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(MAGAZINE DEVMEDIA) Engenharia de Software - Edição 19 - Gerência Com Agilidade
(MAGAZINE DEVMEDIA) Engenharia de Software - Edição 19 - Gerência Com Agilidade
faz diferença!
Engenharia de Software
Saiba seu significado e para que serve
magazine
Edição Especial
Entenda os principais conceitos sobre
Testes e Inspeção de Software
Especial Processos
Mais de 60 mil downloads
Melhore seus processos através da
análise de risco e conformidade
Veja como integrar conceitos de
Modelos Tradicionais e Ágeis
Veja como integrar o Processo
Unificado ao desenvolvimento Web
na primeira edição!
N
esta edição a Engenharia de Software Magazine volta a des-
tacar como tema de capa a agilidade no desenvolvimento de
software. Desta vez, o foco da discussão será sobre a gerência
de projetos. Para isto, trazemos duas matérias muito interessantes. Na
primeira delas, Desafios para o gerenciamento ágil de projetos cola-
Ano 2 - 19ª Edição 2009 Impresso no Brasil
borativos, serão apresentadas as definições e os desafios envolvidos
Corpo Editorial no gerenciamento de projetos colaborativos, gerenciamento de pro-
jetos tradicionais e gerenciamento ágil, realizando uma comparação
Colaboradores
com os conceitos clássicos do gerenciamento de projetos.
Rodrigo Oliveira Spínola
rodrigo@sqlmagazine.com.br No segundo artigo, Softwares para gerenciamento de projetos, vere-
Marco Antônio Pereira Araújo mos o que são softwares para apoiar o Gerenciamento de Projetos, as
Eduardo Oliveira Spínola suas funcionalidades e uma abordagem dos principais sistemas exis-
Revisão e Supervisão tentes no mercado, destacando o que pode ser evoluído para abraçar
Thiago Vincenzo Ciancio - thiago.v.ciancio@devmedia.com.br o gerenciamento de projetos colaborativos e o desenvolvimento ágil.
Coordenação Geral Além destas matérias, esta edição traz mais quatro artigos:
Daniella Costa - daniella@devmedia.com.br • Arquitetura Orientada a Serviços
Diagramação • Arquitetura REST: Uma alternativa para construção de Serviços Web
Janete Feitosa • Usando banco de dados objeto-relacionais
Capa • Gestão de Portfólio de Projetos
Romulo Araujo - romulo@devmedia.com.br
Na Web
www.devmedia.com.br/esmag
Apoio
Desejamos uma ótima leitura!
Equipe Editorial Engenharia de Software Magazine
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Rodrigo Oliveira Spínola
rodrigo@sqlmagazine.com.br
Doutorando em Engenharia de Sistemas e Computação (COPPE/UFRJ). Mestre em
Engenharia de Software (COPPE/UFRJ, 2004). Bacharel em Ciências da Computação
(UNIFACS, 2001). Colaborador da Kali Software (www.kalisoftware.com), tendo mi-
nistrado cursos na área de Qualidade de Produtos e Processos de Software, Requisitos
Atendimento ao Leitor e Desenvolvimento Orientado a Objetos. Consultor para implementação do MPS.BR.
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(21) 2220-5338 Marco Antônio Pereira Araújo
Kaline Dolabella (maraujo@devmedia.com.br)
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(21) 2220-5338 nha de Pesquisa em Engenharia de Software, Especialista em Métodos Estatísticos
Computacionais e Bacharel em Matemática com Habilitação em Informática pela
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UFJF, Professor e Coordenador do curso de Bacharelado em Sistemas de Informação
Para informações sobre veiculação de anúncio na revista ou no site entre em
do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, Professor do curso de Bacharelado em
contato com:
Sistemas de Informação da Faculdade Metodista Granbery, Professor e Diretor do Cur-
Kaline Dolabella
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Educacional D. André Arcoverde, Analista de Sistemas da Prefeitura de Juiz de Fora,
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entre em contato com os editores, informando o título e mini-resumo do tema que você (eduspinola@gmail.com)
gostaria de publicar: É Editor das revistas Engenharia de Software Magazine, SQL Magazine, WebMobile.
Rodrigo Oliveira Spínola - Colaborador É bacharel em Ciências da Computação pela Universidade Salvador (UNIFACS) onde
editor@sqlmagazine.com.br atualmente cursa o mestrado em Sistemas e Computação na linha de Engenharia de
Software, sendo membro do GESA (Grupo de Engenharia de Software e Aplicações).
Caro Leitor
Para esta edição, temos um conjunto de 5 vídeo aulas. Estas vídeo aulas estão disponíveis para download no Portal da
Engenharia de Software Magazine e certamente trarão uma significativa contribuição para seu aprendizado. A lista de
aulas publicadas pode ser vista abaixo:
ÍNDICE
33 - Arquitetura REST
Lívia Ruback e Regina Braga
Planejamento e Gerência
47 - Gestão de Portfólio de Projetos
Cristine Gusmão e Carlos Henrique R. Alexandria
O
objetivo deste artigo é apresentar Com a constante aquisição de empresas de desen-
as definições e, principalmente, volvimento por outras empresas de desenvolvimen-
os desafios envolvidos no ge- to acredita-se que em alguns anos será comum a
renciamento de projetos colaborativos, gerência de projetos de forma colaborativa, visto que
gerenciamento de projetos tradicionais e estas empresas estarão espalhadas geograficamen-
propostos no enfoque do gerenciamento te. Além disso, a necessidade de entregar versões do
Camila de Araujo ágil de projetos, contrapondo-os aos sistema mais rapidamente e que atendem em evo-
Possui graduação em Bacharelado em Siste- conceitos ditos tradicionais (clássicos) lução às necessidades do cliente indicam um cenário
mas de Informação pela Universidade Esta-
de gerenciamento de projetos. Não se adequado para o desenvolvimento ágil. Nesse artigo
dual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2003)
e mestrado em Engenharia de Produção pela pretende descrever os tradicionais, você conhecerá estas duas formas de GP.
Universidade de São Paulo (EESC-USP, 2008). pois há uma vasta literatura sobre o
Atualmente é doutoranda em Engenharia tema, de fácil acesso e padronizada por Em que situação o tema é útil?
de Produção na Universidade de São Paulo associações profissionais1. A primeira Este tema é útil para todos aqueles que lidam com
(EESC-USP), com a pesquisa “Software de
seção apresenta a definição de Geren- gerência de projetos e que estão interessados em
apoio ao gerenciamento ágil de projetos cola-
borativos de novos produtos”. Tem experiência ciamento de Projetos Colaborativos e conhecer e/ou adotar o gerenciamento de projetos
na área de Engenharia de Produção, com seus conceitos básicos como colaboração colaborativos ou métodos ágeis em seus projetos.
ênfase em Gerência do Projeto e do Produto, e classificação de projetos. A seção se-
atuando principalmente nos seguintes temas: guinte apresenta as críticas à teoria de
softwares de gerenciamento de projetos,
gerenciamento de projetos e o enfoque 1 Gestão tradicional, aqui tratada como clássica.
gerenciamento ágil de projetos, projetos co-
laborativos de novos produtos, sistemas de ágil no gerenciamento de projetos com Sugere-se que se consulte a seguinte bibliografia:
informação e desenvolvimento de produto. sua definição, seus objetivos, princípios VERZUH(2000); PMBOK(2004); e KERZNER(2002).
Quando comparada ao conceito de projetos colaborativos, Síntese dos desafios no gerenciamento de projetos colaborativos
descrito na seção anterior, nota-se que essa classificação Dodgson (1992) afirmava que a interação entre os parceiros
considera apenas o aspecto do envolvimento de diferentes era um ponto crítico no desenvolvimento de projetos (DODG-
organizações em um mesmo projeto, porém não caracteriza o SON, 1992). Esses problemas ainda são perceptíveis. Moody e
aspecto da divisão de tarefas. Há projetos que são realizados Dodgson (2006) apresentam um estudo de caso de um projeto
por duas ou mais organizações e distribuídos, nos quais o complexo de desenvolvimento de satélite que envolveu a cola-
trabalho é concebido, planejado e controlado por apenas boração de várias organizações. Uma das conclusões do estudo
uma delas, como é o caso de projetos de desenvolvimento é que a influência da liderança é significativamente maior se
de produtos totalmente controlados pelos clientes. Segundo comparada aos projetos tradicionais. Ela é fundamental para
a teoria de projetos colaborativos, esses casos seriam distin- garantir uma interação suficiente entre as equipes das dife-
tos daqueles nos quais os membros das duas organizações rentes organizações.
tenham que definir e criar as soluções conjuntamente, No começo da atual década, Kerzner (2002) afirmou que
negociar prazos e métodos de trabalho, como é o caso do com as “constantes fusões e aquisições de empresas, o ge-
envolvimento de parceiros de risco no desenvolvimento de renciamento de projetos multinacionais será um dos grandes
novos produtos. As duas situações representam problemas desafios desta década”, pois existem muitas dificuldades
com níveis de complexidade distintos em termos de geren- inerentes às fronteiras organizacionais (BARNES, PASHBY e
ciamento de projetos. GIBBONS, 2006).
Portanto, propõe-se neste artigo uma adaptação da tipo- Pesquisas sobre projetos colaborativos de engenharia apre-
logia de Evaristo e Fenema (1999). A Figura 1 representa sentam alguns fatores que os impedem de atingirem seus
a adaptação dessa tipologia, que considera não somen- objetivos (HAMERI e PUITTINEN, 2003):
te o conceito de distribuição física, como também o de • Falta de informação sobre o que as outras equipes do projeto
colaboração. estão fazendo (progresso das tarefas);
• Falha no controle de mudança do projeto;
• Visões diferentes sobre os objetivos do projeto;
• Rigidez no planejamento do projeto e das rotinas;
• Reações pouco produtivas em relação às mudanças repenti-
nas no ambiente do projeto;
• Dificuldades tecnológicas inesperadas.
maneira híbrida, com as ferramentas computacionais, onde os entre diferentes grupos com interesses diferentes fazem parte
colaboradores utilizavam softwares de planejamento de projetos dessa direção (WINTER et al., 2006).
para subprojetos ou entregas específicas. O autor cita outro A terceira linha de pesquisa destaca a mudança de foco na
caso de um gerente de projetos de construção civil em que criação do produto para a criação do valor. As metodologias
as ferramentas computacionais atuais, baseadas no Gráfico que focam a produção de um produto físico ou de um sistema
de Gantt e PERT/COM, foram consideradas inadequadas e mudam para a entrega de um “valor” e não unicamente de
ultrapassadas. um produto. Por exemplo, o foco pode estar na estratégia de
escolha de um projeto de um produto que seja relacionado
Mais recentemente, em 2002, surgiu uma crítica que se tornou com as estratégias de negócio da organização, permanecendo
conhecida como a teoria do Gerenciamento Ágil de Projetos o valor do projeto mesmo após a entrega do produto (WINTER
(Agile Project Management - APM). Trata-se do manifesto, lança- et al., 2006).
do em 2001, conhecido como Manifesto Ágil. Ele foi elaborado A linha de pesquisa 4, ainda na Teoria para Prática, apresenta
por profissionais da área de desenvolvimento de software que a mudança de concepção estreita do projeto para uma ampla
queriam melhorar o desempenho de seus projetos. concepção dele. Isso quer dizer entender o projeto do produto
De acordo com esses autores, haveria cinco objetivos princi- mais do que simples ações para criar um objeto físico, olhar
pais que consistiriam a base do APM (HIGHSMITH, 2004, p. para ele de várias perspectivas e, assim, criar um conjunto de
6): inovação contínua – para entregar produtos que atendam imagens que podem indicar novas idéias e formas de gerenciar
os requisitos atuais dos clientes; adaptabilidade do produto – projetos (WINTER et al., 2006).
para entregar produtos que atendam os requisitos futuros dos A última linha de pesquisa, Teoria na Prática, diz que os
clientes; tempo de entrega reduzido – para encontrar novos praticantes de GP não devem ser apenas técnicos treinados nos
mercados e melhorar o retorno de investimento; capacidade procedimentos e ferramentas de GP, mas devem ser praticantes
de adaptação do processo e das pessoas – para responder reflexivos e críticos, que aprendem e aplicam suas experiências
rapidamente às mudanças de negócios e produtos; e resul- no desenvolvimento de um projeto (WINTER et al., 2006).
tados confiáveis – para apoiar o crescimento e aumento de
lucratividade.
Teoria sobre Prática
Em 2003, foi fundado um projeto de pesquisa chamado de
Direção 1
“Rethinking Project Management” (2004-2006), apoiado pelo
Modelo de Ciclo de Vida de GP Teorias da Complexidade de GP
Engineering and Physical Sciences Research Council (EPSRC) do
Reino Unido. Trata-se de um projeto em rede, desenvolvido Teoria para Prática
com o intuito de avaliar as idéias dominantes da literatura de Direção 2
gerenciamento de projetos e apresentar direções para futuras Projetos como Processo Instrumental Projetos como Processo Social
pesquisas sobre o tema (WINTER et al., 2006).
O grupo identificou cinco principais linhas de pesquisa para
Direção 3
a melhoria do gerenciamento de projetos, que foram agrupadas
Foco na Criação do Produto Foco na Criação do Valor
em três sub-temas – Teoria sobre Prática (direção 1), Teoria para
Prática (direções 2-4) e Teoria na Prática (direção 5), demons-
trados na Figura 2 (WINTER et al., 2006). Direção 4
Na Teoria sobre a Prática, é apresentada a necessidade do Concepção Estreita dos Projetos Concepção Ampla dos Projetos
desenvolvimento de novos modelos devido à complexidade Teoria na Prática
dos projetos e do seu gerenciamento. Segundo os autores, os
Direção 5
modelos empregariam um padrão de ciclo de vida “fechado”,
isto é, previamente definido. A crítica é que o aumento da Praticantes como Técnicos Treinados Praticantes como Praticantes Críticos
complexidade exigiria modelos de ciclo de vida mais flexíveis, Figura 2. Linhas para futuras pesquisas em GP (Fonte: adaptado de
e pesquisas neste sentido deveriam ser conduzidas. Para os au- Winter et al. (2006))
tores, os novos modelos precisarão demonstrar a realidade das
práticas de GP, que procuram atender a um ambiente dinâmico, Três fatores são identificados por Cicmil et al. (2006) que
de rápidas mudanças e altos riscos (WINTER et al., 2006). causam “atropelamento” na execução dos projetos, quando
A segunda linha de pesquisa identificada foi chamada de esses são gerenciados pelo modelo clássico:
Teoria para Prática. Na visão dos autores, os projetos são em • Complexidade estrutural do produto;
geral imprevisíveis e multidimensionais, mais complexos que • Mudanças devido ao desconhecimento de atividades e ações
os modelos racionais e determinísticos, que predominariam necessárias;
na literatura de GP. Assim, aprimoramentos que possam con- • Tempo restrito para execução das atividades.
siderar de forma mais eficiente os aspectos, como a mudança
contínua do fluxo de eventos, os efeitos da interação social e Então, o projeto de um produto de alta complexidade possui
da ação humana. As interações entre organizações e relações na sua gênese, em sua complexidade estrutural e tecnológica,
controle dos projetos para estruturas organizacionais específi- segundo plano as metas definidas para o projeto, já que
cas estimulariam o comportamento individualista e inibiriam o cliente é quem vai indicar o sucesso do projeto pelo seu
a proposição de idéias inovadoras e o envolvimento da equipe nível de satisfação. Com isso, mais do que se preocupar com
em tarefas como planejamento e controle; a satisfação de metas previamente estipuladas, os membros
2. Adaptabilidade do produto. Segundo os autores da área, das equipes estariam preocupados se os resultados estão
o APM busca entregar produtos que atendam os requisitos de acordo com as expectativas do cliente: uma análise mais
futuros dos clientes. As práticas ágeis integram o custo de qualitativa, portanto.
mudanças como parte do processo de desenvolvimento, para
atender as mudanças do mercado. Na teoria clássica, o produto Além dos objetivos, os autores de APM descrevem um
é definido com todas as suas características no início do projeto, conjunto de valores e princípios que norteiam o desenvol-
gerando o planejamento detalhado de todas as atividades. Des- vimento de suas atividades, e que, em tese, habilitariam os
sa forma, alterar uma característica do produto para atender gerentes de projetos a alcançar o desenvolvimento de produtos
a um requisito, por exemplo, pode se tornar uma barreira. O inovadores.
resultado é que os integrantes podem adiar demasiadamente Os quatro valores descritos no Manifesto Agile for Software
as mudanças, gerando custos diretos mais elevados, conse- Development são também os valores centrais nos textos de
qüentemente, prejuízo para a organização e o cliente; Gerenciamento Ágil de Projetos (HIGHSMITH, 2004):
3. Tempo de entrega reduzido. O APM tem o objetivo de 1. Respostas às mudanças: as respostas às mudanças são mais
encontrar novos mercados e melhorar o retorno de investi- importantes do que seguir um plano previamente definido;
mento. A principal idéia é a iteratividade, gerando entregas 2. Entrega de produtos: a entrega de produtos é mais impor-
de curto prazo. Sugere-se que equipes pequenas e qualifica- tante do que a entrega da documentação;
das poderiam manter atenção constante nas características 3. Colaboração do cliente: a colaboração do cliente é mais
do produto e foco no curto prazo. Elas deveriam também importante do que a negociação de contratos;
considerar cuidadosamente quais características devem ser 4. Indivíduos e interações: os indivíduos e suas interações são
incluídas no produto e criar, assim, um processo de desen- mais importantes que os processos e ferramentas.
volvimento concentrado em atividades que agregam valor. A
crítica subentendida, que não é explicitamente apresentada por O APM foca nos clientes, produtos e pessoas. Ele visa agre-
Highsmith (2004), é a de que a teoria de GP tradicional incenti- gar valor e procura gerar produtos adaptados às necessidades
varia planejamentos detalhados e de longo prazo, diminuindo e visa unir as pessoas em torno de um trabalho efetivamente
o senso de urgência e distanciando a equipe do foco no valor colaborativo (HIGHSMITH, 2004).
agregado pelas atividades; Cockburn e Highsmith (2001) afirmam que um gerente de
4. Capacidade de adaptação do processo e das pessoas. O projeto tradicional preocupa-se principalmente com o contra-
APM procura responder rapidamente às mudanças de negó- to inicial e com o sistema em si, avaliando-os principalmente
cios e produtos. A meta proposta pelo autor é que os membros nos parâmetros tempo e custo. Já um gerente ágil de projeto
da equipe não resistam às mudanças no decorrer do projeto, preocupa-se em ajustar continuamente os resultados por meio
mas entendam que os produtos podem ser modificados ao de uma relação colaborativa com os clientes.
longo do seu desenvolvimento. As equipes também precisam São seis os princípios do APM, divididos em duas categorias.
ser receptivas às novas idéias. A crítica ao gerenciamento A primeira é relacionada ao produto/cliente e a segunda, ao
de projetos clássico é a de que a especialização e distancia- gerenciamento (HIGHSMITH, 2004). Esses princípios e seus
mento dos membros da equipe fazem com que resistam às relacionamentos estão apresentados na Figura 4.
mudanças na forma como conduzir as atividades de projeto,
isto é, tenderiam a replicar formas de conduta realizadas em
projetos anteriores. E que práticas como controle de mudança
e verificação desestimulariam alterações nos projetos nas fases
iniciais, gerando problemas futuros. Especialmente no caso de
projetos inovadores em que, segundo o autor, tais mudanças
são necessárias;
5. Resultados confiáveis. O APM possui o objetivo de apoiar
o crescimento e aumento de lucratividade do negócio. O
processo de desenvolvimento deve medir a importância da
entrega para o cliente ou se a entrega está compatível com o
custo e o tempo estabelecidos para o projeto. Na teoria clás-
sica, como dito anteriormente, o foco está no planejamento
e controle, com ênfase na documentação e atividades. Isso
diminui a preocupação com o valor efetivo. Já no enfoque
Figura 4. Princípios do Gerenciamento Ágil de Projetos (Fonte: HIGHSMITH,
ágil, a maior preocupação é com o cliente, deixando em 2004, p. 28)
relatórios de status de projeto devem adicionar valor para o termo “paradigma”, amplamente empregado pelos teóricos do
gerente do projeto, gerente de produto, stakeholders e para a APM. A palavra enfoque remete a modelo, padrão3. Portanto,
própria equipe de projeto. dizer novo paradigma parece representar uma forma totalmen-
Analisando-se a estrutura operacional de Chin (2004), é pos- te inovadora de se gerenciar projeto. Enfoque, ao contrário, sig-
sível reconhecer uma significativa influência com os modelos nificaria uma nova forma de utilizar as ferramentas existentes.
de estruturas para gerenciamento tradicional de projetos, tais A revisão aqui apresentada permite concluir que as propostas
como escritórios de projetos e modelos de gestão de projetos. dos autores de APM representam mais uma especialização da
Notem-se as definições de responsabilidades, cronogramas, teoria de gerenciamento de projetos, para um caso específico,
uso de padrões. Isso se explica na premissa de que a proposta que é o de projetos complexos e de produtos inovadores.
dos teóricos do ágil não significa negligenciar controles, planos
e padronização. Aplicabilidade do gerenciamento ágil de projetos
A comunidade de desenvolvimento de software foi a primeira
Grupo de Processos da GP Clássica Fases do GP Ágil
a adotar na prática os conceitos do gerenciamento ágil em seus
projetos. A literatura sobre o tema é principalmente constituída
Iniciação: autorização/definição de um escopo Visão: do produto e escopo inicial do projeto
de casos nessa área (BECK, 1998; BOEHM, 2002; COCKBURN,
preliminar
2002; COHN e FORD, 2003; FOWLER, 2000; AUGUSTINE e
Planejamento: detalhamento de todo projeto Especulação: plano inicial, planejamento a cada
WOODCOCK, 2003).
iteração
Chin (2004) e Highsmith (2004) indicam o uso do gerencia-
Execução: execução do plano do projeto Exploração: entrega funcionalidade/produto a
mento ágil para projetos também para o desenvolvimento de
cada ciclo
produtos manufaturados, desde que com aspectos inovadores
Monitoramento e Controle: progresso do Adaptação: revisão dos resultados entregues e
e em ambientes competitivos. A Figura 7 apresenta os possí-
trabalho e gerenciamento de mudanças adaptações do escopo
veis ambientes de projeto para aplicação da abordagem ágil,
Encerramento: Formalização do aceite final do Encerramento: aceites do cliente a cada ciclo e
segundo Highsmith (2004).
projeto formalização final
Tabela 2. Correspondência entre as abordagens clássica e ágil de GP
(Fonte: Dias (2005)
técnicas e métodos que facilitem o planejamento de recur- A Engenharia de Software Magazine tem que ser feita ao seu gosto.
sobre e
sos compartilhados entre projetos de diferentes níveis de Para isso, precisamos saber o que você, leitor, acha da revista!
s
ta
complexidade.
edição
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d) Consumo de tempo em extensa documentação do projeto.
www.devmedia.com.br/esmag/feedback
A padronização, sem dúvida, é algo importante. O desafio,
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government-funded research network. International Journal of Project Management, v. 24, n. 8, p. 638-
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.
649, novembro, 2006.
DODGSON, M.The future for technological collaboration. Futures, p. 459-470, junho, 1992.
E
mas de Informação pela Universidade Esta-
ste artigo apresenta a definição de te importante conhecer as funcionalidades que ela
dual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2003)
e mestrado em Engenharia de Produção pela Software para Gerenciamento de deve cobrir e o que ela trás de diferencial. A partir
Universidade de São Paulo (EESC-USP, 2008). Projetos (SGP), as funcionalidades desse artigo o leitor conhecerá as principais ferra-
Atualmente é doutoranda em Engenharia que caracterizam tais soluções e uma mentas para gerenciamento de projetos colaborati-
de Produção na Universidade de São Paulo análise da situação atual dos principais vos e de agilidade e poderá encontrar a que mais se
(EESC-USP), com a pesquisa “Software de
sistemas disponíveis no mercado. Ao adequa a suas necessidades.
apoio ao gerenciamento ágil de projetos cola-
borativos de novos produtos”. Tem experiência final, apresenta uma síntese dos princi-
na área de Engenharia de Produção, com pais desafios, considerando a situação Definição e funcionalidades dos
ênfase em Gerência do Projeto e do Produto, atual dos SGPs segundo a literatura e os softwares de gerenciamento de
atuando principalmente nos seguintes temas: desafios apontados no artigo Desafios projetos
softwares de gerenciamento de projetos,
para o gerenciamento ágil de projetos O gerenciamento de projetos inclui
gerenciamento ágil de projetos, projetos co-
laborativos de novos produtos, sistemas de colaborativos, segundo a literatura de uma mistura complexa de atividades
informação e desenvolvimento de produto. métodos de gerenciamento de projetos. de planejamento, avaliação e tomada de
decisões. As informações geradas no decorrer do projeto são código por pacote, número de usuários ou acesso. A Licença
fundamentais para o sucesso. Elas precisam ser coletadas, atu- Comercial pode reservar também direitos de uso, tais como
alizadas e apresentadas de forma correta a todos os envolvidos suporte, atualização periódica e acesso à documentação e
no projeto. Para auxiliar nesse gerenciamento, tornou-se im- outros materiais. Outro modelo de software que se encaixa na
portante o uso de softwares específicos, chamados de Softwares categoria de código fechado é o denominado “freeware”, que
de Gerenciamento de Projetos (SGP). O PMBOK (2004) define também não apresenta o código fonte, apesar de sua utilização
os SGPs como: “aplicativos de software especificamente proje- não implicar o pagamento de licenças de uso;
tados para auxiliar a equipe de gerenciamento de projetos no • Código Aberto: São softwares onde o código-fonte está dis-
planejamento, monitoramento e controle do projeto, inclusive: ponível para ser lido, estudado ou modificado por qualquer
estimativa de custos, elaboração de cronogramas, comunica- pessoa interessada. Os softwares desta categoria são chamados
ção, colaboração, gerenciamento de configuração, controle de de software livre e o código-fonte aberto é a principal caracte-
documentos, gerenciamento de registros e análise de risco.” rística desses (REIS, 2003). Um software livre também concede
Um conjunto de funcionalidades típicas pode ser observado as seguintes quatro liberdades: a liberdade de executar o pro-
para os SGPs, tais como (ROZENFELD et al., 2005): grama, para qualquer propósito (liberdade nº. 0); a liberdade
• Gerenciamento de Atividades: registro, visualização e orga- de estudar como o programa funciona e adaptá-lo para as
nização das atividades do projeto. Envolve várias definições, suas necessidades (liberdade nº. 1); a liberdade de redistribuir
tais como: de precedência, de duração, de esforço, Gráfico de cópias de modo que se possa ajudar ao seu próximo (liber-
Gantt e WBS (Work Breakdown Structure); dade nº. 2) e a liberdade de aperfeiçoar o programa, e liberar
• Gerenciamento de Calendário e Agenda: organização e os seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade
programação de um ou mais calendários para o projeto, re- se beneficie (liberdade nº. 3). As licenças de software livre
cursos ou tarefas; permitem que eles sejam comercializados. Na prática, já que
• Gerenciamento de Recursos: gerenciamento das pessoas é possível copiar o código de qualquer pessoa que já o tenha,
e materiais necessários para o projeto. Envolve funções de o preço que o usuário paga por um software livre tende a ser
análise de alocação de recursos e seu nivelamento; baixo o suficiente para motivar as pessoas a comprarem e não
• Gerenciamento de Custos: ajuda a preparação do orçamento o copiarem. (REIS, 2003);
e acompanhamento dos gastos do projeto; • Modelos Científicos: são protótipos de softwares propostos
• Ferramentas de Monitoramento: funções para acompanha- em estudos acadêmicos, que testam novos conceitos e funciona-
mento do projeto, como armazenamento de linhas de base e lidades. Esses modelos visam avanços científicos, solucionando
comparações entre parâmetros de planejamento atual com os os problemas apresentados nos sistemas de código fechado
parâmetros das linhas de base, bem como análise do valor e/ou aberto, apresentados pelas necessidades do mercado ou
agregado; para viabilizar prova de conceito de alguma teoria. A principal
• Gerenciamento de múltiplos projetos: funções para análise característica é que a ferramenta está em estudo, em fase de
do portifólio da empresa e compartilhamento de dados entre prototipação ou validação, não sendo acessível ao mercado.
os projetos.
A seguir, apresentam-se as análises realizadas, a partir de
Na próxima seção, é realizada a revisão de softwares, mostran- documentos, nos dois primeiros tipos: softwares comerciais
do-se suas categorias, segundo a forma de distribuição. para gerenciamento de projetos e softwares livres.
No caso dos modelos científicos, não foi identificada nenhu-
Softwares de GP segundo a literatura ma revisão bibliográfica exaustiva. Há apenas artigos que
Nesta seção, procura-se mostrar um panorama geral dos realizam revisões limitadas como os de Voropajev e Schinberg
SGPs disponíveis atualmente. Deve-se observar que o objeti- (1992), Nicolo (1993), Li et al. (2001), Ren et al. (2006) e Liu et al.
vo não é fazer um estudo exaustivo de todas as ferramentas, (2005). Portanto, não vamos realizar uma revisão específica
mas apresentar uma descrição das funcionalidades dos SGPs desses tipos de software.
encontrados no mercado, segundo informações da literatura.
Os SGPs podem ser classificados em três grandes categorias, Softwares de código fechado
segundo a forma de comercialização: Em uma avaliação dos softwares comerciais de Gerenciamento
• Código Fechado: são os softwares distribuídos com o código de Projetos de alta representatividade no mercado, realizada
inacessível ao usuário final. Segundo a Wikipedia (2008), o pelo Gartner Group (2007), pôde-se observar alguns aspectos
que caracteriza este tipo de software é que ele não é distribuído das funcionalidades disponíveis. Foi desenvolvido um qua-
com seu código fonte e, para alterá-lo, seria necessário utilizar drante de classificação dos softwares (Quadrante Mágico), com
a prática da engenharia reversa, o que costuma ser dificulta- dois eixos: habilidades para executar e abrangência da visão. O
do seja pelo uso de licenças, seja pela distribuição apenas de eixo “Habilidade para Executar” refere-se ao desenvolvimento
arquivos compilados e ou outros mecanismos de segurança e desempenho do fornecedor de software (vendor) e incluiu os
como Hard-Keys. Em sua maioria, os softwares utilizam licenças critérios: lucratividade, nível e crescimento dos rendimentos
de comercialização tradicionais, isto é, por meio da compra do da empresa; equipe de gerenciamento do vendor; integridade;
diretrizes do enfoque ágil de desenvolvimento de produtos. Portanto, a ferramenta que recebeu a melhor pontuação
Analisando-se sua documentação, identificaram-se como na análise, em relação à sua aplicação nas empresas de base
funções diferenciais o cadastro dos projetos, iterações e en- tecnológica, encontra-se em nível de sofisticação bem inferior
tregas programadas por iteração, registro para acompanha- à dos softwares proprietários utilizados como base para os
mento dos problemas e mudanças necessárias no decorrer critérios. Desta forma tem-se um panorama onde as ferramen-
do projeto e controle dos Releases do software desenvolvido tas de código aberto apresentam deficiências e não possuem
integrado com os planos de iteração. Suas funcionalidades maturidade suficiente para sua utilização direta, sem imple-
são baseadas nos métodos Scrum, XP (eXtreme Programming), mentações de novas funcionalidades (RORIZ, JUCÁ JUNIOR
DSDM (Dynamic Systems Development Method) e Agile Up. e AMARAL, 2005).
Por serem soluções que visam o mesmo propósito desse
trabalho, julgou-se que seria fundamental uma análise Softwares para gerenciamento ágil de projetos
pormenorizada desses softwares. Portanto, optou-se por A literatura não contempla propostas de softwares para
realizar uma avaliação específica, a partir do contato com o apoiar o gerenciamento ágil de projetos. Porém, foram en-
próprio sistema, indo além da documentação. Essa análise contradas soluções voltadas para esse enfoque. As buscas na
é apresentada na seção “Softwares para gerenciamento ágil internet e em grupos sobre APM (Agile Project Management)
de projetos”. identificaram três sistemas comerciais. Todos são específicos
para o gerenciamento de projetos de desenvolvimento de
Softwares de código aberto softwares. As ferramentas encontradas são de código fecha-
Os softwares de código aberto disponíveis no mercado são do, comercializadas por meio de licenças, mas possuem uma
muitos. Nos sites http://freshmeat.net/ e http://sourceforge.net/ é versão Trial, para teste de 30 dias, as quais foram utilizadas
possivel observar dezenas de ferramentas nessa categoria. para efeito de avaliação.
Roriz, Jucá Junior e Amaral (2004) realizaram um estudo Os software avaliados, com seus respectivos sites, foram:
dessas ferramentas de código aberto e encontraram mais de • VersionOne – www.versionone.com;
50 softwares. O método empregou as seguintes etapas: • Target – www.targetprocess.com;
1) Análise da ferramenta MSProject 2002 e Primavera para a • Rally – www.rallydev.com.
elaboração dos critérios de análise das funcionalidades;
2) Criação dos critérios de análise das funcionalidades do As impressões e diferenças em relação aos sistemas tradicio-
GP, gerando uma lista com 58 critérios, divididos em nove nais, comparadas segundo as funcionalidades apresentadas na
categorias; seção “Definição e funcionalidades dos softwares de gerencia-
3) Depois de uma primeira seleção dos softwares disponíveis, mento de projetos”, foram coletadas e registradas.
que descartou as ferramentas com funcionalidades específicas As principais diferenças em relação às funcionalidades tra-
ou com graves limitações, obteve-se uma lista com 25 softwares. dicionais são as seguintes:
Utilizando-se consultas a duas listas de discussões de gerentes • Utilizam como principal idéia um planejamento inicial sim-
de projeto, foram selecionados os seis mais citados (TUTOS, plificado (Workitem Planning) e iterações (Sprints) dentro do
2008; PHPROJEKT, 2008; PHPCOLLAB, 2008; DOTPROJECT, projeto. Dentro de cada iteração são registradas as entregas que
2008; PLANNER, 2008; OPEN WORKBENCH, 2008), que foram devem ser realizadas e seu prazo. A Figura 2 é um exemplo
analisados segundo os 58 critérios; da visão geral do processo de desenvolvimento do projeto,
utilizado no software VersionOne. A representação mostra
O quadro final é apresentado na Tabela 1, onde 100% signi- desde o planejamento do projeto até o andamento das iterações.
ficaria o atendimento a todas as funcionalidades presentes no É possível observar na figura que esse software não segue
software PRIMAVERA e MS PROJECT. o mesmo padrão e as funcionalidades típicas dos softwares
Desafios Fonte
serem adaptadas ao desenvolvimento de produtos.
Dessa forma, seria possível a criação de um software Falta de informação sobre o que as outras equipes do Hameri e Puittinen (2003)
para gerenciamento de projetos de desenvolvimento projeto estão fazendo (progresso das tarefas)
de produtos utilizando-se o enfoque ágil. Falha no controle de mudança do projeto Hameri e Puittinen (2003)
Visões diferentes sobre os objetivos do projeto Hameri e Puittinen (2003); Barnes, Pashby e Gibbons (2006)
Conclusão - Síntese dos softwares de GP frente Rigidez no planejamento do projeto e das rotinas Hameri e Puittinen (2003)
à colaboração e agilidade Reações“pobres”em relação às mudanças repentinas Hameri e Puittinen (2003)
Os primeiros softwares de gerenciamento de projetos no ambiente do projeto
foram concebidos no contexto de grandes projetos, Dificuldades tecnológicas inesperadas Hameri e Puittinen (2003)
com localização única. Um exemplo é um dos SGPs
Falha no controle de mudança do projeto Hameri e Puittinen (2003)
comerciais mais conhecidos, o Microsoft Project, que
teve sua primeira versão lançada em 1987. No decor- Falta de Responsabilidades claramente definidas Barnes, Pashby e Gibbons (2006)
rer desse período até hoje, esses softwares evoluíram Criação de um plano de projeto aceito entre as partes Barnes, Pashby e Gibbons (2006)
no sentido de apoiar praticamente todas as áreas do Falta de marcos de projeto definidos Barnes, Pashby e Gibbons (2006)
gerenciamento de projetos tradicional. Na seção “De- Falta de recursos adequados Barnes, Pashby e Gibbons (2006)
finição e funcionalidades dos softwares de gerencia-
Falha no monitoramento regular do progresso Barnes, Pashby e Gibbons (2006)
mento de projetos”, presente no artigo “Desafios para
Falta de comunicação efetiva Barnes, Pashby e Gibbons (2006)
o gerenciamento ágil de projetos colaborativos”, foram
descritas as funcionalidades comumente encontradas Falta de compromisso na entrega por parte dos Barnes, Pashby e Gibbons (2006)
nesses softwares. Observou-se, porém, na seção “Desa- colaboradores
fios no gerenciamento de projetos colaborativos” (do Tabela 2. Novos desafios para o gerenciamento de projetos colaborativos
mesmo artigo), que os projetos de desenvolvimento de
produtos com altos níveis de inovação são dinâmicos e
incertos, com escopo impreciso e acontecem em cola-
boração com universidades, institutos de pesquisa ou
outras empresas fornecedoras e clientes – organizações
com características significativamente distintas. Essa
realidade é bastante diferente do contexto no qual os
primeiros SGPs foram concebidos, conforme constata-
do por vários autores da revisão bibliográfica. Como
resultado, há uma série de problemas específicos e
desafios, apresentados na Tabela 2.
Também no artigo Desafios para o gerenciamento
ágil de projetos colaborativos, na seção Desafios do
gerenciamento de projetos e o gerenciamento ágil de
projetos, demonstrou-se que há novas tendências na
teoria de Gerenciamento de Projetos, como o enfoque
ágil e os trabalhos de autores como o grupo do ESPRC.
Elas “caminham” no sentido de criticar o “foco” da
teoria atual. Sugerem que os métodos e ferramentas
existentes, que denominam usualmente de Geren-
ciamento de Projetos Clássico, não responderiam às
necessidades das organizações que convivem nesse
novo cenário. Seria preciso desenvolver métodos e
técnicas que fossem capazes de atender aos seguintes
desafios:
• Adequar-se às mudanças dos projetos;
• Apoiar o acompanhamento e alterações no resultado
final;
• Compartilhar recursos entre projetos;
• Consumir pouco tempo com documentação;
• Empregar os princípios do gerenciamento ágil.
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sobre e
Para isso, precisamos saber o que você, leitor, acha da revista!
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Figura 6. Desafios para os SGPs Colaborativos (Fonte: elaborada pela autora) www.devmedia.com.br/esmag/feedback
Referências
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PHPROJEKT. Disponível em < http://www.phprojekt.com/index.php > . Acesso em 10 jul 2008.
347-360, maio, 2005.
PLANNER. Disponível em < http://live.gnome.org/Planner>. Acesso em 10 jul 2008.
S
Especialização em Desenvolvimento de Apli-
cações para Web pelo CES de Juiz de Fora/ ervice Oriented Architecture (SOA) de negócio, uma vez que se tem um fluxo
MG, e Mestrado em Computação pela UFF/ tenta aproximar o entendimento de execução montado a partir de peças
Niterói-RJ. Atualmente é professor univer- entre as áreas de tecnologia de in- ou unidades bem definidas que execu-
sitário em diversas instituições, em cursos formação (TI) e de negócios a uma visão tam determinada funcionalidade. Sendo
de Sistemas de Informação, e atua como
mais semelhante de como um sistema de assim, uma unidade demanda, como pré-
consultor, pesquisador e desenvolvedor de
aplicações Java, sobretudo na plataforma informação deve ser abordado. requisito, informações na entrada e, neces-
J2EE para Web, e J2ME, sendo especialista A abordagem voltada a serviços propõe sariamente, criará algo modificado como
em aplicações Mobile. uma solução mais próxima dos processos resultado do sucesso de sua execução.
SOA propõe que se faça a modelagem de um processo, gestão dos processos de negócio da empresa. BPM é a forma
não mais como um monobloco, mas sim por um conjunto de se atingir os objetivos de uma organização através do
ordenado de unidades bem definidas, cada qual com sua aperfeiçoamento, gestão e controle dos processos essenciais
funcionalidade convenientemente descrita, de modo que, do negócio (PEREIRA, 2007).
ao final da execução de todas as unidades, teremos o resul- Os grandes institutos de pesquisa estão validando essa visão.
tado esperado. Esse conjunto ordenado de unidades recebe O Gartner aponta projetos de BPM como os de maior ROI (Re-
o nome de workflow (fluxo de trabalho) e cada unidade turn On Investiment) em TI, e o Forrester Research anunciou
recebe o nome de serviço. um novo acrônimo, IC-BPMS (Integration Centric BPMS), como
Mais que uma simples proposta de modelagem ou resolução um novo modelo de desenvolvimento de aplicações.
de problemas computacionais, SOA é uma arquitetura de TI
e, como tal, define cada componente como um serviço geren- BPMS (Business Process Management Suite)
ciável, sendo que cada serviço deve possuir um ciclo de vida BPMS é um sistema que automatiza a gestão por proces-
próprio, os quais, também, devem possuir aspectos funcionais sos (execução, controle e monitoração). Tipicamente, inclui
e de qualidade mensuráveis. o mapeamento dos processos ponta a ponta, desenho dos
Podemos notar que uma arquitetura SOA é mais que um fluxos e formulários eletrônicos, definição de workflow,
sistema, pois envolve uma abordagem e dita o modo como regras de negócio, integradores, monitoração em tempo
um sistema de informação será modelado. O importante é real das atividades e alertas. É uma poderosa ferramenta
saber que podemos montar soluções baseadas em serviços de gestão, para garantir que os processos estão sendo efe-
e workflow com tecnologias bastante variadas, desde que tivamente executados como modelados, contribuindo para
sejam respeitados os aspectos arquiteturais de serviços e os os objetivos da organização.
processos de negócio. Ilustramos na Figura 1 os elementos que compõem um sis-
A arquitetura orientada a serviços trata-se de um modelo, tema BPMS, de acordo com Glauco Reis (2007).
em que as funcionalidades ou serviços são totalmente desa-
coplados e independentes, buscando atender às mais diversas
tarefas e, ainda, podem ser reutilizados nos mais diferentes
tipos de domínios de negócios demandados pelo mercado
coorporativo.
Esses mesmos serviços são publicáveis, de tal forma que
possam ter suas interfaces acessíveis por meio de mecanismos
de localização e, também, são descritos por meio de uma lin-
guagem totalmente independente da plataforma utilizada.
Já no ponto de vista do negócio, SOA se apresenta como
uma solução de maior flexibilidade, permitindo que as mais
diversas demandas do mercado sejam absorvidas e atendidas
pela empresa com agilidade e eficiência.
Questões que envolvem aspectos como segurança, benefícios
e recomendações sobre implantação, dentre outros, não serão
Figura 1. Componentes de um BPMS
abordados neste artigo. Pretendemos, portanto, mostrar os
aspectos de modelagem de processos na arquitetura SOA A figura em forma de um pentágono ilustra em seus cinco
voltados para Web Services, conceitos, ferramentas e exemplos vértices, os principais componentes de um sistema BPMS, como
de modelagem que possam contribuir com os diversos profis- o BPMN, ferramenta responsável pelo desenho dos processos
sionais de TI na tomada de decisão de se adotar a arquitetura de negócio; o BPEL4WS que se destina a orquestração destes
SOA em detrimento às demais existentes no mercado. serviços, de forma a organizá-los melhor; a arquitetura SOA,
que busca de forma padronizada a componentização dos ser-
Modelagem de Processos na Arquitetura SOA viços; o DashBoard, ou seja, o monitoramento em tempo real
As tecnologias descritas a seguir, não somente buscam uma dos seus processos; e, finalmente, o BPMN + SOA, que permite
aproximação de modo a permitir que haja uma maior comuni- o realinhamento de todos os processos.
cação entre as áreas de negócio e TI, mas também de forma que
partes de um sistema possam ser criadas ou gerenciadas fora Um BPMS Completo
do ambiente de TI pelos próprios profissionais de negócio, tor- Para que tenhamos um ambiente de processos de negócio
nando esta relação de proximidade cada vez mais estreita. que englobe uma solução BPMS, torna-se necessário a ob-
servância de alguns pontos de suma importância, tais como
BPM (Business Process Management) mencionados a seguir. Um BPMS completo teria os seguintes
BPM pode ser definido como uma disciplina de gerência módulos ou funcionalidades para ser classificado como tal
focada na melhora do desempenho corporativo através da (Ghalimi, 2006):
Diagramas
Observamos também que a notação do BPMN se assemelha
bastante a de alguns diagramas da UML, como os diagramas
de atividades – que também podem ser comparados aos
fluxogramas. Também é relevante mencionar que o BPMN
é composto por um conjunto de BPDs (Business Process
Diagram), sendo que esses diagramas de processos devem
permitir que o desenho em questão, de alguma forma, possa
ser mapeado para um formato de execução, tal como o próprio
BPEL ou BPML.
O objetivo da notação BPMN é criar modelos gráficos de
alto nível, visando uma proximidade maior à realidade dos
analistas de negócio. Os elementos gráficos permitem desde Figura 3. Componentes do diagrama BPMN - Eventos
3. Condicionais
Os losangos indicam tanto pontos em que o fluxo pode
divergir ou convergir, como pontos de tomada de decisão,
conforme a Figura 4.
s
Dê
usabilidade e recursos funcionais. A Engenharia de Software Magazine tem que ser feita ao seu gosto.
sobre e
SOA/BPM é um assunto muito rico e em constante evolução. Para isso, precisamos saber o que você, leitor, acha da revista!
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Outros estudos podem ser conduzidos nesta área, expandin- Dê seu voto sobre este artigo, através do link:
edição
Arquitetura REST
Uma alternativa para construção de Serviços Web
N
Universidade Federal de Juiz de Fora.
os últ imos a nos, alg umas um custo relativamente alto, como por
alternativas surgiram para exemplo, serviços remotos acessados via
melhorar o desempenho de celular e PDA’s.
Regina Braga
regina.braga@ufjf.edu.br aplicações que acessam serviços remo-
Regina Braga é professora adjunta do tamente. Uma destas alternativas e a Arquitetura de Web Services
departamento de Ciência da Computação que tem tido mais sucesso atualmente é Antes de iniciarmos o estudo desta
da Universidade Federal de Juiz de Fora. a arquitetura REST. nova abordagem de manipulação de Web
Suas linhas de pesquisa principais são re-
A utilização da arquitetura REST tem Services e demonstrar na prática suas
lacionadas a reutilização de software, mais
especificamente com desenvolvimento ba- tornado mais simples e eficientes muitas principais vantagens, precisamos enten-
seado em componentes (DBC). O Núcleo de aplicações que antes eram implementa- der como funciona a forma tradicional e
Pesquisa em Qualidade de Software, do qual das de maneira tradicional – baseadas mais utilizada atualmente de construir
faz parte, atua principalmente em pesquisas no protocolo SOAP. e consumir Web Services – a baseada na
relacionadas a multidisciplinaridade, nota-
As principais aplicações que se benefi- Arquitetura de Web Services [1].
damente na área de software científico, que
tem sido seu foco de pesquisas atual (DBC e ciam da utilização desta arquitetura são A Arquitetura de Web Services surgiu
software científico). aquelas nas quais cada requisição tem para permitir a interoperabilidade entre
Casos de sucesso
Buscando, sobretudo simplicidade e maior desempenho
das aplicações, o paradigma REST tem sido utilizado em
larga escala por algumas organizações, listadas a seguir:
opção, pois não possui um padrão oficial para a descrição dos A Engenharia de Software Magazine tem que ser feita ao seu gosto.
sobre e
seus serviços, como o WSDL. Para isso, precisamos saber o que você, leitor, acha da revista!
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O fato é que para determinadas aplicações, REST é claramente Dê seu voto sobre este artigo, através do link:
edição
E
m tempos remotos, pensar em for- Os bancos de dados trabalham com
ma de armazenamento era pensar uma arquitetura que separa a parte
em dados organizados em coleções física das aplicações por meio de três
logicamente relacionadas compondo ar- esquemas:
quivos. Contudo, mesmo com a separação • Esquema interno: descreve a estrutura
Ana Cristina Melo física de programas e dados, toda a gerên- física de armazenamento do banco de
informatica@anacristinamelo.com.br
cia destes dados ainda ficava embutida no dados, sua organização de arquivos e os
É especialista em Análise de Sistemas e pro-
fessora de graduação e pós-graduação da código-fonte dos programas. seus métodos de acesso;
Universidade Estácio de Sá. Atua em análise A evolução ocorreu na década de 60 • Esquema conceitual: descreve a estru-
e programação há 21 anos, sendo os últimos com o surgimento dos sistemas de ban- tura do banco de dados sob o ponto de
11 anos no serviço público. Autora do livro cos de dados, reunindo num só lugar to- vista do usuário, escondendo os detalhes
“Desenvolvendo aplicações com UML - do
das as funções necessárias à localização de armazenamento e concentrando-se
conceitual à implementação”, na segunda
edição, e “Exercitando modelagem em UML”. e manipulação dos dados, tornando-se na descrição de entidades, atributos,
Palestrante em alguns eventos, entre eles, uma camada lógica entre a aplicação e relacionamentos, operações do usuário
Congresso Fenasoft, OD e Sepai. os dados propriamente ditos. e restrições sobre os dados;
SGBD-OO SGBD-OR
— privilégio de “CREATE UNDERTYPE”: para criar
- modelo de dados mais rico - combina as melhores características do modelo de subtipos;
- é adequado ao mercado de aplicações não- objetos no modelo relacional
convencionais - combina um modelo rico com mais eficiência no Veja na Listagem 1 a sintaxe do comando CREATE TYPE para
- baixa performance e escalabilidade gerenciamento de dados criação de tipos e criação de subtipos (uso de UNDER).
- os dados são objetos com estrutura complexa - os dados são tabelas com estrutura complexa
- capacidade de consulta limitada, baseada em - uso do padrão SQL estendido (SQL-3) para garantir
Listagem 1. Sintaxe do comando CREATE TYPE
navegação por objetos flexibilidade nas consultas
- baixa performance - espera-se alta performance CREATE [OR REPLACE] TYPE nome_esquema.nome_tipo IS/AS OBJECT
(atributo1
Tabela 1. Diferenças entre SGBD-OO e SGBD-OR tipo_dado1
especificação_elemento_1,
atributon
tipo_dadon
Oracle como Banco Objeto-Relacional especificação_elemento_n)
[[NOT] [FINAL]] [[NOT][INSTANTIABLE]]
Devido à falta de padronização do modelo objeto-relacional,
cada fabricante definiu as características do seu SGBD. CREATE [OR REPLACE] TYPE nome_esquema.nome_tipo UNDER nome_
esquema.nome_supertipo
Como linha de trabalho, vamos analisar a forma como o (atributo1
tipo_dado1
Oracle se comporta como um banco objeto-relacional, a par- especificação_elemento_1,
atributon
tir da sua versão 8i, quando passou a seguir o SQL-3, como tipo_dadon
padrão. especificação_elemento_n)
[[NOT] [FINAL]] [[NOT][INSTANTIABLE]]
Object Type
Representam uma extensão dos tipos de dados relacionais Para entendermos o uso do Object Type, considere o pedaço
do Oracle. O Object Type é o tipo de dado que corresponderá ao de modelo de classes da Figura 1.
conceito de classe, no paradigma de orientação a objetos.
Os Object Types são compostos de:
— um nome que identifica o objeto unicamente dentro do
esquema;
— um ou mais atributos que modelam a estrutura do objeto,
podendo ser tipos primitivos ou outros Object Types;
— zero ou mais métodos que são funções ou procedimentos Figura 1. Trecho de um modelo de classes para exemplificar criação de
implementados em PL/SQL, C ou Java (dependendo do banco) object types
e armazenados no próprio banco.
Vejamos agora na Listagem 2 os comandos do Oracle para
O Object Type por ser a abstração de uma classe, não permite criar a classe Telefone e a classe Cliente.
nenhum tipo de armazenamento direto. Enxergado como um Repare que a classe Telefone se transformará no Object Type
tipo de dados, é usado na definição de uma tabela, coluna ou TTelefone. Esse “T” na frente é uma convenção minha para
em variáveis dos métodos. indicar um tipo definido pelo usuário. A classe Cliente se trans-
Uma tabela criada a partir de um Object Type é chamada formará no Object Type TCliente. Como um object type não recebe
Object Table (tabela de objetos). Cada linha dessa object table dados, criaremos a Object Table (tabela de objetos) Cliente.
é chamada de object row (linha objeto). Cada object row tem O relacionamento da classe Cliente com Telefone, nesse caso,
associado a ela um OID – Object Identifier. tem apenas uma multiplicidade de 1. Sendo assim, usamos
Mas um Object Type também pode ser utilizado em uma tabela a forma mais simples de definir esse relacionamento, por
relacional. Nesse caso, será utilizado como tipo de dados de colocação da object type apenas como tipo de dados.
uma coluna. Essa coluna será identificada como object column O primeiro comando da listagem 1 cria o tipo (classe) TTe-
(coluna objeto). E esse registro não possuirá OID. lefone contendo os atributos ddd, numero e tipo. O segundo
Contudo, objetos que são divididos entre vários outros obje- comando cria o tipo (classe) TCliente contendo os atributos
tos, por meio de relacionamentos, precisam ser referenciados codigo, nome e tel. Sendo que tel é um atributo, cujo tipo de
como Object Row. dados não é um tipo primitivo, mas um object type. Para
Para criar um object type no Delphi, usamos a declaração que possamos efetivamente armazenar os nossos dados,
CREATE TYPE. Já a declaração CREATE TYPE BODY define precisamos criar uma tabela de objetos a partir da classe
o código para os métodos referenciados no tipo. Veja os privi- TCliente. Assim é feito no terceiro comando, onde é criada a
légios necessários para criação de tipos: Object Table Cliente.
— privilégio de “CREATE TYPE”: para criar tipos de objeto Na Listagem 3 exemplificamos como inserir dados na Object
no próprio esquema; Table Cliente.
— privilégio de “CREATE ANYTYPE”: para criar tipos de Repare na Listagem 3 que o INSERT começa similar ao que
objeto em outros esquemas; conhecemos no SQL. A diferença reside em como vamos inserir
Antes do atributo TEL, foi colocado o alias “C.”. Pois é obri- ALTER TYPE TTelefone
ADD MEMBER FUNCTION TelCompleto RETURN VARCHAR2 CASCADE;
gatória a utilização de aliases na manipulação de objetos.
CREATE OR REPLACE TYPE BODY TTelefone IS
As consultas feitas em object tables podem utilizar todos MEMBER FUNCTION TelCompleto RETURN VARCHAR2 IS
os recursos usados em consultas relacionais. Por exemplo, BEGIN
RETURN ‘(‘ || DDD || ‘) ‘ || NUMERO;
se quiséssemos saber quantos telefones têm de cada tipo, END;
END;
poderíamos aplicar a query descrita na Listagem 5.
Referências e coleções de referências Listagem 7. Alteração de um atributo pertence a object type e query
Usamos as referências e as coleções de referências para definir- chamando método
mos relacionamentos entre objetos. Para que um objeto possa ter UPDATE Cliente C
uma coluna que é uma referência para outro objeto (que pode SET C.TEL.NUMERO = ‘87564321’
WHERE C.CODIGO = 14
ser referência de vários outros objetos), essa tabela referencia-
SELECT C.NOME, C.TEL.TELCOMPLETO() TELEFONE
da precisa ser uma object table, ou seja, essa linha referenciada FROM Cliente C
ORDER BY C.NOME
precisa ser uma object row. Por exemplo: Se tivermos uma tabela
Bairro que tenha um atributo cidade que é uma referência, esse NOME TELEFONE
--------------------------------- -------------
atributo deve apontar para uma object table Cidade. Armando Santos (21) 21116666
Dourivaldo Bezerra (21) 45667788
A coluna que contém a referência armazenará um ponteiro Pierre Le Monge (24) 87564321
Terezina do Espírito Santo (21) 31115555
para a linha objeto da outra tabela. Sendo assim, um REF nada Veronica da Silva (21) 98765432
mais é do que um ponteiro lógico para uma object row.
Vejamos o trecho de um modelo de classes, apresentado na Listagem 8. Utilização de referência em object type. CREATE TYPE TCargo AS
A Listagem 8 apresenta a criação da classe Cargo e da Listagem 9. Insert em object table que possui referências
classe Funcionario. Repare que na definição do atributo INSERT INTO Cargo VALUES (100, ‘Secretária Jr’, 1500);
cargo da classe Funcionario que faz referência à tabela Car- INSERT INTO Cargo VALUES (110, ‘Secretária Sr’, 2300);
INSERT INTO Cargo VALUES (200, ‘Programador Jr’, 2000);
go, temos a cláusula REF. Depois criaremos as object tables INSERT INTO Cargo VALUES (210, ‘Programador Sr’, 3100);
INSERT INTO Cargo VALUES (220, ‘Analista Jr’, 4000);
Funcionario e Cargo. Repare que a classe Cargo já está sendo INSERT INTO Cargo VALUES (230, ‘Analista Sr’, 5600);
criada com o método calculaSalario(), para o qual aplicamos INSERT INTO Cargo VALUES (300, ‘Auditor’, 7900);
uma fórmula bem simples, apenas para fins didáticos. O INSERT INTO Funcionario
SELECT ‘95001’, ‘Marieta da Silva’, REF(C)
salário tem uma comissão de 15%, e depois é descontado FROM Cargo C
um percentual de 9% de previdência. WHERE C.codigo = 110;
duas precisamos fazer um select na object table Cargo para INSERT INTO Funcionario
SELECT ‘05003’, ‘Raul da Ferrugem’, REF(C)
obter o OID da mesma e associá-lo ao atributo cargo. Para FROM Cargo C
se obter esse OID, basta pedir o REF(alias-da-tabela). WHERE C.codigo = 200;
Como já vamos fazer um select, podemos montar nos INSERT INTO Funcionario
SELECT ‘05004’, ‘Vitor da Silva’, REF(C)
campos do select os valores fixos que serão inseridos na FROM Cargo C
object table Funcionario. Essa é a primeira solução, adotada WHERE C.codigo = 200;
nos quatro primeiros inserts. A segunda forma mantém INSERT INTO Funcionario VALUES (
‘06010’, ‘Marilia Votoran’,
os valores fixos como campos da cláusula VALUES, e, (select REF(C) from Cargo C where c.codigo = 210) );
quando da colocação no atributo cargo, fazemos o select
INSERT INTO Funcionario VALUES (
na object table Cargo. Essa solução é adotada nos últimos ‘03030’, ‘Paulino Freire’,
(select REF(C) from Cargo C where c.codigo = 220) );
quatro inserts.
Na Listagem 10 podemos conferir como é feito o select INSERT INTO Funcionario VALUES (
‘03050’, ‘Ana Miranda’,
para recuperar o relacionamento entre Funcionario e (select REF(C) from Cargo C where c.codigo = 230) );
Cargo. Queremos trazer todos os funcionários que têm INSERT INTO Funcionario VALUES (
o cargo menor que 200. Para cada funcionário, exibir o ‘04050’, ‘Raul da Silva’,
(select REF(C) from Cargo C where c.codigo = 230) );
nome, o cargo e o salário líquido, obtido com o método
calculaSalario().
Listagem 16. select de um varray usando “unnesting query” Listagem 18. criação de uma nested table
NOME
Na Listagem 18 começamos criando a object type TDependente.
NOMEDEP
Para que ela possa ser incorporada a uma object table como ---------------------------------
-----------------------
uma coleção de produtos, precisamos criar o tipo TListaDe- BARTOLOMEU VIEIRA
ANITA VIEIRA
pendentes que é uma tabela de TDependente. Repare que não BARTOLOMEU VIEIRA
é um array, mas uma tabela, que permite manipulações mais ANUSKA VIEIRA
BARTOLOMEU VIEIRA
livres e infinitas. VITOR VIEIRA
Depois criamos a object type TServidor, com o atributo dependen- JULIETA VIDAL
CARLO VIDAL
tes que estará apontando para o object type TListaDependentes. JULIETA VIDAL
SUZANA VIDAL
Agora vamos criar a object table Servidor. Contudo essa criação
apresentará um comando extra, que é da criação da tabela
aninhada. A tabela aninhada indica onde será armazenado o invistam no suporte necessário para que as empresas migrem
conteúdo do atributo dependentes. suas bases de dados para modelos orientados a objetos.
Na Listagem 19 vemos como inserir dados na object table Os benefícios para balizar essa decisão já existem, visto
Servidor. que bancos objeto-relacionais têm melhor perfomance, em
Na Listagem 20 vemos como recuperar os dados de Servidor. função do uso de ponteiros, além de oferecer consultas mais
Observe que a tabela TAB_DEPENDENTES não pode ser aces- rápidas e compactas. Desta forma, resta aguardarmos que
sada diretamente. A mesma é apenas um meio de armazena- a teoria dê lugar à prática, unificando todas as fases do de-
mento para os dados aninhados à object table Servidor. senvolvimento de sistemas, sob um único paradigma – o da
orientação a objetos.
Conclusão
Hoje a realidade aponta para o uso intensivo de modelos
Dê seu feedback sobre esta edição! Feedback
orientados a objetos. Para que os ganhos sejam reais, no nível eu
s
Dê
de banco de dados, o mapeamento objeto-relacional é usado A Engenharia de Software Magazine tem que ser feita ao seu gosto.
sobre e
em larga escala. Contudo, essa não é a melhor solução, pois Para isso, precisamos saber o que você, leitor, acha da revista!
s
ta
os bancos relacionais não foram concebidos para atender a
edição
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este tipo de modelo de negócios. Assim, espera-se que, mais
www.devmedia.com.br/esmag/feedback
cedo ou mais tarde, os grandes fabricantes de banco de dados
MELO, Ana Cristina. Apostila de Banco de Dados objetos-relacionais. GILLEANES, T.A.G.,“UML2 (2a Edição): Guia de Consulta Rápida”, Editora Novatec, 2005.
MELO, Ana Cristina. Desenvolvendo aplicações com UML 2.0: do conceitual à implementação. Rio GAMMA, E., HELM, R., JOHNSON, R., VLISSIDES, J.,“Padrões de Projeto”, Editora Bookman, 2000.
de Janeiro: Brasport, 2004.
GORTON, I.,“Essential Software Architecture”, Springer, 2006.
BEZZERRA, E.,“Princípios de Análise e Projetos de Sistemas com Uml”, 2007.
LARMAN, G.,“Utilizando UML e Padrões”, 3ed, Editora Bookman, 2007.
BOOCH, G., RUMBAUGH, J., JACOBSON, I.,“UML 2.0-Guia do Usuário”, Editora Campus, 2005.
MENDES, A.,“Arquitetura de Software”, Editora Campus, 2003.
FOWLER, M.,“UML Essencial”, 3ed, Editora Bookman, 2005.
WASZLAWICK, R.S., “Análise e Projeto de Sistemas de Informação Orientados a Objetos”, Editora
FOWLER, M.,“Refatoração - Aperfeiçoando o Projeto de Código Existente”, Editora Bookman, 2004. Campus, 2004.
Existem coisas
que não conseguimos
ficar sem!
www.devmedia.com.br/renovacao
C
na área de Engenharia de Software. È coorde- omo as organizações podem de-
nadora do Curso de Bacharelado em Sistemas finir qual a melhor combinação Em que situação o tema é útil?
de Informação das Faculdades Integradas
de projetos para seu portfólio e Como definir qual a melhor combinação de proje-
Barros Melo. Doutora e Mestre em Ciência da
Computação pela Universidade Federal de ainda alinhá-lo às suas estratégias de tos para uma organização, ou seja, qual o melhor
Pernambuco. Graduada em Engenharia Elé- negócio? A questão colocada reflete uma Portfólio? Atualmente, definir e manter essa com-
trica - Eletrotécnica pela Universidade Federal necessidade crítica que está presente, binação de forma sistematizada, sustentada por
de Pernambuco. Pesquisadora associada do tanto no setor público, quanto privado. parâmetros claros e coerentes, tem sido o grande
Núcleo de Telesáude - NUTES - HC -UFPE.
Fazer com que o Portfólio de Projetos re- desafio organizacional. Ter o melhor Portfólio
Carlos Henrique R. Alexandria flita as estratégias organizacionais não é também significa distribuir, da melhor maneira,
chra@dsc.upe.br tarefa trivial, tendo em vista que envolve entre os projetos, os recursos (humanos, físicos e
Possui graduação em Ciência da Computação a análise de vários cenários, tais como, financeiros) da organização, de modo que projetos
pela Universidade Católica de Pernambuco. necessidades do negócio, problemas importantes tenham prioridade.
Atualmente é mestrando em Engenharia da
corporativos, demandas dos clientes, ob-
Computação, pela Universidade de Pernam-
buco e Analista de Sistemas do Serviço Federal jetivos estratégicos, entre outros, que na
de Processamento de Dados, onde atua como maioria dos casos são avaliados apenas
Gerente de Projetos e Membro do Escritório de com base no sentimento dos executivos e Definição de Portfólio
Projetos da organização. Tem experiência na dos especialistas da organização. Possuir Para entender o que é um Portfólio,
área de Ciência da Computação, com ênfase
um processo decisório mais consciente e em primeiro lugar é preciso saber o que
em Engenharia de Software. Membro do gru-
po de pesquisa Project Management Impro- que não adote unicamente este sentimen- é uma organização, um projeto e um
vements in Software Engineering (PROMISE). to é a chave para resolver essa questão. programa. De acordo com Montana,
que são: Gerenciamento de operações, Gestão de múltiplos Gestão de Portfólio versus Gestão de Múltiplos Projetos
projetos, abordada na próxima seção, e o Gerenciamento de A grande diferença entre a gestão de portfólio e a gestão de
programas e projetos autorizados, que são os componentes múltiplos projetos está no foco organizacional desses proces-
que tentam garantir à organização que suas operações e pro- sos. A gestão de portfólio tem como uma de suas principais
jetos sejam executados de forma eficiente [PMI 2006]. preocupações o constante alinhamento estratégico dos seus
componentes, o que a aproxima do nível mais estratégico da
organização. Outra atribuição da gestão de portfólio, segundo
o PMI, está na identificação, seleção, avaliação e priorização
dos componentes do portfólio [PMI 2006].
No caso da gestão de múltiplos projetos, que tem o foco muito
mais operacional, devido ao fato de trabalhar em conjunto com
a gestão dos projetos em execução, a principal responsabilidade
está na distribuição equilibrada dos recursos disponibilizados
no portfólio aos projetos sob sua responsabilidade. Ou seja, a
gestão de múltiplos projetos estará constantemente analisando
a alocação dos recursos e re-distribuindo os disponíveis entre
seus projetos. Também poderá fazer parte do conjunto de
atividades da gestão de múltiplos projetos o auxílio na reso-
lução de conflitos no âmbito de cada projeto, apoio técnico em
metodologia de gestão de projetos, além do acompanhamento
gerencial para que os projetos alcancem as metas estabelecidas
e obtenham sucesso em relação aos seus requisitos.
É importante reforçar que a retirada de recurso em uso de
Figura 2. Exemplo do contexto organizacional onde o portfólio de um determinado projeto, para outro de maior prioridade, é
projetos está inserido [PMI 2006]
responsabilidade da gestão de portfólio, pois foi ela quem
Tanto as ações operacionais, quanto as de projetos, devem realizou a priorização dos projetos e está constantemente pre-
ser consideradas na gestão de portfólio. As ações operacio- ocupada com o bom andamento dos projetos de maior valor
nais utilizam atividades recorrentes e processos de gestão para a organização.
operacional para facilitar a execução do planejamento de alto
nível. Já os projetos utilizam processos de gerenciamento Relação entre a Gestão de Portfólio e a Gestão de
que permitam o planejamento e execução eficiente das ati- Projetos/Programas
vidades [PMI 2006]. Nesse nível tático de gestão, uma das A gestão de portfólio utiliza uma gama de informações
principais preocupações será fazer com que as operações coletadas a partir dos projetos e programas que o integram.
e os projetos sejam geridos de forma eficiente, trazendo De uma forma geral, são analisadas informações referentes
bons resultados, utilizando a quantidade mínima possível ao andamento das ações planejadas, ao esforço desprendido
de recursos, com o mínimo esforço e em conformidade com e ao orçamento. Esta análise tem como objetivo determinar
valores e normas organizacionais. ações necessárias para resolver desvios que forem sendo
O fato é que as organizações dependem de projetos e pro- identificados [PMI 2006].
gramas para atingir seus objetivos estratégicos. A gestão de A gestão de projetos/programas pode trabalhar em conjunto
portfólio permite interligação harmoniosa entre os projetos com a gestão de portfólio na determinação dos critérios de en-
e os objetivos estratégicos através da divisão e alocação de cerramento de suas ações, assim como, na avaliação para deter-
recursos [PMI 2006]. minar se um projeto/programa deve ou não ser cancelado. Outro
Sendo assim, a estratégia da organização impulsiona as ponto em que a gestão de projeto/programa pode interagir com
definições das metas e objetivos estratégicos. Esses objetivos a gestão de portfólio é no planejamento da capacidade de suas
são passados para a gestão de portfólio que visa garantir que ações, pois afetará a distribuição dos recursos (humanos, físicos
os projetos e programas da organização estejam alinhados e financeiros) disponíveis ao portfólio [PMI 2006].
para alcançar os objetivos da organização. Com base nesse Dependendo da estrutura organizacional, a gestão de por-
princípio, a gestão de portfólio irá selecionar, priorizar e tfólio, em conjunto com a gestão de projetos/programa, irá
aprovar projetos e programas para fazer parte do portfólio administrar a distribuição dos recursos (humanos, físicos e
da organização. A gestão de portfólio também deve estar financeiros) aos componentes do portfólio [PMI 2006].
preocupada com o equilíbrio do portfólio em termos de
retorno financeiro versus investimento e risco versus be- Métricas em Gestão de Portfólio
nefício, assim como, em negociar acordo entre as partes As métricas de gestão de portfólio normalmente incluem medi-
interessadas, por exemplo, entre a gerência executiva e os das sobre a capacidade de recursos disponíveis e o desempenho
gestores de projetos [PMI 2006]. do portfólio de uma forma geral. Essas métricas incluem:
Para ter sucesso neste papel, o Gerente de Portfólio deve Padrão de Gestão de Portfólio [PMI 2006]
ter algum nível de conhecimento nas seguintes áreas: Segundo o PMI, o Padrão para Gestão de Portfólio proposto
é composto de vários processos que possuem dependências
Visão Estratégica claras e são executados durante a gestão de cada portfólio.
O gerente de portfólio deve ter uma boa compreensão da Esses processos são independentes da área de aplicação ou
visão, missão e estratégia corporativa, de modo a auxiliar na negócio da organização que o utiliza. Eles foram agrupa-
otimização do portfólio da organização. Ele deve compre- dos em dois grupos, denominados Grupos de Processos de
ender o relacionamento entre os componentes do portfólio Gestão de Portfólio, detalhados a seguir:
e os objetivos estratégicos, assim como o plano para atingir • Grupo Processo Alinhamento: inclui os processos que
esses objetivos. dirão o que será gerenciado no portfólio, quais as categorias
e quais os componentes que serão avaliados e escolhidos,
Métodos e Técnicas de Gerenciamento de Projetos e ou não, para fazerem parte do portfólio.
Programas • Grupo Processo Monitoração e Controle: inclui os proces-
O gerente do portfólio deve ter um conhecimento avançado sos responsáveis pela monitoração periódica dos componen-
dos métodos e técnicas de gerenciamento de projetos e pro- tes, assim como o alinhamento dos mesmos às estratégias
gramas. Além disso, ele deve ser capaz de compreender não da organização.
só informações de alto nível sobre o andamento dos projetos,
mas também, os detalhes da gestão de projetos, de modo a Interações entre os Processos de Gestão de
determinar se esta gestão está sendo eficiente ou não. Portfólio
A Figura 3 apresenta um resumo dos processos que inte-
Desenvolvimento e Melhoria Contínua do Processo gram o Padrão de Gestão de Portfólio do PMI e mostra suas
O gerente do portfólio deve entender o desenvolvimento interações com o Plano Estratégico da Organização e com
e melhoria contínua do processo de gestão de portfólio, a Gestão de Projetos.
Avaliação
O objetivo deste processo é reunir todas as informações
necessárias para avaliar os componentes com a finalidade
de compará-los para facilitar o processo de seleção. As infor-
mações são levantadas para cada componente do portfólio e
Figura 3. Processo de Gestão de Portfólio – Ilustração de Alto Nível podem ser qualitativas ou quantitativas, vindas das mais va-
[PMI 2006] riadas fontes da organização. Deve-se ter o cuidado necessário
para não comprometer a precisão das informações durante a
A partir do diagrama disponibilizado na Figura 3, tem-se: atividade de levantamento. Gráficos, diagramas, documentos e
• Plano planejamento estratégico: é a base para tomada de recomendações são gerados para apoiar o processo de seleção.
decisões da gestão de portfólio, assim como, para determinar As principais atividades deste processo são:
o que cada portfólio irá fazer em termos de projetos. • Avaliar os componentes do portfólio através da aplicação de
• Processo de gestão de portfólio: representa uma série de modelos de pontuação que inclui critérios-chave;
processos integrados que abrangem desde a identificação a • Produzir representações gráficas para facilitar a tomada de
autorização de cada componente do portfólio. decisão no processo de seleção;
• Processo componente: é a aplicação de uma série de conheci- • Fazer recomendações para o processo de seleção.
mentos, habilidades, ferramentas e técnicas com o objetivo de
executar o componente que teve seu início autorizado. Seleção
O objetivo deste processo é produzir uma lista de compo-
Ainda de acordo com as informações apresentadas através nentes baseada nas recomendações do processo de avaliação
da Figura 3, o processo de Gestão de Portfólio é composto por e nas capacidades de recursos da organização. A avaliação
um conjunto de atividades de: determina o valor de cada componente, enquanto a capaci-
dade de recursos da organização determinar o número de
Identificação componentes que poderão ser autorizados a iniciar. Recursos
O objetivo deste processo é criar uma lista atualizada com organizacionais podem incluir recursos humanos internos e/
diversas informações sobre os componentes que estão em exe- ou externos, recursos financeiros, equipamentos e outros bens.
cução e sobre os novos componentes que entrarão no portfólio Esse processo gerará uma lista de componentes que representa
da organização. As principais atividades deste processo são: o melhor valor para a organização com base na capacidade
• Comparar os atuais componentes e as novas propostas de disponível. As principais atividades deste processo são:
componentes com os direcionamentos da organização; • Selecionar componentes com base nos resultados da avaliação
• Rejeitar os componentes que não estejam alinhados com as e da capacidade da organização;
diretrizes da organização; • Definir os recursos humanos, financeiros e capacidade de
• Classificar os componentes identificados em classes pré- ativos da organização;
definidas, tais como projeto, programa, portfólio, entre • Fazer recomendações para o processo de priorização.
outros.
Priorização
Categorização O objetivo deste processo é classificar os componentes dentro
O objetivo deste processo é separar os componentes em ca- de cada categoria estratégica ou de financiamento (inovação,
tegorias empresariais relevantes, de modo que um conjunto redução de custos, crescimento, manutenção e operações), de
comum de filtros e critérios de decisão possa ser aplicado tempo de retorno do investimento (curto, médio ou longo pra-
durante os processos de avaliação, seleção, priorização e ba- zo), de risco versus retorno ou de foco organizacional (cliente,
lanceamento. Essas categorias são definidas com base no plano fornecedor e interno) de acordo com critérios estabelecidos.
estratégico. Os componentes de uma determinada categoria Essa etapa classifica os componentes para posteriormente fa-
terão um objetivo comum e poderão ser medidos com base nes- cilitar a análise e o balanceamento do portfólio. As principais
se objetivo, independentemente da sua origem na organização. atividades deste processo são:
A categorização dos componentes permite que a organização • Confirmar a classificação dos componentes nas categorias
eventualmente possa equilibrar os seus investimentos e seus estratégicas previamente determinadas;
riscos entre todas as categorias e objetivos estratégicos. As • Estabelecer e aplicar critérios de pontuação nos componentes,
principais atividades deste processo são: gerando assim a classificação dos mesmos;
• O processo decisório de avaliação de projetos deve finalizar a viabilidade de desenvolvimento e de produção, além dos
os projetos ruins, fazendo com que o portfólio esteja cada vez possíveis custos e tempo de execução do projeto.
mais alinhado com os objetivos da organização.
Portão 2 – Segundo Exame da Idéia
A seguir será detalhado o processo Stage-Gate, como visua- Este estágio é praticamente uma repetição do Portão 1, onde o
lizado através da Figura 4, de desenvolvimento de novos pro- projeto é reavaliado, no entanto, com base nas informações for-
dutos. Este modelo fragmenta o desenvolvimento do produto necidas pelo Estágio 1. Neste ponto, o nível de incerteza referente
em estágios pré-determinados, onde cada estágio consiste de às informações adquiridas já é um pouco menor. Se a decisão for
um conjunto de atividades pré-definidas. de prosseguir, o projeto passará para um estágio onde já ocor-
rerão maiores gastos. Complementarmente, são utilizadas listas
de verificação para fatores que devem ser atendidos e modelos
ponderados para fatores que se desejam atender.
Estágio 5 – Lançamento
Neste estágio são executados os planejamentos realizados
para o lançamento do produto e sua colocação em operação,
o que certamente envolverá todo o marketing planejado.
Após o lançamento, se inicia a fase de encerramento do
projeto que contempla atividades como liberação da equipe Figura 5. Processo Integrado de Seleção de Projetos [Archer e
envolvida, liberação de recursos alocados, encerramento dos Ghasemzadeh 1999]
contratos, comunicação formal a todas as partes envolvidas, Pré-filtragem
entre outras. Nesta fase, que utiliza informações produzidas no Desenvolvi-
mento Estratégico, busca-se garantir que todas as proposições de
Revisão pós Lançamento projetos considerados para entrar no portfólio estejam alinhados
Neste momento será realizada uma avaliação criteriosa do com os objetivos estratégicos da organização. Nesta fase tam-
projeto onde é revisado todo o seu desempenho e seus pontos bém será realizada uma análise de viabilidade e estimativas de
fortes e fracos. Todas estas informações serão registradas, de parâmetros necessários para avaliar cada projeto, bem como as
modo a servirem como lições e base de conhecimento para metas para cada parâmetro, o que será uma fonte de informações
o desenvolvimento de novos projetos, aumentando assim a para outras fases. Projetos essenciais também são identificados
qualidade dos projetos da organização. Essa etapa marca o neste ponto, uma vez que serão incluídos no restante do processo
fim do projeto. de seleção do portfólio. Projetos essenciais podem incluir ações
de melhorias aos produtos da organização que deixaram de ser
Processo Integrado de Seleção e Priorização de competitivos, ou seja, são os projetos sem os quais a organização
Projetos [Archer e Ghasemzadeh 1999] não poderia funcionar adequadamente.
Segundo Archer e Ghasemzadeh, o processo de seleção de
projetos na gestão de portfólio é de suma importância para Análise Individual de Projeto
esta gestão e ocorre com bastante frequência em muitas orga- Nesta fase um conjunto de parâmetros necessários para a próxi-
nizações. Há muitas técnicas disponíveis para auxiliar neste ma fase é calculado separadamente para cada projeto, tendo como
processo, no entanto, não existe um processo integrado para base as estimativas disponíveis nas análises de viabilidade e/ou
a sua execução. no banco de dados de projetos da organização. Algumas técnicas
O processo proposto por Archer e Ghasemzadeh simplifica poderão ser utilizadas nesta fase para realizar as estimativas, tais
a seleção de projetos em um portfólio através do desenvol- como, levantamento dos riscos do projeto, valor presente líquido,
vimento de uma estrutura que separa o trabalho em fases retorno sobre o investimento, entre outras. Projetos em andamen-
distintas. Cada fase é responsável por um objetivo particular to também poderão ser re-avaliados nesta fase, proporcionando
e cria insumos para a próxima fase. O processo também per- estimativas com menor grau de incerteza em relação aos projetos
mite que os usuários sejam livres para escolher as técnicas que estão sendo propostos. A saída desta fase é um conjunto de
mais adequadas para cada fase ou, em alguns casos, omitir ou estimativas de parâmetros para cada projeto.
até mesmo modificar uma fase com o intuito de simplificar e
agilizar o processo. Filtragem
O processo integrado de seleção de projetos, como visualiza- Nesta fase, que ocorre após a fase de análise individual dos pro-
do através da Figura 5, mostra as principais etapas represen- jetos, são verificados criteriosamente os parâmetros produzidos na
tadas pelas caixas delineadas por linhas escuras. Já as figuras análise. Essa filtragem servirá de base para a seleção dos projetos,
ovais representam as atividades que antecedem a execução do assim como, para eliminar quaisquer projetos que não preencham
processo, que conta também com as atividades representadas critérios pré-estabelecidos. Vale ressaltar que projetos obrigatórios
pelas caixas delineadas por linhas claras, as quais fornecem ou necessários para apoiar outros projetos não serão eliminados.
informações de entrada e recebem informações de saída pro-
duzidas no processo de seleção. Seleção do Portfólio Ótimo
Nesta fase são consideradas e analisadas as interações entre
A seguir serão detalhadas as principais atividades que com- os projetos, suas dependências e competição por recursos,
põem o processo integrado de seleção de projetos. assim como o valor do projeto para a organização. Com base
nestas informações podem ser produzidos modelos de pon- O Impacto da Gestão de Portfólio de Projetos em Projetos
tuação e gráficos, que auxiliarão os tomadores de decisão na de Tecnologia da Informação [Reyck et al 2005]
seleção do melhor portfólio, permitindo avaliações quantita- Neste trabalho foi avaliado se existe uma correspondên-
tivas e qualitativas. cia entre a utilização de processos de Gestão de Portfólio
de Projetos e as melhorias no desempenho dos projetos
Ajuste do Portfólio do portfólio. O estudo apontou uma forte correlação entre
Nesta fase, que é a etapa final do processo, é realizada a aná- aumentar a adoção de processos de Gestão de Portfólio e
lise do portfólio como um todo, buscando o equilíbrio entre os uma redução dos problemas relacionados com projeto, assim
projetos selecionados. Para isso, serão verificadas caracterís- como, melhoria no desempenho dos projetos.
ticas críticas de importância dos projetos, por exemplo, valor
presente líquido, estimativa de tempo para finalizar, risco, Portfolius: Um Modelo de Gestão de Portfólio de Projetos
entre outras. Como exemplo do equilíbrio a ser alcançado no de Software [Correia 2005]
portfólio, pode-se falar que a proporção de projetos de alto Neste trabalho foi proposto um processo, que é um modelo
risco não deve ser muito elevada, devido ao fato de que as de gestão de portfólio de projetos de software, com a finali-
falhas de vários desses projetos pode ser perigo para o futuro dade de auxiliar os tomadores de decisões de uma empresa
da organização. Por outro lado, os projetos de baixo risco, que de desenvolvimento de software na escolha do portfólio de
geralmente não trazem elevado retorno financeiro quando projetos mais adequado à realidade da organização. O mo-
comparados aos de alto risco, não podem ser maioria absoluta delo proposto possibilita a criação de uma ligação entre os
no portfólio, o que prejudicaria o seu valor. projetos e a estratégia da organização e auxiliará na adoção
uma visão de longo prazo.
Considerações Finais e Sugestões de Leitura
A Gestão de Portfólio é um processo que vem sendo traba- Seleção de Projetos em um Portfólio para Apoio a Tomada
lhado por diversos autores estudados neste levantamento, de Decisão [Ghasemzadeh e Archer 2000]
que sempre colocam em evidência como núcleo deste pro- Neste trabalho foi discutida a implementação de uma
cesso as atividades de identificação, seleção, priorização e estrutura organizada para a seleção de projetos em um por-
balanceamento dos projetos do portfólio, além da gestão dos tfólio através de um Sistema de Apoio Tomada de Decisão
recursos (humanos, físicos e financeiros) disponibilizados no (SATD), que foi chamado de Sistema de Seleção e Análise
portfólio. de Projeto (SSAP). Foram descritos os resultados dos testes
Entendemos que as organizações que realizam estas ativida- laboratoriais realizados para medir sua usabilidade e qua-
des citadas, conseguindo alcançar, através dos projetos, seus lidade, comparado com os processos de seleção manual,
objetivos estratégicos, metas e indicadores estabelecidos em na seleção de problemas típicos da portfólio. Também foi
seu planejamento, estão cumprindo o objetivo principal da discutido o potencial da SSAP no apoio empresarial a to-
Gestão de Portfólio. mada de decisão.
Como sugestão de leitura para aprofundamento nos prin-
cipais assuntos abordados neste artigo sugerimos as fontes Um Processo Integrado para Seleção de Projetos em um
citadas a seguir: Portfólio [Archer e Ghasemzadeh 1999]
Para um maior detalhamento sobre o Padrão de Gestão de Neste trabalho foi proposto um processo integrado para
Portfólio de Projetos do PMI ler: The Standards For Portfolio seleção de projetos na gestão de um portfólio. O processo
Management [PMI 2006] e Portfolio Management For New de seleção proposto segmenta o trabalho em fases distintas,
Products [Cooper et al 2002]. onde cada fase aborda um objetivo específico e cria insumos
Para um maior detalhamento sobre o Gestão de Projetos para a próxima fase. O processo pode ser utilizado sob a
ler: A Guide to the Project Management Body of Knowledge forma de um sistema de apoio a decisão.
[PMI 2004], Advanced Project Management: Best Practices
on Implementation [Kerzner 2004] e Project Management: A
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Systems Approach to Planning, Scheduling, and Controlling
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[Kerzner 2006]. A Engenharia de Software Magazine tem que ser feita ao seu gosto.
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[PMI 2004] PMI - Project Management Institute. (2004) A Guide to the Project Management Body of [Ghasemzadeh e Archer 2000] F. Ghasemzadeh, N. P. Archer. Project portfolio selection through decision
Knowledge. 2004. Project Management Institute. Four Campus Boulevard. Newtown Square. USA. support. Decision Support Systems,Volume 29, Issue 1, July 2000, Pages 73-88
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