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02 - Aula 3
02 - Aula 3
Gordurosa Não
Alcoólica
Definição
Doença Hepática OU Disfunções Metabólicas
Gordurosa Não Alcoólica Associadas a Gordura no Fígado
TRATAMENTO NUTRICIONAL
Alwahsh (2016); EASL, EASD, EASO (2016) ; ESLAM (2020)
Definição
Acúmulo de Geralmente
Triglicerídeos
nas células RI associado com
resistência à
hepáticas insulina
Destes, 20%
25% da
população evoluem
para a
desenvolve Esteatose >5%
Esteato
esteatose ao
Hepatite
longo da vida
Balonização
Inflamação
lobular
Acúmulo de Malignização
Gordura INFLAMAÇÃO FIBROSE
hepática
Esteato- Cirrose Hepato
Dietrich e Hellerbrand (2014) Esteatose hepatite carcinoma
Etiologia
Incidência e progressão:
Acúmulo de gordura
IMC < 30 Kg/m2 (ou Podem desenvolver
visceral e/ou possuem
até 25 Kg/m2) algum grau de
disfunções metabólicas
DHGNA
AG B oxidação
ALIMENTAÇÃO Pool de
TG Esteatose
AGs
AG AG
CHO TG
Lipogênese
de novo
A esteatose simples
não ↑morbidade e
VLDL morbimortalidade,
mas pode evoluir para
NASH
Parry & Hodson (2017); Hodson et al (2019)
Fisiopatologia da esteatose
Existem diversos mecanismos pelos quais a
gordura começa a se acumular no fígado:
Um aumento na chegada de ácidos graxos até
o fígado através da lipólise do tecido adiposo
PERIFÉRICA CENTRAL
(tecido adiposo e músculo) Resistência a insulina
hepática, devido a inflamação
Translocação de GLUT 4
e acúmulo de ácidos graxos
Lipólise do Tecido Adiposo
PEPCK e Glicose-6-fosfatase
Kitade et al (2017)
Fisiopatologia
Norma Esteatose NASH Cirrose
l
Kitade et al (2017)
Fisiopatologia da NASH
15 a 25% dos portadores
de esteatose simples NASH: 3% dos não
podem progredir para obesos e 20% dos
NASH obesos
Recentemente
Esteatose
Oxidação
demonstrou-se que a
inflamação, presente
AG
Esgotamento da
na obesidade, pode ↑ EROs oxidação
anteceder a mitocondrial de AG
esteatose hepática Inflamação
Obesidade
Adiposo visceral Ativação da via de
NASH sinalização do
NFkB ® Citocinas
↑ TNF-α pró-inflamatórias
↑ IL-6
Ativa células de Kupffer -
Citocinas pró-inflamatórias
Day, James., 1998; Leclerc et al., 2000; Madan et al., 2006; Olieveira et
Ativa células estreladas: fibrose
al., 2005; Yang et al., 2000; Friedman, 2008; Tilg, Moschen (2010)
Fisiopatologia
Fatores genéticos e epigenéticos
Adipocinas
Microbioma
Esteatose Alimentação
Acúmulo Produtos finais de Glicação
de gordura
avançada (AGEs)
Fígado saudável
ESTRESSE OXIDATIVO E
INFLAMAÇÃO
Cirrose NASH
Fernando et al (2019)
Fisiopatologia
HOMEOSTASE INFLUXO/ EFLUXO
GLICÊMICA DE GLICOSE
INSULINA INSULINA
GLUT
GLUT GLICOSE
GLICOSE 2
2
Consumo
Excesso de de bebidas
Padrão
gorduras adoçadas
ocidental
saturadas
INFLAMAÇÃO
Fisiopatologia
Há também outras desordens metabólicas associadas, sendo
que a estetatose hepática já é considerada uma das Condições
que pode envolver o quadro de Síndrome Metabólica
Dislipidemias Hipertensão
Síndrome Metabólica
Fisiopatologia
Prevalência destas condições em pacientes com esteatose e NASH
≥5: EHNA
4: provável EHNA
Lan et al (2005)
≤3 sem EHNA
Diagnóstico da Esteatose/ NASH
Elevação crônica de Descartar outras
ALT/ AST doenças hepáticas
- Síndrome metabólica
- RI Sim Reeducação alimentar/
- DM2
exercício, emagrecimento
- Obesidade especialmente
ICM>35 kg/kg² - Ressonância magnética: sem
exatidão se a gordura for <33%
Não - Ultrassonografia: é o exame
mais utilizado para detectar
esteatose
- Níveis baixos de
Quando os testes não- ALT/ AST elevado durante
albumina e plaqueta
invasivos 6 meses
- Hepatomegalia
não são concluintes
Biópsia hepática?
3) Descartar
• Hepatite viral: hepatite B, C, A ou E.
• A hepatite viral e DHGNA/EHNA podem existir em um
mesmo paciente.
• Doença hepática induzida por medicamentos.
WGO (2012)
Tratamento Nutricional
O tratamento primário da
Esteatose Hepática Não
Alcoólica é a mudança de
estilo de vida,
principalmente a
alimentação!
Os macros e micronutrients da
dieta definem se a DHGNA vai
progredir ou retroceder!
Chakravarthy et al (2020)
A mudança de estilo de vida é fundamental!!
American Association for the Study of Liver Diseases:
redução de pelo menos 3 a 5% do peso corporal
Rinella et al (2016)
Foco: perda de peso progressiva!
Restrição Perda de 5
calórica: a 10% de
500 a 1000 peso
Kcal/dia corporal
DIMINUIÇÃO
MELHORA DA DAS CELULAS
RESISTENCIA ADIPOSAS
INSULÍNICA
Exemplo:
Paciente com:
100 kg, 1,65 m
IMC= 36,7 km/m2
CHO (glicose
e/ou frutose) Favorecem o acúmulo
de gordura no fígado,
DIETA e/ou especialmente se
HIPERCALÓRICA associadas a resistência
LIP (total e/ a insulina!
ou saturado)
Macronutrientes
DIETA HIPERCALÓRICA: CHO X LIP
Macronutrientes
ACÚMULO DE
HIPERCALÓRICA
GORDURA NO
PROTEÍNA Mas, em ambos
DIETA FÍGADO
os casos HÁ
HIPERCALÓRICA ACÚMULO DE
X GORDURA NO
PROTÉINA FÍGADO!!
ACÚMULO DE
HIPERCALÓRICA
GORDURA NO
PROTEÍNA
FÍGADO
Macronutrientes
Alimento/bebida
rica em açúcar ESTÍMULO À SÍNTESE E
e/ou gordura ACUMULO DE GORDURA
DIETA ENTRE as refeições HEPÁTICA
HIPERCALÓRICA
X
HORÁRIO DE Alimento/bebida
rica em açúcar ESTÍMULO À SÍNTESE E
CONSUMO ACUMULO DE GORDURA
e/ou gordura com
as refeições HEPÁTICA
Macronutrientes
CARBOIDRATO
Levam a diminuição do
DIETA acúmulo de gordura
e/ou
HIPOCALÓRICA hepática e oxidação da
gordura já acumulada
GORDURA no fígado
FOCO:
INDIVIDUALIDADE
E ADESÃO!
Macronutrientes
DIETA HIPOCALÓRICA
Macronutrientes
LIPÍDEOS
RECOMENDAÇÃO:
ÁCIDOS GRAXOS ÁCIDOS GRAXOS
SATURADOS INSATURADOS até 30% do VET
(preferencialmente
PUFA e MUFA)
AGs Saturados:
até 7%/10%
GORDURA NO
LIPÓLISE
FÍGADO
ESTRESSE INFLAMAÇÃO
OXIDATIVO
DISBIOSE
INTESTINAL Kargulewicz (2014); Berná, Romero-Gomez (2020)
Macronutrientes
Avaliaram se o alto consumo de ácidos graxos
saturados e poli-insaturados levam a diferentes
resultados quanto ao acúmulo de gordura
hepática em adultos com sobrepeso ou
obesidade
8 SEMANAS 4 SEMANAS
Melhoram a
sensibilidade a insulina
Promovem a expressão de
genes da Beta Oxidação e
exportação de AGs do fígado
AÇÃO ANTI-
INFLAMATÓRIA
RESPOSTA ANTI RESPOSTA
ESTEATOSE ANTIOXIDANTE
250 mg de DHA/dia
em crianças
Hidroxitirosol Esqualeno
Compostos fenólicos Lignana
O uso de azeite de oliva
extra virgem como
gordura principal da
dieta pode ser uma opção
interessante na DHGNA
Efeitos Redução da
imunomoduladores peroxidação lipídica
Diminui a peroxidação Fluidez da membrana Padrão da dieta
lipídica e os danos dos hepatócitos
oxidativos ao DNA do Mediterrâneo
RESPOSTA
ANTIOXIDANTE
RESPOSTA AÇÃO
ANTI ANTI-
ESTEATOSE INFLAMATÓRIA
MAIS DIRECIONADA A
FORMAÇÃO DE
ÁCIDOS GRAXOS
SAÚDE
INTESTINAL SÍNTESE LIPÍDICA
RESISTÊNCIA
INSULINA
INSULÍNICA
DISBIOSE
INTESTINAL
Kargulewicz (2014); Berná, Romero-Gomez (2020)
Frutose *gramas de frutose em
100g ou ml de alimento
50% frutose
29,5g* 58g* 8,4g* até 7g*
50% glicose
mg/ 100g
O consumo de frutose passou de
Xarope de milho 29,5
15g/dia em 1900 para 55g/dia em 2017
Maçã com casca 7,6 O consumo por adolescentes pode alcançar 73g/ dia
Uva 7,8
Diraison et al. (2003) ; Abdelmalek (2010) ; Gaino, Silva (2011); Schwingshackl et al. (2015) ; Sharma et al. (2016)
Frutose
CONSUMO DE FRUTOSE
EXPRESSÃO DE GLU5
ABSORÇÃO DE FRUTOSE
O metabolismo da frutose e da
glicose é diferente tanto no intestino,
quanto no fígado
GLICOSE
GLICOSE
SGLT1
Na Na
GLUT
FRUTOSE
2
GLUT
FRUTOSE AUMENTO DA GORDURA
5
NO FÍGADO E
DISLIPIDEMIA
Frutose A frutose tem efeitos tanto
na homeostase da glicose
quanto na lipogênese, a
depender das necessidades
energéticas da célula
GLICOSE G6P
GK Via Glicolítica
SACARASE
SACAROSE
HK ACETIL CoA
FRUTOSE F6P
GK
FRUTOQUINASE
INDEPENDENTE AG
DE INSULINA!!!
Frutose
Xarope Xarope
Estudo feito em porcos de milho de milho
Esteatose
Fibrose
Consumo diário
Consumo de 70,4 g x 52,6 g
frutose por
crianças e Com escore Sem escore
adolescentes para para
NASH NASH
Castro (2011); Mosca (2017
Frutose
OBJETIVO
Verificar a lipogênese
Aproximadamente
8 bananas!!
6 indivíduos consumiram
85g de açúcar: glicose ou
frutose
25% glicose 75% frutose Maior teor de
50% glicose 50% frutose frutose: maior
100% glicose lipogênese
Frutose
Como os produtos
Já as frutas tem fibras,
industrializados que
vitaminas, minerais e
possuem xarope de milho
compostos bioativos. É
(50-60g de frutose na
bem diferente do xarope de
composição)
milho.
Frutose
RECOMENDAÇÃO:
Moderada a alta em
carboidratos
(40 a 50% do VET) Importante:
Qualidade desses carboidratos
Aumentar o consumo Adesão da dieta
de fibras
Kirk (2009)
LOW CARB X LOW FAT
170 obesos/ sobrepeso com esteatose
Haufe (2011)
Macronutrientes
PROTEÍNAS
FOCO NA QUALIDADE
RECOMENDAÇÃO: E NO TEOR DE
GORDURA SATURADA
Normoproteica
Preferencialmente: peixes
(15 - 20% DO VET)
(atum, salmão, sardinha)
e protéina vegetal
Kargulewicz (2014)
Dieta Mediterrânea e antioxidantes
Estudo randomizado que avaliou
os efeitos da dieta mediterrânea e
do uso de antioxidantes em 50
adultos com sobrepeso (IMC > 25
Kg/m2) DHGNA durante 6 meses
IMC IMC
CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA
CIRCUNFERÊNCIA DO QUADRIL CIRCUNFERÊNCIA DO QUADRIL
MELHORA DOS VALORES MELHORA DA PRESSÃO ARTERIAL
SÉRICOS DE GAMA GT, PERFIL MELHORA DOS VALORES SÉRICOS
LIPÍDICO DE GAMA GT, PERFIL LIPÍDICO,
INDÍCE DE GORDURA HEPÁTICA
MARCADORES HEPÁTICOS,
GLICOSE EM JEJUM, INSULINA
INDÍCE DE GORDURA HEPÁTICA
MELHORA NOS MARCADORES DE
RESISTÊNCIA A INSULINA:
HOMA IR e TG/GLUCOSE
INFLAMAÇÃO
ESTRESSE
OXIDATIVO
INFLAMAÇÃO
Pickett-Blakely et al (2018)
Micronutrientes
A oferta adequada (nem
deficiência, nem excesso)
de micronutrientes é um
fator importante na
prevenção da evolução da
esteatose para quadros
mais graves
INFLAMAÇÃO
Esteatose NASH
Micronutrientes X DHGNA
Pickett-Blakely et al (2018)
Micronutrientes
Micronutrient Níveis séricos Mecanismo Tratamento
es na DHGNA
Zinco Antioxidante, lipoprotetor e Sem terapia definida
antifibrótico
Cobre Antioxidante e lipoprotetor Sem terapia definida
REDUZ A ESTEATOSE
HEPÁTICA
MELHORA NOS NÍVEIS DAS
ENZIMAS HEPÁTICAS
PODE REDUZIR A
INFLAMAÇÃO Consenso da Sociedade
Brasileira de Hepatologia DOSE:
É recomendado o uso de vitamina 800 UI/DIA
E para pacientes com diagnóstico (a curto prazo)
de NASH na histologia
Vadarlis et al (2020)
Vitamina E
¯ esteatose
¯ ALT 9 pacientes com NASH
¯ ¯inflamação 800mg/ dia durante 24 semanas
¯ ¯balonização
Uso de pioglitazona aumentou ¯ALT, ¯ esteatose, inflamação não alterou
o peso dos pacientes
Yakaryilmaz (2007); Sanyal et al (2010)
Vitamina E
Barchetta et al (2017)
Carotenoides
Diminuem o
recrutamento de células
imunes pró inflamatórias:
¯ Inflamação e fibrose
Diminuem a expressão de
macrófagos M1 e ativam os
do tipo M2:
¯ Inflamação e Resistência
a insulina
Diminuem a peroxidação
lipídica e a lipogênese:
¯ Esteatose
Kitade et al (2017)
Carotenoides
Apesar de os carotenoides se
tratarem de antioxidantes capazes
de diminuir a peroxidação lipídica
assim como a vitamina E, os
estudos já realizados não
demonstraram o mesmo efeito,
sendo necessários mais estudos
para que a suplementação de
carotenoides seja um consenso no
tratamento da DHGN
Incluir na alimentação!
Outras possibilidades
Barberina
(500 mg/dia)
Curcumina
(400 a 2000
Resveratrol mg/dia)
(> 150 mg/dia)
Silimarina
Coenzima Q10 (150 a 600
(100 a 300 mg/dia)
mg/dia)
Cicero et al (2018)
Vitamina E, Fosfatidilcolina e Silimarina
180 pacientes com
diagnóstico histológico
de DHGNA foram
divididos em
intervenção e controle
Intervenção:
• 188 mg de Silibina (composto Normalização das transaminases
ativo da Silimarina) Redução de Gama GT
• 388 mg de Fosfatidilcolina Redução da esteatose hepática
• 180 mg de Vitamina E Melhora da sensibilidade a insulina
Federico et al (2017)
Ácido Lipóico
50 pacientes obesos com
diagnóstico de DHGNA foram
divididos em intervenção e
controle
12
semanas
600 mg de Ácido 400 mg de
Lipóico 2x/dia + Vit. E
400 mg de Vit. E Outro estudo seguiu a
mesma intervenção e
Intervenção: amostra, mas não
Melhora nos níveis séricos de incluíram a vitamina E
adiponectinas e IL-6 (p<0,05),
Observaram melhora na
mas sem diferenças quanto as
resistência a insulina, níveis
enzimas hepáticas e esteatose
séricos de adiponectinas e leptina
hepática
Rahmanabadi et al (2019); Hosseinpour-Arjmand (2019)
Coenzima Q10
Consumo de vitamina C,
vitamina K, folato, ômega 3,
oleaginosas, sementes
e vegetais
melhora do
DOSE:
L. acidophilus metabolismo
e B. lactis lipídico 3,5 UFC/dia
Avaliar
individualmente
Probióticos
2a7
Probióticos e Simbióticos
meses
Avaliar individualmente:
ü Dose
¯ Esteatose hepática ü Tipos de Cepas
¯ ALT e AST ü Presença de disbiose
¯ Triglicerídeos e LDL ü Desconfortos com o uso
¯ Resistência a Insulina ü Tempo de suplementação
¯ TNF alfa ü Necessidade da suplementação
Prébióticos
Microbiota intestinal Exemplos:
fermenta os probióticos Psyllium,
produzindo AGCCs Biomassa da
(Butirato e Propianato) banana
verde, Goma
Guar, FOS
Esses AGCCs no fígado
tem ação anti-lipogênica
e anti-inflamatória
¯ Esteatose hepática
¯ Inflamação
Tilg et al (2016)
Glutamato monossódico
Aditivo usado para aumentar o
sabor do alimento, especialmente
em congelados e culinária asiática:
umami
Obesidade / esteatose
Collison (2009)
Berná, Romero-Gomez (2020)