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BELÉM/PA
2015
UNAMA - UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
CCET - CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA
BELÉM/PA
2015
JUESLEY BRUNO PACHECO VIEGAS
BANCA EXAMINADORA
_______________________________
Prof. Msc. Tatiane Torres de Madeiro
(UNAMA - Orientadora)
_______________________________
Prof. Msc. Emerson Cardoso Rodrigues
(UNAMA - Co – Orientador)
_______________________________
Mcs. Iara Ferreira Santos
(UFPA – Membro)
Agradeço primeiramente a Deus, pela vida, por ter me dado coragem e força para seguir
em frente com garra e determinação, à virgem Nossa Senhora de Nazaré, pela interseção junto
ao seu filho, com as graças alcançadas.
Ao meu pai José Osvaldo Costa Viegas, pelo incentivo à educação dos filhos, pelo apoio
nas decisões tomadas por mim, agradeço pela garra e serenidade em frente aos problemas no
decorrer do curso, os seus ensinamentos e conselhos sempre oportunos nas horas mais difíceis.
A minha mãe Jurema do Socorro Pacheco Viegas, pelo incentivo não só a mim mais a
todos os meus irmãos ao caminho da leitura e do saber, ensinando e incentivando sempre a
educação como formação imprescindível ao ser humano.
Aos meus irmãos, Jucylene, Josyrema, José Osvaldo Junior, José Luis e José Augusto
pelo companheirismo de sempre, pelos momentos sempre aconchegantes ao entorno de nossa
família. Agradeço à cada um de vocês a amizade e carinho.
A minha namorada Cheila Queiroz, pelo amor, respeito, companheirismo, obrigado pela
atenção, pelo apoio incondicional, pelas ligações e conversas sempre inspirando paz,
tranquilidade e amor.
Aos meus familiares e amigos que direta ou indiretamente me ajudaram nessa jornada,
agradeço a todos pelo apoio nessa grande conquista alcançada.
Agradeço a minha orientadora Tatiane Madeiro, pela atenção e disponibilidade, pelas
orientações pertinentes, sempre carinhosa com seus orientandos, obrigado pela acolhida.
Ao meu co-orientador Emerson Rodrigues, também pela disponibilidade e atenção, com
orientações precisas sempre relevantes de grande sabedoria, meu muito obrigado.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivos, simular o comportamento da rede de distribuição de água do
sistema de abastecimento de Melgaço, feita com o software Epanet, e avaliar a qualidade da
água do abastecimento público utilizando resultados da Fundação Nacional de Saúde
(FUNASA) juntamente com resultados obtidos para este trabalho. No estudo de caso foram
abordados os dois complexos de abastecimento de águas (Senador Lemos e São Miguel). A
simulação contemplou apenas o complexo São Miguel devido à falta de dados do outro sistema.
No complexo São Miguel foram identificadas as pressões nas tubulações, perdas de cargas
usando a fórmula de Hazen-Williams, velocidades do fluido nas tubulações e a vazão em cada
trecho da rede, foram detectadas pressões entre 22,95 e 27,76 m, todas de acordo com a NBR
12218/94. Na análise de qualidade da água foram identificados valores fora dos padrões de
potabilidade de acordo com a Portaria 2914/11 do Ministério da Saúde, de Ferro, Turbidez, Cor
e a presença de coliformes totais e Escherichia Coli.
This work aims to simulate the behavior of the distribution network of water Melgaço supply
system, made with Epanet software, and identify the quality of water from the public supply
using data from the National Health Foundation (FUNASA) along with results obtained for this
work. In the case study the two water supply systems were discussed (Senator Lemos and Sao
Miguel). The simulation just stared at the San Miguel complex due to lack of data give another
system. Colplex in San Miguel were identified pressures in the pipes, loss of loads using the
formula of Hazen-Williams, fluid velocities in pipes and flow in each section of the network,
pressures were detected between 22.95 and 27.76 m, all according to NBR 12218/94. Water
quality analysis were identified values outside the potability standards according to Decree
2914/11 the Ministry of Health, Iron, Turbidity, color and the presence of total coliforms and
E. coli.
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 15
2 OBJETIVOS ............................................................................................................... 13
3.9 SIMULAÇÃO............................................................................................................... 39
8 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 67
9 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 69
1 INTRODUÇÃO
A água é um bem de suma importância para a vida, sem ela não sobreviveríamos, seu
consumo implica em vitalidade, porém necessita estar em condições ideais para ingestão. A
qualidade da água já é afetada por condições naturais devido a precipitação, onde pelo
escoamento superficial partículas, substancias e impurezas se infiltram no solo.
A interferência humana traz grandes problemas de poluição hídrica, tanto pelos despejos
de esgotos domésticos, industriais, acumulo de resíduos sólidos e tantas outras formas de
poluição. O sistema de abastecimento público tem como papel fundamental atender a população
com quantidade e qualidade de água adequadas de maneira que contemple as necessidades
relacionadas a saúde e ao desenvolvimento industrial.
No Brasil a implantação de sistemas de abastecimentos de água teve aumento nas
décadas de 1970 a 1980 devido a implementação do Plano Nacional de Saneamento
(PLANASA), o que permitiu ao país atingir um índice de atendimento em cerca de 90% da
população urbana. Porém, verifica-se em muitos centros urbanos a deficiência de sistemas de
abastecimento de água, devido ao desgaste pelo tempo e a falta de manutenção principalmente
nas redes de distribuição de água, onde apresentam rompimentos, vazamentos gerando
incômodos no atendimento. Sendo assim, muitos problemas de qualidade de água são devidos
à pressões inadequadas nas tubulações além da falta de tratamento.
Assim, com estes problemas identificados, necessita-se avaliar a situação dos sistemas
de abastecimentos, identificar possíveis melhorias e adequar o seu funcionamento para
reabilitação e eficiência dos serviços. Redes de abastecimentos antigas precisam ser
reabilitadas, prolongadas de acordo com o crescimento populacional, bem como a ampliação e
construção de novas redes e sistemas de abastecimento. Nesses casos onde as tubulações estão
deterioradas e antigas, e os serviços não oferecem manutenção adequada, a perda é constante,
o desperdício gera grandes transtornos e falha no abastecimento, além de possibilitar a
contaminação da agua fornecida .
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2 OBJETIVOS
2.1 GERAL
2.2 ESPECÍFICO
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Aspectos Geológicos
Aspectos Pedológicos
Aspectos Climatológicos
Segundo Von Sperling (2014, p. 15) a água é o constituinte mais abundante na matéria
viva, com fundamental importância para a manutenção da vida. O peso do corpo humano é
cerca de 60% constituído por água. A sua distribuição é dividida da seguinte maneira no planeta
Terra:
Água do mar: 97,0%
Geleiras: 2,2%
Água doce 0,8%
Sendo que dos 0,8% de água doce, 97% são águas subterrâneas e 3% superficial. A lição
que se tira dessa distribuição é de que a quantidade de água doce é muita pouca comparada a
água salgada e geleira além de que apenas 3% são de águas superficiais que se tem acesso com
mais facilidade, mas ainda assim o homem polui, e usa de forma inadequada os recursos
hídricos.
O ciclo hidrológico mostra a movimentação que a água faz no planeta terra, seguindo
alguns mecanismos de transferência como: precipitação, escoamento superficial, infiltração,
evaporação, transpiração.
a) Precipitação
É toda a água que cai na superfície da Terra de várias formas. As principais são: Chuva,
neve, orvalho e granizo. É formada a partir de alguns estágios como:
Resfriamento do ar próximo à saturação
Condensação do vapor d´agua
Aumento das gotículas por coalizão e aderência até que vire precipitação
b) Escoamento superficial
Os caminhos que as precipitações tomam ao atingirem a superfície da Terra são dois:
escoar na superfície ou infiltrar no solo. O deslocamento da água sobre o terreno promove a
formação de córregos, rios e lagos e eventualmente atingem o mar.
c) Infiltração
É a água que atinge o solo formando os lençóis d´aguas.
d) Evapotranspiração
A união de dois termos: Evaporação e Transpiração são os mecanismos que transferem
a água para atmosfera. No primeiro a água superficial passa do estado líquido para o gasoso
dependendo da temperatura e umidade do ar. No segundo ocorre a evaporação onde as plantas
retiram água do solo pelas raízes até suas folhas.
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Toda comunidade necessita de ter serviços para atender suas necessidades fundamentais
para a vida, o abastecimento de água é imprescindível em quantidade e qualidade atendo a
demanda, como diz o enunciado abaixo.
O sistema é composto por diversas unidades tais como apresentadas nos tópicos:
Manancial de abastecimento
Subterrâneo e Superficial
O manancial subterrâneo é todo aquele em que a água é advinda dos interstícios do solo,
podendo aflorar na superfície ou ser elevada artificialmente por bombeamento. Manancial
superficial são: rios, lagos, represas, etc.
Captação
Adução
Estação de Tratamento
Na estação de tratamento a água passa por vários processos em que a tornam própria
para o consumo. O processo de tratamento é necessário devido as características dos
mananciais, por isso é feito as análises físico-química, biológica e bacteriológica.
Azevedo Neto (1998, p. 483) diz que “O tratamento da água será feito na medida em
que for comprovada a necessidade de se purificar e se enquadrar a qualidade da água necessária
para o abastecimento público”.
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Reservatório de distribuição
Rede de distribuição
3.5 Consumos
Uso doméstico
a) Descarga de bacias sanitárias;
b) Asseio corporal;
c) Cozinha;
d) Bebida;
e) Lavagem de roupas;
f) Rega de jardins e quintais;
g) Limpeza geral;
h) Lavagem de automóveis.
Uso comercial
a) Lojas (sanitários e ar condicionado);
b) Bares e restaurantes (matéria-prima, sanitários e limpeza);
c) Postos e entrepostos (processos, veículos, sanitários e limpeza).
Uso industrial
a) Água como matéria-prima;
b) Água utilizada no processo industrial;
c) Água para resfriamento;
d) Água para uso em refeitórios, bacias sanitárias, etc.
Uso público
a) Limpeza de logradouros públicos;
b) Fontes e bebedouros;
c) Irrigação de jardins públicos;
d) Limpeza de redes de esgotos, galerias de águas pluviais;
e) Edifícios públicos, escolas, hospitais.
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Usos especiais
a) Combate a incêndios;
b) Instalações desportivas;
c) Ferrovias e metrôs;
d) Portos e aeroportos
e) Estações rodoviárias.
Continuando o raciocínio o mesmo autor diz, que no abastecimento ocorre desperdícios
e perdas na adução, no tratamento, na rede de distribuição e também perdas e desperdícios nas
residências.
São vários os fatores que afetam o consumo de água, Tsutiya (2006) elenca os mais
importantes mostrados nos itens logo abaixo:
Condições climáticas
Quando mais quente maior o consumo de água, o índice pluviométrico também é
influenciado pelo fator climático.
Hábitos e nível de vida da população
O consumo também é influenciado pelos hábitos da população assim como o seu poder
econômico, quanto mais, maior à utilização de equipamentos domésticos, como,
máquina de lavar roupa, louças, lavagem de carros, entre outras utilizações.
Natureza da cidade
De acordo com as características de cada cidade, o consumo pode ser maior, como as
cidades industriais por exemplo, onde se consome maior quantidade de água no processo
industrial.
Pressão na rede
Se aumenta a pressão na rede de distribuição, consequentemente aumenta também o
consumo, por isso é recomendado se trabalhar com a pressão reduzida bem como,
adequada para o abastecimento.
Medição de água
Nas cidades onde o abastecimento nas residências é medido por hidrômetros, o consumo
de água é bem menor do que em cidades onde não existe medição de água (Yassuda e
Nogami, 1976 apud Tisutiya, 2006).
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Preço da água
O valor cobrado pelo uso da água, também é um fator que influi no consumo, onde as
pessoas evitam desperdícios visando a economia no final do mês.
A saúde de um modo geral é bastante influenciada pela qualidade de vida das pessoas,
tanto pela alimentação, exercícios físicos, entre outras coisas e sobre tudo pelo fornecimento
de água e a origem dela, e se tratando da qualidade dessa água, qual a influencia na saúde das
pessoas e de maneira mais ampla o papel do saneamento para uma vida digna, confortável que
traga dignidade as pessoas, sobre isso é necessário que se discuta alguns conceitos.
Martins et al. (2001) avaliaram o alívio orçamentário pela redução dos gastos com
consultas e procedimentos médicos, tratamento medicamentoso, exames laboratoriais
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com a higiene. Logo abaixo duas categorias destes grupos serão citadas, já que ambas mantem
relação com o abastecimento de água.
Além de todas estas doenças já descritas provocadas por agentes biológicos, existe
também a preocupação com a presença de agentes químicos presentes na água e os seus efeitos
crônicos e agudos que possivelmente podem provocar outros problemas à saúde. Agentes estes
que tem uma ocorrência natural e também podem surgir de processos industrias, tratamento de
água, no uso agrícola, no contato da água com diversos material de instalação de abastecimento,
como por exemplo o ferro, pvc, entre outros (HELLER, PÁDUA, 2010).
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A NBR 12 211 (NB 587) de 1992 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas
diz sobre os Estudos de concepção de Sistemas de Abastecimento de Água, a seguir com os
elementos a atividades necessárias para os fins propostos.
Elementos Necessários:
a) definição do objetivo;
b) definição do grau de detalhamento e de precisão do estudo de concepção em geral e das
partes constituintes do sistema;
c) aspectos e condições econômicas e financeiras, condicionantes;
d) definição de condições e parâmetros de acordo com as condições locais.
Atividades Necessárias:
A ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 12218 (NB 594) de 1994,
diz sobre os elementos e atividades necessárias para a concepção de Projeto de Rede de
Distribuição de Água para Abastecimento Público.
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Elementos Necessários
a) estudo de concepção do sistema de abastecimento, elaborado de acordo com a NBR 12211;
b) definição das etapas de implantação;
c) projetos de outras partes do sistema de abastecimento já elaborados;
d) levantamento planialtimétrico da área do projeto com detalhes do arruamento;
e) plano de urbanização e legislação relativa ao uso e ocupação do solo;
Atividades Necessárias
a) definição das etapas de execução da rede e das correspondentes vazões de distribuição para
dimensionamento;
b) delimitação do perímetro da área total a ser abastecida;
c) delimitação das zonas de pressão;
d) fixação dos volumes dos reservatórios, conforme NBR 12217 e seus níveis operacionais;
e) análise das instalações de distribuição existentes, visando seu aproveitamento;
Portaria Ministerial
I - água para consumo humano: água potável destinada à ingestão, preparação e produção de
alimentos e à higiene pessoal, independentemente da sua origem;
II - água potável: água que atenda ao padrão de potabilidade estabelecido nesta Portaria e que
não ofereça riscos à saúde;
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V - água tratada: água submetida a processos físicos, químicos ou combinação destes, visando
atender ao padrão de potabilidade;
A referida Portaria menciona no seu artigo 9º que a Fundação Nacional de Saúde
(FUNASA) dará total apoio a soluções ou sistemas alternativos de abastecimento para consumo
humano e ações de controle da qualidade da água para consumo humano conforme parâmetros
e critérios estabelecidos na mesma. Neste trabalho a referida fundação dará total embasamento
na medida em que a mesma elaborou um relatório com todas as análises físico-químicas e
bacteriológicas de todos os Sistemas de Abastecimento e Soluções Alternativas Coletivas de
Abastecimento das escolas e hospitais da cidade de Melgaço. Relatório esse usado neste
trabalho como referência para o conhecimento da qualidade da água oferecida a população,
assim conhecendo as causas é possível apontar soluções.
A portaria em questão também é abordada no item Qualidade da Água deste trabalho,
página 50, onde mostra os conjuntos de valores de acordo com os padrões de potabilidade da
água, bem como algumas tabelas com os valores máximos permitidos de substâncias físico-
químicas, parâmetros microbiológicos afim de dar embasamento para os objetivos e conclusão
deste trabalho.
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𝜌 = 𝑚/𝑉
Equação 1: Massa específica
O peso especifico é o peso do fluido por unidade de volume visto na equação 2 logo
abaixo:
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𝛾 = 𝐺/𝑉
Equação 2: Peso específico
𝜌𝑣𝐷
𝑅𝑒 =
𝜇
Equação 3: Número de Reynolds
Azevedo Neto (1998, P. 113) “diz que para os encanamentos em regime laminar ocorre
e é estável para valores do número de Reynolds inferiores a 2000”. Entre esse valor e 4000
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existe uma zona crítica, na qual não se pode determinar com segurança a perda de carga nas
canalizações.
O escoamento em condutos forçados ou sob pressão é quando o líquido escoa sob
pressão diferente da atmosfera, o conduto funciona sempre fechado e canalização sempre,
totalmente cheia, em geral de sessão circular constante, um exemplo bem comum são os
sistemas de abastecimento que distribui água nas cidades por canalizações. Já os condutos livres
apresentam em sua superfície livre, pressão igual a atmosférica, e como exemplo os sistemas
de esgotos, aquedutos livres, etc (CORDERO 2010).
Na prática as canalizações dos sistemas de abastecimentos de água possuem diâmetros
diferentes e não são retilíneos por conta da declividade do terreno, e ainda por conterem peças
e conexões, registros, medidores, etc. que pela forma e disposição, elevam a turbulência.
Provocam atritos e causam o choque de partículas dando origem as perdas de carga (AZEVEDO
NETO 1998).
A equação da continuidade que tem uma grande importância nos problemas da
Hidrodinâmica, tem em sua aplicação o conceito físico da conservação de massa, onde a vazão
em uma determinada canalização é a mesma no início e no fim do trecho sem considerar a soma
entres perdas e consumos. Sua equação é representada a seguir:
𝜌1 𝑣1 𝐴1 = 𝜌2 𝑣2 𝐴2
Equação 4: Equação da continuidade
No caso se o líquido for incompreensível, tem-se outra equação, onde a massa especifica
na saída do volume V deverá ser a mesma, mostrada logo abaixo:
𝑣1 𝐴1 = 𝑣2 𝐴2
Equação 5: Equação da continuidade para fluido com massa específica constante
𝑝 𝑣2
+ + gz = constante
𝜌 2
Equação 6: Equação de Bernoulli
Ainda segundo Azevedo Neto (1998), tem-se que a extensão do teorema de Bernoulli,
tem aplicações práticas, como exemplo o escoamento de um líquido na ausência de atrito, ou
escoamento em tubos de corrente. Foi introduzido na equação a perda de carga porque os fluidos
reais se afastam do modelo perfeito onde a diferença em consequência das forças de atrito está
na viscosidade e no atrito externo; em consequência da força de atrito, o escoamento somente
ocorre com uma perda de energia: a perda de carga.
A equação representa tudo o que foi dito no parágrafo anterior.
𝑝1 𝑣12 𝑝2 𝑣22
𝑧1 + + = 𝑧2 + + + ℎ𝑓
𝛾 2𝑔 𝛾 2𝑔
Onde a perda de carga está representada por “ℎ𝑓", ou seja, a energia se dissipa em forma de
calor (AZEVEDO NETO, 1998).
A perda de carga pode ser classificada como perda distribuída ou localizada, onde a
distribuída ocorre ao longo das tubulações e a localizada ocorre devido a presença de acessórios
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Para LIVI (2004) a perda de carga distribuída num escoamento em um duto horizontal
com diâmetro constante, é a queda da carga de pressão entre as duas seções consideradas. Ver
abaixo a equação de Darcy-Weisbach, que pode ser escrita da seguinte forma:
𝑙 𝑣2
ℎ𝑓 = 𝑓
𝐷 2𝑔
Onde:
Para o regime turbulento algumas fórmulas são usadas, como por exemplo, a Equação
12 de Nikuradse mostrada a seguir, que é usada para tubos rugosos funcionando na zona de
turbulência completa. Ver abaixo:
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1 D
= 1,74 + 2 log
√𝑓 2𝑒
1 e 2,51
= −2. log ( + )
√𝑓 3,7𝐷 𝑅𝑒√𝑓
Existe também outra fórmula para perda de carga bastante usada que é a de Manning a
partir da equação de Chézy.
2
𝑄 A ∗ Rh 3
=
√𝐼 𝑛
𝑄1,852 L
hp = 10,643 1,852 4,87
𝐶 𝐷
Equação 15: Equação de Hazen-Willians
Para o cálculo da perda de carga locais, localizada ou singulares hs onde ocorre em locais
das instalações em que o fluido sofre perturbações bruscas no seu escoamento utiliza-se a
fórmula a seguir.
𝐾 𝑣²
ℎ𝑠 =
2. 𝑔
Hp = hf + hs
3.9 SIMULAÇÃO
Segundo Salvino (2012), simulação de um SAA tem como ponto principal a rede de
distribuição, porque é a etapa que requer maior investimento, e que reúne maiores incertezas
quanto a demanda, vazamentos, obstruções e o estado dos equipamentos e acessórios.
Os modelos de simulação são ferramentas que permitem, se fazer a modelagem de um
sistema de abastecimento de água ainda em fase de projeto ou outro já existente, com uma
margem de erro estimável, analisar e prever o comportamento hidráulico e de parâmetros de
qualidade da água do sistema, a partir das características dos seus componentes, da sua forma
de operação e dos consumos solicitados. Os modelos permitem assim a rápida e eficaz
realização de análises de sensibilidade e a simulação dos cenários mais variados, com suficiente
aproximação, sem ser necessário interferir com o sistema em causa ou arriscá-lo a modos de
operação desconhecidos (COELHO, Et al 2006, p. 9).
Para fazer a simulação de uma rede pressurizada de distribuição, é necessário conhecer
alguns elementos importantes como: trecho, nó, ramal, artérias, traçado da rede, alimentação.
1
O termo Marajó das Florestas diz respeito aos municípios de São Sebastião da Boa Vista, Curralinho, Bagre,
Portel, Melgaço, Breves, Anajás, Gurupá e Afuá na parte ocidental do arquipélago de Marajó (SARRAF-
PACHECO, 2006, apud, VIEGAS, 2015, p. 17).
42
3.10 EPANET
A sua versão nacional foi adaptada e traduzida pelo Laboratório de Eficiência Energética
e Hidráulica em Saneamento – LENHS, da Universidade Federal da Paraíba, funciona desde a
versão Windows 98 até as mais recentes.
A abordagem feita por Tsutiya, afirma que os padrões de potabilidade estão diretamente
relacionados a critérios rigorosos de qualidade da água, onde a mesma não deve conter
elementos nocivos à saúde. É importante também destacar o papel de um sistema de
abastecimento, onde o mesmo deve manter a qualidade da água desde os mananciais até que
chegue ao consumidor.
A qualidade da água está relacionada diretamente à fenômenos naturais e da ação do
homem. Em condições naturais, mesmo com a bacia hidrográfica preservada, a qualidade das
águas é afetada pelo escoamento superficial e pela infiltração no solo, resultantes da
precipitação atmosférica. O homem interfere na qualidade das águas no uso e ocupação do solo,
como na aplicação de defensivos agrícolas e na geração de despejos domésticos ou industriais
(VON SPERLING 2014).
A abordagem sugere que se faça, um apanhado em outros comentários seguidos de
explicação a respeito, pois, em condições naturais a água já sofre interferências de substâncias
químicas, como afirmam Heller e Pádua (2010).
A água potável deve estar em conformidade com o padrão de substâncias químicas que
representam risco à saúde e cianotoxinas, como mostra a Erro! Fonte de referência não
encontrada. destacando as substâncias inorgânicas e orgânicas de acordo com a referida
portaria.
Continua
Tabela 4: Padrão de potabilidade (química) da água para consumo humano de acordo com a
portaria 2.914/11 do Ministério da Saúde
Valor Valor
Parâmetro máximo Parâmetro máximo
Unidade Unidade
químico permitido químico permitido
(VMP) (VMP)
Inorgânicas Orgânicas
Antimônio mg/L 0,005 Acrilamida µg/L 0,5
Arsênio mg/L 0,01 Benzeno µg/L 5
Bário mg/L 0,7 Benzo[a]pireno µg/L 0,7
Cádmio mg/L 0,005 Cloreto de Vinila µg/L 2
Chumbo mg/L 0,01 1,2 Dicloroetano µg/L 10
Cianeto mg/L 0,07 1,1 Dicloroeteno µg/L 30
1,2 Dicloroeteno
Cobre mg/L 2 µg/L 50
(cis + trans)
Cromo mg/L 0,05 Diclorometano µg/L 20
Di(2-etilhexil)
Fluoreto mg/L 1,5 µg/L 8
ftalato
Mercúrio mg/L 0,001 Estireno µg/L 20
Níquel mg/L 0,07 Pentaclorofenol µg/L 9
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Tetracloreto de
Nitrato (como N) mg/L 10 µg/L 4
Carbon
Nitrito (como N) mg/L 1 Tetracloroeteno µg/L 40
Selênio mg/L 0,01 Triclorobenzenos µg/L 20
Urânio mg/L 0,03 Tricloroeteno µg/L 20
Seguindo como referência os autores Von Sperling (2014, P. 25), a OMS (Organização
Mundial de Saúde) 2003 apud Heller e Pádua (2010, P.190), onde aborda-se, os parâmetros
Físico-químicos e Biológicos de Qualidade da Água, segue abaixo alguns desses.
Parâmetros físicos:
COR
A cor na água para abastecimento usualmente deve-se à presença de matéria orgânica
colorida (basicamente ácidos fúlvicos e húmicos), associada com a fração húmica do solo. A
cor também é altamente influenciada pela presença de ferro e outros metais, como constituintes
naturais nos mananciais ou como produtos da corrosão.
TURBIDEZ
A turbidez da água deve-se à presença de matéria particulada em suspensão, representa
o grau de interferência com passagem de luz. É constituída em sua forma por sólidos em
suspensão. Não traz inconvenientes sanitários diretos, porém, é esteticamente desagradável na
água potável.
SABOR E ODOR
O sabor é a interação entre o gosto (salgado, doce, azedo e amargo) e o odor (sensação
olfativa), tem como origem na decomposição da matéria orgânica, microorganismos, despejos
domésticos, etc. Não representa risco a saúde, porém põe em risco a confiabilidade da água
pelos consumidores.
Parâmetros Químicos:
pH
O Ph (potencial hidrogeniônico) da água é a medida da atividade dos íons hidrogênio e
expressa a intensidade de condições ácidas (pH < 7,0) ou alcalinas (pH > 7,0). O pH tem grande
importância nas etapas de tratamento de água (coagulação, desinfecção, controle da
corrosividade e remoção da dureza. Problemas de corrosão em tubulações ou peças, e
incrustações são devido aos valores de pH baixo ou elevados respectivamente. Como já
mencionado anteriormente na página 52, para abastecimento de água, o pH deve ser mantido
na faixa de 6,0 a 9,5 para todo sistema de distribuição.
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ALCALINIDADE
É a medição da capacidade da água de neutralizar ácidos (capacidade de resistir às
mudanças de pH: efeito tampão). É importante na prevenção de corrosão em tubulações, e em
elevadas concentrações confere gosto amargo na água.
ACIDEZ
Capacidade da água em resistir as mudanças de pH causadas pelas bases, é devida
principalmente à concentração de carbonatos, bicarbonatos e hidróxidos. A acidez é
responsável pela corrosão em tubulações e matérias.
DUREZA
Concentração de cátions metálicos em solução. Os cátions mais frequentemente
associados à dureza são os cátions divalentes Ca2+ e Mg2+. A dureza reduz a formação de
espuma no uso de sabões implicando no maior consumo do mesmo, além de causar incrustações
nas tubulações de água quente, caldeiras, etc. Não causam problemas sanitários, porém causa
sabor desagradável na água e pode ter efeitos laxativos (VON SPERLING, 2014 P. 32)
FERRO E MANGANÊS
O ferro e o manganês estão presentes nas formas insolúveis (Fe+3 e Mn+4) numa grande
quantidade de tipos de solos. Os sais de ferro e manganês (por exemplo, carbonatos, sulfetos e
cloretos), quando oxidados, formam precipitados e conferem à água gosto e coloração, o que
pode acarretar problemas como manchas em roupas e a desconfiança do consumidor.
Geralmente em águas de mananciais são encontrados em baixo teor, ao contrário das águas
subterrâneas, onde o ferro e manganês são encontrados em altas concentrações.
CLORETOS
Os íons resultantes da dissolução de mineiras em águas naturais originam a dissolução
de sais como o cloreto de sódio. Em águas para consumo humano, a concentração de cloretos
está diretamente associada à alteração de gosto e, portanto, à aceitação para consumo. Além de
conferir gosto salino às águas, em altas concentrações podem interferir na coagulação durante
o tratamento da água (HELLER E PÁDUA, 2010, P. 179).
NITROGÊNIO
Dentre o ciclo do nitrogênio na biosfera existe várias formas e estados de oxidação do
mesmo. Duas delas no meio aquático pode ser encontrada em forma de nitrito (NO2-) e nitrato
(NO3-). A importância do nitrogênio é que o mesmo propicia o crescimento de algas e em
grandes concentrações propicia o um grande crescimento desses organismos, o que causa a
eutrofização.
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OXIGÊNIO DISSOLVIDO
O oxigênio dissolvido (OD) é de fundamental importância para os organismos aeróbios
(que vivem na presença de oxigênio). Durante a estabilização da matéria orgânica, as bactérias
fazem uso do oxigênio nos seus processos respiratórios, podendo vir a causar uma redução da
sua concentração no meio, podendo levar a morte diversos seres aquáticos do meio. Caso o
oxigênio seja totalmente consumido, tem-se condições anaeróbias, com geração de maus
odores.
MATÉRIA ORGÂNICA
A matéria orgânica presente nos corpos d´água e nos esgotos é uma característica
importante, sendo a principal causadora do problema de poluição das águas: o consumo de OD
pelos microorganismos nos seus processos metabólicos de utilização e estabilização de MO.
Utilizam-se os seguintes métodos para quantificação da matéria orgânica ou do seu potencial
poluidor: a demanda bioquímica de oxigênio (DBO), a demanda química de oxigênio (DQO) e
a medição do carbono orgânico total (COT).
CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS
A determinação da potencialidade de uma água transmitir doenças pode ser efetuada de
forma indireta, através dos organismos indicadores de contaminação fecal, pertencentes
principalmente ao grupo coliforme.
O grupo coliforme é utilizado como indicador de contaminação fecal pelas seguintes
principais razões segundo Von Sperling (2014).
a) Os coliformes apresentam-se em grandes quantidades nas fezes humanas;
b) Os coliformes apresentam-se em grande número apenas nas fezes do homem e de
animais de sangue quente.
c) Os coliformes apresentam resistência similar à maioria das bactérias patogênicas
intestinais.
d) As técnicas bacteriológicas para a detecção de coliformes são rápidas e econômicas.
51
5 MATERIAIS E MÉTODOS
5.1 DESCRIÇÃO DAS UNIDADES DO SAA DA CIDADE DE MELGAÇO
Esta unidade fica localizada próxima a entrada do trapiche municipal, ao final da Av.
Senador Lemos, bairro centro, inaugurada em 1968, ampliada e reformada em 1999*.
A estação de captação localizada na ponta do trapiche municipal, bombeia a água
captada na baía de Melgaço através de dois conjuntos motor-bomba para os reservatórios
inferiores, com vazão máxima de 100 m³/h,. Como mostra a Figura 6.
Informações como: datas de reformas e ampliações no SAAM foram verificadas na própria placa de
inauguração da obra, vazões, diâmetro de tubulações e capacidade do reservatório, foram verificadas,
nas próprias bombas, site de fabricantes, e diâmetro na própria tubulação.
52
Dados da tubulação:
Diâmetro 100 mm
Extensão 190 m
Material pvc
53
A água captada na baía é diretamente bombeada para dois reservatórios inferiores, com
vazões desconhecidas devido a dificuldades de informação e/ou perda de arquivos e projetos
do SAAM. Ver Figura 8.
Esta unidade se localiza ao final da rua são Miguel, bairro centro, onde popularmente se
conhece como final da pista. A água é captada de dois poços, ambos com profundidade de 100
e 50 metros, bombeadas por duas bombas submersas (bombas sapo2) para o reservatório
superior.
Figura 11: Captação de água de poço com 50 Figura 10: Captação de água de água de poço
m de profundidade. com 100 m de profundidade.
1
As bombas submersas ou “bombas sapo” tem este apelido por ser uma bomba que trabalha mergulhada dentro
da água, além de ser usado para bombear água, também se usa no bombeamento de esgotos, produtos químicos,
águas servidas, etc.
55
Conjuntos Motor-bombas que bombeiam água dos dois reservatórios inferiores para o
reservatório superior. Figura 14:
O tratamento de água é feito através de: aerador, filtro e clorador (Figura 15 ) Apesar de
existir um sistema de tratamento, faz-se necessário um reparo no mesmo, para retirada do ferro
presente na água acima do limite permitido de 2,4 mg/l, segundo relatório da Funasa (Fundação
Nacional de Saúde) feito em maio de 2014, abordado na página 57.
Este trabalho como já dito anteriormente tem dois enfoques, que é mostrar a qualidade
da água do sistema de abastecimento de Melgaço e simular o comportamento da rede de
distribuição do mesmo sistema com o software Epanet. Sobre a qualidade da água, partindo do
princípio deste trabalho que é o estudo de caso, foram feitas análises laboratoriais para mostrar,
se a qualidade da agua de abastecimento oferecida a população, está de acordo com os padrões
de potabilidade exigido na portaria 2914/2011 do Ministério da Saúde e de acordo com os
padrões de lançamento postos na Resolução 357/2005 do CONAMA (Conselho Nacional do
Meio Ambiente).
Primeiramente utilizou-se dos resultados obtidos do relatório feito pela FUNASA
(Fundação Nacional da Saúde) através da URCQA (Unidade Regional de Controle de
Qualidade de Água do Pará), realizado nos dias 05/05 a 09/05 no ano de 2014, onde foram feitas
análises de qualidade de água nas escolas da cidade de Melgaço e nos dois complexos de
abastecimento de água, neste trabalho especificamente serão tratadas as análises dos dois
complexos (Senador Lemos e São Miguel). Na Tabela 6 logo abaixo é mostrado o local de
coleta de cada amostra.
Tabela 6: Amostras coletadas
Amostra Localidade Local de coleta
Nº
1 Sede do município Baia de Melgaço
2 Sede do município Torneira após reservatório (água captada da Baia
de Melgaço
3 Sede do município Saída do poço tubular de 50 m (novo) – Rua São
Miguel
4 Sede do município Saída do poço tubular de 100 m (antigo) – Rua São
Miguel
5 Sede do município Após Filtração dos 2 poços – Rua São Miguel
6 Sede do município Torneira após reservatório elevado (mistura dos 2
poços
Fonte: ADAPATADO DE FUNASA (2014)
Além dos resultados obtidos através do relatório feito pela FUNASA (Fundação
Nacional de Saúde), também foram feitas coletas de água de cada sistemas de abastecimento
(São Miguel e Senador Lemos), em duas residências, nas ruas Wilson Ribeiro e 12 de Outubro,
essas amostras foram armazenadas em recipiente adequado e transportada de Melgaço até a
capital Belém, onde foi levada ao laboratório da Companhia de Saneamento do Pará
(COSANPA).
58
Onde:
VMP= Valor Máximo Permitido pela Portaria 2914/2011
S.T.D.= Sólidos Totais Dissolvidos
pH= 6.0 a 9.5 é recomendação
Os resultados em negrito apontam NÃO COMFORMIDADE
Sequem abaixo os resultados bacteriológicos:
Tabela 8: Resultados analíticos bacteriológicos: método Cromogênico/Fluorogênico
Nº Amostra Coliformes Totais Escherichia Coli CRL mg/L
01 Presença Presença NC
02 Presença Presença NC
03 Ausência Ausência NC
04 Ausência Ausência NC
05 Presença Ausência NC
06 Presença Ausência NC
Fonte: ADAPTADO DE FUNASA (2014)
Onde:
Existe uma diferença nas tabelas, pois a quantidade de amostras na Tabela 6 não condiz
com a Tabela 7, nesse caso a última não mostra os resultados dos parâmetros físico-químico
59
analisados após o reservatório elevado nos dois complexos de abastecimento e sim apenas o
bacteriológico, neste caso foram coletadas duas amostras posteriores feitas para compor
especificamente este trabalho, uma de cada complexo após os reservatórios elevados, porém
nas considerações finais do relatório, são abordadas de maneira geral todas as amostras e suas
orientações para a melhoria da qualidade da água.
A coleta das amostras após o reservatório elevado do complexo Senador Lemos e São
Miguel, foram feitas no dia 03, de novembro, de 2015, coleta está feita pelo autor da pesquisa,
e levada de Melgaço até ao laboratório da COSANPA (Companhia de Saneamento do Pará) na
cidade de Belém, no dia seguinte às 10:50 horas. O objetivo deste relatório é somar com o
anterior e assim obter melhores resultados e/ou compará-los, de qualquer forma, as análises
feitas de maneira geral, contribuíram de forma satisfatória para este trabalho.
Segue abaixo a imagem feita no dia da coleta com as duas amostras coletadas, sendo
visualmente já diferenciadas por sua coloração, amostras essa coletadas pelo autor da pesquisa
e levadas posteriormente ao laboratório da COSANPA como já mencionado anteriormente.
Para o resultado ser satisfatório, a simulação feita no software Epanet, exigiu-se a coleta
de dados contidas nos projetos de engenharia do sistema de abastecimento de Melgaço, dados
como comprimentos e diâmetros das tubulações, todos inseridos no projeto de simulação de
acordo com o mapa da cidade, projetos estes disponibilizados através da secretaria de obras do
município. A distribuição dos nós, foi feita de acordo com os encontros de trechos, localizados
sempre nas esquinas das ruas da cidade, enquanto que para as cotas, utilizou-se os recursos do
programa Google Earth, tirando as cotas topográficas de cada nó.
O consumo base de cada nó foi calculado de acordo com a relação entre a vazão e o
número de economias em que cada complexo de abastecimento alcança, segundo a Secretaria
de Meio Ambiente (SEMA) de Melgaço, a população é estimada em 5503 habitantes, os dois
sistemas de abastecimento (Senador Lemos e São Miguel) atendem juntos 1047 economias,
sendo para cada complexo 449 e 598 respectivamente. O cálculo da população abastecida para
o sistema considerou um consumo per capta de 175 l/habitante, de acordo com a NB 587/79 e
para cada economia 5 moradores foram estimados de maneira que os cálculos atendessem a
população abastecida.
A fórmula utilizada para o cálculo da perda de carga na simulação foi a de Hazen-
Williams, que tem seu limite de aplicação com diâmetros entre 50 a 3.500 mm e velocidade de
até 3m/s, ou seja, atende as exigências do projeto. Não se utilizou bombas na simulação devido
à falta de informações das alturas dos reservatórios, e também por não ser necessariamente
preciso, pois, a rede de distribuição é abastecida por gravidade e não bombeamento, onde o
mesmo só ocorre na sucção e recalque dos poços e mananciais para os reservatórios,
informações estas aplicadas para as duas simulações (complexos São Miguel e Senador Lemos)
feitas separadamente.
A simulação feita para o complexo Senador Lemos foi bem sucedida, porém os dados
fornecidos, foram estipulados de acordo com a NBR 2218/94, dados não reais do sistema, já
que não foi possível a obtenção dos projetos de engenharia, com o traçado da rede, e os
diâmetros nominais de cada trecho, sendo assim os resultados ficaram comprometidos, sendo
inviável sua aceitação para este trabalho.
62
O sistema de abastecimento da São Miguel, foi simulado de acordo com a inserção dos
dados no software Epanet, já mencionado anteriormente, foram inseridos 31 trechos, 23 nós,
com vazão de 11,55 l/s e o consumo de cada um calculado em 0,5 l/s para uma população
estimada de 2990 habitantes e o consumo diário e horário (K1 e K2) 1,2 e 1,3 respectivamente.
A simulação foi bem sucedida, como mostra a Figura 17.
As pressões em todos os nós estão de acordo com a NBR 12218/94 que determina nas
tubulações pressões entre 10 a 50 m.c.a. Ver figura 18.
negativos. As perdas de carga com valores altos, podem indicar vazamentos em tubulações e
servirem de auxílio para futuras manutenções na rede de distribuição.
67
8 CONCLUSÃO
Conclui-se neste trabalho, através da simulação feito no software Epanet, que a rede de
distribuição de água do complexo São Miguel funciona com pressões adequadas, no que diz
respeito a norma NBR 2218/94, com valores de perdas de cargas que podem ser minimizados,
com reparos nas tubulações considerando problemas de vazamento. No que diz respeito a
qualidade da água, os parâmetros analisados em 2014 pela FUNASA (Fundação Nacional de
Saúde) constataram um alto teor de ferro acima do limite de 2,4 mg/L, após o reservatório
elevado, presença de coliformes e aumento da turbidez, porém, ainda dentro do permitido que
é de 5,0 uT. Já na análise feita em 2015 no laboratório da COSANPA (Companhia de
Saneamento do Pará) para compor estre trabalho, a Turbidez deu fora dos padrões de
potabilidade, possivelmente por conta do alto teor de ferro que já deveria ter sido removido,
juntamente com a cor. Na mesma análise o laudo dado como insatisfatório, identificou a
presença de coliformes totais. Por tanto, deve ser feito como tratamento a retirada do ferro por
métodos adequados de filtração e a desinfecção ou cloração dessa água (conforme caput do
artigo 24 da Portaria 2914/11).
Para concluir este trabalho de acordo com o que foi proposto, analisou-se também o
complexo de abastecimento da Senador Lemos, onde não foi possível executar a simulação no
Epanet por motivos expostos nos resultados e discussão, porém, o que se pode afirmar através
de conversas informais com os moradores é que vários pontos da rede têm baixa pressão, com
falhas no abastecimento, e utilizam a agua apenas para lavagem de louças, pisos, etc. Nas
análises feitas em 2014 pela FUNASA, a água apresentou altos índices de turbidez, cor
aparente, ferro, presença de coliformes totais e Escherichia Coli antes e após o reservatório
elevado, o que se repetiu nas análises feitas em 2015. A rede de abastecimento do complexo
Senador Lemos, por ser antiga, deveria passar por um processo de reestruturação, construindo
um novo sistema de abastecimento, com tratamento de água, enquanto ao atual, a qualidade da
água é inapropriada para consumo, onde faz-se necessário a remoção de cor, ferro e turbidez,
além da desinfecção ou cloração (conforme caput do artigo 24 da Portaria 2914/11).
Por tanto, a contribuição deste trabalho é no sentido de mostrar uma importante
ferramenta computacional que é o software Epanet, em prol da eficiência e da economia na
análise do comportamento hidráulico em redes de distribuição, o que ajuda bastante
principalmente em cidades interioranas com poucos recursos financeiros, tecnológicos, poucos
recursos técnicos e informações como é o caso de Melgaço. Os parâmetros de qualidade da
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água analisados e comparados, mostraram que o tratamento ainda é bastante precário na cidade
e que essa questão influencia diretamente ou indiretamente na saúde de muitas pessoas. Este
trabalho possui muitas informações que podem servirem de alerta para os governantes, a própria
população e despertar o interesse de profissionais da área..
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9 REFERÊNCIAS