NaciD0.111 de M • , ou
• de • 'J. de S de jwho de. 1937 que crioll
6.ldmo • o~ e fea,ndo, na • t6ri• d--■ Ulll>rulQIO,
~ • llll1C&Jt0 (1902-l!IOJ; 1906-1916): f:lllftlQIB
1 !: Ã&DOlf n2 ); A.Ln.soo P'umil os VAJICOff~ {19'J'J-l93.0); L
t931): O11n.io•1D (111 l•l9J e A~ 10 D& SÁ PllUJJU. que, a.ommdo em lllll,
• dírtdo dbtt e■ tD. (VM 01, io 8-i1'qu■, l,t,opoldo MifuH • o lntrlturo Naçioru,I de
Ili, /ca, ln ""R n1 da NO...."', vOil. Vtl, l.• f■tdculo. 1940, p6p. 6-11; Jod RODIDOlfl:IB.ullOP
Alberto N•potnu.,,,no. to "Rcvbta 'Bnt !ova. de M~••, vai. VII, I,• fllKklllo. J!HO, pip. l 111).
268 A CULTURA BRASILEIRA
MÁRIO DE ANDRADE, que considera a arte, ainda nessa fase de sua evolução,
'fundamentalmente européia., mesmo entre o nacionalistas que se interessaram.
pela representação musical da coisa brasileira' , refle em a preocupação nacio-
nalis CARLOSGOMES(183~6), ALEXANDRE LEVY (1854-92) e ALBERTO
NEPOM\.ICENO(Fortaleza, 1864-1920), - "o mais lntimamen e nacional de
odo " -, figurando entre os menos caracterlsticos, "preso demais à tradição
européia", LEOPOLDO MJGUEZ iter6i, 1850-1902). HENRIQUEOswALD(1852-·
1931), FM.Ncrsco BRAGA (1871) BARROSO ETO e outros. Todos êles, no en-
tanto, com tendências nacionalistas ou mais sujeitos às influ~cias européias,
-o expressões dêsse romantismo musical, que então dominav e em que se des-
tacaram, como as figuras de maior vulto, na música brasileira até a época atual,'
HENRIQUE OSWALD, a mais completa organização de músico de sua geração,
no julgamento de M.Ã.ruoDE ANDRADE, e antes d4le, e o maior de todos,
CARLOSGOMESnaturnl de Campinas, São Paulo, e um dos mais poderosqa
artistas que o Brasil já produziu. Entre as duas orientaçõe9 na composição_
de 6peras, dessa época - a que nos vinha da Itália, como herança de VERDl.
e outros compositores da península, representada por MAscAGNI, LEONCAVALI.o,,
PucCINI, e a outra que tem sua origem em WAGNERe STRAUSS,e na qual pre-
valece m6sica de programa em que a orquestra tem o papel primordial,- foi
aquela, a orientação italiana, que exerceu maior influência nos compositores.
de óperas nacionai9. Se a tendência alemã é representada por LEOPOLDO
MlGUEZ, que e revela no drama lírico Saldunes um de no!lSOS raros wagne-
rianos, de fé sincera, mas sem grande poder de invenção musical, a outra ori-
entação, geralmente seguida, teve o seu mai alto representante em CARLOS
GOMESque deixou marcada da influência italiana quase tóda a sua produção.
Tendo estudado em Milão onde foram escritas muitas de su composiçocs,
como F081c (1872), Sal'iador Rosa (1874), Maria Tudor (1878) de insp-ração
e factur italianas o seu estilo é o dos contemporâneo de VERDI, em quase
tõda a sua obra, com exceção àe O Guarani, a mais famo a e talvez a mais
original, e a que, sobretudo pela ouverture, incorporada. ao repertório de bandas
populares, mais contribuiu para tomá-lo conhecido no pa[ e no estrangeiro.
Autor de numerosas óperas, entre as quais avultam além do Guarani, a Fosca,
de 6daa "a mais sábia e a mais complicada", e lo Schiavo (1898), e de compo-
aiçõ para canto e piano foi, certamente, CARLOS GOME.<; um dos grandes me-_
lodistas do século XIX e um técnico de primeira ordem dentro de seu estilo
que deve, porém, muito pouco às fontes americanas. Se faltava ao compositor
brasileiro êsse vivo sentimento da cena, quase ina o em VERDI,e se a inspiração,
larga e espontânea, não obedecia sempre à vontad na pesquisa das formas
novas, a sua obra, desigual, sem dúvida, é, em tõda a produção musical dQ'
Brasil, uma das mais belas e robustas, pelo calor Hrico, pela melodia quase,
sempre obundante, de uma firmeza de desenho e de uma. franqueza de desen-'
volvimcnto bem caracterizada e ainda pela fõrça do senfünento criador que.
rar ment p rde alguma coisa de sua riqueza de sua frescura e de seu poder
de comunicação. :s
! Vede p,.OL F~ , La ar s..,a.11. E"ditiom dei Chroaiquo du Jour, Pau, )938; ROlllrllTC. Sll:tTa.
"""' ,oJJ oi s•o l'aulo. ln "Bulleti,:, or the p.., Aftlcric.,, Unl.oa" Maio, 1940, p6o, 3&2-3118.
A CULTURA ARTISTlCA 273
aguda e maior poder psicológico de penetração. O que êle pinta, nos seu mag-
m&caa quadros mura, E mai o que sente do que o que ve, ou, por outras pa-
Jeviits, são as figuras, cenas de costumes e paisagens humanas, corno m aur-
prccndeu a sua sensibilidade e as reconstituiu, restaurando-as com pedaços
da vida, ~ extraordinário poder de síntese pr6prio dos grand criadores
de imagens e de lmbolos.
Pode parecer tranho primeira vista que, ao contrário da pintura, a
arquitetura não manifeste, no Império, nenhuma atividade importante , desde
o período colonial t' a República, não faça progressos em nenhuma direção.
em na linh de evolução dentro do espírito colonial, cuja tracliç-o ee perdeu,
n~ segundo os rumos novos que GRANDJEAN DE MoNTIGNY pretendeu im-
prioúr-lhe com suas sóbrias arquiteturas clássicas. Certamente, no segundo
lmp&io, em que os melhores edifícios ainda eram os mais antigo,, surgem,
isoladas e dis,persas, algumas construções de primeira ordem: o edifício da bi-
blioteca portugu&a no C!tilo g6tico manuelino, palácios como o do conde de
NOVA FRIBUllOO (1862), atual palãcio do Catete, em mármore branco e rosa, o
do Itamarati, o do Guanabara, antiga residência da Princesa ISABEL, inteira-
mente restaurado em 1908, e o solar de MARIANOPROCÓPIO, construido (1861)
em Juiz de Fora pelo arquiteto alemão M. A. GAMBS, na verde moldura de um
parque magnifico. Mat a ruptura com a tradição, sem importar na abdicação
completa das criações coloniais cm proveito das fórmulas clássicas, o prcdo-
minio da economia a.grlcola e as leo as transformações das paiaagens urbanas
quebTavam todos os esforço para as grandes obras de arquitetura civil, re-
ligioaa ou militar, que entrou em período de estagnação ou decad&lcia cm odo
o pais. Se ac con,idcrar, além disso, que das três artes. - a pintur , a escul-
tura e a arquitetura-, esta última senão mais material que as outra, duas,
certamente é a mais depcndcnt da mat&ia, sCTã fácil compreender que não
K podia esperar gr.ande swto de arquitetura onde os opcrârios não atendiam
às exigé:nciu da tEcnica franceaa e escasseava a mão-de-obra capaz de eguir
a nova orien açao doa artistas estrangeiros. Se êstes, grandes arquitetos como
GRANDJEAH DB MONTIONY, não souberam tirar partido do material e da mão-
de-obra nadlonaia que permitiram à arquitetura religiosa conheCCTuma íase de
esplendor, na Colônia, os arquitetos brasileiros não passavam cn -o de mestres-
de-obras ou quando muito de "engenheiros civis, sem conhecimentoe artísticos
eapcciais". Sob êase sono aparente em que se mergulhou a arquitetura no BraaU,
dissimula-se, por&:n, uma lenta e obscura necessidade de preparação. Parecia
que se havia criado o clima favorâvcl a um novo surto da arquitetura, com a
remodelação das principais cid.adcs, no primeiro quartel dêste século e com a
febre de construções, nas velha, cidades que se transfiguram ou nas oovas que
se erguem, no pla.nalto, egundo traçado moderno. Mas, quando, sob o impulso
da indústria da borracha, no norte, e do café, no sul, começaram as cidades
antigas a reconstruir- e o Rio de Janeiro a despojar-se do seu velho aspecto
colonial, para adquirir a fisionomia esplêndida de urna grande cidade moderna
foi antes um oba culo do que um fator de progresso da arquitetura o ritmo
acelerado rm que e processou o desenvolvimento dos centros ur anos. No
pcto das con truçõcs qu e multiplicavam, reclamando por parte ope-
e arqui etos, a falta de mão-de-obra e de profissionais pccialli:ados abr
domínio da ve mais va o à improvisação e a tôda esp!cie de aventuras.
"Empreiteiros promovidos a arqui eto , na justa expressão de NER.Eu SAMPAIO,
. nmplcs cons ores quase analfab tos que se fizeram arquitetos e estran eiroa
sem escrúpulos" cncon raram o campo livre para uma intensa atividade sem
os freio da opiniao pública, num meio social a que faltava educação artlstica
acm elites profissionai com idéias bastante claras e definidas para orientarem
<nnovimento extraordinário de construções urbanas. A arquitetura sofre então
-1 -
274 A CULTURA BRASILEIRA
influ cias múltiplas; inaugura-se a época da c6pia ervil dos estilos ex6ticos
e dos modelos históricos: e nas soberbas avenidas que rasgaram, - Rio
Branco e Beira-Mar, no Rio de Janeiro-, cstadciam, como um j6go interna•
cional de dispara"tes, o clássico, a ogiva, o arco mourisco, numa variedade pi•
tor de construções bizarras, nos mais variados tiJos. !. o triunfo do mau
gõsto e da cstravagância que Mo TEIRO LOBATO batizou de "carnaval arqui•
tet6nico", e a que não faltou, para acentuar a viol!ncia dos contrastes, nessa
sucessão desencontrada de estilos, a velha arquitetura colonial, despida de sua
beleza antiga e afogada no luxo barroco de detalhes decorativos.
Foi nessa época, por volta de 1920, - época de indecisões e de tentativas,
mais ou menos aventureiras, que se iniciou o movimento, ainda mal orientado
mas jâ fecundo, de renascença da arquitetura colonial, - "a única que fala de
nossas origens históricas e que, trazendo caráter racial bem definido, corres-
ponde, do ponto de vista das habitações privadas, à natureza do clima". O
que, com êle, se pretendia, era que estudãssemos a fundo os modelos antigos,
não para re{>roduzi-los,mas- "para retomar o fio da tradição e confrontarmos
com o novo quadro social o que os nossos antepassados, por intuição, acomo~
daram maravilhosamente à diver.sa natureza de clima e de materiais". 27 ~e
movimento tomou-se tanto mais útil quanto mais, n volta ao tipo brasileiro
de habitação, os arquitetos haviam perdido a no -o da arquitetura funcional,
racional, ou a consciência do valor utilitário dos elementos principais que en-
travam na sua composição arquitetônica, e que eram empregados, na obser-
vação de Jos:t MARIANO Fn.Ho, a título de "meros omamentosll, quando tinham
uma "função" - a da defesa contra o clima - na casa colon.ial, admiràvel-
mcnte adaptada, nos seus pormenores, às condições e s necessidades do meio!?.
Com a ruptura dos laços entre o útil e o belo, entre o caráter utilitário e os
efeitos a tico dos elementos que oferece a arquitetura de diçâo, tendia•se
naturalmente a cair no excesso dos adornos e a considerar como inspirada na
arqui etura colonial todo o edifício a que se imprimisse o s lo do barroco e
que trouxesse, na fachada, pormenores arquitetõnicos, tratados cm profusão,
puramente como elementos decorativos. . . A poder de cederem ao gôsto do
itor co e de se lançarem à procura do efeito, acabaram por descuidar da
"função orgânica" dêstes elementos (alpendres, balcões de rótulas, azulejos),
de que a idéia ornamental e não o valor utilitário passava a determinar a sua
estrutura ou a sua aplicação. Mas, a campanha que se realizou, neste último
quarto de sêculo, em favor do estudo das habitações coloniais e pelo regresso
às formas da arquitetura tradicional, e em que tomaram parte brilhante RI·
CARDO SEVERo, 20 JOSÉ MARIA:NoFILHO e F. NEREU SAMPAIO, entre outros,
nem se fêz sem resultados nem se desenvolveu sem embates com a corrente
que se formou, dentro do movimento geral de renovação. A corrente tradicio•
17 Cft. FDKAN'DO Da Áav&DO, Arqwtetur• co1Dni111. VIU. A9 concl dl! DGaO lnqumto. ln
"º do do SJo P oto••, '29 d.e abril de 1921í.
De f•to. "oa lvc09 beirab {eocrevia cu em itct:ura caloniall,
oa al~ad, e J Jlda•. 09 ternçoo e, .,. l>al:ae, de , tu! , com:, m p ti,_
ln.u:rl . det: d• cau contr • 11çio d raiot oni alo foram
lmpoo.ta 1)Cnas ~"" mate.i Is d.- m11.1rrui;i<>da . de, ,Pcd,9. cnm
r ,. l)«qlU" tinham • penhar wn papel oa , amc,!eat .
O. pr6pri auk_i,. c\lio ttatido l11l comp,:,sq;ã caa,rar a
m.a pa,tc d a,q ito,m,, coo,o cl.eroent.o ~tt d m • aerviço
da dd'na ntra o dlrne t:N>pical. De o-w,em irabt, de re,.
«bcr, n· vn lbul ,,i...,. o.as alpen:!noo c:im o meam lnN!to que be, cio scu
•P""•~UU'<lellto. manta • fteocura do iateriY das cas n ard~ d Allvll'.DO, Ar·
qu,·r111u111 eolo11i11I. Vlll. ln ''O Baa.do d-. ~ Pa.ilo", 29 de abril
29 JbCA.ltf>O Snuo. A tradi~o. Conrcrh>cia lida oa o d de 19ll D.O Instituto
H • 6,»o e Ocoer r= de Slo Pau.lo; A arta lradicional no 8111Ili. inda ,u Sxiedll.dc de
Cultura Anlr e• de o Poalo; A arte rradiciona/. Confcrencl• oo nico de ) P ili: Da
.arquitoru,11 oo/onia/ no Brasil ln "O Estlldo de SAo Paul.>", 84 a d Centcn rio d h,.
dt1)Cndtocla. ? do aet.embro de 1912; .ll prop6tito de a14uitatu111 e lonl•I (eotrcv 1ta). ln "O &stado de
o Paulo", IS de ■ bnl de 1916.
A CULTURA ARTÍSTICA 27.S
ainda não dera entre nós a cantiga racial", e s6 ae torna evidente do fim do sé-
culo XIX para cá (são palavras suas) "o amálgama de tend!ncias ibero-ame-
ricanas que boje caracteriza a musicalidade naciooal"31 Se, por~, se pode
dizer com PEREIRA DE MBLo que nos primórdios da República se inicia, na hia-
6ria de nossa música, o ,Cperíodo de nativismo" embora frouxo e hesitante,
e mais tarde, nestes últimos vinte anos - e não õm n e no decênio ap6s
30, como quer Lufs HEITOR-, que vemos chegar à plena fixação e ao apogeu
aquêle nativismo que se esboça nos fins do século XIX com a música popular,
niio indígena, nem africana, nem portuguêsa, mas a que, por elaboração cole-
tiva, resultou com tôda a espontaneidade e frescura "do amâlgama de ten-
dencies ibero-americanas". Entre CARLOS GoMES e HENRIQUE OSWALD, que
são as "expressões mais caractetísticas de nosso romanti mo musical", e a mú-
sica moderna, de inspiração folclórica ou não, que tem cm VILA LôBos o eu
expoente mais alto, figura, como num.a fase de transição GLAUCO VELASQUEZ
(188 1914), um romântico, ém essência, influenciado por WAGNER, e compo-
sitor fecundo, de uma requintada sensibilidade e de real poder criador, cuja
música se desenvolve, como escreve RENATO DE ALMEIDA, "entre o simbolismo
e o impressionismo, em meias imagens que se completam em nosso espírito
graças à aua intensa emoção". Nessa corrente moderna que busca no folclore
brasileiro a sua fonte de inspiração, avulta com um rellvo singular HEITOR
DE VILA LOBOS (1890), cuja preocupação, diferente dos outros compositores
de folclore, não é, porém, - pondera F'RANKE.sTEIN- a de conservar e embal-
amar o material autóctone, mas sim a de dar expansão à energia contida em
us elementos. As suas peças üricas, como as cinco auitN, que batizou com
o tu1o de Bachianas brasil.eiras, levado do seu cn siasmo pelo esptrito de
BACH e que constituem •-uma curiosa fusão do estilo de BACH da música
fold6rica"; os seusChoros, entre os quais e destaca o n.º 8, "pela sua en.orme
vitalidade ritmice, complicada, pela veemência primitiva e lirismo da terra";
as sues grandes orquestrações de música folcl6rica ou de matéria original, ba-
da no moldes de música popular, os seus poemas ainfõnicos, fantasias e
variações, revelam uma tal riqueza de idéias, uma tão prodigiosa espontaneidade
e tio grande exuberância e vitalidade de ritmos, que não tardar m a colocá-lo,
no juizo dos críticos de mais autoridade, entre os primeiros compositores das
dua, Américas. Se não é VILA Lôaos, como o julgou ALFR.!D FRANKESTEIN,
numa expressão enfática, "um dos maiores prodigio que êste século l?roduziu
at A móaiea popular bruileira. que raultou de1U fm o ele dlverwoa e1omcnLC>a e em que • íoflue.ici do,o
uqroe nlo rol upc,,•da .enlo pela d09 pOtTOi\le..et, aurgiu, de rato, com , u.u ca, tetlatieaa, ■&mente ...,.
n do -6culo XIX, depoio de IOQlo proc:eno de.claboraçio. Se, por6111,J6 o b ta<lte nltlda •• 1ua1 f"'Culiarl-
dad e tende.nela ■ dentro da trlUlic:ãoe do■ dcmcnt01 fündamcntal que l)C'OYdo,nlo , elodJI, nom ac.-6 tal,rca
p0-■ ,rd ma,ca, com c:nti<Do • ln11ueocia.de Cllda um dt!N ""' gra e vatledade de íarmat ptll'ticuJara em que ...,
~ a mu,icalid.llde aaclooal. O que 1>elaCKirtc de in pira.cio ama-[ndie, JA comeÇa • revelar- com o estudo
do 11D11taialrccolhldo ao M1>0CúNacional que dis.,ae boje, o,aça, IH"t'tudo u poqu.lJu de RoQVHS Pnno,
de uma ucdc11.tc coleçlo de foaogramu, com m(aicu de flld.i09 e ■cr~••· AI.oda NtA per rua- uma
ploc'9(lo ma prol'unda a6bre o !olcloce musical a,:uo. que UOll revda, ao lado de 1IJQa m • trumeotaJ.
-taeialrloente ritmica ..uma "tDÕSial Tocal. com fraee md6dku e timPüt", c,úo o -• boto ÍDtclel·
q_ to 6 certo Que o llf~ tamb&n toOlOIJ. como o~ M.(1110011 ""-a:. parta muito ....-.
panante aa forma do canto popular brasileiro. Mo. .., o que to.l • m popular, l ta.mb&D
• tndlclo mf'"~l de de compositma que podiam ta- • com.pOeits d Qaal ■ parte com qu,::
pooitora ~ e do tanpo do lmp&ia, - lavc:o dc ou =poojt,ora
• CQje. abra .em parte e COGICttOll e 11e tamou, muor i-te, aaóa.lma, 1m • incor-
porada ao t d m • popular] Ainda recmJ :te Roosa B.u:noa. maia• du roa IIUÚI
lmponau1n • • r mdodias popuI,on,s, "na 1111maioria ronnu u • d .na de ..ao ou de o:Onc q e,
ll6 to fora de moda ooe m • aristDcriticaa q • WJ>i:a,,om.permlul v o numa prorind■
&oadDQ ". Foi • q111t, e:q,lica Roo&ll Rvnn&. a rorm■ a>ota .. vol "daa oi~ tecee • tu,
r.,,._ 1111, • popular no -..lo XIX em que ■ mlX!inha t rcfcrid beca do f>OYO. O p,,90 alo t
criador, dor;• elite,,-•~"""" diNida. '"retomM ttma1 para toffli.loe requintad •
- tra.t■- .t do uma r«00qimt■• pdoo eruditoo, de um bem q~ lhe:, pene tror■ e que h.olviamoque-
ddo'". A IICfl>elli'&D!;IIde a.ntot bnsi!CÜ'OS e cantol nu , j' nouel■ por MÃIUO 011 AN'DlliDs, mour •n aiAd•
qulo pouco a mo.e■ Clll • ~ populal' 6 local: da, de rato, o ro~ q_ue • m ardt
• ~1- culta. No coumto, ■lod■ que derivada em grande rte d~ rootc plll'tu&u • cootam.1n11dadoo m ■ill
dlv dcmaltot. Hiate oa IiUbica bruili,ira, i.nmtrach de tan11tAda afro-am.,,r 11111, WDll na popwair, ua-
dl cn , alcuma aol• d «i&inal, que aio dcciva da pc!ttlmul■ e E fartcwmte n:iate11d1do e r lc:t br..Udro,
A CULTURA AR-'I'ISTICA 277
12 Vede Fa.ufCJICO Cuu l.AJfG.&, Vilo l.61:t<M, ..-m J»d•l<>go aia.dar. In ' latiaa..amatc,1.0o
de mAalca, plip. 1 196, LllO I, •bril 1935, ~ll; ~ ~- ln" Prudaco Cbro-
.aids'', Calif6nalll,11. S. A., a, d wo. 1939; P,\UL R.ooi1ffno, Curtent Clttanicl . ln "Tbe
Qmml.y". Carl Bacd Bdltor, 1111 Yc.-k, Oc:tober, 19411;Etnnco NOOIR:lli hÃlll~ 1 Vil• """-, P"-d
ln ui,( V'rn", ~(éYcrdn>, 1941, p 6; ~ ~ Vüa Ub<M. ln ''Voa-", l 1,
Jfcw Yc.-11:,pq. 112.
S3 m obn l'Ol'Olte cm qoe tnea a quadro da esrtilução ....:ial d.a
º tr perlod... prlndpai, d- "1>1uçlo: t.•) • ~ eftelldalm
• priodpio popw.v,coo, Olll •bcr (■ m • das prit,mr09 jcs,d , e mala tard a-adita. c:om pre-
lallilleo • d ..ta d ~.cto. nacionais (a artt de c■pclal ■riatoerlticu); 2.•} {aM do amor (to c:a
Jlrb, _, c:am que 1C nJda • ~;lo da arte e cm que '11f11C a fic,1ra d hAMC:IIIC:0 M.urom, DA ILYA,
"• -lar que J• prodw:i11 o 8n I' . ,a ophúlQ do ilmtte cdtico; e 3.•) o pedodo d.e l'tanco udoullono Q\M N
i...ucwa depol.a e aob u lnnutodu d• Grande GuftTa (l!ll.4-l8l ou, melba,, d.,. acon m q do,le deri•
..,...m. "Prirndro,, Oeua; era ICIU.ida, o amor, e, dc-poit, • nacicmaUdadt.". Na priludra Ílltc d d 1101•
rimento, • mo.lca qllC foi um "clcm= Utdr&lc:ode ICICialialçlo", tornou« unlven•l, oo a o CW'OpCU,
emprqudo o cu cat611c,odo,, portu&',lbn, com m p,imdr011 antoa -de «&lo e o gtefon&DO, Ma•, pd•
278
--------------- A CULTURA BRASILEIRA
sob e aspecto, que adquire um novo inter e a bis 6ria da música, nessa
última fase da sua evolução. A medida que se eleva altura, tende a
cxpnndir-se a cultura musical destle 1930, em que LUCIANO GALLET funda,
em junho a Associação Brasileira de Música e, elevado, m dezembro dêsse
meemo ano, à direção do Instituto Nacional de Música, cons ue a reforma de
ior alcance d. e Instituto, pelo decreto que, em 1931, lhe desdobrou o plano
de e-studos, criou dez cadeiras novas e o incorporou à Universidade do Rio de
Ja e.iro. Reorganizam-se as atividades artí ticas do Tea o Municipal, do
Rio de Janeiro, que passa a manter uma orqu tra fixa d 80 figuras, um corpo
coral e Cf'rpo e escola de baile; e um músico criador como VILA LôBos entra
em ação, desde 1932, colocando-se êle mesmo, no Rio de Jnneiro, à frente da
educação musical das masl:!-ase da difusão do canto coletivo, com a mais efi.
ciente organização peda,gógica que já se tentou entre nós, destinad à iniciação
musical da infância das escolas primârias. Funda-se, por iniciativa de VLL.A
Lósos, o Orfeão de Professores e, sob a influência da obra educativa do grande
compositor, adquire notável desenvolvimento o nosso repertório coral, orga-
níiam-se grupos corais, cm várias cidades, como São Paulo, Pôrto Alegre e
Recife, e se realizam as primeiras tentativas de arque tras infantis. Mas, se,
por um 1 do se alarga a campanha iniciada por VILA Lôaos em prol da ·cultuta
musical infantil e popular, e se intensifica o esfôrço pela renovação do ensino
mu&ical, por outro lado, trabalham com entusiasmo na eleva o do nível cul-
r l as revistas artístico-musicais do Brasil, como a J/u tração MusiCJJI, a
Revi ta da As ociação Brasileira de Música a R vi t Brasileira de Mú-
ica, fundada cm 1934 e publicada pela Escola Nacional de Musica, a Cultura
Artí tica, a Mú ·ca VJva, tôdas do Rio de Janeiro, e a Re enha Mu ical,
de São Paulo, que constituem não sàmcnte intomas ma íatõres da cultura
mu ical, pelo. trabalhos de oitica, de crudiçao e de pesquisas. O extraordi-
•o d volvi.mento material e técnico, n te último dec •o, dos serviços
de rãdio-difusão, com o número cada vez maior de estações e de aparelhos de
ré.dia, e a indústria em progresso, da gravação elétrica, põem a serviço da di-
fu ão do gõs o da música pelo povo e da aproximação do público e do artista
dois dos mais podCt'osos instrumentos educativos, como ão, por ôda parte,
quando orientados no sentido da cultura, a rfldio-difusão a discografia na•
cional.
A arte, aliás, em tôdas as suas manifestações, desenvolveu-se no Brasil
maio. ràpidamente do que o público, quase inexistente, ao meoos considerado
como "massa", quando ela tomou novo impulso no século passac;lo,e que não
1h pôde acompanhar, em todo êsse perfodo, o ritmo de evolução. Dai o divórcio
que se tem atenuado sem dúvida, mas se mantém ainda vivo nt.re o público
o artista. No Império, como na Colôn~a, a aris ocracla rural das casas grandes
e a burguesia dos sobrados que podiam constituir, na grande ma:;,sa inculta,
o seu verdadeiro "público", não tinham pe as artes o menor in er nem po-
dian tornar-se pelo caráter de sua própria formação, um "co umidor" de
s produ o . O interior da ca-a brasileira, cr via EDUARDO PRADo em
1889, "oferece cm geral a mesma nudez e o mesmo mau gôsto das casas portu•
guêsas. O. objetos de arte são raros. Os quadros e as estátuas, vindos do CS•
trangeiro, pagam direitos enormes, ad valorem, como simples mercadorias.
Os artistas nacionais que têm mêrito, lançam-se na pintura grandi , fazem
guadro maia vas os que os apartamentos e m seus preços ainda são mais ele-
vados que os dos mcstr vivos da pintura européia. Não se pregam à parede
scn.ao retratos, - único recurso dos pintores que, não ousando abordar o mo-
numental, querem de qualquer maneira vender suas telas. As pai agens, as
aquarelas, as pinturas de gênero, os quadros de tamanho moderado, destinados
a embelezar as babitaçõ , são abandonados". Na Colônia, os artistas, - pin•
tores, estatuários, torcutas e arquitetos-, trabalham para os claustro e as
igrejas. Tõda essa época é dominada pela arte religiosa, em cujo dcscnvol•
vimento, em função do clero e do público das igrejas, se manife ta fortemente
êsse traço essencial da arte que é uma atividade de luxo, de caráter ocial, ÍD•
eeparável da existência de um público, ou da idéia dêsse público sempre pre•
sente ao pensamento do artista. No Império, como não se havia estabelecido
ainda o gõsto da ornamentação artística dos interiores, lançam-se os artistas
ao monumental ou, quando muito, aos bustos e retratos. Os poderes públicos
constituem o principal consumidor dos produtos de arte, - quadros hís 6ricoa
e monumentos-, que são freqüentemente encomendados aos artistas; nas·
repartições dos governos e nos jardins públicos multiplicam-se os bustos que
ornam também os palácios; e pelas habitações particulares dos cnhores e dot
burgueses espalham-se os retratos a óleo. Se a elite não está preparada para
favorecer as artea e consumir-lhes os produtos, dispersos por museus e pinaco-
tecas públicas u muito menos o povo de que ela saiu e permanece inculto, em
nenhuma educaçao artística; e, como a educação popular vem da elite, uma
multidão não podia ter a alma elevada e sensível às coisas de arte, não a tendo
aquêles que a fortuna ou as contingências colocaram acima dela na escala social.
~ao há relações entre as grandes obras e as produções da arte industrial extre-
mamente rcduzid e ainda sem qualquer influência, com as suas primeiras ten-
tativas: nenhum movimento fecundo que propagasse as criações da arte e ten-
desse a unir, ao meno nos grand~ centros, numa laboriosa fraternidade, as
classes do povo brasileiro. O público, certamente, alarga-se com os progressos
da vida urbana, o desenvolvimento da riqueza, as facilidades de comunicações
H O malt lm"Dt'tAnto muacu de artet qui:. ponufm011 E o Museu Nacional de Be!h-Arta, do Rio de Janclro,
CODlltltuldodH 1nliRH galcrla1 que e de1Ugara-m d11E1çola Nacional de Bclas-Arte1, íundada lll0 tempo de 0,
Jolo VI. A plnacot<e.a elo MuHU que l!'iLlX TAUNAY, da miHilO artí,i:ka francesa, foi encarregado de lnallllat,
H ot'ganizou do lnfolo com 011 quadr011 mal ou mtn011eflcbres trazidoo, na ua bagagem, pelo nobren que com•
panhou o Prwcl Rcc,ntc ao Br111il. Enriquecida por donatl- de valor, j6 apceaentava om 1889, quando
.., proclamou • Rep6blica, u.rna colaç&o de msü de SOOquadroo, e alcançava, em 19U, mai1 de um milheiro, •"m
de m6rmor o bf'on~ , de a, taa nacl0n8t. e esttan;:ei.rot. Tclaal aasinadu por me,tra da Rena1ecnÇ11,cott10
.RoilPt. MUJUt.O, Vu..uoua, TlNToa.To, Coado10 e outra,. obnu de matr fraacesn e de pintora P«·
turu e •~entln , e oom ant &011 e modc,m011,..ntrc autnrea nacionau, fi~ na1 1\lh c:ol n,pu! du
entre u manpcftl da Alnúlc:a .o Sul. tn,,talod.o no santuooo oolat de MAm.Wo P1toc6,io htlHlllA 1.-'J•,
rwi.s.dor d Jlll.t d .. 1'- qve f COMtru1do cm 1861 pelo ,uquittto alemão e.ui.os AUOVl'l'O
fldo compondo por to:.o .\CO I ccl 'bn Villa Pal•vü:cini.- de ~nova-, ergue-o.e
º"-· -
uda cidade de Mit>U
edl,
~ • o wou • 110Pr , emoldurado oo marwvi!h-, p,ttq11e ex p.oc-Ot.UlOU e a qw, o Dlt'll.•
~ AOAG12 chamou o "panlto d tróplcc,a", ~ tmDCll, fwidado l)elo Dr. ALrUDO f'lu&.rM J..vs, aa
hist6rica propri· e~.., pais, e dmdo • ade, além. de smu espléndidaa tu.t:6N. nw:oa""
e ca-lmlca, ~ui IIJl>II de arta cm qw, « eaeoatra vali!Bll mle,;ão de qll.lld.rol d au at,raD1lC1f'tie e
de pintor aacll>Ma. a \UII monumento do _,. e de • 6ri& de que iusb.mnl~ ae arFl1ba a maior cidade i.a,
dlHtl:ial dto Ocnh e w:n d crande1 ccatroe de cultura do pah. EDtlt pill&l:Gb:C.Q que de ma·
prcdoeo ~trim611lo • , podem d a do 2 o de Sã!>Paulo, a lnt=d • Muiníciípal Bd6m,
• do Liceu de Artel e Ofld.oa o R rc, o a d Academia de Bd..-s--Arta da Bahia. A1Emdtst.ea que tnm
a:itre .. ma anticoa, !oram rcuntemenc c:riadaa pelo G<>v&no Fedcnd o llfuai:.u du destinado I pre-
eerv~ e ao CI o dm moctlffllffitoa ~os pelos jcautt.u no t:!nitú:io bruileiro d.u eo lm,
paw, que ac talw cai Pc .,, cm rn de 194-0,no aotigo p.el!cio do .lmp«1td.ar, com a dupla n
de rccdller a\4a de ,,.io, 1 t.6r1c:o e doa rcüudoo de D. PlWJtO r e D. Pma.o u e d 1:a1 n:lativ ..
a fonnaçAo bist.6rlca do S.tado do Rio e, apeda!V>C'Otc, da cidade de Petr6polis. Se 1e acr tarem 01 ,:n
relici...,. e u v lha l;~u. ,:.om Kua magnffieoo interiora, - relidrios de llOA0 puudo colonial -. l __ ,
o qll&dro completo d .. m 1» e moaw,;,entoc de arte 110 B.....U. de que ac ""'°""
pe.ra ~ tr:u, !Mrm, dll
••.,.. ~ ..... ··- • "'" ,._ ·~·"'""'"""...ft.......
.... - ,.__~ ~h-irnA.ft;,.., .,...,,..~
118.0 A. CULTURA BRASILEIRA
36 D•• ai,u .... nqru ou vermelha.,, que ~ c.ncontrlUII no e,. li, Íllll CQIGnla e n.o Impér1o,
,,._ de 1&m•t:1hOJ dlv-eno, e de rocm,u variadas e onginalo: p<>tca,talb.a , quar lnguu. Oa produto.
c.crllmltQI q11Au e rcdu.rle.m b ceràmic.s !U1tra.du e a:nvernhadru. O m vali., .., tcot:atam,
mo prorivcl, aio dclll■run obn de vaiot ~tico. no oo:nrn
o d obj t r praen!Ilndo tiP')I,
íl ou cenu; e, no cttAmica, pintado, ■pcn,u •• conheciam H da o•• (randc,i lllforu
pi,nadQ .,t6brc r~oe de eamaln: em verde ou em a:ul, n:alçado,o de d011.r•<haa lloo", e, ll1I~
do Ãm&SOOM, "u ,:erl.mlcu onwho1 de d""""'1hos e.m cõc .e arümai do
pai'• (pepap , Olr'lar'll&U, etc.", Mas• evolução d e OC:C:U0\1- com o ■IHln-
doao, pclli ll>d tria, d .. rormas cm\:i~ deinf!u&>da fira • },
l=partadu pel°' oortUJtU No técma XIX nio ae falir :ral
, o. de í■ m-ou as nd.c,.
r■des cur.,,.ororj.ado,, por o • .
bremdo 001 õltiin<>ovinte ,u,os, E q ■çilo
decobe«:a~ ffll Pacova.1, na ilha.d CI
... HlD ~ de arledeca::atÍ\'■ &UCll
IUllA, ~ São Pauln, que tamb&n e lf.
JtUAs illUtrlll!nc e cer • q~ 935,
balho, no ~tn""'. Voi m tam!>&n criar
lil:-il"IUI:UQS a,:ulcjQS P<JÍIC'O!ffl)!I Q ••
q,ad¼veJ fr~ nas c:.as,q .que . tnurprc-
~ qu lnnf1J c:unho i;in-1. prcíer== ■iilda IU \mi auten ·ca, qu
alo ■ pliaulu à rica,, c:,o,tru e.m e,olilo colonial, Al de um ti.lo
d ativo novo pt)o,, uulej,,. ÍD3pirad°" cm motivos rcpo ,am 1nt .,.nk 6 ta.lv...,:
• é! P. ROffl, ob cuJ.,. direçlo em São Paulo, trsh.1ih!lm A. VC1J..õ'I e M. Z1.1,mn, plntauldo ~quc:aoo q~ ~
prcpara.odo-oc p • o, 1111dupatgfu dccwativo,.
A CULTURA ARTÍSTICA 281
tamMm preparam, com mais solidez, as bases de nossa grande história das artes,
"tudada não isoladamente, mas cm suas relações com a história geral da cul-
tura no Brasil e com a idéias do tempo que maior influ!ncia exerceram entre
116s e na1 raízes profundas que lançam as artes na vida do povo bra ileiro, de
1
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ductiOllll, in cotor. Thc Uni'lef'Sity oí Chicago Pr • U. S., 1940.
Mapa das zonas de densidade cultural do Brasil
e sua irradiação aproximada.
296. Mapa das zonas de densidáde cultural do Brasil e sua frrndiação aproximsdb.
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PARTE rII
A. Transmissão da Cultura
CAPÍTULO I
A
VINDA dos padres jesuítas, em 1549, não só marca o início da história
da educação no Brasil, mas inaugura a primeira rase, a mais longa dessa
. história, e, certamente, a mais importante pelo vulto da obra realizada
e sobretudo pelas conseqüências que dela resultaram para nossa cultura e ci-
vilização. Quando naquele ano .seis jesuítas aportaram à Bahia com o 1.0
governador geral TOMÉ DE SOUSA, não tinha mais de nove anos de existência
canônica a Companhia de Jesus, cujas bases foram lançadas a 15 de agôsto
de 1534 na capela de Montmarte por INÁCIO DE LOIOLA e seus seis compànheiros
e que, apenas confirmada em 1540 por PAULOIII, se dispersava, no continente
europeu, em missões de combate à heresia e, além dos mares, à propaganda
da fé entre os incrédulos e à difusão do Evangelho por todos os povos. Ani-
mados, de um ardente zêlo apostólico e ligados ,entre si e à Igreja Católica por
uma ngorosa disciplina, refletida e· aceita, não tardaram os discípulos de INÁcro
DE LOIOLA a ccnquistar uma justa preeminência na hierarquia das ordens re-
ligiosas e uma autoridade moral imensa, selada pelo martírio, nos combates
sem tréguas nem transigências a serviço da rel\gião. Uma fé inabalável, como a
dos primeiros apóstolos, e dispostos a todos os sacrifícios; uma disciplina que
dava aspectos de milícia à ,iova Ordem, fundada em plena tempestade da Re-
forma, -pelo intrépido soldado de Pamplona, e uma cultura literária sagrada
288 A CULTURA BRASILEIRA
1 A íandaçto, mi ISS♦, do Col lo de São P•ulo, DH pwifcia de PiratlD'np, com • JlftNnca do Pc.
Jod. 1,a. ANl!l0tt4 w, acabaH d chc V de Portu1lll, foi dctcrmiuada par NdBll.llOA, que acolheu o , -
futuro ttntro de ll'T ia<lo de mi looAtioo e bandelraoteo, e clcoi&=u pw:a e11 ca,a o jovem j u1tll, -ando-o
- de..,,. colega . Nlo era, por!m, um ncwo colqio qw:"" fuQ<\.ay,a DII CapltatWI, ma, o d Slo Vi II e.
que• tramfcria pan OI Cllln~ de .Pir dala1a. - "p0r ...- <=Ih« clim& e mais fki1 ntaçlo - tamb6m
par amor ■ llldio■''. O wminirl , "-bd<Cida primeiro cm Si.a V"icetitc p« Lso11.....oo Nll'l'IU (a-
c:ttff lliDdll uun, Lun), tranai o e q- fundada de rum, em Piratininp em 1554-, clenda • calfcio
par N6BUOA em 1556 que O datou C01D tod ~ mó,,cis e de raiz, ~ l Com flO ui,
tramferido nutra n& pa,a o V. lC cm 1561, ia nur..., definitivamente, ji afldalindo e pcrl'tito Rlo
JUICiro'". (Sta.\,w LIIJT&,A pritJ1'1ir1Ja _, .. do Bruil. Ir, .. P.ipnn da Hüt6rla do 0.-UU", 35 62),
Em S.. Paulo de p· a permanccca poRUl, com o metmn nmne q ~ a,e te e a a n,d..idc oo
plealto, uma d ím çio cneotar, d abrtado-a por essa. ranna c,:o d cal on • " da
Capil'&lJ de te: o de Sia Vi<'ellte e o de Sio P•ulo que voltaram • IM!I', aquele, • parti, .S. 1561 ~
fne, delde 1567, ell:llM~Uiru., para OI {IIC1ll40lt, (ilha. de ttia6i.,.,, de mamei e de lodl
1 Jod os AJcCIIlff p-ude fipn da lerei• e uma das tJl&iores da BnniL ap6atolo do ovo Wldo,
~ Tcocriít 111de março d I SJ,f, DD ftldUID ano cm qnc se criava ■ Co,op,u,hi. de J , de que ;,elo
a- vultOII me.lJ aaiDCD. d..Se a fwideçi_o. Em 1.548l'oí m.1lDdado pd p■la a ·oobra olldo fb
- atudos e f!l'of a.1 Coml)llllh cm J.• de março de 1551., l'fftinda dou aoo, d~ iúod.e GOY!ço para
o Bnall. COiD a ICI\IJlda leve de m, ODàrio■ joa tu. Kta e,otiio pouco maia do qw, ■d ~l do coot~
-J9-
290 A CULTURA BRASILEIRA
fr•n~lnn ••lldc pre,:llrfa, attnivsda ,:,or um acidente 1ofrido cm Portu{C0,1,e • cuj111 padcdmcnto,, o,, •eu•
IUl}crlore Julgaram dor alivio, envinndo-o para nl!'lhorea clim ~. "A'> vl-1 cmbue•do 1 8 de muçll de 1553,
quem poderia oulp 1( r. uereve BRA.sll.10M.-.CRADO,que, oom o correr do on,po aquflt lnv61i o de IQ 1n011,
ravolvtrlo. 1 ordcn e lnfati~ável, um mundo dc.genHDl, opostollt e •mpor11u:lo om o i:Mtoo dei•
lo,:ad~• • hei•m~ni• de Port1><:RIna, terra• de Santa Cru•I" lo /la l'lr ■ tlc;,!ng•, pna o qu~I o
da gnou, cm 1854, o Pe. MANUELDA NósREóA; minian6ri0 em Plratlt1i1111: , no Rio de Janeiro
e oo &aplrlto Sinto: provincial da Companhia de Je1u•, de 15711 o C lt~I d e:,-,lrito Santo> foi
cm tõd ■ t •• fuoç que e,,:erceu, na ensino dos mcnin!J9, rilh01 de lndio• • de colonc,., nu mlnlttEr\11 cspiritu.al
e n ■ prop R■çl d ■ re pel sertões. um eiietnplo incompu "flcio e de
h.-r6lc1 tliidk ~llo. Comp•nhelro ou emíSlári.:>dé NÓ8Rtm poa.a-
billdade, cm (ptt ·e 1156.3), pará e padfü:a,cão do, t , como
ili d: S o P•ul , e cm que pr09tou 1<:rvi!;OO o e:rpul'li 6, par•
rdalllr • MI\I DI' SÁ oo ■w: .,. tl,i guer-rs, ninguém deaem-
pcnhou de t&ia1 • mlu , dil■ taado P'l'" t:õia parte Q-.wndo
ei:n 1S66 Clfdcnou cm Ol'dcn.t aaa••· na &!>.ia, oa ue foi o
p,lm ro ''p<-1• • n«açfo levada ~=o d """ • .,.
olhos d todo,, o mini-.tto de Deus e o miuionArio d.:, r■ t'OD·
• • o 1.entio, palmilhando sertões, pen in&Ddo,
tod e l"'"""eodo • twio, cheg,un • ap o de um.-.
de • u datada, =mo llmiu o
■dor e i:nhslonàrb. U,w!ist3, ort•niZO\I • Arre ua r ,11;,.., - "o pnmein>
momcn10 dr h tif,ti t>ra ilcira -. u,ao~ta dme 156
CM1m ■ d Virt,tm e, em ~ub eem ru dar.
lnlornui o e /r•l.~nros hi5l6ri,:;m, martot
no, dmO!l, 1ttn ...._. cmTU precfosa1, uma C.Jm
. ■ 9 de Junho de IS9 ,
imt:ern1r1m-,c 44 -
= Rcririt.. (a,,tip
e um• vida d.e aµo,talado, - um■ da& mas, 1 o
S.nt<>,
• mai,
r u • qu J• "'""" um mi11i0t1ário em cemu da An>Erli::a. (Cr~. t eis V.UCONC&LOI,Vida do Vone,jve/
1'■. /OH d■ Anchiot11. L -• 1672; Carta . inform110IH•. lr••m•nto• hi t6rlco • ,Mrmilu. Pubf~o
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211de, ■cwubro de 19 O).
O SENTIDO DA EDUCAÇÃO COLONIAL 291
mo.tnr ■Ofll horoe111",NCtevt: A. oa S,nm-Hn.."111!: que rara.g,ente,...,, •Wll loo •• viat;en. pelo Br• li (11116-22),
teve o prucr, oa1 cua, em. que •e h ptdou, de rcpe>unr o, olliot em rosto feminino. Bm Vll R ea, • fc,, que
deu o ,ov~oedcr d• provfDc.la D. °MAJtlttu. 1>&e.uno • Po.1tTU0AL,levou o naturalista rr1nce. • 1up0r que: t«•
Daria • ver u nhoru com qu , no dia uinte ao de lll1Jl chei:ada, ae avistar■, oo ■anu do -pa16d A 11 . o
4urou pouco. "Plnm frcq entemente vltitn II aeuJ mU'ÍdO! que cr.....- o, prlru:i • p« l(cna da cl ailr.
mu, - acraccnta, llu I o -, o avi1t&tn um Csoica mulller'º. (Via.,am p /11 Pto•lncla, do Rio d•
Jan<Jito • d Mln• O ,111•, tomo l. ~íe BtllJlllana, voL 126, São Paul , 1938, p!s. li2). "Du,wn.te todo
o tempo qoc, pu an e • dq C.pitSo V• (conta o 12hío rr.»cb) a dona da do m li""- Bo-
trttmltO, eoquuto c:o0tlam011, wn vulto ·mpAtico fftniDino avançm-doc:em a.te atrav da pcrc.■ eotrube-rtL
Loco. pocfm, que "oltaVll OI olho. pa,11 ble lado, a saihora cksaparccia. g mediaote lllD8 curiooldadc
jao,% qu,e u IIUlhcrat pnx-uram ~ tiva I liberdade de qu,, p:xlnn gouc''. (Vlafem pola Pro•lnda
do Rio de Janeiro • d /IITin O.r■ I•. T'omo 2. Sái.e Bni~:ana. vai. 126-A. Si.o Paulo, 1938, pq. 287).
• .-do Rio Q,.nd ~ em ccr■t. cL■ rca de Slo João, ••e1q R mouram a.m pouco ma do qw, de ouiru
partes da Provtnc:la de MillU Orni1, m • (comenta Sillff-Hn..-.nu,, im~o com a lo • bll e fe•
• , "COQ)O AO nlo f uw onalmeotc &dmitldo e a. que apsrec:cm dianl:I! d b& a6 o l11UM calcando
precooc:dto, maatr■.m muít.u v certa au_llim q e tem q"3lqlla' êoin de ~6wl. Aqv, como a.o
rato cL■ Prov1rloa, u d de e■ e nn- enfiav■m an ebsamentee o rDlto entre • pen,:! do quarto cal
qac me achava a porta n~, ■. nmde me ver .,..,.-.,.,...- ou. .eu.mi plaruu, e, ■e m tav• d ro-
J)Clltc. perubi• vllltw. q e e n, ,.,,.,.. apr .,,.en.te. Cem vezes a.ie repccscota...m comH.IA". (Via, oi
A• n&eamtu do rio S6o Pranciaco e i,./a P-1o•inci■ de Goi.i5. Tmno 1. S&i ,...,., ..,, . 611. Pauto,
1937. l. o lmpbio, oc ucctu.vrno, a cl!rtr, não 90fre:-am ~~tu.toes• vol a'ludan;:a, oo litoral
e no plaoalto. c SAllfT•ftD.Ataa que v;.jou pdo Bnsil, no ~ulo do pcrlodo oru.l (181 22), at ,
M.u Ls:CL&IICqu_e nw vi ÍlO\I, par conta do Jounu.l du Débat'!, quamlo ac prod a Rq>(lb (1 D
lOcl.aeoe viajantes r. m1 obocrv& --=thutcs aeoAo idhiticas sõbre a condiçio aocial d ..U.u 011 Btaail.
fi On,IIDTO h&nul:, Sobrados 01oc:.,i01boa, Série Bra,,ifiana, vol 64, "6c•· 92-43,
29 A CULTURA B A %LEIRA
uma concepção de d ver e, comum aos dois campos em que se dividiu o cris-
tianismo, ' preciso reconhecer no inglês., como até certo ponto no p.ro estante
da Inglaterra e de outros países, maio. independência de espirita. Em teologia,
como em polftica e em ciência, o inglês recusa-se a aceitar as opiniões recebidas,
11 Al'lfÕ"10 5:UGIO, /!n (l;/QI, LI tio., Sc:ar■ N""", 19ti, p!,z_ 23.
12 O au« pmal[6g;jco do,i J .if Q'IIC, pcnu:os anos d~,. da lb:ndaç;o d■ Ord , J tram cooao-
d.,,..dot e<>tnl) m Ire. mai1 hAbd1 e ~r,erimentados d■ Europa, uiD foi. dcll'ido ■penas «& rzleio do 11
ai■tem.. e doo teus, m~todoo de en lno e de çlo,. O fc,vor dOll J>.!ldret" d" Complnbl e o dlo .,. ente com qu11
ae I• çava.n, d ren de l eja, q ttdo la m l1 """"' a ol'emivs da Reforma, n o podl m deixar: de CODCon"ff
pars Ih 11CT■ir 1impatia e .,, preíerll'ldu d familias c11t6)ícas. Nwn■ ■oc:iedlule proí'llnd1mente abalw
par 1rav d coç_ rditlln <;pollticat, e1 ~ r&ucram, maiJ: alto do que_ '!unca, ■llbre íllllda.mta do doe,;na
& d■ Í , O prilldp10 de .. catollcidade", de OOJV ulidade, que lhe, ptnrutll de_,.,. •cllll• dc,u compctiç6et:
e dos anta :onl.,..o, oa.b.. 2n, uma bandeira de i:u=a, a que desenrolan.11>, U>&t par■ plantarem o ..,.
ta~ d• pU • cu.i• 90fflbr■ d~m ª"olhu-se todoo os po,,.it, quando a6brc 1 •e o dornIAio da
l&ro:i.: ao íundo, 'llõ:I• nov■ ·~ de "impabfimlo idcol6;i,ico". he prini:Ipi<> de wúverulidade " ■ u~
,bedorl■ C'Olll que o pn,,c,u,r otobt.loca, • odando a ,,.t:nms~~ciil de doull"UUI à vidade de, m ~••
Vort/1., ln ••• •ua~ilu ;,. modo), lha "lltou o ml'l-to de E1■ ftfera de &Ç,io, m "onirl■ e edw:adora,
atrav e lk'.im■ de 11:la:Ju írontelra . msino direto do ratim, qu.e era dado c,,mo "LIA;ua _.c,ra1", io-
tc:nadan■l, do ho,n..n culto, e qu.. ClOaJtit11r1, com o r:rc,a:o,• b1tae d.s• twma:nidadca c1 icat, úvtH.m, ru, cntan.to,
A CULTURA SRASILE RA
elites culturais. Foi nela, de fato qae se formaram em direito filosofia e me-
dicina, "qua e todo os homens graduados do Brasil" e se despontaram para
as letra , a medicina e a magistratura aJgumas das figuras de maior vulto de
nossa hi t6ria in elcctual, nos três primeiros século~. Mas cons rangendo os
jovens brasileiros a completar os estudos em PortugaJ, em vez de atingir os
seus prop6sito , de "desenraizá-los'', de lhes quebrar os impuJ os de indepen-
dência ou d a rebeldia natural de filbos de colonos de aportuguesá-los, o
que aJcançou a polftica da Metr6pole foi aproximar e tomar conbecidcs uns
dos outros, tudantcs provindos de capitanias diversas e, por essa forma, alar-
gar-lhes o horizonte sôbre a pátria territorial, acima e além das fron eiras de
suas provincias. Se, por um lado, êles se tinham de tornar, como se tomaram
de fa o, prisioneiros dos hábitos morais e intelectuais, contraídos no ambiente
univer itário portugu~ , as lembranças da família, as diversidade de costumes
·e de tendencias, e e situação de inferioridade em re1ação aos estudantes rein6is
tendiam, por outro lado, n uni-los entre si, a atraí-los para o Brasil e a faze-los
desccbrir o despertar de um sentimento novo, - o de uma pátria, primitiva
e rude, de fronteiras móveis, em formação, de que começavam a ter uma visão
de conjunto, e não teriam tomado consciência, no isolamento de suas capitanias
distantes. Pois o sentimento nacional não se desenvolve sõmente pela comu-
nidade de raça ou de língua, nem mesmo pela livre escolha de uma vontade
refletida: E o impulso de todo o nosso ser que, uma vez despertado, nos proibe
de pensar que poderíamos pertencer a uma outra pátria que n.ão à terra que
nos viu nascer, - túmulo de nos9os pais e berço de nossos filhos.
Mas. aJEm dos colégios estabelecidos nos séculos XVI e XVII, para a mo-
cidade colonial, de quem foram os primeiros mestres e a quem ensinaram as
letras, fundaram os jesuítas no éculo XVIII os seminários para o clero cuJar,
a cuja formação troUKeram contribuição inestimável, na úl ·ma fase da Com-
panhia no Brasil a a época de sua expulsão. A Ordem, cm todo !sse período,
teve qu e exclusivamente a seu cargo não só a educação do l'apaz br ·-
lciros, mas ainda a formação do clero que passou a ser recrutado principalmente
entre os elementos locais, preparados peloo jesuítas quBDdo no culo anterior
se cons itufa, em grande parte, de clérigos portugueses. O fervor cat6lico dos
padres da Companhia, a sua cultura e a habilidade profissional com que xer-
ciam o magistério. a escassez de sac.erdotes, no clero secular, m condiçõ
de assumir o encargo de preparar os candidatos às carreiras clesiés ices, le-
varam os bi pos na Colônia como em Portugal, e até certo ponto em tõda
Europa, a confiar aos filhos de Santo 1NÁCIO a formação do sac rdotes e a
direção dos primeiros seminários. Se o século XVI em que avulta, projetando-se
pelo seguinte, a magnífica obra de catequese ou de conversão do gentio, foi,
do ponto de vista da instrução, o da organização do sistema do nsino jesuí•
tico, e o s'culo XVII, o da expansão horizontal de&se sistema, quase inteira-
mente construído no primeiro século, êste último, o XVIII, é o da organização
dos seminários, de que apena um se estabelecera anteriormente. o de Bel m,
da Cachoeir (Bahia), fundado em 1687, a instâncias ou por iniciativa de ALE·
XANDRE DE Gu Ão. No sécuJo XVIII foram, de fato. criados, além de outro,
menores o semin rio da Paraíba em 1745, o do Pará, em 1749, o do Maranhão,
cm 1751 e o de Paranaguâ, em 175 , s.endo os dois mais importantes os do Pará
e do Maranhão, que consti uíam, desde 1725, uma vice-provincia da Com-
panhia, com. dois grandes colégios e dois seminários.u Ve-se, materialm e
14 Sbl'!lfflte o HffllDlrio d B~l&n. d• Cachoeira, íund!tdo pelos jesuf .,. ·s. i , 1 7 oo. -undo
PKDIIO ON, m 1 , • Mtlnri de Al.SXARDllt Dlt úu5'1ÃD. prtt,edeu m doit ae.mlllArl de o J e
de SI P ,.._ bd=d cm 17 9, no Rio de Jan -ro, p« inici-.ti,ra do bopo O. Fr AH1'ÕHIOD 0UADALU1'&.
frade Crtod1C9oo. O quatro kfflÍniriOI fw>c!Adm pela CQmpanhia no lécnlo XVUI, - Parana1ul. Da PaTafba,
IDO Paz; e ao M.,.nhlo, foram poster or • euu duu irutitulç3es diDCe98D&t, cri&d&I poc- prov do b po
304 A- CULTURA BRASILEIR
falando nessas iniciativas uma3 após outras, aper ar-se cada vez mais o c@rce
da Companhia a volta da educação da sociedade colonial, para onde convergem,
no ~fôrço de estender o seu predommio, ôdas a f, rças e todo os recursos
dos j u1ta . Fundadores de seminários, para a formação do clero secular,
co:itribu{ram não só para elevar o nível da cultura religio no Brasil mas,
formando sace.rdo es mais tarde padres-mestres e capelã de en enho, trens-
nu am o u esptrito e a sua cultura àquel que, d pois da expulsão da Com-
panhi . se tornaram de certo medo o depositário da tradição do ensino je-
u.I ·co, e o principais responsáveis pela educação do menino brasileiros.
Não fôra a contribuição trazida pelos jesuítas • preparação do clero secular,
no us seminários, maiores e menores, de que saíram em grande part,e os
padr -mes s e capelães das casas grandes, e não se cria conservado ·a tra-
dição humants ica e literária do ensino jesuítico tão viva e intensamente que,
70 anos d pois da saída dos jesuítas, ela ressurgiu, em todos o colégios leigos
e confessionais, inteiramente vitoriosa de vârios embates com tendências e
correntes contrárias. ~ certo, que para isto, devia concorr r no século XIX,
a pressão de outras influências semelhantes sõbre a velha cultur colonial que,
t ndo- deslocado da 6rbita dos jesuítas, caiu, no s6culo seguinte, scb o dQ--
aúnio da Hngua e literatura francesa que, tomando-a as mais humanas e uni-
versais da Europa, operavam a penetração intelectual no mundo cujas idéias
d!ncias se infiltravam em nossos espíritos mais do que as de outras nações
Quando ela passou a gravitar em tômo dessa literatura univcrsaJ, didãtica.
im essoal e desinteressada, mais do que nenhuma outra fie] às tradições clãs-
sicas, a cultura brasileira não teve de desviar-se scn vclmente da linha de
direção literária que lhe imprimiram os jesuíta!, educador do Br sil colonial,
e o principais educadores dos franceses desde a fundação da Companhia até
a sua extinção por CLEMENTE XIV em 1773, e, portanto, 14 ano depois de
er sido ordenada por POMBAL a expulsão dos jesuítas. Mas se ob armos
a entamcnte o que e passou após a partida dos padres da Companhia, será
fácil verificar, apesar de tôda a decadência do ensino que dela resultou, no
último período colonial, a persistência da herança literária, clá ica e didática,
que faz parte, com a herança católica, das maiores tradições deixadas por êssea
religioso que tiveram a direção exclusiva da educação e mentalidade coloniais.
A explicação dêsse fato encoqtra•se não s6 na atividade pedagógica das ordens
maná ticas como, sobretudo, na influência direta que os jesuítas exerceram.
de de os fins do século XVII, na formação do cloro brasileiro, pr arando nos
seminário várias gerações de padres-mestres e capelães e fazendo do clero se-
cular que lhes devia sobreviver, o guardião d u11stradiçõe pedag6gicas e
literárias.
Assim, pois, "na treva espêssa e profunda a que Portugal atirou o Brasil"
como escreve VrRIATO CORREIA,"só nas vizinhanças dos colégios dos jesuítas
há claridade''. 15 Nos colégios e seminários foram leso prim ires e, no século
EM LISBOA.
C-0mlicenfadosSuperiores.
lgr M4noeld, s;z,,~.
300. P.'t!n d TOlilO da J ... diçâo da Arte da lincua lm .. mca, do P . LUIZ FlG P:IRA
(l576(?).J64J), uce/enre contribui,;ão par• o ,. tudo do tupi llll#ldo no nottr do Biasil.
Pub/1.,,,do provnvelm "'" em 1621. Eremplnr ,-,/,rente na Blbl/01 Nodonnl d Lí,boa
299. Plil)nll //na/ do Voc:nbul o na linguo bra ilic11, d
1621, de ,iuror dcsconh e/do, único em todo o mundo (cl. StRAFIM Lr:rn:).
publlci,do por P1.INIO AIROSA, em 1938.
s rito em Plrntlnlnltt
Fotccópio do Oabin t d Etnografin da Faculdad da Filosofia de S. Paulo, Fotocópia do Gabinete de Etnografia do Faculdade de Filosoflo do S. Poulo.
301. ltrejs do ontii_o Coléaio dos Jesuítas.
Salvador, Bahia. - Foto VOLTAIRE FRAGA.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti..:a.
320. Semlnál"io de MariatUJ, que /oi. desde os lins do século XVlll e por to:io o período imperi81 o maior
centro de estudos humanísiicos, em M;,uu Gerais.
O SENTIDO DA EDUCAÇÃO COLONIAL 305
XVI, os (micos mestres do Brasil; nos seus colégios e nas suas casas e formaram
as primeiras biblioteca e, por iniciativa da Academia dos Seletos e de seu pre-
sidente, - um jcsutta, o Pe. FRANcrsco OE FARJA, fundou-se, no Rio de Ja-
neiro, no a!culo XVIll, a primeira oficina tipográfica, destruída mai tarde
por ordem do governo português ( Carta Régia de 6 de julho de 1747 ), que
'tmandou sequestrar e remeter para Portugal as letras de impren a proibindo
que se imprimissem livros, obras ou papéis avulsos e cominando a pena de
prisão para o reino".'' A ausência quase absoluta de iniciativa dos colonos
que, ao contrário do colono inglês e protestante da América do Norte, não
trouxeram, com o ideal religioso, o da instrução: a penúria. e a ignorância dos
clérigoa importados do reino, e a inatividade externa das ordena monásticas
4tUese mantiveram, at~ os fins do século XVIII, recolhldas aos seus conventos
e fiéis às tradições ascéticas, concorreram, como outras tantas causas associadas
à poUtica negativa e absolutista da Metrópole, para deixar o campo da educação
colonial inteiramente livre e aberto ao domínio pedagógico dos jesuítas. Edu-
adorea, por vocação, mestres notáveis a todos os respeitos, @lespuderam exercer
na Colônia, favorecidos por circt,mstâncias excepcionais, um verdadeiro mo-
nop61io do ensino, a que não faltava, para caracterizá-lo, o apoio oficial que
lbn deu o govb-no da Metrópole, amparando-os, na sua missão civilizadora
e pacifica, com largas doações de terras e aplicações de rendimentos reais à
dotação de seus colégios. O govêmo de um país como Portugal, "que se exauria
cm tentativas coloniais desproporcionadas cotn seus recursos cm homens e
meios materiais", tendia forçosamente a concentrar todo o seu pensamento e
todos os cu esforços na exploração e defesa das colónias: a ducaçao não lhe
interessava cnào como um meio de submissão e de domínio político, que maia
íàcilmcnte se podiam alcançar pela propagação da fé, com a autoridade da
Igreja e os freio da religião. ~lc a confiou, na Colônia como no Reino, à Com-
panhia de Jesus, jâ famo pela superioridade de suas e colas e que, pelo cu
~o apostólico, estav mais do que qualquer outra ordem cm condições de
realizar uma larga obra de penetração e de colonização das terras de Portugal
no Novo Mundo. Não in crveio o govêmo diretamente nos planoa de ensino
e da cultura senão para criar, à margem do sistema jesuítico, escolas cm que
te aprendesse a jogar a artilharia, borncar a peça e carregá-la, e a conatruir
fortificações, como a escola de artilharia e arquitetura militar, da 'Bahia (1699),
e aula de artilharia criada cm 1738 no Rio de Janeiro, ou para cortar pela raiz
jn1tj.tuições, como a universidade e a imprensa que de futuro pudessem cons-
tituir focos ou instrumentos de libertação dos colonos. Com a mesma menta•
lidadc com que, em Carta Régia de 19 de março de 1614 e pelo alvará de 21
de fevereiro de 1620, proibia ao governador geral de visitar as diveraas capi-
tanias sem expressa permissão de El-rei (convinha, para imperar manter as
capitanias senão divididas, distantes e isoladas), recusou em 1675 a equipa-
fação do colégio da Bahia ao de ltvora e mandou queimar e destruir cm 1747
primeiro est bcJecimento grãfico que se instalou no Brasil. . . A uni ver i-
dade e a circulaç o de livros impressos podiam constituir ameaça à unídadede
patirão cultural e um perigo para o despotismo lusitano. Largado inteiramente
nas suas mãos, hábeis e firmes, a Companhia de Jesus que desde 1555 dominava
ensino público de todo o Reino e só no continente, no mo.mente de sua cx-
,pulsão, tinha 24 colégios e 17 casas de residência, conseguiu organizar o ensino
colonial, nos s us 17 colfgios e seminários, como entendeu de acórdo com os
-prindpios e padrões fixados nos seus estatutos pedagógicos. A treva csp&sa
dos caboclos catequizados, quer entre rns irmãos leigos e pecializados num
grupo de oficies. os noviciados da Companhia, e, mais geralmen e antes
de tomarem a roupeta, já se seleciODa.vam,pelas sua aptidões, os religiosos
que d ·am ascender aos ministérios do sacerdócio do en ino, e aquêlcs que,
•nado o biênio de provações, seriam aproveitados nos ervit auxiliares-
ou na atividades manuais e mecânicas.. Os jovens irmãos leigos, vivendo a
mesma vida religiosa e trabalhando lado a lado com o mais lhos, mestres
hâbeis e experimentados, faziam a sua aprendizagem, neste ou naquele ofício,
em condi ões que satisfizessem aos interê-sses e às exigências de casas, igrejas
e col!gios. Ma tudo isto, a exploração de suas fazendas, de que vendiam os
produtos; o aproveitamento do trabalho do escravo ou do indio e a própria
formação profissional, sob a pressão das circunstâncias, de um corpo de mestres
oficiais, não eram senão meros instrumentos meios para a realização dos fins
religiosos e educativos a que se propunham os padres jesuítas. As técnicas
utilitárlas elementares, necessárias à missão civilizadcra da Companhia, como
vida colonial, e bastante simples para exigirem uma formação especial, trans-
mitiam-se diretamente, de uma geração a outra, e não constituíam objeto de
nsino para. os rapazes, nos colégios de padres. A vocação dos jesu!tas ra outra
certamente, não a educação popular primária ou profissional, mas a educação
das classes dirigentes, aristocrática, com base no ensino de humanidades clás-
sicas. Aqui, como por tôda parte. Hoje, como no penado colonial. Os seus
colégios instalam-se de preferência nas primeiras cidades do Brasil e à sombra
das casas grandes, no litoral latifundiário, onde se recrutam os seus discípulos
e a tabilidade da familia patriarcal lhes oferece à construção do seu sistema
de en • o a base segura e necessária que dificilmente podiam encontrar na so-
ciedade, molecular e flutuante, dos mamelucos caçadorea de índios e de esme-
rald s ou dos criadores de gado. Embora, porém, mon da para uma sociedade
tipo casa grande, latifundiária e escravocrata, essa educação "de classe", longe
de contribuir para fortalecê-la no sentido português pé-de-boi, de que fala GIL-
BERTO FREYRE,concorreu para favorecer o desenvolvimento de uma classe di-
rigente nova, já cm plena formação, desde meados do s cuia XVII, - a da
burguesia urbana, Esta contribuição do ensino jesuítico, europeizante, univer-
alista, no processo de urbanização de nossas elites, já foi observada com lu-
cidez por GILBERTO FlmYRz, em vários pontos de suas obras fundamentais.
Não me parece que os padres, como êle pensa, visavam o dom(nio social sõbre
o patriarcalismo das casas grandes, quando "se esforçavam em fazer dos me-
nino , o mais depressa possível, homens ou adultos" e estimulavam a preco-
cidade literária "que se tornou tão característica do menino brasileiro, no re~
gime de vida patriarcal de nossa formação". Mas ! certo, como escreve o
grande int~rprete de nossa vida social, que "os meninos nesses seminários e
col~gios foram um elemento sôbre o qual, em vez de se acentuarem os traços,
as endênc· as por um lado, criadoras mas, por outro di soJven e:s,de uma for-
ma o excessivamente patriarcal, ã sombra de pais heróicos, de indivíduoa
em extremo poderosos, senhores de casas grande , quase independentes do
mundo, desenvolveram, ao contrário, o espírito de conformidade, certo gôsto
de disciplina, de ordem e de universalidade que os padres e, principalmente,
o jcsuf souberam como ninguém comunicar aos us alunos brasileiros..
ertad•ote1.. BnttYam
O¾, e aiids lh:9 s:>bravano p:ua o~ ill:tciu e atl .,,.
-~a, • a bofr:a cb co!E.io ,... o r O p.._ Slllt,.Pl.11
,arl>rnlS~I, rcfere-w. "a ap»dJ> c:m !"i.a1tlo CAtD •1 cultur11.1"de plantat
dM je1n,!t:a,, dT.lllc in'a,;l{anun psra A1 01 puti .
~• d.e pdo eram mo:lewcs. D.tu abuted m 01 rofin e miuiolliriot;
e lnl\awrm
11111 l:!"abalbl!d«cs, ;:oeral'oo e livre,, que rivb.rn do, e -padrc:t". (Op,
dt., i,At. U),
O SENTIDO DA EDUCAÇÃO COLONIAL 309
1 Gn.asuo f"llrrn, Sobrado • mocambo&. São P.1.ulo, 1935, pip. 93, , JOO.
20 JOAQOlN NA'BV00, ]OH do Anohieta. A tlsnif"tq,çã.o n:aciooal do Cenmnitlo Anch . ln '"UI
Ceat~o do V Avd P , Ja.6 de ADA:hicta'", p , Jlli-327, Paris-Utba,a, 1900.
310 A CULTURA BRASILEIRA
21 2- quettlio • Que j6 one rcforimoo, do llldu.mcs,.to ÜOI lndiot, pode aer .... carada •P meno. 10b tr&
•a:pectol rundamentala, o que O!IJeaultas 1><etendcram, eriando " o,,.niu.ndo a\dcl•• pr6prlu p • ot htdl01;
.. coDocqlltnr.illll, p11ta .. popuf•çac. e culturu priniltiv.u, ,e,,e~1da1 pelo, je1u!tG1, e o, crelto1 que rc,ult■r■m
oa podiam r.-.ultu dh1C1 IIU11il•m.ent0,p...-- a soc!ed•de colool ■l em rormlçio. A fd~• dc1tH irr~nd~ co11ccn•
t,.ç5el rol, eutarncntc, Jo,pirada •o• jnul.tu po,lo prop61lto do ■=rv-ir com rnal; '"lcl!acl~ à 1u1 voa;llJJ catequi t.a
e de, arcanl"9ndo 6. man~ curõptl■ e oegw,dQ os 1cu1 ;dclli<Im rala e •~lltlon1 u po11ul ■t~ lnill&ertaw,prover
melhar à■ ■uu nec:eHidados o,lrituail e mB.teriais e à pr6pria dof9,1. doo !ndloa convertid01 e empre 1tmeaç■d<ff.
de -- te,;lmld01 ni:ravtdl<>. Nessa ald<9mento, gov.,.n.adQI pelo p■drc,, OI lndi<>,,co1110CICl'OVI! SKJ1Ar111
L.l.rT'I, adqulrlt11m h'bitOI de tnbalh<>, cwtiv,.vam u terra,, ,nvlam tnllri lment~, eilw:avam o■ íllho,, e exer•
dtall'UD H lndihtrlaa l'nlllt 1111Mbe neeeuftrias- que as jetul m te Ili •llflnavam". (l'lltlna~ da
hi•t6d1 d~ Bra,11, 1937, pA~,. 19 e 'W}. ~ oo je-1\ll~ ,e del!idlram • eoa~r 6•101em Ili riH, pan lhes r••
á!Itar • vida e •lo. -lhOI', e que se esl'ClrÇal'lln, par chr • eu. • p;,plllac m•°" Dfll'UtlAC o poqlvol
d=tro do pc>GLO de ru da Juei e d -...u. i<!.ud ~:::i•i e peda,c6 ',: , nJo b.t dCI.~. , como o
O!UlBIC'O hff••• ua.mluado a qim,tb • o,nra hu, •·era todo o riffll~ da ri • IOCiAlque ,e alterava O.Oll lodi
Os povo. ..,.. Ylda dlJpcna e oõm.o,k -~" "' d d oa, q a o íor;ados • JTII~ o:0<1U11tnç!o
e • acdeatarlcdade • uta". O• padres, - co=lui Ga.aa.,-o P:anu q c,o,uiilua, por 1....,, deh,ib-~ •
illflll!Dcia -. foram ..,i, bte lllpcctD. "p= ageo.ies .. "'P= d ra,;b de .,. ruo VOI". (C.••
.r radtJ o .. n,raJa, 1,• cdlçb, 1016, ~ 76-17), O próprio p., SHAP Latn. d Comp obi de Jesu1 e
..,.. hll • .or lhum, lllo dcilll de r«onhectt .., menos em snnc leilrim dane d.,..a "'1tic'■, quaodo ,nna
que "01 lndiot, acoo1wnado. • wn• vida d.e di,pcAã-, pd t!lva,, e r mtbm 110 co~ de lpb'to da po-
voa~ De vu em quando, eram v1t:hn,.,,dn impalodirnio, d boxl~ e de outr I epl emt .. ••. {Op, eit., pàJ. 20).
• podc-x aprecw • lniclatin dm jesu.itas ainda. w'> outro prl1m , 11to l, p<"lm cíc.lt.OIqo~ produdram DO
podiam pn,dozir, w M1totld01, !slCS IÜdCl!1Jl"ºtos formado, como v hddro, qUi 1<>1,ta11 m•IJ peri1tos01 10
Ol'llangmo o cio , qu• b • or 1nln~ g.1~ fo:~ d"v• a d\vh!JI~ m:iltlpl d J p ,.,. t.oGdi ■ a rcmu,r quaoe
•utllnom enQ J"OYnac ■ m«india.o. ~ a atitude doo Juu!lu co ':r ll ,: ~• ao lndln na c11plar çlo
i.ndu.triru ílc-arll, cvc o Pc. S a.u-n,, 1.'llT&, "r.a '1irt6.-í1 da '1um ■nhàd• coino ma da mp )> nu,
pur • a Cavar .S. Ubcrda11c bWl>ll.U", • m.edidl<d:tn sldcam.eotft, p~!lc, 1cl<.::1 , llli pan dcfcaa d Hberda-
dc do tn.d.io.eooutituiu a11ttt um omtkul,,3 à mÍSt'Jill. de r t e l ~IICO tt ,:lo d~ cultu....,, e uma ameaça à
a unid, r IOCI.IJ,IID 1ica ~ cultural. cm í0n11~ç~o e a q o, Jc,111l1.Uprataram , de prlmtir•
ardem, em tao outra, niciatóvas. ~lnlllo e que p dr "'" 1, <n, a• ~u OfT nil'&IIU com o fim
np,euo de tivlJ' ndi , atli,:iam, tmnb~m, aio.:1• qu ••m vl ,,1 , o ol:t;ctl,ro d~, a pri.lldplD, ncu o.
etêco. • cllcp.r d di:m'l>i~ total ~ obn. de ea ;h d flldlOI L,111. r,■adCI ldda1.
O SENTIDO DA EDUCAÇÃO COLONIAL 3ll
época, não s6 uma êssa ignorância das matérias que ensinavam, mas uma
ausência absoluta de senso pedagógico. Embora menos rígida e disciplinadora
do que a dos jesuftas, de cujas tradições de ensino foram como que os deposi-
tários, a a •vidade edag6gica dos padres e capelães de engenho orientada pelos
mesmos objetivo , d empenhou um papel importante na conservação da cul-
tura brasilcir no sentido europeu e de sua QD.idade no sentido nacional 8
GILBERTO FRRYREquem observa e sublinha essa influencia dos cap -es e
tios-padres que, de colaboradora da ação dos jesuítas, se tornou principal ou
preponderante depois da expulsão dêsse~ religiosos. "O número de homens
ilustres da época colonial e dos primeiros anos do Império, que receberam sua
educação primária e secundária nos colégios de padres, sobrepuja, escreve GIL-
BERTO FREYRE, o dos educados em casa com capelães e tio -padres. Capelães
e tios-padres que, subordinados mais ao pater-faaulias que à Igreja, não
deixavam, entretanto, de representar sob a telha-vã dos ca!arões patriarcais,
aJguma coisa de sutilmente urbano, eclesiástico e universal, - a Igreja, o latim,
os clãssicos, a Europa, o sentido de outra :vida, àlém da dominada pelo olhar
dos senhores, do alto das casas grandes". Educados com mestres leigos ou
clérigos seculares, nas aulas e escolas régias ou com os capelães em cas.a, nos
aigenhos da mata nas fazendas ou nos sobrados da burguesia 1'dondc já ra-
pazotes seguiam quase diretamente para Coimbra" ou para outras universi-
dades, os rapazes brasileiros continuavam a receber uma instrução quas sempre
inferior, quanto ao nível, mas certamente semelhante, nos seus fins e nos seu,
métodos, à que outrora lhes davam os padres jesuítas nos seus famoaoa colégios.
Se à instrução cm casa, para as familias abastadas, e a essas aulas régia • muito
pouco freqüentadas se acrescentarem a atividade desenvolvida pelas ord
monásticas dos carmelita , beneditinos e franciscanos que abriram novas aulas
an seus conventos e mosteiros para estudantes seculares, e o en ino preposto
à formaç.ào sacerdotal, ministrado nos seminários de São José.e de São Joaquim,
no Rio de Janeiro, no de Pernambuco, criado em 1798, e no do Maranhão, fun-
dado em 1805, pouco faltará para completar o quadro das atividades e instituições
escólares, no último per!odo colonial, desde a expulsão dos jesuítas att a vind
de D. joÃO VI para o Brasil. Mas, sôbre tôda essa instrução, inorganizada
._fragmentária, cujo nível se rebaixou senslvelmente, mas que permaneceu fiel
i tradição da pedagogia jesuitica e aos seus valores essenciais, mal se projeta
na Colônia a sombra do remodelador português, a que não se pode negar nem
largµe.za de vistas nem fidelidade aos propósitos que orientaram os seus planos
de reformas em que tão poderosamente influíram as tendências do enciclope-
dismo francas. O novo espfrito filosófico e científico que inspirou a reorgani-
dçâo dos estudos superior em Coimbra, aparece, nas aulas e nos colégios
de religi0&0s,como uma solução ainda bem fraca e singularmente neutralizada
quer pela ignorância dos novos mestres, quer pelos resíduos importantes da
velha cultura disseminada pelos jesuítas.
A reforma pombalina planejada para o Reino, não só golpeou profun-
damente, oa Col nia o ensino básico geral, pulverizando-o nas aulas de dis-
ciplinas isol das (aulas r •as), sem qualquer plano sistemático de estudos.
como ainda cortou, na ua evolução pedagógica normal, o desenvolvimento do
ensino para o planos superiores. Tanto ao ensino médio que dissolveu no
regime de "aulas' , como ao ensin.o superior que se achava em e&bõço no curso
de artes do plano jesuítico, subtrairam-se tôdas as possibilidades de dcsenvol•
vimento, com a fal .a de recursos e dos órgãos necessários a assegurar a conti-
nuidade da ação docente e os seus progressos. A unidade fundamen 1 de pen-
samento que dava Companhia e aos seus órgãos de ação o poder e a prepon-
!16 CULTURA BRASILEIRA
d ãncia que teve na vida espi.-itual do povo brasileiro como por tôda parte.
transmitia- e, através de tua organização cerrada e admir velmcntc hierar-
quizada, que facilitava o enquadramento de todos os seu recursos de ação,
favorecendo a um tempo a unidade e a autonomia de seus col~os. N reforma
pombalina, ao contrário, além do regime de aula , qu enfraquecia odos os
esforços de organização, a distância entre "a diretoria aal de do ' (no
Brasil, o próprio Vice-rei) e os mestres, não congr ad~ em colégios as dis-
perso , sem órgao. intermediários permanentes, nem permitia qualquer ins-
peção eficaz nem criava um ambiente favorável a iniciati as de vulto. Tudo,
atE: os detalhes de programas e a escolha de livro , tinha de vir de cima e de
longe, do poder supremo do Reino, como se êste tivesse sido organizado para
instalar a rotina, par-alisar as iniciativas individuais e estimular, em vez de
absorve-los, os organismos pa:rasitãrios que costumam desenvolver-se à sombra
de governos distantes, naturalmente lentos na sua intervenção. Esta foi uma
das rs,zões pelas quais a ação reccmstrutora de POMBAL não atingiu senão de
raspão vida escolar da Colônia. Do corpo de reformas empreendidas pelo
ministro de D. JOSÉ, a mais importante foi sem dúvida, a dos estudos univer~
sitá ·os, onde mais fortemente se fêz sentir o pulso vigoroso do remodelador
que, reformando as escolas menores (alvará de 6 de novembro de 1772) e in!I•
titui.ndo os fundos escolares (alvarâ de 10 de novembro de 1772) acabou por
atingir em cheio a Universidade de Coimbra, dando-th novos estatutos e
abrindo, com a criação das Faculdades de Filosofia de Matemática, novo
horizont à cultura nacional e ao estuoo das ciblci s de observação. Mas
nenhuma instituição de ensino superior criou o gov~o português no Brasil.
elbança do Real Colêgio dos Nobres, fundado em Portugal em 1761 ou
nos moldes das faculdades. novas ou antigas, de imbra. A única tentativa
inter san e a ês3erespeito foi o curso de estudo literãrios e teológicos, criado
pelos frades franciscanos no Rio de Janeiro e organizado no mold da Fa-
culdade de Teologia, da Universidade reino}: pela sua organização e pelo seu
plano de estudos (grego, hebraico filosofia, bis 6ria eclesiástica, teologia dog-
mática, moral e exegética), êsse curso que foi aprovado pelo alvará de 11 de
julho de 1776, destinava-se antes à preparação pecial e profissional de sacer-
dotes, e não se pode, pori~so, assinalar, segundo p nsa Joslf VERÍSSIMO, "como
a primeira e única te11tativa feita no Brasil para a instituição de um curso uni-
vcrsitlirio de estudos superiores e desinteressados". Da reforma da Universi.
dade de Coimbra 2' empreendida por POMBAL, o Brasil não colheu senão os 'be~
neffdos que deviam result~r para os jovens brasileiros que a &se tempo foram
Z4 A Universidade de Coimi,,-a que teve- papel t.lo imporqote na formaçlo d11 elita e oa al.,..o da
mentalidade bra lltlr•, no pe,,lodo C'Oloaial,at~ o primeiro q1&artcldo ~cu XlX, 6 aind hoj • Onk• 1Jnlvcroi•
dado e tente em POl'NJ;al. Fundado em Li,st:,.,. • L• de marco de 1~9 . por D. DaNn trarurorlda pdo m~mo
Juvtmo do rd•pocta para Coimbra, ""' 1308, n,g,-enou a LI.o~ em
an l3S4 e de,,J~ ■irwa ms ,•cz cm 1377 para a apitai, onde ■ eco
•• Kl' r tu! • •º velno burgo
• ;ra e reforra de D, Jo.lo Ut
,;iu:~ cm 1537 • ost lou ~llrutival'.Qc:nte cm Coimbra, tnn~omul>d tro lot h:ctwll d n■çl>. A <"e•
ronn■ J na e a fwi o do C~Et;io dilS Arte>, c,úa dl~ foi • ,A,111:1d os OollV&J dep '
., r■ m- 01000 01 C0UVZJA. "principal." .s,, Col~io de s oiv ldda
de Pari e aw antiao rei-. abritnm o perlodo ID3ÍI • i., tarde,
cm 1555, o Col io • Artes. ao qWll EI-ro COIICedcta• •
ea, Coi.mbn, foi e ~ lo di~ dos jcsufta! q~. ao
ua de ~- Ã U<>i?erfflidc de
e Jurldical, tCOWÇJIe mcdlcina, que,
Com• mon.c dtO,Jolonl cm 1,S57,eotroaa=ivemdade
·pc,mba • c:onrb11tco com os je,ufta e 1
Ih ín 7-l 71l), de nws de d"'9 s«ul
• ilc:irot qoc, de.de •~ do .Eculo
pan aplicar o nw que DM Uz lo li
o o wúeo ceotro patuti,b de cultura
te • !P5ria.d.s n:otuura. d U
rql.lb V..itnd~,~- a fa.K-m&is imp d . P,-
pomballDOI o I l'C01'1 IIÍ"'11lm, era ~ oov r, de Te!>loSI•, CltlOQ ,
dld.t:., ~o ldlld9 •• crie,am duu o,.Jtr,.., a de~ e• de Pllo■ :alla em q e cooq mo 1•11 lusar, a,
pl•a.o de !Ur.loa1m1v~tluios, "' matemática, (dlculo hlt~ o dllercnda!J, u cl!t1 1 ílako- tem uc• 1
O SENTIDO DA EDUCAÇÃO COLONIAL 31'1
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CAPÍTULO II
-21-
S22 A CULTURA BRASILEIR
1 i;llo ln• r.mm r«:lum.o,e, escr""c C,ó.prn,_ 110 D~ CICPUl)Clr a vi11acld■dc e a e,:.
panu,nel pll M,erunQI e !ll6Ínu AndaYL"tl ttua em e e de c:lnço anm; nll!I dnco ■ nm
•;ln r,,,n■s carrrua. Se pott,m iam !I igr~;; .,.., • ai um. tiam e m o rli:cr de cwte
vaod", c,om, • dirtteO? •~, d.as dim~. Poucm aprendiam a ler."(C.t.PlYnA.110aa Ainuru. C,,pítula.
do ,.;,i ' Páu, 21W-210}. N.,. col!;:j:,s de od,e.,.,n d baituua,mCSJUo
quando fi , tristes e ealatl-"O. O. ,. 11dru't e Slo Joaqw_m, no Ri:, ele
J tu,tro, l'lCll: d.aí o •~dn de '·carn • qu• "" com-d ■ era
mol 16,.l cm 1668, na sua~ ■o pi , visitando
r111 Co coléria fut>daiio pcb Pc Lu t ta 1111 o
mamo e: no r■ lf\MO c-!qi:, do ~ e do Cmp&io:
''oi 1 70, ....,..~ Be, nnm tod ~ ·ll'll••. li. Tl'IMi. 1.•
, • MDtl'O Vrlho. Sso Paul"- 19'-I , pl • da b11 ti-,
trubm a■ D'l~DOI ~- preu, IIJD"=tando, "º traje - precoecs'".
CJ1\l11Ctlltkam1enl'C bc•DnJt
A unlfonnldade do tn.jc, ■:ada que -=~•o e arinocn,ti<:Q. conu-
e m lat;a■, que, j6 cnm aclmjtid<J1, ~ di'.!tinç:ib, DOI ~o, " ue pareceia
,.,. sido bana eir ~ csçotu j.,...ll:ica.3", ji, desd o tá:ulo o ■!cul XIX,
na m or n!I u a0 llu rEv.iu como a~ «l!ti<K !,titios ou conr OIL•UTO f"Rn11a clt , rcpro-
du.clodo-a aa Rqia de 20 de novembro de 168fi em q an ndo qu M col iot d
rdld..- exel ou alo que,iam admitir O!J ;,an:IJ,o, drtenni:ia que , ada■ • ~ c, çl~f•IOI. "• !,itc:1
li , 1cralmentt1 16 1)elJl qualid-.de de J>'l'dos, porqu• "" ncol dt elt • devem comum • todo o 1!0"1'0
de p ou km aecçlo lll&uma". (Cl'T. Casa grandt! • ••n•ala, Rio, 11133,1>ilit•• 4-41,.,.42).
AS ORIGEN DAS INSTITUlÇÔES ESCOLARES 32
Seml.,Arlo de 011.nda, ·ndc devicut1 manífem,r-ae ~ tarde o n.ovo p!rlto m6tod impl.ln d011~I• rd"on:r111.
pc,mbol na, tob a ID.'1>im,llode •us parw~ os írmii"" D. 1>"-<U'CI~ L&IIOI e J. 'P. Atl.ltJ:00 COt!TfHRO. De-
tato, de,poi de ~e.. ea:er:id.o Offl Ll:sho,:,,enl:re outro.o ntivida.deo, o cor,to da deputa.d o Ot'!cio {17&4-04),
p,1rtlu. em l 798 pua o Braoll, oom"'1do bi~po de Pcnu11nbuco, onde fundou o i :m 'o. J6.ntav• com
56 ■11,. quando IOMICIUà •ua pitrla, d,:pgis de lon a111tacía (177 11de • ba- e de
i,rudt..cia, 1 nda alo 011~o espioh-'90 que ocupou. com m Lttbaa, - a
o pra;Q do 1t1,-'iear. que lhe valeu o convite :li de Ci~ ,
e nO,njco ...Sbre o comêtrio de l'ortul / • dO' 1 00 ;.,..,.
, io dr OUnd•, a:~d.o "" eslatutm l!labarad 900 Cou1U1Ro
e cm l 798. anta de s1111rnrt,da para • do pelo • po
, {oi iarta.lwdo oa 11I11Ígo cdiflclo do calfcl • icn:i• e ...
• cn,,unbuco, "pua um ~aârio de uca marco de 17!16,
d e 1ovcnnd0< int-.:rinn de P~ 1 e Diret<r
bio pc-elado qm, foi, com o VilCOO.dcde "tud°' -.serci.:ú1 e
aa Col6nia, ~t<Jll em c:urto peslod dc:vaata • eo
p!ll"A • Diocc• d: ar.poça e a.ada. re ·rou fflJ 1~2 pera Partu 1, Bi u,
de tl02 a 1811, e oouu-■d , n ~ a.no, por D. Joio VI, Ioquhidar OCffl do Reiao, Azu.&DO CollTUfflo íalec-<o
=
do
t: ~ 1111 11, apena• tomara ueento aa Aac:mbl.~• Comtiwl.nie, l qual ro,. eleito dcpul.ldo pela iw-ovtad•
o de J andro..
' MIIIIU TAVA.11.U, HJ~i6ri1t da revo1ui,Bo de 1817. Ano , de OLIVUIU. Lr.MA, Recif~, 1.917, ~- 36.
6 Tau. Ali!!., Nota dominiea.ia. Tn,4. de Át.l!"JI.B.00 D CARVALHO. ln "R ta" do Instituto
m.t&ico Al-qucolCi&iet:> e Oeou,\flco de Pcno■mb1.1Co, pq. 4'1.
AS ORIGENS DAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES 3:Z5
1 OL~IIIA LIMA, l',umunbuco o Mu d& &n.,o1Pimen.tn hut6rlr:o. Ldp,df:, 1895, p&~ 320.
7 O11.D&HO h&Y-, SohradM e moe.ambo11. Slo Paulo, l!U6, P.l&•JOS..
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19 de. m■lo d 1808 e~ a, rt,nc-looar em 180!1, na ru• do Pa~c:io, n.• 41, com um prelo de mA<lc:lraOOQI•
truldo pua nm no Rio de Ja.oc:iro. O d..:rct.1> de D. JOÃO V1 anio11la "• lnt:roduçAQ pennnuentc da lmpn:Nlt.
no .B>-niJ". Antes d ■ C'lUÇlo d■ Impn:nlo REc{a, ltl se tem noticia de uma oriclne pOgT'itiu, - • pnn:,e!ra
qw, ,e inetalou uo pai,,, NDd da em l747, no ·o de J■ odro. <:0m o auentimento de Oo III P'ltCTU 1)1, Ãl(l)JtADa,
Cond de BoBADSU, e 1uprimld ■ pouco epol• por ... dem do govf.rno portupb. O no •ve1 aV'lld.oc-Jolo
c:.rr.uto Rlv.uu. doi O\ltro., RDMlo Bl.dl CAUDO " PAUI.0 D<» SANTOSPmIDU., qil lrOW< camgo Frei
J011l MA.aLuto DA Col'lCIUÇÃ0 Vnoso, ao volcar do Portug,,J, em 1808, e que pUa;IU'8:ft1 • trabalhar Da prCNlo
Rq.la, elo dend.OI OI inttoovtor daa arte, gr'1iea, 110 8,-~ Foi Bioda D■ lrnnra,lo ~-. - a 6niça
ex! ten~ DO Rio d J■Jldro ■tio 1821, - qi:ac lau,rirniu o prin,,,iro jotllál que publicou DO B,t,ril, • Ga.-.t ■
do Rio do Jan Iro, e durou de 111.08• 1822! an,■ p61:iode j"""'1 on,;.i_ q11.e:te alita. • dua, vb:co por ■cmaaa.
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tuib&n • -■ir da lmprm.lo &Utia, Jl cn~ ilcoomln■d• R~ Tipaçafia, ~ que foi o ~ do jonwlamo brul.-
326 A CULTURA BRASILEIRA
10 A ACA eo,la de Marinha 118011e• A c:mia Resl Militar (1810\, funde • por O. JOÃOVJ, fCdn.em.
em 1832 nWM 16 t111Utui(lode cll cnh ri militar, pa,,.J e civil, cnn, O!I scguint.ea cunoo: •I cuno d m■ rm,jrica,
d 4 ■.n • • • ,. de 2 anoa; c) au " d.e pont"" e calç:ad115,de 2 ■ 110.: 1 cuno de con■ truçlo
mrral, içl , cmbnun01>to,.équc x data"" m 18511, cm 1174,
ii-,. c,c,I odea e,,:<>1,u: a E • ili Na..-1 • • . oi•
de En anlro, o rqulsmento de 11112e Acsd.emia Na.,.I
da ma (militar, de 3 aDM, e o d dtoa. d
atf 113!1,quando pun • d,m , com uma nova arrcanlu.clo. Na ~ forma tJOr q
cm 1841 c■ nlvi3, de 2 ano,, r,.. e o de ar•
tllluuia, e =s. d~ 1839) des<S ,e 5
....... e o e ci~nhoru, • a • ~ de Ao çlo 11te da■ S.• •
5.• ....,. 1ti para comtit:ufrem a d ld
Ba:ala d.e tar e d" Apliat.ção, e •
cola Ccn . cil!nttll fl:si.:u e na um l'.>Otodo
ou em part,c. :thariB riril oa a qual1u : " bl o d e
cnh■ria MOtollriO!I "ra■ do alltcrior). A B arma
de 18$8. a,- (o l.• ■no da Ea •
tar ; b) ■n tr~ primeiros ■.no, d■ &.cola C..ntral •
Mili ); e) (~ prirneinn da C=tnl, m,w d " d ■ • M o
CQGJpicta i:nl 1874, quando a &rola Ccatntl pu1,u ■ de •
ca, com :!ll:Ulte, c:uro,,. trb gerais e tr&, e p,d i ~101 e
2 .._; b) de ci o t,, 3 ■ nDO: el de ci~ciu-lfsinu e matemit~,. de 3 ■ ooe:
clvU, d 3 ■oca; ~) de minu, de 3 anotl e O d1t artes e manuf&.turu. de 2 11.DOa.
328 A CULTURA BRAS LEIRA
(7 de abril de 1831), uma das mais importantes foi, como observa AzEvEoo
AMARAL,"o únpeto adquirido pelas tendências regionalista contrapostas ao
espírito de unidade nacional, que se procurava consolidar com a Constituição
de 24. A sscend!ncia da corrente liberal que caracterizou todo o periodo da
Regência, contribuiu poderosamente para enfraquecer o vínculos da coesão
nacional. Essas tendências centrifugas tiveram a sua culminante expres$ão
legal no chamado Ato Adicional de 1834 que foi uma das maiores aberrações
na evolução da política imperial".U Do ponto de vista ucativo, o Ato Adi-
cional, aprovado em 6 de agôsto de 1834 e que resultou da vitória das endências
descentralizadoras dominantes na época, suprimia de olpe tôdas as possibi-
lidades de estabelecer a unidade orgânica do sistema em formação que, na melhor
hipótese (a de estarem as províncias em condições de criá-los), se fragmentaria
ou.ma pluralidade de sistemas- regionais, funcionando lado a lado, ~ e todos
forço emente incompletos -, com a organização escolar da União, na capital
do lmp!rio, e as instituições nacionais de ensino superior, em vários pontos
do território. Com efeito, pelo n." 2 do art. 10 do Ato Adicional, com que se
introduziram importantes reformas na Constituição de 1824, se transferia às
assembléias provinciais o encargo de regular a instrução primãria e secundária,
ficando dependentes da administração nacional o ensino superior m todo o
pais e or anização escolar do Município Neutro. O govêrno da União, a
que competia, como centro coordenador e propulsor da vida pol1tica do país,
se exonerava por essa forma. segundo as expressões de TAVARES BASTos, "do
principa1 dos deveres públicos de uma democracia", que é o de levar a educação
gera) e comum a todos os pontos do território e de organizá-la em bases uni-
formes e nacionais. Se se considerar que, nos sistemas escolar, , a educação
primârie em por fim estabelecer essa comunhão de idéias e de sen •mentas, -
indispensável à unidade política da nação e, portan o d envolver o entimento
nacional e que a unidade do ensino secundário destinado a enriquecer êsse
fundo comum de civilização e de moral, é tanto mais preciosa e mais útil quanto
os indivíduos, encaminhando-se depois a carreiras div , endcm a dife-
renciar-se pelas suas ocupações especiais será fácil compreender o que impor-
tava para a vida nacional a renúncia, por parte da União, ao encargo de orga-
nizar a educação primária e secundária em todo o pafs. A unidade espiritual
de urna nação, se não depende, como julgava LlBERAT0BARROSO,dessa uni-
dade e homogeneidade do ensino geral e comum, tem, sem dúvida, um poderoso
agente unificador na escola primâria, unüorme, igual para todos, em todo o
territ6rio nacional. A descentralização do ensino fundamental, instituída
p lo Ato Adicional e mantida pela República, quan o ao ensino primário, atin-
gindo um dos pontos essenciais da estrutura do sistema escolar, não permitiu,
durante um século, edificar, sôbre a base sólida e larga da educação comum,
a superestrutura do ensino superior, geral ou profissfonal, nem reduzir a dis-
tância intelectual entre as camadas sociais inferiores e as elites do pafs. O
ensino público estava condenado a não ter organização, quebradas como foram
as suas articulações e paralisa.do o centro diretor nacio 1, donde se devia pro-
pagar às in tituíções escolares dos vários eraus uma política de educação, e
a que competia coordenar, num sistema, as fõrç e instituições civilizadoras
esparsa pelo território nacional. Nem as províncias, b cuja alçada ficaram
apenas o ensino primário e o secundário, podiam completar os u is emas e
ergu -lo ao n!vel das escoJas.superiores nem o gov@moim •ai podia levantar,
bre uma base sólidaJ do ensino elementar e médio, um sistema nacional de
l2 Ann!>O AMAB.U., l!Polução da po/Jtiu. únperlttf> lo "Cultura Poli ca". Rc-rute mcosal de
illdoe braalldtOI, Ano l, n.0 II, abril de 1941, pigL 45-46.
AS ORIGENS DAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES 331
por ~a de qulllt!llt• 11nQJ, e rc•brfa Q ,ieu antigo e IÚA<IIMO col lo. OI m la.brilh.an •• aenlo
o pcr!otlo lurco n hin6r1a d e oat11bch:cimcnto de cdu.,..çio, rol o •1885) do Pe. ]\ILIO .Jost
Ci.Av&LIH,luar1 frotncb, homem de gn,<1dc saber " vlrw.dea e um ,ú3 toe da provlnd11
d.a.Con do Miedo no Bratil. Em 11132Psoao II e• Ira e para vi•
iritarem a prOYtllda de Mlaal, Oor,is, chqãm atE • l>C'1Uella cld e vhltam
•u.lu do prindpall d.o ca!~o. &, lado
Pe. JOJ.1D II cm dec,adf:lcia ims "°" ,
:
cm 1907 apenas eomcçava ■
qw, doaparc,:cu em 191.2, d
Sexni. O!I à i;nparaçiio d<,
~ OI m.rtim~tesdo ,
do at! 1907, m:,ú de •
ns ma:~t>ãtura. e oa 1
n ..Rmúau do A,qi • 07, lmpren• Oricltl de
orhvot.,, 190 ; O c-,ntenário d da
d Fm , ru■ BIRe!l:,,,Aires, 130,
U SqulldD un,a ooin lo corrcoe, repetida em lív-r
de •v de I promul aa Rep(ibiica.. a pria:,cira l:=bni da wna wriv • e no , .. u
c:abcrill• D. J
• Jod
o \1l,
r,.{c.io = e teria pe,D.a!lo ""' -fundar oma onivcaidade DO ·., de JuoeifO coaíw-lhc a direção
I\JllvuD4 g SILVAq11~ c:m 1819, aca va d rt'fC~ r d& lturop vdo • ~ lnfllléncia,
..- no mO'llbntato da lod,:peml&>cia Nacional. Deea 11nlvcnídade prqj d■ por D. ]OÃD Vl qut parece
d
olo pagar de wna lenda, n&o hã, porém, com:, -.ÚITPM .PitnllTIVO Mo ci.a, "o IJl&Dor
bn de •to JOV""' mcal". (Pimunvo MoACJR, A u.niv,., idada de D, Jo o VI. Artil
"""°
n lcgida~o nem
r e U. ln
' 10 &atado de Slo Paulo", dcumbro de l939 • l.• de janeiro de 1 60),
AS ORIGE S DAS INSTITUIÇõE-S ESCOLARES
, 15 O Colqio Pedro n, cuJ•• orlgcn remoo m ao Seutln6rio dos Ôrfloe de Slo Pedro, criado pel■ pro-
vltlo de ll cJojunl>o de l 739, do bbpo b. P'rc AK1'ÕNlO D~ Ou.u>iti.llf's, • chamado mau tude de Sio Joaquim
ao •er tn.Mícrido para o "º'"º edlítc!o, foi íuotlado cm 1837, po,:· decreto eicp•dldo po,, 81!.llNARPO 'PllUlllA e•
V..ucoN01:L01, têicnte intvlno. O Somloârlo do SIio Joaqmm que, Jà convertido em uma on a de lll'te51'io,, havia
plltoado ptll'O.• Càmam Munlo\pal d Côr e, cttava em com;,!ebl dec■d~oein por e.ta OClltlllo.O Deereto do 1837 -
dar11dodei de d11Hmbro, A11lvenblo nt1blfciodojovc111 imperador-,rcformou,.o radloalm nte, trllntformando-o em
inttltuto de en too nrundi\rio, com o tftwo de Col6do Pedro li. Nesse co!éK)o, - otab<ileda o att. 3.• do citado
decreto -, ""'rio en.lnad&.1,u ltni:uu lattna, rq.a, francesa e ing;l!s4, rct6rli:a e o,. s,Ti11clpio,de gcogra( a,
hilt6ria, ·rilo,oíia, ,rool0gi11, rnlnenJOKl•, bot&o ca, qulmica, fl5ictl, 61gebr&, 1eomctria " a,u-onomla". O Decreto
n.• a, de 31 de jandro de 1838 •prove e:etudCi!I q\lc com ele bai>raJ-mne cm que u. tabtloccm o regime do a•
tudo!! e outr■- ditpa.lç6ea rcl•tiyu ■dminlatração, dw:ipfü,a e ensinD. S"lllJ'ldo estatuto., ao ■Ju.oo que
tiveste compleUdo o ClD"I.O , cava o titulo de boll:harel CD letra• que o díor;,enuiva de exam p■n1 entrar DAI
.c.dc:mlaa. Boi nomeado em S de r...,crclro de UU8 ..,u pri:mci,,o •eitcr D. Frei ANTOmo os Alut&DIDA. que a
25 de ll'llll'ÇO, perante o lmpendor llÍ • IJIOO<X' e presentes o Rqente Ali1'10 Luu. o mlnbt&io, ~ o
rqwamttllO cio CoU&O da mA111 MiD. ~ HHAE>a DI< VAEO>,"CKLOll. &ntn 0a prlmoiro■ prof-,
o doa oo dia ~ de abril, f'icw"avam ]i7J'mt1 o Jori I>A RoceA, JO&O C\.n o DA Sl:1. "• !14.unJm,
AudJO P6uo At.J.Gn e Go Ç,U,VC, º" M.AO.U.U...ES.Elll 1840 foi criada a cadcclra de a.lcmb; - ll primdra
d- lliagua cm n pai,, e que teve como titular o 8""10 de ~ e l~o depol.1, cm l&U, (ar.o:, rcfurnud
pela l?"mdr• vu
ltxaado-
°' cstatotoa do col!1io, mo4iricaod<,.se, pelo novo r~ o tt0. pl.aoo de atud
etc .no, o eUl"lo completo, CQll'I IAtim ooe&etl: e uqp º"" qa■.tro llltlmoa .,..,.. De todos os
e
•
ereta■ que lbe lntrOdu:.riram m. 1 ,cac , cm 1cu.l, po11<10 import.a,tteo (doc. de \84!>, 51, 55, 62, 70, 74, 81, IJ,
88), nenbWll em todo o lmpéio lhe atin iu tio prilfurulalim,:,tc a ~tu('■ e oe prlvile.ia■ COtrJo o, d • dccret
de 1878 e 1879, rd'erendadm pelo Mia.i1tro LsõHcro D.& CARv-.u.ao. e doa quai o 61t.ii:nodd:cnninoo • 1ua rc•
tirada do minl1tErlo. O Pcaeto n.• 6 881, de: 20 de abTil de 1818, com qJ1C1c deu nava ditlribuiçio u m■ tMa■
de maioo • .., tal'nOU livre a frcq ln.e do e tcruat.a, tirou ao eiwno rcli11l090o .::..r6tc:robr 11t.6rio,pctn:utindo
a111 eatudanta a.ut6!ici» ncew o Ili' u de bacblrd m cunarcm a ca.delra de lmtrv n:ilaiou. Pdo .Decreto
n.• 7 ~♦7, de 19 de ab<"il de 1879, 1c e ten cra.n), em coi,,Us,;e. determm■.t.., u prcn~tivu d.c que IW'!Vll o
Cole.lo Pc,:ko ll BIii at■ bclcdJn,:nta, de CllSIOOIICCW>.iãriOqu.e .aeguiui,m o ,n"""'ºprocrama de ... cud.... o
l■taot0 e o pcrma....:e ■lnd• no cdlrldo do Scmín ·o de São Jo■qoim em que foi i talado e Ql:lC. rccon truldo,
com nc,yq Onhat ar:quitet6nkaa,. por B•TIUNcouu DA sn.v1. (1877), .., acha d e 1913-14· c:om~t.e
trBn$Í , ~- JA illldapt6vel t oovu ~tm:ia• do Cl1$lll0. (C!r. Buollno H, B.utltM a..,,. GAIM.CIUA,
O Cotatlo 1' dto U. Rio de Judn>, 1g1 ; Bda.AlllfOl.t.l: Da,u,,.., Maa16ri• hi•t6dc , COGl<mOta -va elo 1.•
Ccotcll&rlo do Colf:cio Pedro li. Pubiicll do .tdutlttéáo da ~. Rio, 1937),
334 A CULTURA BRASILEIRA
chamar o Brasil d tempo "um país sem crianças''. A mulher, essa, tratada
geralmente com su riorid de pelo homem, quase um senhor em relação
própria esp (e la mesma freqüentemente assim lhe chamava); eoclausuradâ
nas casas grand e no sobrados e sufocada na sua personalidade, consagrava-se
aos mister~ da casa e aos cuidados dos filhos. Não tendo em geral mai que
educa -o dom~ ·ca, cercada de escravas para todos os SCTviç e ocupada
com o lar, o piano e a agulha, "contentou-se com a sorte medíocre que lhe estava
.reservada, não procurando alargar o seu horizonte nem melhorar a sua con-
dição' .JO A escravatura que desonrou o trabalho nas suas formas rudes, eno-
breceu o 6cio e es imutou o parasitismo, contribuiu para acentuar, entre n6s,
a repulsa pelas atividades manuais e mecânicas, e fazer-nos considerar como
profisllÕeSvis as art s e os oficios. Segundo a opinião corrente, "trabalhar,
submeter-se a uma regra qualquer, era coisa de escravos". Nessa sociedade,
de ~nomia baseada no latifúndio e na escravidão, e à qual, porisso, não in-
tex:ess~va a educação popular, era para os ginásios e as escolas superiores, que
aflu{am os rapazes do tempo com possibilidades de faz.er os estudos. As ati-
vidades públicas, administrativas e políticas, postas em grande realcd pela
vida da carte e pelo regime parlamentar, e os títulos concedidos pelo Imperador
contribuíam ainda mais para valorizar o letrado. o bacharel e o doutor, cons-
tituindo, com as profiss liberais, o principal consumidor das elites intelec-
tuais forjadas nas colas superiores do país.. .Esse contraste entre a qu e
aus&lcia de educação popular e o desenvolvimento de fonnaçao de elites, tinha
de forçosamente estabelecer como estabeleceu, uma en.orme desigualdade entre
a cultura da classe dirigida, de nível extremamente baixo, e a da classe dirigente,
elevando aôbre uma grande massa de analfabetos - "a nebulosa humana
desprendida do colonato" -, uma pequena elite em que figuravam hom s
de cultura requintade e que, segundo ainda. em 1890 observava MAx LE.CLERC,
-o destoaria entre a eJites das mais cultas sociedades européias.
Se um do mais preciosos documentos para estudo da evolução de uma
sociedade e do caráter de uma civilização se encontra na legislação escolar
:nos planos e programas de ensino e no conjunto de suas instituições educativas,
a análise dêsse material e dessas instituições o que nos revela ê exatamente
a continuidade de estrutura social e econôm;ca e do desenvolvimento do ' tipo
de cultura" colonial, produto de uma ci~ação fundada na scravidão. A
instrução primária, confiada às províncias e reduzida quase exclusivamente
'ao ensino de leitura, escrita e cálculo; sem nenhuma estrutura e sem caráter
formativo, não colhia nas suas malhas senão a décima parte da população cm
idade escolar, e apresentava-se mal orientada não somente em r lação às ne-
cessidades mais reais do povo, mas aos próptjos inte:rêsses da unidade e coesão
nacionais. Em 1867 LIBERATO BARROSO, apoiado em dados oficiais,11calculava
em c!:rca de 107 500 (mais precisamente, 107 483), o total da matrlcula geral
nas escolas primãria em tôdas as províncias para uma população livre de
830 000: n a altura do Império, sôbre cêrca de 1 200 000 indivíduos em
oondiçoes de recebe-la, apenas recebiam instrução, avaliando-se acima da es-
timativa, 120 mil ou seja a décima parte da população em idade colar, ou
ainda um individuo por 80 habitantes. O ensino técnico, agrícola e industrial,
IS MA.a: L ci.nc, wffn• du Bt6si1. Cap. XI, L'csprit public, LºEtat .ocial, la m
tutiom. P 203-2'6, Llbralrie Plon, Paris, 1890.
17 J. LJJIA.UO BAuolo, A in•truo6o páblkl! no Bruil. B. L. Gllnlier Bdlt«. Rio d11Janci,o, 1857.
p6&. 35.
336 A CULTURA BRASILEJRA
DA~ .
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D E A Z E R E D O C O U_T I N ~."i~ J ...,..,. '
..• Bifpo d' Efli11s , em outro tempo de P•rn11mbuco-, E/,:it, de Br•gan-
~?
......
,t '4;.,..,..S
• < • t .• ,.
socfos--ÍM,.. fA·~N-AMBUC~Ne~
A-C::.tBEMf~
i '0 S
NA No V A
32 L Fac-símile do rosto do livro A gratidão parnambucao.a ao seu bemfeitor o Exmo. e Rmo. Senhor
D. José Joaquim da Cun.ha de Azeredo CoutÍI\hO, então bisp0 d' Elvas> em Portu~al, antigo de Pernambuco,
fundador do Seminário Episcopal de Olinda (1800), q't1e se tornou o foco de irradiação de idéias
liberais e da nova ordem européi:J no Brasil. Edição de 1808. Lisboa.
Do exemplar da Biblioteca Lamego, hoje incorporada à Bibliotec-a Cent:ral da Faculdade
de Filosofia de S. Paulo.
322, D. JOÃO \'1, o fundador de wtiruiÇÕft. IH•~nho de J. 8. DEBRET.
Gravura de C. S. PltADIIR. lmpreuo por CHAIUIO,.. Coleçio cb Museu Pauli.ui.
ESPIRITO DE. VIElltA~.-- ANN-AES
OIJ
SEL ECTA
DE
323. Fac-s:imile do fronti:spício do livro Espirita de Vieira ou Seleta, etc., por 324. Reprodução lac•simUnr do r~to do livro Annaes da Capitania de S. Ped.ro,
JosÉ DA SrLVA LISBOA, pub/jcado 'em 1821, na Impressão Réth:1.. - ún.ica existente pelo desembartador JOSÉ FELICIANO FERNANDES PlNHEIRO, publicndo em 1819,
no Rio de Janeiro a1ó 1821 -, criada pelo decreto de D. JoÃo VI1 de 13 de ms.io na Impressão Réeia, criada em 1808 por D. JOÃO VI e QUe passou a denominarrse
de 1808 aue nssinalou "a introdução permanente da. impre11.'i:ã no Bra$il". Imprensa Nacional, em 1821 .
Do exemplar da Bibli.oteca Lamego, hoje incorporada à Biblioteca Central da Do exemplar pertencente à antiga Biblioteca Lamego 1 hoje incorporada à Biblioteca
Faculdade de Filosofia de S. Paulo. Central da Faculdade de Filosofia de S. Paulo.
325. A anti.~a Escoln Mifjfar do Rfo de Janeiro, em que :iie tumslôrmou em 1858, a Escola de
Aplicnção do Exército, proveniente como a Escola Cenlt:a.lJ da Academia ReaJ Militar, fundada por
D. JOÃO Vl e que, instalada ainda no Realenio_. deve transferir-se para. seus novos edifícios,
cm Resende, no Estado do Rio.
326. O Colé,gio do Caraça, que tomou o nome à serra do Caraça, em Minas Gerais, funda.do pelos
padres laz.a.ristas em 1820, famoso pelo riAor de sua disciplina. e como centro de estudos humanísticos.
327. D. ~110 li. p,ttrOno do Colótio Pedro 11, cm 1837. D<l><mho
dt; Luls AUUXO Eout.ANOP:R.
Coleçio PAANCISCO M"-RQL'ES DOS SAlffOS.
Chc:hi dt' MANUl!:L PINTO G .. PAR.
328. Br.M..,ARDO PMFJRA Dr. VASCONCf.t.OS. 329. Ftf'cl Al<TÕNIO DB ARRÁBIDA. bltPO elo
ministro do lmplrio. que r~lerendou o decreto Anem,iri•, prim,,,ro Reitor do Cold1io Pedro li
do 2 do dezembro da J 837. com o (/u~I ,e (1838-39). •ub•tituído "m /839. q1111r1do pediu
fundou o Cc,/cl~/o Pedro li. boi1<ado por Pr.DRO t,XOnernç,io, por JOAQUIM CAIITANO DA $11.vA
A~AÍJJO LIMA, ftJlent& interino, e.m /\OfflO ,to (1839·185 l). ;.,.,. forte dt MODESTO B11ocos.
/mporodor o Senhor O. PEDRO li. Coleçiio da Biblloteu N•donol.
330. Collfio S. l.11,,. d
(Jttdr~ j w1,u, pr,...,,/r mu-
u do 8ra,il. lund""o '""
J867, c,m ''"· noe~,..,º
P•ulo
d
Assignalura
dol~peradar li, doBmil
O.PlORO
D,JOIOli
!ui1nalmd, EL-REI
\\t'I 11.t~o,\1>40.\~ \,11~m.\\.o,\\.otTM,\
C.011\0
338. Fac~simile das as~inaturas de E/.Rci D. JOÃO vt, o fundo.dor de instituições, de D. PEDRO J, o
criador dos cursos íurídicos no Brasil e rle D. PEDRO li, cujo nome se acha UjJado D tôdas as iniciativás
de caráter cienrífico, no século passado.
339. Vi,cond<' do Rio BRANCO, em cu,o 340. HJU<ltl Co11c.t:1x (1842-1919). fr•..eb,
miniJt6r,o (1811-1876) ,u,~ • Escolo de Mino1 or,an,1.ador e prim•iro ditt!tOf' da E.s.cola do
de Ouro Prõto, cr111do un l 815, e ,., ro1tl1• 1lfu•4J do Ouro P,~to.
zaram t•lo,ma, e inic:i,uivü do mnior tücan«
por-a • dvili.1~ brtUJleira
--
MAX Lscz.uc, !Attr du Br il. C.p. Xl; L•eoprit pubtlc. l'&al IOCial, leo moeun, ct ln m •
t»tioae. P's, 215, Libc-lllrie 'Ploo, Pari 1890,
340 A CULTURA BRASILRJRA
e entre seus membros não poucos se not2bilizaram por copiosa crudiç.ão li-
vresca, não sendo raros os que já se incluíam nos quadros das chamadas pro,.
f'llSÕCS libera.isn. Ora, aa escolas destinadas à preparação para essas profissõea
eram t6das instituições tendentes a dar aos alunos uma educação teórica, a
lhes comunicar um estado de espírito de diplomados e a subtrai-los à atmosf cra
de seu m io, seja do patriciado rural, seja da burguesia mercantil das cidadca.
Se considerarmos ainda que o ensino superior profi ional nãÓ tomou, a não
aer com a criação da Escola de Minas, de Ouro Prêto (1875), uma forma par-
ticular, mais ou menos adaptada às condições do meio, e que à base d!ssc en-
sino acadetnioo não se encontrava nem uma educação suficiente da ma888,
nem escolas profissionais especializadas, de diversos graus e ajustadas ao,
diferentes meios agrícola, comercial ou industrial, scrli fácil compreender
que as escolas superiores daquele tipo, montadas sôbre um ensino literário, e
dominando todo o sistema, não podiam contribuir senão para desarticular as
elites que preparavam, das realidades profundas d.a vida econamica do pa1a,
e para acentuar todo um mecanismo de pensamento, a que nos habituara a
forma retórica e livresca do ensino colonial. No entanto, não ~ possfvel nem.
justo subestimar os serviços, notáveis a certos aspectos, que prestaram as ea~
colas de direito de medicina e de engenharia, ainda fora de sua função espe-
dfica de preparar profissionais, que os tivemos de primeira ordem, nas car-
Tciras liberais. Elas concorreram notàvelmente para elevar o nfvcl intelectual
do Brasil e transportar por tMa parte um elemento de cultura, de urbani-
dade e de civilização; e, al&n de funcionarem como verdadeiras instituições
de scleçao e de classificação social foram fatôres de mobilidade no sentido ho-
rizontal e, portanto, de democratização, atraindo de meios aociai.s diversos
e oongrcgando, na mesma sociedade escolar, ricos e pobres, brancos e mestiços,
e submetendo-os a todos a um processo comum de assimilação intelectual que
se traduzia quase sempre por uma aproximação moral, de sentimentos e de
end!ncias. Focos de irTadiação cultural. de oposição e de agitação política,
pela Última interpenetração do mundo político e do mundo acadb:nico, essas
escolas situadas em quatro pontos, no Norte, e no Sul, no Recife e na Bahia,
no Rio de Janeiro e cm São Paulo, tiveram uma parte digna de se destacar,
como forjadores da consci~cia nacional: para as duas faculdades de medicina,
as duas faculdades de direito que se transformaram em verdadeiros studia.
generalia,, e para a Escola Central, a Escola Militar e a de Marinha, afluiam
brasileiros de tôdas as províncias que por essa forma se punhame m contato,
e delas se distribuíam, todos os anos, não s6 por todo o território nacional,
ad\Togados, juízes, médicos, e engenheiros como também pelas letras, pelo
magistério, pelo jornalismo e pela polltica, os elementos que transbordavam
dos quadros profissionais ou puderam orientar a sua atividade cm duas ou
mais direções.
Certamente, essa elite. de uma mentalidade poUtica e retórica, imbuída de
idéias gerais, de68rticulada, pela própria formação, das realidades da vida
nacional, e habituada a examinar oa problemas concretos ou de um s6 ponto
de vista, estreito porque profi ·ooal, ou pelos seue aspectos mais gerais e teó-
ricos, não estava preparada para resolver os grandes problemas técnicos e eco-
nômicos do país. Com essas características. tantas v~es apontadas, não tendia
a marchar diretamente sôbre objetivos, cuja posse lhe asseguraria, mediante
reformas econômicas e pedag6gicas, uma restauração do ensino pela base e
a sua progressiva extensão las camadas populares. Pela sua cultura, de fundo
europeu mais abstrata porque menos complexa do que a da civilização oci•
dental, de que se saturou, distanciava-se demais das massas para lhes compre-
ender as necessidades, e dos rob1emas essenciais, locai9 e espedficos do pai..
para enfrentá-los com decisão. O seu grande mérito não era o de unir forte~
A CULTURA BRASILEIRA
-----------
342
22 lt, de (ato, impr~i=tce o conttute entre • po<:1uene, (),., ttt1ll••~ e • rna.ua de dectttoa e prn,
Jctoe 4o •~. 110 t mpo do lmp6rlo. Se c:l'élwrmos u indi.d11.ç&ee, l)l'<>po!lt11e projetai de menor 111oota,que tio
11wnt:roa01, atlogein • drea de ~O OIIprojet"9 DUUtimporltotpa 16bra lnatruç o púbUca apre1entad011 ~• Clm,uao
Leflitlatlvu no primelro reinado, durE1te • R,egênoi& e oo ·•eeuodo reinado. 01 decreto• .tlhre o cruino aecua,
dArio e eupcrlor, ~- aublnm • 32, ioc:losiv.r os decret:01 le11ulatlv01. 11:mt823 ro~•m propo,otat oa Auernbl~•
Coo■ tltuintc nada n1eoo. ele 8 projeto. (4, 16 e 27 de junho; 31 de julho; 4, S, l 1 e 27 de ■ O.to). ai m da mcrn6ri•
Optffl:nbda R 7 de julho pelo des,utado M.u'rnil FJtANCII.CO.'Em 1826 IU,CC o projeto de 27 d• m&lo, OOVAJilell~
}"'elefltado a 115d Juobo <.00>reem~ por JAfflJÃRJO DA Ctlllff4 BUBOU, Jori C,\IUJOIO &U.. OI. M&...o.
e A.'ITÓ.'11011'1:unllÁ. Flu.NÇA, e S de julho, peloa deputado,, C!JlfRA 8Alllll>IAe Pr.UU.-. Ili. Mal.o. Squem-ft,
• cutt.cn m~.io.. era 1827, r.ioda no primeiro lmp&io, o projeto aprQcDUldo • 2 de jGlho pelo dc-putado hl.J6
e,Ji Da Rqenda, no.projtt.Oe 111. 82 c 1711,cro 1831; n.< 1.22,em 1832; 611,ICM,\08 e llS, cm lfl'7: !V37, r8311;
e a.• 108, m 1 39. No o mnado aio f ..,,.,,.,.. ns littta-. Iam.e ~ em que ali ta'm, entte •
tnbafhoa maJ1 rcle,,an btc iaa,tn,çio, • projetos A F do Senado. era 134 • .Oix'e • ,:riaçlo de u UD.iva--
• e oa C&u; m. 35, 36 e 37, em 1846; 31 e 51, em l 47: 46, 6 e li , em l8SO: 7-4-.em l&Sl; S o 6, cn, 1868~
113. e<n 1870; 290 e 463, ,mi 1 1 : o.• 92, em 1877; l58. em l880: •• • 1 de abril de IU2, o "eti:i o,• 64 oóbn
O in.o .,.._-.md!rio e p:,-lor, ~tada pdm dc,puud Rtn B.U.IIQU,. Ur.usu VIANA e Bo n:M E&l'lNOLà.
e qu.e, com ..,,. o ma impmtan de todo,. iJAa t~c t:ambfm •-'""tailiD oo Parlam<:11 , CoaJrODte-NI acon
o 116,nero nulblda de prOJctoa c:om u iniciaiiva, e ioatituiç6,ol ~ polo vera.oi111pcm111, em q 70 •aos.
e vtr•.se-1, em o o relevo. o e<>nl:Hste vinlmto e11tre a ordem do ldf-iH e • ordem .,. rato-. Para '
,.,..,.._ ccn,o da ,m,.il!\OI e dccrc , -1E:in de outt<>!Inpeda , nio apuaeo.tam •~o 7 hutituic ovn..
na. 11110 ptriodo, ot do! cu,- jurldia>i, t::riAdoocm 1827, ru, primf:tlo re.inal.ta: o CoM lo Pedro n. cm 11137.
dw-antc • Rqhlda; o Ioadtuto dt CIOiO!I,criado em l8S4, e o de Sutdo,. udo., em 1856) o Ob!crv•t.6rio Im-
paia'I. do Rio de Ju.dro, a EKola de Mioas, ~utada cm 1877, cm Ouro Pctto. .. Os ioa - que cul·
d...vam da tn1çAo do. ~OI e dOI ourdos-.awdoo, - criaç&,, 1U1t piradu aum pirita hufflltnlt4rio do
Qlle l!Topootlll ao nm de enramlnbar IIQlução d<>il 11,nvea problema, o p&Q&vllm de _, tlv , qUDC ioope,
ruta, no aeu acanhado circulo de ai;Ao: o lnstitutll de Mc:tlnot . cm 1874, nlo 'C'Oni:.v■ KQJl.o3S al~
(23 ra e n J par-. uuia P<>J>Ula,çãode mais de l2 mil "'"i"' uutc.o no lm ·o. o• eatiraativa
o6ci.l; e o Irutituto de SW'daa-Mud,_ n,Jo a~v,,. oa.m- paea. mal,i da 17 a! 01 para uma popwac&o
~ e,u 10 mll ,urd-mudas, Doa do,crdos do COYf:rllO impe(' • & mal .... paM:e del • .. v. a ora
e a refornw, do Col ·o Pedro n do ensino superior do lmp&io, d o à rorma de mtd COI. &d
g=hdroa, dvl ;nilltara.
AS ORIGENS DAS lNSTITUIÇÕES ESCOLARES 343
20 O ltxtcrnato Ailulno tom u 1u1.J1ori 0.111num pequeno cuno d• Ul)lic11çüe,, de, m11,~m~tioa1, ■bato
m março de 1864, num■ ■ 1• do p.-Edio n.• 43 da rua d ■ Canoa. e deatinado ■os ah.10C11 do t.• ano d■ aot:11■
Elcolo Central, boje E1cola Nacional d Engenharia. Era eJllllic:■ dor dbtc çu_po de atud■ otn um eu com•
paohciro ■i• velh.o, Jo:to P 0110 DJ<Aoi:rmo. fundJldOf ma.ia tarde do J!:~llllto e qw, cunav■ entlo o 4,• ano
d■qncla Eocola. no Rio de J■ nclro. Em 1867 b1'! curso de. e.xplu:. " tn,n orma1r■ no &xtcmato Aq111Jl.o.
de qu,; ■-uniu• dit«ão o Dr. J040 l>Inll.D ns AQIIIIIO, prof: d matem • e cuju ■11I c:omeç■n1m ■
fi • ·.,.,.,. m ,u■io. Knear,er..,-.m-H da re:g-toci■ d.e aula., c:ol ·o, homem roma To1d,1 Al.vu q11e rol
proi or de crqo oo Colqlt> Pe<h'o U, AJ.l'tPl>O.o"EscaAo:.-oua TAVl'IAY,depc1 tcnador do lmpbio v;
TA • ,...,, ANoú Rl.l:IOUÇAI, JOA,QUDI M.OJtT1IOl0 e O Cml■clbdro UNO Fult&DU. D.!. AN'DJtA!l&. cntri ootrOJI
bnlãki"iro. ilut!TCL Bm 1174. o Exun,au, a queji se baVia. a.neudo wn primãri., foi com ctt■• tnu:llftrido
p■:ra pr6dioo . 71 e 80 4- rua do Lavrtdio, O!lde P4DOU • fu.od.onar CODl ee a-e.CUl'IOt. o t:leme11tar (a•
to pcqW!N> o mfdao e o de. ~ do9 cttUd.ata matricula no. C11nlCl9 ouporiores, O c:m.l.oo, b6D
~dl>.SJio de mate ....i to borat6ri , reali.mvs-se, tanto no CW'IIO priD>A,io corno .no occund4rio, pel mlt 01
modem,. ado melhora e.~"" d.• Am&ic■ do Noru. Bm S d" Jun.ho de 187$, •• modelar tstabc•
1 'mm.to de cnsi.Do ... ■. hoor■do pc1- primeira ve: «;m • via ta do lmpcrador. o lf&Od•c4!610&0, CAJu.ol hl<-
t>.a-.ico H.u.T prof- da Univc:nidllde de CClín:ldl..a011 lbtadm Onldoe, e que te<'c llo de o Ir • _.,r.oeo
c~lo, comunlc■.ra • P:&DRO1I ~ viva imprallin qu" lhe dcl:11 ra obr■ do ni,~ve.l muc:■ dor- br■..Ud:ro. ICm
l •• po,- dlíieUld..d O,u,a_c,oi,,,1 dccorrmt:n da IDlllluten~o do lntuo■to. criado~ tB76, fcchw· o nc:roatu
AQWJ:10,q_uc. dude moadm de 1883. f'1Dciona:H it. ru• do P io, cst, e vdo • reabrir" e .tiro.ente em 1892. ,.ob
• dueçio do MU (UDd ■dar. Dr. JOÃO PEDllO DA AQDI.H~. ltq-..lparado, cm 1903, a.o Giohio onal, cootiauou
• pra~ ICIVlÇQI à edllC•~º da mocidade.. Fai ~ Extern• o um llaport.oes cstlobcla:uDC'llrwode,
~o, aa .., metade do .akulo XIX, não &S pd■ unidade. e cfic:l~c:la de dlre;ão e pt.1 ■ •txn er■ mgraJ
qw, ode .., r plrav-. como la dl çifo dOII n.>vOII m!rodc. pdo cm,J to de -. prar--. ocalbldo■
cntn OI .,,.t,, bfbc:i 1: c:xpaim.m.bldm da capital do pai._ No Ezu:rnato Aqwo, pdo qlUI.I paa0nim, dw ■o
,...;., de meio kwo. m ll1"'C:Ide .,,~., f"ucram K1ll atud de buma.nld.ad mai do, brhÍlcU'OI qu ma
dmw:-ar■m n■ polrtic , a.u lerru ., wu pn,f',aõc,s libera' . (Jolo PIDlta Da AQtR o, Bre• notklil l!dbre
o Ertceroato Aquino. Tip. da "GHtl:a de. Notlci&o''• Rio d.e ]■.MI.to, l903 .
AS ORIGENS DAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES 347
,.,.bdr, J6 oob • dlrt .o do, ;,adrts da Provúicia Romane, ,:m l86S, e acr novamente ícc:hado tm 1840 e. ir.ali tardo,
r !>«lo, d ta vc• pclot jau!tao d:o Provfocia da Oerm&ni.a. 801 1867, o. pt1dta , - OI ptlrneiroa q_u,o
voltavam ■ o Dr il pelo IUJ, no akulo XIX -, "foram com uJ Plldn: da Provft1cia
da C1'1.<1Anla, aoe qu.ai■ o Padtc Ger:u confiou, nes ei, 6ltim o do Sul, rcm>lftdo
• ta. com a d ~Jo de P:rov!nc:i.aMeridional do Bruil ormiai1çl.o do
Padre O.nl, Nm:10 vf, fnstalaram-ac a.e, aul oo jCIUfta_, ai~ o talia.na.
Kat■ , 1 r o, com qu oc tratla(erlu cm 111.67,doo pad«-' P , tM• a
Ora.ode o Sul, e -.e lb.c ~ mais tvdc a. de S.Dta lC moti•
cn • alcm.i.que. inlcada, ainda no tempo de D ~
bwco por Pfllao t. = • fWl<hçto de LcOpOIJ , s.ou.
a de Pcfrópolia, teria, corno ~ CUD ~ Cl1JfHA.d !OI
craça.do a>atfl>uo de qa.e rcsacn como poclt:Do dctcrlDÍDAll o Novo,
outnt... (A m.uA,1!m d bút6ria. r>Otto, 1922, pi . 215). Em 1810 °' i tu
cm 5h Ltopoldo o Giúsio de N- SmlM>ra ~ (1870-1912 italian ,
criado cm 1867 o Scminirio e o - ddi•
• CC1>tnl Jo pa É perca,, q~ r 867-1917).
17 pan Slo Paoll>, ~ w, Nova Fribur&o o ~ 19H,
bm.aJou • Casa Cau:n:I. da Compulbia de ao,,tdAldo o b1a•
os í11turoajcouftu. ~ d • co ' , o l'CpU"
• lncstimiveis à educaçla da • ~. durante
• BochAdo o Coiqio Anchicte, briruD hoje ~o-
io de Santo ltl.4cio, qlk ~ um doo os no Rio de
jHultll de Panút;lll qlWldo.., proc mou a . em 1910, o Bn:tll
r WD ~OI, - OI J>Adra da Provfo p,ortllf\l • am rio Norte, -
J'c:mamb11co,nn CearS e .,. Bahi•, e= ,mu eolq:i01 J16r..1a educaclo
AS ORIGENS DAS lNSTITUIÇõES ESCOLARES 349
A Blbl N onal, cv.i• orli:-en1 remmitam ■ 1814, qwando o Priná.p: Reamte D. ]OÃo abriu ao
p blh:o• BibUoa,c 60 mJI volwn q e cm 1808 trOW1era do luino. foi tala oo io d Jane!to.
DO HOQ>ital dos o. COlu "tufda inicu.lm.ent:e d!:nc ootávd llttrVO d • prov
Biblioteca Rw do Pllllido da ,\JU!l,9 e IOKO~ i -. instituição criada p« D. Jolo
bliottta foi. d • ntcmente, ■ trav& d.e maio de um 9éculo, com milhar de
~tanm ■o llt\l primitivo patnm6 por ID'!Ío de ~. lepdCIS e~- Km 1812 r
,. 6 3tt volum. que ocrtdlCcnlm ao Conde d BA.IICAe, cm 1838, pa;
perial ,n obru. drca de s de. José BmnPÃCJO, D
pd m , _,,.. 1816, Jã e.rin&:i• a n
qwa .,,. • .~s-
de Uot:cca que honr■n11, vcu Me. q,,alqner cidade oau,-
son nd th t. 11791. A Biblii:ncalmperialq=
to, de 1116, "íraoqucad& ao p6bli<:o d.e dia e• tarde.•
de e9tudanto e paq11 Nd« ". &m 11154í<>iírrqilent<ed& p...- 9 tl4 leitores. lttn 1189, qu,,d_o R pcoclamoa
• RepGbl.lc., a BlbUorec■ lmpenal que pu ou a denominar-se Bibliotera N.donal, Jl Ilia 170 6l
a'bran& 21 118d11P,1ieetn e 1 746 Ut'm~ da Flor■ Brullian I d Snx un
895 d SO mil tampa e 12 mil malllllCritos". Entre .. .,... nqueu,, C'Ollll
obru •o , em prim • odl~o, en,,onira.-e uma du bflillu ktinaa tm,.._. cm
:350 A CULTURA BRASILEIRA
cuja casa tradicional é habitada por sombras ilu trcs, e que boje possui uma
biblioteca de 80 mil volumes, 50 mil manuscrito e a melhor coleção de mapa.a-
do pars (3 míl), faz da publicação de sua revista, editada regularmente desde
sua fundação em 1839, uma obra não s6 de estímulo dos estudos históricos
despertando e atraindo vocações, mas de propagação da cultw-a nacional no
pais. A Revista do Instituto que publicava em 1889 os volumes 79 e 80
(Tomo 52), quando se proclamou a República, e que cm 1938 por ocasião do
seu centenário, jã contava com 168 volumes al de 28 especiais; o Arquivas
do Mu eu Nacional, - revista criada em 1876; os Anai do Ob ervs.tório
A tron6mjco cujo primeiro volume surgiu em 1882, po.r iniciativa de E. LIAIS,
e os Anais da Biblioteca Nacional, cuja publicação se iniciou em 1876 e já es-
tava no XIII volume em 1890, constituíam as melhores font s d estudos nacio-
nais e outros tantos focos de irradiação das atividade culturais no tempo do
Imp rio. Sob o impulso de vocações isoladas, mas tenazes, e ao calor do apoio que
lhes dava PEDRO II, criando uma atmosfera espiritual, d Sj!nvolveu-se, nesse pe-
dodo, uma eflorescência de cultura que a história do pais ainda não conhecia. Foi
também a partir de 1876 que, por iniciativa de LADISLAU NETO, seu diretor
(1874-93), o Museu Nacional, abrindo cursos de ci ncfos e uma série de confe•
t1 ncias públicas s6bre botânica e zoologia antropolo ia e fisiologia, lançava,
com uma plêiade de colaboradores, LACERbA, NlOBEY RODlUGUES PEIXOTO
e COUTY, fisiologista francês, a semente de que devia brotar cm fru os de pes-
quisas o interêsse pelas ciências puras. Com o mesmo z lo e a mesma solici-
tud com que participava em 1856 das r-euniõcs da Socied de Peles a Cien--
tífica, pr idia habitualmente a sessões do Instituto Hi t6rico, inaugurava
expo,i,;- de e, velava pelas instituições de ensino ou es ipencliava publi•
caçôes e viagens de estudos, o Imperador acompanhou de perto, assistindo a
diversas conferen •as, essa iniciativa de extensao cultural e em prol dos estudos
científicos desinteressados.
,._ Mas, não s6 em derredor dêss.es gestos. freqüen emcn e ridicularizados,
se abria um largo vazio de indiferença e de desdém como ainda (e daí a, descon-
fiança que suscitavam e que era explorada nas lut.as políticas) não se registrava,
na ação, um vigor correspondente à acuidade do in er e intelectual, revelado
por t as as formas. Nenhuma concordância, de fa o, entre as atitudes
pessoais do Imperador e a política imperial de educa ão. Nenhum esfôrço
realmente fecundo que lograsse inclinar a atenção do público intelectual para
as ci!ncias da natureza e pata o trabalho científico. N nhuma inicia iva, da
parte do govêrno, para converter a opinião pública à idéia da utilidade, da
necessidade mesma de se orientar num sentido diferente a ensino nas escolas.
que se desenvolviam segundo um ritma de evolução particularmente lento e
continuavam a preparar, não para a vida, em sua manifestações diversas,
mas õmentc para as profissões liberais. Peado p lo Ato Adicional que lhe
paralisava qualquer ação decisiva sôbre as províncias; alhido pelas lutas de
partidos que se revezavam no poder, dando lugar a sucessivas mudanças de
minist rio ; dominado por problemas prementes, como a manutenção da ordem,
nacional, mas um plano ideal e teórico, em que se coordenam, por uma espécie
de ecletismo, elementos e instituições discordantes, inspirados nos meios sociais
mais diversos, como a lngla erra, a Alemanha e os Estados Unidos. Com a
sua notável erudição pôde Rui BARBOSA reunir nesse trabalho parJamen ar,
-um volume de 378 áginas in 4.0 -, a mais completa documentação rela-
tiva às instituiçoes de cn ·no em alguns dos países mais adiantados da época,
e apresentada com aqu la lcgància e pureza de linguagem que er m peculiares
ao grande orador e con tituiam um de seus maiores atrativos. lmpeJjdo, sem
dúvida, por um idealismo ardente e generoso, que não lhe permi e tomar p6
na realidade, e deixando-se dominar pela sua erudição e eloqüência que o afastam
do espírito crftico, erguendo, acima do valor ideol6gioo, o valor lited.rio e -in-
formativo de eu parecer, prefere o eminente relator as largas esquematizaçõ s
teóricas à observação objetiva dos fatos e à reflexão sôbre êles. !le propõe
todo um plano sob a forma de reorganização, depois de traçar um rápido es-
bôço da hist6ria do ensino no Império e levantar quadros estatísticos das pro-
víncias, mas sem proced r a um inventário do estado material, social, econômico
e moral do país, e sem tabelecer antes a finalidade pedagógica, cial, e po-
lftica, a que devia orientar-se tôda a estrutura do sistema e para a qual deviam
convergir, coord nadas e ubordinildas a uma unidade fWldam tal de prin-
dpios as euar ia tituiçoe escolares de vária natureza e de todos o níveis. Ma
é preciso reconhecer que na laboração do seu parecer, em que abriu novas pers-
pectivas à educaçao no Brasil, alargando o seu horizonte mental em outras
direções, o vigoroso batalhador das campanhas liberais, se podia e d •a procurar
no meio social brasileiro as bases e as sugestões para a sua construção, não
podia encontrar n!le um pensamento pedagógico nitidamen e- formulado, cm
que se firmasse, nem uma corrente de idéias em que se deixasse arrebatar. ''Em
todo o período do lmp •o ou seja em 67 anos, informa-nos Lo RNÇO FILHO,
apoiado em dados oficiais, s6 computaram 193 trabalhos' ... e "a 1882,
decorridos ai de 70 anos depois da primeira publicação (1812), a bibliografia
pedagógica se re umia quase que em relatórios oficiais, de escasso valor dou-
trinário, e às vhes mesmo informati o, ou discursos de propaganda' . Ainda
no período de 1862 a 1886 em que figura o maior número de obra (147) publi-
cadas em 25 anos, no Impêrio, e quase quatro vêzes superior ao de livro ôbrc
educação editados nos cinqüenta anos anteriores, e em qu apareceram Q pri-
meiros trabalhos sóbre criação de W1iversidaàes (1873), a idéia de um plano
nacional de ducação (1874), e o ensino profissional (1876), não se d enha com
nitidez nenhuma corr n e de pensamento pedagógico. São tedas, obras mais
ou menos eruditas, geralmente livrescas.sem vistas gerais e sem esplrito crttko
e construtivo. Para estudar um assunto, bastava insinuar-se ntre os livros,
manuseâ-los e confrontá-los, opô-los às vêzes uns aos outros, r colher dados
e indicar soluçõe ideais e, depois de um passeio mais ou menos longo pelos
países europeus, aturar a obra de erudição e pulverizá-la de reflexõ s pessoais.81
O parecer de Rui ~. de lc mttodo uma aplicação luminosa que reflete, com a
mentalidade da poca, a fôrça poderosa dos seus ideais e do u talcn o. O
contraste en r a altura do ideal e a realidade qu_eo rejei ava ou em que se ia
inserir, deformando-se, foi aliás, com o seu temperamento combati o a caus
81 Ao ccnlrlrio da impr 4c ca.riiter ,~ai e ·pol!tico, que teve um 119pel o lmportan no domln o
da lltawtura, a lmpr dld.6 • • que ·u • put.r de 1875, nãQ checou • estimular a
s,edaiõa:ia. no rimo quartd do o e nunca trte butant:r tmpon
pera 't,w e caoal CO<ffnta de e:nto no dom.mio d.a_ edacaçio. A primeira pub'
devw à i.oiciariYA de ~41U Loz, "lw>dador. no Bc-,wl. da. impr=- dld.6tic&"', • r ta A t,, trvi,lo
Ptí.blictJ, nn que c:o1 tam eotri ou oe o Bati, de MA.CAÓBAs, Ya.u:B.nro D1l CAAYAl.80 o Cantelhr
J. LrllllA'l'Q 8 . O.. outru publ , como O En ino e a R#,pisra da Li do En ino. am Nlitad 1
no Rio dJ! Ja.oe-lro, l6d• efmin-u, • que teve .1Mhr repercunão íoi esta 0ltima, cm QIR ricw, \laJ1I tr■balbOt de
Rooouo DAMT.Ue Rur .BAIIIIO A. Nenhum• dela , p::irfm, rcprest:,tnva dctcnníoada knd • peda 6ai nem
tra.balhava J)O( dC'llpn:ndeTda 0\8.IU de ldEu.t,etip,,, ou nova., llS divasa, COfrfflta, ■ioda nddloldt,1 de op nllo.
-23-
3S4 A CULTURA BRASILEIRA
principal da a ºtude um pouco irônica. qoase s mpre sarcás ·ca que mascarava
a sua amargura dian e da resistência do meio ao plan.o de wn espírito animado
de uma fé robusta na vida e nos valores espirituais que a transcendem e a cujo
calor se forjaram as armas para as suas melhores campanhas,
A im, ao findar-se a monarquia, as aspiraçoes vagas e difusas em matéria
educacional concentraram-se, tomando corpo no projeto RODOLFO DANTAS e
no parecer com que, em 1882, Rm BARBOSA o jus ºficou, tran íormando-o quase
em outro projeto, e na "Fala do Trono" na sessão solene de bertura, em 3 de
maio de 1889, da última sessão do Parlamento do gundo Imp'rio. Nessa
derradeira ''Fala" solicitava o Imperador a criação de um Minis é.rio destinado
aos negócios da instrução pública, a fundação de scolas técnicas "adaptadas
às condições e conveniências locais", a instituição de duas universidades (uma
ao sul, outra ao norte do país), bem como de faculdad s de ciências e letras,
ertl algumas províncias, e vinculadas ao sistema universitário. Todo êsse sis-
tema proposto pelo Imperador e que teria por cúpola as du~s universidades,
"centro de alta organização cientifica e literária 1 de ond partisse o impulso
vigoroso e harmônico de que ta.,to carece o ensino'' segundo a palavra oficial,
e as n aria • livre e firmemente na instrução primária e secundâria", difun-
dida largamen pelo território nacional. Mas o fruto, em que se transformara
a floração legislativa de indicaçoes e projetos, não es ava bastante maduro
para que a mão irresoluta do Imperador o d rendesse com facilidaáe ...
Devia levar ainda quase meio século para amadurecer, e não tanto que se pu-
d des acar depois de 1930, sem a violência de uma Revolução. As aspi-
raçõc larga e ambiciosas, daquele projeto de 1882 e da úl ima "Fala do Trono"
em 1889, não ºnbam para apoiá-las nem uma mentalidade nova nem uma
realidade social, maleável e plástica, nem um sur o conômico que favorecesse
profundas transformações no sistema educativo. A cultura já a "uma cul-
ura brasileira" ap de todos os empréstimos feitos cultura do Ocidente,
mas a mentalidade permanecia a mesma, li erária e re órica ão atraída para
e erudição livresca quanto divorciada do espirita crítico e experimental: ainda,
preferíamos, com a gramática e o latim (e por mui o tempo ha iamo de pre-
ferir), os pur'e de batatas, dos ccnvalescentes e dos velhos, ao regime de carne
crua dos povos jovens e fortes. Se o sistema de ensino, montado para preparar
o homem a uma tarefa única, erigia acima de um ideal de homem completo,
o do "profissional", ou de um grupo de ideais e peciais, - os das profissões
liberai , a predominância, na vida intelectual do pats, da atividade literãria,
jornaUstica e política, oferecia uma válvula de escapamento ou um derivativo
a esse tipo de especialização. O brasileiro reagia, porém. contra a profissio-
nalização do ensino e da cultura, ou caindo, por falta de base filosófica e cien-
tífica, nas generalidades brilhantes, oo entregando-se a ssa erudição fácil,
a que se referia DE Fo~. 'de revendedores de grego e de latim ', ou evadindo-se
para a lit ratura de ficção. bo ponto de vista da quantidade, não c.ra superior
ao s u valor qualitativo, a herança cultural e pcdag6gica do Impfrio. Para
uma população de quase 14 milhões a matrícul geral nas escola primárias
era pouco mais de 250 roí! alunos, não chegando a 300 mil ou a menos da una
parte da popu]sção em idade escolar o número de tudan cs matriculados
cm tõdas as escolas dos diversos tipos e graus, existentes no pais. Certamente
se quadro geral de instrução nc Império não era uficiente, nem pela extensão,
nem pela variedade, nem pelo nível do ensino, para de ·nar a agitação in-
telectual que se produzia, nesse período ou a plêiade de bom os que nêle sur-
giram, como para citar apenas alguns, um Tô Ho , médico, um ANDRÉ
REBOUÇAS, engenheiro um TEIXEIRA DE FREITAS, jurista; um Go ÇALVES
DIAS, na poesia, um JOSÉ DE ALENCAR, no romance ou um RUI BARBOSA, na
A ORIGENS DAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES 355
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CAPÍTULO UI
1 A ld • d 1&11.id.adee dlr-~lo c,u d orientado do ftHino jA "1Dhll eendo pl'OP\I llO t pbio, u
aecvndametade do ekulo xtX, po,,- ai m.at dQ mal ~nentes fifflnl• polltic, que abordaram a. prob~•
de ed- . Brn 1 4ll, Go1'1Ç.U.IID01 , ooda e to6bgo, coocl<úa d•• o~ fd at11 ...., vt.u-m de
lnqx,çlo provlnciu do Norte, do Pirr6 l B hl• pd,r nece.,idade de. "m•~llo d u:m centro d vnld.•de de açAo
e W>iConnlcaciodo eNlnn em tod.o o lm rio". E•• qu""tAo foi retomad•" d=volvfd.a com luddu e b vba
meuno «ND vttm!nda pelo Coo lb ro t. DATO B.ullOSO em 1867, P'>I" Jo.lo kl'UOÓ, am 1174. e, em l.8&2
pelo Cooulheiro RODOLPO DANTAt. Minittro do 1':op&lo. TA.VUSI B.ur01. que l,rma,,. pela completa ao•
totl.Olnl. doe pode,; toe.li, . ■brla uma. C11:ccçloquanto •o «01ioo, declara,ulo aedter º'p•r• ccrt:OI n111 o c:oucur o
do próprio covéc"no ce:rat, ao m,:001 em favor d meoQfCI.prov1Qciu ~ dan.nte o perlodo deis primeir1>1eoHlo.".
mo 6 men111J'.ll"ed10JoXo AI.Pll&Doque no aponta, cm apOio wi doutrínn lote.-venclonlsta oontr• •• t:end~ncl- ■.
11111plame11te det cotre.liudotaa, o ,:,~emolo da Jn~l•ten'.a ouja polftka, eob t .. c 119i,c,cto,JI nlo con1l1tla ern ''ca•
treitar • e■íer• do E tlldo, em munlc(paU..11r,em ludhrldwdíl!lll' • i!l.lltruçlio ptibllca, mM, .11.o'cntdlrl.o cm. ro.-tU'icar
• autoridade central, harm011.iz•ndo, par urn11 ■dmioi1tn;.l'J aniitcad• e eficu, 111 d.ir cio do entlno". N'o re]a.
tório •preaentado li Aucmbla.a Gano! t. i1i. va ,u, 2>""" ilo da 18.• le<:i,tatu.., (18821, o COD.tl!lbelro,RoPOL,o
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o pano n-=-a di~o u fra.oque~h daceatr■UA.doraa do Atz> Adlci.,.,al"' {p' . 9-10. Fu o MI.nutro do
lmp&i,o o .,-.1,1to e o proo nad.or "de uma lntcl'feret,c;,r ativa do Eor■ do 01111 ncc6cioo do cnalno papulu-, olo
co11trariaodo u pren"Oltalivu beoHtcu da admlnl•~o local, ma eltimul,rodo-. -pela fOrcado pio e pela.
t,tmmr.cns de um,, cola~ pOaiHv•"· 1t da mesm• opiaião R:oT BA-oou q odo, apoiado 009 C(""lpl"'
do. ~ Unldoa e da Ãtl'eotiu. 1 dnu rep6.bficas rcd...,.is, rcclmno. • inte,rvc,nçlo n.ed 1, ª" ,ÍIHtiÍQI, em
íAmOeO par , o projeto pre■enQQo l Clmvw. d01 Deputados em 111&3,como rel tor da o de l'.no:tnç o
Póblla. Rua coma e Cavortvd • um.a ''polltlca nadou! de cdlllC■.tílo~, qw, """'" oh "da por....,. h>t•••ven o
direta ou pa- wna. col bando da ..,,,&-ao ceral. qw,1,roc, • .., ou: ec -ort~ padrn, de c tro i.uia, fede·
ra1l4U Yit q -i,.,.m por Impor • d-tnllucã" completa. qw, o • ·~ rc cratlvo repraenlll
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de i.. • ~ de enalno ff<Nftdlrlo ,.rperi.or """ E.tlld°"" e prOV<:r li !1>11 no Diltrito Fodcnol (llrt. 35,
aa. 3 e ~). S.tabcl«:I• ainda a lirkldad dn m,ino admmbtrado noa es,;abela:imc:ntoe p6blic:oo (art. 72, n.• 6)
• ca,antla, o padip-afo 24 do ■.rt. 72, "o fivre erclcio de qualquer prt>fisdo mc,nJ, n tual e IJ>dutlrilll".
Piw ·poaca d~ç&,s, <=qjlllJU1 oa C tuli;lo de 91, ficaram rc,p,,rtldA da qalD forma ... atribui
do prinu, da Uni.lo e: dot ovemm ntdwt.i" •J Unib compe:ti■ printivam ot. lc:ahlar oAbreo cmla.o Ili•
pi,riof li.ti ca,pltal da Rep6bli"", cabc.llJfo.Jhe, m o&o privativa.mente, cri..- in1titul de enmAO•ecumUrk• e:
IOpc:fW ooa s.tiidm e prov..- à imtru~i, 110Oi trito Feihral; b) aaa Elt:■d.os N l!CfflUl cq:anira, .,. .eu. •i ►
umu -'alce completoo; e) D.O Dbtrito Fcderlll, perta,da o c:0su10au.pcrior l. ale& do i.odmo do pafl. •
360 A CULTURA .BRASILEIRA
um forte colorido positivi ta, maa não se pode dizer que as tepha orientado no
verdadeiro sentido das id~as filosóficas e pedagógicas de AUGUSTO CoMTE
.freqüentemente mal interpretadas por seus adeptos brasileiros.
Segundo o depoimento pessoal de RUI BARBOSA, não conhecia BENJAMIM
CONSTANT a política de COMTE; e as reformas do ensino primário, normal e
sccundârio, constituem a prova evidente de que o Ministro da Instrução uim.
bufdo mais do que penetrado das doutrinas pedagógicas e filosóficas do posi-
tivismo comtista", como observou JoSÉ V:inússnm, não refletira suficien e-
ma e sõbrc a concepções de educação que estavam apressas nos tratados
de filosofia e polftica positiva ou se podiam deduzir d&se sistema filosófico.
Nada, de fato, mais contrário às doutrinas pedag6gicas de CoMTE do que in-
cluir qualquer das cietlcias da classificação positivista no plano de estudos,
destinado aos meninos de menos de 14 anos, e que devia ser antes de caráter
eetEtico e baseado na poesia, na música, no desenho e no estudo das línguas.
Ora, no plano de ensino organizado em 1891, já figuram, nas escolas do 1,0
grau (para alunos de 7 a 13 anos) as ciências físicas e naturais, e nas do 2." grau
(para os de 13 a 15 anos), a aritmética, álgebra, geometria e trigonometria,
a1Em das ciências fisicas e naturais. Introduzindo no ensino normal e secun~
dário õda a série hierárquica das ciências abstratas, segundo a classificação
de CoMTE, e sobrecarregando com a matemática, elementar e superior, a as-
tronomia, a fisica, a qulmica, a biologia, a sociologia e a moral, rompeu o refor-
mador com a tradição do ensino literário e clhssico e, pretendendo estabelecer
o primado dos estudos científico , não fêz mais do que instalar um ensino en-
ciclopMico nos cursos secundários, com o sa.criffcio dos estudos de lfogu.as e
literaturas antigas e moderna . De tôdas 11s reformas e criações de BENJAMIM
Co STANT a mais importante, porém, "para o novo regime de completa des-
centralização, foi, como escreve Jost VERÍSSIMO, o Pedagogium, no pensamento
.que criou, destinado a servir de centro impulsor das reformas e melhoramentos
de que carecia a instrução nacional, e de centralizador de quanto pelo Brasil
se íizessc em matéria de ensino público. Qual era fundado, e vindo a d en-
volver-se êsse instituto teria a mesma função do Bureau oi Education dos
Estados Unidos e poderia ser, como &te efetivamente tem sido, o agente da
unidade na variedade da instrução pública nacional, e assim wn poderoso fator
da mesma unidade nacional".V
8 Nem ■ edu1:11çl'opu..,m nte alontlOca, nem o domínio da edacaçl.o 11tlo ltttado, nem ■lndn ■ Impor•
,taiJ.cla que .., deu, na refonxia Beajamlm Con1tant, ao moino ouperior, d.e e1pec{alllllçl1> proíluíonal, encontram
juatir1c.çlo oa, ldtl.a peda1·61lc■• de A. Covrc, que Dio 1onltara. pllnl a. humanidade um• cducaçii<> ex~u•i•
,ramait,, dcntlfka nem e&pcrava da inldativa ou da intervenção do irov!rno a rcaUzaçtu de • u plaoo de ensino.
AI i.rand e.coln. essa,, nlo o Jul •41• f•vor Y'Clment~ não viam el ■ 1, •e,un o C<»ffll, tenlo u espec{•li•
dl~ e n o rornam flefllo mcl.,._•úbiua 1 p6de:, de momtral intde,;tww, obtidoa por uma cultur■ lo~. No
mtcma de cdu. ç que lle dcspn,nde ae ua obra, como ml>litron.ALl<nll BDn'Ulfl:>, "• Qea~ CA:hah,amtn!C
íanilll■r a lutamente t n •t6 .,. 7 ou 8 anm, deve CODAi!ir oobremdu na cultura d.,. aentido.. no
deaeovol,nmcnto da d trna aatutc 1, ~t
d~
""°" o.a aquuição de bana h'bi
perlodo. °"9 7 ou 8 &IIOI •ti a puberdade, • educação. sem cena,
• A m dev • ■ll:ll dlreeto
d.e- dum& ca e dlr:l&id• pcJat m
ff tornM IDC:ÍO etn,tlca, "m 'to Uvr ■l.rt,cb,, mu nlo ntais int,:ina:,ent-, -lànm", aa-i tttica, fQrnUon-
do-lhe a bue do emmo • poet'.UI, ■ mõ•lca e o d~ Dn,antt, ~ per{odo, a ~" ' o predominan.temente
aJ't&tko procilo acrcsccntar o cst'ldu de Uugua . o meni110 Diu deveria. aind.a ouvir falar de qualquer da■
- dtacl■- 41 famosa claMincaçlo. S6 C11.tlo,• npda • ia.de de 14 ou 15 aGOI, e dep,OI d Iniciado nu arta· e
au ~ i que d"ve começar ■ instru_~o cicntif"rca: daa ci.~ íand■.m~ , fl. nlu be at! - idad"
-.lo o qu preadeepontlDc.m nte l)Oi' oawllo doe eerclcioe a.ü:o■, doe uífciaa e t■ mblm da IU'ta, que
ruem lameotc ■lgun o,mprátim"' d!ndas. A cdu,,a~ ■ partir doa 15 anue, ''j6 lllo acr6 dom&-
tica, mu p6bllca: uAu pc,,tt.ln I rnH tltttm6t:lca: el■ ~áe-:rup,,t,.■mcnte o quadro .hio:,J,rquicu"°"'tivlli:a
da • a crdem 16zjc:a de .,... nu ç&o''. Nu i ■tema pedag{igioo de Cown, qu" n"lo (u. ma.i9 do qu
•"-tbu u ld6■1 de PI-ATlo, lcv■odu cm couta"" pr<>Uall!Ol-du ci!ncla , E-. parte da cdDcaçlo • lmlca
imediatamcnt.e ru!Wm: ••• cd11c:■çlo dom ca orcrcce clific:uld■dc:a nm1pcrivd•, par ue p&: - educai:Ao
da mulher do povo q~ tamaa ainda I d tc:r r..u...lu e uma cooper11"10 do 1Ueio /amlllar que pode. no ettado
atll■I de - cu.tuma, _,. por um umpiL A■ joven, n,cebai'""' • mesma [Mtru!;lu CI\IC .,. .,.pa..,.-,
lldirali,cntc ~ q11A1:1tul pane dcutlr..,.". {ÃLSXIli BlPalt.u{D, C/n reformef ur d'U-.tion. ln
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364 A CULTURA BRASILEIRA
10 R. Tl:rxl.rltA Mam,u A pollfica positl•• ., o Relulam nlo dtH escc/a, do Edtoilo, Rlo ae
T ,..,J 1/IQn
A DESCENTRALIZAÇÃO E A DUALIDADE DE SISTEMAS 365
IS A penetra~ da CICOlu protestaJJtcs, iniciada oo 6ltimo quartd do I ulo XIX, 16mentc oo 1b:ulo
atual -põc)c ■lat,ar • 1ua csf('fa de ação e ganha< bastante profundJd• e para ptodum OI eeu1 e!el~ e influir
,ea!me.nie o.a renovacilo da ~nu.tidade educaciow e dOI pro,:asot de emillo no p;,(,. Ahulo multo llmítadu
.,.. 6rbita ,wi lnflu • . u poucu escola• de iniciativa pc-ot~tantl!, ru Ali , n dcdruo •ntc:rl t. Repóblica
(1180-1 ), pteparanrn o camp0 a ~ do movl~to d.e pcn~tr•çl.o oa primc!Ta dEc d• do ~odo
repobli<,IIAO, A •~ d lgr~• e do Rotado eou1.u ,,.... ~Q!n , - • liberdade do cwto e de crco~.u
• • lalddade d eteola pOblica, con.ttlbulram ~ ~ dc:scaYOl.vtmcnto que, • partir da Repóbllca, ~ Ilido
vd, nlo .& o poolO de ta q otita.livo --. o cracimeoti> nurn~ico d cacol •• q oto blmb&n do
ponto de da qualidade dn imtalações, d,>J mttado, óa' e do tn lbo oca vo, em cra.l, em todoe
OI pua do cnstDO. Foi, p0rim, • Igr~a MdDcfiolJl que tev oo Bnuil o papel Ili la Importante M d.om!nio do
• tivu 6pc:u c..lturai.L N01 fim do Imp&io foudan, a ler~ ta d0t1 col~ • o Pirad bano
em Pa 1 1), e, em Põno Alqr-e, o Colqio Amcrica110 (1 5). Na pnmc,1.._dbda da R blica d.o
~. pan rne:ninaJ. a Escolado Alto (1892-95, e10 Sa11ta Teresa e q u • lilnriOftV no a11ti.-o Colqio
r>roiit-, do Rio de J~ro: o Coiqjo Min=iro 891-1914 , em Jw d. tr : o Colqio Ama-icaao Flur:nincm<:
(1 l-19\Sl o Colqio Amc:ricarlo, de Pttr6pol,a 89.5-1920) qu~ íecharam. todca. 11 d lnd. • e o
io C10dltta {1899). em Ríbeitb Preto. Pant. h fund.,,,rao:t. aioda n pcriodo. o Col o Gn;obery
(1 I}, que 1917, J' aprexnlaff ~ compl.tta, com. cunoe prim,rio, Arlo, comadal,
~ 6GJcoe 11Uperior,e o Cot ·o Americana, de Taubn!. q_uo tw d~ (li 5). tarde, e ji
o a , wrcü-ar.o DUlnS imâtuls;&s. por imci■tin da l&rcJa Me ta, trb d ti das a meaiau, o
lMbda BClldril<. foodado em 1904, -=. Belo HocboD~; o CoU • Smne.t o oo Rio d J&QC!ro
a;n 1921, e =que:"' fundiram o Colqio Americano Pl.umU>cneoc o de Pctr6 , o Col lo Centco6rio, iv.aa•
JUBd.o cm 1912, Cftl Santa • • no Rio Grai>de do Sul; e trb, pen bon:wit, todoe oo o Grande, do Sul, o
Col lo Unilo (1907l, deUrulU&iana, olo.tituto Gmui&I (11110),dc P no Fuado, eo P6rU> AI C e (1'!119),
un, dot mah lml)Orianm oatltutos de enaino daquele 1ü da. (Cir. J411U K&KnDY, Clnq •nt• •noa da m••
todhmo no B,ulJ. ltnprdll& M.ctodl1ta, Sio P. ala, 1928).
A DESCENTRALIZAÇÃO E A DUALIDADE DE SISTEMAS 367
lhe vinha das antigas eacolas federais fundadas no Imp'rio e das novas insti-
tuições do mesmo tipo que surgiam em vários pontos do "tório do pafs, por
iniciativa particular ou dos governos estaduais. Por forma, em lugar de
um ação úruca aercida peJo poder central, que orientava a di, eia tôda a
polt •ca e colar na direçao das carreiras liberais &abre a base do tudos li e-
rlu'lios, irrompeu, com o regime de descentralização, uma pluralidade de ações
regionais, não divergentes mas concordantes: as ações correspondentes a cada
um do Estados, dominados pela velha mentalidade coimbrã e influindo de
perto, na mesma direção, sôbre uma grande variedade de núcleo culturais. S6
essa educação de base literária - clássica e de preparação para as profissões
de advogados, médicos e engenheiros, conferia aos brasileiros um título, os
el vava em dignidade social e ficava sendo ainda o caminJ10 dos cargos impor-
tantes. A preeminência dos estudos literários :11ôbreos estudos científicos per-
manecia tão fortemente marcada, no sistema cu! ural do país, que ainda cons-
tituíam e deviam figurar por muito tempo, como instituições solitárias,. sem
irradiação, as raras escolas ou institutos prepostos ao nsino científico, não
aplicado, ou a pesquisa no domínio das ciências na urais. A reforma do ensino
s cundário e normal, sob a inspiração de BENJAMIM CONSTANT, deu ao ensino
propedêutico e ao de formação profissional do professor um caráter mais enci-
clopédico do que cientifico. A não ser ao dominio das m temáticas, em que
influlra a filosofia positivista, concorrendo para o des volvimento dêsses
cs d , nas academias civis e militares, não trouxe o positivismo ao Brasil
qualquer contribuição ponderável ao progresso das ciências. :e:que, conforme
já observamos, o positi'vismo penetrara no país, não como um "m • odo de
in e:stigação" mas como uma maneira de pensar que poderia chamar cien-
tlítca ou mesmo empírica, e sobretudo como uma filosofia ial, política e
reli ·o , que teve e ainda tem os seus partidári . :t positivismo que é
um mEtodo e não uma doutrina; que parece repudiar o a priori e pre ende
proceder por via experimental e não more g ometrico; e que inspirava,
como 1 bra STUART Mn.L, numa doutrina geral que Co TE aprend<.'ra no
m! odo d s ciências físicas e nos escritos dos filósofos an eriores; e, e teve
us adeptos no Brasil, nem lhes penetrou mui o profundamente o espíritos,
nem e estendeu bastante para exercer influência sensivel no desenvolvimento
do pirite crítico e experimental e do gôsto das ciências exatas.
Nenhum instituto, de fato, foi criado nesse largo período, para as diversas
culturas cientificas, sem idéia de aplicação profissional: e, no domínio das es-
colas técnicas, especiais, as poucas iniciativas, dispersas e isoladas, nem denun-
davam qualquer plano de conjunto, concebido de ac6rdo com uma nova polí-
tica de educação, nem exprimiam ou lograram suscitar um movimento de in-
ter@sse pela cultura técnica, agrícola e industrial, econômica e ocial no país.
Entre o doi tênnos 'literário-jurídico'' e Jlprofissional-utilitário", dominantes
cm todo o Império, começa a intercalar-se tôda uma gama de t rmos ioterme-
diános que ainda gravitam de preferência em tômo do termo médio "literário-
profü.siooal" e que é o traço característico mais acentuado de nossa cultura e
de nosso sis ema de educação. A própria Escola de Manguinhos, como se
chamava o Instituto Soroterápico Federal, criado em 190 e que se transformou,
em 1907, no Instituto de Patologia Experimental, sob o nome de O VALDO
CRUZ, foi, nas suas origens, uma instituição destinada à preparação de soros
anti- tosas e ao combate da peste bubônica que irrompera em tos e amea-
çava ender-se a outras regiões. Não nasC%U se ins ºtuto, que e tomou o
maior centro de pesquisas no Brasil, de qualquer plano deliberado de uma
polltica governamental, interessáda em promover o progr dos estudos ci-
entíficos. A necessidade de enfrentar duas terrívei moléstias, nos seus surtos
344. BENJAMIM CONSTANT 80Tfll.WO DE 345. A. CAETANO OE CAMPOS, midico e
MAOALHÂES, ilustre professor da Escolti Militar, educ:ador eminente. um d0$ che.fe11 do movi ..
aunidro da lnstruçõo, Correio• e Telé/lralos, mento renovador d~ S. Paulo (1891-1895),
wjas relor-mu escolarc•, empreondidtts entre limitado oo en,ino p.rimá.rio e normal e sob 1t
1890 e 1892, oeusrun tôd«1, em maior ou inlluôncia das técnicos pedoi6gica1 ameriea·nas.
menor ,,au. o influência da.s ldéitu positivistas.
3~6. O Colé/lio Granbory, de Juiz do Fora, em Minas Gerai,, criado em 1889, e uma d<1smuita• escol,r1 de /nlciat/vs orote,tanle, fundadas
no último QU4rlel do ,éculo XIX e com ,u qua.i1 &e processou, no Bra,i/," propa/1•.ão dar idéia, poda/lÚl/ic,u americana,,
347. CESÁRIO MOTA, Secretário de Estado,
que auxiliado por CAETANO DE CAMPOS e
GABRIEL PRE.S"tES1 promoveu em S. Paulo
(1891-1895) o mais fecundo movimento de
rcform11 do primeiro decênio da República.
350. A 6""'1, PoU1écniu de S. Pauto, lundoda ém 1893, que ~ra:d..u de 1rl1 ano, • EJcola de
E1'1«1Mria do Maclcenzie Colle,e, criada em 189~. - Foto Ll11r:RMAN.
351. A 1!:•eolo da MQJ1/luinhor, crinda t!m 1901. o cue •e transformou, cm 1907, no lnStitulo de Potolofia
Expcrlm"nla), sob o noma do OSVALDO CRU%, •eu fundador, o Arondc $Dncador-do Rlo do J;Jneiro.
Foto V11t.TEI\ SALES. Trnvel ln Brazil, vol. 2, n. 0 2, pi,~. 12.
35'.2. Instituto d• Men,uinhol;. qua 1,eve u,n papel pa,1íc11/a1mtnu, impo,tant~ "" conqui,111 o propn,11clfo
do up,rtto e..,r.nt.il,eo e e.xperimentâl. Soln d<' lututa ~ b,bllotêai.
Foto da Seqiio Fotc>&rãfica do ln,ti1u1-, O,vuldo Cru&.
365. Ercola para débeí• {rsíco,, "" Ouínltt da 8011 Visfa (Di$lri/o Federal, 1926-1930), Oatma
e fome de um do• páleos. - Fo10 NICOLAS.
366. Grupv E!.col.1r Pttrirc Correia de Almc-idn, d1> Belo Horizonte, cm M;rws Cor:,is, 01":dc o tnovimcnlo nmovndor do ensino to,nou ~"Jotúvel ,'mpulso
com FRANCISCO CAMl'CS e MÁRIO CASASSANTA (1927•1930). Fiichada princ:ipr1J.
367. Grupo Escolar Pedro li, de Belo Horizon,e, um dos mais impor,antes edifícios escolares construídos na administração Fllrncisco Campos,
SP:Cretório de Estado, t:m Minas Gerais. Gele,-ias e p.tÍtco internv.
oisfi\:(C"(Or~B.Al,.
" PR0JCé:TG- PAllA A 1'.SC.OLA NORMAL -DO>!'
........ ,
368. Escola Normal, depois Instituto de Educação do Distrito Federal. Edifício construído de
1928 a 1930 na administração Antônio Prado Júnior.
Desenho. Arquitetos CORTEZ e BRl. 1 NHS.
369. A Escola NormtJJ do Discrito Federal, que em LQ33 tomou novR nr§anizacão sob
o nome de. ln.-;t;tuto de Eclucaçâo. Aspecto do páteo claustral.
Desenho. Arquitetos CORTEZ e BRUHNS.
370. A .nova Escola Normal do Distrito Federal reor~anizada pelas reformas de 1928 e 1933, e jnstalada em seus novos edifícios
construídos na âdministrnçl10 Antônio Prado Júnior (1926.1930). Vista de conjunto,
Aerofoto S. H. HOLLAND, Rio de Janeiro, 1930.
371. A novo Eicolo Normal do Distrito Federal, reortani,ad:, em 1928 c m11u 111,dc, cm 1933, quando
tomou o nome do Instituto de Educação, e instalada em .seus novos edilicio.s acabados- de construir cm 1930.
Pôteo central visto de urna da.s a«lecias do pavimento térreo,
Foto NICOLAS, Rio, 1930,
372, Esooln Normal do Distrito Federal, hoje Instiwto de Educaçiio, Ginásio poro exercício:; lisicos, com
a sua maAnílica sala de aparelhos, banheiros, v(~stiátiolt o ~aferias.
Foto NICOLAS, Rio, 1930.
373, FIIAl'ICIISCO LUlS DA SILVA CAMPOS, um dos líderes da Revoluçiio do 1930,
orlmoiro Minl~t,o dtt Educaçiio e Saúde. autor da mah importante rclorm•
de, r:naino .vocundárfo o woe.rior (1931), no reaime republicano.
374. O Instituto BiolóAico de S. Paulo, criado em 1928, por iniciativa de ARTUR NEIVA, anli,!lo assi.lenle-chele do Inslilulo Osvaldo
Cru,, e reorilllnizado pelo professor ROCHA LIMA, seu atual rlirelor e que foi também um dos cofoboradores de OSVALDO CRUZ. Vista ilera·/.
377. O Instituto Biológico de S. Paulo, um dos maiores cenfros de pesquisa e de c.aráter técnico exi$tentes tta América e, como o
Instituto Osvaldo Cruz, já com renome universal. Aspecto de um de seus Jaboratóri0$.
li 1
3 78. O Jnstiiu10 AAronômico de Campinas, hoje um dos maiores centros científicos e técnicos. prepostos, ·no Bi·11sil, à investigação d
problemas de biologia. vegetal. Um dos nov-os prédios construídos ao lado do antigo ediffcio.
383. Faeuld11d• de Filosofia, C/Snciu o Letras da Univttsidade de S. Paulo. em que, ,ob ll orlonfaçiJo
do proff,nor•.1 01tr•nA0Jros e naeionai1 1
te tem lorm.ado um,erplêiade de po1qui1ado10.6 d• pr-imeira
ordem. Um dot laboratórios de Biololi•.
Foto LTHRMAN, s.Paulo, 194l,
...
~ ~
. ']
'
- 1
'
384. O Instituto de Educação da Universidade de S. Paulo, donde saíram, em l 937> deDOis de le:em cursa.do a Faculd~'11C de Filosofhi, os pl'Ítnciro.s
professores de onsino secundário lorn,ados no Brasil. Fachada principal.
385. Instituto de Educoçêo do Universidade de S. Paulo. criado em 1933 e extinto em J93R.
Aspecto do Museu de Ernot,rnl.'a. da Ca:Je.'ra de Soc:oloAi:J Educac:·onal.
:i86. O novo e magnífico edifício da. Biblioteca Pública Municipal, cm que se incOr!Jorou a Biblioteca do Estado, em J 937, e se instituiu
a primeira Escola dé Biblioteconomia do país. Vista de conjunto.
GUSTAVO CAPA'N.êMA, a quem .se devem numerosas reformas, jniciativa.s culbrais
e
387. O Ministro
e Saúde
realizações e1 entre estas. a con~fruçJo do odifído do !Winistério de Educa~o
e de diversas Escolas Técnicas, no Brasil.
388. Ma.quette do od,lic:lo do Mmiat~rio de Educação e SJJvde, Rio de Janeiro.
Foto do Serviço d• Doc:umentaçAo do Minlstc\rio de Educação e Saúde, 1942 •
,.
389. "'Moça reclínoda'', escultura de CELSO ANTÔNIO, em Aranito cinz.enfo, para o jardim sus!)enso do novo edifício do Ministério de Educação.
Foto do Serviço de Documentação do Ministério de Educação ~ Saú<le.
~ESCENTRALIZAÇÃO E A DUALIDADE DE SISTEMAS 369
-24 -
370 A CULTURA BRASILEIRA
n!ncia dos estudos li erários sôbrc os estudos científicos. permaneceu sem ao•
lução atrav9 do plan dos diversos reformadores. legisladores ou Micistros
'de Estado.· que se abstinham de examinar, para optar por wna delas, qualquer
das soluções propo ta para a pendência, velha de um sécnlo, e que consistiam.
ou na criação de dois tipos de ensino (sistema de bifurcação), um com a pr -
ponderãncia das letras, e outro com o predomínio das ciências, dcs cando-se
os doia ramo de um tronco comum; ou na estreita associação dos estudos lite-
rários e científicos, com a qual se pretendia pôr no mesmo pé de igualdade as
duas culturas; ou ainda na penetração do espírito científico em todo o ensino,
inclusive o das te as.
Não era certamente nem podia ser pelas nossas reformas, num paí sem
tradições cientfficas 1 que se havia de tentar essa última solução, a mai lógica
e e mai completa, j ventilada a êsse tempo, para que "o triunfo do espírito
cientifico assegurasse a unidade do ensino de cultura, empuxado, desde um
século, entre a cultura tradicional das humanidades literárias e e cultura .nova
das ciências". Mas qualquer das duas primeiras soluções já haviam sido lon-
gamente experimentadas em países coroo, para citar apenas dois, a França,
que adotou o sistema das ramificações sôbre uma base comum, e a Alemanha
que procurou o equilíbrio das letras e das ciências, não em um só tipo de escola
(ensino unificado) mas pelas diversas categorias fixas de ginã ios correspon•
dentes às correntes diversas, igualmente poderosas (letras clássicas, te· as mo-
dernas e ci~cia ), que disputavam o predomínio, na luta para a conquista
do ensino secu.ndârio. '8 que, na República, as sucessivas remodelai;õe8 do
ensino secundário, - regimes de ensaios arbitrários e parciais, 14 oscilavam
quase t6das, sem largueza de concepção e de vistas e pr&as ainda às qu ões
mais elementares de organização, entre o regime de preparatórios e o curso
seriado com escala pelos exames parcelados, e entre o sistema do ensino oficial
(com o ensino padrão e os colêgios equiparados) e o ensino inteiramente livre,
como o que tabel ccu a Lei Orgânica em 1911, que desoficializou o nsino
e ins 'tuiu o regime das amplas autonomias. De tôdas essas reformas, as dua
18 A. .A. li~ ÃZZV&DO SOl:,11 , D probfem• da dw:.a,60 nauonai Rio d,: Ja..ciro, T,p. do "J I do
Ccm&cio", 19ZG, pls, li.
374 A CULTURA BRASIL IRA
18 O r6tt o entre o l1l1mc:rode.imtitutoo de pcaquias, criado, entre l8!10 1930, o tlu cacola d<S-
tinad l prcpare;lo pua pr,;,f'"a:meoli~ cm lguâ1 pcrlodo, DJORTII à cv!d oda o prmominio qwuc qbllllluto
&.tu .t.bro "tu1~ cm qac ! e<mfecida a prioridade à livre -poquiM, "°' dolnloio. dll ci&,cla aplitad&.
p..,.. li n• "tu °' d ordem, fwtdadm de 1890 "1930, e dm q • S em Slo P!lulo. ~.., 33 CKolu 110•
~ pni{i icaaio, 8 de ml!ldicina, 8 de engenharia e 1.7 de illrcita. Fonim, de rato, atllbcl id ", ucuc pcrlO<!o,
• íu:ulda dl! ; 'na, de Plim> Ak::,c (l.897), de ina Gcrait, cm Bdo te /l!lll); do Puanà, em
Cuti ba, (1912), ~ em. 1922; de São Paulo (1913); do Rcc:ifc, de •• e. 110 Dia to Fcdcnl, ■ e
Cl e ■ de Medicina c ~ do l,qtituto ~. A kl■d P :uliwt■ de M,,di •
de SAo de 1933. As ~ de ~ crmla.l d.e l O o 1 30, ■ Polit:6c d■ Bahia que,
d
aDd■d■
:■ P i
1887, realma>tc a6 ia.a~ os sc:uo CUffll9 cm 11197e fc,I
de, SioPJmlo (1893); ■-do MadciODZicC
o•~• = llllS ~ •
e, de Slo P■ulo (1896); ■ o Parto >Jeire
~mue fe-
895);
■ do Reclre, - P haco (189 : a de Miau Ger■l:s (1911); ■ do Paran.6, Cun (1912) e■ d Juu de
Jl'ora,cm 1!'14, pcd'ua,do um total de 8, com uclu;ooo da de BB cQbuu do Rio de J'llleffl) e ■ de l4iD■a,
en, Duto Pr! . ítt e:• 14 í■cuJdades de direito que a;c in.titufnm. """ primcír1111 q11oattBt■ ■.DOI do ~Íllle
republicano, íwiclOIDAU\ainda 7, a •ber, a do lliflrito Federal {1891), ■-~tr IICU!dllll.N■cío""1 e Dittito;
a d■ ' (18111);■ de M"ma Gerais (lll!nr, 11do Cear,\ (1903); ■ do Arnm:OBU (1910), ■ do P :nA(11112)e a
de Oolá (11121),quc, 11c:relàdu du <:9COl■-s f\mdadH pootcfonneu ■ 1930, - ■ do Pl■ul e, a de Ahlgo111(1931
■ de Campm, n;o i:.do do Rio (F~c de Dmto Cl6vi1 Bevili , ■tio tm o odmcro de 10 faculdades
de dlr, r.q, DO\' OII 1'Z, eoni u ,-caldadas 1ndiciun8it, do Rocil'c e Slo Pau.to.
A DESCENTRALIZAÇÃO E A DUALIDADE DE SlSTEMAS 377
-----
nantes e em tôrno das quais gravitavam as aspirações da juventude e se agru-
pavam os núcleos de interesses das classes sociais mais elevadas. Aa antigas
faculdades continuaram, pois, a ser os principais focos de penetração da cul-
tura tradicional como os centros de estudos em que se formaram, através de
gerações, numerosos trabalhadores de espmto que deram ao Brasil uma irra-
diação às v!zes bastante intensa para ultrapassar as suas fronteiras.
Não é, pois, de surpreender que, com essa mentalidade jurídico-profis-
sional, voltada inteiramente para as carreiras liberais e para as letras, a poll-
tica e a administração, continuasse o ensino técnico, assim como o científico,
relegado para plano secundário. A abolição do regilne servil não acarretou
como não podia acarretar de momento para outro a transformação da menta-
lidade que com @lese formou, de descaso pela ciência e pela t~nica e desprezo
pelas atividades de base manual e mecânica. Nem a estrutura industrial que
apenas começava a edificar-se em algumas regiões, como Rio de Janeiro e São
'Paulo, podia elevar ao primeiro plano das preocupações políticas, na organi•
zação dos sistemas escolares, as diversas culturas técnicas que visam pôr ordem
na ~onomia da o.ação, pela prática da orientação profissional e da aprendi•
zagcm racional e pela adaptação dos homens ao material e às tarefas indus-
triais. Faltavam ademais no Brasil as tradições sólidas e disciplinadoras das
corporações que, fücando a duração e as condições do aprendizado para cada
oficio, mantiveram, na Europa, através de gerações, a efici~cia e o prestígio
de algumas atividades técnicas que penetraram, como sobrevivências, o sis-
tema do mecanismo estandardizado e da produção em série, características da
evolução industrial do mundo. As.."llllnão se apresentavam ainda os problemas
do ensino técnico sob uma forma concreta, a um tempo mais palpãvel e maia
eficaz, para interessarem vivamente às classes eultas: a burgUcsia, por tôda
parte, com o sentimento muito vivo das realidades que lhe dã o hãbito dos
negócios e com o ap@go às tradições e aos valores, que correspondem aos seus
interesses materiai:3, tende a ligar o problema da instrução às suas necessidades
e preocupações dominante,,, e, embora a elite quç a representa, o transponha
acmpre em termos de interesse geral p~ra dissimular o seu cgolsmo, não o re-
aolve nunca de outra maneira senão no sentido de seus interêsscs particulares.
No entanto, não faltaram iniciativas isoladas, públicas e particulares, no do-
sntnio do ensino técnico e profissional, em que São Paulo foi tamb~m o Estado
abridor de caminhos, mas aem bastante convicção e impulso para prosseguir
na obra de que apenas, por essa época, se lançaram os fundamentos. O Liceu
de Artes e Ofícios que, embora criado ainda no Império, em 1873, se consolidou
para entrar na sua fase mais fecunda depois de 1895, com a administração
Ramos de Azevedo; a Escola de Agricultura Luís de Queiroz, de Piracicaba
(1901); a Escola de Comércio Alvares Penteado (1902) e ·as duas primeiras es-
colas profissionais, maxulinas e femininas, instaladas em ~ão Paulo em 1911,
são outras tantas iniciativas que prometiam multiplicar-se e jmpor com o tempo
a organização de um plano de conjunto e de mais larga envergadura, com uma
unidade de orientação. Mas elas permaneceram no Estado, durante largos
anos, como instituições dispersas e solitárias.
Por essa mesma época, em 1911, no Distrito Federal, ÁLVARO BAnST.A
empreendia a organização do erurino técnico e profissional, criando vãrias es-
colas, entre as quais a Escola Sousa Aguiar, sob a orientação de CoIUNTO DA
FONSECA, entra numa fase ativa de experiências renovadoras. A Escola de
Artes e Ofícios Venceslau Brãs, fundada em 1919 pelo govêmo municipal, para
formação de mestres e contra-mestres, transfere-se mais tarde para o govêmo
da União com objetivo de formar professores para as escolas de aprendizes
7 CULTURA BRASILEIRA
:io M(L'ION DA SILVA RODIUOU ... Bdueor;Eo mpar&da. Tead~ ., orpnl larea. Comp.
Editafa Naci-a. SI.o Palllo, lll3$, p . 268.
382 A CULTURA BRASILEIRA
------
França,:u e nesse mesmo ano, 0:ENTILE traçava o plano de reconstn1ç.ão edu-
cacional da Itâlia fascista e LUNATSCHARSKY, auxiliado por KROUPSXAIA, ata-
cava igual problema na R6ssia comunista pela mais audacio a e radica] de
tõda a reformas que então se reafu!aram suscitam por ôda part.e inicia-
tiv melhantes de reorganização do ensino em todos os seus graus, de acõrdo
com 8.J novas correntes de idéias e os novos regimes polí •cos. M , ao mesmo
tempo qu a questões sociais, políticas e p dag6gicas rompendo os círculos
res • os em que se debatiam, de fil6sofos, homens de cimcia, reformadores
e polfticos, passavam a interessar a opinião pública do mundo e volviam o
Brasil na órbita de suas influências, entrava o nosso país numa época de trans-
formações econômicas, devidas não s6 aos extraordinários progressos da ex-•
ploração agrícola e à grande alta dos preços do caf , como ao maior surto in-
dustrial que se verificou, na evolução econômíca da Nação. A int n idad das
trocas e onõmicas e culturais, o desenvolvimento da imigração de povos de
origens diversas e o crescimento das aglomerações nrbanas, pelos quais se ex-
primia vigorosamente o impulso tomado pela indô.stria nacional, depois do
conflito europeu, criavam o ambiente mais favorável à fermentação de idéias
novas que irradiavam dos principais centros de cultura, tanto da Europa como
dos Estados Unidos. A tendência de concentração urbana anunciava-se com
vigor em Recife e sobretudo no sul, no Rio de Janeiro em B lo Horizonte,
Santos e P6r o Alegre, sem falar em São Paulo, cujo crescimento s6 é igualado
pelo de Chicago e de Sidney e atinge proporçoes inesperada . A população da
maior cidade do planalto duplicou, de fato, em menos de dez anos, elevando-se
de 3 O mil habitantes, em 1920, a perto de 800 mil, em 1930 e atingindo em
1934 a m&s de um milhão (1 033 202) dos quais, n ano, cerca de 200 mil
(190 219) "ºas já empregavam suas atividades na indústria, 84 699 traba-
lhavam no comércio e 26 543, em serviços de transporte.
Foi n e ~ te de agitação de idéias, de tran formaçoes econômicas
e d expansão dos r- ros urbanos, que se iniciou no planal o e no li oral, para
propagar pelas pri ::ipais cidades do país o movim to reformador d cul-
tura e da educação. O primeiro sinal de alarma que no colocou francamente
no caminho da renovação escolar, foi a reforma empreendida em 1920 por AN-
TÔNIO DE SAMPAIO DÓRIA que, chamado a dirigir a instrução pública em São
Paulo, conduziu uma campanha contra velhos métodos de ensino, vibrando
golp s tão vigorosamente ap1icados à frente constituida pelos tradicionalistas
que panos inteiros do muro da antiga escola deviam d smoronar. Mas, não
$6 as r sistências eram ainda muito fortes para que a obra, encetada e inter-
rompida no primeiro ano, pudesse desenvolver-se e produzir todos os seus efeitos
como também, ainda que fugindo à orientaçao purament administrativa,
e reforma, limitada ao ensino primãrio, concentrava o us melhor esforços
na ansformação de métodos e técnicas de ensino. Em 1924, LOURENÇOFILHO,
no Cearâ, a que foi chamado para reorganizar o en ino primãrio: ANfs1O TEI-
XEIRA, na Bahia, onde ensaia as atividades de reformador que deviam desen-
volver-se, em tõda a sua plenitude, no Distrito Federal (1932-35), de volta de
sua viagem de tudos aos Estados Unidos: CARNEIRO L -o. no Rio de Janeiro,
e L1siMAco DA COSTA, no Paraná, já se orientam r uma a o, variâvel no
grau de intensidade. como no conteúdo e nos objetivo , para a renovação es-
colar, semeando novas idéias e têcnicas pedagógicas, promovendo realizações
e organizando plana! de reformas. parciais ou globais, ma &ia limitadas
ao ·no primário e aos seus problemas fundamentais. Não faltavam, aqui
e ali, iniciativas particulares, como para citar uma da primeiras e de sentido
•• 11'.aAltCUCO
Cuaos, Bduts.,;Io e cuUura. ]otl. OI pio Ed.itOn, Rio. 1940.
'J7 O que Cal• cam~ que~ cosa rd~ I.OVUIIÇO Fn.R , um doa
• •t.en e .-&~ depois ~ r:-efc:riJ'fl.lÓblaÇÃl> 1.Uonl e matnul cm q ae mcootr•nm
no Distrito l!'edl:nl, quando o práessa: vindo ck Siio Paalo -.umlu " ~ do no " propõe
,-rpiu.a.. " u o ~ofe.« que i:a de São P•olo (c:omenia Lo111t&NQO P:lulo) olo ifttln:iidou com • ea-
d m.elca dcmomtr•d~ Tocado de um imp~tuOIO idd,.,,..., o • l'llllKtJIIDO 11& A.nvaoo pn,p6t om
• hft-6icD!ar :dlo total do aparaho, desde ~ ·ai:u1,ar l 110ffll61.r l&odo tamb&,o
.. l tltu profi ana do D' trito. E.iu proposta que COGatl ·u u a.oto.,,.-qj :o, lmc!.t:c cxplieado
.- dd""1ldo por tle ~te comiuões do Camdho Mua.idpal, ru 1onir ■ multDI pcltl ■:w!Ad• que emcrrav•
ou pda lo~enu.14adede• ltfuunaa pra--._ o Coiac:lho aceii:ou cm • r~ a-lhe, pela
A DESCENTRALIZAÇÃO E A DUALIDADE DE SISTEMAS 385
v .. a ..,., aatorh&d da maioria e minoria, .. clogi05 • que tinh!l direito. O projeto pa e>u primeira■ dil•
c:,a6a; 11.11tc:n:dn, podm, rompe• ..,.;ori,a em desabotinada opc,■lçlo idBu qac dante■ plaadir .& 111'
o Sr. FUN.uroo ti ÃUV&DO,d 010 d íll.Rr lldtniniatn,çio e aAo poUtk,a, repelira M tr&OMI I qvc N lhe
ofereciam • tr6co d.a ■pronçlo ri-1. B Yiu•.c entio uma cola ía=-nti■aima: • mi.,-ia • p pdo prQjl!tO
&CWffD&ml'!Dtal. a im a ti•lo, e ■ opuriio p6blb, já pd00i 6qioe do prof-.. o, Jl pelu ->dai~
iatmectu■b,. cwcmJr. maioria pol de■ do l~o do Diamto. o Sr. Fw.llBAJIJ>O DS AQV'IJ)C) fula publ
-. nat. que ere um daal'lo l om.bridade d .. homena qw, o c<>mpUl>h,■.tn: ºSe • morma en. boa, • altan
o. mtereaa p6 • •cw ;R defrituoa. que- a.~; lmprat.hd. q •
d ver'.- h per II e para • n.ad■ pedia, nad.a a,retel>dia e, po.- ino mamo. a:lo tnin an coacha
era ac cn
.._,.,.
de e■p6:ic uma. A ca pa.Dba d• ünpn:m■, xm ~ de lim '6 jcmw. foi -4mir6 A A.-oclaCSO
de Bducaçlo, a LI de Dd"aa N ·a,oa1, o Rotaty ctub, - par• citar apma,, .,. o: • d msicr alo
~ n:iamffttac■ m pela ~ du dtiu do projetn. A Coafcd:aàa NIICi I d Bd\lC8'IO q pcl■
priz,,<:,m. va • em Curitiba, por oc:a-'io d.a f.-c maia aguda da camp1oba, emitia o v«o .,...._
e mtm16■tko pela obnt que nJo via apeou o apenciço■mcnto d.o eosioo - capital paf do maa - o
..,, ed .,. q11 a n:(cnoa proJctloda devia abri,- ao campo da edncapo llllàoo..i. V af1Ml • -.ildad
e • c:wtura e o o lllu.aids-1 dan .., apapr du IURS o Pl"!>idP aprondo l ". ~ço ~o.
O Bnai.no no Di t~,to Pad ral. A arma Funaodo ck Aa:vt!do.. ln ••o Solo P " U de
junho de ata).
18 ll'DN DO 1> ABY&oo, No oa,nil\hO e novos ffrtg, A nova pol • d ucado ao Bnwt.
Com.p. Sdi-■ N onat. Slo P.o.lo, 1931. p6&,. 19.
-25-
385 A CULTURA BRASILEIRA
2i Jl'AAMCl'BCO
V'JCNÃNCIO
FILHO, l!.du a~o, lV. ln "Cultur11 Polftlc11'', •oo J, o.• 4, juuho de 1941,
p4g, 255.
30 Enquanto ,., debo.tia a velha questão constitucion1J. - q11e e prolon11ou por todo o tempo em quo
catevo tlm vi,ior • Con1tituição de 91 -, co[)tinli!lVtlm • ílc,re.«r em vArl01 S.tovlot do 1ul 11•cacotu alemlla
tt■Jl1rw , cujo ensino elcmentar e ttcuo<!Ario ioe- mfulstrav& em U11ua eatt•naelr• por profouorcs c,trangelroJt.
A açola prim6r\a, uc E por tltd• psrti, o fermento maia ativo dn unld•d n•clonal, p rman la, em divtta0e
~t•d , nlo ,6 1ujclta a influencia estranhas mu iotcitament~ ubmetí •o c:ontr61 de ouu • n.ot . ~
■ ltu lia 110õm 1 deconcntc jt, dos progr_.,,. dessa, es<:01••·J6 da 1ustnd quu 'li, em cert • r-eiioes e ci-
d de,. dt e 1111 b ll•lru. tomaY11,.., ceda va mai, gmvc e d luçi e■ • e r:nn• dlíldl e compleu, i especa
de que 01 Juri,tu in upretes a. Constitt!içila verifica....,.,,. pou_ibllidedt cons lllc: onal d o gov&no federal
Intervir no m1lno pmn6rio doo Estados. ainda que para r lv,.,. probl mat ln mo.meote lipd à unidA<le e
dcíua Meloa.ais. LINCOUf, quando na guerra de stteslio, foi fruo do pcw partld ,,,. polltk:OI • r tabclec.e,- o
r lme •onnltuclowol. eonta...., quer~""• rct ndo: "A Unilof mai1 nlip.a do t)IIC • Comtiruição'". O
rrill mo jurfdlco no Bra l innrteu os mmos do pl"Obkma. pondo o.ncr6pu1 na derca d• Conni íi:lo de 91.
ecima d,. intu 1uprcm~ da União... Oepois de~ rc/crir li atl,o lc e. lotc .... mcntc ..JmU..dan realized$
com 111•ndc ebundlncla de •~ pdm ame-ic:aDõt do nortt, o6o no lzn.J>«r•ntc de to<\19 8-dm.
Impor fc de rttrlt6rios. El:>""1, - umn hotu o P c{f"-, d q podcr..,..m tm 1 8 e
tav com a imtruçã:, primária cm 1910 m,,u do q_W! o &cada de SI" P•ulo -. e.-.mta AFIIÃNto
DIIICilfC ,_ e,cnlpulo. constituciaaa. de que dd dom partldO! blieano,.
f><'QU m.. , de Ha-Yal. pare 1 000 criaoçu • lo• . rlvain ,u n dlti 17 600 ja-
• SOOchincas. S 300 ponµcul!$M. 3 300 bava.laou e 100 ma ç , " a.cm.r, - coaclu, A-'tl.Nto
o, - OI mc:ai,.... "'-""' CIC:llas. fazem emericanor. qu co tr9 " - que tan rndindtta de
OCIII Jtad • n,.u driJal.mca ■ A,,!,,m.nha e a ltãfi■ illmvlrClll cm l' e. rnciaGaJ!do
e fu oalemk,,e,taiie,1101,dosoatunitdoBtuill" ( 10 PulroTO, lliet6rúi de l!dau ifo. Bruil.
VJl, XVIII e XIX. pt;:: 238, Sio Paulo, 1933).
ll F~IINANl>OPS Azsv1:po, A edu;:.,;;~o o ,eiu problem 1. Comp. Bdltõ.r■ N~anal. Slo Pawo, 193',
., 36.
A DESC NTRALIZAÇÃO E A DUALIDADE DE SISTEMAS 387
BIBLIOGRAFIA
1 "Em visita híi pouco feita ·,a divenu· escolas do Distrito, ._ agora renovada, - ~ então o
Prof. LoUUNOO Fu.Ho, - tive a impraoio de que do 16 está em marcha a vigorc>911. idtia da tramfon1U1çâo
dia diaAmlca do enamo, tmperrada t1U1JJA rotina de: da:&>i.ae, JJ!U a coqvicçlo de que a tranaforo:i.-~ 1ttalttial.
do ·•parelho cecólar oe fará de um mbdo quaae completo na CQff.,nte admlnistrai;lo. Ülidllm..-e °" pceparativoa
de ca,atruçiio de cmco grandes pr&li011 para crupc,a CIICOlarc:a.Gfaam- 01 ~- da eecola nonnal. que
-•• aeganQQ o proj$ aprovado, o maio,, e o IIIIÚll bem instalado instituto do 1ea«o q ~ do Sal. Re•
-R•k: o mobiliúio e 011utemlli011 diditiC09,., &, outra coi• nil.o f'12eae a ref<rma, i- ji teria maplfico. Ela
(u IIIÜ, AO enfallto, e de modo eçleudido. Po.- deliberação oficial 11'.CÚnem•oe011 poor....,..,. em c:unoe de c,ape.
cialiaç4o. B em CW'aOI- awclliatm, a Aloociação Brasileira de RduCll&lo realin. padeiltémente llDIA dae fwlçõn
UDivereiUriu que a Uuiviouidalle do Rio de janeiro ainda nauiniciou: & da comW>icaçlo da cultura mpcriot
ão pt'Of~o primúio; que aJ)TÍJJlo,-aa eu ■ cultura, al■rv:a as 1\181 viatu filoaóf"1Ct111
e euaaia aa.novu dC1CObertlo.t
d'a tá:nka cientffi<'a... O Sr'. 'Flr:1uu.i,oo ns AffVBOO te.o -.bido agir Cot!l ni.-o de me.tre, e os del1loealb,e ~
pician,m opom111ida<1c:a que nem ■empce a,parecem junta,,; decido füme d!I-Prefeitura do Diatrit,o em fazer admi·
~ e uio pclftica;.fermentasão de idtiu, 110 eeio do profeaorado, que YÍDha M!tldo preparada p,,la ~
J!ltaUe:lt■ de Eclucaçlo, e j/, illf',ltrada :na administração aumior atE certo ponto; c011.'iaoça em brev,: cooquiatada
ilõ pcU,Ji<o e do profe.eorado... Nilo b.à dúvida de que: ..a obra marcará uma {ue nova -Ot>· l!D8iao popular no
390 A CULTURA BRASILEIRA
il. A ~o que prop, da e,,co!.a primirú, (qu .. niia f • do eotino, mcr livrnco ou icltdccmaliJl;a)
prúnàm """• cm donrmeotos oi-.cials oo ~ A u do '-lho". • "e,cala-com1111idade''• o
\O'lwllta de wna nov• ~ - do oapoatm c:apiboia utraordlniria rc~ tEcalc:ae 90Cis1
do e 'ao... (Cft, t.ovu,rco Fn.ao, O eiu,"no no Dist.r-ila P<>dtU#II A mo, lrcroa.o.do de At>:vodo. ln
"'O K,t,,do d Paulo'', edição de 15 de jm,ho de l!Jll .
o que ~ todo,, os que tiveram oponumdade de obra, que ra; cntl.o cDlftl!uda
e t b odoo peda& polm u,u>dcs jornais ~o Rio Janeiro. PDI' bcime cmiQa1ta, CIU'alllcina
e ud •:b, por RIIUID,I• d11.1maiores airtondadea -e10, dominl<>1d,o educaçlo. (V . .obre o Lo!nPl'Ç0 Fll:,BD,
O tuino no Di■ tr/to F■d rAJ. A reforma Perna.ado de lucwedo, /n "O Betado de D P■ulo"1 15 de junl,o
de 192 : ltV&aMDO e... cnvs:u,. d.ixun<> p.-onuaciado" 21 de drsembto de 192!1. em nome Crooloa Pedll,:6-i&:11
da
pdia NOT'", .., 1.ez i1111uc,irada• E~ção Podq6it«,a do D1 tnto Cl'lll. fo " ct:ün dei Bducaç51>
1>6blicl", abril-jwiho de l.930, Rio de JtmVO, Bcllllil,p6cw-2S6--2St: MAM:IBI. BU.Nd.DU (cx-miailtro do Uruc-
A NOVAÇÃO E UNIFICAÇÃO DO SISTEMA EDUCATIVO !Ull
ao Bruil), l'robl•rna do nOHo tempo. A cov• política de edl!CaÇio no BruU. Sêtlc de a.rricoopublicado.
em "O Pala'' do Rio de JII.Mlro e cm "La R""°""• de BuC110tA~ ln "Boletlai de uclltio Póbl ", julb<>-
Htanbro de l-930, Rio de J neiro, pipo 299-346; GsJIAIIDO Szom::L (da 1racol■ Nonn de S....tlqo, Chile),
A ,-f,na:ra da Huc.~o no Ol1trlto Ped■-nl (Brtnil). 'úa ''Rnuta Pe,Sq6p:I,", dltiglda pcw Lo ço
.Ltmlm.\DA.abrild UIJI, • ,Ad.Furicr (diretoradjtmtodoBareoulntemadanalde clDl,l.'U11-
-Uon nau• li u 8rNil. ln "Poar l'm 1t011vdle'', Mc-Avril. 1931, lfk. aa., a.• 67, Pari,: e alllda AHbr.o
S. TlltllRM.M. A. T'aDanli 1> l"ulT.o.1, J.0.hat'A PUSOA "-oattos. in Comcm<nclo do l.• dec oda or-
ma d& lmtruçlo lol do Ol itr1 Fcdtnl de 192 . l!diçl'.o de inicia~ da Anod.lc:lo Sducaclo,
Rio de JJUldto, 1931).
1 .Dtertto u.• J 211, d.a 23 d JaJ:ldto de 1921, qu~ n,for:mou o aisi.Do p(abf,coQO Dwt,;io JrodcnJ." a:nto
o.• 2 1140,d.e 12 d o b.-ode 1911, quer mentoa "lei bbr<:a (Re&ulamento do Zm!Do), prenndo, IICII
764 llf1:i;iot." o. ddalhtt de obr orrinú:a, cuja ~ o tmna um v..-clao:S.t,úoc:6dlp de cd ";
FDxANDo os A.nv1tllo, A Nforma do envno no Di1tri«> Federal. Düc:v.na■ entnnmtu panba
MãhcinmNitcle de Slo Paulo. 1929: e, NoYa. ,:aaunhcn e noYo" lin•. A a.ou polltic-a de ed..,.. DO 8r
Comp. 1r4itara N 1, Paulo, 1 31; Boktim de Bdacação Pfil>lia. P\lbli~ trimClftral da ~
Geral ck lrwtnl• ~ bllra do • to ll'cdenL Ano l, na. 1. '2..3 e 4. Rio de J Bnwdl, 1930: Co-
awmora~o do I.• ddnlo da R forma da lrutru,p$o Públiu do Distrito Federal d• lltt. ~
da ~ Bnwlt:in de Bduca , R: o de Jal>dto, 1938.
• Cl.t, Com-,nor~•o do .I.• d• •nio d• Reforma da lna:trvf,60 Pública do D/atrito l'et'iaral d 1''8.
S>ublicaçto da Aaaoei•~o BrasUe!ra do Edueaçl.o. prefaciada pelo m. preaidei:m, Dr. K. A. Tlwcuu D& huru.
p._ 27, Rio 44 Janwo, 1938.
92 A CULTURA BRASlLElRA
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as evoluções da vida econômica e a agitação de id i s que e propa avam da
Europa e dos Estados Unidos, acarretavam tranaformaçõc da mentalidade,
como deviam dcte:nninar as de instituições e crcnç características da vida
br ·tcira, criando uma atmosfera francamente rcvoludonária nos grandes
eco urbanos. A Revolução de 30 foi, n processo revolucionário, uma
das fases culminantes e decisivas. Preparada e desencadeada, porém por uma
aliança de grupos políticos de tendências as mai diversas, que s disputavam
a primazia foram sendo, uns ap6s outros, anulados pela própria revolução,
e não trazendo, porisso mesmo, para impô-lo e executá•lo, um progi:ama politico
definido de ação escolar e cultural, ela não eve uma orientação unüonne,
mas teve, d inicio, dois efeitos de grande alcance, no domínio da cultura e da
educação. Intensificando a mobilidade social ou, por outras palavras, a mi-
gração de pe8808S,como de idéias e de traços culturais, de um grupo ou de uma
class . social para outra, e elevando ao poder Hhomens novos", nem sempre com
idl:ias firmes, mas com menos compromissos, trouxe, entre outras conseqüências,
uma rápida mudança social, a desintegração dos costumes tradicionais do velho
padrão cultural e maior complexidade nas relaçõe sociais; e, rompendo as
linhas da clivagem social entre os vários grupos e cl s s, contribuiu podero•
samen e não s6 para uma ' democratização ' mais profunda como também para
um intensidade maior de trocas econômicas e culturai .
As idéias novas, já em circulação, difundiram- e com mais rapidez quer
pelo impulso que lhes deu a própria mobilidade social, favorecida pela revo-
lução e por sua conseqüências, quer pela demora na elaboração dos princípios
fundamentais de uma nova politica nacional de cultura, entrando em contatos
freqüentes que facilitavam tanto as fusões e in erpenetraçõcs, como oo con•
flitos de culturas e tendências diversas. Nessa atmosfera de eferv ência de
idéias, LoUR NÇO Fn.uo que fundara em 1929, numa casa edit ra de São Paulo
a c:icelentc Bibliot ca de Educação, publica a sua lntrodu,~o ao estudo da
Escola Nova (1930), - o melhor ensaio em língua portugu brc as bases
biol6gi p icológicas das novas teorias de educação; e o autor desta obra
que cm 1929 justificava em um de seus livros a reforma do ensino, de que teve
a iniciativa e a responsabilidade, no Distrito Federal (1928) traça em Novos
caminho novo fin5 {1931) os princípios por que se orientou a nova política
de educação, adotada na reforma escolar da capital do país e funda em 1931
uma Biblioteca Pedagógica Brasileira, de que as Atualidades PedaAó,icas
constituem uma das sêries principais,5 Nesse mesmo ano, tr s representantes
do pensamento católico criticam acerbamente as novas tendencias em um fo.
lheto P daAoAia da &cola Nova, editado pelo Centro D. Vital de São Paulo.
No domínio das realizações, sobrepujam a tôdas as outras iniciativas dos Es-
tados, as reformas parciais empreendidas em 1931 em São Paulo por LouREtfÇO
FILBo que reor.ganiza e d~volve os serviços técnicos, entregando-os a a_s.
iatcn es especializados· define e articula melhor os serviços admini trativos,
instala Biblioteca Pedag6gica Central; faz publicar sob o novo título de &-
cola Nova a revista mensal que se editava sob o nom Educação, reservando
cada um de seus números ao estudo especializado de determinado assunto;
reform o ensino normal e profissional; in "tui o uso dos testes para a organi-
zação da elas eletivas e imprime vigoroso impul o ao cinema ducativo, aos
8 86bl • •dn:imlatncJo de: LoUXs.Nço Jl'11.110 (1!1311--31). v. Anu.irjo do E.:iUJno do &111do d Silo
JllNlOII, 193S-1936, Sio Paúlo - &uil, p .... 211&-3117,
Paulo, «&•Ilhado p,,lo Pror. À. l . Dll A1.Ml!-DM
S9,4 A CULTURA BRASILEIRA
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acentuado, ao conjunto dos institutos reunidos em Universidade, o caráter
propriamente univennt.ário, permitindo que a vida universitária transcenda os
limites do inter e puramente pr-ofissional abrangendo em todos os eus as-
pectos, os altos e autbiticos valores de cultura que à Universidade confere o
ãter e o atributo que a definem e a individuam". A endia-sc dêsac m.odo a
uma viva aspiração, velha de um século, e pouco antes claramente formulada
defendida com ardor em artigos e depoimentos do inquérito brc a in trução
pública em São Paulo, organizado e dirigido em 1926 pelo autor desta obra,
e no inquérito promovido em l.928 e 1929 pela A ociação Brasileira de Edu-
dação sõbre o problema universitário brasileiro.? Não se instalou a Faculdade
de Cieticias, Letras e Educação que se criou por aqu le decreto e devia orga-
nizar~sc como a espinha dorsal da Universidade do Rio de Janeiro, limitacla
até então ao ensino de direito, de medicina e de engenharia; mas, com. o pri-
meiro Estatuto das Universidades brasileiras, se abrirnm o.s mais largas pers-
pectivas não s6 à formação do magistério secundârio como ao desenvolvimento
da cultura nacional sob todos os seus aspectos. O govêmo que instituiu o en~
sino universitário no Brasil, não podia deixar de enfrentar a reconstrução do
ensino ecundário, sôbre cuja solidez e eficiência repousa todo o ensino de ní.vel
superior, profi sional ou desinteressado: uma semana depo.is, a 18 de abril de
1931, assinava o chefe do Govêmo Provisório, por proposta de FRANCISCO
CAMPOS,o decreto n.0 19 890 que imprimiu ao ensino secundário a melhor
organização que já teve entre nós, elevand~o de um implcs "curso de pas-
sagem" ou de instrumento de acesso aos cursos superiores, a uma instituição
de caráter eminentemente educativo, aumentando-lhe para sete anos a duração
do curso e dividindo-o em duas partes, - a primeira, de cinco anos, que é a
comum e fundamen al, e a segunda. constituída de um curso complementar, de
dois anos, d tinada a uma adaptação dos estudantes às fu ura especializações
p oíi.ssionais.
A criação de um Ministério especializado para os •ços de educação e
saúde, e a mudança pela de "educaçãoº da etiqueta ministerial 11instrução" ou
"instrução pública'', com que, nos começos do regime (1890) organizou o
Ministêrio ocupado por BENJAMIM. CoNSTANT, e que sempre acudia, como a
d nominação mais apropriada, tôdas às vêzes que surgia a idéia da restauração
dcs a Secretaria de Estado, denunciavam, certamente, uma consciência edu-
cacional mais profunda e um interêsse mais vivo pelos problemas da educação
nacional. A&reformas do ensino secundário e superior de que tomou a inicia-
tiva o Governo Provisório nos. seus primeiros mese.s,confirmavam as esperanças
de que se transferia afinal ao primeiro plano das preocupações políticas a re-
construção do sistema brasileiro de educação. A agitaçao de idéias que, havia
uase dez anos, lavrava cm tôrno dos problemas pedagógicos e culturais, atingiu,
urém, o seu maior grau de intensidade, não com essas reformas com que se
sa 'sfaziam algumas velhas aspirações já claramente enunciadas, mas com a
r jcição pelo novo govêmo, d2. poUtica de neutralidade colar consagrada
li l'•d.a,Olia da ~/a No"• Edlplo do Ca,tn, I). Vrtal d !mo Pal))o, 1931; ~ de Bdll<:Sc-Ao
proma,,ido pelo Centro D. Vital de 8lo Pawo e rcsilado oo dia 11 de ootubro de l!lll oo ..ao DObl,:o da Cllri•
lletrvpolltan-.. Bdil:lo do C=tro D. Vital de Slo P•ulo, 1923; Pe. Lllo11U. F'IIAffc.t., &túno relifíoao • .,., ino
1-110. Rio, 11131;TllUTlo Dr. AT.ún D bala pt>da,J6fi~ Rio, J9Jl: e&. Oa prabt mo da edu o
,.. Con1tltuiglo M.cm.arial •Jll"CKD.tado a, ComiNlo Col>ttitui.nee e ubacnto por D - pro(-
iDtd • c:a do o· trito F"'1.nl e doo Sou.doo. ln ~Jon>al do Bruil", o de J•oó:o, l de C,m,rcin,
de 1933.
396 A CULTURA BRASILEIRA
li KA,a. M,vnc· ni, ld.aloll• y utopia, Jntrodud6n ala eociola&la dei coaodmlento. Vcnio,i apdola
de S.U.'IA.DOll &Qu,.vUJUA, lfoodo d Cllltu.ra Economlc:a. Mulco, 1941.
10 A. iDllutnclh do pncm• mo e du ldBu nortc-amcriCADM o6bre ■ CGrTcnuomala ■v■.l!Pd■ do pen,
-to edue:acloo■ I ran.m tio ~eran~ que a mui- ·pareceu • ..educ■çio DOV11" um cuo l'lcameote
~ ou a.m produto da a.0.ls■i;lo que te VdD forma.ado .,.. .Eff.ttdoeUnldoe. Entretanto, como •
P. p,.trCOfflfST, "Dia 11CCrtado r■---d■ ecluao,;io nova uxn auo p,inunc11 • 11C1D •nclo-
to q1u ■ AI w coloca l tala da liBt■ (re{ere-« o autor citado l l.• Coa! ta.:i. Locamo)
e a Sa!ça romlnlca ai e Ll (1.lp ~ de~ Nova) ■1&uns de - c.b coo•
c:ordam com l"I'■ RVOl!ldooAria pafKI de civilmlção e de cultura ao difcrmta, como ■ ••
■ lDC toT-a e eia K tad Oaidcia, ■o p.no que ou.troa p&t.es como • França, • parecem _,.,lhe rdre.t!riod
~ ti , no i o e pela m 11111ruão, ■ mesm■ coioa? Seria e.... um belo motivo de par■ -
d61 oe compcteo.tt9. Em IXldo o CMO, a.la a:e poder, ver o.a ed~ a<m1 • -1f'ClltaÇl,o . .,. um
ternpenm nadoa&l. A l.11/h.1 Blbldoo Unldm l iDamta.thel D1o .,_re porque abuDd.ull em
a;p,!fl • e , t pn,ci90 ., .-quecer a>davia qw, o ~to pod=-» de ]. Dswn foi uma
fon do mDY'lmmto. ai tio f«- dba-- que o mundo~ ■ ■mcricamar-? V ~
nrd.■de. N■ F tr■r íàc:ilmeote advenàri:,e da ,:,dJ>C8~º oova, OI qa■ia poria I timu ..
-. • , ddeDdC1>C1,o ■ tndldan■l c:u1n,ra latioa caotra o prao,u,tiamo juv ■mcric:a R-
a:plkar porque pef- de velha cultun ori~ eomo •~e• AJ.era.■Dha, do Ndu.âdo. pelo •
camamo.0 bom bito du ldtlae IIOY■I nlo dc,p=adc apc,,.as, pc,,aõ CU, d■ hettmONa dCII 8at■dol O 00
IIIIUDdo:hiautra mehpro(llada,, mab bQtDAD.U:nJ.<>lumamoda ■pcnu". (J'. P'AUCONNfl, O Conir o
da Bducal,l'o No~•. ln "0 B.atMlo d Slo P ;ulo", maio, 192<1;cfr. Fal.KCIICD V&NlNCI0 P'n.ao, Contribui o
.......-kana • adue11~0. Edl o "LI~ d■ y;da a.rnericana". i. Rio de J■nàro. 1941),
402 A CULTURA BRASILEIRA
ainda penetrar com a mesma fôrça o ensino secundArio e upcrior, que perma-
neciam quase impermeáveis ou inacessíveis ao movimcn o de r,enovação edu-
caóonal. Certamente, o impulso que tomaram o an •g Instituto Agronômico,
de Campina , o Institu o de Higiene e o I stituto Biol6gico de São Paulo,
aiado por inica ·va de ARnJR NEIVA, e que se tornou, sob a direção de ROCHA
LIMA,um dos maiores centros científicos prepo o , na América, à investigação
de problemas de biologia vegetal e animal,-6 como a criação de novas insti-
tuições culturais e científicas, quais a Escola de ·ologia e Pou~·ca (1932),
cm São Paulo e a Escola Nacional de Química (1934), no Rio de Janeiro, coos-
titu{am sinais dos progressos que fazia e penetração do espírito científico na
cultura nacional. O ensino superior continuava, por m, r duzido ao ensino
dirigido no "interêsse da profissão", nao no inter sse intelectual do individuo
nem em proveito da ciência, cujo desenvolvimento, se renlizava antes nos ins-
titutos de ciência aplicada, onde a necessidade de enfrentar pr,oblemas urgentes
ligados à economia nacional orientava os trabalhos para a indagação científica
original, em vários domínios. Nada se havia tentado, no terreno das reali-
zações, para que êsse movimento de conquista do espíri o científico se fôsse
acentuando em nossa pedagogia, e penetrasse todo o ensino, provocando no
ensino superior, com o mesmo espírito, as r ormas que se empreenderam na
educaç o fundamental. e popular, confiada ainda e. clusivamentc aos Estados.
:E:que a camada intelectual. recrutada através d mafa de um s culo, nas es-
colas profi ionais {direito, medicina e engenharia) e que d frutava, numa
sociedade tática o monopólio na formação tanto das elites como da concepção
de cultura, apresentava um pensamento "escolástico", i o ê, acadêmico e sem
vida, que se opunha, pela indiferença ou pela hostilidade às transformações
profundas do si tema de cultura e do ensino superior no país.
Se essaa elites, recrutando-se em camadas sociais e i uac;õcs que variaram
con tantemente não constituíam nem podiam coo ·tuir uma camada cerrada
e ei ente organizada de intelectuais, não é m verdad que, com uma
forma,ão cultural orientada no "interêsse da proft ão' , haviam adquirido e
conservado sses modos e formas de pensamento e e xp 'ência, ligados a
uma formação tradicionalmente profi sional que a i abilitava a dominar
do lto e em todos os seus aspectos os problemas d ducaçao e de cultura. Elas
nunca tiveram, porisso, uma consciência viva e, mui. o menos, profunda, da
25 O tn,Ututo B)o16gico, criado cm 11128cm Si!o Poulo, por lnlcl1.tlv• de ARTU"II NIIJVA, qne prea\día
l Comlu o ti,:_nlca dcttlllDda a dar combate li broca do caf6, leve corno cu primeiro dltdtor, contro~do para
OC'IAAb6-1o o antl~o 111 !,tente-chefe do Initituto O1valdo Cru~. do Rio tle Janeiro, Suudou • ARTUR NJUVA,
a qude cor110, O Prof. ROCHA Ll),IA, que foi também uro d01 colaborAdQl'OSde OàVAt.00CRUZ e, tendo eido
proí .. ,or no lnatltuto de Mol~tia, Tropi<:a1,is,em Bambur o, e l'unç de vk~irctor do novo
lna luto, fundado cm Slo PQ.u)O. Imt!tlado hoje n11t11 cdHlcio o.,ta pror,Of , con1tru(do M·
peclalmenti! p r• ~ .. in tltuto dc ertud.o. e pesquiul clcntl 11 e 't\1)0 e •t o, c:omo informa
o ,cu atual dlrct-x-, "'desde" ínvc,iti ção d03 p<oblemao ttuh 11 o do qualquc,- mo.! '\ue ameace
d , PN,lud ou desvalorizar as f- de dq11ez ali a e n pccuArla. O eut0 de aua
atlv ade con tltvído pc.la tn,-eatlgação cientlílca no tcrr t 011 01 ocr vi,,.,., anima.,, e
v etalil, e e,iped,,.tment:e d•qudes de Cll!li<r utilid•dc ou ío em. Centro do campo vuta da
peto1Cllla comparada, coaantra-sc a principal tividnd~ clcatfríca do lnnltuto ao tudo d s pn1• e doea.ças
• pricneiro e mar, ;mp«tantc cam;,o e:x o para o fnatituro cm 1 37. - a
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• . f o Imtit:utD :Biolódc:o lllo wn mal ~ OI de l)HIIUÍn e dc ca-
1\cnle na Ani&ica. e j& =.ttnome anivtnal. Allm de wn,, re1r ta racoa.l O Biol6Sieo, c.crita
cpoot■ ao rim de -1>elcca- a aproxiro4çlo ent:tt o laboratório e criadora, ma.nL o Instituto
quivo•, rm•l& de gn,nde impartàacia, qu 1e pubUc11mOI trabalbOI oriç A8i,i de pc&quiu.
....U..dol nu dlvena1 ICÇÕQ dcnA inltitui('ão.
A RENOVAÇÃO E UNIFICAÇÃO DO SISTEMA EDUCATIVO 405
ff A pnmdni unl11cnid• que N erlou no Br-,ll, foi a Uoiv<:nid•de do Rio de J•.11elro, em "1rtudt1do
decreto a.• \4 343, de 7 de ..,t mbto d.e:lllJ0, d.o Presidc11te BP1dc10 P'PIIO&.,refc:rendado ,xlo mio tro AUUno
PINTO. .Mu, - Oolnn ~"• c:oJ01B tahrtt>t Conm •~01 pdo decreto a.• 14 sn. de U de deumbro
de 19:20, a- lmtftutoo ,raperiarea de r~ - • Pe=ld■ e
de Dird do Rio de Janeiro. o,,m importou em cnodif'ICllç&)«-•
--1 ao ,uperior do país. .Em !Wo H«book. awatarde. foi
f l'nltNTU, a 'Onivcnid.ade de • p-apada.t
• F Bagl'Dharia, cxbtcatca na ~pi tento de
7 de 've-aid,,de e Que, ,.,.,;nado pdo r •
rendado par FIIANC.IICOcuao._ oc:DblUIIJI akc:raç5o wbebmcial N re.úboo q...,
~ ... IIO , com • estrutura e O!I mEtadoa tra •
que iAb'Odudu ,,u e de Gt!:nlll, foi a 11J
apoiadacm wn o grande JlrOlllnedade imó,,ci e de um
do~ Pode .ee,p:ü, a!irm• que, ec ■ e:rd■deira orc;aoiza,;lo miivcni oo
19 8Sl, 11 de abnl do 1931, do chefe do ODYmlO Pro..ú6rio. o.-.Gntluo V
cua-o., • itro de &duui;l.o, • primd:9 uiuva'lid.ede qwe teve. o .Bntil. criada com
arcalllla.çloDOY■, e J b o rqlmc bdcddo por f:a.e drcreto, foi a de Slo Palilo.
ctcriores, de Cri o marcad■ml!l!I ttad.ldoDal. embora IOb uon. -rubrka, anlAa1a• ,
criado• 2S de Jao de 1934, de ac:õrdocom o deo:reto federal, qUJ: ""tão entrou r
... ente • locarpor çao, 110cra:anltgio lllllvcntt:Ario, de uma Fa.culdade de .Filoeofla, Ci panou
• c:Qllltlw.ir a 111edlllado llat-., coino tamb&D a J'l'COC\lpação dominante da p.,.q 01 atud.-
406 A CULTURA BRASILEIRA
rcuoiões, conchúndo pela redação final de uma proposta que s baseou, em grande
parte, nos ante-projetos elaborados na V Confer ncia, de Ni crói, e cm que se
sintetizaram as aspirações unânimes daquela sociedade de educadores. Foi
sob essas influências que se elaborou o capítulo II, "Da educação e da cultura",
da Constituição de 16 de julho de 1934 em que, ao lado de "disposições impró-
prias a um cxto constitucional~ contrarias entre si e inconvenientes ao ensino"
se encontram pontos fundamentais das reivindicaçoes católicas, como o ensino
religi nas escolas, e diversas das aspirações mini.mas por que se vinham ba-
endo o pioneiros da educação nova no Bra iJ. As duas correntes mais vigo-
rosas do pensamento pedagógico e, sobretudo, a dos r formadores, cuja cam-
panha ofcrecia tõdas as d.itkuldades das obras novas e fortes e esbarrou em tôdas
as incompreensões, cruzaram-se, por essa forma, não s6 nas proposições apre-
sentadas na Assembléia Constituinte, senão tambêm na Magna Carta que
resultou de seus debates e em que se consagraram, como grandes conquistas
do movimento. algumas das teses capitais prepostas ao fim de instituir uma
poUtica nacional de educação, segundo princípios e em bases modernas.
A Carta de 1934 instituiu, de fato, medidas que assegurassem uma política
nacional cm matéria de educação, atribuindo à União a competência privativa
de traçar as diretrizes da educação nacional (cap. l, art. 5.0 , XlV) e de fixar
o plano nacional de educação (art. 151). Aos Estados competiria, segundo o
art. 151, organizar e manter os seus sistemas educacionais, respeitadas as dire-
trizes definida pela União. Estabelecendo que ao governo central caberia
•r~ar um plano nacional de educação comprcen ·vo do ensino de todos os
grau e ramos, comuns e especializados, e coordenar e fiscalizar a sua execução
cm todo o tcmt.6rio do país" {art. 150); criando o Conselho acional e os Con-
elhos Es duais de Educação (art. 152) e determinando a aplicação de nunca
menos de 10 % da parte dos muniápios e nunca menos de 20 % da parte dos
E tados, da renda resultante dos impos os, ''na manu enção e no d nvolvi-
m to dos sistemas educativos" (art. 156), a Cons • ·ção de 16 de julho de
1934, fazia o país entrar numa política nacional de educação de conformidade
com os postulados e as aspirações vitoriosas na Conferência d Niterói em 1932
e no manifesto dos pioneiros, pela reconstrução educacional do Brasil. Os
sistemas escolares estaduais, segundo essa nova polltica escolar que a Cons-
tituição adotou, não seriam senão variedades sôbre o fundo comum de uma
espécie: sob t6das as dissemelhanças de estrutura do ensino, nesses sistemas
variáveis com as condições regionais, deveria perceber-se não sõmente uma
''certa tonalidade fundamental", mas a unidade poUtica exprc99a nas diretrizes
estabelecidas pela União. As próprias tendências de organização racional,
s6bre base de inquéritos e dados estatísticos, e de seleção por meio de medidas
objetivas, (srt. 150, letra e), - uma das mais deras aspirações da campanha
de renovação educacional -foram consagradas em disposições da Consti-
tuição de 1934, que se manteve, em quase todos os seus artigos, na órbita de
influ~cia dos iniciadores do'movimento de reformas da educação brasileira.
Mas, além da instituição de uma polftica nacional, capaz de estabelecer
a unidade de fins e de diretrizes na variedsde dos istemas escolares, e dos prin-
cípios que consagrou, de "racionalização" ou de reor aniz:ação do sistemas
educacionais, em bases científicas, de estudos, inquéri os e dad0$ objetivos,
tabeleceu ainda a Carta Constitucional os fins democráticos da poUtica es-
colar do pa{s, reoonhecendo na educação 'um direito de odos" (art. 149), ins-
'tuindo a liberdade do ensino em todos os graus e ramos (a . 150, u.n1co,
allnea ), a liberdade de cátedra, a gratuidade e obrigatoriedade que deviam.
estender-se progressivamente do ensino primãrio integral ao ensino educativo
ulterior, a Ílm de o tornar mais acessível (art. 150 único, a e b), e criando
A RENOVAÇÃO E UNIFICAÇÃO DO SlSTEMA EDUcATIVO 409
os fundos especiais de educação, parte dos quais (art. 157) ae aplicaria a alunos
necessita.doa, mediante assistblcia sob diversu formo e bõlsas de tudo.
Essas tend@ncias democráticas que se tornariam ainda mais acentuad na
Constituição de 19371 nio correspondiam apenas às aspirações nltidamente
formuladas no movimento de renovaçao educacional, mas ainda a um processo
real de democratiza~ão que atingiu sobretudo o ensino secundário, tomando
estrcmamente diflcil a reorganização de sua estrutura em bumanlstica
De fato, em vez de um ensino de classe, para uma pequena fração ela população
adolescente, recrutada geralmente na burgµesia, o ensino secundãrio tomou-se,
pela ma extraordinária extensão, senão um "ensino para o povo", ao menos
um ensino de caráter mais democrático, aumentando-se de 1930 a 1936, de
40 mil a cerca de 160 mil e, portanto, quadruplicando o número de alunos, en-
quanto a população se el.cvava de 34 para 38 milhões, no mesmo per(odo. Se
eram poucas as rnoças que conclufam o curso de bacharelado cm letra at~
19301 o número delas passou a equivaler ao dos rapazes, em muitos colégios ou
cursos que se abriram por todo o país e cujo número, sõmente em São Paulo,
e, sem contar os particulares, subia de 5 em 1930 para 58 em 1940, entre gi-
núi.os mantidos pelo Estado e por municípios e cursos ginasiai anexos às
escolas normais es aduais ou municipais. Mas, como êsse •prOCC8SO legitimo
em si mesmo, da democratização, que inicia as massas na cultura, aprese~ta um
aspecto negativo, rporquanto fica rebaixada a qualidade do cmino, permane.
cemos em face de um dup1o movimento em sentido contrãrio: de um lado,
fenômeno de democratização pelo qual as massas não s6 adquirem novas ne-
cessidades intelectuais como também começam a exercer dommio s6bre a cul-
tura e adaptar esta a seu nível; e, de outro, um movimento de reação no sen-
tido da cultura humanística que nunca foi democrática, e em íe.vor de uma
prepara o regular e aistcmãtica. em nível universitário, dos candidatos a
e grau de ensino, dos quais a primeira turma de profeseores diplomados
ao Brasil obteve m 1937, pela Univc~rsidadede São Paulo, a licença do magis-
tério secundário.
Se, com o golpe de Estado que instituiu, no Brasil, a 10 de novembro de
1937, um regime autoritário e unitário, entrou em declfnio a campanha que se
vinha desenvolvendo pela renovação educacional, é certo que algun de seus
prindpios foram consagr"dos na nova Constituição promulgada pelo Presiden e
da República e assinada por todo o Ministério. O estado de attio ou de guerra,
como lhe chamaram, e em que viveu o país, de 1935 a 1937, e o golpe de fôrça
que pôs êrmo ao regime constitucional de liberdades públicas, impediram efe-
tivamente que, em matéria de poUtica escolar e cultural, a balança acusasse
o péso real dos contendores; e a politica adotada pelo govêrno da União juJgou
poder fazer a conomia do conflito, nesse e em outros domínios, pelo conhed-
mento e pelo cquiUbrio das f6rçai, antagônicas. A nova Constituição, outor•
geda em 1937 reafirmou, com efeito, levando ainda mais longe do que a Cons-
tituição de 1934, as finalidades e as bases democráticas da educação nacional,
não s6 e tabeleccndo peJo art. 128 que "a arte e a ciência e o seu ensino são
livres à iniciativa individual e à de associações ou pessoas coletivas, públicas
e particulares", como também mantendo a gratuidade e a obri atoriedade do
ensino primário, instituindo, em carãter obrigatório, o ensino de trabalhos
manuais em tadas as escolas primárias, normais e secundárias e, sobretudo,
dando preponderância, no programa de política escolar ao ensino pr~voca-
cional e profissional qu destina "às classes menoê favorecido e 6, em ma-
téria de educação, o primeiro dever do Estado" (art. 129). Sob aspecto
a Constituição de 1937, rompendo com as tradições intelectualistas e acad~
micas do pais e erigindo à categoria de primeiro dever do Es ado o ensino t~-
nico e profissional, pode-se considerar a mais democrãtica e revolucionluia
410 A CULTURA- BRASILEIRA
Ili h.ufct~ Cüooa, Bducagla " oultura.. Pm.e ao Mlnkt&io de Kducaç.lo e Sa6de.. Dllcurw
IJl'OQWICÍlldo 18 de oovcmhra de 1930. P,1 ll7-119. Livraria ]OK Oltmplo Bdlt&a, Rio de J1111dto,t!H0.
81 OtnT4V0 CUA.HPot.A,l'anor•m• d11 ed~o 1111eion,.J. /u ro!IQ~ a OI prop<ot do r.wtroo
fadenl. DlacGnO pronuociado na corncm-çlo do Caltzdrio do Colqio Pedro lL ln ••Jornal do Comb-clo",
RJo d Ja.nclro, U e 1◄• d.e dcxmbro de 1937.
U LoU!Ulfço J!'tLuo, Inrraduglo •o • tudo 86bre a llitu~o ,-.,.,, do 11.n /no pri.múio. P6p. U►S3.
to NadOGlll de OI Pcd . ''Boletim 11.• 13º. R;o de Jaa,ciro, 190.
83 O IDltituto a.donal de ltamdol Peda ~ (LN.&.P.), aiado pelo d, 1d a.• SS0 de 30 de julho
de 1938, COl'TapOQde, ..,b c:atm • pc,ctDe, ao tlp ~agillln • que, - d.li Rep6bllca., o d~o
a.• 667, d 16 de ,.g&to de l 90 atribuhi • rw,s:1.~ de "cortro 'J)l'Opll).or du ftfcnnu e mdhanma>taa de que
.,..._ • educa~ uadooaJ". A poUtica d-1nlbadon. que~• CamtlllliCAo " 11191,aAo permitia
412 A CULTURA BRASILElR
vi.n1a11e • tn,tttuiçlo do Ped•aog\um que, em 18915,p11Mou c:om nn, mal• l'ritoo I Jurl1dfçfto do 1ovi!mo do
Dlatrlto edcral e rot ex-tinto em 1919,"jli d.,.,irtuado cm 1,rua objetivo, naclóoalt. O l'eRÍn1c de eentraf!nçlo,
ln~tltuldo • 10 de novembro de 1937, foi uma dH cauSRa que m•i• ctintribufr m etn o OOJ'e1clmcnto da nova
eitercidp1 c:urnul11tlvornente com flR udmlnlot:rotiviu
ID.1titufçllo o que 1e tr1LI111feriwmIII utribu,ii;õeo de pc,,qul1111,
pel Diretoria N'acloa..l de Educar;.io. Criado o Instituto N c:lon I d Pcdar01t11, dr:itlnudo • reallh~ invesH-
ltPÇl!et10br Dt problem.u de cn1inp ooa !leuJ diferentes aapcc:too,(Art. !9, da lcl n.• 378- d U de Jo.nt\lro de 1937),
foi t.nn J~lldo ~ 1938 no atwll in.tituto Nllcional de E,tudoe Pc.S. coMtltul o "centro de utu.d011
de tOdu M q11 ttllee educ:t11doru1ts,relacforu,ci4s com oe trabalhoe do Bdu çk" (ut. 1.• do de-
cret.C>.lc\ri.• S O,ele O de liúho de 1938 . .S,se ln.tituto tem por fim, da o 11.rt.2,0 do ref.,,.fdo decreto,
"orpnlAi' docun,eotaçlo rclativ• à .hUltória eª" eatudo atual d.li dou , bem como
do.e dlfcnota, e1pkie1 do IMt:lt-.ilçõo educati-.; .....,1:cr lnt:cr~àm nata do ee,.
·tr,u, ; Pf'OfflOVff aqu&it petqDÍJ&I sõbre todo,, 011 ~bl bem como
IO&o ..,étod e pn,ccu pedq6!:lc~; prociovcr invcatlga cdUCl!çlo,
bem como rel•tl-n ~ problema da ori=ts\;ffl> e oa serviço■
ou partkut.N,, de ed~ e pr6tica pe-
~ mb«dinado ao MiDistáio a bibliouca
' doía scrvíç<,e e quatro ç&o e• de
tuda,s dirctOIJd,, d e Sclrçlo
• à~~ com
pffSidido pet;, Dr. Luh
mm!D do f=ci •
o Prof. Lo~ 1'lul rekçlo
e Ortlvidadcs~6gicn ~ na-
eo,iuo. de ~ de. dd Serviço
e orpru~d~ridl d lc&
toe. Os boletim que edi "ocpnl-
mirio e aarmal", cm cada Emldo, . ~ e da.
1)Ub1icaçlle,.de alto val« informa du averti •li6ea
• , metbdicamente c:ooduzjdu, saa atratura, pd.-
pw e pclJI •ua $Upcrlor orienta~. ec:r.ic:«olllftltc olo 16 o ótslo ntral, ma■ o
111.i. U'ilJ)Crtllnteln,titut,o do paf1, destinado a inqul:ritos, doa e pc,aq rc pN) 1 ma. do anlao, am
- dlv- •~· (V. fn.tituto Naciomú de &tttcúu Pedeg6 n,vím "KduClltlo" - 6rc!lo
da ~ Br..udra de Bducaçllo, a.• 7, jul.ha - 11140,p . 17-l e 27).
A RENOVAÇÃO E UNIFICAÇÃO DO SISTEMA EDUCATIVO 413
Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Eapúito Santo, onde.
desde 1937 a 1941, foram fechadas 774 escolas particulares "desnacionalizantesº
e- substituídas por 885 escola públicas, abertas nos mesmos locais, quer con-
cedendo cm 1940 auxílio especial a êsses Estados para a c.onstrução de prédios
eaoolarea na aglomerações de população estrangeira, quer dando nova organi-
zaçao aos núcleos coloniais, cuja fundação se condicionou às aigetlcias do in-
ter e nacional 84.
Mas, se cm ma éria de ensino "a questão capital cujo vulto reclama es-
forços correspondeu cs à envergadura e proporções de seu tamanho", continuou
a ser, segundo a opinião e os votos de FRANcxsco CAMPosem 1930, a do en-
sino primário, não s limitaram as atividades da União e dos Estados, n se
período, à solução do problema fundamental da educação das massa . Certa-
mente, a análise sucinta da situação geral do ensinb primário, nos últimos dez
anos, demonstra, como jâ assinwou LOURENÇO FrLHo,35 um desenvolvimento
notável das escolas primárias que, de 27 mil, em 193_2,passaram a mais de 40
núl em 1939, elevando-se, em oito anos, de 56 mil a cêrca de 78 mil o número
de professores em serviço nas 40 mil escolas· do país, com três milhões e meio
de alunos inscritos. Não foi ainda menor, guardadas as devidas prbporções,
a expansão quantitativa das escolas de ensino secundário que, cm dez anos,
tiveram um cr cimento superior ao que se pTocessara, em um século de inde-
pendência, e denunciaram nesses progressos a tendência do gin sio a trans-
formar-se de um curso propedêutico para o ingresso nas faculdades, em um
colégio para o povo. e cr • ento numérico, de certo surpreend te, res-
tabeleceu, agravando.as, os problemas de estrutura do cnaino ecundário, cuja
finalidade, agora tão ampla como as atividades de nossa complexa vida mo-
derna, como observa JOHN DEWEY, já não pode ser a mesma do tempo em que
as academias aistiam tão sõmcn e para os filhos dos que receberam uma ins-
trução clá ica. Ainda qlle não se possa comparar com o surto que adquiriram,
nesse período o ensino primário e o ensino secundãrio, o ensino superior, por&n,
profissional e desinteressado, teve então um desenvolvimento quan "tativo que
não pode ficar sem efeitos antes sôbre a ex.tensão do que sõbrc o apuramento
da cultura do pai , cuja qualidade é duplamente ameaçada, nos sistemas edu-
cacionais, pelo rápido crescimento numérico das escolas secundárias e con e-
qilente rebaixamento de nível nos estudos propedêuticas e pela proliferação
das escolas superiores em geral e, especia:lniente, das faculdades de filosofia,
enxertadas em antigas organizações educacionais, de iniciativa prívada.
Essa crise da cultura qualitativa que se observa por t6da part.e, não é
um produto apenas da redução progressiva do campo da "liberdade de espí-
rito", sob a pressão dos fenômenos de concentração do poder do advento das
ditaduras da querda e da direita, e das tendências do •Estado totalítário. ou
do Estado concebido como um fün em si mesmo e dotado de atribuições para
estender a sua influ!ncie a é o mais íntimos recantos da vida dos indivíduos
e das coletividades humanas. Universidade implica a idéia de. univer alidade
e reclama o livre exame, como obra cujo impulso criador se apóia e se alimenta
na liberdade, tomada em sua plenitude, de crítica e de investigação. Do ponto
de vista sociol6gico, a aise se explica, também, segundo NICOLAS BAlu>IAIEll'F,
pelo fato de que um prin pio aristocrático, - um prinápio de qualidade é
inerente a tõda cultura uperior, e que êsse principio se encontra gravemente
ameacado por um pr o de democratização e de nivelamento pelo domin.io
17 Ainda nlo ae collpram, ao BruU, oa dada. estat!aticoa re:latiYOeà pnxiuçlo de U-, pcw ••uatoa,
aae di..-a -• cdlt6ra1, • 11ua circu.laçlo·c di•tribuiçlo pela■ difeRata rqi6a do pa(s. BeeantaU,tka ~
-mmte Otll nlo 16 pva apreclaçlo de virioe a1pcctoe de cultura, c,Ql)lo~ atudoe ,Obre •• npkl
de IIYTode ma c,c, tlr■t:em e, pottanto, de maio, aceltaçlo, a dlvcrlidade doa "píabllcoa" a:la.:entn • a capacldad•
e dlttribwçlo a:eo&rAflc•de cormuno dl! produçlo editorial, didâti01, Uterlri• e clent!Oar, M••• que o movlmoilto
editorial no p,rf1 ,e dotfl11volveu,de modo no~vel nffta 20 e, particularmente neeta 6ltlm011 to anot, alo h'
-bi:a de dOvid11, But\l con1idcrar que, all:m daa anti1 .. caw edltõru, como • Livraria J!'raocuco Alva,
hoje Paulo lu, vedo e Companhia, • Livr•ria Qarnier, •tualmente Briguiet>Garníu, ec fundaram mal, Rt
91DP'•• vadaddrammt m.porU,ota, • Companhia Mr:lho,ramentoa, que ec dedlc:e IIClbc-etudoa llvroe d •
di&a., • Companhia Editora N•clonaJ c a LiVl'UÚI Acadhllica (Sartlva), em Sio Paulo; • P'rclta Butot, que
oe ""'apc,dalluodo em obrai J11r1dlci111, • Guanatrar.. mala conhecida pdoa MUI livrca do l!Mdldll■, e • L YTri•
Já Ollmplo BdltOr , a Rlo Ja,,evo, e • Liwari• do Globo c:m ~ Alc&re, eem cootat fl"IDdo a(lmero de
cua eclitO..U.eapalbllda■ pelo paf1. A prodQClo atinip11 tau propotÇQel que a6 oa Companhia Bdltora Naclooat,
uc:a,deu • 2 e 480 mll nemplarft, em 1!136,perma.aec,er:,doentff 2 mílhaa e 300 mil 2 aillb6el o 500 mil
• i,roduçlo aauai. no, dJ:rco llJ1CIII wnra atl: 941, •i-r das proluJ:Nlu C011,1Cq0eoduqu tona 'l.• swrr-
mlmdiaJ tbbn a nd01i:rla • o combclo d 'livro,. N- pertodo, • Compulila Bdlton1 Nadoaal, cnln caju
lnldativu n • llrHJll■ n■ , - biblioteca de atudot naciooail, ~ maia d■ 200 YOI , ..m de,
cfnio (1931 1), eh ou • rua ediçlo com cir-ll«emde 20 mil e. dc outl'O livro, CIP v6rial • a:n pcdor
a 4S mil cicmplM . Qu■Ddo compa, ei-. atimaoa, alada muitD redtuid , cem ca dat
• uno, , q v tn mil e d mtl esc:mp1ttra. aão 1: poafyd d-i.cccr a ma lil)im,~io
ma>to torial. dbta -. IICID P'~ta - !üat:6si.ada bld6.tria do IIYl'O DO Br
U caberia c:ertan-ltc. - limita de ama obn de .to- • c:ltacAo d tOdM .. n..,... q
daata<:aram, oob aJcum.. pect'OII, ao Jornaliamo do pc,rlado republicano.. AWa Dia t rcdmldo o aCuncn, da pro{le-
dc outnl caruiru e da b de Wru que ronm "rpi,õr!ical'llf'O~ jDl'1lAliltu, • prwlo nela
p6btica. c,am • qoal • abriam e _,...,.a, IUáa ._tividada de iulprc:a.a. Maa, =tno CII s,aoxl Jornallltaa
.,de proll "nlo ' poalv 1 _, OI nocaa OuaJreS de QmJm1C1) ~" io, 113 l!112), J6
ae lm aa eaalpanba abol • • ta repub1ianla; ALcumo GU&JJUUA (Baado do Rio, 1 5-1911);
Jod CAAOI RoDIIIOUU (Ltado do , 11144--1923),dlretar da "Jornal do Cam&do''; ZOUUDO s.,u~o,n ..
• Joio L4o& de "0 Pai ": Nl)O Blffoc:ouu, fw:tdAldore dirttardo "Carmo da "; JOu Mslqun4.
de "0 S.tlldo de Slo Pllulo" 1 e, m.ia l"IOCeDU:mCD~ Jod SDu.UIIIOMAcmo &M.u:9. fuadador e difftor de ••o
l.alpwcial", conto JUoo, do 'c«nio da lrlaohl", e Alm Cll,t,TUU81lW11>,um doa a,,al■ IIOt6 JOrtlaJlotu
que Jl ln'e o Braail, fundador da. MDl.6ri01ÁNOC:bldoe",- a maia - e pod..- rMe udooal de jorm.11,
f"..i- e e,mollal d riditt, ~ pelo pala.
4115 A CULTURA BRASILEIRA
_.,,_
418 A CULTURA BRASILEIRA
U A r,r{Jndn lei Jll"OIDlll;.111!,i no pah s6bre o r6dio e o dllt:n)a educativo oí efe 1/Uftfflfe o d«reto
0
11.• 3 , dt 23 de J•~ de 192&. qoe rd'onnou o ~oo oo Oinrito F ttal e, r • r lam.enr..So ~lo dcettto
• 2 ~O. de 2'.l de o emb<o do mesmo ano. O Título JV, ''do cinema "do r&dio", do primeiro docreto,
n.• 3 UI, •li" ta dois ••tiir.o, e um ~aro: no art. 296 ie ota~l- q~ t as ncola, "U:rl.o de:s.
tlnad•l nrta~deal)lll'dboa de prcdcçâ<i í,n e anima.da pano fin.t mcranlffltc ucaúvoo, bun coma llll-
tal •dcapardhoodcr6d~w..Conlae.1llro-[abmu,,-;c,p,eloart.297, cr,a.......,, io-acolJi,com aa~va
taç1o trana ia«a, d tiMda l imuli!ição iri6ria, pa.;a aa ncola• e para o pllblko, de b nOI e caaç6a CICClarc:s,
da bon, Cll'klal, do bolttim de atos" imtrui;ôes da Dirdaria 0"'1ll, de, tod,- OI au1111to, de lntu~ do ,mi:ioo,
llçh artl,tlcu de cariter educativo. No Titulo JV do dcc:rcro n.• 2 940, E rqulameotada • aplicação
do ciner.na a nu ~w:atiYOI (a.rtL 633-<>351.fixain-sc as OQjC..... t 11t:d6 orsan Hção li R6dlo-E la farta. 536-647),
c,ladJ, pelo dc:crcto 9"" reforaiou o cn.mo no Ilittrito F~ pOI" iolçla vi a 10b a rnpGDMbilldade do autor
desta obra.
A RENOVAÇÃO E UNIF CAÇÃO DO SISTEMA EDU TJVO 419
'2 A ul.illnclo do cinema no imaino ., na peaquisa c:ientffic:acomeçou • ser pc-aticad• no Mu•co N■c:lonaJ
que lnauautou, e,n l!110, • awi ntmoteça, enrlquci:ida cm 1912 ca,n o, primcir011nlruC!t dot lnd.lo,i Namblqu TH
que RoQúBH PINTO trou~e do Rondõnia e os admir6vei, pellc:úlu ~m que a Coml1 o Rondoi:i dacument•v•
•• a,ua, explornv a ec<:>arArlc , bot6nka1, i00l6gica~ e etnog•âfk,... Em outrat ln1tllulo~e1 d.e 01ino o cul•
tura realiearam• o po1tcrlormcnt tenta ivu para o emprego do cinema educ■tlvo. Sõmente, por6m, tro 1!1211,
iniree • primei•• lcl Obre o empré o do cinema para fina cscolare:s: o autot' desta obra, cntA i:llrctor 1eral da ln •
tnlÇlo P6bUca do OI trito Fed~al, detennioou e •~lou a sua. utilizaçAo cm t&da, •• e col • d ■ caplt•I do par,.
(Decreto n.• 3 281, de 23 de Janeiro de 1928, arta. 296-297; e decr•to n.• 2 940, de 22 de novembro de 102 ,
arta. 6".-63S . Em 1 29, por lnlc tiva da Dir.:tori Oernl d• ui,lruçã:, lnau utou..., oClcWmcntc • J,• lbpoalç o
de dnema.tacrl/lA Et.lucath, , cuja 011•0lc o ateve • cargo de Jõ11n.u SBIQtAIIO,wn do. Iniciador d e
movimeoto. Sob 4 in pire , o de ANr.'lo TllfxBlltA criou- ... pouco dcpoi , en:i 1932 (dcen n.• 3 763, de l.• do
fcnttlro de 1112) • D vlsl.o do Clntma Educativo. Neee m=-tt10 llitO, o decreto n.• U 2 O, do 4 de ■ brll, do ~o•
y faicnl ion■liJõu o ~ de cCMura doe íill'IIC9 cinematcgrifico,. No &a o de o P ulo o cri. d
a■ • de ·o Cinema Edw:.tl.vo pelo ecroto n> 5 884, de :U d.cabril de 1933, que, 1 tln.Jo o c.6dllo
de Eduea o, ci.borado porlnldlt v■ e aob ■ cricn çi<,dcF!!:RNAm>OD~ Az•VSDO.No d o n.• 24 651, de
10 d.e Jlllho de 1934, que criou no M • o d■ Juniç■ o l)r,pertameuto de Propqa.mb e Difu Cultural, et•
c.~1-- m • lart:. , ali •· b. c,l, rcferenm à ~. cin:ulaçll> e lnblu~c:a d fil
educativo■ . A cn çlo, m, l!IS7, do lnotitu N■d I do Cio.em.a &luúti90, pela lei 11.• 37 ,
alliutlo D t&fo de ltducac:Ao ., Sa6dc, ma~, oa cvula,;b da id . uma d ltU8I ( amnl~tc:a.
lMtituto, cf~ foi coníieda a ROQUfflt PtNTo, - um dos piooeiroe do mMGlCQtQ em'ª""" do
ciDcm.■ ncolu, - tem por nm arp1úa11 e cdltar mmes edll01ltivm br■.sildroe: perm r c6pl d íl<0 edl•
tad ou d.e ou a.: editar e pcri:nu • • ou filme, ""'"'""• cam aula,, caníu I tN ; 11r1.•
- fitmotirca educa ""• 1)81'11 IIO"'liraca lmtltutoo de cll$Ílll>,e pubfie■r uma n,vi COlllUIIJa(la■ CÜletn■,
f"~o e ao r6dio, r,p • , aplica à e à eduaação. Embora ala,b, r te, - p oAo
• cuxoano,, - o Jnstltu N onsJ d, Ciuem• &:lac:ati"" ;, editou cerca d ~ m ; ap,■tdhou e
para r- u lnf,orawc:,M:se aclatecin,enta■ re\ativot ao cineius,. C9COhr,em 1:6-iu u uu ■ ; orpollou
uma blbl pcd,allada em e re.i, • cinemar,zráEicu e recolhcll, uot arqu.lv , co,irden■nd<Mlt,
..iio.t c:o<11ribul que te eocootnvam dº pcnall, No domlnfo da pe,q • pcoude11 • 01 pro•
blemu U ■d a lar do OlllMI ■ ub•t ■ ndvd, de Ui mm; realizou euallJI ■6btt o filme de 16 mm,
cm c6rc:a netursi1, e pe,quiaa de fcmtuc. c,rperimcntal !l6btt a pr0ll6ad■ do ,dl....,. nadlXlal cm divCl'IU 1
do pala. ter,. J6NA.TAI~ltANO e hAMCJIICO Vad,JICIO Fn.iro, Cinema .,Ju.,.,;60: MltlfDa 0& IUllltl)A,
Cin•m• con1,e o,'namal
A CULTUR BRASILEI.RA
420
----- ----- - - - .
• LoUtDIÇO JIU.Ro, 'I'ondlir,p~s da e-duc:ar,Ho br111Ulslr11 8ibC d.o ~u (:lo, vlli. 29, Con,.
ahla 'M lharameotOII d Paulo, ~ Paulo.Rio (1-.-n, dau, ), , 41.
4f hi>l'OJ'tan= imtitu:too criadot em 1!137 pelo goverm, i era din o ai> Miolstki<>
de Bduc11 de 6, de fato, o Serviço do Patrim6'1i.o Hi1t6rlco e Ar lat,I o ctn u.c •• tnn1íormo11.
amplland cll.l On• e oa "ºª C!Stmtnra. a anti ,r l n1potorl de Moolim 1r::lonal1. P e•n dlJOcr
qua 16 cnt' o " corporlncou em uma org;mi.zação eficiente • id6ia do prlmelro 11prtte!\! do ein ll>U li
C6t111>rall'~i,ral pelo deputado J>CS'DlO.lnbocano Lul! Cl!DRCI,ollbr<: <L de~ do trlm011lo hl~t6rlco e artl,ti<:n
do palt, e naufdo de perto, em 19is, 1'127 e 111ia por Mlna., 811111,e Pern111nbueo re1peotlvame11te, ujo1 go-
vert101 cnlcllU' m do problem. , promovendo o eBtudo e P elaborat o de lcim oom o m mo objetivo. Km 1933,
pe,o decreto n,• !12928, de 12 de j11lho d!!i1e ■no, o g-ov&no feder I inlci obr• a que- cvoria dar r.uai, tarde
maior" propof , mdndo em Mon\)mento Nacional a vclbu cidade mln ir• do Ou.ro Preto, - verdadeiro
mu •u ao ar livra, pd.o valor histó,ico e lll"tt:ltico de ruas p11isegen1 urb11na1. Com o decreto n.• 24 735, de l4
de julho de l934 que criou• lMpetoria dos Monum~ot<n Nacional~. com u· o MllSea Hllt<,rlco,
la.o;at•m•M u bcu • do oiotema rle proteçãQ do patrlm~nlo hlit6rlc:o e , 1t 1c l11tem.11Dr•
1anJ100- eob o nome de "Serviço do Patrim?opio Rí,t6ríeo e projeto, oubmotldo
pdo Presidente d!l R"!IAbUca li •p•~~.,. do Congreao, nil r ter aobrevlnd'D o
aolpe c1<! l!!tbld.O qut rm 1,937 lmplantDll no,ro n,time, dlnPI Coo tlnicfoul
de 10 de oovcmbro de l937 deu. impubo notã.vcl li id& em 'o., rnonwnentos
hlllt6rlcoo, IU't1i coe • naturais, qãm como u pa· gcru ~ natures...
11oam da p,-~ e d cui~opeciais da ção, dot contt•
moo=tae •·.,.-.o cqulpcin,dos '"'" cometido, cm, pdo Minúttrio
d.a • e e o nt~projeu,, que vinl>-.1CDdoa o oo decreto-lei
n.• de 11.0<1embco de 1937, QtlC CUUlPill II an • ao n.irtmo
ele e S.llde, o acrvi.co e,peciaf de P'~ do Entre os tra•
balho, rttllut!o, pdo novn Sa-viço, cuja im;,on:l • oq com.eçou
• lmntar de !Ma • riqu birt6rit::e a a:rmtíea do ~ da valor
o, dNdc oa ronjun:m m~ variedade
, ra~o e • conventos.
e outnu ohr,q ciue j6 pla11tjament.o
de idmcia, criado em 1938. ta e cadeia
de em ~ :,w. .na Rio m,P<TW,que""
acha perialdeP~c m,noRio,e.dt
N'-" Rei • • oa 13ahia, em roe ainda de "5ffld.os e dr ·coe Arthtko
Nwona.l pub~ e: ccl<'tltc rcvut11. - a "Revista do • te bá ·co e
do,;:omc:nt co,no o Ou(,. do Ou.ro Pr4to. d: M.uron. &.w&IllA, o Di,rlo lnt/m,:, rio ona•nh11iro V1>uthi•r.
dr 011.aUTo hnu. a Arte indifena da A.m,udrua, dl.' ln Al-•Cflro TOnu, e Bm t6rno d• hl t6rie
do •b•rl, d ZollOAITRO P.u:1oa. (Cfr. AroN$0 Altusos 01< MEt.0 u.1tco, Ar , /red ~•o naoioftelismo
CaD.Cut 1"'00111>1:iad.a CIO Slo Paulo a 31 de-nwo de 1941. ln "0 &1tai10 de o P ulo", S d~ J• elro de l!141l,
A RENOVAÇÃO E UNIFICAÇÃO DO SISTEMA EDUCATIVO 421
46 Ot sttVI de cotoU.tic,i tomu•a1 o u primeito impumo a.o Bnwl com a ,-pnh■çlo...., 1907.
da p Dht a Geral de R•t11U1tlea qul!' foi alada erri 1871 e premdiu o le,nu,tll.McDto doo~ detJLoc,<lí"
ralludot 1172 e !890. No rtipme imp<Ti■ I, u atividada cstatútic.■o de maior lmp<rtbci■ ffdmir■m••
■o .-e«--to de 1872, - o õoko que oc rali:.ou oease penado, - quaodo a lei prom\llpda c:m1870 Pft'I·
CffYia o lcvall.bmcnto de ~ d~: ao """° da popnlatl<, do Monidplo Nevti-o DO ano anterior. e
• lllaumu tcoutivu de ora niu,1o de t ~lu esatlsticu, .levad"9 • efeito em dl,,_ prorinda. Dcpc,ia
do _m.,ato de. 11190,alo cmpr ilV o covêrno íêdaal. no regime repu1'11c■i10, KO&o,. - a-a.lo de
1900 e de. l920, abnco cudo e 11.ltimo,■l!m do dlmpu.to dnnogfd''"tco, ~ lnqu&;ti,■ bn, • azrkvltura
e a ltJdCb • u. .Roorc•nlnda cm l 07 • Dirrtori■ Ga1ll de, Eatathtic■, iniciou ~ a dlteçlo de. Jod Lub
S..Llo ria BULM6a CuY.u.ao, "l'und-4or da B1t1rll tia G..-.1 B.ruilc:in", o:auar, d 111 atividade. c,o.
• do mediante ... no illqu&it.o .. iAformaç&o, ttl■tivaa •o ....;ao em todo o t.errit6ril> _,.,.,.J; put,tic:,u,do e,m
422 A CULTURA IRA
-·--------
sentido de organizar racionalmente o sistema nacional do serviços tísticos,
bre a base do regime de cooperação inter-adminis ativa, lançada no primeiro
ano da Revolução. A Revolução de 1930 marca, de fato, uma nova era na
stat:ística brasileira.o O Convênio Estatís ·co, coo tante d 27 cláusulas,
firmado m 1931, no Rio de Janeiro; a criação do Departamento Nacional e
de diversas Diretorias de Estatísticas nos Miníst&io da República; a orga-
nização, p lo decr. n. 24 609, de 6 de julho de 1934, do Instituto Nacional de
Estatís •ca que transformou no Instituto Brasileiro de GeogTafia e Estatís-
tica, pelo decreto-lei o.ª 208, de 28 de janeiro de 1938; a criação ou a reorgani-
zação do Departamentos Estaduais de atística que se foram filiando a esse
Instituto e o desenvolvimento do ensino de estatístic pela criação de cadeiras
de sa matéria, nas faculdades de filosofia, constituem outras tantas conquistas
na evolução da id~ia e da coordenação das atividad s tatísticas, cujos resul-
tados foram reconhecidos pelo VIII Congresso Cienttflco Americano, reunido
em Washington, em 1940, "de grande interesse e de muita importância para
as estatísticas das outras nações americanas". A vitória do 1·egimc,por que se
bateu TEUCEIRA DE FrullTAS, de "cooperação inter-adminls retiva", - o mais
adequado aos Estados federais ou_de forma fi derativa como o Brasil, concre-
tizou- e no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís ·ca, que é um órgão
cen aJ e um sistema orgânico tão completo quanto possível estabelecido pela
convergência de esforços da União, dos Estados e dos Municlpio , na coorde-
denação e sistematização dos serviços da estatística n cional. Para o êxito
da de obra confiada à instituição nascente concorreu, de maneira notável,
J. C. D& MACEDO SoARES, seu presidente desde o início, e que já na época de
sua fundação torca.ra, como chanceler, no Ministúio das Relações Exteriores,
a iniciativa de r olver o problema referente à cocrancia dos resultados da
contribuição brasileira à estatística internacional. O recenseamento que se
realizou em 1940, dirigjdo pela Comissão Censitãria Nacional, b a presidência
de J. CARNEIRO FELIPE, nos dá a medida dwe trabalho preliminar de orga-
nização, na amplitude de seu plano censitãrio e na segurança de seu métodos
d esquisa; previsto amadurecido, largamen e r par do por uma constante
l!ltGo voh:un B•t•tlltlo,, d.., Tn11tru~o, cmguc ac rtwlireo, 011tt:tultadot daqucJo oqu&ito, pr tdldOI Jc loap r
a lellte latroduçlto l'O' On11:1.BoRDl!.\UXRãao, e preparando o levantam nto do e: ,1.,:idcmQV6fico de 1920, que
foi o mau. Importante do, reccn.eam~tM que ,e realliarllffl no Imefrio o na Rcp6!illca. 11tE Rcvolu,;la. (C&.
Bt11.11CiuCA.RV.U,l(O,B•tatlstien, mi.todo e a:plic11Qito.Rio de /onciro, 1!13~). F por6m, A partir do 1930,
que 01 Kl'Vl'1)<1c•tatl,ticO!I adquiriram um deseovolvhoento vart.1.adel!'11mc.ntc notl'lvcl, com a crlaçlo, em 1931,
do Depart■ mcmto Nacloo J d.e l!:1Uttstica, em-que ,e fuodlrotm, em 1932, • aatlea Diretoria. Oer l de Eablthtlc ■
e II Diretoria de Esu.tlatlca Comercial, c:,ti'os serviço, hllvillm sido oranolHd01 cm 1900 e d11D!roton■ Oeul de
toJ'orm■~, S1tatf1tica e Di,;,ulgaçã"o, no MinistEdo de Bd.uc.clo e 8 6 e (d- to n. 19 60. de S de janeiro
de 19 1) e, em 1934.• eo,n 01 deaetot que i.,.tib,S.ram o Oirctoria de Jl:,tatfttlca d Ptoduçlo, no Mioist&io da
A.,-lcultur■, a de Kat.aU ti J!;coobmic:ae Firumcára, no de Faz de. no do Tra-
b&lbo, Iod4 trili e: Com&cio e a de Estatística Ger.,.1do Mfo.bt!r reoultao~•·
da tração em 1034, da Departamento NacioosJ, cri.ado e • divrnoa
Mia ot. Tód• - l"lit i;io q11t revela. um illtertee o redera!.
eulmiaou o, pc1 decreto n.• 24 609, de 6 de j c:1-. (hoje
tmtituto de~"' e Esran.tial. "ujo pro· 'outcrial
coov !)Cio eotA ministro Jc~ T.lvo oer "ª
articula~ e coopcncAo da trb ordem edminiltratio od
• e fattr ~ ou orie.n atame:oto
• qc:ioamu. ~.
bu,c:srm, • e
escolares e c:,::i,,xas, j o "'todo•
" br • ei,-a•.t. 11C reuniu.
• inqu.&itm m11 • M~•.-atr. rqular do
Anuú/o &1atla'1co do Br1> il r de sua.o.'2.2SO'J>V'& ci'G, - :a
,alia; p,o::noveu a mação mt11or • e do ■
de ettat!stica, filiado. a::, 1m • ea..i •
CIJuRnto Fax.~ o r~ca=11to na 'tiria de
completa e peôcita que ji n:aliso ao . IUI .Jl iro d•
~o r. o Manic1pio. Serviço OrMko do l. )3. O. E,, Ave 4 P t.eur, 40.. Rio de Jandtb
lfll; · tka. Serviço Gráfico do L B. G, S., Rio de Ju1 , 1941 .
ti G~o O. JAJmo,. A adminh&~.ão piibüCJJ o • tallalica de um 6r\:ào
Alnl de atiu:lltlca DO quadro da ~ do g:o'i&-DOOet6Jlo v.,...O pap,,l
. 1. P .. • '
Rio de Jueiro, 1941.
A RENOVAÇÃO E UNIFICAÇÃO DO SISTEMA EDUCATIVO 423
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424 CULTURA BRASIL lRA
camada intelectual mais densa e mais rica, nos seus aspcc os litcrârios, até os
fins do 2.0 reinado. A documentação sôbre o ensino jesuítico na vida colonial
e, mai tarde no último quartel do século XIX, permite-nos descobrir o pri-
meiro foco que acendeu, nos rudes tempos da Colônia, e companhar, através
de sua irradiação, essa luz que nunca se extinguiu, e que se propagou, nas elites
intelectuai , com uma grande intensidade, de uma a outra geração.
Foi tão poderosa a penetração dêsse tipo de cultura, bu.maoística e lite-
rária, qu a carreira eclesiástica, donde partiu, passou a er procurada como um
dos meios mai eficazes para conquistá-la. e as próprias profi õc liberais, de
advog; dos médicos e engenheiros, nela julgavam encontrar não somente o
suporte e o uilíbrio indispensável à especialização profissional, mas um orna-
mento a mais, o brilho com que se enaltecia a sua autoridade, e a fôrça expan-
siva capaz de lhes dar maior projeção. A carreira ecl siástica, escreve Vn.HENA
DE MORAIS, "era, de fato, nos conventos quase a única que se abria aos filhos
do povo 1 alguns dos quais nela entravam sem o menor espírito religioso, com-
pelidos às vêzes pelos pais como um bom meio de adquirir ciêncía e de galgar
honras e posições". Ainda quando, se criaram no tempo de D. JoÃo VI as pri-
meiras escolas médico-cirúrgicas e as de engenheiros militares e se fundaram,
já no 1.0 reinado, em 1827, os cursos jurídicos, a nossa cultura superior que
atê 1830 quase dependia ainda de Coimbra, não perdeu, peJo seu caráter pro-
fissional, mais acentuado, nem êsse g6sto da cultura geral, .nem se espírito
literário, nem esse gongorismo erudito, nem essa curiosidade mais extensa que
aos leva a interessar-nos, ainda que superficialmente, pelos problemas mau
variados. Os padres, - os grandes representantes da men tidade até o 2.0
rci11B.do,conforme no lembra CAPISTRANO DE ABREU - foram então subs-
tituídos, no cenário, pelos bacharéis formados nas Academias de São Paulo e
de Olinda mas estes como os médicos e engenheiro , raramente sacrificaram
letras ao cuidado de se aprofundar na sua especialidade, cedendo menos
ao d jo de confinarem do que ao ideal de serem "completos ' à maneira
da ~oca, e à necessidade de colocarem a sua profissão num quadro mais geraJ,
ampliado pelo estudo literário e pela leitura de livros que formavam o fundo
dn cultura humana.
Tudo o que mais de um século de ensino superior pt"Ofissionalproduziu no
campo da especialização, jurídica ou médica e tem escrito ne sa grande pãgina
das conquistas do homem no Btasil, "não deliu dêsse- palimpsesto humano,
para empregar uma imagem de RUI BARBOSA, as suas legendas primiti\Tas" ..
Sob o qu.e a cultura específica escreveu,. ainda que com a precisão de um LA-
rAU:TJt Rooarou&s PEREIRA ou a lucidez de um TEIXEIRA D-E FREITAS, mal
dissimula a cultura literária, de fundo humanístico, que recolhemos dos
jesuítas e con ervamos através de quase quatro séculos, como a herança cul-
tural do Brasil. O brasileiro podia ter a profissão qu quis e (e os que po-
diam, pela natureza ou por seus recursos, não aspiravam scnao uma profissão
liberal), mas não devia Yenun.ciar aquilo a que ALFo o REYES na Homilia por
la cultura chamou a ''profissão do homem' , isto e, o timento do humano,
os estudos d •nteressados e o culto pela idêias gerais, que são o que hã de
verdadeiramente humano em nós e são em n6s o que hã de verdadeiramente
social. a afirmação nos leva a análise da cultura brasileira, julgada
pelos seus melhores produtos da época (na Colônia e no Império), não é outra
a conclusão a que chegamos, pelo estudo da "tábua de valores', que os mesmos
criadores da cultura aplicaram a êsses produtos e da qual no dá uma idéia
precisa, completando o critério daquela cultura, o exame da critica, na acei-
tação e no julgamento das obras dêsse tempo. Por seus contornos, pela ua
O E SINO GERAL E OS ENSINOS ESPECIA1S 4-27
estrutura e pela sua forma. senão pelo seu espírito variável conforme aa épocas,
quase tõdas a obras do século XIX, se não se inserem na tradição espedfi~
mente francesa do humanismo jesuítico, denunciam o predomfnio da cultura
literária e das id •as gerais na educação, provenientes uma e outras do ais ema
colonial do ensino j uítico e. das influências do pensamento e, sobretudo, da
literatura francesa oo Império. O nosso intelectual, ainda que julgado ºdentro
de sua profi ão" era o contrário de um especialista; e o valor de suas obras,
embora de sua especialidade, se aferia, particularmente, pelas auaa qualidad
literárias, pela riqueza das L mbranças e pela erudição.
Certamente é p as idéias gerais que nós saímos de n6s mesmos, no des-
prendemos de noS11aespecialidade profissional e nos elevamos acima de nossas
ocupações cotidianas. E êste é um dos benefícios que oos trouxe o n0910
1istema tradicional de instrução, com seu caráter menos utilitário, menos pro-
fissional, maia geral, senão verdadeiramente humano, pe1a base do ensino se-
cundário e eob a pressão da concepção de cultura e das idéias difusas na atmo -
fera cultural do pafs. A unidade espiritual que a pluralidade das culturas
regionais, alimentadas pela distância e pe1o isolatnento, jamais fragmentou
e que era favorecida pela interpenetração dos dois mundos, pedagógico e reli-
gioso, foi também sem dúvida outro efeito dessa cultura geral eminentemente
uniformizante e assimiladora das classes intelectuais. Mas não se pode deixar
de reconhecer que a ela ~ que se prendem algwis dos maiores defeitos de DO$Sa
cultura, - a tendência exc ivamentc literária, o gôsto da erudição pela eru-
dição, o pendor ou a resignação fãcil às elegâncias superficiais do academismo,
o desíntcr se pelas ci ncias experimentais a indiferença pelas queatõet tk--
nicas,l e ainda o divórcio entre o povo e os criadores intelectuais na poUtica,
na literatura e nas artes. Se as grandes figuras representativas d "pode
cultura precisavam a bist6ria pela erudição, vivificavam a erudição pela lite-
ratura e adquiriam formas de um notável equilíbrio, limpidez e precisão. o
desenvolvimento dogmático e oratório, quase sempre romântico, du obras
d&se tempo {refiro-me ao s&=uloXIX), de que resultam maia BOmbrasdo que
claridades, acusa uma end!ncia de discussão do abstrato no abstra o, a con-
fusão do real e do imaginârio, o primado das letras sõb:re a ciência, do ideal
sõbre o método, do ~p{rito dogmático sôbre o espírito critico e de investigação.
1 1tatco •mb nt culh1ral qu dh'iee o homem ao Bt11ail, e.e "paideú11111",para eaiptepr • zpr o
d Plt0IIIINIUI, que com ela c!le.lgn• • "■Iro• da cultura'', noa foi tr■mmltldo evidentemente do Portupl, atN.vl,1
doe Je111lta1o d011colonindorow portu~•- A rncatalid11.dc qae atravau o homem n• Col6ni1, lnn11enc and0•0
poduosamontc, a mc:am111 que domina a Mel:l'ópole. Portugal que, no qulnhoa.tii11101 _"aeomp11nbo11o melho•
-■pinto europeu". viu catanCRt • rooee de rcnovagão io.teTeetua!,.uo lei1eentia.rno, cllia ru,tõrla, nene pa(1, como
ewcrevc ANT01110S1h1010, "o esp,:t6culo do e1tiolamento d• mentalidade portueuba". &nquanto no aEculo
XVlt e XVlll III propas•v• ~lot outroe p•t.n d4 Europa o e9pírito crltico e experimental, de livre examo e de
iovestigação, • penhuul• lb&ka mantioha..ae fora daórbita das nova. innu!nd-. e iu>pcn tr6vd •o bll.D\&JÚpDO
crfdco e cienttl'ico q1.1eui&ia ao prim~ro pl•tlO • experilncla e a vida, a observ çio imediau d•• rcalldadet, •
pnqulaat e ,.. renane. pcq 11, • ,ob cujo inflwt0 e operava uma vM"dadeira rcvolaçlo cwtur'al 11<>velho coo•
l>llc:llte. (Cfr, Al'llOMto SP010 - lfnu,011. O problema. da cultura em Porblgal. Tomo tr, Nova,
JJeboa, 192-9). Com um■ b=-i vcc:mhlc:ia, Josli AoolTllmO DJI MA.cE>o rd'eri>.e, ela ·ncaodo-o CQCll morda•
cidade, ''ao fatal 1tculo de 1ci ento.'', cm que Ponu,;111joi..,. havia tormdo um "•!luartdamr:ato do fana ti o".
Mio ltio dwu c,n:,nsiil5a de M flJtO DO Quli:lff.U.. - critica l ma,talidadc ponlJCllâa doe .ui
ZVIl e XVID, cm qu , na ~ula ib&lc • "• uma &eniçilo de fil6tofoe, de úbi011 e de artlltu i:rlad«es •
• tn1>o vulpr d eruclitoe oeai mtlca. dOI'acad • , doe imitadoru... na õ.ltimtlt llkal nlo ll"ldiulu
a .Pcmmula um 6oico "-"' pai« que 1e paga p6r ao lado doa grand criadora da mad.ru; Dlo
■-iu da Pcn!oaula 116da c,aodc,, deac,..aiertas mtdec:roais que ■ maior honn. do plrito ~". "-
,dànDu rcY011ucl11ffliriu do M.qu de Pc»m.\L, com ,epaCUBÕcs tud1n e ín>u::lal o■ CGl6ala, q....bnu:■m
q- àtilma.tc na muralha d rain • do eap(rito medicnl qu,e da univeraídadc e col 1 em
• ~ por dcó uloe, difu.odita .Obre u efu:es do pab, opoodo o h ■ri,itoecEJic,o 1, u
pior ddcrm■(&o) ccmtr& o homem do -petiaaJ!lm.tG galil6co, do homem m eva! contra o !rito m
que 1e Clllti,rou. b • infl d o:miao que ttcr:blva aa rotina teol6dc&, foi o &bato da f6rmuwi tilt
tip■dq e ■ • , o dileta,, cn>dito, o t:on> a.POIDi&:ia>e ret6rico qu,, rcvduam a ID9llcirs &.Y«ita
, - dedu: n. • p,lori - e a eultuta cor-rapoadca:tc. en:aai.,..,,ente YCrba1, - cootnplfo dOco.
A• • enci.a olo - p■r■ t ....,. ■vcntvr■ de criação e de cl:9eobrimciw>, W11 ta,11n1.111et1U> de
cti.■J&ica, quando aAo um mpl apatalho de regutro de ÍmJJR91ÕeS e de ldtur■a, pa,-. comcotiri e obru de
cn,dlç1o. H hum to c:rl co oem m cri■dcr, de d!mda, de inq~ de paqula■; ..
lim.6ri .. , erama e ruo1 , purameotle ronu■tistu ■c11.b■riam tomaDdo a primada.- c:wtvr■ "■-poll.oa''.
da forma i •• 16 a cultur■ clioni.S-. mocada por um.■ Filosol"ia h • J,l rls;ida e 11b. qa
M larM .. m clbld■ haviam d pojado do seu conteddo de aperi~a bwrl&A&.
42
-- A CULTURA
---- B ASlLEIRA
e n0t ll«u , ••....,i_110 tieula..-in.e:itt' htt!Iúnlstico", Mm clUJll d•• e,,,,ob l)"O!iulon1t. mEdiu, a
no•4e:n,1no dt: aegundo grau .. ou eo.s'no médio Rt"lte A.a. n, como obt,crv ■ P. A:lllOUII& r:o■ , ºpera
r 1111TIUJI,l<Yolldo-« cm comidaa.ção u idade, d011 atvdJu>tn e nlo n NTua do en ·no". Dcoi,1;oaudo
11m o o ccuino lntena.ediAri!>, entn o primm,;, e o supa-i , e q K d till4 • jcwccu de 12 • 1 lljlOI,
• prlrwir• cs-pc (ensino u-ndirio) te= um Kntido li!S 1 , unlicando um I"' e no o 2.• vau lo enoino
b,,11,,ranlia:lc:o),
e• nde (msíno de 2.• çan 0tt mMio) "indlc • f ou impllce ■ n ffl o de fu.odlr CID um
-6 tipo tOdQ v■rl dea d" ensi:>o disp=sado ,,,_ dequda Idade", ~o dadoa
ntalf tico■. o q loqü!nio de 1932-1936, o cm:in.> l)rimi.-ia cresreu e 100 p 139" o c1niao ei:und4rio de
100 pera 149, i, u un:idad escolares ~ qac a-am 17 662, cni 19.52. aub' m a 3S 5, cm 1936; e
C'IC'daJde no cc rio p■HUBJ!l d.c 3!14, cm 1932. ■ Sl2 cm 1936, • ndo om aumento de isa
11.Dldad cinco ■ Em 1938 11ma!riQili;, fiai ett:Obt prim ia , de UHlno CCIDWU upletl\' ■liD~Ja ■o
toul de 3 110 000 ahll'.IOI oo. m•ÍI pn,cis3meD • 3 111!1 784, CODtnl l O 000 no ano llten!lf •• 'P-to. de
mn ■AO para oui:ro, am aa&dmo de mait de 232 .mil ■lumi■ niatri~oo, "ou acj ■ -um ■umenta rela wode 8,S ,
j ma obtC!"Yado cm d • =1cias .-,guid D&S catathtiaui btawc:lr de i e. rwu v wnbbn nu
~ OUb'Ot p■ltn". A matr • subiu de pou,:o mais d.e 2 • cm 1932 pata ehca de 3 mt'lb " t 10 mil,
o d 19.J , rcftl ndo mn ~to de 50 li' em r ç.lo ade primeiro tot■l ou do 40 Sl, .. levarmoa
ffll o men CIO %1 da ~ teta!, aaqude mo perlodo. Por m I ll•bi nt . cm 1932, -6
.,_u!amoo SO■luno,, matrü:oledm: cm J937, esse llllmcro aablu • 62 •• t.m 1938, •tin u ■ 70, - o qu ,-,;prr:scata
wn co,, d<'.l',vcl crc:teimesuo da rede c,:ob.r, de emioo primltio, comum e uple i-.ro. e o mlliar vmf,e■d~. cm
1u•I per-lodo. n011 6hiraoo cinq enta ...,_ (Cfr. O onaino no Br■•il no q Jnqll•nlo 193'1-36 ln.atituto
Naclcmal dct Ea Pedatõeicoa. "Boletim o.• 1", .Rio de Janeiro, 1939).
O ENSINO GERAL E OS ENSINOS ESPECWS 431
39,. Faculdade de Medicina da Universidade de S. Paulo. Vista de conjunto do prédio, antes da construção do Hospitt,/ ele Clí11icas.
398. Hospital de Clínicas da Faculdt1de de Medicina da Universid8de de S. Pnulo. Vi.sta tomadrt de avião .
.Foto dn ENFA.
39!1. Faculdade do Mcdiclna da Unlv1tr,idado do Min,u G1m1ir, em B,-lo Horizonte. Fachada print:il>"I
Foto L&ONAR.
400. E,cola de EnAenharia de Pôrto AleJlre, no Rio Grande do Sul. Instituto de Engenharia. Fachada principal.
401. Escola de EnAcnharia de Pórto AleAre. Instituto Astronômico. Secção de MetcoroloAia e Parque M!:leorolóéico.
402, Edí(fcio do E:>CO!a Milirar do Rio de Janeiro, constrúufo no R.,.,en,.,, Distrito Federal.
403. Escola de Estado Mllior, instafodn em gra.ndioso edifício, à Praia Vermelha, no Rio de Jane:ro.
Foto VOSYLitJS. Coleção do Serviço Nacional de Recenseamento.
404. Escola T•ecmca
• do 'Exe.t'ciio
• p à p T8l8 • Vermelha , no Rio de J a.n~íro
Foto ' destinad•
RosENB AVi:R. ~ j;
form.a.ção de entenheiro.:, militares especializados,
405. A ant.i4s Escola Naval, cujas origens remontam à Academia Real de Marinha fundada em 1808,
por D. JOÃO Vl. Vista aeral dos seus edifícios na ilha das Enxadas.
Foto da Escola Naval.
406. Escola N.-:,val do Rio de Janeiro. Páteo amtral do rtovo e suntuo:i:o l!di!ícioJ construído n,1
1/ha de Ville;Jailft1011, hoje ligada ao ccntinent~.
Foto da Escola Naval.
407. A E$COltt Nacion1tl de Bcln6 Arttts, no $OU novo &dilído construido depois da tra.ndormaçio do Rio do
Js.neho e dtt 11berturo do Avtmidn Rio Branco, «ôlundo o• plano. urban'Ístic:os de P.e:RltlRA PASSOS.
408. Escola Superior de A4dcullurn Luh de Queiroz, em Piracicttba, no Estado de S. Pau.lo. Edifício principal.
409. Escoltt Técnica Nacional, do Di1trito Ff)do.r11J,- uma d•• Rran:Je, cscolo.s técnicas do plano si.rtcm&ttco do cn,lno lndu1trlnl,
projetado voto ,Ovômo dn Unllio o e,t11bolocido 1>0l0 decreto•loi de 30 de Janeiro do 1942,
Foto do Serviço de OM.umontoçllo do Ministério do Educação e Saí.de.
410. Escola Técnica NaciOnlll do Distrito Federal. Uma dãs Aalerias do páteo central.
Foto do Servi~o de Documenta~ão do Ministério da Educação e $aúde.
da éadeiro de ioo/oJ/d.
413. Faculdade de Filosofia, Ciências e LctrM da tfn!vcrs!dade de S. Paulo. tlm dos iobora/6rios
Foto LIBERMAN, S. Paulo, 1942.
414. ln.stituto de Educação do Rio de Janeiro, construído em 1928-1930, reorianizndo em 1933 e destinado
it lormoçiio de professores prímários e de ad1ninistrndores escolares e de oiientadores de enss:no.
Foto NICOLAS, Rio, 1930.
415. I n s ti t II to de
Educação do Distrito
Federal. Uma das nm-
pfos Aalerias d'? terceiro
pavimento, abrindo para
0 suntuoso pdteo central.
Foto NICOLAS,
Rio, 1930.
416. I n s t i.t u I o de
Educação, em Sa.Ivador,
Bahia com suas exce-
lentes' ; n s t a 1 a Ç õ e. s
modernas. - F oto
VOLTAlRE FRAGA. -
Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatist.ica.
417.. Escola de Educa~o Física do Exército, o mais importante centro e loco de irradiação da. educação
físics nacional, Edifício prinCij;al, junto à Forvtâleza de S. João.- Rio de Janeiro.
Foto do arquivo da Escola de Educação Física do Exército,
418. Escola de Edt:ce.çâ.o Física do Exército junto à Fortaleza. de S. João, - escola pioneira do movimento
em lavor da educação física no Brasil, Conjun.to de pórticos e tôrre de HeSl';RT.
O ENSINO GERAL E OS ENSINOS ESPECIAIS
0s membroe daa prof181ÕC8 liberais, obrigados a estudos mais longoe, não ainda
demasiadamente especializados, nao só tiveram tempo de se cultivar e de CB·
tender oe seus conbecimentoa gerais, como também (o que ~ verdade sobre-
tudo para os horncn das leis e para os médicos) estavam mais cm contato
com a vida, chamad como são, proí1ssionalmente, a examinar problema
mais complexos, a ver de perto sofrimentos e a considerar o homem na aua
üitcgralidadc. Daf talvez a menor contribuição, a êMe respeito, do engenheiro
que, não lutando as mais das vêzes senão contra a matéria, tende mais íàcil-
oiente a confinar-se, pe1a especialização, no domínio estreito cm que trabalha.
e a eaquecer o humano para nao ver senão o rendimento técnico. Mas, ae ac
redUZ1u função cultural sup1ement:aJ"que exerceram. a nossas escolas su-
periores tradicionais, di1atoa-sc a importância de sua função espedfica: ao
h~em do direi o abrem-se, numa época de profundas transíormaçõc:a poll-
ticas, juridicas e sociais, os mais vastos campos de estudos, de exploração e
de q-abalbo reconstrutor; ao médico, chama-o, reclamando-o aos milhares, para
um rude esfõrço, a orianização urgente da luta pela saúde e pela vida, nu
pop1J}açõcsrurais como nas aglomerações urbanas, nos campos como na cidade
moderna brutalmente edificada sôbre o enorme a<cscimento industrial; e, quanto
ao qenheiro, ~ cada vez mais largo o domínio que se oferece a diveraaaea,.
pecialidadca técnicas, na civilização mecânica e industrial, que surgiu do pro-
gresso du ci~ciaa e de suo.s aplicações a tôdas as atividades humanas.
Mas, entre os ensinos especiais, criados no tempo de D. JOÃO VI que pro-
moveu a. "profi ionalização" do ensino superior, foi a instrução milit:aJ",para o
Ez&cito e a Armada, a que exerceu menos influência e teve, no Império, pro-
gressos maia lentos. Não éramos, como não aomos, um povo de-conquistadores,
em luta com um meio hostil e impelido -para uma polltica imperialista de ex-
pansão e, portan o, com uma predestinação geográfica biat6rica para a caneira dat
armas. Se não tínhamos vocação nem tradições guerreiras, nao datavam ee.não
do primeiro quartel do culo XIX, oom D. JOÃO VI e, maia particularmente,
com a Indepcndencia, as nossas preocupações com o ensino militar e naval,
aistemàticamen e conduzido, num plano em que se atendessem às exigênciu
da defesa nacional. De Portugal não havíamos recebido uma hCTança de cul-
tura militar; nem as condições da época e de nossa formação nos impulC'fam
a necessidade de construí-la, nem os recursos econômioos nos permitiam a or-
ganização de uma grande máquina de guerra, com a sua indústria e o seu ,ensino
respectiv06. Serti poriasa, sobretudo, que o ensino para a preparação de oficiai,
e engenheiros militares, enquadrado em escolas de cultura geral e especial,
civil e militar a um tempo, levou mais de 60 anos a adquirir autonomia e fisio-
QQmia pr6pria, no sistema de educação nacional. A Real Academia Militar,•
fundada pelo Prlncipc Regente D. JoÃo VI, nos moldes daa escolas francesas
-21-
43 A CULTURA BRASJL IRA
A Al:a4emlaReal de u.inboo, fundad. em 1808 por D. Jo.Xo ~ in.dalou- , u,o, com ■ Coon-
panhla do. Guan!Aa-~ _.... hwpodariQ do M'ootcin> ~· São Bento. :Pol ~ que runc:i<mou■
Acadcml■ d M■rlnha dc,dt llOl[I ■u 1832, quaado -- 2->la, fundindo...: com ■ A&:■dam■ Milii:.r, oe tnm-
Jcria par11 o L■.r-so de SJo Pl'"■lldaco d P■ al■, daodc DOvamentt voltou, quue doía ano,, depois, para o Mootd:ro
de S1o Bento (i833-183!1). lt.a:i. 182J, 6ac atabdecim.c:uto de ú:iatruçio naval paaoa ■ deflom.ln■r·« Acadctai■ •
Jil'■don■ I e Real de M■riDh■ e, dcpo1- d■ p,oel■m■çio da lfldependlncla, Ac■dc:cnl ■ Nadoo■I e Illll)O:ri■I de
Marinha.. O decreto de 9 de m■rco de 1832, ■11ín■ do pela .Regffld■• rcfonnoa ■ Ac■dtm1.la M"ditar d■ C&t,,,
incorponmdo nela ■. d01 01.1■ n1 ... -Muifth4 e d■nd<>-lbe aovoa· estl!t\ltDs. N• Aca.demia Mllit■T e de M'.lll'lnh■
que re.ult:011 d""u. lncorporaçl.o, cm J 832, ,e,uin■ \PIUD- "u ci~.u matem6ticu c millt:■ceo, bem como o detellho
~i,o aQOoficiei• do li:drclto, J,brinha En1e:nh■rl ■, e e.a,."""' quatro cl- . .,.....,.,t,de". A Ai:■lle.inin, dJ.
vidlda pela D.ov■ ot&llDl,..~o ,:m q,..tro e.....- clentlficot, 1) o curao mátem.6tico, d 4 a1101, 2) o cu.roo mlUt■r,
3), o de ponte. e c.■l;■dH, e 4) 11 de co111truclo naval, bt:ea tr&i últimoe, de dob &1101, pllPOll • fWlcionar com
IS prof_.,. e 17 oubstltatlll, "= OI me.mOI ardem.doe e l)l'ar0&atívu 111:1iloall• b que ~bem e teir. OI
lentee d cur-jw1dl<'OI, de Olilld■ e do Slo P•ulo" (art. 10). Pelo ru:crcto de H de du,:mb<o de 1833, maz>dou.ae
•-bclcccr "oo p6 cm qw: .e ■cbaV11m", ■ Academia de Marinha. e• Comp■flhí■ 11.otOwu-du,M■rlllh■• antes
ela fuiao daeradiwl., pelo referido decreto de !I de março de 1832, rcvatc:ftdo l Aca .emi• d.e ~ como
fmd 'elo ut6oom■, la..,.. pri.a:,.i·.,.. m.~..., Mo.b,iro de. São Bento. O r-ecuJ.a.a:,.mtobeindo pelo
d o.• 27, de l de jaaeiro de: 1839, lnDllícre ■ Ac■d.emia do::Marinb■ pU"■ bordo d um nvlo d a-•
{■ _., p o • cmd.e, - tem- d d ~ • ÍICI' aqaarttladOI OI d l)ll1ae Q\le • freq!tmt■ nm.
=o iD~. ~.hmn■ gnade Tcfonn■ "" open,a no emiDo DBval, dur■abo o m.•rcil>■llo. Sm 1866, • Eec:ol■.
d Marinha, cvJ• •ulu enm mtlo lnqOcou.du pc:.- 94 alunos (71 &1pÍra,Dla e 23 dvit), Ul44tlnh■ WD r:mao
te6rico 1tn1 • pdtico, de 4 -• de ,:ui, • tlllld■ mema.is e diacipliDu • (auoaallli■ c....,. ■plic:a$&,o
l a.■v $, boo.l!ltica,t&tica o■ v■J, trabalho■ hidrocrtfico1, ~"'• milquia■a v■ p« plicad l""
e com1n,1~ ... ,,.ri, tendo o emtno, no 61 mo ano, fc:m, cm n■vio VJDJt.dor:,o iiw,,T■ e danu1te Yiq,.,... dc loaao
c:ureo. H.avi■ ainda ■ Eacol■ PrAt,ca do Anllh■ri• de M■nnha. Em 18ll6, M>b■ dcru:imiaaclo que ainda boje
~ d a-la Naval, rcwiem..., • Etcol■ de M■rmba e o ColEvo Na""1. Pelo d«rcto a.• 1 256, de 10 de
;iaadro de 111111. r--a;an!SOU"IC ■ Na.v■I, qgc ■iude fuoci.QU2V11,º°" ,n cclinda■, Da llh■ da• .&Qnd■ 1,
• ntra.tar■ de enalno se divldíu cntSD ftl'I doi1 cur..: 1) o C1JnO prMo de wo ano· li) o c-urwo1uperi.,,.,
de 4 , ecndo de 3, par■ ot,apir■ arc.1. e de wn ■no, par■ oe gw,rdaa-marinba, ■Junot. ~ c:uno completava e
coa,'Q 'rili1- de l:o.trvp.o, de 3 ,n_, "Apeear du rcformu por qaco .. ú]tia,.,. aa011 tem pe.■ do"', oesulldo
proc1a,:uv■ ord■.t6riomlabteri ■ld l .9l!nloR ■c:hav■■in.da-eecola"àalturad. auullm W'eaCIDOUJ:JGep■ild".
Fc,i DO prb:aà,ra qu.ut,oJ do akulo ■ l\W .... da.u ■dmmistraçõa. de Ai.KXANDENO 1'111iU.gJ(CAA, "llllbrcmdo,
- 611:!modecâ,io 1!130-1940, que o ca oo naval ■dqlliri11 m■íor oomplaidade de atnltur• o::re■li1011 propeao
m■& ripido,i, per■ oe qo;wa cootribulu., ,:.a,. l■rs.■ medida. a missão nav,,J amaic■na. A Eecol.■ Naval ach■ .. e
boje 1oat■l■dli aa. ~ odiftcio. qaQ o 1ovin>c! G&Túuo VAJnl.U fb, conatrwr, - ilha de. Villep.i ,
~ - te por UIJI atbTo, (Clt. A. Z. FOffDCA.Cosu, EsbdQo lus~tloo da Auidemio dr, Marlnh■ .
1873; .Etuun-o Suu., E,,,co/a Na aL S.,, ttniri.o, 1908; LvCAS ALzlcA.-.Borra.ux, A /a Naval. Seu bia-
t6rico (l?Cll-1937}. 1.• putc -Da~ i:rnilorid..se de: PEDXO IL lll1prcn1a acioa■ I, Rio de Janeiro, 1910),
4 6 A CULTURA BRASILEIRA
do ensino naval nesse regime. - até 1930 o ensino naval que, em 1916 ainda
se reduzia à Escola Naval mais que centenária, e às colas de aprendizes ma-
rinheiros, tomou um impulso maior, não devido às sua diversas reformas,
das quais uma das mais importantes foi a da adrnin.í ação de AL~RINO
DE ALENCAR, como tambêm pelas iafluencia da misse.o naval americana. O
:nsiilo militar e o ensino naval entraram em um fi ova, respectivamente
com a missão franc para o Exército, e a nússão americana, para Armada,
a cuja tradições já ilustres, apesar de recent ,7 faltara até então, para enri-
quec -la , a experiência dos grandes mestres trangeiros.
Sem dúvida, a Escola Militar, escr v TASSOFRAGOSO, "já existia com
um plano de tudos aceitável, mas faltava-lhe o cencial: professores com-
petent e autorizados para ensinar-nos a arte de comando... Seus antigos
prot ssores, verdadeiros· auto-didatas, buscavam nos livros, com louvável em-
penho, o ensino que deviam transmitir aos aluno , mas falavam de operações
a que jamais haviam assistido. Devemos confessar (conclui. o ilustre militar)
qu s6 aprendemos realmente o serviço capital de Estado Maior, isto é, a arte
de dirigir tropas e provê-lasJ depois que a rnis ão no-lo nsinou''. As mis~
militar e naval, depois da primc;ira guerra mundial; a xpcriência da revolução
de 30; o surto que tomou o militarismo no mundo e as .jgéncias imperativas
da det nacional impuseram uma renovação to al da t~cnicas militares e
do eu ensino que, complicando-se a cultura e a arte da . erra, complicaram-se
na mesma medida. Inaugura-se então depois da revolu o de 30, no govêrno
do Presidente GETÚLIO VARGAS, o período, cert ente mais brilhante e fe-
cundo do ensino militar e naval que se aperfeiçoam e se desenvolvem, nos di·
versos domínios de suas especializações. Para remediar a sua primi ·va rigidez 7
7 RsHluouw. 8o1Tt1JJC, 0& nosaQ,; almiran ~- 8 um~: Lu A. Bot:Yux, ftl,"ni•lto• dtt •rinh•
- 2 volu.m
O ENSrNO GERAL E OS ENSINOS ESPECIAIS 437
U JOAQtlW AJl'.U.
Góa Fu.iro • to<-', A •Prendha~m no
c:rial n cada p,tni regiiliune:11:a!" o fuoéona1:1mto d"
Rio de J • l939.
U'- • .,_.lo, com a
l\an Ili peri_or de Agrle,:dtw•, di, Piracicaba, , mai taf'di,,
" d lotlitnto Borges de Mcdcir"" {de a, onon,i• e tt-in o Sul, da Rlcob
11pcn Iria-d ira e Vetcriniria, de V-~. em Oua , do e , ~ Tapera em
Ptrn tn ou t•mbl:m, natc dedni<>, um impuloo vl...:oroood , "· A antip ir...
col8 ele A&rlc:ultura, do Rio de Janeiro, de:sdobrou-,c m 1933, 11C10ll&l de Vclerln6ria e no.
EN 'I O GERAL E OS ENSINOS ESPECIAIS 44J
Ili Lfo:t W.u. , Ori ntafion profu!lr'on,ufe •~ t111tiõr 1/be, f• . é111d p ,y4holoJ,iqu •
Iklladlawt-Nlaúé S. A., eudlatd-Paris VIh.., 1936.
JO Se ~. con,o cm,:nplo u est.!lt&tic;a. rtla • à • ed CO\\!titu1d
• tntd~is de easino 111prrioc - a :Faculdade d , fu , de
e• Faculdade de M.edk-ial>,fundadu em 191 l, e 1911 e 1911.
·vo deem~ d,,. e , .t>brc de
• compaacuti,-, do s· -• foram de Mina,
• 2:3 S79, de 2:1 de março de IDJ. diapunham de c,ror ea d.e pri.
_;,. cwdcm, como Tffo l"Ul.obeto, AI.= ~IJt.-\, ErrivÃO D Pooi:inai., o- ONUO.
CUCO BaAN1'e M.Ãll.lo Cl.a.us.urrA, na Feculdade de Ofrcito: Bo,oa IM COffA, B VrAK ... Au1ISDO
A e OT.lvro M.AJ[IAL;llAJ!:.S, na de edià:m; e ÃJ.vMCO Sn.VEIIIA, , Ldc:10 S
cntte outn:a, aa • Pois. o q6mero de .illn09 ae:uldado to. d~
1113$• 19401 • ffldC'U 735, e o de foonadCII pda Faculdade e M ,mato Dia pe.sPIT&m.
de 9._
oa diplamaa.. pda Sacola de Engeaharia. no mc:s:no paiodo, A 1cior>ü d diplomlldos
par íllÇ\l)dada de dltrito ou de medicina ~bre a, fonnadoi por ca: ~ tenh ria, mantêui-,
qlliDq !nlo, em qu~ .., verificou não u ta-cm 11lterado nem nat U.nivcnid de. do Rio
de JIUldto.de Slo Paulo e de Põrto A.lq;rc, u preíeréocio dOJ o
O E S O GERAL E OS ENSINOS ESPECIAJS 445
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foram socialmente timados, disputam agora, na hierarquia in crprofissional,
a primazia aos bacharéis e aos médicos; e, se as idéias cientistas e tecnol6gi
ainda não triunfaram, não sõmente se percebe maior entusiasmo pelas apli-
catões das ci@:ocias,como também tendem a valorizar-se cada vez mais os t c-
nicos agrícolas e industriai , uma época em que e alarga constantemente o
campo de suas atividad , encontram as ciências cada dia novas aplicações,
se desenvolve indústria e criam-se novas riquezas. Ao lado das profissões
intelectuais de tradições enraizadas e que não apresentam sinais de decltnio,
começaram as profissões e as co]as técnicas a exercer maio.r atração õbre
a mocidade e a gozar de maior prestigio social, decorrente da ação dos aper-
feiçoamentos dos s rviços técnicos, em todos os ramos de atividades agrícolas,
comerciais e industriais.
Embora a especialização intelectual e científica tenha tomado maior im-
pulso depois de 1930, com a criação das universidades brasileiras, não alcançou,
nesse decêniQ (1931-1941), o desenvolvimento e o favor público qu granjearam
as culturas e as escolas técnicas. :t que as primeiras universidades do Brasil,
organizando-se segundo o re'gime instituído em 1931 pela r forma FRANcrsco
CAMPOS,ma fundadas em 1934, 1935 e 1939, nasceram e se formaram, numa
atmosfera desfavorável, carregada de hostilidades e prevenções. Numa poca
que se caracteriza pela preponderância da civilização material e em que a base
de todo o nosso siatema tende cada vez mais a ser a de uma técnica as escolas
especiais e têcnicas começaram a adquirir por tôda part maior inflaenci ,
senão predomínio quanto declinava, ao menos no ocidente uropcu, o pres-
tígio das universidades, ainda modeladas conforme os tipos tradicionais. Alêm
disso, a democracia que funda sôbre o conhecimento e a razão e que foi, no
terreno político, segundo observou FRANCISCO CAMPOS,'a forma assumida pelo
cspirito que pr idiu ao desenvolvimento das ciências e à revoluçao industrial",
entrara, d~is d primeira guerra mundial, em uma crise gra que ~rcutiu
no Brasil se ac tuou no último decênio. Ora entre a democracia que, endo
relativista, pluralista e céptica, "exclui os pontos de vis a a lutos, assim como
todos os onismos", e as universidades que, prepostas ao progr das cimcias.
s6 se desenvolvem num clima, não de crença numa verdade, mas de pesquisa
de vcrdad , e portanto, de espírito de inquietação, dúvida e relatividade,
existem tão íntima dependência e uma relação tão essencial que os desenvol-
vimentos e as cris do processo democrático se acompanham sempre do pro-
gresso ou das decad!ncias das instituições universitárias. Se acrescentarmos
ainda que o processo de nivelação pelo dominio das massas que começavam,
também entr n6s, a entrar em maior comunhão com os conhecimentos hu-
manos gerava por tôda parte uma crise de cultura, ameaçando grav mente
o princípio ari tocrático ou de qualidade, "que é ínerente a tôda cultura su-
perior'', ter- e-â o quadro so "al quase completo da época em qu se criaram
as primeira universidades brasileiras.
Aliás, jã por vária vêzes foi notado o contraste entre o ntusiasmo com
que as naç- , abrindo-se à correntes de influência ocidental, aceitaram os
conhecimentos e os m~todos técnicos europeus, e a forma prudente e r et-vada
com que passaram a cultivar a filosofia e a pesquisa cientffica, obretudo no
domínio da ci cias sociais, políticas e economicas. o entanto, com as pri-
meiras facuJdade.s oficiais de ítlosofia, ciências e letras que se criaram, 17- a
17 A pnmeira wnv e que"" íuadoo 00 Br-..il íoi • do Rio de Janâr-o, c:rl.d.i pdo eto o.• 14 343.
11120e ~- o.ese mamo ....,, pelo dc.:ttto n.• 14 572 que Ih apn,vou o. .. iawtaa.
par loldath,a d sm!M PDa.Nnl.. cm Bdo Hori te, • Ot1 vel'llidade d Mlou Ocnla.
O d.ecs-etoque • tulu íol ruido ■ 7 de sc.-bro pelo ~cote m
ANTÕNlD c..ui.o. e o por h.uc-
coco CAKl'OL , tanto • Uoivcraidade da Rio de J--.ro coma • de Oerab, • cmutitu!re.m
pelt. aimpl reuoilo dOI a-, icutituloa b"IIÓJÔOllllÍS
de íormaçb profmionaJ. ■ Faculdade de Dil'elto, ■ de M e a■
t: ■ ~ de EDai:olw'í• (ou ~ cot:lo exbteutes. Ncabw:a untituto de alta .. padall&■~ lDulnc:tual
A CULTURA BRASILEIRA
446
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de São Pa lo. cm 1934, a do Distrito Federal, em 1935, a da Universidade
do Brasil. em 1939, não só se diferenciou e complicou o nosso si tema de en-
sino superior, até então enquadrado exclu ·vamen e pela colas profissionais,
como também se iniciou uma transformação da mentalidad e ra aram
novas .P rspectivas à cultura superior do país. Não foram apenas novos campos
que se abriram à especialização intelectual e científica, as um novo esptrito
qu se infiltrou em nosso sistema de cultura e de ucação. A cultura filosófica
e cientifica, até e sa época, não se fazia entre nós senão por grandes esforços
e com tõdas as d Nantagens do auto-didatismo, ou nas escola uperiores pro-
fissionais, sob a influência direta de professores de valor ccpcional pela sua
largueza e lucidez de vistas. Raramente procuradas, a especulação filosófica
e es atividades científicas, quando se reduziam a um puro dile antismo, não
constitufam mais que uma "diversão'' transitória da linha profissional deter-
minada pela fôrça de uma vocação irresistível ou sugerida assegurada, em tal
ou qual carreies, por apoios puramente ocasionais. A atividade intelectual,
filosófica ou cientifica, não era considerada, por essa forma, uma disciplina de
trabalho metõdicamente conduzida, desde os bancos escolare , ma uma ''aven-
tura de talento", nas suas incursões às vêzes brilhante , s mpre superficiais.
por caminhos de conhecidos. Nenhuma consciência adquirida nas escolas, de
que, assim como a vida espiritual exige um perpétuo esfôrço para pôr a alma
cm pr enç e na posse de si mesma a carreira cientifica impõe uma disciplina
qua3C a cética na prática habitual dos métodos obje ·v d investigação, de
conhecimento e de verificação experimental. O que quase nunca passou, entre
nós, de uma aventura de inteligência, devia tomar-se, sob a pressão do novo
ambiente cultural, uma disciplina severa mas fecunda, orientada no sentido
de csenvolver, com o espúito crítico os mé odos ci tffi
Qu a ausência dessas escolas de altos tud e de pesquisa desinteres-
da representava uma falha das mais graves em nosso istema cultural, ficou
demonstrado ainda por dois fatos, cada qual mais significativo, quando se
criaram em 1934 e 1935, as duas primeiras faculdades de filosofia, ci!ncias e
letras, mantidas p lo Estado. Nunca tivemos consciência ão viva da esc.assez,
no pa{s, de homens realmente eminentes nos vârios domínios da esp cialização
int lectual cientifica, e que fôssem capazes, pela solidez d sua cultura e pela
eílciéncia de seus métodos, de inaugurar cursos no novo instituto universitário.
Foi preciso recorrer, para o magistério de quase tôdas as disciplinas, às missões
de professores estrangeiros, - franceses, italianos e atemãea, - contratados
em s us países, para a Faculdade de Filosofia, Ciências Letras, da Universi-
dade de São Paulo, e para a Faculdade de Filosofia Letras, a de Ciéncias
10 "Embor r<eonb<Cetldo o vafa, pnâtico d11 verdade, - cvc ll'RANO.li!CO C.uu,os. co.m uma not6vcl
pc«:ialo, - n o hA de Iler por fie CJll"-a univenidadc a investi e, a u,qut". Na lnve:,tl aç o da verdade.
outro lntcrf e que n teia o dela. ao lo-.,& de cootribulr pua o ,cu d~obrimuto, "6 contnbulrA l""'" cobri-la
com o aou v u .,, d ri ur6-1a ou conton:et-lhe e deformar-lhe ■ race. A qulm ca olo e deKnvolvcu enquanto
o lotuta que ptalJJ pc,,qu.i... era um interna.e de anl.em puramco prA • . corno o d cranríarmar outro.
a;ictab an ouro· 11 mcdicin.. por ,..,.. vo permancC'CU eatadonári enquanto u ci • 1 r,,:ecltnlcu não CJJl&G.
dparam do Inter prAt:ko, ilifcnnoiando-oc cm disclpllna, autón t de c.,itc:r u6rio:o. li.aci • • •
&Ulda """""' cm e1bldo rndiment,rr e emb.-ionArio. Cffffl•DO e cl11 lvatl\Cllt.e ntcr pri~ de
t6da, • ord q PA on io~ga~ c pela p,6pria. natura. de u obJ . interlettm com o l11t,e:,~ l)Ura.•
rocn te6rkopcl verd ec:omo~adecpdoscunalardc~". ,., • ..,..,....,,0C,uuo1 - Dlnunoprof..-ido
1 33 u enc de re■bcrtur.t d= cunoo wuvc:rsitiri..._ ln "J na1 do Com&clo", Rio de J.&J>ciro,
dcbW"ÇO 1 33).
20 Em maia um si,cu1o, dellk que [ai instituído o
~ fKU!dlldc:s lllb!l , do Rio e da Blih.i.a cua citnc:üo foi cllltivllda c::il:rc epc como "m ~&ia
de mi ". O primeiro prol, da Clldein, criad2 pela rcíanna de 3 d outubro d.-1 ll , foi VtCJCtTll 1<1:JUU:UIA
llll Mt.o,u.ala, cinJt " formado~Eiieola de Bama em UIU e o em 1133 c:ooc . A Academia
Milhar ve c«no f'Offldro pn>fcnor de fuic:& e • • Frei Cunóo10 111..VU 5...._ o. &ntre OI que mais
deetacwllm, 00 ma\'!lstlno dc:ss:l duoplma,
1>• P ULAC1Nx,u,o nsos-18 /, de
IUI Facwdllde dc
Gcn~. que x d tcn>u pela
do Rlo dc Jandro.
Jade de •
n,....,,.
F'Lu<CISCO
de P ri e dêxou
trabalhas; A.lffõ. to TT/Jlr.tt e :F. 1.uA.IETa.ROlJIUOUU PUUAA (Ili 7-1036 que-, cm OQtrU =~
"COID \18 l6lldo C:Wtunl m•tcmitica e rara habilidade expcritnen 1. tel'la d.o (..i:rcvc Jl'uHCIICO Vlt!tlJ<CIO
Fu.ao) um de o- r no sentido c;u.w d• cxpl"Qllo··. Foi 4r1.ran Rouarova PU&J:8A quem mc,nto
P'llcul , m.;, IIH>dono dOJ labonlmru>t de fTm:a na Bru . mpllaJo o ~rlq do mais tarde por
C....llLOICl<AOA.1FU.HO. cstrd ilustrco tivenm,oas outroo ceott-ot de cnsioo d■ Nalca, • ■ 11ti la MUitar,
Qll !Ntufarmou o. !kcol• Central; a ~ Polit6:nica, a.da cm l87S; • o de MJnu, de Ouro Preto,
O ENSINO GERAL E OS ENSINOS ESPEC1AlS 449
cuju od&et11 tc01onta.m • 187S; • kola N'•v•I " •• diveraa.s faculdadet de medlcin& "9c:Olu de 01enh a qu_c
~ fundaram. depoi, que inatitulu o •~•l'IIC rf:J)U_bl!cano. O Conselheiro Soou. Pmu<OA. (Jtplf olo Cindido del,
o prim 'ro prol, O( • la Polltbica (1815 wido da &eola Central, foi o lnlciador ílolca ""1)Crioumtal
no :a U. ~OUll MolUD (1850.--1930), mcteorologma de grande valor. que rc&cu • cad&11 de flaia na
S.C,111&Pollt ka, h<l!e equipada 4e um labor 6rio tido corno um d,. mais bem apaclbado. do paio: AUOOl'TO
RuBolA DA U.VA (1860-11>39), com ma' de ,,o •n.oe de- mag:ist&io na ,&cola de ; 0.C..A Nsn.u. DIP:
Oovvau., um doa - Dllliora -· do ColEalo Pedro TI. P&DJto B.U.HTO 0.U.VÃO. m uc .i- rc•
pulado, no IICII tempo; ADouo o:n. VIU:Clllo. da Booc:olaN....,.J.1"'0f- de 1891 • 19U. foram o .,. tu>t011
prd qua COOCOi1aa.llllpua volver e devv a um llfvd mais alto o d d
dlferesita • Slo o c:ontempc,,-lDale. ea.ttt ootma -tr .. tamb&n de ~ r po~ , DuLC 10
P-., da Ptill ' a, do • d Jaaciro; AD~ lob:Nu:u » ~. da 8-:ala N va1
ffllft - mala j • LUfl e DOPuDO, da Becola P<llitEanca de Sio Paulo. IC conho.«, par • cm
todo pc:riodo alf 1 36, aaihuma Calltribuiclo origim,J no dcmúmo da r ' ,... anB"tlftffl'W.
Cem• cria(lo da KDldade de Pi • d sao Paulo.~ 1934, ina~-- uma nova t .,. cvol çAo
de- .. • e D Bnail, ~ primeira ~. -- pretent>,, peI<. - •- major CCQl;rt;l!f íic.oo
do mimdo. ltm Jll37, doi. brui , c.u.o ~ DS Souu 8ÃlffOS. pa: ta. de Cam OU, e MJ.a.ro
-• pona.a,~, &111bw na.ddoa cm 1914. e que fizcnm> x,q 01 - Faculdade, oob • cri •
taçio do pn,í_. ltaf"iano 01.U W,U'K.o.OI!f, llÚcMtmoo Bt..,,;J as pimeira ativldadta ' tll',aa q e !ovaram
ca- repen:u.lo Doe 1 • Todos ,_ lnlbalhoe dn:a de- ◄O. de M.4•CU.O D,un OOI 8.urTOI de-
aoc.m. aa Q1.sa WATIIAGl!II. um cspfrito crimür DDtãvd e u,- prolunda cultura f , a1fm d~
rDellW, publica de alto valor âentU"u,o, de Waao ~ua. jl D -·
pcnoàan.te de inv 'pdor e ua>e cultura iovuJ&u DDI yfirl ramoe da rutffld
-2'-
450 A CULTURA BRASILEIRA
22 l!'uNANDO .,.. Anvnio. O tn11li tlâo -u11dwo. DÍIICanO proowiciado !18 mldde de roe•
matun, d.a I.• turma de lWof- do • MllCUUd.6rio,
• 21 di,.abril de 1!137, DO alAo nobre da. Faculdade
de lledldll Secretaria de 2d111Caç&oe Saõde. Dircbia do Snt:iµo, ''Boleúm a.• 13''. Slo Pau.lo - BrQll,
1937,
452 A CULTURA BRA ILEIRA
mfnio e dilatar o raio de suas aventuras. Já não são raras, de fato, a publicações
e monografias em que aparecem, com algumas vistas e mesmo contribuições
originais, e, cm graus diferentes, um individualismo fundamental, um lrito
critico e científico, até certo negativismo talvez mórbido, um respeito mais
profundo pelas idéi claras, o ºgôsto da objetividade e da análise e mesmo da
subtileza, aguçado por um sentido mais penetrante do complexo.
E tend eia à especialização, em todos os domínios, e de que já come-
çamos a colh r os primeiros :resultados, foi, porém, aoompanhada do maior
esfôrço realizado, na história da educação nacional, em prol da unidad moral
e espiritual, pela unidade de ensino, nas SUB$ diretrizes essenciais. Pela pri-
meira vez, o govêrno cen al, cuja influência se projetou sôbre tôdas as orga-
nizações regionais, cuidou seriamente do problema da educação popular e da
formação de um. magistério primário nacional, por meio de uma organização
uniforme das escolas normais, a qual permitisse a circulação horizon ai de
estudantes, por transferência, e a de professores primários de um para outro
Estado da União. Reorganiza-se sôbre as mesmas base , em todo o país, o
ensino secundário, oficial ou particular, que é diretamente fiscalizado pelo
govêrno federal, e cujo corpo docente se vai renovando, aos poucos, com pro-
fessores formados, sob uma orientação comum, e licenciados pelas faculdades
de filosofia, ci!nciaa e letras. A extinção dos colégios militares, - dos quai
resta o do Rio, criado em 9 de março de 1889 e reorganizado pelo decre o n. 0 371,
de 2 de maio de 1890, ma já prestes a passar, como tudo indica ao Minist&io
da Educação, - ende a completar essa obra de unificação do ensino cundário
no Bra ·1. em é sõment por essas e outras medidas postas em prática, no
plano da polltica lar, qu sentimos a fôrça senão a impetuosidade dessa
vaga uniformizadora que tomou corpo e se alteou sobretudo depoi do golpe
de Estado, de 1937, com o regime instituído pela nova Constituição. Cer-
tamen e, t s as disposições das leis e decretos federais visando coorde-
nação dos ensinos, à continuidade e à interpenetração das educaç- , esco]ares
e post- colar s e ao des volvimento dos auxiliares mecânicos postos a s rviço
dos ideais nacionai , t~ concorrido notàvelmente para se instituir, em bene-
ficio da unidad espiritual e moral do país, uma política nacional de educação.
Mas, se seguirmos de perto essas pu1sações da consciência nacional, que pro•
cedem, por tôda arte, dos acontecimentos econômicos e saciai , mais pro-
fundos do que o jôgo aparente das fôrças políticas, encontramos, como ele-
mentos de apoio e de propulsão de tôdas as iniciativas uniformizadoras, as
maiorea facilidades de comunicação e de transportes, as llnhas de navegação
aérea, que jã cortam o país em quase tôd.as as direções, e os traordinários
progressos da rãdiodifusão que permite levar, em fraçoes de segundos, a voz
do govêmo da União à's regiões mais distantes e antes quase inteiramen e iso-
ladas, do território nacional.
BIBLIOGRAFIA
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Anute, Matias, 170, 179, 180. AIIAoo, Jorge, 120, 201.
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ALBBRTO, Caetano, 155. AMAR.u.,Amadeu, 201.
ALBUQUERQUE, Lucllio, 257. AMARAL,Azevedo, 330, 340, 358, 359, 361,
AI,BUQUERQUE, Medeiros e, 202, 373, 384. 362, 367, 398, 401, 456.
ALEGRE, Manuel de Aratíjo POrto, Barão de AMARAL, Francisco Pedro do, 257.
Santo Ãngelo, 187, 188, 255, 256, 259, AMARAL,Tarsila do, 272.
260, 261, 265, 333. AMÉRICO, Pedro, 169, 243, 260, ·261, 26-2.
ALEMÃO, F,ancisco V.reire, 213, 214, 219, AMotoo,. Rodolfo, 261.
223, 3$5. A.NCHlETA, Padre José de, 125, 127, 129, 176,
ALEMBl!.RT, D' 349. 177, 178, 254, 287, 289, 290, 291, 309.
ALENCAR,Alexandrino, 436. ANDERSEN,284.
ALENCAR, Jos~ de, 29, 169, 173, 185, 186, ANDRADE, Almir de, 116, 200, 203, 241,
188, 189, 201, 268, 354. 283.
ALENCA.~, 1~ Martiniano de, 139. ANDRADE, Carlos Drummond, 201.
ALltNCAR., .Oto de, 227, 228. ANDRADE,Conselheiro Nuno Ferreira <de,,346.
ALEXANDRINO,Pedro, 272. ANDRADE,Gomes Freire de, Conde de Boba-
ALPREDO,João, 343, 351, 355, 359. del.a, 325.
ALLPORT, 218. ANDRADE, Maria Guilhermina Loureiro de,
ALMEIDA, A. Osório de, 233, 423. '374.
ALMEIDA, Belmiro de, 262, 263. ANDRADE,Mário de, 182, 200, 253, 254, 255,
ALMEID4,Cê.ndido Mendes de, 441. 266, 267, 280, 269, 275, 276, 277, 283,
AL!O!IDA,Figueira de, 423. 284.
ALMEIDA, F. J. de Lacerda e, 170, 210, 234, ÃNPRADE, Murici, 203.
317, 323. ANDRADE,.Oswald. 58, 200.
ALMltt~, Guilherme de, 200. ANP.du, General, 76.
ALMEIDA, J. R, Pires de, 319, 356, 359, 388, ANDREONl,José António - .Antonil, 63, 179.
432. ANliANGUERA, 55.
AI.latoA, Jos~ Américo de, 201, ANJos,.Augusto dos, 194.
ALMEIDA, Manuel Antônio de, 189. AQUAVIVA, Padre Geraldo Clâudio, 299, 300.
ALMEIDA, Mário de, 278. AQUINO, João Pedro de, 346, 347, 356.
ALJl,IEIDA, Miguel Osório de, 213, 24:Z, 333, ARAGÃO, A. F. Muniz, 240.
455. ARAGÃO, Henrique, 232.
ALMEIDA, M. Lopc:s de, 3J7, 318. ARANHA,Graça, 200.
ALKBIDA,Ren.afo, 276, 282, 283. ARARIPE,JwtOR, 196, 199.
ALMEIDA J'dNJOR. 243, 261, 262, 264, 266. ARAÚJO, Nabuco de, 226.
ALMEIDA J'ÓNlOJl.,A. Jr., 230, 393, 402, 423. AR.cos, Conde dos, 90.
464 A CULT-URA BRASILEIRA
----------
AK:INos,Somu:NHo,Afonso, ou Afonso Arinos BARUTO, M6tio, 83.
de Melo Franco, 40, 45, 49, 50, 60, 77, BARRATO, Paulo, 201.
86, 106, 122, 284, 420. BAaJtgto, PUnio, 139, 1S5, 171, 202.
AUNos, Afonso, 198. B.UUl:&TI>, Tobias, 154, 169, 173, 187, 191,
AR:m'ór.uru, 222. 192, '239, 240, 241, 367.
AalndTna, 9, 208, 299, 309. BARaoa, Andr! de, 140.
AJuoTAGS., 131, 208. BARROS,Francisoo Rqo, Conde da Boa VI.Sta,
MOUCA, J• Pereira, 249. 158.
AaQUUW,U, 220. BARROS, João de, 40.
Aa.aÃ.aJDA,Dom Frei Antônio de, 135, 333, BAJIROSO, Conselheiro Libento, 331, 335, 336,
348. 343, 345, 353, 3S6, 3S9.
A&sls, Machado de, 173, 192, 196, 197, 198, 13.utaoso N&TO, 268, 278.
201. BAsTARD, 20.
ATAfDs,Manuel da Costa, 249. BASTlDE,Paul Arbousse, 3, 4, 5, 6, 11, 237,
Aoouno, J~, 384. 243, 283, 365, 423, 430, 452, 4S5,
Aut.BTE, Caldas, 2. BASTUJ&,Roger, 82, 237, 247, 248, 252, 276,
AusroatStLO, Antônio, 166, 168, 171. 283, 452.
ÃVJU, G&J'cia D', 45. BAnos, Tavarca, 37, 93, 173, 189, 190, 192,
AHVEDO, Alo{sio de, 193, 198. 199, 330, 340, 343, 359.
AZEVEDO,Alvares de, 184, 185. Butts, H. W., 2S, 28, 215, 217.
ÃZBVBDO, Aroldo, 7.7. BATISTA, Alvaro, 377.
ÂOVltDO, Artur, 201. BATISTA, Jos~ Luiz, JS9.
Aav1too, Fernando de, 93, 187, 190, 200, B&H1UNO,Mário, 350.
203, 236, 274, 283, 384, 387, 389, 390, BELL, Gtaham, 224.
39), 392, 394, 397, 403, 414, 423, 441, BELO, Jos6 Maria, 21., 263, 360, 362.
447, 451, 455. Bla.MONT&, 266.
AnVU>O, Francisco, 417. B~oMANN, Tõrben, 211.
AzEVJIDO, J, L~o de, 44, 178, 203, 318. Bll.RNAlU>&LLI, Henrique, 243, 261, '263, 264.
AnVU>O, Luiz Heitor Correia de. 255, 276, BERNUI>.SLLl,Rodolfo, 2S7, 271.
277, 282, 283. BUNAJID.U, Artur, 439.
Auva>o, Maoucl Ant6oio Moreira de, 255, BB.RNAlU>U, Manuel, 390.
301, 305, 319. Bl:Jv.Bo, Lcon, 381, 382.
ÁZ&Vll:DO, Ramos de. 377. BEIUIIBT, 374.
BER1'RA.ND, Alu, 363.
B&VU.AQUA, Alfredo, 267.
BEVILAQUA,Clóvis, 155, 171, 337.
BABJN-z1', 2U. B_avii.A.QUA, Otãvio, 267.
BA.CR, J, S., 243, 255, 276. BlCAI.BO, Frandtco, 1S9.
BACIJUUSJUl,Evcrardo, 390. Bn.Ac, Olavo, 193.
Bt.OOH, Francis, 300, 3ll. BtsPo, Marcelino, 230,
BADAJtó, F., 146. BITTENCOORT, Edmundo, 41 s.
BAD.u6, Lfbero, 183. BLACKB, Vidal de la, 24, 77.
BABNA,Mopteiro, 43. BLAllA, Amoet, 7.
BA.LDus,Herbert, 4, 34, 37, l.22, 237, BLAD, Inoc!ncio Sacramento, 217.
BALENA, Alfredo, 444. Bt.ANCSAR.0,Rooul, 52.
BALltOUR, A., 2. BunONAU, Hcrmann, 348.
BALLIUJ1t,Jacques de la, 140. BLUTEAU, R., 2.
BANDIURA,Manuel, 133, 186, 189, :201, 203, BOCAlUVA, Qulntino, 415.
284, 303, 420. BOHME, 243.
BANDIURA,Sousa, 159, BO!TlltJX, Hcnriguc, 436.
BANXS,Joseph, 208. BotTJ?tJX, Lucas AlcsPndre, IJ35, IJ5S.
8.AJtBOSA, Cõnego J1U1uário da Cunha, 137, BoNlm4, Manu_el, 46, 101.
138, 183, 342, 350. BoNP"lM, Pedro Colhciros, 413.
BAasoSA, Domingos Caldas, 180. BONAPARTtt,129, 160, 325.
BA1l80SA, DOlllingos Vidal, 152, 323. Bomrus, J., 206.
BAJt.BOSA, Frutuoso, 135. Boll.ZLY, J. Bçtiste, 260.
BAJUIOSA, J• Rodri&ues, 267, 282. Bouo11m11, .ISO,
13Alt8ou, Rui, 96, 98, 130, 154, 155, 165, BoRoltS, AbDio C&ar, Barão de M•ca-úbas,
168, 169, 173, 187, 188, 190, 208, 222, 332, 346, 353.
225, 230, 231, 265, 321, 342, 346, 353, ~lU, Tomaz, 108.
354, 356, 360, 361, 363, 364, 366, 426, BORLANDI, Franco. S3.
438, 440. 455. BolU'lr:, Etimne, 452.
8.HCA, Conde da, 256, 349. BouoA.JNVU.U, 208.
BAJwwUP, N"lCOlas.413. Boucu.t, e .. 87, 104, 120.
BARLEvs, Oupar, 207, 220, 245, 283. Bol.JTR!AU, 158.
BARRETO, J. de A. Alves Branco Muniz, 351. BOUllDI:L,Jean de, 129.
BAJI.Rs-TO,Lima, 198, 201. Bountv, E., 104, 108, 117, 118.
BMUt&TO,Luis Pereira, 143, 162, 170, 230, Bosco, D., 136.
240, Bovn, Armand, 164-, 400.
tNDICE DOS NOMES 465
Bue&T, Augusto, 157. CulPos, Gonzaga de. 24, 25, 159, 219.
BRAGA,Erasmo, 141, l,42, 146. CulPos, Humberto de, 30, 71, 90, 99, 10.5,
B11AOA,Francàco, 268, 278. 106, 177, 180, 199, 202, 203, 294.
B11AGA, Teodoro, 280. CAMPos, J. J. Carneiro de, 183.
BltANco, Barão do Rio, 92, 98, 131, 144, CAMPos, Murilo de, 147.
lSS, 169, 195, 224. CI.N'EcA,Frei Joaquim do Amor Divino, 135.
BRANCO, V11COnde do Rio, 139, 224, 339, CÂNDIDO, Fr-cilc:o de Paula, 448.
351, 352. CAP, L., 241.
Blwmlo Jtbno1t, Ant&io, 143, 24-0. CAPANEMA, Gustavo, 410, 411, 419, 423.
Ballm>Io, Mmio, 317, 318. CAPANmu., Schw:h, Dario de Capanema.
BJt,un;>Xo,Teixeira, 356, 3S9, 360, 388. 93, 219.
BJIAN'Olo J1'Nlo.R, Francisco Antõnio, 240. CAPElt, Kard, 75.
BLu/Nat, J. C., 217, 219, 22S. CAR.onr, Padre Fernão, 40, 176,178,308,318.
BRANDT,F. Caldeira, 93. CAJwoso, Lúcio, 201.
BBANT, Franci1100, 444. CAR»oso, Vicente Licínio, 36, 56, 60, 1.01,
BlllASIL, T. Pompeu de SoUlla, 356, 388. 199, '203, 227, 423.
BRA.m., Vital, 232, 37S. CARLOS, Antõnio, 405.
BRAYNBR, Padre Joa6 Moria, 135. CAJtr.os, Frei Francie00 de S., 135, 188, 181,
B1111!:AL,Michel, l. 183.
BRBCHltRltT,243, 271, 275, CARLOS, J., 26S, 266.
BJtaSLAu, Emett, 447, 452. CMNBIRO, Major Gomes, 234.
BRKTAI, Rodrieo J. Ferreira, 249, 283. CARRAZO?U,Andr6, 86.
BJUTo, Farias, 205, 240. CARVAI.BO,Alfredo de, 206, 217.
BJUTO Laurindo Abelardo de, 344. CARVALHO, Arnaldo Vieira de, 163.
BJUTO, Satumino de, 159. CARVALJIO, Carlos de. 15S.
BllOWNlt, Mai-cia, 374. CulvALBo, Delgado de, 22, 23, 2♦, 221, 234,
·BJttnuq, 210. 236,
&UNO, AnJbal, 402, CARVALHO, Feliàbcrtx), 353.
BaUNBLBSCBJ, 247. CutvALBo, PUvio, 215.
Buccm., 23. CARVALHO,Joé Leandro de, 257.
Btn.NO, Pimenta, 15S. C\RvALHO, jOR Luiz SaiJo de BulhZica, 236,
Bua&uT, 158. 42L
BUUlõa, Dom P'rei Micucl de, 304, 312. CAltvALBo, Lc:&ic:io de, 333, 339, .344, 352,
BUJUICJLUID'r, 6. 366.
BUJU.AKAQUJ, C&ar, 213, 219, 228. ~ALRO, Odando M., 36.
BURTO!f, Capitão Richard, 223, 322, 349. CAltvALB.o,Roaald, 80, 105, 181, 196, 193,
199, 203.
CilVALRO, Vu:entc de, 193, 194, 374.
CABANEL, 262. CA.SAI>O, Romão Elói, 325.
CAaltLo, Soarea, 41. CASAL, Aires do, 88.
CABRAL, Pedro Ãlvarea, 211. 126, 175. c,sassANTA, M&rio, 384, 444.
CA.an.u., Luiz Gonzaca, 318. CüTAG,Nln'O, João Batista, 263,
CABRAL, Pereira, 219. CAsTBLNAU, 218, 266.
CA.B-.U.,Vale, 176. CA.STJt.HOS, Antõnio Feliciano, 186.
CALDAS,Padre Sousa, 138, 181, 182, 183. CASTILBOS,Jo~ Feliciano, 186.
CALDAIJÓNlOR, AntOnio Pereíra, 147. C"8Tll.Bos. J6.lio, 121.
CAIJIBIROI, Antônio Pereira de Sousa, 449. CASTRO, Alolllio de, 168.
CALIXTO,Benedito, 2151,272. CASTRO,Eug~io de, 46, 'l03.
CALIION, Mi&uel,233. CASTRO,Francisco de, 161, 168.
CALMON,Pedro, 14, 43, 45, 47, 77, 83, 85, c.urRo, General Leite de, 4S1.
87, 89, li33, 153, 166, 171, 196, 292, 29S, CJ..snto, Jac6 de, 311.
301, 302, 303, 318, 345, 346, 347, 356, CAsmo, Leandro de, 322.
387. CASTRICLUIO,Henri.que, 378.
CAI,ÓOBR.U,J. Pandill, 14, 19, 44, 60, 101, CAVALCA.NTB, D. Joaquim Arcoverde d.e
159, 196, 318, 365, 387, 4S5. Albuquerque, 144.
CALVINO,127, 129, 140, 207. CA.v.u.c:ANTJ,Oi, 267, 272.
Clllu.A, Manuel de Anuda, 137, 214, 326. CAvA.l.CAN'm, Uchoa, 374.
CAK.utco, Jorad de, 201. CAVALlD, Jacquca, 431.
CAKUOO, Teodureto de, 374. CAXIAS,Barão de, !>'l, 260.
Cüm.o, Luis, 4S. CEoao, Luiz, 421.
c.umnu.,Pero Viu de, 126, 175. CHAGM, Cai-los, 165, 232, 233.
CAMJJOfOÃ, Joaquim Monteiro, 214. CHAGASF'D.Bo, Cai-los, 448.
C.Wõu, 134-,175. CHANBDJ-AIN, Henry, 258.
CAMPOS,A. Caetano de, 366, 374. CllAPTAL, 211.
CAMPoa,Bernardino de, 374. CE.o\RCOT,223.
c.uao.,Ernesto de Sousa, 423, 456. CRAVES, Manuel JOK, 344.
C,ua,os, l!'ranc:itc01 236, 267, 371, 384, 389, CRsvlutl., Júlio Lc, 260.
393, 394, 405, 411, 413, 423, 441, 445, Cm.Al'ARELLI, Luiz, 267.
455. Cmco, Padre, 145.
-30-
4 A CULTURA BRA S l LEIRA
----------
Cfc o. 150, 212. CxuTo, 361.
Cfcao, uel, 350. Crun.s, Gast , 36, 02.
CI.APARb>&, Ed., 400. Cllt7Ui, Louis, 220, 221, 222, 356.
CLAUDE, Gmrces, 59. Caoz, Dom Ftti M,a,nuel da, 304.
Cu. , Pet:er, 218. Cauz ~ do, 7 • 49, 163, 165, 169, 170
Cl.AV&UN, Padr Júlio José. 332, 346. 171, 205, 22 , 'l30, 231, 232, 233, 368,
T lW, Papa, 137. 369,
CI.Llo!Nn xrv, 304, 311. CUBAS, Braz, 63,
Ct.slmNT&, J , 155. CuNBA, Eucll ct da, 20, 21, 24, 31, 35, 36,
Cuau, G brie1 thieu de, 49. 55, S6, 60, 73, 76, 90, 91, 101, 114, 128,
CoAJtAC(, Vivaldo, 120, 121, 455. 143, 158, 159, 165, 168, 169, 173, 182,
COCBUNB, Tomaz, 158. 183, 197, 198, 203, 211, 21S, 'U6, 219,
Con.ao, Duarte, 62, 176. 224, 226, 233. 234, 239, 240, 2S8, 32S,
COELHO,Jorge Albuquerque, 176. 348, 3S1.
CO&l.80 N&TO, 193. CUNBA, Dom tuit da, 311.
CoDitDRA,Frei Henrique de, 126. CUNHA.,ll'ernandca da, 190.
Cot.AJAMt1,N., 34. CUNHA,Jo quim Marquca da, 434.
COL8ACmNI, 237. CUNHA,Nóbrega da, 397, 401.
COMNERBQN', Ph., 208. CUSTÓojo, Frei, 135.
Co'MTB,47, 143, 227, S61, 363, 364, 368, 371.
CON'DORC!T,324.
CONPCCIO,33. DAP,ERl', F. w., 369, 370, 374.
CONIONl, 260. DAMÁSIO,Leõnidlll, 164, 219.
Co STATT, 211. DÃMASo,C. P. J quim, 350.
COORf'/A&H,Emile, 447. DA.IIJ>lER, 208.
CORDEIRO,C31irto, 26S, 266. DANTA, Con clheiro Rcdol(o, 343, 3S2, 3S3,
C0 OT, 260. 354, 359.
Co~. Coo elhriro Manuel Fran.àsoo, 355. DANTE, 33.
Cou&IA, endcs, 33. OARPOUX, 227.
Co11U:1A 1 Raimundo, 193, 194. DAR , Charl , 21s. 2\7.
Cousu., Rivad via, 371, 372, 388. DANTEC. F8ix Le, 37 •
Coll.UlA, Sampaio, 159, 163. DAVID, 2S
Couzu., Viriato, 138, J , 306. DZAT, Mam:1, 399.
CoRJtUA Pn.Ho, V. 93, 159, 241. Duu-r, J. B., 73, 25 . 258, 159.
Cou1oao, 279. DE CAJU.1,Oilcno, 60.
COSTÀ, inaldo, 99. DEOu, Edirar, 252, 261.
COSTA,Amoroso, 116, 227, 24L D&nON'l'AIN , Piem:, 77, S .
COSTA,A. Z. Fonseca, 435. O&LA.ROCBlt, 260.
COSTA,Jo Ba sta da, 243, "257, 263, 64. DE1.&SS8RT,42.
COSTA,Bartolomeu da, 2S0. DE'I.Hosum, Florian, 127.
COSTA,Boritet da, 444. OEND, D., 316.
COSTA, Cl6udio Manuel da 152 169, 181, D NlS, Ferdinand, 195, 203.
182, 306. Dnev, Orvílle, 164, 219, 225, 228.
COS'TA,Dom Antônio de Macedo, 189. OESCA.RTltS, 208,
COSTA,D. Duarte da, 289. DEUS, Frei G sper da Madre de, 4J.
COSTA,Femandc:11 d8, 222. DEWEY, John, 390, 400, 401, 413. ,
Co11TA,Fernando, 439, 443. DIAS, Ezequiel, 232,
CosTA, Rip611tx>da, 183. Du.s, F. Correia, 280.
COSTA, J. Cruz 239, 241. D1AS,Fcmi'lo, 67.
COSTA,Li tmaco, 382. DIAs, Gonçalv ,, 173, 181, 184, 185, 186,
CoaTA, L6cio, 257, 275. 187, 18 1 195, 219, 237, 354, 359.
COST:A,Manuel Meneses da, 249 257. Dw, Mário Vi n 171, 242.
COITA, Zeferino da, 261. Draz. 40.
CosffR, Henri, 134, al6. DIRAC, 448.
COT, Pierre, 399. OODSWORTR, Henrique Toledo, 424.
CoUNTRY, Loui , 213. DóJUA, Ant io mpaio, 382.
Cotl OT, A., 80. DóJw., ollc, 333, 356, 387.
CoU"l'l'N'BO J01~ Joaquim da Cunha de Uo AS FILHO, J., 146.
Azercdo, ou Bi,po Azeredo Coutinho, DR.u:N'aRT, F., 221.
134, 150, S3, 314,321,323 324,325,344. DIUENDLB, Tomãs, 260.
CoUTtNRo, D. Francisco de LanlJs de Faria, 0-trART&,Nestor, 92, 101.
314. Dtl8ol.S, J., 34.
CoUTOfHO, Joio Pereira Ramos de· Azevedo, Du Bo Reymood, 264.
324. Dtrc:o, Adolfo, 214, 217, 22 .
COUnNUO, Lino, 328, 344. DUKONT, Alberto ntoa, 220.
COUTO,Almeida, 160. DU&ÃO, Frei JOH de ta Rita, 131, 169,
CoUTO, Miguel, 16), 168. 179, 180.
CoOTY, Loui , 350, OVRXEl&[M,Emile. 3, 10, 12, 19, 62, 77,
CRUPO, Gon~vea, 194. 103, 281.
NOJCE DOS NOMES 467
NU()IIUC O, Alberto, 267, 268, PED:OTO, Inicio Joet Alvareoga, 131, 152,
am, Adal&i , 201. 169, 181.
NDJ, Fernando, 236. PBl:XOTO, RodJicues, 350.
NB.Rl, San a, 356. PENA, ComWo, 201.
Nav~ . Si ' undo, 255, 256, 366, 267. PDIA, Ferreira, 21S.
Nsvu Bacta, 444. PENA, Luiz CadOI .ao.■,m,u, 188, 201.
N&WTON, W8. PMALVA, Gastão, 249.
Nsvu, • dano d , 275. Pncma, 2S8.
N1cúoto, A,, 8. PmlEDI.A, Alves, 444.
Nunaam, F., 22♦. PBREDtA, Antõnio Padfico, 171.
NDIUE.Nl)AJO, Kurt, 237, 238. PltltZlltA, Antônio de Si, 267.
NlDT, 18. PnmJtA, Astroiildo RodriiuH, 37.
NdBUOA, Padre Manuel da, 127 128, 1291 PnmtA, Bento J•, 343.
176, 287, 288, 290, 293, 307. .PmlBDtA, Dulddio, 449.
NOGUBJ.'JtA, Almeida, 171. PEDIRA, Eduardo Carlos, 141.
NONATO, Orosunbo, 444. 'PBREIRA,Esteve,, 151.
NOJUlANO, J. F., ♦?, 60, 101. PllBDtA, J~ Clemente, 72.
NC>a01'RA 1 Santoe, 60. PllxIRA, Francisco Laíaye e, RodriCiJes,
Novicow, 173. 426, 448.
NUNltl, l..eonll!'do, 289. P&REtKA, Lafayette Rodrigue~ Conttlheiro,
155, 340.
PERBJRA, L1lcia Miauel, 204.
Os.uiTO, Antõnio, 1?l,
PxREIRA, Miguel, 161, 170.
OLJvllmA,Alberto de, 193. PDEIRA Padre Bento ]DR, 343.
OLJnDIA, Adalberto Nléneac de, ♦49. PEUT, 425.
Ouniu, Amuu:ido d Sales, 235, 405 l'xRftNCII, Andrade, 161, 352.
OunDtA, Cindido B ti ta de, 221. PEssoA, Epiticio, 257, 371, 383, 386, 405.
OUv&DlA, E\lllbio de, 60, P!lssoA, J. G. Frota, 391, 397, 401, 423, 455.
OuvzJ.'JtA, F,nuu:isco de P ula, 219. PB:z!tttAT, 257.
OLJnutA, Joio Pemande11 de, 69. P1CA11ÇO, J~ Corre.ia, 160.
OUVWJ:RA, Joio RamOI de, 93. PrCCBl.\., Mcnotti del, 200.
Ol.Ivm:ltA, Manuel Diu de, 257. P1CJCEaJNG, 18..
OuvzmA., 5-mucl de, 362. Puu;znm.. FrancilCO Mcndee, 405 44-4, 44S.
Oa:aJoJrY, o., 218. Pnamllto, Bordalo, 265, 266.
Osntooolurr, 96, 9'1. Pm&Bmo, JoiQ, 76.
OlwAU>, Henrique, 267, 268, 276. Pl:mmoto, Cllaego Fernandes, 301.
Orb10, Rod.ri&O, 301, PINIDDIO, J~ Feliciano FemandCI, VIICOl:lde
Oro C. B. 1 159. de S. Leop0ldo. 1S2, 329, 332, 336, 337.
Oram, Teófilo, 93, 159. PINro, Alfredo, 383, 405.
PINTO, E. Roquette, 37, 213, 234, 212, 253,
PAIVA, T credo de, 221. 276, 419, 424.
PAIXÃO, M6cio da, 204. PJNTo, Est!vão, 37, 444, 453.
PALUTJIJNA, 255. PINTO Ci&.u!, 232.
PAI.Jl&TA, Francítco de Mdo, ♦9. Pmro, Oliverio, 136.
PALLJàRB, Armand Julllcn, 257. Pnm>, O. de Oliveira, 214.
PAJtAfso,Padre, 76. Pio XI, 395.
PAJtANÁ, Marq,u& do, 336, 338, 339, 361. .PIRASSIJlllUNGA, A. Sampaio, 43'4.
PAJUtl.lRAS, Antõnío, 261, 263. PntBNNE, Henri, 7♦.
PARUIRAS, Edg t, 272. Pmh, Padre Heliodoro, 319.
PAIOAl., 227. Piso, Wílhdm, 160, 206, 207, 307.
.P.u&oa, Guimar es, 194. Plz.utRo, Camile, 261 .
PAIIISOI,Pereira, 74, 159. PlssJS, 218.
PA1180N, M , 374. PlrA, Rocha, 179, 306.
P.uraua Louís, 224, 230, 231, 374. PlUNGA, Con lheiro EpiíAnio Clndido de
PAULRN, 400. Sou.aa, ♦49.
PAT&UON, 160 163. PI..uuu, Bar o de, 333.
PAULO m 127, 287 PLATÃO, 363.
~. Nilo, 378, 439. POMBAL, arqu de, 132, 134, 136, 14♦,
Paaot.T, Teodoro, 215. 153, 160, 1 , 20, 209, 210, 287, 288,
Pl:J>DMSDt.U, ul, 26S, 2 304, 3ll, 312, 313, 3 4, 316 323, 52♦,
Pl:J>JtO 1, ♦9, 89, 90, 137, 183,' 212, 213, 216 334, 346 3♦7, 1·27, 428.
258, 259, 279, 329, 336, 348. PolNCAd, Henri, 227.
Psoao u, 90, 92, 94, 115, 137, 157, 195, POKP&, Raul, 191, 193, 19 .
• 215, 21 , 221, 223, 260, 264, 268, 269, Po11P&u, Guilherme, 67.
279, 301, 321, 332, 344, 349. PoRTINARJ, Clndido. 243, 262, 272, 275, 281.
PslxOTO, Af't&nio, 18, 19, 23, 24, 25, 33, 36, Pô:RTo, Auraio, 45, 85, 89.
70 161, 168, 177. 181, 192, 193, 204-, PoRntGAL, Marc01, 2S5, 256, 266, 267.
229, 230, 290, 3S2, 356, 369, 373, 386, PoRTOGAL, Manud de Caat:ro e, 295.
388 O , 423. PORTUGAL, Tomb Anl6nio d Vila Nova, 213.
472 A CULTURA BRASILEIRA
IAln'os, Joio Caetano dos, 188. Sa.&ns, Gabriel, 40, 45, 301.
SAim>a, J Antõnio do • 249. SoAe;S, J. C, de cedo, 236, 422.
Suffol, Lúcio Josf dos, 444. SoARn, José Eduardo de Macedo, 41S.
Bum,a, o Dami de Sousa. 448, SoARES,Teinira, 159.
s»m>s, Marqu de, 2S7. Son!ra, A. A. de AR-vedo, 373 387.
&im>I, . P. d Olive!r , 356. Soou, ébon Wemeck, 102, 196, 20.,
SAlm>e, Tomi1 Gomes dos, 26C. SoUSA, Ant6oio Franciaco de J?aula, 1S9.
SUTAXIN'I, Ant6nio, 448. So!JSA, Antõnio teiro de, 384.
Scaa-1••· 6. So1BA, Cn1% e. 194.
Scmo:ur, 237. Sous&, Gabriel Soares de, 37, 40, 4S, 17S.
ScBnm>T, AfOl'.lto, 201. So11SA, Irincu EvAnicliata de, Bar1o de
SamlmT, Auaust:o, 201. Mauá, SO, S6, 57, 93, 15S, 1S8, 1S9.
ScswACU, C. A. Guilherme, 21S Sot1S.A, Joaquim Gomes dt, 205, 226, 22 ,
SUABCK, 206. 35S.
SaOALL,Lazar, 272. Souü, José Paulino Soarea de, 332, 343.
SaoSL, Gerardo, 391. Souu, Luiz Vasconceloe e, 160, 323.
SsoUitO, Vi1conde de Pt°lrto, 41, 19S. SooSA, Manuel de, 21!1.
Ssu.ow, voo, 213, Souu, Martim Afonso de, 41, 62, 6 , 64, 80.
SBN'A,Coat:a, 159, J64. SoUSA,Moreira de, 402.
Sáo10, Antônio, 2g7, 299, au, 427. SOUS,A., Otávio Tarquínio de, 202.
8B1UtANo,Jõnata1, 81, 144, 147, 196, 204, SouSA, Pero Lope,9 d11, 175.
242, 290, 319, 388, 419. SoUSA., Tom~ de, 4S, 63, 81, 1:17, 281,
SmulÃO, Frei Custódio Alve11 1 13S, 213, 214, SouSA, Washington Luis Pereira de, 23'4,
228, 448. 235.
Ssvuo, RJcudo, 274. SotmNBA, {Joaquim Gome, de Soun.), 169.
SaàUDtN, 232. SouTHBY, Roberto, 127, 129, 177, 180, 19S,
SB.A.w, Bernard, 168. 326.
SJuw, Paul Vanorden, 453, SP.BHGLD, 270.
SclloNBDO, Mirio, 449. SPINOLA, Bonfim, 342.
SIC&JII>,233. SPix, von, 37, 83, 216, 266, 3'49.
SDGnul>, Andr6, 22, JS, S9, 122, 281. SPRUCJ!:, Ric:hard. 217.
SIOAUD,J. F., 1 ST.u>BH, Hans, 176.
SILVA, Antbnio Carla. de Andrada e U2, Sttmu, Xarl von den, 237.
170, 210, 329, 333, 344, 446. SmPH:aNso 61.
SlLVA, Antõnio de •-. 2, 180, 326. SrocxLu. AleDndce, 76.
Sn.YA, Ant6olo J~, 173, 178, 179. S~ G:arção, 324.
Sn:u, Auausto Barbosa da, 164, 449. STocus,226.
811.vA,Betteo da. 265, 269, 333, 536. Snu.u , 268.
SILVA, D. Duarte Leopoldo e, 146. S'O!Owmo,F., 243.
Sn.VA, PtllllcflCO Manuel da, 2S6. 267, 277. SWAlNSON,217.
SILVA, Pnmc:iacaJ~li• da. l!M.
SU.VA. Henrique Joé da, 2SC5, 257, 2S8.
Su.vA, Joio Mcnde1 da, 178, 179. T~YRAND. 199, 2S6.
Sa.n, Joio Pinheiro da, 373. T.a.QúBS,Pedro, 306.
SILVA, Joaquim Caetano da, 195, 333, 340. TAUNAY,Afonso, 32, 49, 60, 67, 77, 196, 220,
81LVA 1 Joaquim Carnelro da, 249. 234, 235, 242 284,
SILVA, Joll6 BonifAc:io de And.rada e, 91, TAUNAY, Alfredo d'Eecragnolle, Vwconde da
137, 152, 170, 187, 190, 211, 212, 213, Taunay, 189, 268, 3'46.
226, 323, 829, 332, 342, 349. TAUNAY, Augusto Miuia, 2S6, 257.
SU.vA, Lafayette, 205. To\l1NAY,Féli'~ Emfüo, Bar o de Taunay,
SU.VA, Luil Alvea de Líma e, Duque de 73, 256, 258, 259, 279.
Caxiu, 911. TAUNA.Y, Nicolau Antônio, 256, 257, 25
Sn.vA, Martim Jl'rçicisco de Andrada e, 152, TAUTPBOEU&, Barão de, 346.
170, 210, 342. TAV.UU, Eduardo, it7.
SILVA, Moadr, 159. TAVARBS, Muniz, 139. 32 ♦.
Su.VA. N011.1cir da, 237. TÁVOitA, 331.
SILVA, 09car Pereira da, 261, 456, 457, TÁVOllA, Franklin 183, 189.
SILVA, Plrajl da, 83. TÁvou, Ju.arcz do N scimento Fc:rn.andee,
Sr:LVA, Valentim da Fon.a«a e, Mestre 422, 439.
Valentim, 243, 2S0, 271. Tut, Barão de, 221, 3S6.
&a.vADO, Am&ico, 221. T1!:IxEmA,Anfsio s., 382, 389, 391, 99, 401,
Sn.vmtA, Ã1vat0 da 2l4, "44. 402, 406, 419, 424, 441, 451.
SDIOND, 163. TnulltA. Bento, 131.
SDlmn, L. V,, 166. TBIXEDtA, Gomes. 2:17.
SDIONaH, Roberto, 26, 29, 32, 41, 42, 44, TmxlmtA, Osvaldo, 176, 272.
46, 47, 51, 52, S6, 58, 59, 60, 102, 45S. Tm.za, Carlos J~ da Silvu. 3 .
SIQu&IllA, José, 253. TBAYER,Nathaniel, 219.
km!, Herbert, 349. Tlmvrr, An~. 176.
SIIITR, Roberto e., 247, 249, 2S2, 272, 284. l'Jmn,, Erater, 32,
474 A CULTURA BRASILEl'RA
Abolicionismo, V. Aboliç§o.
Academia
~ de Belas-Artes, 264, 268, 362,
- de Belas-Artell da Bahia, 270,
- de Belas-Artes de Belêm, 269.
- de Belas-Artes de Belo Horizonte, 269.
- de Belas-Artes de Manaus, 269.
- Brasileit$. de Ciencias, 209.
- Brasileira de Letras, 192.
- de Cíencias de Paris, 226.
- Ciéntífiea, 209.
- Imperial de Marinha, 433.
- de Marinha, 327, 43S.
- Médico Ciríirgiea, 211.
- Militar, 211.
- Militar da C&te, 433.
- Militar e de Marinha, 433.
- Nacional e Imperial de Marinha, 433.
- Nacional de Medicina, 166, 209.
- Naval, 157.
- Real de Marinha, 157, 435.
Real - Militar, 157-58, 327, 433.
Real - de Pintura, Escultura e Arquitetura Civil, 328.
Jlçúcar
- e- a agricultura latifundiária, 41-42.
civilização do-, 41-43.
desenvolvimento teenol6gieo e monocultura da cana-de-151-52.
estrutura da primitiva sociedade colonial e o-, 82-84.
origem da cana-de-, 41.
produção, estatfstiça. 42.
V. ErÍAenhOlt
Africanos
o catolicismo e os-, 132-33.
escravidão, V. Abolição. Escravid6o NeAra.
música popular brasileira e os-, 253-54.
população africana no Brasil, 28-30.
V. Assimilação.
Al,ricultura
cana-de-açáear, V. Açúcar.
cafê, V. Café.
Cenh'o Nacional d.e Ensino e Pesquisas Agron6micas, 439.
47 A CUbTtJRA BRASILE RA
-------
~dcultura
c:olvara, destrwção da floresta pdo fogo, 49,
conquirta do tolo, 85-86.
en&cnho, V. Entenho.
íumo, eatatíltica de -produção, 42.
:voura e o, jesuítas, 307-09.
monoc:ultura, V. Morroculfura..
Pa.tmnatm Agrieolas, 378.
policultura, 52-53, 375.
propriedades q,icolas, V. Propriedade.
Real Horto, 212.
V. Botani . B&cola, Econonua, EstaJ.btica.
Al.ronomia, V. A''ricultura..
Amerlndio1 1 V. Ae inula,;Ko. Inditena.s.
Analfabetismo, e tatística, 373.
Antropolofia 22.9-30.
Ar istcx:rac.r•
- rural, na sociedade colonial, 85-86; e o regime monArquko, 9o-4t.
- tcrritonal, fôrça conservadora na República, 95-96,
eiclucaçl!oiuistocréti . 334.
Arquitetura
casa colonial, 25:z...,53_
- col nial, n-o cimento, 274-75; 'função" do, elemm arqwtet6nieos, '175.
- i:ooderna, 275.
- t giosa, 246; e a-civil, 252.
arte d01 jardins e a-, 275.
'campenha da - tradicional", 274.
claumos do Nordeste, 248--49.
deKDvolvi.a:iento urban.o no século 10t e a-, 273-74.
içcju e convaitos da Bahia, 135.
V. AcadfllZlia. Arte, Escola, Liceu, Museu Sam«Jttde.
Arte
amaduredmen artial:foo do país, 281.
aparecimento d.a - no Braail. 246.
pogeu artfstico e apogeu econômico, 2.43.
arquitetura, V. Arqttitetuza.
- aplicada, 265.
- aplicada à. indústria, 279-80.
-, um fator de documentação cultural, 243-44.
- dos jtl.l'dina e a arquitetura, 275.
tea populares e artes indígenas, .261}-70.
caricatura, V. Caricatura.
centros de cultura utiiltica, 264;270.
cera.mica, 271,280.
critica artl.stíca,, 281-.83.
dcacentralização poUtica e a-, .269.
desenho, V. Dea.en.ho.
desenvolvimento da - dutante o dominio holand~, 244--4 .
mucaçlo Cttttica do povo, 280--Sl.
tura, V. E:ecu/tura.
estilo barroco, V. BsrTOCO.
czparuio a.rtbtiea, 269-71.
loflueiicia francesa e a - colonial, 256--59---265.
movime:nl'O artútico moderno, 282.
mÍISÍca.,V. Mf,aie11.
ouriveaaria, 251-52-271.
pmtwa., V. Pintura.
p6blico e o artista, 278--81.
Rcp6bl.ica e o desenvolvimento da -, no Brasil, 244.
Serviço do Patrimõnio llist6rico e Ar:tistico Nacional, 421.
T~dca, 24~50, 271.
V. lt'A•titu~ artistica,.
!NDICE DE ASSUNTOS
Awirnil o
- d dita e cultura jcaul ·ca, 152.
- ttnica 2g....30,33-34, 82, 104---07.
- IOCial,22, 29, 33-34, 81-82, 104--07, 152---53,178.
coJumim o a-, 178,
contatoe liD ticos e a llnlU,8 vernácula, 173--79.
cultura nacional e at culturas i~ca e angl~ca. 22; e aa cultur :unerindia, af:ri.
cana e ibérica, 82, 104--07; e a cultura sdardínic:a, 152.
mic,enaçã_o e a ditU1ncia l0cial entre senhores e escravos, 81-82.
nacionalização du escolu do u1 do pats, 413.
.Auac~o
- dos Artisw Br ileiros, 280.
- do, Artistu Pl6aticos de S. Paulo, Z80.
- Brui.lcir de Educação 383-84, 385, 386 391, 394.
- Brasilelra de Imprensa, 41S.
- Bra,iteíra de M<islca, 278.
- dos Geógrafo• Brasileiros, 236.
assoclaçc5escientmoa,, 166.
auociaçiles proflasionais, 166.
Inltituto "B.ruil-Estados Unido,", do Rio de Janeiro, 416.
União Cultur 1 11Braail-E,tados Unidos" de S. Paulo, 416.
Adronomi11
- no Brasil, 220-22,
o~ tõrios. V. ObAr,at6rio.
Amidade cie.ntllica
11.11b'opoloeia,229-30.
utroaomia, 220-22. V. 01,..,ervatório.
- de brasilômt e de eatranCCU'03no Brasil, 222.
- dunmte o miniat&io do V~ do Rio Branco, 22+-25.
- no pcrfodo boland&, 206-07.
botlnica, V. Bot~.
Concreuo Cientifico Americano, (vm), 42.3.
cur101S de c:imàu no Ml.lleU Nacional, 3SO.
desenvolvimCDto da- no Brasil, 205-34.
D. Pedro 11 e a-, 223-24, 349-S0.
Endclopblia Brasileira, 417-.
''Recota Baia"n" e -, 369.
Escola de Minu Cffltro de pesquisas científicas, 158, 164.
eatudo1 cientfficoa e o, estudos literários 368; e a reforma da Univcnidad de Coimbre,
317; e a lavoura cafeeira, 375.
espediçõea, V. &./J dlç8o.
filooofia o-, 2.38-·U,
fúlca, V. Flsica.
&COO'afia,V. Geo,ra/io..
ceotogi11e palcontologi , V. GooloA,ia, Paleontolo~ia.
imtituiçõea cicntffica, e D. João V1, 211-14: utilitarismo das, 368; e • a.neforrne'6es
eociaa, 438.
JOIE Bonifácio e &UJl -, 210-11.
matcmli •e&, 226-27.
medicina. V. Medicin11.
mislões, V. MíNl!Sea ciantífit:1U.
natura&.t:u cttro.o eir011e • -, 207, 213-18.
objctivid~c na, US-14, 159-60.
produçio liten\ti:a e a produção cientifica, 205--06.
rd'cnna pombalina e a-, 209.
rcvolu cicntU'ica e o Bruil, 208.
flJIDJIDtismo e a-, 223.
aocíoloida, 236-38.
~antes &anccees e • -. 208.
V. &;ade.mi 11, Eaoo/a, Facu/d11de. lnstitu to. Soc:iedtKle.
AU4ntioo
o- e civ!Uraç o brasileira, 19-20.
80 A CUI.,TURA BRASILEIRA
Barroco
esb1o, 246-48.
civil o absolutismo polftico, 252.
clallltroe do Nordeste e o-, 248.
diferenças rcgionai.! no-, 247-48.
B1bb.ot«a.
- "de Ed11 c;ão" (Cia. Melhoramentos), 392.
- Infantil de S. Paulo, 417.
- Nacional, 211, 229, 326, 349, 350.
- "Ped e-6gica Brasileira" (Cía. Editara Nacional) 392.
- P6bllca, 2ll.
- Municipal de S. Paulo, 417.
bibliotecaa, 229.
Con ho Bibliotecério do Estado, 417.
eultur intelectual e as bibliotecas, 355,
Escola de Biblioteconomia, 417.
movimento bibliotccârio, eStiitísticas, 417; na cidade de S. Paulo, 417.
BoMnicn
- ·no Brasil, 213-14.
Jardim BoUnico do Rio de Janeiro, 135, 369.
Real Jardim Botmico, 2U, 228-29.
V. Atividade científica.
Bu.rfueai
- na sociedade colonial. 84.
desenvolvimento da - 1185 cidades, 84-,85,
msino t~co e a-,377.
jeeuftaJ e • - urbana, 308.
Ca/6
atração de imigrantes europeus pelo -, 50.
dviliAçito urbana e o-, 74-75.
de110C8r0entodo mo econômico e o-, 4~.
esta rica do- 50.
eatrada1 de ferro e a produção cafeeira. .50-51.
e,trutura econõmica do 1mp&io e o-, 49-50.
eetudos científicos e o-, 375.
cxp o tica em S. Paulo e o-,.270-7L
onremdo cafeeiro, SI.
Cana-de..,,gúcar, V. A~i:ícar.
c.i,e//[es, V. Clero.
Capitom'aa heredftlJria,, 80-81.
C.Ater
lln&l1e do - coletivo, 104.
ços rundarnentals do - brasileiro, 43, 107-21.
V. Mentalidade.
Car • fura
o desenho humaristico, 265.
cari wri aa, 265.
Casa, V. Babitaç.60.
Ca -Granel
capelães da - 133, 296.
a-, c:ar ctcrl$t:ica da paisag=i cultural, 43.
a 1 tja e a-, 296-97.
ação d jesuítas na - 296,
V. EnQonho.
fNDlCE DE ASSUNTOS 411
C.tequ
- da coltmia, 288,-,89.
c:olumln:i,l7 8.
jeawtu e 01 valores nativoe, 292.
tndi01 e • - 310.
Caloliciamo
cateque11e V. C..tequ .
Campanhja de Je5U9, V. ]~altas.
ConcDio de Trento, 127.
conve:ot0111 da Bahia, 133, 135-36.
crise da lpeja braaileira, 145-46.
cultura brasileira o-, 131-32, 134-35, 145-46.
disciplina moral cat6Uca e 01 jeauftas, 294, 297-98.
doutrina peda16gica católica, 395-96.
e:ICQIUe o -, V. E«Jo!aa.
anmdea figura■ do -, da atualidade no Brasil, 14S-46.
igreju da Babi , 133.
lnllueticias afto.fndiaa e o-, 132-33.
ln1tituiçõe1 de enain,o o-, V. CoJt.gio, &cola, Liceu, Seminirio d Olinda.
jnufta1, V. Jeaulta.a.
laiciaçio do Eatado e o-, 143-44.
Uberdade de culto, 139-40.
mentalidade cat61ica, 145-46, 298.
milll&:s e o - 129-30.
moateiroa, 136.
movimeu o pedagógjco e o-, 395-96, 399.
aradora eacroa d pcrlodo colonial. 134-35.
ordem e conir· çõea, V. Ordena eatólicaa.
ped8&0lia cat611 , 36S: e pedagogia protestante, 348.
poli ·c:a ctCOlar d IsreJ , 395.
polltlc:a de trami tncia do -, 132-33.
Queat o Reli asa, 137-38.
ICDlÍ.IWiOI e o liberaJimto, 134. V. Seminhio de Olirtda.
uniio Estado-Iaieja, 137-40.
V. CJ ro, Reli~o.
Ce,-&mic:a,27l,280.
c.ntraJ~, V. Unidade.
C.ntro.
- Art11tico Juvmtaa, 280.
- D. Vital de S. Paulo, 395-96, 408.
- Nacional d mrino e Pesqui1a11Ag,ronâm.kas, 439.
centros de cultura ard■tka., 263-64, 267.
Cida.dea
atividade paltoril e o deacnvoivimento das-, 69-70, 71,
bw-KUesi• d 1 -, 84-8S.
-. capitah polfticas, 74-7S.
- oent:ros de cultura intelectUal, 9-10.
- "fortalen.", 62.
- do litoral, 71-72.
- e o movimento rd'onnador da educação, 382.
- nu rqi&s du minu, 67-68, 69-70.
- do comparadas ãs do litoral, 71-72.
dCRnvolvimqito das - no sEculo XIX e a arquitetura, U3-74.
ngenbol e as-, 64.
trutura social oaa -, 84-85.
evolu e íunçio dai-brasileiras, 62-71.
ramruu~triareal e operAr:ia e a urbaniza:ção, 42&.
fat:Ores de de,cnvolvimento da civilização urba.o.a, 74-77.
habitação nas-, 67, 72, 85,252. V. Habit:a,;Ho.
j l e t,w,auc,ia urbana, 308-09.
nüpaç6os •• -, 74, 440,
-3i -
482 A CULTURA BRASILEIRA
Cidades
nfvel lntel«tual da classe média urbana, 34o--41.
onc-em du - bra.sitciras, 66.
paisqem urbana_ e rural no Brasil, 53.
popui.çio das- 001 s&:ulos XVJ e xvn, 64; de S. Paulo, 382; de Recife e Olinda, 65, 244-46.
topoofmia dll$ -, 66. •
Cinoma
Divisão do - Educativo, 419.
funçio educativa do-, 418.
Inltituto Nacional do - Educativo, 419,
Serviços de Rádio e-Educativo, 419.
Ci'rilisaç&o
carllter cristão da- nacional, 142.
- do aç<.tcar, 43.
- da étca pa1torit, 86-87.
- do couro, 45-46.
- ind(aena, .%-36.
- ocidental, 36.
- do ouro, 44-46.
- portu&ueu e os jesuítas, 293-9·7.
eonoe:ito de-, 1-1 t.
ratõres do desenvolvimmto da - urbana, 74--77.
influfnc:ia.$ amcrlndia, africana e ib&ica na-brasileira, 82, 104-07; ibh-ica e 1n.1lo-sax()..
nica na - bmslleira, 22; scfardfnica na - btasileira, 151.
V. Cultura, Mentalidade, Socz'edade.
Cl•ro Católico
c:apclileadas Casas Grandes, 132, 296.
cultura humant.stica e a carreira ec;lesiáStiCll, 426
desnacionalização do -14S.
id6u libera.ia e o-, 323.
Interpenetração doa mundos clerical e pedagógico, 348-49.
letras e o - 13+-35.
laic:lnçio do Estado e a atitude do-, 143-45.
unidade cultural e os capelies., 3H-l S.
V. C.toliçismo.
CoUlio
- AbOio, 346.
- Americano Ftwninensc, 366.
- Ammcaoo (PctnSpolit), 366.
- Americano (Põrto Alegre), 348.
lNDICE DE ASSUNTOS
CoMAio
- Americano (Tauba , 366.
- Bconctt • de Janeiro), 366.
- Brandio, 332.
- de Campinu, 34~.
- de Cmnpo Belo, 346.
- do Caraça. 136, 331, 346, 347.
- do Cm trio • Grande do Sul), 366.
- de Coocc:mbu do Campo, 346.
- Oranbcty, 366.
- du Inn Marcelin 1 1 146.
- dai lrm do Sqr o Cora.Ção de Jesus, 146.
- Jaa ta Heodru (Belo Horizonte), 366.
- doe JCIU.lta (Destb'ro), 346.
- do Dr. Kopke, 3◄6.
- Mencsa Vieira, 332, 346.
- Metodi1ta (Ribeirão Prtto), 366.
- Mineiro (Juiz de Fora), 366.
- Navol, 435.
- de Nossa Senhora d Sion. 146.
- dea Oi.scaux, 146.
- Pedro li, 332, 333, 362, 371, 372, 428; e a educação ari,tocr ca, 332; e o en ino sec1m-
d6rio, 344; e o enaino reliapmo, 35'2; ginúio de tipo c:lâS9ico,334.
- Piracicabeno, 348, 366.
- Proares80, 346.
- de s. J (Ba • ), 346.
- de S. Lufa, tu), 332, 346.
- de S. P ulo, 289.
- de S. P de AJcln , 3 6.
- Stall, 346.
- U • o (Urquai.ana). 366.
·•oo1 • " doe jeswtaa, 288, 300-08. 348.
• • col ·ot lei e protestantes, 34S--.9.
c.alon.i•~
eapitanw bc:reclitiriaa, 80.
ccntrali.ieçio e descentralização política e o início da -, 81.
- do Bra1íl e da Am&ica do Norte, 47-➔8.
- portu,um, 28.
- e 011 buiddnntet, 88.
- e a conquilta do eolo, 85-86.
Governo Geral de 1549 e a-. 81.
Jnfdo da- no Brasil, 80-Sl.
minerai;: o, in~ntivo para a -, 45-46.
Scrr do Mor e -, 19-20.
t:ropeiroa e a -, 89.
V. lmiira,;;60. Populap8o.
Comlroio
c:iviliu o urban e o - ,74.
C6illgo comercial, lSS.
- do pau-brasil, trifico e monop61io, 40.
Companhia das !ndias Ocidmtma, 140.
emino comercial, 439,4-41. V. E«ola, Ensino-
transporte e o-, 54-56.
Coatpanhi• da JMU•. V. Jesulto
Comuruc:aip6o, V. Mei~ de Comunicaç6o
CGnd~ natur,u·•
clima e -, 23-24.
c:oet:as, 26.
íauna e -, 2S.
flora e ae -, 24-2 .
frc:mte:iru 1eogréíica , 4 7.
geoloapa, 2H6.
484 A CULTURA BRASILEIRA
Condis/Jos naturai&
meio fisico, .
rcl!Yo e -,, 22-23.
ttotia das 1 - continentais. 18 21.
Cori(er nci
Con,re.-
- Nacionais de Educação, 383, ô86,
debates de questões educacionais, 384, 386-87.
vm Congresso CíentUioo Americano, 422.
Con rv,-t6rio
- Dro.mático e Musical de S. Paulo, 270.
- de Mõ.ska, 267, 362.
- de Música de Pôrto Alegre, 270.
- de Mdsica. do Recife, 270.
Conatitu~o
AaemblEia C tituinte de 1933 e a Icnovação pcd e cultural 407-09.
- de 16 de julho de 1934 e a educação nacional, 408--09, 4ll.
- de 1937, 410; e a educação profüsional, 42-43.
- de 24 de fevereiro de 1.891 e a democratização do ellllÍno .ecundirio, 429; a desceq.
tralização do cntino primário, 359-60, 379-80; e expan o do en.aino primmo. 419:
ea lzeção do ensino na Rcp6blica, 359-60; e poUtica. UC3c:ion 1, 379-30.
Cdrtc
Academia Militar da-, 435.
i:h ada da - portuguba ao Rio de Janeiro 326.
Criae
- da lgrcj brasileira, 143-44.
- de 1929, 99--J00.
Critica
- artS tlca, 281-83.
ctpirito cntico e pensammto pcdagógi_codurante o Imp&io, 353.
Cultur
artt- e a - francesa, 2S5-59, 263.
Aaem Ilia Constituinte de 1933 e a rcnov ção cultural, 07-08.
"Bíldung", 6.
Q olicwno e • - nacional. 131-32, 13~36, 145-46.
e-ent:rosde - artistica, 264, 269--70.
conceito de-, ,..g_
ceito de - brasileira, 10-12.
- científica .no BnMil e a reforma da Uoivenida e d Coimbra, 317: e a tran
IIOda.l,438.
onial, 131-32, 209, 309; obscurantismo do Bra:til na ~ colonial, 2051.
- d elites e do reato da popula_ção, 337.
- de ter enciclop&lico, 165-66.
- holandesa e a - portuguêsa, 246-4 7.
- humanflltic:a, V. HumanitUno.
tNDICE DE ASSUNTOS 485
Cultura
- lndí&co.a, JS.
- jurfdica, 155.
- qualitativa, 413.
"Cultura tipoº, 6.
Departamento de Proparand• e Difuaão Cultural do Ministério da J . 41 .
D. Joio VI e a - espedaliz:ada, 156-57, 327, e a cultura 1eraJ, 1 2--83.
10 de Novanbro de 1931 e a política c::ultural, 409-10.
evolução da - btuilcira: o lmp&io e a República, 36()-{jl,
iniciativa privada na - nacional, 327-'lS,
jCIUStu e a - br silein, V. J ,ultltlf.
"K.ultur", 5-6.
"Kulturlcreíae", 4.
' K.ultunchích c:o", 4.
liberalillno e • paiaaeemcultural brasileira, 322:....2s.
nfvel cultural e liatem.aa e,colarea, 372-73.
or.-ni.n.ção econ6mica e o tipo de -, 437.
poUt:ica nacional de educação e -, 454.
proteatantinno e a -braai!einl, 141-42.
rmes biat6rlea1 do desenvolvimento da-, 425-26.
reliclão e a -nacional, 127-28.
Repóbllca, do ponto de vista cultural, 370.
Scmin6rio de Olinda, aua influencia cultural, 318. V. Seuiin&río d O/lnd
Sociedade de - Artfatk.a, 2 70.
unidacl cultural do pala, V. Unidade,
univenidadc1 e a formação d.e elites culturais, 445, seu papel tm nosso sinerna
cultural, +15-➔7.
V. Aaaimilaç6o, Civili.._ o. Edu~, Mfnttalid.ade, PTOfíu&o.
DamocrKi•
- Administrativo do 8a"viç,o P6blic~, D. A.. S. P., 412, 454-.
cultura humanfstica o esp{rito democrãtico, 428.
dcmoaatiuçio da emioo, 409-10, 414i 429.
detc:c:ntralização do msino e a pro:mnação de classes sociais, 379.
D..mo,r.JÚI.. V. Popu/~.
~4U71ento
- Administrativo do Serviço Públioo, D. A. S, P., 412, 454.
- Mwúcipal de Cultura de S. Paulo, 236.
- de p&&anda e Difuaio Cultural do Mínistmo da Juatiça, 418.
DeNnho
caricaturis , 26~.
- hwnorit •co e carie-atura, 266.
Eecola de - e Plntur11 de Curitiba, 269.
V. Arte.
DJ'.amantes, V. Mt'n.as
Direfto
acendo IOCial e o gr,u de bacharel, 152-53, 301, 444.
• cultura jurídica, 155, nucimcnto, 166; e a cultura humarús ·ca e liter ril!, 426.
dittç.io potrtica do pab e 011 bachar!is, 162-63.
Faculdades de - no paf,, 338.
influencia d• mentalidade juridiea e profissional, 377.
mentalidade jurldJca na lqí.slação e,colar a partir de 1891, 360.
prepondcrlncia do juridico a&bre o econômico, 163.
prestf&io do charcl, 161.
V. Le,ia/lJÇID.
Economi•.
atnçio de ÍD:Ú(P'antcseuropeus e a -, 50-51.
c1Mlel eoonõmi e a literatura. 173, 178.
claucl sociail e a vid eeon&nica do país, 52-53.
deeenvolvim.cnt.o tccnoJócico e o çúc:lr, 151-52.
dcaintertae '®D&nioo, 112-13.
di o do trabalho e hierarquia de tipos profissionais, 443.
- no dcdnio de 1931-41, 439-40,
escravidão nqra o trabo.lbo livre, 52, 358.
486 A CULTURA BRASILEIRA _______ _
&:o/'Jomill
evolução de idSJu educacionais e trânsfonnações ecoo6micas, 38'2.
Facul~e de-, Polltica e Direito do Distrito Federal, 406.
fronteiras econõmicas. 47-18.
org-anuaçâo cc:onõmica e divenificação.educacional, 437: e divenificeção profüsional,
438; e o tipo de cultura, 437.
pequ.ena propriedade e a-. 99--100.
sistema educacional e a evolução da vida econômic:8, 3811 391; e o nlvel ecnnõmico e cu}.
tural, 373-74.
IOciedadc colonial: sua estrutura e a - do a'6car, 82-35.
1wt0 industrial e os novos problemas, 98-99, 358, 440-41.
rdasc!es entre o apoeeu ecoaõmico e o apogeu artbtic:o, '248,
V. A.lrieultura, Comércio, Estatí-,tica, Gado, lnd6str,'r,,.
Educa~
EJitH
'milaçio d -, 152.
diriam~. uma elite intelectual, 375.
entre a cultura das-e
cli(e:rença d.o resto da população, 337.
educação popwar e a formação de-, 379-80.
~cao das-, 132.
9epq çio -in ec:tuais, 169.
univenidad , eeu papel na formsção das - culturai . 445.
Ertfenllari•
E cola d -, 376. V. &cola fn:th'tuto.
- e eatudoe objetivos, 159.
oj o eocial do engenheiro 159, 162, 376, 444.
vultol d• -110 Bruil, 1S9.
Bn,e~
ddade1 e OI -, 64.
-, fOCOI d mettlçagcrn, 294.
-, f6brkas " fortel1111a1,8
senhor de Cil&cnho e o jesuita, 295.
V, Casa Grande.
Bn.aieta , 197-98.
Eneino
aulaa e cola rieias, 313, 315-llí; sua orientação e a estrutura da soclcd de col nial
321-U.
centralizaçio desccntralizaçao do-, V. Unidade.
aino1 de d&! • pw-aa no Muaeu Nacional, 350.
danocra do-,409-10, 414; do-eecrmd.6rio e a Constituição d 91, 429.
- HJ)fflal, 362, 432; Imperial lnatituto de Meninos Cqoe 362; Instituto de Ce&os, 431-32;
Ioatituto de Surdoe Mudoe, 362-, 431-32.
- feminino aecundArio, 372, 3711, 1-09; feminino superior, 379.
- hamanil ·co, V. Hu:m.anismo.
- je.uf ·co, V. J ult.a.
- militar, 431, 433-37.
- naval, 433-37.
- nonnal, 374, 403--04; 453: formação de profCIIOreS primários, 450; forma o de profea-
.orea 8CCl.&Od.6riot, 450-51; frcqüenda feminina, 379; a pcd oeia norte-amcri•
CAM, 365-75.
- objetivo e a Eacola d Minas de Ouro Pr~to, 341, 351.
- primArio, 373, 403, 408-09, 412-13; deecentr-alização do- e a conltituiçllo de 91, 359,
37M0; durante o Império. 335; cúatíltica do -335, 344, 312-13, 429; apendo
do -, '429; forma~o do professorado de-, 429; intcn-ençlo da Unllo no -386;
- jesultico, 291-92; tipo de - conf'1ado àtJ provinda,, 343.
- secund6rio, 344-47, 371--72, 404, 409, 413, democratização d.o-, 429: " - e cl&.IISC",
42P; 01tati1tica do -, 430; e:r;p31111ão, 409; - feminino, 3 72, 3011, 4QSI; ionnaçio
do profesaorado de- ,451;.- jesuftico,. 2gg...300,301-02, contr61e do fl0vho central,
359-60; lnnu~cia relíaiosa no-, 431; ínatitutos particulRrea, ~7; -e 01 la•
,r■riltu, 34 7-48; - e oc liceus, 345; rebaixamento de n!vel no, 429; r formu do-,
380, V. Reforma educacional; e os salesianos e benediúnos, 348; - de po dú-
1ico, 344.
- superior, 393-94, 404-05, 409, 413-14, 445--51. 453; durante o Imp&io, 338-39, 3-40;
cstatfltica do -156, 336, 338, 376., 43~, 444, 448; f"reqüb\eia femini.nli no -379:
-e o ovb-no da União, 359-60;-jcsuftieo, :zgg...300,301;-prormion , 426-27;
431-32; prortuian.al de buc literária, 367-Q; profitSionalizaçio do-. 327-28,
368, 42 29, 432-33; reforma do-, 380. V. Rf!lorma Edu ·on.1.
- tk:nlco e pro I ional, 377-79, 4-04,410, 441-42, 442-<t3, -e a burfuelia, 377:-co-
mcsdal, 439, 441-42: - e a con,t:ítoição de 37, 442; açio d I hricu e oCi-
dn 442-43; esta • ticas do- 443--+4; - no lmp&io 336; industrial, 443-4S:
• m ....talid..-11' l'l'Cr,lvncra a, 337; - t'ffl s. P , 43 ; - qapcs;i,r ltevoh
íran , 431.
cspedalizaçio do - e o d=volvimento das indústrias, 437, 4 1-442
IOCiaJ, ... 3-44.-
apanslo - d 11n portuguêsa, 292, 296.
finalidade prof"i .OIW do-,154.
Fran • . 01 o o - apoio à R~forma de Pombal, 316.
laláu o do-. 364-65, 366-67, 396-97.
488 A CUL'l'URA BRASILEIRA
Enllino
Ba::ola
- N cional de Vetcriniri , 439, 442.
- Naval, 435-36,
- NomlAI de S. Paulo, 374.
- Politknic:a do Rio Grande do Sul, 367.
- Poli &:nica do Rio de Janeiro, 1S2, 225--27, 362.
- PoUtknica de S. Paulo, 367, 374.
- Pritica d Artilharia de Marinha, 435.
- Profi ioml Sousa A&uiar(Distrito Federal}, 377.
- Real de Cib:ic::lu, Artes e Ofícios. 2S6, 328.
- Recional de Menti, (Estado do Rio de Janeiro), 383.
- Superior d Aericultura "Luís de Quciroi", 375, 378, 439
- Superior de Acricultura e Veterinária, 439, 442.
- Superior de Açieultura e Veterinária de Minas Gerei , 439.
- Superior de Guerra, 434, 435.
- Tknlca do Ex&cito, 434.
- Tknica do MackC'IUie College, 441.
- de Vetcrioiria, 434.
- de Veteriniria de Olinda, 146.
cscolat de altos estudos, missão das., 446-47.
escola• de aprendiz'ct e artífices, 439, 442-43.
"escola•" artfaticas e dcaccntrali.ração política, 269.
caootu de enrenharia, 376.
C8COlaanoa mosteiroa, 135-36.
CICOlu p.rofialionall, açkolas, 439;-de comércio, 441· -indurtri is, 439.
CICOl.uprotestantes no rccimc republicano, 366.
ocolaa do 1ul do pata, nadonalizaçio, 412-13.
eta> superiores, noVOI tip01, 432"; predomfnio, 449.
ocolu 1Upcriorcs proíwionai.s no Império, função, 431-32.
esta ·ca e9e0Jar, V. E.tallatica.
Kztemato Aquino, 346.
fun"° IOCiald -, 3S5.
imtituiç&. particulares de ensino .secundário, 346--49.
Mackimlie Colleae, 141, 348, 367, 375-76, 441.
P&to AJqrc Colleae, 3645.
primdr ~ do Bruil, 131, 211-12, 288, 291 348.
mtemas Cl!C'Olarcs e o nfvel ec:on&nico e cultura!, 373.
V. &!~. Enaino. ln.titu~ Peclqógkas, Le1ruaç1o.
Eaco/htica
cultura - do perf o colonial, 209-1 L
mentalidad -n Pmln ula Ib&ica, 297.
E«z~id6o Ne'1-a
abolicionilmo, V. A~o
atividade induatrl I e os c1cnwos, 53, 437.
dcaenvolvim.ento da auic:ultun1 e a-, 437.
Cltnltura ccon&mica colonial e n -, 41-42,
attrutur social colonial e a-, 82-83.
Introdução da-, nQ Bruil, 43.
trabelbo llvrc -, 358.
mentalidade tlCJ" vocrata e o ensino t~nico, 335-36.
m.ilda:enaçio e diaUncia social entre senhores e escravos, 82-83.
V. A/ria.no A imiJaç6o.
&lcultur•
Aleijadlnho, 24g...50, 271.
- doe ela~ do Nordeste, 247-48.
- moderna, 271.
- l>anoca, 246---48;barroco civil e o absolutu.mo político, 252: diferen r giona.is na
-, 247-48.
renuc:lmcntoda-, 71.
tcriu ' , 249-50, 271.
V. Arte, ln tituiç/See arti11ticaa.
&pirito
al&lblcia de - de coopera o, 115.
- católico, 288; rmascimmto do -, 145.
490 A CULTURA BRASILEIRA
E@lrjto
- critico e a biblioc:rafia pedagógica brasileiro oo Im lo. 3S3.
- emoc:rtia, e o ensino Jmrnan:ístico, '28,
- nacional, V. Unid•de.
- federativo, ~91, 3S&-59.
V. entalt'dad , Caráter.
EapiriHerno
exs)IU)IJio do-, 142.
Federação espfrita, 143.
ütadilllH
• cloqülncia parlamentar, 19Hl.
- do Império, 91-92.
&tati.tica
biblioteca , movimento, 416-17.
dcacnvolvimcnto da - e a Revolução de 1930, 421-2 2.
- dem<>u6fica, V. Popula~o.
- do nsino, analfabetilmo, 373;- primário, 44, 354, 413, 429-30: - profissional, 440;
- eecundário, 440; - superior, 156, 336, 338, 376, 432 4441 4411.
- da dlfu,ll.o d.e jornai.s, 415-.16.
- da difua o de revistas brasileira&, 415-16,
- du eacol de preparação às profiuões lib~r is, 432.
- de imlaro,ntes, 358, 373, 43MO.
- de ind61trias, capitais invertidos, 357; m.iio-dc-obr . 437, 3 O; produç o, S7-59,
440; de propriedad.es, 440a-41.
- do movimento editorial de livros, 415.
- da prod de açúcar, 42.
- d produçio de ~ 4~50.
- da produção de couros, 46.
- da producão de diamantes, 44.
- da prod de fumo, 42.
- da prod o de ouro, 44.
- de i-opricdadei •&ricola~. 99, 440-41.
- de ràdios transmiSIOrCS,417-18.
- dot templos e rdiKiões, 141-42,
lnltituto • eíro de Geoc:rafia e Estatística, 23 , 22, 45 .
rcecnseamcnto, V. Popu~o.
ICJ'Viços atl ticos, 421-22.
EtnoloAi
estudos etnológicos no Brasil, 234-35.
Ezp«Jif;&
Eli:pediça.o Agoni:r, 219, 225.
Ezpedição dentmca das províncias do Norte 225.
Erpcc~io Marchou:x-Simood, 163.
E2pedi Th yer:, 219.
V. Mi sães cientificas.
Foauldade
- de Direito d Bahia. 367.
- de I)jrcito de Fortaleza, 357.
- d Direito de Manaus, 367.
- de Direiro de M'Ulas, 367, 444 '445.
- d Direito de Olinda. 154, 21.3, 31.
- de Direito do Pará, 36i.
- de Direito de Põrto Alegre. 367.
- de Direito do Recife, 336, 431.
- de Direito do Rio de Janeiro, 367.
ÍNDICE DE ASSUNTOS 4!11
F. culd d
- deDireito de S. P ulo, 154, 213, 336-37.
- deEconomia, Política e Direito da Universidade do Distrito F'Cdual, 406.
- d FilolOf".. , Ci61ciu e Letn.t da Universidade do Diatrito Fed , 406, O 7.
- deFi1o9o ia, Ci!nc:io e Letras da thúvcrsiwide de S. Paulo 236, 406. 13, 446,
448, 450, 4$1, 4S1.
- de Filolofia de S. Bento, 406.
- de Medic:ua d Minu Gerais, 444, 446.
- de Medicina de S. Paulo, 37S.
- NllC:ional de Filo.afia, 406, 414, 4-16.
faculdade, de direito, 155-56, 336.
faculdad de mc:didna do país, 33&-376.
Familia
açio edu tíva doa jesuitaa e a - patriarcal, 295.
domfnio du ".,-ande, familiai", 99--100.
- oper&ria e a urbaniJ111çilo
1 428.
- patriarcal a cultura hwnanlltica, 428; e a urbaniJJaçio, 428,
aolldu e coe& o da - bro,sileira, llS.
Filosofia
dencia e-, 238-39.
- IICOlútíca, influbtcl., no Brasil 131-32-, 297.
- de Pariu Brito, 241-42.
- poeitivilta, V. PoeitíYi.vno.
Fieoo
impllato do quinto, 44.
Nblfdio literirio, 313.
FWc.
- no Br..U, 719-20, 449.
fllieos no Brui.l, 227-2
PokJor
&>ci de de .E
Franco-ntaçonaria
Jueóp o de ltamM, 137.
Grande Oriente, 137.
hj1t6ri da-, 137.
id.eaia líberal1 e -, 323.
uni o, IrreJ e E~t do e a-, 137-38.
FronteittH
- ccon6mlt s e gcogrâficas, 47-48.
Gado
ir p toril, 85,
a da TetTc, 4S.
couro, cl 'liza o do-, 4H6; cs.t.atistica da produção do-,%.
criaçio do - e III ocupa do sertão, 45-t6.
- v on1ffll no Bruil, 45.
pu reio e as formaç,ões urbanas, 67-72.
Grau
- de b barel, e unsão IOCial,152-53, 301, 443-44; e a direçio polftica do s, 16'2-64.
- de m trc cm artes e llSOC114- .social, 301.
Geofra/ia
itineriria e geolócica, 22S.
estuda. e fleot no Brasil, 23'4-35.
fról'ltcira 1eoç • fl . 47-48.
492 A CULTURA BRASILEI R.A
G r&li
e6craíos br ilciros, 234-35.
Gru do M.quinl e do Sumidouro, 218.
JMtituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 236, 42 , 4 .
Inati to Hist6ri00 e Geouãfico de Pernambuco, 135.
Illltituto Hilt6rico ~áfico Brasileiro, 349.
V. Co.nd' n.aturllis.
Ceolo,ia e Pll/eonroJoAja
ecológicas do Brasil, 25-26.
ettud de-no Bra11l, 217-19.
V. Geofrafia.
Gini io
- BaiMO, 332,
- de Barbaccn , 332.
- do Rio de Janeiro, 332.
&iniaioa evan,~tieo1 da Bahia, 141.
V. lnat/tuiçlSes pedalf,,icas.
Guerra
- dos FaJTapos, 91-92. .
- curop&I e o • terna educacional brasileiro, 3 1-J9L.
- do Par ual, 91, 433.
H•bit•o
coJonial, 152-53.
C&M em S. Paulo, no século XVJJ, 67.
urbana, 85.
tipo de-UJ'bana, 73.
81' t6ri•
litcra e -, 196-97.
Serrioc, do Patrimõnio Hist6rico e Artístico Nacional, 420"-21.
V. Instituto, Muaeu.
Humanismo
lv,,j
lmi,caçlo, V. Popu/~
l01pse11u
A-, ao perfodo republicano, 41S.
Anociação Br • eira de-, 41S.
difusão da -. 202.
- .cq:ia, 211.
lmprmlo N cional, 325, 326.
lmpresllo Rqia, 325, 326.
liberdade de - e OI movimcatos -políticos no lmp&i.o, 1
V. Jorn.lÚ.a, Revi ta,.
lndio,, V. lrtdl~ na
lndltena
artes populnre • e rtcs -, 2159-70.
chrilização ind!gena, 3S-31i.
dofelt8 doa - e oa jesufto1., 130-31.
- e o c:atoliciuno, 133-34.
m(ísica popular, lnflu&lci11afro-india, 254-55.
população indfgen , 28-31.
reduções, 310.
temaa - e o romllllfümo, 185-86.
oa valorea nativoa e OI jesuítas, 292.
V. .baitnila,;60.
lndiriduali•mo
- lx'uilciro, 44, 114-17.
relação individuo-E tado, 117-18.
l.ndústri
c:api.tailinv na-. 357.
coopere da - na edu ção profisaioaal, 442.
desenvolvimento da - .no Brail, 55-57.
apcciallzaçio prol'islional e • -, 437-38.
energia motora S7-$8.
escolat profiswionaia industriais, 438-39_
e,cravoa e mtstiços na ind6stria, 52, 437.
cspec:ialinção do en ino e a-, 437-43.
esta ·ca industrial, V. &tatlstic.a.
- ext:rativ , V. Miciera~o, Minas.
- complementar da monocultura, Sl.
industrioli mo, 56-59; condiÇÕCIIindiipemráveli, 58-59.
índ6~tri.as regionais, 269-70.
je&ulta.ae - 307-08,
liceus industriais, V. Liceu.
nuncrai;iio, V. E,tatlatica, Minas.
reprodução induatriql de objetos Qrtisticos, 280.
Superintend&lcia do En.sino Industrial do Minntério da Educaç o e Saúde, 441-42.
l'Urto lnd111tríalde 1914 e 1920, 3S7i e a fisionomia da nação 4311-39;e o, novo, problemas,
441-42; - em S. Paulo, 98-99.
Jnetitu~ ci n.tllioa11
primeiras-e O. João VI, 211-12.
V. kad mia, Assoo~, '&Jco/a. Ia.,tuuto, Mu11e<1,Ob ervat6rio, Soeiedad .
Jn.tituta
Imperial - de Meninoa Ce&<,s,362.
- Apicol11 de Itabir , 439.
- Agricol.a de Uberaba, 439.
494 A CULTURA BRA.SILElRA
----------
Instituto
- de Acronomia e Veterinária "Borges de Medeiros". 378, <;39.
- A&ronõmico de Campinas ou do Estado de S. Paulo, 370, 37+-75, '404.
- de Artet da Universidade do Distrito Federal, 406.
- Bacteriol6gfoo, 375.
- de Belu-Artes de Pôrto Alegre, 269.
- B!o16c:icode $. Paulo, 375, 404.
- Brasil-Estados Unidos do Rio de Janeito, 416.
- Brasileiro de Geognma e Estatística, 236, 422, 454.
- But1mti. 375.
- Cairu, 417.
- de Cqos, 432.
- de Educação, 403.
- de Eletricidade e Mec:Anica de Montauri, 439.
- Eletrot6cnico de Itajubã, 378, 439.
- Fluminense de Agricultura, 228.
- Gamon, 141.
- Ginasial (Passo Fundo), R. G. do Sul, 366.
- Granbery, 14l.
- de Higiene de S. Paulo, 404.
- Hlat6rico e Geográfico de Pernambuco, 135.
- Hl,tórico e Geo.gr6fic:o do Rfo de Janeiro, 349,
- Histórico de S. Paulo, 235.
- lmperial Artbtico, 265.
- de Mani\,Ü.nhot, 164-65, 231-34, 26&-69.
- de Molé.ltias Tropicais, (Hamburgo), 404.
- Nacional de Cinema Educativo, 419.
- Nadonal de Estudos .Pedagógicos, 412,413.
- Nacional do Livro, 417.
- Nacional de M6sica, 267, 270, 278, 362.
- de Paro~, do Rio Grande do Sul, 439.
- Polit6:súco de S. Paulo, 158.
- de Quimica lndurtrial, 439.
- de Qufmica do Rio de Janeiro, 367.
- de Surdos-Mudos, 362, 432.
in1dtutos dent!fioos, sua imalidade utilitária, 363-69.
inrotuto, particulares de ensino secw>dáno, 345-49.
mstituta. de pesquisa e escolas para profi!lsõcs libcrait, eatatfstica, 376.
J111dim
arte do, jardíns e arquitetura, 27-5.
- Botlnic:o do Rio de Janeiro, 135, 369.
Real Horto, 211.
Real Jardim Botlnico, 211, 228-29.
Je11ultae
aeairnilação das elites e a cultura dos -152.
burguesia urbana e os -, 308.
casa grande e os-, :1.94-97.
"col~o" dos-. 289, 300--02, 308, 348.
Co.mpanhia de Jesus ~o Bra.sil, 127-32, 348 grandes vultos, 288-89; hiat6rico, 187-88,
297-298.
cootinuadore, da obra dos-, 321-22.
cultura brasileira e os-, 425-26.
cultura doa-, 298.
deíeu doe 1elvfcolas e os -, 12~30.
edueaçio colonial e os-, 303--07; e a apu1siio dos-, 134, 312-l7, 321-22.
c:mino doa-no Brasil, 29&-07; elementar, 291; mldio e 1operior, 298-300; 306--07; reai;ão
ao, 152.
cirpultio dol-, cm l7S9, 312-17, 321-22; e o novo rumo da cultura bruíleira, JS3-S4; o
mtcma de educação rolon.ial e os-, Jn-22.
J,umaniam., e os-. 298, 304, 306-09.
indCaatria e oe -, 307--08.
- e o Col~io de S. Paulo, lúst6cico, 289.
- e os valores nativos, 292.
lavoura e os-, 307-08.
Unaua tupl e os-, 177-80.
miat&s de-, 127-29, 288.
lNDJCE DE ASSUNTOS
/flJtlUlt•
m· o civilizadora dos-. 29&--300.
moral 01-, 127, 293, 299.
DKionalidade doa - e coloniD1~ C$U3ngeir~, 34i
"Ncwum Orcanum" e os-, 311.
opiniio curop6a 16btc os-.310-11..
Padre Josi d.e Anchieta, apoltolado 290--!11· biografia 289--90.
penumcnto 16sico d01 - e dos enciclopedistas fnm , 317-18
politica d011prlmeuw ovcmadores e os-, 128-129.
poUtica edu cional d011-, 291-96, 309.
·poUtica de Pombal e os-, 311, 313.
propqa o da 'vilba -o portu(U&a e. os-, 2.93 296-98.
"Ratio StudiOl'U.ffl", 21>!>.
n:d.uçõet de fndi01, 31o.
aemin6rloa e 011 -, 303-04.
tradição cultural dos-, 318.
unidade r,acion 1, unidade cultural e os-309-10
unidade polltico, e o apostolado jesufüco, 291.
"verdadeiro mHodo de estudar'', 31 L
vida doa - cm Picatinin&B., 128,
Jornal•
"Aurora Flwnlneose", 183.
"DiúiOI Aaaociados", 415.
"Dwio de Notlclll.f" (Rio de Janeiro) 401.
''Di6rio de S. Paulo", 41S.
"Oiirio Oíicial do Imp&io", 3-26.
"Di!rio do Rio de Janeiro", 32S.
dif d01-, esta ·ea, 4·15-16.
"Gazeta do Rio d Janeiro'' 3:15.
"Jornal do S lil", 401.
"Jornal do Com&cio", 415.
jomal, demento de raio e Wlidndc cultural, 415-16.
'-0 Baiano", 183.
'-0 Correio da Manhã", 41 s.
••o Eatado de S. Paulo', 41.5.
"O lmpar "ai", 415.
"O Jornal", 401.
"Obec:rvadorCon.ltitudonlll", 183.
"0 Tamoio", 183.
"0 Univerul", 1 3.
Jorn~•mo
Grande, firuru do, - no per1odo republicano, 418.
NrtO do-, e B liberdade de lmprenaa, 183-84.
V, Am,oo/ag.fo, lmpron04, Jornaio.
úaroura, V. A,ricultur11.
~,.,,~o
Admfojstra,;•o do Ensino
Ato Adicional de 1834, tranaferc para os Estados a instrução prim ia, JS9.
Dec:retm de 20 de abril de 1878 e de ui de. e.bcil de 1879, abolem a obri1111toriedadedo
cn ·no teli&JOIO no Co!Egio Pedro n, 352.
Dea-eto n.• 331-A de 1854, cria o Conselho Diretor da lnst:ruçao Públi , 344.
Dcerct:o n.• 667 de 16 de eg&sto de 1890, aia o uPeda&ogium', 411.
Decreto o.• 3 890 de 1 de janeiro de 1901, institui o C6dígo de Ensino, 311.
Dec:rtto o.• l 270 de 10 de jeeiro de 18'91, Rc!omw ~•mim Conltant, 338.
Decreto d S de 11.btilde 1911, R.eforma Rivadãvia Coneia, 371.
Dea-c o n.• 11 SJO de 18 de março de 1915, Reforma Cwlos Mu:imlliano, 338'
Dec:r-eto n.• 16 782 de 13 de janeiro de 1925, .Refonna Rocha Vaz, 338.
Dea'ffo n.• 3 281 de 23 de jruieiro de 192&, reforma o enaino p6blieo no Diltrito
Federal, 389,-91.
Deu n.• 2 940 de :12 de deumtn-o de 1928, Tegulam.cnta a 1 • bbic111 do cnsin.o
p6blico, no Distrito Federal, 391.
Decreto o. 19 890 de 19 de abril de 193l, refonna Francisco de Camp0, 1 394.
Decreto estadual n.• 5 884 de 21 de abn1 de 1933 {E,tado de S. P wo) organlui o
C6dl o d Edu«iÇio, 419.
496 A CULTURA BRASILEIRA
Administrapão do Enaino
Decuto n.• 24 787 de 14 de julho de 1934, fixa bll!I da Convenção N;Jcio.ll.âl
de Educação. 41 L
DN:rrto n." 580 de 31 de janeiro de 1938, cria o ln.stituto ·ona1 de Ertudos
Pedag6giws, 411.
Decreto n.• 868 de 18 de ncvcmhto d.e 1938, ios "tu.i Com~ Nacional do Ea-
irino Primário, 411.
Decreto D,º 6 788 de 30 de janeiro de 1941, canvQCII 1 Conícrência acion-1 de
Edu.cação, 411.
Lei n.• 378 de 13 de janmo de 1937, a:ia no Minist 'o da Educe.ção Sa6de, o Ina-
tituto Nacional de Pedagogia, dispõe sõbrc a.s Conícrtneia Nacionei de Educação,
etc., 419.
Di~erM>lil
C6digo Civil, 155.
Código Comercial, 155. _
con olidação das leis ciyis, 155.
oonstituii;ões, V. Con/itituiçilo.
Decreto de 28 d.e fevereiro de 1808, franqueia O$ portot do Br ,il nflvegaçã.o e ao
com6rcio exterior, 211.
Decreto Imperial de 27 de junho de 1887, cria a EBtaeiio A!Cl"onõmicade Campinas,
374,
Deaeto de 8 de fevereiro de 1892, transfere a Esta,; o A12r ntimict1 de Campinas para
o domfnio do Estado de S. Paulo, eom o nome de Instituto A onõmico, 3 74.
Decreto n.0 3 i81 de 23 de janeiro de 1928, arts. 2.96, 297 e
Decreto n. 0 2 940 de 22 de novembro de 19281 arts. 633 635, r gulament.am. o
empr!go do cinema para fiDll escolares, 419.
Decreto n." 3 763 de l de fevereiro de 1932, cria, no Distrito Fed.eral, .a Divisi.o
do Cinana Educa.ti\i'O, 419.
Dcaeto estadual n. 0 S 447 de 29 de março de 932 (Estado de . Paulo), rcfonna. o
Instituto Auonõmioo, 315.
Dcae o n.• 24 609 de 6 de juJho de 1934, cria o ln • uto Nacional d.e E tati. tiea.,
422.
Dea-rto p.• 21 240 de 4 de abril de 1932, nacionaliza o sctviÇO d a dos filmn
cinmiatogrifi.c:os, 419.
Decreto a.• 22 928 d.e 12 de jlllho d.e 1933, ansfonna C11ll Monumento Nacional -a
cidade de Ouro Prêto, 420.
Decreto n, 0 24 735 de 14 de julho de 1934, cria a ln pc • do, Monumento, Na•
danais, 420.
Decreto estadual n. 0 7 312 de 5 de julho de 1935, refonn o ln.stltut<i Agronômico,
375.
Decreto n. 0 24 651 de 10 de julho de 1934, crio o partamento d Propaganda e
Difusão Cultural no Ministério d11 Justiça, 4-19.
Decreto-lei n.º 25 de 30 de novembro de 1937, cri o Serviço do Patrimônio Híst6rioo
e Artlstico Nacional, 420.
Oecrtito estadual n. 0 2 227-A de 1937, reforma o ln9 ltuto Agronômico, 375.
Bnsfoo Come,,;jaJ
Decreto n. 0 17 329 de 1926 reorganiia o ensino co nerci 1 feder 1, 441.
Decreto n.0 20 1S8 de 1931, reorganiza o en5Íl\O comcréial federal, 441.
E:n in.o militaT
Cart de lei de 4 de dezembro de 1810, fund a Real Ac de-mie.Milit.or, 433.
Decreto o. 0 1 536 de 25 de j_at_,eirode 1855, cria E Militar de Aplicação, 493.
Decreto n. 0 2 ll6 de 1 de lll8l"ÇO de 1858, recx-a:an~ .Eecol Militar, 433.
Da:reto n. 0 5 600 de 25 de abril de 1874, transíorm Exala Central Militar em
E,oola Politécnica., 433.
Dcercto n." 330 de 12 de abril de 1890, reor-ga.niza E.cola.li Militares do Rio de J•·
nciro e de P6rto Alegre, 433.
~to n. 0 1 256 d.e 10 de janeiro de 1891, rcorgan'ir a Escola v:al, 435.
Ena,'no auporior
D eto de 1 de abril de 18.13, eria a Acadunie M.&:UcoCiruritica, 211.
Carta Régia de 11 de ag&to de 1827, cria dois runos de dl!nci jurfd.ico-sociai.3, 336.
Decreto n.• 1 38ó de 28 de abnl de 1854, dã novu organ· o a011 cunos jurldicm,
336.
Decreto n. 0 1 134 de 30 de D1lll'&'Ode 1853, tr:1.n&fcre a Faculd de de Direito de
Olinda para Recife, 336,
lNDICE DE ASSUNTOS 49'1
En.ino euperior
Decreto n.• 1 386 de 1853, rcm-ganiza oe CUfllOS jwidfooe, 336.
Deaeto n. • l 387 de 28 de abril de 1854~ reorganiza dlWI (acuidadesde n:iedi·
cina do lmp&io, 338.
Decreto n.• 7 247 de 19 de abril de 1879, ref'on.u o eMino m&iico, na Reforma Le-
&ncio de Carvalho, 338.
Decreto n.• 8 02.4 de 12 de março de 1881, reforma o ensino m.6dko, 338.
Decreto n.• 8 918 de 31 de março de 1883, l"Cformao ensino mbiíco, 338.
Decftto de 25 de outubro de 1884, .reforma o eo4ino m.&lico, 338.
Decreto estadual n, 0 l 266 de 18 de fevereiro de 1905 (Estado de S. Paulo), reforma
Escola Aif{cola Luis de Qucirw:, 439.
Decreto estadual .o.• 1 536 de 1922 e 3 070 de 1919, reformam E1COt. Agrfcola Lw
de Queirm, 439.
Decreto n.• 19 8S1 de 11 de abril de 193-1, organiza o enaino WÜVttait6rio, -446.
450.
Decreto n. 0 19 852 de 11 de abril de 1931, organi2a a Universidade do Rio de Ja-
neiro., 446.
Dec:rcto e1taduid n," 22 579 de 27 de· março de 1933 (Estado de Min Gerais), cria
a Universidade de Minas Gerais, 446.
Occi:eto n.0 23 172 de 1933, cria a Escola Nacional de Qulmica, 442.
Decreto estaduol n.0 6 ~83 de 25 de janeiro de 1934 (lts~o de S. Paulo), cria a Uni•
veraJdadc de S. Paulo, 338.
Decreto n.• 5 758 de 28 d.e 11ovClllbro de 1934, cria a Unívcraidadc de :Põrto Alegre,
446.
Decreto n.0 24 738 de 14 de julho de 1934, cria a Universidade TEcnka do Dbtrito
cdcral, 442.
Lei n.• 4S2 de S de julbo de 1937, organiza a Universidade do Bruil e cria • Faeul-
dade N1.clonaJ de Filosof"14.414.
Lei estadual n.• 1578de 1901, (Estado de S. Pa.nlo), cria • Escola Supmor de Acricw•
tuna de Pira.cica.ba, 439.
Lei estadual n.• 2 111 de 1925 (Estado de S. Paulo), estabelece 01 tftwoa e ,erern axi-
ícrid.01 pela Eac:ole Aaricola Luís d.e Queiroz. 439.
Bnsmo t6cnico profi■sianal
Decreto o.• 4 073 de 30 de janeiro de 1942, orpniza o cn.àn.o ticnico pttdlaioaaJ, 443.
Lil»r-1ismo
biopafia de Azcredo Coutinho, 323.
clero e o-, 3~2-U.
Franco-Maçonaria o -, 323.
lucj• e o-, 133-34.
lnconf'idblc:ia Min~ e o -, 323.
palaa.1 m cultunll do Brasil e o-, 322-2 ....
unidade nacional e o -, 330.
L.ioeu
- do Arte• e Ofído• do Rio de Janeiro, 265, 269, 377, 438.
- de Artca e Oflcioa de S. Paulo, 269.
- d Artes e Offcios do Recife, 269.
- de Artes e Ortcios do Sa&J"adoCoração 4-e Jesus, 136.
- lnduab'ial de OoiAnia, 443.
- Induatrial de Manaus, 443.
- Industrial de Pelota11, 443.
- Induatrial de S. L~a do Maranhão, 443.
- lnduatrial de Vitória, 443.
liccus e o ensino sa:undário, 345.
liceus i.ndUltri.ais, 442-43.
Lln4ua
columim e a - vernicula, 178.
conmtos lincüútie01, 177-78.
dife:renc:iapio ling(Uati.c:ee diferenciação .-oc:ial, 177-78.
cclcsib 'cose a-vcmkula, 134.
ino e 9p da - partu~ 292, 297.
Jatim, 307, 309, 313.
lfn&UU populares, 177-78,
liDrua tupi, 309, 313; e o jc.ufta, 176-78, 17~80; e a portucu , 179-80.
rcaçlo nacio lista no dominio literário e liogúístico, 18H7.
unidade nacional e o vem culo, 133-34.
Reforma Pomball.oa e • -, 209,
-82-
CULTURA BRASILEIRA
Literatur
etnia Brasileira de Letras. 192.
atmoafen IOcial e a - c:oloiÚa.l, 175-76..
autores e u preferâu:ias do públicn. 102--03,
carã ,:r llllitano da - brasileira, l 7S-17.
cmTCÍnla eclcsinstica e jurfdica e a culhml lit , 26.
ciend.a, e le , 168-69, 368.
conaeqú!ncw do artiíiciafis:mo litcrãrio, 174-75.
cultura human{ tica e literãria, 426-28.
D. Pedro 11, aua influmcia na-. 349.
diferenciação econõmica e as elites litcririas, 174, 178-79.
cnsa.{atu, 188-90
ensino profinional superior d.e base literária, 368,
Hist6ria -, 194--96.
ideal abolicionista e a-. 187-88.
- pcdaaógica, 353, 386; no Império e o esptrito critico, 353.
- pol!tica, 183-84.
- popultu', 202-03.
-, eioal de clasae, 174-75.
moderniataa, l.99--02.
movi.mcnto anti-romAntico, na -, 192-93.
novos nimo do -e o movimento de 1922, J99--0 .
oratória, 133-34, 190-91.
panfletArios, 199
ptU'lUlsian , V. Parnasianos.
poeta d Inc:onfid~cia, 181-82..
prestf&io de -, e u espedalizações prot&ssionais, 167-<i9.
produ o cientifica e produção literária. 205--06.
n:alilroo na-, 188-92.
ritmo da-. 239.
romance, 200-02.
romantismo no Bruil, 184-88.
d 177.
Sociedade Literária do Rio de Janeiro, 209.
IOciedllldesllterérias e o intercãmbio cultural, 41S-t6.
tcnd!i:i ' da - atual, 200--02.
unidade cultural nacional e. a cultura litediria, 427,
V. Academia, Faculdade, Vida Intelectual.
Linos
"Biblioteca de Educação" (Editada pela Cia. Melhoramentos), 39:Z.
"Biblioteca Pedagóii.ca Brasilêira" (Editada pela Cia, Editoro Nadooalj, 392.
Instituto Cairu, 419.
Instituto Nacional do Livro, 417,
novo elemento de ezpansão e unidade cultural, 416, ;
movimento edltorioJ do-, est11.tlstica,415.
V. Biblioteca.
Nan'nh•
Col~&ioNevai, 436.
Compaohia de Guardas-Marinha, 435.
e:nsino naval, 433,-.37.
o Nav Americana, 436.
V. Acadeznia, &,ool,a, Navelaç6_o.
Jl.atemJ.tica, 22S-28
Modici.1'111
llentalidade
atitude em face doe bOJ'.l'lens
de inteligência e d8I- coil8I do csplrito, 174-75.
atitude em face da detida, 169-70, 222-23, l38.
carétu coletivo, 104.
deelnterbse econõmico, l 11-12.
espfrito d cooperação, 115-16.
hospitaJidade, 109-11.
inclina O pelo tml>fe&O p~bJico, 162.
individwill1Jno, 43.
innoblcia da cultura adardlnica na - brasileira, 151.
intdi1es>cia1 113-14.
- bruilein, 427,
- eat6liea, 144--46",297-9
- da zona do o e da zana litorlnea, 69-71.
- escravoa-ata e o ensino t&:nioo, 336.
- ete0lútiea na Paúmula lb&ica, 297.
- bumamrtiea e positivista, 360-(iL 364.
- jwfd.ica na legjil ção acolar de 1891, 360.
- jurfdico profi 'onaJ, 376.
- portu1Uba, 427.
- proteatante, 297-98.
- retórica no reaitne imperial e 01 problem.ia da vida nacional, 341.
objetividade, 113, 159.
patriotiamo, 118-19 1 153.
peni b'lcia, 113-14.
posltivmno e a - bra1ilcira, 366-67.
relor o indivfduo-Eatado, 117-18.
romanti1mo polftlco e a - brasileira, 342.
.aeneibilld.ade, 113.
tend~cia ao igualitariamo, 116.
traços psicol6gicos dAI raçaa formadora, da etnia nacional, JO~S.
tranafonnaçõea da - brasileira, 121.
valoriza o do prcatf&io pe.19oaJ,117.
verbalilmo, 222-23.
Mina.a
cidad das regiões das-, 67-69.
d loc:amc:nto do eixo político e a-, 45.
dwnantee, estaw:tica da produção, 44.
Escola de- ,157-58, 163-64, 22S-26.
ICOla de-de Ouro Pr~ 3M, 376; e o cnaino objetivo 341, 351.
imr,õsto do Quinto, 44.
incentivo para a ocupação do solo. 43-44.
minera , 60-61; no período colonial e suaa ~ , 44; e o is;ualitarismo, 87-88 •
o individualismo brasileiro, 43; e os movimentos mi tório, in emos, 43-44.
ouro, tí rica da produção, 44.
aeatimmto nativista repuhli=.o e a núnC'f'fli;io, 1B0.
MineroQJ'o, V. MinH
M.ineraJoaia
c:rploração das grutas do Maquiné e do Sumidouro, 218.
Escola de Miaaft e os especialistas cm-, 225-27.
V. Minai.
MJ»fSe• cientJJica.1
são do Barão de Tdé, 22L
Mi~ holandcsa1, 152, 206-01.
~ de L. Cnih, 221.
de Oliffira Locaille, 2:U.
V.~o.
NiNIJM reliaioaa,
- cat6Ucu, 127-31.
- Je,wticaa, 127-31, 28B.
- proteatantes, 129, 14G-42.
Moderniam.o
- na arquitetura, ~75.
- na c.scultura, 271-72, 275.
- na literatura, ll»-03.
no movimento artístico geral, 2B2.
- na m<isica, 276-78.
- na pintura, 271-73, 275.
Mi,.n ultur11.
- do aç(i.car e a iod6:stria cmnplcmentar, 51: e a pcquma propried de, 99.
- substitu.lda pela policulr::ura. S2-53.
- e a tccnolQlia, 151-57.
Modeito8
- e conventos, 13S-36.
- e eacolat, lJS-36.
Mosteiro de s. Beato, 4SS.
Mulh :r
condlçlo IOCiaJda - no período colonial, 2!14-Slõ.
educa o feminina, 3B1; de mvél aecundário, 372.
NDICE DE ASSUNTOS 501
Mulher
Bicola Dom& ·a1 de Natal, 278.
fr~üenc:ia íeminiD1 eeooiaa normais, 379; M escola.s 1ttUDd6riu, 372, 379, 4-09;à e.colM
supcriOl'es, 3751.
li(,,~
l'l•tur•li•t••
- catrllllgeiros, 2071 213-14.
- inflhe,, 208.
N•vo,~o
- eoeteira, 19-20, S4.
- fluvial, 54--55.
- portoa fluviaia, 54-SS.
rioe brulleiroa, encolão navqével, 55.
V. Rioa, Marinha, M ,ioa do com~o znateriai
01-anat6rio
- Altronõm co, 349.
- Imperial do Rio de Janeito, 220, 221.
- primeiro- do Brasil, 220
Oc1ríYN11Tia,.
271
- no Braail, 150.
- tn"butmia da lgn:ja. 250.
'PaJl•.americaniamo
lnltituto Brasil-Estados Unidos do Rio de Janeiro, 416.
renovação educacional no Brasil e o-. 416.
União Cultural Brasil-Estados Unidos de S. Paulo, 416.
Panf/et4rioa, 199.
Parnaaia.niuno, 193--94.
- como reação ao rcnnantiamo, 193-94,
\\ltima geraÇiio de pamuianot, 199-00.
V. Literatura.
Partidoe poUtiCIJII
ané.lbc dos-, 97.
auablcia de -, 96.
partidos oo:naervador e líbes-al, 92.
- nacionais durante a República, 96.
- rqtionaia durante a República, 97-98.
Pa.torejo, V. Gado
Pintura braai/LJi,11
"eacola baiana", na-. 264.
evoluçio da-, 257-64, 272-73.
p-ande:s pintores bralileiroa do skulo Xl.X, 260-62.
modernismo na-, 271-13, 27S.
paúa&itt•• da-, 263.
- hlnóric.t, 26o-62.
- de costumes., 266.
- reali1ta, 262-63.
- de tradição nacional, 162-64.
tema bíblico na,-, 261.
temu patriótico na-, 260-261.
V. kte, In11titu,'çl!Je3 artís.ti=.
PoJJtica
abolicionismo, V. Abolição.
a.bsolutlsmo polftico e o barroco civil, 252.
Aacmbl& Constituinte de 1933 e a renovação peda16ric:i e cultural, 407.
Ato Adldoruil, V. LeiiaJa,;lio.
c:mtraliração e de1ccntralização -, V. Unidade.
cooccpçi5es realista e romAntica da-, 93-94.
Coofedcraçilo do Equador, 135.
Conrtituipõc,, V. Cortsti~o.
deslocamento do eixo político e a mineração, 44-45,
cduação - e os wtdcctuais. 161-62.
''Eduaiticm Actº, de Lord Fishcr, 381.
Citados centrais, seu papel, 96.
cvoluçio - e ascensão de uma classe de mestiços, 342.
íedcralilmo, V. Siaterna. federativo.
Guerra dos Famipos, 91.
Guerra do Parquai, 94, 433.
Inconfidencia Mineira, 153, 323; nativismo e a-, 180; poetas de-, 180-82; Museu da
Incon!'idencia, 420.
Independ~cia ~ a. nova -de educação, 328-29
lNDICE DE ASSUNTOS 503
l'olltica
jetUftal e- colonial, 128--29; e a -de Pombal, 311, 313; e a unidade-, 291.
lcil, V. lAlial~.
litcntura -. 1 -84.
putjdoe poUtic:os, V. Partid- poJJticos.
- d educa o, V. &Ju~, &forma educaciona!.
- d eduaiçio em função da - ,erat. 454-SS.
- pan-americana e renovação educacional no Brasil, 416.
poaitivilmo, influmd.a intelectual, 1~.
quad.r0s eovemamentail, aittrios de organização, 163.
realismo na-, 93-94.
Rebelllo Praíeir , 91.
Reforma balina, V. Reforma. educacional.
Reameia, g1.
relaçio indMduo-Estado, 117-18.
Rep6bllca, V. Repflblica.
revolt • e revoluçõca, V. Revolta,.
romantismo -1 91, 342.
eurto indu1trial em S, Paulo, (1920) e a-, 98-9!1.
tratadoe, 88-89.
unilo I~a-Eatado, 137--.o.
unida.de-, V; rJnkl.ad•.
l'opul~o
africanoe, 28-31.
amenndiol, 2S-.3l.
colonol alemles, 33.
coloool ap0Qbea, 33.
C-.omiaaioCcnaiúria acional, 236, 421-22_
compoação da-, 3S.
dmsidlde de-, 35, 39.
europeu , 2g..30, 51.
imisraçlo a vida mbaa, 72-73, 43,MO; imigração branca, 32, 72-73; e cuJ n.acion.al,
3S8, 367, 373, 382, 392; cstatfatica, 358, 373, 440-♦ L
mlaraçõcs i.ntcm&1 eu cos:11:cntraç&s nrbarun, 44H3: e a mineraçlo 43-48.
movimentot de-, 31-33, 74.
- da cidade de S. Paulo, 382.
- du cidadca noe tkulot XVl e xvu, ~5.
- tlODlar, V. &t•tl•tica.
ll~entc de 1920, 31; de 1872, 31; de 1940, 31, 35, 37, 3!1, 236, 4:it-22.
Poaititriamo
claae militar e o - 361-62.
hiatória 4o -, l '43,
influencia tclcctual e o Polltica do-, I i~-44.
mentalidade huma.nl1tica e positivista, 143-44, 364,
- e a mentalld.11dcbra1íleir11,368.
"Rdi,-1 o da hunui.nid de", 143-44.
Proliu&I•
l',opriedad
ii;:rande-, sua divisão e: uma nova foana de habitat 53.
a pequena-, fat6rc:sde lleU aparecimento, ~100.
propfied es grfcolas, estatística, 99 440-41.
pn,prl industriaia, cstatístia, 441.
Público
R4dio
aparclhol de-, esta_tfltica, 418-
E ridio-transrni.nonis, estatística, 41IJ
função educativa do-, 417-18-
"Bora do Bruil", 418.
- Ch1-bede Punambuco, 418.
Serviço N ·ona1 de-difusão educativo, 418.
Scrvicoe de-e Cinema educativo, (S. Paulo) 418-19.
Rwiamo
Reforma educa.cional
Reloura• educac.ion&J
rd'orma Carlos • o. 37L
ftforma de 1928, IWI rcpa'CWSâo no Brasil, 391--92.
ref'onn.u de eruino upaior e aecund6.rio, 379; do ensino induatrial, 4-0H)2; nova, t6::ni
ped416gica1, 382-83. 384-86.
reforma cduaLcionaia cm Minas Gerai , em 1927, 384.
Rd'orma Franc:iaço Campos, 371,
Relonn. Rocha Vaz, 38-0.
R..Uv~
caritcr crlatão da cíviliza~o nacional, 140-U.
cultura bruildni, influ!Dda da-, 127-28, 131-32, 134-35.
maino 1CCUnd6rioe • obrigatoriedade do ensino rcliciOIIO, 352.
I,reja Iva tita, 142.
Iveja Ortodon, 142.
laicização do ensino, 364-65, 366, 395~.
liberdade da culto, 140.
maçonari , V. FrancerMaçon,uia.
Museu de Arte Rell1ri01a, na Bahia, 420.
m6aica, V. Mú,.ica.
píntura, tema blblico, 11151.
- católica, V. Catolioiamo.
- politiviata, V. P01Jitiviamo.
- proteatantea, V. Proteatantiamo.
Sociedade Mmp1[qu ca, de S. Paulo. 143.
Teoeofia no Bruíl, 142. •
Rç,<,büu
advento da-, 358; e a npamão do elllino primArlo, 429.
• ·a temtorial, fõrça conservadora, 95-96
manifesto republicano de 78. 94.
- como vitória d cluae mtdia 9S.
-, íue da evo uçlo d.a cultura braailcin, 360.
partido. po1I • na -, 96-98.
- de Piratioi, 92.
- do pontlo de vb cultural e pcdaaqpco. 370.
Rffiatu
"Cerea", 439.
difualo, ettalíl ·ca, 415,
Reviata Ac..dbnlca, 337.
"Reviata do Serviço'', 420.
- artiatico-muslcal,, 278.
- novo elemento d.a cz:panaio e unidade cultural, 415-17.
Rnolt••
Rebelião Pr•icir , 90.
- de 1g22 e 1g24 e a atmosfera social, 381.
Revolução de J930, pr00CtSO de dcaeovol.vimcnto, 10-0-01, e a ettatlatica bra.Uclr , 411;
e• literatura, 201; e ot problemas de ordem IIOci.al,politiu e cconõmk■, 235: e o ai>
temo educ dona!, 392-417; e a vida intelectual, 170.
Rio■
r't6
mentalidade w cidades do-, 70-71,
ocu do - e a c:riaçiío do &ado, 45--46.
oriaem da palavra-, 48.
Sin ate ff/!Clerativo
id~a federal.is , 96, 100, 358, 359; deaagrciiadora d \ln· nacion , o-91; no Ma.nifeeto
Republicano de O 94.
V. Unidade.
"edad
- br: sllcira, um qTegado de sociedaCCi múltipla,, 343.
diferenciação social e diferenciação lingüística, 177-78.
tratificaçio aocia1 e estratificação étnica d~ - colonial, 8HS3.
evolução da - brasileira, 80-101.
igv. Jitarlamo e centralização da-, 100-01.
exploração de minas e novos tipos de-, 87-88.
Revoltas de l 922 e 1924 e a. atmpsfera social, 381.
- 13r iloira de Beh1s-Arlcs, 280.
- Colonial, divisão, 85; estágio prê-social, 80; e trutura econ.õrolc da-, ♦l; estrutur11
social, 81-84; do interior e litorcana. 84-85; sua moral, 127-28.
- de Concertos Sinfônicos, 270.
- de Cultura Artística, 270.
- de Etnografia e Folclore, 236.
- Llter6rla do Rio de JenciTo, 209.
- de MedicilUI e Cirurgia do Rio de Jancico, 166.
- Metapsfquica. de S. Paulo, 143.
- de Sociol • , 236.
IOCi de$ científicas e associações profissionais, 166.
'edad~ litcririas e o intcrcAmbio cultural, 416.
·pode instrução e a organização da-, 436-37.
• IOci • no Sra • 81-82, 85-86 89, 120-21.
ttamform social e a cultura cicntlfica, 439; e o eNino ko, 4 ~O: e a CSJ:ICCiiah
ação do eo ino, 442.
V. Cidll.dea, Cla
'oJogia
de9Cnvolvimcnto d - no Brasil, 236-38.
Soc:icdaded -, 2-36.
tNDICE DE ASSUNTOS 507
TNtro, 302-03
evolu o do- no Bruil, 11g...go_
- Munk:ipa.l do Rio de Jmeiro, 278.
Templo
atetfJ • 141, 143.
- cal611ccs. 133.
Teoria da tran IIIIOl1e oontinentai•, 18, 21..
TeoflOfi , 142.
Tipoe -,,,;;,·.;•, 8Hl2, 85- 6, 89, U0-21
Tratado
- de Madrid, 89.
- d Santo ndeCooeo, 89.
- d .. Torde1ilhft1, 88.
Unidade
- cultural, e os capelães, 31.5; e a Iueja, 314; e os jceufta,, 3~10; e os liV'r01,joma.il e
revittH ◄15-16.
- e detcentralin.çlo educacional, 331, 358-59, .378, 382, ◄ 10-12, 419; e a aproximaçiko
du camada• IOCiail, 379; e o "Ato Adicional", 330-31, 339,343, 35MO; e a cana•
tituiçlo d 1891, 359,379, durante o ah:wo XIX, 331-32; e o ''Pedqociwn", 363;
e a Ref'orm de Pombal, 316; e a unidade intelectual do Bruil, 4S4.
- e dCICffltral.i.aaçiOp0Utica, 96, 100-01; e o 8J)09tOlado jesuftico, 291-92 e • arte, 269:
e o ilualituismo, 101; e o inicio da c:olonua_ção,81; e o eecundo lmp&io, 92,,-93.
- n cionel, pfrito de, 88-92, 196-98 e as bandeiras, 88 e a cultura bumanlltlca e llte•
riria, 427-28; e o federalismo, ~1, 91-96, 35&--59;e idtiu libcraia, 330; e os
jesuf , 3~10; e m meios de comunicação, 454; a miiierac;i,o. 180· a nadooa•
lwlçlo dat do suJ do pa{a, 412-13; e o vemkulo, 13◄.
UnJ,,ereidade
- AJeml, 401.
- de Belo Boruonte, 45 .
- do B • , 406, 414, 442, 446, 452.
- Católica do Rio de J111eiro, ◄ 14.
- de Coimbra, 132, 1S2, 209, 30:t 314, 3lírl7.
- do Di1t:rito Federal, 402, 406, 414, 446.
- de • Oer&it, 405, 414, 4+5, 446.
- de Pàrto AJCFe, 236, 446, 450.
- do Rio de Janeiro, 236, 332, 405, 446.
- de S. Paulo, 212, 236, 37S, 40~. 414, 439, 445-48, 4S1-52.
- T6cnica Fedoral, 442.
- T6cnica de Põrto Alegre, 450.
- T~lc:a do RJo Grande do Sul, 439.
unlveraid de,, braaileiraa, 394, 397, 405-0õ, 44írSI, 450-51.
universidade, e a formação das elites culturaie, 4◄ S.
universi de■, eeu papel no n01a0 sirtema cultural, 4-44-45, 4◄6-41.
univeraidadea oddentai 406-414.
Vi-.},mi • fra.n , 208
Víd11 inreJ tual
elite, intdectua: , V. Blit .
formação intelectual eminentemente literária, 150-SL
nova orlmtaÇio intelectual, 163-65; e a Revolução de 1930, 170.
oblcurantiamo do Bruil colonial, 142-45, 209.
positivmno e a-. 143. -
proflu&. liberaia, V. Pro/i.ulles.
protatantismo e a-, 140-42.
tranlforma~ econ&nicas e evolução das idéias, 382--83.
verbalwno, 212.
V. Ati 'idade Ci ntlliea, Cultura, Irutituil;lfes Pedq6lic- ■, Lit ratura.
Zoolollo
- no Brasil, 214-1S, 216.
.,
lodice de gravuras
índice- de gravuras
PARTE I
1. Paraná Curiaú (Rio Negro). Espessa floresta ribeirinha; ilhas com lagunà.s e lagos.
RICB, Hamilton. Ez,ploration en Guyane Br&iiHennB. Prancha XV.
2. Vegetação denta, Clll'actenstica das, ilhas do baizo rio Negro.
Rtcz, Ham.ilton. Eiq,lotation en Guy,!llle Brlisüienne. Prancha XXllI.
3. Bmo rio Negro. Troncos e ramos caídos por efeito da er011ãodas águas.
RlcB, Hamilton. Erploration en Guyane Brésilienne. Prancha XXV.
4. Maloca Shiriana, no igara~ Linepcnone (Uraricuera).
RtCE:, Hamilton. Eiploration en Guyane Br&iüenne. Pranoha LXXlIJ.
S. Vista acima da g!ll"ganta de Kulaihia, _para sudoeste.
Rtc&, Hamilton. Exploration en Guyane Brésilienne. Pr.anch.a XC.
6. Trecho do rio Amazõnas, nas vi%inhanças de Faro.
Foto REMBRANDT.
7. 'l"recho do rio Amazonas, nas virinbanças de Faro.
Foto REMBRANDT.
a. Trecho do rio Amazonas, nas vizinhanças de Faro.
Foto REMBRANDT.
9. Camaubal em Parnaíba.
Foto RlumRANDr.
10. Doía juazeiros; árvore que resístem às mais longas -secas.
Paisagem do Piauí.
Foto O. DOKINGtms. Travei in Bra•il, vol. 2, n. 0 2, p/JI. 20 .
.11. Canal de Iuna, nas cercanias de Bel&n do Pari. Um igara~.
Foto REMBRANDT.
12. Camaubal.
Foto REMBRANDT.
18. Cactus. Planta característica das regiões do N ordeate.
Foto do Departamento de A,l,ricultwa. Brasil. TrBPel in Bruil, vol. 2,
n. 0 2, pág. 19,
14. Praia da areia preta, em, Natal.
Foto REIQIRANDT.
15. O pico do Jaraguá, no Estado de S. Paulo.
16. Serra divisória entre S. Paulo e Minas. São Bento do Sapucaí.
Foto da ENFA.
17. Serra dos órgãos, vista do alto de TcrC$6polis,
Foto ToRRJ MAccm. Fototeca Central do Conselho Nacional de Geotrafia..
18. Rio Para!ba, peno de Taubatê. Estado de S. Paulo.
Foto da ENFA.
19. Ponta da Jur6a. Iguapc. Estado de S. Paulo.
Foto da ENFA.
20. Catarata do Iguaçu ou Santa Maria. Rio Iguaçu.
Foto TourinA Club. Fototeca Cen.tral do Conselho NaçjonaJ de GeoArafia.
21. 1ndio Mayongong, caçando.
Rtc.B, Hamilton. ltrploration e.n Guyane Brésib.enne. Ptanclia CXV.
512 A CULTURA BRASILEIRA
-33-
514 A CULTURA BRASILEIRA
80, ortaleza de Monte Serrat (que data da 6poca d inv o holande,aa), Salv dor, Bahia.
Foto VOLTAIRE hAGA. lnsti'tuto BraMleiro d Oeotralia E-statisti'ca.
81. Fortaleza de Santo Antônio (1772) em Salvador, Bahia.
Foto V01:tAlllE FRAGA. Instituto Brll.Sil, iro de Geolfr fia e E taUstica.
82. talha dos Guararapes. Ôleo de VÍ1'0R MatRELES.
Foto~.
83. A partida da Monção. Ô!eo de ALMBIDA JlÍNIOR.
Foto do Museu Paulista.
• Bandeirantea. Óleo de HENRIQUEBUNAJtl>ELLJ.
Foto CARLOS.
8S. Os primeiros povoadores e F-~Ão DWI PAill L &.
Peristilo, lado esquerdo do Mu u P41.lú':Jt. Foto do Mu 1,1 Paulista.
86, Pal6cio da Justiça, que data de l.660. Salvador, Bahia.
Foto VOLTAIRE FRAGA. Instituto BrHileiro d Geografia e Est tlstica.
87. Ouro Preto. Pra~a Tiradentflc$.
Foto RAdio Inconfidênc:ia de Min1111Gerais.
88. Pnnteon d lnconfid~ncia (antiga penitenciária). Ouro P,reto.
Fofo R/Jdio Inconfidência de Minas Gerais.
89. Antice Pal6.cío do~ Vice-Réis e Pâlácio !mperial (hoje Depart menta dos Correios e
Tel~grafo ).
Foto STlLLE. Coleção da Faculdade de Filo oli.a de S. Paulo.
90. D. JOÃO VI. Ôlco anônimo, t~vcz de Josi LBANl>RO o& CuvALHO. Igreja do Rosârio,
Rio de Janeiro.
Foto VOSYLros. Coleção do Serv~ Nacional de Rccen3 amento.
91 , hldependmc:ia ou Morte, Óleo de PEDRO AMliRJco.
Reproáw;Jlo da tela que se conserva no S :/Jo d Honra do Muaeu Pauli ta.
Foto do Museu Paulista.
92, Jos-t Bo Ãc10 1>1t Am>RADA~ Sn.vA, o patriarca da Independ&lcia.
Foto do Museu Paulista.
93. o de PEDRO I. Ôleo de J. B. DURET.
FooRDmRANDT.
94. Pal ·o de Aclamação em Salvador, Bahia.
Foto VoL'IAIRE FRAGA. Urbo Salvador. lmtituto Bra&ileiro de Geogrs/ia
e &tatirtica..
95. PEDRO Il, entea de maioridade, em 1840.
96. P RO IJ, .Imperador. Óleo de PEm.o AM:f.Rico.
Foto RnmRANDT.
l DICE tiE GRAVURAS SlS
18. Uma senhora iodo à missa. carregada numa caddrinbo (com~ do k-ulo XIX).
DEBUT, J. B. - Voy~ Pjttoresq_ue et Historique a B1é íl. 1834. Ill
volwne. Pra.ncha_ S.
ll9. Um manhã de quarta-feira santa, na lKJ'eja.
DEBRET, J. B. - Voyage Pittoreaque et Hi.toriqu u Brúil. 1834. m
volume. Prancha 31.
120. Vendedor de flores à porta de uma Igreja.
DEllRl!:T,J. B. - Voy4Ae Pittore que et Biatoriqu au Brê,iJ. 183,. Ili
volume. Pranclla 6.
121, Um funcion6rio do govetno, saindo de casa acompanhado de sua fam.Oia.
D~T. J. B. - Voya,ge Pitto1esque et Bistodque au Bré il. 1834. ll
voluma. Prancha 5.
122, Habitante$ de M'mas, princípios do sêculo XIX.
RtroBNDAS, J. M. -VoyaAe Piftor aque au Stl,l!U'I. 1835. Pra.richa 2/18.
123. Costumes de S, Paulo.
Ruo&NDAS, J. M. - Voyaite Pittoresque au Br6aiJ. 1835. Prancha 2µ7.
124. Famru.a de fazendeiros ..
RUOENDAS, J. M. - Voyage piftoresqu .au Br'11il. 1835. Prancha 3/17.
125. Jangad iro .
Arquivo do Instituto Brasilei,o de Gt10~ali Eat.atlatica.
26. Vaqueiro do Maraj6.
Arquivo do Instituto Brasileiro de Geoa·r fia &to.tlstica.
127. V que-iro do Nordeste.
Arquivo do Instituto Brasileiro de Geojrai.i e B t frtica.
12B. Vaqueiro de Goiás (Habitantes de Goiás).
Rua , J. M. - Voy4Ae PittorNqUe u Brwl. 1835. Prancha. :J/1!1.
129. Colona. Tempera de Ch.-omo PoRTINARI.
Foto REMBRANDT. Propriedade do Sr. MÁJUO DE ANDJJAD2,
PARTE II
CAPÍTULOt - As instituições e as crença religiosas
167. O osteiro de S. Bento, em Olinda, onde foi primitivamente instalado o curso juádico,
fundado em 1827.
168. Faculdade de Direito do Recife. Fachada posterior e entrada da Biblioteca.
169. TlttxBIRA DE FREITAS,autoc da consoli - das leia civi•, ''o maior monumento jurl-
dico qu o lmp&io nos legou".
170. LAJ'AIBT& RODRIGUES Pnmu • as, 1837- ·o, 1917). Civilista e uma das maiores
culturas jurfdicas do país
171. RU'l BAJlBOU • , 184l>-Petropolis, 1923}. Jurut de DO vcl 68bcr e um dos maiores
advogados do Brasil.
Foto d11 Coleção Companhia Mel.h.oriunento, d S. Paulo.
172. CLÓVJSBIWILAQUA, "de cujas mãos saiu, para a sagra o Jernl, o projeto definitivo do
Código Civil Brasileiro".
173. Pl!I0ROLitSSA(Sm'o, Mina$, 1859-Rio, 1921). Profe or, Julz e escritor de direito.
'174, Jo!o MENDES, advogado, professor e juii.
175. A Escola Central, que se tran$!onnou em 1874 nii Eecola Politl:cnico. (Hoje Escola Na-
cional de Engenharia).
176. J\Nod REBOUÇAS, uma das maiores figuras da engcnhari nacional.
177. PAULO DE FRONTlN' engenheiro urbanista e fcrroviluio, entre cuj s obras avultam as
realizações de planos urbanísticos na cidade do Rio d Janeiro e duplicação da
linha, na serra do Mar, da Estrada de FeTrO Central do Br :ril.
178, FR.A.NciscoPEREmAPASSOS, engenheiro. prefeito e remodcl dor d cl de do Rio de
Janeiro, que começou a transformar, no govêmo Rodriguet Alve , de uma velha ci-
dade colonial numa das maiores metr6poleii modem .
179. &TmlHlNO DE BJUTO, um dos nomes mais ilustres da cn1enharia jtflria no Brasil.
180. FRANCISCO
BICALHO,notável cm engenhari de portos.
181. T&ruIRA SoARES,que projetou e executou o plano da Estr de Ferro Curib°l,a-Pat'a•
naguá, admi:rávcl pelas suas obras de ~ e pelo RU traçado.
182. FRANCISCO PAIS LJWE DE }6'O.NLEVAD ' cngcnbeiro que, concebendo e começando a
executar, em 1913, com uma sábia orientaÇio, o pl o de eletri.fi ção d Companhia
Pauli de Estradas de Ferro, se tornou ''o pioneiro e o iniciador da tração elétrica
pcaada no Brasil".
183. i' culdade de Medicina do Ri.o de Janeiro, já no eu novo ed.iflcio Praia Vennclba.
Foto Vosvuus. Col~o do Servi(}O Nacion,d d Recen.soamento.
184. A Faculdade de Med.icitia da Bahia.
Foto VoL'l'Al.RE FRAGA. Vrbo Salvador. Instituto Bro ileüo de GooAra.lia
e Estatística.
185. F C'Llldndede Medicina ele Pôr to Alegre, no Rio Grande do Sul. FscMtla principal,
186. FMNCISCO DE CASrno (Bahia, 1857-Rio, 1901). Grande médico e professor da Pa•
culdade de Medicina do Rio de Janeiro.
187. ARNALDO VIEIRA D!. CARVALHO, mEdioo-cu:urgi·o, fundad r e prim iro diretor da Fa-
culdade d Medicina de S. Paulo.
188. M.toUEL COUTO,médico e professor de clínica na Faculd d de Medkin do Rio de Janeiro.
189. M.I0UELPOEIRA, da Faculdade de Medicina do Rfo de Janeiro.
190. OsvALDO cav.z, higienista, saneador do Rio de J eira {1902- 906) e fundador do Ins-
tituto de Manguinhos.
219. O Conselheiro FRA.NClSCO FHEmB AL!DlÃo .aotávd botAnico, mestre de botAnka na Es..
cola de Medlcina e diretor do Museu Nacicmal (1866-1874).-
220. J 8AJmosARo1>RIGUES,"o mais notável botta.ico que o Brasil possuiu depois de FlmmE
Al.Bldo", diretor do Jardim BotA.nico (1889-1909) e autor do Sartum P"1.maruzn.
22 l, AúPio IR.ANDA RI:eBJRo, icti6logo consumado e do, zo6lo l1&1Cidos no Brasil, talvez-
o mruor de todos.
222. Aooi:,o LUTZ (18S5-1940), que trouxe contribuições valio a no domínio• da zoologia
pura e da zoologia médica.
:nl, EM:h.10 O01!.Ll>J,fundador do Museu Paraen.se, 1c Museu Gocldi 1 e autor de Os
Mamlleros d.o Brasil (1893} e Aves do Braail.
224·, JACQUES Htral!.R, botA.nico, suíço, que trabalhou no Mu eu enae, e um dos natura-
listas estrangeiros que mais se consagraram à nossa terra e ,ao tudo de suas
riquezas naturais.
225. HlUUlA.NNVON IBRRING,fundador do Museu Paulista, de que foi diretor (1894-191S)
e um d s maiores autoridades do mwido na sua apecialidad {moluscos).
226, FRITZ MOJ.LltR, "o príncipe dos observadores", no conceito de DARWIN,e um dos maiores
naturalistru1 do século com 45 anos de Brasll e de. scrviçoy cit:ncia e ao país.
227, PETER WILllELMLtrnn (Dinamarca, 1801-Lagoa Santa, Mlnas Gero.is, 1880), um dos
sâbiOll mais eµúnentes no domínio da paleontologia, ramoso pel s suaa pesquisas
■õbre f6s,ei.s, no vale do rio das Velhas.
228, LoUl& AGASSIZ(1807-1873), naturalista suíço que chefiou Expcdiç o Tba,yer (1865-66)
e iniciou ''uma nova ~ no estudo da geologia entre nõs".
229. CBARLEsFRBDERic HAR-TT {1840-1876), sãbio e.mericano que res parte da "Thayer
xpedjtion", completou, cm 1867, o _reconhr:cimento geológico do litoral (do Rio a
Pernambuco) e publicou, em 1870, a obra mais importante do ~o do sõbre
a geologia brasileira.
230, Oavn.L& A. Oll.BY (1851-1915), c:olaboradOC'e continuador de Qwu.8s FR.U>nJC
HAaTT, na organização do serviço geol6gico geral (1873,1878) e a ~j compe meia
foi conf'iada a direção do serviço geológico e mineral6jpco do Bruil, d novo organi-
zado em 1907.
231. Lufs Fn.lPP& GoNZA<l-' D& CAm>os (1856-1925), eolóio brasileiro, colabor.idor de
OltVILLEDER.BY(1907-1915) e autor de trabalhos importantes.
232. JoBN C. BRA.NNER, um dos discipulos e co boradores de C. FRBDRJUC HllRtt, na orga.•
nuação dos servir;os e no d.esenvolvimcnto dos estudos 1eolóii ao Brasil.
233, A B&TD«PAlS LEMB, ge6logo do Museu Nacional e autor de cxcclcnta monog;rafiu
sõbrc a teoria do deslize dos continentes, de WllGENBR,estu em fuce das obser-
v gõcs geológicas concem.entes ao Brasil.
234. PEDRO ll, animador e cultor das ciências, o qual, no seu longo reinado, se encontra à
frente de tõdas as iniciativas de interesse cienUfico no Bt sil.
Foto da Coleçí!o Companhia Melltorar:nentos de S. Paulo.
235, Sala consagrada: a SANTOSDUMONT.
S :la B-9, do Museu Paulista. Foto do Mu u Pauliata.
236. SANtos OUMON'T'(Minas, 1873-1930) a quem !iDJSON chrunou "o b ndcirantc doa ares",
e o quem cabem duas inv~, - a da dirigibilidade do "maia leve" a da ascensão
do "mais pesado".
237. Louu C■ULS (1848-1908), astrônomo belga, egw, o diretor do Ol»crvat6rio Imperial
do Rio d Janeiro (1884-).908), em que auced ao blo fraDCb UEL Lws
(187 1884).
238. HBmuQVB MoruzE {1860-1930), professor de física e de meteorologia,
vat6rio Nacional, desde 1908, a quem se devem a primeira or
·ca nacional e uma notável monografia sObrc O Clima do BraaiL
239. VrlCONDBDO Rio BRANco, em cujo minis &io ru isaram as maís importent ioi-
ci tivu rd'onna , de inta-êsse cientifico. no pc:rfodo imperial.
240. A I de Minas de Ouro Prêto, criada em 1875 oo ·o Rio Branco e instalada
no antigo Palácio dos Gov=dores, que se , 90b adir de Hllmu OoRCBlX,
o maior centro de alta cultur-a, no filtimo quartel do eéculo XIX.
141. Ih 1 Goac1mt, organizador e prime.iro dir or da Escola de Miou de Ouro Prtto, cria-
dor de escola, sob cuja orientação se formou uma gera o no vc1 de especialistas
em mincralog:ia, geologia e mi.ruu.
lNDICE DE GRAVURAS 521
249. Biblioteca NaciOJ>aldo Rio de Jlll)eiro, a mais .importante e a mais rica da Am6rica do Sul.
Foto VosYLJUB. Co/eçJio do Serviço Nacional de R~ m nto.
250. OsvALDO Cauz (1872-1916) no seu laboratório no Instituto de Manguinhot. Rio de
Jllll.eiro.
Foto J. PtNTo.
2S1. CAJU.OSCBAa.u, disdpulo de OsvALDO Cauz, que em 1909 conquista para o Jn 't\.lto
de guinbos o aeu maior triunfo com o trabalho sôbre a Tripan09IODliue amai•
cana e o .eu 1cote prcpagador (Ti:ypanossoma Cruzi).
Foto J . .PINTO.
252. O ln, 'tuto Bu n , fundado cm 1899, cuja fase prq>ri.amentc cie.oWica, iniciada, entre
1901 e J902, por VtTALBRASIL,seu primeiro diretor (1899-1919) e dcxnvolvida
em 1913 Por J. cio GollES, tomou um impulso not.Avd, a partir de 1918,
corn An!Nto AM.ulAL
2SJ. General Joú Vu:mA Couro n& MAGALHÃES (Minas, 1837-Rio, 1898), scrtan· e
6grafo, autor de Via4em ao AraAuaia e de O SelvaAt,m.
Foto do Gabinete de Etnotrafia da Faculdade de Fi/oa,o/ia da S. P ulo.
2S4. General CÃm)ll)() MAluANO DA SILVA RON.DON, desbravador e civill dor do sertão
durante 38 anos, (1892-1930); chefe das expedições cient!ficss braslleiru (Comi -o
Rondon) que mais concom:ram para o desenvolvimento da história n tural, en e nó .
25S. Igreja da Ordem Terceir dc S. Francisco. Maravilhosa fachada em cantaria, en1 estilo
barroco. Salv dor, Bahia.
Foto VOLTAlRII: FRAGA. In~tituto Brasileiro de Geo(lr fia e Estatratica.
256. Igreja de S. rancisco. Interior da Igreja. Salvador, Bahia.
Foto VOLTAJRS FR.AOA. Instituto Bcameiro de 0eo,ralia &tatlatica.
2S7. Motteiro do Carmo. Sacrist.ia.. Salvador, Bahia..
Foto VOLT~ F'JuGA. Instituto Brasileiro de Geopafia e &tatf tica.
158. Icreja de S. Francisco. Ast,ecto da sacristia.. Olinda.
Foto S'TtLL'&. Coleçllo da Facaldade de Filosofia d S. Paulo.
2S9. Jpeja de S. Pedro. Parte do magnífico portal Recife.
Foto Snu.&. Cole,;60 da Faculdade de Fik»olia d.e S. Paulo.
260. M e.iro & S. Bento. O majestoao altar-mor. ffio & Janeiro.
Foto Sm.u:. Coleç6o da Faculdade de Pil0$0/ia. de S. Paulo,
261. Mosteiro de S. Bento. Vista de um altar lateral e do c&-o. Rio d J dro.
Foto STILL&. ColeçSo da Faculdade de Fi/oao/:ÍJJd S. Paulo.
262. M01tciro de S. Bento. Sacristia..Rio de Janeiro.
Foto STW.ll. Cot o da Faculdade de Fik»olia d• S. Paulo.
522 A CULTURA BRASlLE IRA
2!Mi. Mapa das :r:onesde de:nsídadc cultural do Brasil e sua irT d.i çiio aproximada,
PARTE m
CAPfTULo I - O sentido religioso da educação colonjaJ
297. Pá&ina
de rosto da l.• edição da Arte de Grarzunatica de li~ mais uMC/a na c:oata
do Bra .il, de Jod S. J., o primeiro e o mais completo d01 cnaaios
DE ANCBIBTA,
de • ção gramatical da lingua tupi. Publicado em Coimbra, em 1S9S.
Fotoc6pi do Gabinete de ÉtnoA,caf'ta da Faculdade d Piloaoli d S.
Pau/o.
298. ~ de r01to do Vocabulario na linAua brasilica, wn dol mais reposit6rim
da tenninoloeia tupi no RCU1oXVII. De autor dC9001lbecido,tru data de 1621.
Foi publicado em 19,38.
Fotoo6pia do Gabinete de EtnoA,calia. da. Faculdade d PilOMJfia de S.
Paulo.
299. P lna final d.o Vocabulario na lingua brasilica, de 1621 de autor detCOnhecido, es-
aito cm P.iratininga e publicado por PLhno Amou., cm 1938.
Fotoc6pi do Gabinete de Etn.ografia da Faculdade d Filosofia de S.
P4u/o.
300. Pãgina de i:oato da 1.• edição da Arte da língua brasilica do Pc. Lufs Frotr&DlA(1S76)
( ?)•1643), excelcnt contribuição para o estudo do tupi falado no nor do Brasil.
ublicRdQ prnvlwelmente e,n Hm~ Jt~empl~ e ·~tente n ibliotec Nacional
de Liaboa e dnlco em todo o mundo (cf. S&RAFIMLEITE),
Foto do Gabinete de Etnografia da Faculd de de Fílosolia d S. Paulo.
301. lKt'eja do antieo Colégio dos Jesuítas. Salvad.or, Bahia.
Foto VOLTAIRE FRAGA. I~stituto Bras11eiro de Geografia e &tatJstica.
302, Col~gio Santo Wdo, em S. Paulo. no século XVIII.
In /levi ta do Serviço do Patz-imdnio Histórico e Artfstioo Naç.ional,
n.• 4 1940.
303, Anti Matriz e Colqio S. Miguel do& Jesuítas, em Sant01. Quadro de B iJTO e,._.
LDCTO.
3 • An. o Cotqio N. S. do Tttço, dos Jesuítas, em Paranqui.
Foto HJtSB, pert~nte a.o Arquivo do Serviço do Patrimdnio Hist6ri'co
e Artt tia, Nacional.
J0S. Colqio N. S. do T~. dos Jesuítas, em Paranagu!. Accad do ustro.
Foto Bus, do Arquivo do Serviço do Pa.hilntlnio Hi t6rico e Art1:itico
Nacional.
306. Col ·o N. S. do Tbl;:o, dos JCSllft:u.em Panmagui. Pitio clauatral, vi o e uma das
amadaa.
Foto C#Jdido pelo Dr. DAVI CARNltlRO, hi•toriador e diretor do Mu u
Corwiel Do.vi Carneiro, Curitiba, Para.ni.
524 A CULTURA BRASILEIRA
321. Pac• imile do rosto c;fo hvro A A,ra.tidão pecna.mbt.Jedna. ao eu nf< itor o Eraio e
Rrn.o. Senhor D. Josl, Joaquim da. Cunha de horedo Coutinho, cn -O bispo
d'EI s, em Portugal, anti_gode Pemarobuco, fuo edor do Semi11llrioEpiscopel d!'!
Oliod (1B00),q1.11: se tornou o foco de irral:li~i!o de idéias li ernlAe da nova ordem
w-o~ía no Brasil. Edição de 1808. Lisboa..
Do (!fl(emplar da Biblioteca Lamet,o, hoje inco1porodo. d Biblioteca. Central
da. Faculdade de Filosofia da S. Paulo.
322. D. JOÃO VI, o fundador de in~tituições. Desenho de J. B, D&a T.
Gravura da C. S. PRAI>m.R.Impresso por CHARDON. ColoçBo do MuBeu
Paulista.
323. Fl .o•simi/o do frontispício do livro &pirita de Vieira ou S leta, etc., p0f' Jost DA
SlLVA LISBOA, publicado cm 1821, no. Impr o R~gia, - únic existente no Rio
de J neiro atê 1821,-aiada pelo decreto de D. JOÃO VI, de L3 de Maio de 1808
que ssinalou "a introducão pcmianmtc d imprcn no B li''.
Do ,u.emplar da BibliDteca Ltune,O, hoj incorpor da Bibliot- Centra./
da Faculdede de Filosofia de. S. Paulo.
324. R.eproduçio fec-similar do rosto do livro Anna da Capitania d S. Pedro, pelo de-
,emburgador Jost F8'LIC1ANO FUNANDBS PoreJUJIO, publícada cm 1819, na
1m o Rq;ia, criada em 1808 poc D. Joio VI e que u o dcnominar"3e lm-
aeional, cm 1821.
Do e:xernplar perterroente à antita Biblioteca Lam ,O, hqj inoarPQ:T da
Biblioteca Central da Faculdade de FilO:IOfi de S. P ulo.
325. A an ·ga Escola Militar do Rio de Janeiro, cm que tTansfonnou cm I S8, a Escola de
Aplicaçã.o do Ell:êrcito, proveniente rotno a Escola Central, da Academia Real Mi-
liw, funda.da por D, JoÃoVI e que, instalada inda no Rcalen&o, dcvc mfttir-se
para cus novos edifícios, em Resend.c, no E do do Rio.
INDICE DE GRAVURA 52.S
326. O Colqio do Caraça, que tomou o llOIIle à setTB do Cara , cm Gerais, fundado
pelos padr lciuris m1 1820, famoso pelo rigor de sua diaciplina e como ceotro de
udos humanísticos.
3 7. D. Pai o U, patrono do Colégio Pedro n, em 1837. Desenho de Luls Aumro Bou-
LANO
Cole,,;8o de hANCTiiCO MARQOBS DOS SANTos. Clichl d• MAmw. Pnn'o
0A. AR,
SS8. Fac- uni/e das allllinaturas de El-Rei D. Joio VI, o fundador de institulçi5es, de D. PEDRO
1, à oiador dos cursos jurldicos no Brasil e de D. PlW:ROIl, cujo nome e acha liiiado
a t&iaa u inici tivas de caráter cieµtífico, no sEculo passado.
339. Vl9QONDE oo Rio BRANCO, em cujo ministério (1871-1876) 1ur1ie a Escola de Minas
de Ouro Preto, criada em 187S, e se realizaram reformaa e iniciativu do maior aJ.
amee para a dviliz.a o brasileira.
3-40. HsN1U Oo cnx (1842-1.919),franc!s. organizador e primeiro dltttor da de Minas
de Ouro Pr to.
341. JOAQOIM CÃNDl.DO DA CosTA SENA (1852-1919), mineraloai a e ermrodire da
Escola de Minu de Ouro Prit.o.
342. O comelhciro Rut BARBOSA,autor do famoso parecer n." 64, com que justificou, com.o
relator da comissão nomeada em 12 de setembro de 1882, o proj de reforma apre-
aentado pelo conselheiro DANTAS..ua CAmara dos Depu~oa.
PotoSrai,-,. do 1918 .
.543, O con elheiro lAONCIO Z>E C.utVALHO, ministro do Império, o inovador, au or de r
formu de carltcr radical (1878), inspiradas nas idE:í1.1libcnl1.
526 A CULTURA BRASILEl
364. Etcola Ut\llUAÍ, do Dietrito Fedc:ral, construção cm vhios bloooe (,1928-1~0). Vi.ta
lateral toma do pãtio da escola. uma das maiora edifi na adminbtr ção
Ant.6nio Prado J6nior.
365, E«:ola pera d!beia flsicos, na Quinta da Boa Vista ºto Federal, 1926-1930). e;..
lerl. e fonte de wn d.os pãti01.
Foto MC01.U.
356, Grupo Escolar Padre Correia de Alml9da, de Belo Horimnte. em Mlou Gerais, onde
o movimento renovador do ensino romou notável impulso com F'RANc1scoCuo>os
e Mwo CAB.ASSANTA (1927-1930). Faebada principal
367. Grupo Eacolar Pedro n, de Belo Horizonte. um dos mais imporw1tca edifTcio, escolares
conltrUfdoa na administração Francisco Campoa, SccrctArio de Estl!lido, em Minas
Gerai.e. Galeri e pátio interno.
368. E1C:1ola
Normal, dcpos ln9tituto de Educação do Distrito Federal. Ediffcio construído
de 1!128a 1930 na adminiatração Antônio Prado J6nior.
Deeenho. hquitetoa CÓltTEZ e BRUBNB.
369. A Etcola Normal do Di$rito Federal, que cm 1933 tomou nova oriani'1oç o, aob o nome
de Instituto de Educação. Aspecto do pátio claUBtr-al.
D nbo. Arquitetos COR'l'EZ e BRUBNs.
370, A nova E cola Norm&J do Distrito Federal reorganizada pclna reformai de 1928 e 1933,
e instalada cm eeu.s novos edifícios constnrldos na adminittra o Antõnio Prado
J6nior (1926-1!>30).Vu; a de conjllllto.
A :rofoto S. H. HoUAND, Rio creJaneiro, 1930.
371. A Nova Eacola Normal do Distrito Fed.cral, reorganizada em 1928 e mautarde, cm 1933,
quando tomou o nome de Instituto de Educação, e instalada. em UI novoe edifldoe
ac:abad01de construir cm 1930. Pátio central visto de 1lllla du galc:rlu do pavi.
menta t&reo.
Foto ICOLM, Rio, 1930.
372. Elcola Normal do Dmrito Fedcra1, boje Instituto de Educa . Oinúio para excrdci
fbicos, com a ,ua magnífica sala de aparelhos, banheiros, vcat.iiriol e galeriu.
Foto NICOLAS, Rio, 1-930.
373, FuNctsco Luís J>A. SILVACAMPo$,um dos lideres da Revolução de 1930, primeiro
Mlnietro da Educação e Saúde, autor da mais importal'lte reforma de msino eecu.o•
dirio e upcrior (1931), no regime republicauo.
374. O Inatituto Biol6gi00 de S. Paulo, criado cm 1928, por inidativa de Aa.Tuit N'&IVA, an-
tigo &11istente-c:hcfedo Instituto Osvaldo Cruz, e reorganizado pelo proícnor ROCHA
Luu, ■eu atual diretor, e que foi tambtm um dos colabor dores de Osv,\1100 Cauz.
Viet gCT 1.
375, O Instituto Biológico de S. Paulo, grande instituição de estudos e pesquisas cientffic ,,
no domínio da p tologia de todos os serea vivos, animais e vegetais, sobretudo do
de maior ir1,terbac para o homem. Fachada prinopel. •
376. Instituto Biol6a;lco de S. Paulo. Uma de suas fazendas aperiment is.
377. O In1tituto Biológico de S. Paulo, um dos maiores centros de peaquisa e de car6ter técnico
cziatente na Am&ica e, como o Instituto Osvaldo Cruz, jA com renome WJiveraal.
Aapcc:to d~ um de 11eu.slaboratórios.
378. O Imtitu o A&ron6mico de Campinas.. hoje um dos maioccs centros cicnt:Uicose tknicos,
prepostos, no Br sil, à investig~ de (ll'Oblemasde bioloeia vegcbl.L Um dos novos
prMi01 conatruídos ao lado do antigo edifício.
37D. ·tuto Açonõmico de Campinas, no Estado de S. Paulo. V11 de um ripado.
380. O o at6rio Aatronõmico de S. PauloJ em suas novas e ac:clcnt lnst.ala~ VISla
do conjunto dos cdiffcios.
Foto da BNFA.
381. A Faculdade de Fil090fia, Ci~ e Letras da Univer-ádade de S. Paulo, - a primeira,
de inl.dativa oficial, fundada no Brasil. Aspecto de um d • d , codo-x
aturai da, Cadeira de BotAnica.
Foto LJB1tJDUN, S. Paulo, 1942.
528 A CULTURA BRASILEIRA
404. Elcola Tfc:niea ao Eit&cito, à Praia Vermelha. no Rl.o de Janeiro, d tio.ada à !.onnaçio
d.e en&enheiroe miliwea apecialil"Sd<JS.
Foto RODHUUD..
'405. A anti1• &.cola Naval, cuju ori&ms renontam l Acadcmla Real de Marinha, íundada
em 1808, par D. Joio Vl. V"istacerw doe 1eU1 ediflciol na Uba du Enudu.
Foto da EM,ah, Nar&J. •
'406. Escola Naval do Rio de Janeiro. Pitio central do novo e NDtuolO ediltcio consuu!do
na Ilha de V-ill~aicn.an, hoje ligada ao omtinentc.
Foto da 8-,oü Nua!.
407. A ltlcola Naeiorw de Belas-Artes. no seu novo ediílcio con1ttufdo depob da tr&Nfor•
maçlo do Rio de Janeiro e da abertura da Averuda Rio Branco, IC'(Ulldo01 plano.
urbanlatiooe de Pa.lt&utA P.4SSOL •'
408, &cola Superior de Airlcultara Luf■ d,: Queiroz, em Pinlcieaba, no Estado de S. Paulo.
Edüfeio principal.
409. Etc0la Tknica Nacional, do Distrito Federal, -urna das l(l'ande, eaoo1- tknica1 do.
i,lano ■iatem6tko de ensino industrial, projetado pelo ,;ovetno da Uniio e catabele•
ddo pelo decreto-lei de 30 de Janeiro de 1942.
Foto do S.rF}eo de Docum.entaç6o do MiniatlJrio da P4uc.e6o • Saade.
♦10, Eec:ola Tknica Naàonal do Distrito Federal. Uma du galerias do p6tio central.
Foto do s.~Íf:O de Document~o do Mini•tlirio da Bducaçao e S.úde.
♦ ll, Rico!• T!cnlca de Vit6ria, no Eaplrito Santo. Vista de 1conjunto.
Foto do S.rv.iç,o da Docume.ntaç6o do Miniat,rio da &Juc.çlo e S.6da.
412. .Eecola Ticnica de Curitiba, no Paraná, - Ullla das eacola.s dcttwad , ICfWldO o plano
de emino industrlal d União, à íonnaçio de artifiea e de mem-e. d offdo, noa
divenoa tctora industriais.
Foto do Sar.i,;;o de Documen~ do Mini•t6rio da &Jucaao • Saúde.
413. Faculdade de Fil010ria. Citncias e Letru eia Universidade de S, Paulo. Um dos i.bo-
rat6rioe da Cadeira de Zoologia.
Fofo LUIUKAM, S. Paulo, 1941.
414. lnttituto de Educaçio do Rio de Janeiro, conatruído em 1928-1930, reorianizado em
1933 e d~o l formação de profesaores j)ri.mjrios e de adm.inistradocn etCOiarH
e de orientadorea de ensino.
Foto Nrcot.U, /oo, 1930.
415. lnlt:ituto d. Educaçio do Distrito Federal. Uma du ampla caltrlat do terceiro ~-
vimento, abrindo para o mntuoao pãtio central.
Foto NICO.UI, Rio, 1930.
4U5, ln ■dtuto de Educa~io, em Salvador, Bahia, com cteelentca in tala;&■ modcma1.
1ua1
Foto VoLTAlltlt F.RAGA. Inatituto de a.o,,a/ia
BuuiJeiro • &tatlsticll.
417. .E.cola de Educação Ffsiea do Ex&c:ito, o maia importante centro e foco de iNadiaçio
da. cduce.çio fltica nacional. Ediffcio principal, junto à FortaJezll de S. Joio, Rio
de Janeiro.
Foto do Arquivo da EN:ola de &lucaao P'I1ica di:JE11lroito.
418. E cola de Educação Flsica do Eit&cito junto à Fortalen de S. Joio, - c,cola piorieira
do movimento em favor da educação física no Brail. Conjunto de pórtlcoa e tõrtt
de lbaoT.
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