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UNAMA - UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

CCET - CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS


CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA

JUESLEY BRUNO PACHECO VIEGAS

SISTEMA DE ABASTECIMENTO E QUALIDADE DA ÁGUA NA


CIDADE DE MELGAÇO-PA - ESTUDO DE CASO

BELÉM/PA
2015
UNAMA - UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
CCET - CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA

JUESLEY BRUNO PACHECO VIEGAS

SISTEMA DE ABASTECIMENTO E QUALIDADE DA ÁGUA NA


CIDADE DE MELGAÇO-PA – ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso,


apresentado como exigência para a
obtenção do título de Engenheiro
Ambiental e Sanitário à banca
examinadora da Universidade da
Amazônia, elaborado sob a orientação
da professora Msc. Tatiane Torres de
Madeiro.

BELÉM/PA
2015
JUESLEY BRUNO PACHECO VIEGAS

SISTEMA DE ABASTECIMENTO E QUALIDADE DA ÁGUA NA


CIDADE DE MELGAÇO-PA - ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado junto


ao Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da
Universidade da Amazônia como requisito parcial à
obtenção do Título de graduado.

Orientadora: Profª Msc. Tatiane Torres de Madeiro

BANCA EXAMINADORA

_______________________________
Prof. Msc. Tatiane Torres de Madeiro
(UNAMA - Orientadora)

_______________________________
Prof. Msc. Emerson Cardoso Rodrigues
(UNAMA - Co – Orientador)

_______________________________
Mcs. Iara Ferreira Santos
(UFPA – Membro)

Belém, 15 de dezembro de 2015.


Dedico este trabalho aos meus pais: JOSÉ
OSVALDO COSTA VIEGAS e JUREMA DO
SOCORRO PACHECO VIEGAS, aos meus irmãos e
a minha namorada CHEILA QUEIROZ BARBOSA,
com todo amor, carinho e gratidão.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pela vida, por ter me dado coragem e força para seguir
em frente com garra e determinação, à virgem Nossa Senhora de Nazaré, pela interseção junto
ao seu filho, com as graças alcançadas.
Ao meu pai José Osvaldo Costa Viegas, pelo incentivo à educação dos filhos, pelo apoio
nas decisões tomadas por mim, agradeço pela garra e serenidade em frente aos problemas no
decorrer do curso, os seus ensinamentos e conselhos sempre oportunos nas horas mais difíceis.
A minha mãe Jurema do Socorro Pacheco Viegas, pelo incentivo não só a mim mais a
todos os meus irmãos ao caminho da leitura e do saber, ensinando e incentivando sempre a
educação como formação imprescindível ao ser humano.
Aos meus irmãos, Jucylene, Josyrema, José Osvaldo Junior, José Luis e José Augusto
pelo companheirismo de sempre, pelos momentos sempre aconchegantes ao entorno de nossa
família. Agradeço à cada um de vocês a amizade e carinho.
A minha namorada Cheila Queiroz, pelo amor, respeito, companheirismo, obrigado pela
atenção, pelo apoio incondicional, pelas ligações e conversas sempre inspirando paz,
tranquilidade e amor.
Aos meus familiares e amigos que direta ou indiretamente me ajudaram nessa jornada,
agradeço a todos pelo apoio nessa grande conquista alcançada.
Agradeço a minha orientadora Tatiane Madeiro, pela atenção e disponibilidade, pelas
orientações pertinentes, sempre carinhosa com seus orientandos, obrigado pela acolhida.
Ao meu co-orientador Emerson Rodrigues, também pela disponibilidade e atenção, com
orientações precisas sempre relevantes de grande sabedoria, meu muito obrigado.
RESUMO

Este trabalho tem como objetivos, simular o comportamento da rede de distribuição de água do
sistema de abastecimento de Melgaço, feita com o software Epanet, e avaliar a qualidade da
água do abastecimento público utilizando resultados da Fundação Nacional de Saúde
(FUNASA) juntamente com resultados obtidos para este trabalho. No estudo de caso foram
abordados os dois complexos de abastecimento de águas (Senador Lemos e São Miguel). A
simulação contemplou apenas o complexo São Miguel devido à falta de dados do outro sistema.
No complexo São Miguel foram identificadas as pressões nas tubulações, perdas de cargas
usando a fórmula de Hazen-Williams, velocidades do fluido nas tubulações e a vazão em cada
trecho da rede, foram detectadas pressões entre 22,95 e 27,76 m, todas de acordo com a NBR
12218/94. Na análise de qualidade da água foram identificados valores fora dos padrões de
potabilidade de acordo com a Portaria 2914/11 do Ministério da Saúde, de Ferro, Turbidez, Cor
e a presença de coliformes totais e Escherichia Coli.

Palavras Chaves – NBR 12218/94, Complexo São Miguel, Hazen-Willians


ABSTRACT

This work aims to simulate the behavior of the distribution network of water Melgaço supply
system, made with Epanet software, and identify the quality of water from the public supply
using data from the National Health Foundation (FUNASA) along with results obtained for this
work. In the case study the two water supply systems were discussed (Senator Lemos and Sao
Miguel). The simulation just stared at the San Miguel complex due to lack of data give another
system. Colplex in San Miguel were identified pressures in the pipes, loss of loads using the
formula of Hazen-Williams, fluid velocities in pipes and flow in each section of the network,
pressures were detected between 22.95 and 27.76 m, all according to NBR 12218/94. Water
quality analysis were identified values outside the potability standards according to Decree
2914/11 the Ministry of Health, Iron, Turbidity, color and the presence of total coliforms and
E. coli.

Keywords – NBR 12218/94, Complex São Miguel, Hazen-Willians


LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1: Massa específica.................................................................................................. 31


Equação 2: Peso específico ..................................................................................................... 32
Equação 3: Número de Reynolds .......................................................................................... 33
Equação 4: Equação da continuidade................................................................................... 34
Equação 5: Equação da continuidade para fluido com massa específica constante ........ 34
Equação 6: Equação de Bernoulli ......................................................................................... 35
Equação 7: Equação de Bernoulli para escoamento sem atrito ......................................... 35
Equação 8: Equação de Bernoulli para escoamento com atrito ......................................... 35
Equação 9: Perda de Carga Unitária .................................................................................... 36
Equação 10: Fórmula Universal para Perda de Carga ....................................................... 36
Equação 11: Coeficiente de atrito f em função do número de Reynolds ........................... 36
Equação 12: Fórmula de Nikuradse para determinação de coeficiente de atrito ............ 37
Equação 13: Fórmula de Nikuradse para determinação de coeficiente de atrito ............ 37
Equação 14: Fórmula de Chézy-Manning para perda de carga ........................................ 37
Equação 15: Equação de Hazen-Willians............................................................................. 37
Equação 16: Fórmula para perda de carga localizada ou singular ................................... 38
Equação 17: Perda de carga total ......................................................................................... 38
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Coeficiente de Hazen-Willians para diversos materiais .................................... 37


Tabela 2: Padrão de potabilidade (microbiológico) da água para consumo humano de
acordo com a portaria 2.914/11 do Ministério da Saúde .................................................... 45
Tabela 3: Padrão de turbidez para água pós-filtração ou pré-desinfecção....................... 46
Tabela 4: Padrão de potabilidade (química) da água para consumo humano de acordo
com a portaria 2.914/11 do Ministério da Saúde ................................................................. 46
Tabela 5: Padrão de aceitação para consumo humano ....................................................... 47
Tabela 6: Amostras coletadas ................................................................................................ 57
Tabela 7: Resultados analíticos físico-químicos................................................................... 58
Tabela 8: Resultados analíticos bacteriológicos: método Cromogênico/Fluorogênico .... 58
Tabela 9: Análises Físico-químicas Complexo Senador Lemos ......................................... 59
Tabela 10: Análises Físico-químicas e Bacteriológico Complexo São Miguel .................. 59
Tabela 11: Tabela da Rede - Nós às 12:00 Horas ................................................................ 64
Tabela 12: Resultados em cada trecho ................................................................................. 65
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Mapa de localização, Município Melgaço. ........................................................... 14


Figura 2: Mapa Região Hidrográfica. .................................................................................. 15
Figura 3: Esquema Ciclo Hidrológico .................................................................................. 17
Figura 4: Esquema convencional de abastecimento de água urbano ................................ 21
Figura 15: Interface do software Epanet .............................................................................. 43
Figura 5: Estação de captação Baía de Melgaço. ................................................................. 51
Figura 6: Adutora de água bruta .......................................................................................... 52
Figura 7: Reservatórios Inferiores ........................................................................................ 53
Figura 8: Reservatório Superior ........................................................................................... 54
Figura 9: Captação de água de água de poço com 100 m de profundidade. ..................... 54
Figura 10: Captação de água de poço com 50 m de profundidade. ................................... 54
Figura 11: Reservatório Superior ......................................................................................... 55
Figura 12: Reservatórios Inferiores ...................................................................................... 55
Figura 13: Conjuntos Motor-bomba .................................................................................... 56
Figura 14: Sistema de Tratamento de Água. ....................................................................... 56
Figura 16: Amostras de águas coletadas para análises laboratoriais ................................ 60
Figura 17: Simulação bem sucedida complexo São Miguel ................................................ 62
Figura 18: Modelagem da rede de distribuição ................................................................... 63
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 15

2 OBJETIVOS ............................................................................................................... 13

2.1 GERAL ......................................................................................................................... 13

2.2 ESPECÍFICO ................................................................................................................ 13

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 14

3.1 HISTÓRICO, LOCALIZAÇÃO E HIDROGRAFIA DO MUNICÍPIO DE


MELGAÇO ................................................................................................................. 14

3.2 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO SOLO ................................................................ 15

3.3 DISTRIBUIÇÃO E O CICLO DA ÁGUA .................................................................. 17

3.4 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ......................................................... 19

3.5 Consumos ..................................................................................................................... 22

3.5.1 Fatores que afetam o consumo ............................................................................ 23

3.6 Influência do Abastecimento de Água na Saúde .......................................................... 24

3.6.1 Transmissão de doenças através da água .............................................................. 26

3.7 NORMAS PARA ESTUDOS DE CONCEPÇÃO E PROJETOS DE SISTEMAS


PÚBLICOS ................................................................................................................... 28

3.8 HIDRÁULICA APLICADA A SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA .... 31

3.9 SIMULAÇÃO............................................................................................................... 39

3.10 EPANET ....................................................................................................................... 42

4 QUALIDADE DAS ÁGUAS ....................................................................................... 44

5 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 51

5.1 DESCRIÇÃO DAS UNIDADES DO SAA DA CIDADE DE MELGAÇO ........... 51

5.2 Captação de água na Baía de Melgaço (Complexo Senador Lemos) ........................... 51

5.3 Adutora de água Bruta .................................................................................................. 52

5.4 Reservatórios Inferiores ................................................................................................ 53

5.5 Reservatório Superior ................................................................................................... 53


5.6 Captação de água de poços (Complexo São Miguel) ................................................... 54

5.7 Reservatório Superior ................................................................................................... 55

5.8 Reservatórios Inferiores ................................................................................................ 55

5.9 Sistema de Tratamento de Água ................................................................................... 56

6 METODOLOGIA (QUALIDADE DA ÁGUA) ....................................................... 57

6.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 58

7 METODOLOGIA (SIMULAÇÃO EPANET) ......................................................... 61

7.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 62

8 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 67

9 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 69
1 INTRODUÇÃO

A água é um bem de suma importância para a vida, sem ela não sobreviveríamos, seu
consumo implica em vitalidade, porém necessita estar em condições ideais para ingestão. A
qualidade da água já é afetada por condições naturais devido a precipitação, onde pelo
escoamento superficial partículas, substancias e impurezas se infiltram no solo.
A interferência humana traz grandes problemas de poluição hídrica, tanto pelos despejos
de esgotos domésticos, industriais, acumulo de resíduos sólidos e tantas outras formas de
poluição. O sistema de abastecimento público tem como papel fundamental atender a população
com quantidade e qualidade de água adequadas de maneira que contemple as necessidades
relacionadas a saúde e ao desenvolvimento industrial.
No Brasil a implantação de sistemas de abastecimentos de água teve aumento nas
décadas de 1970 a 1980 devido a implementação do Plano Nacional de Saneamento
(PLANASA), o que permitiu ao país atingir um índice de atendimento em cerca de 90% da
população urbana. Porém, verifica-se em muitos centros urbanos a deficiência de sistemas de
abastecimento de água, devido ao desgaste pelo tempo e a falta de manutenção principalmente
nas redes de distribuição de água, onde apresentam rompimentos, vazamentos gerando
incômodos no atendimento. Sendo assim, muitos problemas de qualidade de água são devidos
à pressões inadequadas nas tubulações além da falta de tratamento.
Assim, com estes problemas identificados, necessita-se avaliar a situação dos sistemas
de abastecimentos, identificar possíveis melhorias e adequar o seu funcionamento para
reabilitação e eficiência dos serviços. Redes de abastecimentos antigas precisam ser
reabilitadas, prolongadas de acordo com o crescimento populacional, bem como a ampliação e
construção de novas redes e sistemas de abastecimento. Nesses casos onde as tubulações estão
deterioradas e antigas, e os serviços não oferecem manutenção adequada, a perda é constante,
o desperdício gera grandes transtornos e falha no abastecimento, além de possibilitar a
contaminação da agua fornecida .
13

2 OBJETIVOS

2.1 GERAL

A proposta deste trabalho é fazer o estudo de caso do Sistema de Abastecimento de


Água de Melgaço (SAAM), bem como analisar suas unidades estruturais, desenvolvendo
alternativas que melhorem a qualidade da água e o funcionamento da rede de distribuição para
abastecimento.

2.2 ESPECÍFICO

a) Realizar simulação computacional da rede de distribuição, bem como seu


comportamento;
b) Coletar amostras para análises físico-químicas, biológicas e bacteriológicas;
c) Apresentar soluções para o tratamento de água dos complexos de abastecimento
Senador Lemos e São Miguel;
d) Analisar os parâmetros de qualidade da água feito pela Fundação Nacional de Saúde
(FUNASA) e pela Companhia de Saneamento do Pará (COSANPA).
14

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 HISTÓRICO, LOCALIZAÇÃO E HIDROGRAFIA DO MUNICÍPIO DE


MELGAÇO

A origem histórica do Município de Melgaço, se dá com a chegada dos padres jesuítas,


no ano de 1653, que, liderados pelo Padre Antônio Vieira conjuntamente com os índios
Nheengaibas, fundaram a aldeia de Varycuru, também chamada Guarycuru e Arycuru. Porém,
após a expulsão dos padres Jesuítas do domínio português, em 1758, a então aldeia de Arycuru
foi elevada à categoria de Vila com o nome de Melgaço. Até então, a localidade já se tinha
constituído em Freguesia, sob a invocação de São Miguel. Entretanto, com a nova divisão da
Província do Pará, em termos e comarcas, em 1833, a Vila de Melgaço foi extinta, sendo
restaurada em 1856. Com essa condição, entrou para o regime republicano. Mais tarde, em
1936, Melgaço novamente foi extinto e o seu território foi anexado ao município de Portel.
Com a expansão da produção da borracha, da seringa, do leite da maçaranduba e outras
extrações vegetais, a localidade prosperou, e, em 1961, tornou-se unidade autônoma (IBGE
2014).
O município de Melgaço, situado na microrregião de Portel, mesorregião do Marajó,
tem uma área de 6.774 Km², limita-se ao norte com os municípios de Breves e Gurupá; ao Sul
com Portel; à leste com Breves e Bagre; a oeste com Porto de Moz e Gurupá; sua sede dista
290 Km de Belém, por via fluvial (SARRAF-PACHECO, 2006, apud, VIEGAS, 2015).

Figura 1: Mapa de localização, Município Melgaço.


Fonte: Site do Governo do Estado/SEMA-PA/GESIR, apud SEMMA/Melgaço 2013.
15

A hidrografia do município é caracterizada por uma expressiva rede de drenagem,


formada por rios, furos, baías, lagos e igarapés. Integrada as inúmeras ilhas, banhadas por água
doce, ao Norte a hidrografia municipal é representada pelo furo Tajapuru, que toma a direção
NW-SE e interliga-se com uma série de furos e rios que se dirigem, ora pela baía de Melgaço,
ora para a baía das Bocas (SEMMA Melgaço 2013).

Figura 2: Mapa Região Hidrográfica.


Fonte: Site do Governo do Estado/SEMA-PA/GESI, apud SEMMA Melgaço 2013.

3.2 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO SOLO

Aspectos Geológicos

Com base no estudo Estatística Municipal (2011) do Governo do Estado/PA apud


Semma Melgaço (2013), a estrutura do solo, é constituída por sedimentos do Quaternário
Antigo, e do Quaternário Recente representado pelos sedimentos aluviais, caracterizando um
perfil geológico simples. O relevo, consoante a geologia, é inexpressiva, por apresentar terraços
altos e várzeas, inserindo-se no Planalto Rebaixado da Amazônia (do Baixo Amazonas), como
unidade morfoestrutural.

Aspectos Pedológicos

De acordo com a classificação pedológica, os solos do município são representados pelo


Latossolo Amarelo distrófico textura média, nas áreas de terra firme, com baixa fertilidade,
concentrada em sua camada superficial, com variação de 10 a 15 cm. Nas áreas de várzea se
16

observa-se a ocorrência de solos hidromórficos de tipo Gley (húmicos e pouco húmicos), em


geral ácidos e com textura argilosa, apresenta horizonte superficial em torno de 25 a 30 cm,
com alta porcentagem de matéria orgânica, concentrando a fertilidade em sua camada
superficial, através da decomposição de matéria orgânica das florestas e substâncias minerais e
orgânicas em suspensão causada pela movimentação das marés (SEMMA Melgaço 2013).

Aspectos Climatológicos

O clima predominante é o equatorial úmido, amplitude térmica mínima, com


temperatura média em torno de 27º C, mínima superior a 18º C e máxima de 36Cº, umidade
elevada e alta pluviosidade nos seis primeiros meses do ano. Nesses meses mais chuvosos,
ocorrem as menores temperaturas, enquanto, nos últimos seis meses, são registradas as
temperaturas mais elevadas (SEMMA Melgaço 2013).

Cobertura Vegetal (fitofisionomia predominante)

A vegetação tem influência direta sobre a hidrografia, um dos seus principais


ecossistemas, com predominância também de várzea, igapó e terra firme. A cobertura vegetal
é caracterizada como Florestas Ombrófilas Densa, também conhecidas como Floresta Pluvial
Tropical, com elevada presença de palmáceas, principalmente açaí e buriti. Nas áreas de terra
firme, observa-se que as florestas, são compostas por árvores caracterizadas com “madeira de
lei”, com pouca ocorrência de palmáceas, porém com presença também de espécies não
madeireiras, ou seja, frutíferas e medicinais. Dentre as principais espécies que ocorrem nessas
áreas, se destacam as de maior valor econômico, de uso madeireiro e não madeireiro, como:
maçaranduba, breu, sucupira, angelim, acapu, ucuúba (Virola), andiroba amapá, copaíba,
castanha do Brasil, bacuri, seringueira, açaizeiro, pracaxi, buriti e taperebá, entre outras
(SEMMA Melgaço 2013).
17

3.3 DISTRIBUIÇÃO E O CICLO DA ÁGUA

Segundo Von Sperling (2014, p. 15) a água é o constituinte mais abundante na matéria
viva, com fundamental importância para a manutenção da vida. O peso do corpo humano é
cerca de 60% constituído por água. A sua distribuição é dividida da seguinte maneira no planeta
Terra:
 Água do mar: 97,0%
 Geleiras: 2,2%
 Água doce 0,8%
Sendo que dos 0,8% de água doce, 97% são águas subterrâneas e 3% superficial. A lição
que se tira dessa distribuição é de que a quantidade de água doce é muita pouca comparada a
água salgada e geleira além de que apenas 3% são de águas superficiais que se tem acesso com
mais facilidade, mas ainda assim o homem polui, e usa de forma inadequada os recursos
hídricos.
O ciclo hidrológico mostra a movimentação que a água faz no planeta terra, seguindo
alguns mecanismos de transferência como: precipitação, escoamento superficial, infiltração,
evaporação, transpiração.

O ciclo hidrológico está representado no esquema abaixo.

Figura 3: Esquema Ciclo Hidrológico


Fonte: www.saaemacaubas.com.br> Acesso em 15/10/15.
18

a) Precipitação
É toda a água que cai na superfície da Terra de várias formas. As principais são: Chuva,
neve, orvalho e granizo. É formada a partir de alguns estágios como:
 Resfriamento do ar próximo à saturação
 Condensação do vapor d´agua
 Aumento das gotículas por coalizão e aderência até que vire precipitação

b) Escoamento superficial
Os caminhos que as precipitações tomam ao atingirem a superfície da Terra são dois:
escoar na superfície ou infiltrar no solo. O deslocamento da água sobre o terreno promove a
formação de córregos, rios e lagos e eventualmente atingem o mar.

c) Infiltração
É a água que atinge o solo formando os lençóis d´aguas.

d) Evapotranspiração
A união de dois termos: Evaporação e Transpiração são os mecanismos que transferem
a água para atmosfera. No primeiro a água superficial passa do estado líquido para o gasoso
dependendo da temperatura e umidade do ar. No segundo ocorre a evaporação onde as plantas
retiram água do solo pelas raízes até suas folhas.
19

3.4 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Toda comunidade necessita de ter serviços para atender suas necessidades fundamentais
para a vida, o abastecimento de água é imprescindível em quantidade e qualidade atendo a
demanda, como diz o enunciado abaixo.

Sistema de abastecimento de água é o conjunto de obras, equipamentos e


serviços destinados ao abastecimento de água potável a uma comunidade para
fins de consumo doméstico, serviços públicos, consumo industrial e outros. A
água fornecida pelo sistema deverá ser, em quantidade suficiente e da melhor
qualidade, do ponto de vista físico-químico e bacteriológico (AZEVEDO
NETO, 1998, p. 465)

O sistema é composto por diversas unidades tais como apresentadas nos tópicos:

Manancial de abastecimento

Subterrâneo e Superficial
O manancial subterrâneo é todo aquele em que a água é advinda dos interstícios do solo,
podendo aflorar na superfície ou ser elevada artificialmente por bombeamento. Manancial
superficial são: rios, lagos, represas, etc.

Captação

Captação de água é o conjunto de estruturas e acessórios responsável pela retirada de


água do manancial para a fase de tratamento.

Adução

As adutoras conduzem a água bruta ou tratada para a estação de tratamento ou redes de


distribuições, por gravidade ou bombeamento.

Estação de Tratamento

Na estação de tratamento a água passa por vários processos em que a tornam própria
para o consumo. O processo de tratamento é necessário devido as características dos
mananciais, por isso é feito as análises físico-química, biológica e bacteriológica.
Azevedo Neto (1998, p. 483) diz que “O tratamento da água será feito na medida em
que for comprovada a necessidade de se purificar e se enquadrar a qualidade da água necessária
para o abastecimento público”.
20

A NBR 12216/1992 da ABNT, Projeto de Estação de Tratamento de Água para


Abastecimento Público, dá a definição para os processos de tratamento de águas naturais para
fins de abastecimento público:
Tipo A - águas subterrâneas ou superficiais protegidas, satisfazendo aos padrões de
potabilidade;
Tipo B - águas subterrâneas ou superficiais, não protegidas que possam enquadrar-se
nos padrões de potabilidade, sem que haja coagulação no tratamento;
Tipo C - águas superficiais não protegidas, que exijam coagulação para enquadrar-se
nos padrões de potabilidade;
Tipo D - águas superficiais não protegidas, sujeitas a fontes de poluição, e que exijam
processos especiais de tratamento para que possam enquadrar-se nos padrões de potabilidade.

Reservatório de distribuição

No reservatório são armazenadas as águas, tanto da adução quanto para o abastecimento


já tratada e que possibilita o controle de vazão e pressão na rede de distribuição.

Rede de distribuição

Rede de distribuição é a parte do sistema, constituída por tubulações e órgãos acessórios,


destinada a suprir a necessidade dos consumidores por água potável, de forma contínua, em
quantidade, qualidade e pressão adequadas. Onde existem trechos malhados e ramificados
(MENEZES, 2011, p. 6).
De acordo com a norma da ABNT, NBR 12218/1994 (NB 594) define as condições
específicas e gerais para projeto de rede de distribuição de água para abastecimento público:
A norma estabelece os seguintes limites:
 Pressão estática máxima = 500 kPa (50 mca)
 Pressão dinâmica mínima = 100 kPa (10 mca)
A velocidade mínima nas tubulações, devem ser de 0,6 m/s, e a máxima, de 3,5 m/s. já
o diâmetro mínimo (DN) deve ser de 50 mm.
Para atender os limites de pressão estabelecidos, a rede de distribuição pode ser dividida
por zonas de pressão, com reservatórios próprios ou Válvulas de Redução de Pressão (VRP).
Segundo Gomes (2004) apud Salvino (2012, p. 8), os aspectos sobre limites de pressão
superior nas redes são os seguintes:
21

 Quanto maiores forem as pressões requeridas, maior será o consumo de energia no


bombeamento, devido ao consumo energético ser diretamente proporcional à altura
manométrica;
 Quanto maior a pressão nas tubulações, maior terá que ser o diâmetro nominal das
mesmas, com isso aumentando o custo;
 As possibilidades de rompimento das tubulações aumentam, com o aumento das
pressões dinâmicas e estáticas da rede, aumentando também possíveis custos na compra
de novos tubos;
 As perdas físicas de água crescem com o aumento das pressões de serviço, pois a vazão
nas fissuras ou juntas dos tubos aumenta com o acréscimo da pressão;
 As vazões nos pontos de consumo crescem com o aumento das pressões disponíveis.

A figura 4 ilustra um abastecimento de água urbano.

Figura 4: Esquema convencional de abastecimento de água urbano

A escolha correta das tubulações em sistemas de abastecimento é fundamental, pois


reflete diretamente no seu dimensionamento. Fatores como: diâmetros, custo da tubulação,
pressões de trabalho, cargas externas que poderão atuar sobre as tubulações, custo de instalação,
manutenção, qualidade da água a transportar e características do terreno onde serão instalados
os condutos, devem ser observados e considerados. Atualmente, os tipos de tubos mais
utilizados nas redes de distribuição de água são os de plástico - Policloreto de Vinila (PVC),
Polietileno, Poliéster Revestido com Fibra de Vidro (PRFV), e metálicos (ferro fundido e aço),
havendo uma larga predominância dos tubos de PVC e de ferro fundido (SALVINO 2012).
22

3.5 Consumos

Segundo Azevedo Neto (1998, p. 467) existem várias formas de consumo de


abastecimento em uma determinada localidade que devem ser consideradas, como segue.

Uso doméstico
a) Descarga de bacias sanitárias;
b) Asseio corporal;
c) Cozinha;
d) Bebida;
e) Lavagem de roupas;
f) Rega de jardins e quintais;
g) Limpeza geral;
h) Lavagem de automóveis.

Uso comercial
a) Lojas (sanitários e ar condicionado);
b) Bares e restaurantes (matéria-prima, sanitários e limpeza);
c) Postos e entrepostos (processos, veículos, sanitários e limpeza).

Uso industrial
a) Água como matéria-prima;
b) Água utilizada no processo industrial;
c) Água para resfriamento;
d) Água para uso em refeitórios, bacias sanitárias, etc.

Uso público
a) Limpeza de logradouros públicos;
b) Fontes e bebedouros;
c) Irrigação de jardins públicos;
d) Limpeza de redes de esgotos, galerias de águas pluviais;
e) Edifícios públicos, escolas, hospitais.
23

Usos especiais
a) Combate a incêndios;
b) Instalações desportivas;
c) Ferrovias e metrôs;
d) Portos e aeroportos
e) Estações rodoviárias.
Continuando o raciocínio o mesmo autor diz, que no abastecimento ocorre desperdícios
e perdas na adução, no tratamento, na rede de distribuição e também perdas e desperdícios nas
residências.

3.5.1 Fatores que afetam o consumo

São vários os fatores que afetam o consumo de água, Tsutiya (2006) elenca os mais
importantes mostrados nos itens logo abaixo:
 Condições climáticas
Quando mais quente maior o consumo de água, o índice pluviométrico também é
influenciado pelo fator climático.
 Hábitos e nível de vida da população
O consumo também é influenciado pelos hábitos da população assim como o seu poder
econômico, quanto mais, maior à utilização de equipamentos domésticos, como,
máquina de lavar roupa, louças, lavagem de carros, entre outras utilizações.
 Natureza da cidade
De acordo com as características de cada cidade, o consumo pode ser maior, como as
cidades industriais por exemplo, onde se consome maior quantidade de água no processo
industrial.
 Pressão na rede
Se aumenta a pressão na rede de distribuição, consequentemente aumenta também o
consumo, por isso é recomendado se trabalhar com a pressão reduzida bem como,
adequada para o abastecimento.
 Medição de água
Nas cidades onde o abastecimento nas residências é medido por hidrômetros, o consumo
de água é bem menor do que em cidades onde não existe medição de água (Yassuda e
Nogami, 1976 apud Tisutiya, 2006).
24

 Preço da água
O valor cobrado pelo uso da água, também é um fator que influi no consumo, onde as
pessoas evitam desperdícios visando a economia no final do mês.

3.6 Influência do Abastecimento de Água na Saúde

A saúde de um modo geral é bastante influenciada pela qualidade de vida das pessoas,
tanto pela alimentação, exercícios físicos, entre outras coisas e sobre tudo pelo fornecimento
de água e a origem dela, e se tratando da qualidade dessa água, qual a influencia na saúde das
pessoas e de maneira mais ampla o papel do saneamento para uma vida digna, confortável que
traga dignidade as pessoas, sobre isso é necessário que se discuta alguns conceitos.

O conceito de abastecimento de água, enquanto serviço necessário à vida das


pessoas e das comunidades, insere-se no conceito mais amplo de saneamento,
entendido, segundo a organização mundial da saúde, como o controle de todos
os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos
deletérios sobre seu bem-estar físico, mental ou social. Logo saneamento
compreende um conjunto de ações sobre o meio ambiente no qual vive as
populações, visando a garantir a elas condições de salubridade, que protejam
a sua saúde (seu bem-estar físico, mental ou social (Heller e Pádua, 2010, p.
33).

O conceito de abastecimento de água está relacionado ao saneamento, e influencia na


qualidade de vida das pessoas que vivem em uma determinada comunidade. O “saneamento”
dialoga com uma diversidade de ações ambientais que protegem as pessoas de doenças causadas
pela água, ou pela falta dela, portanto cada responsável político deve zelar por este patrimônio
ambiental, no sentido de proporcionar aos seus comunitários o bem-estar físico, mental e social.
Os governantes de maneira geral que “administram” os recursos financeiros da União, do
Estado e Município muitas das vezes ou na maioria delas não aplicam a cooperação técnica
financeira de maneira correta deixando de oferecer os serviços básicos de saneamento e
acarretando diversos problemas principalmente de saúde.

Entre as melhorias do saneamento ambiental, os sistemas de abastecimento de


água são os que provocam maior impacto na redução das doenças infecciosas.
A água contém sais dissolvidos, partículas em suspensão e microrganismos
que podem provocar doenças dependendo das suas concentrações. Livre
desses agentes, além de evitar a contaminação das pessoas, a água provoca
inúmeros benefícios diretos à saúde, ajuda na preparação de alimentos,
favorecendo uma nutrição saudável, possibilita a higiene corporal e a limpeza
25

do ambiente e contribui para a hidratação do organismo (TSUTIYA, 2006, p.


5).

Na abordagem de Tsutiya (2006) vemos que a redução de doenças infecciosas é provada


pelo acesso ao saneamento ambiental potencializada pelo abastecimento de água, evitando a
contaminação das pessoas e trazendo vários benefícios à saúde, ajuda na preparação de
alimentos, nutrição saudável, higiene corporal e contribui para a hidratação do organismo. Na
abordagem é possível concluir também que reduzindo casos de doenças, diminui a procura por
serviços em hospitais, o governo de modo geral ao invés de investir na compra de remédios
para tratar doenças já pode investir o mesmo dinheiro em outras melhorias para a comunidade.
Um número significativo de crianças morre todos os anos no mundo de doenças
diretamente relacionadas às más condições de abastecimento de água e de esgoto sanitário.
Essas doenças, associadas com a desnutrição, podem enfraquecer o organismo e potencializar
outras doenças levando à morte, como o sarampo e a pneumonia. Este quadro é bastante ligado
à pobreza: a proporção de doenças relacionadas ao abastecimento de água e ao esgotamento
sanitário em crianças menores de cinco anos na África, por exemplo, é mais de 240 vezes
superior à dos países ricos (PRÜSS et al, 2002 apud HELLER e PÁDUA 2010).
A Fundação Nacional da Saúde (FUNASA, 2006), conceitua o saneamento ambiental
como:
O conjunto de ações socioeconômicas que têm por objetivo alcançar
Salubridade Ambiental, por meio de abastecimento de água potável, coleta e
disposição sanitária de resíduos sólidos, líquidos e gasosos, promoção da
disciplina sanitária de uso do solo, drenagem urbana, controle de doenças
transmissíveis e demais serviços e obras especializadas, com a o intuito de
proteger e melhorar as condições de vida urbana e rural. Salubridade
Ambiental é o estado de higidez em que vive a população urbana e rural,
tanto no que se refere a sua capacidade de inibir, prevenir ou impedir a
ocorrência de endemias ou epidemias transportadas pelo meio
ambiente, como no tocante ao seu potencial de promover o
aperfeiçoamento de condições mesológicas favoráveis ao pleno gozo de
saúde e bem-estar (FUNASA 2006, p. 14).

Como já dito pelos autores acima, a redução de doenças infecciosas, é maior


potencializada pelo abastecimento de água, dentre as melhorias do saneamento ambiental. Além
de reduzir doenças infecciosas, proporcionar o conforto, bem-estar e higiene, Tsutiya (2006)
fala sobre a importância dos serviços de saneamento também para aliviar o orçamento nos
setores da saúde, previdência e educação.

Martins et al. (2001) avaliaram o alívio orçamentário pela redução dos gastos com
consultas e procedimentos médicos, tratamento medicamentoso, exames laboratoriais
26

e de apoio ao diagnóstico, internação hospitalar, acrescidos das alternativas do


equivalente aos dias de trabalho e de aulas perdidos. Chegaram a relação de US$ 1,16,
para cada dólar gasto com serviço de água e esgotos. Considerando-se os benefícios
associados a valores subjetivos como conforto, bem-estar, desenvolvimento
econômico, por exemplo, essa relação pode chegar a US$ 3,50 para cada dólar gasto
em água e esgotos. Isso tudo, sem considerar o custo de não fazer, que nesse caso
pode significar morte em vez de saúde para a população (TSUTIYA 2006, p. 6).

A abordagem feita é que investir em saneamento é também investir em saúde das


pessoas, o que é visto com muita frequência principalmente em períodos eleitorais é que a falta
de estruturas de saneamento é sempre questionada e os políticos fazem questão de repetir
sempre a mesma coisa prometendo tais obras que dificilmente se materializam.
A eficiência de um sistema de abastecimento de água está ligada a qualidade de vida
das pessoas e consequentemente também a qualidade da água visto que o conjunto de fatores,
tais como: a falha no fornecimento, que comina pressões negativas na rede; a falta de
esgotamento sanitário; a presença de baixas pressões na rede, por problemas operacionais ou
de projeto e a manutenção inadequada da rede, e as ligações nas residências (D’AGUILA et al.,
2000 apud SOARES et al 2002).
É necessário não apenas se ter uma infraestrutura de abastecimento de água, mas ter um
abastecimento onde os serviços sejam eficazes, as pressões nas tubulações sejam satisfatórias,
o fornecimento continuo e a agua potável de acordo com os padrões de potabilidade vistos na
portaria 2.914/11 do Ministério da Saúde, abordada na página 50.

3.6.1 Transmissão de doenças através da água

As doenças de veiculação hídrica são classificadas de acordo com suas maneiras de


transmissão, com mecanismos e a partir de categorias como explica Azevedo et al (2003, p. 3),
diz que “é importante que as doenças sejam classificadas sobre uma ótica ambiental, através da
qual as doenças infecciosas possam ser classificadas em categorias relacionadas aos aspectos
ambientais e às estratégias adequadas de prevenção e de controle dos mecanismos de
transmissão”.
A água tem dois mecanismos de transmissão de doenças: por ingestão de água
consequentemente contaminada e pela falta de água o devido ao comprometimento da higiene
corporal. Mara e Feachem (1999, apud Azevedo et al 2003), elencam os grupos de doenças
infecciosas relacionados a água, classificados em 4 categorias: doenças de veiculação hídrica,
doenças baseadas na água, doenças relacionadas com insetos vetores e doenças relacionadas
27

com a higiene. Logo abaixo duas categorias destes grupos serão citadas, já que ambas mantem
relação com o abastecimento de água.

 Feco-oral (transmissão hídrica ou relacionada com a higiene)


 Diarréias e disenterias;
 Cólera; Diarréia por Escherichia coli;
 Giardíase; Salmonelose;
 Febres Entéricas; Febre tifoide;
 Poliomielite; Hepatite A, E e F;
 Leptospirose; Ascaridíase;
 Diarreia por rotavírus; diarreia por adenovírus; entre outras

 Relacionada com a higiene


 Infecção de pele e olhos;
 Doenças infecciosas da pele;
 Doenças infecciosas dos olhos;
 Tifo transmitido por pulgas;
 Febre recorrente transmitida por pulgas;
Além desses dois grupos, existe também as doenças transmitidas por mosquitos através
da procriação na água. Pelo fato de que a população usa vasilhames como; tambores, baldes,
bacias, etc. para o armazenamento devido à escassez de água em alguns lugares e regiões, que
tornam locais propícios ao desenvolvimento dos mosquitos. Heller e Pádua (2010) afirmam que
se incluem nesse grupo:
 dengue e febre amarela, transmitidas pelo mosquito do gênero Aedes;
 malária, transmitida pelo mosquito do gênero Anopheles;
 filariose ou elefantíase, transmitidas pelo mosquito do gênero Culex.

Além de todas estas doenças já descritas provocadas por agentes biológicos, existe
também a preocupação com a presença de agentes químicos presentes na água e os seus efeitos
crônicos e agudos que possivelmente podem provocar outros problemas à saúde. Agentes estes
que tem uma ocorrência natural e também podem surgir de processos industrias, tratamento de
água, no uso agrícola, no contato da água com diversos material de instalação de abastecimento,
como por exemplo o ferro, pvc, entre outros (HELLER, PÁDUA, 2010).
28

3.7 NORMAS PARA ESTUDOS DE CONCEPÇÃO E PROJETOS DE SISTEMAS


PÚBLICOS

A NBR 12 211 (NB 587) de 1992 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas
diz sobre os Estudos de concepção de Sistemas de Abastecimento de Água, a seguir com os
elementos a atividades necessárias para os fins propostos.

Elementos Necessários:

a) definição do objetivo;
b) definição do grau de detalhamento e de precisão do estudo de concepção em geral e das
partes constituintes do sistema;
c) aspectos e condições econômicas e financeiras, condicionantes;
d) definição de condições e parâmetros de acordo com as condições locais.

Atividades Necessárias:

a) os problemas à cerca das condições topográfica e características geológicas da região;


b) os consumidores a serem atendidos até o alcance do plano e sua distribuição na área a ser
abastecida pelo sistema;
c) a quantidade de água exigida por diferentes classes de consumidores e as vazões de
dimensionamento;
d) no caso de existir sistema de distribuição, a integração das partes deste ao novo sistema;
e) a pesquisa e a definição dos mananciais abastecedores;
f) a demonstração de que o sistema proposto apresenta total compatibilidade entre suas partes;
g) o método de operação do sistema;
h) a definição das etapas de implantação do sistema;
i) a comparação técnico-econômica das concepções;
j) o estudo de viabilidade econômico-financeira da concepção básica;

A ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 12218 (NB 594) de 1994,
diz sobre os elementos e atividades necessárias para a concepção de Projeto de Rede de
Distribuição de Água para Abastecimento Público.
29

Elementos Necessários
a) estudo de concepção do sistema de abastecimento, elaborado de acordo com a NBR 12211;
b) definição das etapas de implantação;
c) projetos de outras partes do sistema de abastecimento já elaborados;
d) levantamento planialtimétrico da área do projeto com detalhes do arruamento;
e) plano de urbanização e legislação relativa ao uso e ocupação do solo;

Atividades Necessárias

a) definição das etapas de execução da rede e das correspondentes vazões de distribuição para
dimensionamento;
b) delimitação do perímetro da área total a ser abastecida;
c) delimitação das zonas de pressão;
d) fixação dos volumes dos reservatórios, conforme NBR 12217 e seus níveis operacionais;
e) análise das instalações de distribuição existentes, visando seu aproveitamento;

Portaria Ministerial

O Ministério da Saúde através da Portaria nº 2.914, de dezembro de 2011, estabelece os


procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para
consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências.
Das disposições gerais, o capitulo I diz o seguinte.
Art. 2° Esta Portaria se aplica à água destinada ao consumo humano proveniente de sistema e
solução alternativa de abastecimento de água.
Art. 3° Toda água destinada ao consumo humano, distribuída coletivamente por meio de
sistema ou solução alternativa coletiva de abastecimento de água, deve ser objeto de controle e
vigilância da qualidade da água.
Capitulo II, definições.

Art. 5° Para os fins desta Portaria, são adotadas as seguintes definições:

I - água para consumo humano: água potável destinada à ingestão, preparação e produção de
alimentos e à higiene pessoal, independentemente da sua origem;

II - água potável: água que atenda ao padrão de potabilidade estabelecido nesta Portaria e que
não ofereça riscos à saúde;
30

III - padrão de potabilidade: conjunto de valores permitidos como parâmetro da qualidade da


água para consumo humano, conforme definido nesta Portaria;

IV - padrão organoléptico: conjunto de parâmetros caracterizados por provocar estímulos


sensoriais que afetam a aceitação para consumo humano, mas que não necessariamente
implicam riscoà saúde;

V - água tratada: água submetida a processos físicos, químicos ou combinação destes, visando
atender ao padrão de potabilidade;
A referida Portaria menciona no seu artigo 9º que a Fundação Nacional de Saúde
(FUNASA) dará total apoio a soluções ou sistemas alternativos de abastecimento para consumo
humano e ações de controle da qualidade da água para consumo humano conforme parâmetros
e critérios estabelecidos na mesma. Neste trabalho a referida fundação dará total embasamento
na medida em que a mesma elaborou um relatório com todas as análises físico-químicas e
bacteriológicas de todos os Sistemas de Abastecimento e Soluções Alternativas Coletivas de
Abastecimento das escolas e hospitais da cidade de Melgaço. Relatório esse usado neste
trabalho como referência para o conhecimento da qualidade da água oferecida a população,
assim conhecendo as causas é possível apontar soluções.
A portaria em questão também é abordada no item Qualidade da Água deste trabalho,
página 50, onde mostra os conjuntos de valores de acordo com os padrões de potabilidade da
água, bem como algumas tabelas com os valores máximos permitidos de substâncias físico-
químicas, parâmetros microbiológicos afim de dar embasamento para os objetivos e conclusão
deste trabalho.
31

3.8 HIDRÁULICA APLICADA A SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Azevedo Neto, (1998, P. 1) diz que a Hidráulica, estuda o comportamento da água e


outros líquidos, que podem estar em repouso, ou em movimento. Pode ser assim dividida:
 Hidráulica Geral:
Hidrostática, Hidrocinemática, Hidrodinâmica
 Hidráulica Aplicada ou Hidrotécnica.

A Hidráulica Geral, trata, o estudo dos fluidos, tanto em repouso ou em equilíbrio


(Hidrostática), quanto, velocidade e trajetória desconsiderando força e energia
(Hidrocinemática), e estuda às velocidades, às acelerações e às forças que atuam em fluidos em
movimento (Hidrodinâmica). Já a Hidráulica Aplicada ou Hidrotécnica, tem sua observação
bastante fundamentada nos fenômenos relacionados à água, quer parada, ou em movimento,
conhecimentos aplicados na mecânica dos fluídos (AZEVEDO NETO, 1998).
Um fluido é uma substancia que se deforma continuamente sob a aplicação de uma
tensão de cisalhamento (tangencial), que se deforma continuamente sob a aplicação dessa
tensão, definimos um fluido também como uma substancia que não pode sustentar uma tensão
de cisalhamento quando em repouso (FOX et al 2014).
Um fluido tem o seu comportamento de acordo com as suas propriedades físico-
químicas: massa específica, compressibilidade, elasticidade, viscosidade, coesão, solubilidade
de gases e tensão de vapor a seguir essas propriedades serão descritas e explicadas brevemente.
A massa específica representa a relação entre a massa de uma determinada substância e
o volume ocupado por ela, sua fórmula é representada na figura abaixo:

𝜌 = 𝑚/𝑉
Equação 1: Massa específica

Onde: ρ = massa específica


m = massa do fluido
V = volume correspondente do fluido

O peso especifico é o peso do fluido por unidade de volume visto na equação 2 logo
abaixo:
32

𝛾 = 𝐺/𝑉
Equação 2: Peso específico

Onde: γ = peso específico


G = peso do fluido
V = volume correspondente do fluido

A compressibilidade é quando os corpos, tem em suas propriedades a redução de seus


volumes sob ação de pressões externas. Está relacionada diretamente com a massa específica e
como tal considerando a lei de conservação de massa, um aumento de pressão implica na
diminuição de volume (AZEVEDO NETO, 1998).
O fator de compressibilidade de cada líquido, reage pouco a uma variação na pressão, e
se mantem quase constantes, porém sofrem uma maior variação para diferentes temperaturas.
Ao ser comprimido os líquidos não mantém esse estado indefinidamente, e isto ocorre devido
a elasticidade que eles possuem. Assim, ao sofrer uma depressão, o líquido retorna ao mesmo
volume que tinha antes de sofrer a compressão, desde que a compressão e a depressão tenham
o mesmo valor absoluto (DIUANA e OGAWA 2015).
A viscosidade é a propriedade que um fluído tem de escoar rapidamente ou lentamente,
este é o conceito simples. Brunetti (2008, p. 5) diz que “viscosidade é a propriedade dos fluidos
que permite equilibrar, dinamicamente, forças tangenciais externas quando os fluidos estão em
movimento”. A temperatura influencia a viscosidade bem mais que a pressão, devido a isso
Azevedo Neto (1998) diz que, a vazão de poços diminui com a temperatura baixa em torno de
4º C, por conta de que o escoamento em meio poroso é afetado pela viscosidade.
A coesão é uma propriedade onde as partículas de fluidos resistem a pequenos esforços
de tensão, como exemplo se observa a formação de uma gota d´agua. Juntamente estão
incluindo também a adesão e tensão superficial que são responsáveis pelo fenômeno da
capilaridade (AZEVEDO NETO 1998).
Na solubilidade dos gases tem-se que a propriedade dos líquidos dissolve os gases
devido ao aumento da pressão, e liberando-os caso a pressão diminua.
Por último a tensão de vapor diz que um líquido tem seu estado de ebulição de acordo
com a pressão em uma determinada temperatura, que varia de acordo com a pressão.
33

A Hidrodinâmica estuda os movimentos dos fluidos, e tais movimentos são classificados


em movimentos permanente, não permanente, uniforme, não uniforme, acelerado e retardado,
respectivamente. Os regimes de escoamento observam os líquidos em movimentos e diferem
dois tipos de movimento, o regime laminar e turbulento. Tais conhecimentos da Hidrodinâmica
são aplicados em vários aspectos da hidráulica urbana, como: abastecimento de água, esgoto
sanitário e drenagem de águas pluviais (CORDERO 2010).
Para o abastecimento de água, o escoamento ocorre em conduto forçado, para esse e
outros tipos de escoamentos, podem ser laminares ou turbulentos. Escoamento laminar é aquele
em que as partículas se deslocam em lâminas individualizadas, sem trocas de massa entre elas,
e que é o menos comum na prática e consegue-se ver em um filete de água caindo da torneira
semiaberta. No Escoamento turbulento as partículas apresentam um movimento aleatório
macroscópico, isto é, a velocidade apresenta componentes transversais ao movimento geral do
conjunto do fluido (BRUNETTI 2008).
O escoamento laminar e turbulento é definido pela fórmula de Reynolds onde o
movimento depende do valor adimensional de acordo com sua fórmula:

𝜌𝑣𝐷
𝑅𝑒 =
𝜇
Equação 3: Número de Reynolds

Onde, ρ é massa específica do fluido, v é velocidade média do escoamento, D o diâmetro interno


do tubo e 𝜇 a viscosidade do fluido. Brunetti (2008) diz que o tipo de escoamento depende do
conjunto de grandezas v, D e v e não somente de cada uma delas. Para o caso de tubos, Reynolds
observou os seguintes valores:

Re 2000 Escoamento Laminar


2000  Re 2.400 Escoamento de transição
Re 2.400 Escoamento turbulento

Azevedo Neto (1998, P. 113) “diz que para os encanamentos em regime laminar ocorre
e é estável para valores do número de Reynolds inferiores a 2000”. Entre esse valor e 4000
34

existe uma zona crítica, na qual não se pode determinar com segurança a perda de carga nas
canalizações.
O escoamento em condutos forçados ou sob pressão é quando o líquido escoa sob
pressão diferente da atmosfera, o conduto funciona sempre fechado e canalização sempre,
totalmente cheia, em geral de sessão circular constante, um exemplo bem comum são os
sistemas de abastecimento que distribui água nas cidades por canalizações. Já os condutos livres
apresentam em sua superfície livre, pressão igual a atmosférica, e como exemplo os sistemas
de esgotos, aquedutos livres, etc (CORDERO 2010).
Na prática as canalizações dos sistemas de abastecimentos de água possuem diâmetros
diferentes e não são retilíneos por conta da declividade do terreno, e ainda por conterem peças
e conexões, registros, medidores, etc. que pela forma e disposição, elevam a turbulência.
Provocam atritos e causam o choque de partículas dando origem as perdas de carga (AZEVEDO
NETO 1998).
A equação da continuidade que tem uma grande importância nos problemas da
Hidrodinâmica, tem em sua aplicação o conceito físico da conservação de massa, onde a vazão
em uma determinada canalização é a mesma no início e no fim do trecho sem considerar a soma
entres perdas e consumos. Sua equação é representada a seguir:

𝜌1 𝑣1 𝐴1 = 𝜌2 𝑣2 𝐴2
Equação 4: Equação da continuidade

Onde, ρ é a massa específica do fluido, v a velocidade média do escoamento e A a Área


da Seção de escoamento.

No caso se o líquido for incompreensível, tem-se outra equação, onde a massa especifica
na saída do volume V deverá ser a mesma, mostrada logo abaixo:

𝑣1 𝐴1 = 𝑣2 𝐴2
Equação 5: Equação da continuidade para fluido com massa específica constante

O teorema de Bernoulli traz como enunciado geral: “Para um escoamento contínuo e


permanente, a carga total de energia, em qualquer ponto de uma linha de corrente é igual à carga
total em qualquer ponto a jusante da mesma linha de corrente, mais a perda de carga entre dois
35

pontos”. Um movimento é considerado permanente quando partículas que se sucedem ao


mesmo ponto apresentam no mesmo ponto, velocidade, massa específica iguais e sujeitas as
mesmas pressões. (AZEVEDO NETO 1998, P. 60).
Ver equação abaixo para escoamento incompreensível.

𝑝 𝑣2
+ + gz = constante
𝜌 2
Equação 6: Equação de Bernoulli

Onde, ρ é a massa específica do fluido, v a velocidade média do escoamento, p a carga


de pressão, z a carga de posição e g a aceleração da gravidade.
A equação de Bernoulli representada abaixo, relaciona, cotas, velocidades e pressões
entre duas sessões de escoamento do fluido:
𝑝1 𝑣12 𝑝2 𝑣22
𝑧1 + + = 𝑧2 + +
𝛾 2𝑔 𝛾 2𝑔

Equação 7: Equação de Bernoulli para escoamento sem atrito

Ainda segundo Azevedo Neto (1998), tem-se que a extensão do teorema de Bernoulli,
tem aplicações práticas, como exemplo o escoamento de um líquido na ausência de atrito, ou
escoamento em tubos de corrente. Foi introduzido na equação a perda de carga porque os fluidos
reais se afastam do modelo perfeito onde a diferença em consequência das forças de atrito está
na viscosidade e no atrito externo; em consequência da força de atrito, o escoamento somente
ocorre com uma perda de energia: a perda de carga.
A equação representa tudo o que foi dito no parágrafo anterior.
𝑝1 𝑣12 𝑝2 𝑣22
𝑧1 + + = 𝑧2 + + + ℎ𝑓
𝛾 2𝑔 𝛾 2𝑔

Equação 8: Equação de Bernoulli para escoamento com atrito

Onde a perda de carga está representada por “ℎ𝑓", ou seja, a energia se dissipa em forma de
calor (AZEVEDO NETO, 1998).

A perda de carga pode ser classificada como perda distribuída ou localizada, onde a
distribuída ocorre ao longo das tubulações e a localizada ocorre devido a presença de acessórios
36

(válvulas, curvas, reduções, variações bruscas de velocidade de escoamento, etc.)


intensificando a perda de carga.
É comum a utilização da forma unitária, onde se caracteriza como a razão entre a perda
de carga e o comprimento do conduto. Como visto na equação abaixo.
ℎ𝑓
𝐽=
𝐿

Equação 9: Perda de Carga Unitária

Onde J é a perda de carga unitária e L o comprimento da tubulação.

Para LIVI (2004) a perda de carga distribuída num escoamento em um duto horizontal
com diâmetro constante, é a queda da carga de pressão entre as duas seções consideradas. Ver
abaixo a equação de Darcy-Weisbach, que pode ser escrita da seguinte forma:

𝑙 𝑣2
ℎ𝑓 = 𝑓
𝐷 2𝑔

Equação 10: Fórmula Universal para Perda de Carga

Onde:

f é o fator de atrito; L é o comprimento considerado do duto; D é o diâmetro interno da


tubulação; V é a velocidade média do escoamento; e g é a aceleração gravitacional.
Os valores do coeficiente de atrito f, é determinado experimentalmente, em função do
número de Reynolds e da rugosidade relativa, tendo-se em vista o regime de escoamento. Para
efeito de cálculo o coeficiente de atrito pode ser obtido através de tabelas e/ou no diagrama de
Moody-Rouse. Também a partir de equações. Em regime laminar, como mostra a equação
abaixo.
64
𝑓=
𝑅𝑒

Equação 11: Coeficiente de atrito f em função do número de Reynolds

Para o regime turbulento algumas fórmulas são usadas, como por exemplo, a Equação
12 de Nikuradse mostrada a seguir, que é usada para tubos rugosos funcionando na zona de
turbulência completa. Ver abaixo:
37

1 D
= 1,74 + 2 log
√𝑓 2𝑒

Equação 12: Fórmula de Nikuradse para determinação de coeficiente de atrito

Para tubos lisos e a zona de turbulência completa, Colebrook propôs a equação 13


logo abaixo.

1 e 2,51
= −2. log ( + )
√𝑓 3,7𝐷 𝑅𝑒√𝑓

Equação 13: Fórmula de Nikuradse para determinação de coeficiente de atrito

Existe também outra fórmula para perda de carga bastante usada que é a de Manning a
partir da equação de Chézy.

2
𝑄 A ∗ Rh 3
=
√𝐼 𝑛

Equação 14: Fórmula de Chézy-Manning para perda de carga

Onde Rh é o raio hidráulico, A a área, I a declividade e n o coeficiente de rugosidade


de Manning.

Outra fórmula é a de Hazen-Willians:

𝑄1,852 L
hp = 10,643 1,852 4,87
𝐶 𝐷
Equação 15: Equação de Hazen-Willians

Onde, Q é a vazão no duto e C o coeficiente de Hazen-Willians, esta fórmula pode ser


aplicada com satisfação para qualquer tipo de material e conduto, os seus limites de aplicação
ficam entre o diâmetro de 50 a 3500 mm e velocidades até 3 m/s. o quadro logo abaixo mostra
os valores do coeficiente C para alguns materiais (AZEVEDO NETO, 1998).

Tabela 1: Coeficiente de Hazen-Willians para diversos materiais


NOVO USADO USADO
MATERIAL TUBO
±10 ANOS ±20 ANOS
AÇO GALVANIZADO ROSCADO 125 100 -
COBRE 140 135 130
FERRO FUNDIDO, REVEST. EPÓXICO 140 130 120
PLÁSTICO (PVC) 140 135 130
LATÃO 130 130 130
Fonte: ADAPTADO DE AZEVEDO NETO (1998)
38

Para o cálculo da perda de carga locais, localizada ou singulares hs onde ocorre em locais
das instalações em que o fluido sofre perturbações bruscas no seu escoamento utiliza-se a
fórmula a seguir.

𝐾 𝑣²
ℎ𝑠 =
2. 𝑔

Equação 16: Fórmula para perda de carga localizada ou singular

Observa-se que os tipos de perda de cargas são determinados de maneira diferentes já


que hf depende do comprimento do conduto, enquanto que hs não.

A perda de carga total se dá pela soma de hf diferentemente de hs como mostra a


equação abaixo.

Hp =  hf +  hs

Equação 17: Perda de carga total


39

3.9 SIMULAÇÃO

Segundo Salvino (2012), simulação de um SAA tem como ponto principal a rede de
distribuição, porque é a etapa que requer maior investimento, e que reúne maiores incertezas
quanto a demanda, vazamentos, obstruções e o estado dos equipamentos e acessórios.
Os modelos de simulação são ferramentas que permitem, se fazer a modelagem de um
sistema de abastecimento de água ainda em fase de projeto ou outro já existente, com uma
margem de erro estimável, analisar e prever o comportamento hidráulico e de parâmetros de
qualidade da água do sistema, a partir das características dos seus componentes, da sua forma
de operação e dos consumos solicitados. Os modelos permitem assim a rápida e eficaz
realização de análises de sensibilidade e a simulação dos cenários mais variados, com suficiente
aproximação, sem ser necessário interferir com o sistema em causa ou arriscá-lo a modos de
operação desconhecidos (COELHO, Et al 2006, p. 9).
Para fazer a simulação de uma rede pressurizada de distribuição, é necessário conhecer
alguns elementos importantes como: trecho, nó, ramal, artérias, traçado da rede, alimentação.

 Trecho: tubulações que formam os percursos da rede de distribuição


 Nós: ligam dois ou mais trechos, caracterizando um ponto de consumo e associado a
demanda de água.
 Ramal: é o conjunto de trechos ligados em série, sendo os principais trechos chamados
de artéria.
 Traçado de rede: caracterizado pela topografia dos componentes da rede de
distribuição.
 Alimentação: é onde inicia o processo de abastecimento da rede, do reservatório ou
sistema de bombeamento.

Para Menezes (2011) um modelo de simulação é a representação de um sistema real.


Através dele, espera-se “simplificar” todos os processos de uma determinada realidade, de
modo a extrair informações e alterá-la posteriormente.
O controle de perdas em um sistema hídrico, tem grande importância, no caso de um
sistema de abastecimento público que é o foco deste trabalho, é de suma importância, pois gera
grande economia, principalmente no uso da água tratada chegando ao consumidor, de forma
que se reduza ao máximo as perdas na rede de abastecimento, tudo isso, implica em melhor
funcionamento do sistema, menos desperdício, satisfação do consumidor.
40

O modelo de simulação hidráulica de um sistema de abastecimento de água é composto


por:
a) Conjunto de dados descritivos das características físicas do sistema, das suas
solicitações – os consumos – e das suas condições operacionais;
b) Conjunto de equações matemáticas que reproduzem o comportamento hidráulico dos
componentes individuais e do sistema como um todo, expressas em termos das
principais variáveis de estado – por exemplo, a pressão nos pontos notáveis.
c) Os algoritmos numéricos necessários para a resolução do conjunto de equações
matemáticas.
Um modelo de qualidade da água acrescenta, ao modelo hidráulico, equações que
traduzem o transporte, mistura e transformação da concentração de substâncias que se
comportem como estando dissolvidas na água. Os resultados de um modelo são expressos em
termos das variáveis de estado, e reproduzem – uma estimativa do nível de precisão– o
comportamento do sistema real, com o objetivo de analisar situações tipificadas, existentes ou
projetadas. (COELHO, Et al 2006)
O traçado da rede pode ser classificado em dois tipos: malhada e ramificada. As
características da rede ramificada, é que apresentam um único sentido de fluxo para o
escoamento. A principal vantagem dessa rede é que seu custo de implantação é mais barato que
o de uma rede malhada de mesmo porte. A desvantagem das redes ramificadas, é que
apresentam inconvenientes na manutenção, visto que para se executar um reparo em um trecho,
todo o ramal a jusante ficará sem água. Este tipo de rede não é indicado para sistemas que não
podem sofrer interrupção no abastecimento. A rede ramificada, pode ser utilizada em sistemas
de irrigação pressurizados, em pequenas comunidades e em urbanizações particulares. Já as
redes malhadas, por sua vez, são caracterizadas por apresentarem os seus trechos interligados
em forma de anéis, ou malhas, fazendo com que o sentido do fluxo possa ser alterado
dependendo da demanda nos nós (GOMES, 2009, Apud SALVINO 2012).
Diante do exposto, é necessário conhecimento a respeito da eficiência do sistema de
abastecimento, assim como as decisões a serem tomadas, com a finalidade de aumentá-la: Sobre
esse aspecto, Salvino explica o seguinte:

O conhecimento da eficiência do sistema de abastecimento, como também as decisões


a serem tomadas com o objetivo de aumentá-la, depende do conhecimento e controle
da operação do sistema como um todo. Durante muito tempo o controle operacional
de sistemas de abastecimento, por parte das empresas de saneamento, foi executado
41

com o apoio de equipamento de comunicação, de controle e, principalmente, da


experiência da mão-de-obra encarregada do serviço. Nos últimos anos surgiram
ferramentas computacionais que vêm sendo aplicadas, cada vez mais, para
representarem os sistemas físicos e auxiliarem na tomada de decisão com o propósito
de melhorar a eficiência da operação. Tratam-se de modelos computacionais que
simulam o sistema de abastecimento como um todo e sua operação ao longo do tempo.
Atualmente existem diversos modelos hidráulicos desenvolvidos em vários países,
destinados a simulação da operação de sistemas de abastecimento de água (SALVINO
2012, p. 7).
De acordo com Salvino (2012), conhecimento e eficiência são duas palavras decisivas
na operação de todo o sistema de abastecimento, neste sentido, não será possível nenhum
controle operacional de um sistema de saneamento abastecimento de água funcionar sem
qualificação profissional na área na execução de serviços à comunidade. Aproveitando o tema
discutido e trazendo para a realidade de muitos municípios pequenos, como Melgaço e outros
localizados no Marajó-das-Florestas1 enfrentam dificuldades de ofertar aos seus munícipes uma
melhor eficiência na operação por vários fatores como: falta de apoio político, falta de
capacitação aos operadores de sistemas de abastecimento, falta de interesse dos governantes, e
outros fatores.

1
O termo Marajó das Florestas diz respeito aos municípios de São Sebastião da Boa Vista, Curralinho, Bagre,
Portel, Melgaço, Breves, Anajás, Gurupá e Afuá na parte ocidental do arquipélago de Marajó (SARRAF-
PACHECO, 2006, apud, VIEGAS, 2015, p. 17).
42

3.10 EPANET

O Epanet é um software de modelagem hidráulica e qualidade da água, desenvolvido


pela EPA – Enviromental Protection Agency em 1993, que permite executar simulações
estáticas e dinâmicas do comportamento hidráulico e de qualidade em redes pressurizadas de
distribuição de água. É um software distribuído gratuitamente e de código aberto onde qualquer
usuário pode reescreve-lo em qualquer linguagem de programação. É possível estabelecer
cenários de projetos, comparar com dados de medição resultando na calibração de modelos
hidráulicos, análise do decaimento do cloro residual e a avaliação de consumos. ROSSMAN
(2008) apud SALVINO (2012).

A sua versão nacional foi adaptada e traduzida pelo Laboratório de Eficiência Energética
e Hidráulica em Saneamento – LENHS, da Universidade Federal da Paraíba, funciona desde a
versão Windows 98 até as mais recentes.

As capacidades de modelagem hidráulica são inúmeras, onde se destacam como


principais, segundo Rossman (2008).

 Dimensão ilimitada do número de componentes da rede analisada.


 Cálculo da perda de carga utilizando as fórmulas de Hazen-Williams, Darcy-Weisbach
ou Chezy-Manning.
 Consideração das perdas de carga singulares em curvas, alargamentos, estreitamentos
etc.
 Modelagem de bombas de velocidade constante ou variável.
 Cálculo da energia de bombeamento e do respectivo custo.
 Modelagem dos principais tipos de válvulas, incluindo válvulas de seccionamento, de
retenção, reguladoras de pressão e de vazão.
 Modelagem de reservatórios de armazenamento de nível variável de formas diversas,
através de curvas de volume em função da altura de água.
 Múltiplas categorias de consumo nos nós, cada uma com um padrão próprio de variação
no tempo.
 Modelagem da relação entre pressão e vazão efluente de dispositivos emissores (p.ex.
aspersores de irrigação, ou consumos dependentes da pressão).
43

 Possibilidade de basear as condições de operação do sistema em controles simples,


dependentes de uma só condição (p.ex., altura de água num reservatório de nível
variável, tempo), ou em controles com condições múltiplas.

Para a simulação faz-se necessário introduzir no software o traçado da rede; a posição


dos nós; o consumo base; e cota de cada nó; o diâmetro das tubulações; e os dados referentes
ao reservatório. Em seguida o programa calcula as pressões em cada nó e a velocidade e vazões
em cada trecho.

Segue a baixo a interface do programa para elaboração de projeto.

Figura 5: Interface do software Epanet


Fonte: AUTOR DA PESQUISA 2015
44

4 QUALIDADE DAS ÁGUAS

A qualidade da água tem grande influência na saúde e bem-estar das pessoas, a


importância de se preservar os recursos hídricos sugere a manutenção da vida, a água se torna
a cada dia -como é desde sempre- um bem natural de fundamental importância para todos.
Seguindo o raciocínio, o conceito de qualidade da água se aprofunda de acordo com a visão de
alguns autores como segue abaixo.
A água para consumo humano deve atender a critérios rigorosos de qualidade
e para isso não deve conter elementos nocivos à saúde (substâncias tóxicas e
organismos patogênicos) e nem possuir sabor, odor ou aparência
desagradável. Uma água própria para este fim é denominada de água potável,
e a característica que a mesma deve atender é chamada de padrões de
potabilidade. Na água potável pode estar presente uma grande quantidade de
substâncias, que não devem ultrapassar certos limites de concentração, pois
podem tornar-se nocivas pelo seu uso continuado (TSUTIYA 2006, P. 69).

A abordagem feita por Tsutiya, afirma que os padrões de potabilidade estão diretamente
relacionados a critérios rigorosos de qualidade da água, onde a mesma não deve conter
elementos nocivos à saúde. É importante também destacar o papel de um sistema de
abastecimento, onde o mesmo deve manter a qualidade da água desde os mananciais até que
chegue ao consumidor.
A qualidade da água está relacionada diretamente à fenômenos naturais e da ação do
homem. Em condições naturais, mesmo com a bacia hidrográfica preservada, a qualidade das
águas é afetada pelo escoamento superficial e pela infiltração no solo, resultantes da
precipitação atmosférica. O homem interfere na qualidade das águas no uso e ocupação do solo,
como na aplicação de defensivos agrícolas e na geração de despejos domésticos ou industriais
(VON SPERLING 2014).
A abordagem sugere que se faça, um apanhado em outros comentários seguidos de
explicação a respeito, pois, em condições naturais a água já sofre interferências de substâncias
químicas, como afirmam Heller e Pádua (2010).

Água quimicamente pura (H20) é encontrada na natureza somente quando ela


está sob a forma de vapor, Quando as moléculas de água na atmosfera se
condensam, as impurezas começam a se acumular: gases dissolvem-se nas
gotas de chuva e, ao atingir a superfície, a água dissolve uma série de
substâncias que são incorporadas à água, tais como cálcio, magnésio, sódio,
bicarbonatos, cloretos, sulfatos e nitratos, traços de alguns metais como
chumbo, cobre, manganês e compostos orgânicos provenientes dos processos
de decomposição que ocorrem no solo. As águas superficiais e subterrâneas
45

passam a ter impurezas, que sofrerão variações com a geologia local,


vegetação e clima (Branco et al, 1991 apud HELLER, PÁDUA 2010, P. 157).

Os autores destacam que as águas superficiais e subterrâneas passam a ter impurezas


devido a variações com a geologia, vegetação e clima por conta de uma série de substâncias
químicas que são incorporadas a mesma. Além disto o acúmulo dessas impurezas prejudica o
consumo público, e aumentas os riscos de doenças.
A portaria ministerial 2.914 de 2011, do Ministério da Saúde, diz sobre os padrões de
potabilidade da água para consumo humano, onde a água potável independente da origem é
destinada a ingestão, preparação e produção de alimentos e higiene pessoal. A água potável não
pode oferecer riscos para a saúde seguindo sempre o conjunto de valores permitidos como
parâmetro de qualidade da água.
A seguir na Erro! Fonte de referência não encontrada. apresenta-se os valores do
parâmetro microbiológico de qualidade da água para consumo humano, assim como destaques
importantes para este trabalho.
Tabela 2: Padrão de potabilidade (microbiológico) da água para consumo humano de acordo
com a portaria 2.914/11 do Ministério da Saúde

Parâmetro microbiológico Valor Máximo Permitido (VMP)


Água para consumo humano
Escherichia coli ou coliformes termotolerantes Ausência em 100 ml
Água na saída do tratamento
Coliformes totais Ausência em 100 ml
Água tratada no Sistema de distribuição
(reservatórios e rede). Escherichia Coli ou Ausência em 100 ml
Coliformes termotolerantes
Apenas uma amostra entre as amostras
examinadas no mês, poderá apresentar
resultado positivo. Ausência em 100 ml em
Coliformes totais
95% das amostras examinadas no mês.

Fonte: Adaptado da Portaria 2914/2011

É importante destacar a “obrigatoriedade e a manutenção de, no mínimo, 0,2 mg/L de


cloro residual livre ou 2 mg/L de cloro residual combinado ou de 0,2 mg/L de dióxido de cloro
em toda a extensão do sistema de distribuição (reservatório e rede) ”, conforme o Art. 34 da
portaria 2.914/11 do Ministério da saúde.
46

Para a garantia da qualidade microbiológica da água, em complementação às exigências


relativas aos indicadores microbiológicos, deve ser atendido o padrão de turbidez expresso na
Erro! Fonte de referência não encontrada..

Tabela 3: Padrão de turbidez para água pós-filtração ou pré-desinfecção


Tratamento de água VMP¹

Desinfecção (para águas subterrâneas) 1,0 uT² em 95% das amostras

Filtração rápida (tratamento completo ou


0,5 uT² em 95% das amostras
filtração direta)

Filtração lenta 1,0 uT² em 95% das amostras

(1) Valor Máximo Permitido.


(2) Unidade de Turbidez.

A água potável deve estar em conformidade com o padrão de substâncias químicas que
representam risco à saúde e cianotoxinas, como mostra a Erro! Fonte de referência não
encontrada. destacando as substâncias inorgânicas e orgânicas de acordo com a referida
portaria.
Continua
Tabela 4: Padrão de potabilidade (química) da água para consumo humano de acordo com a
portaria 2.914/11 do Ministério da Saúde
Valor Valor
Parâmetro máximo Parâmetro máximo
Unidade Unidade
químico permitido químico permitido
(VMP) (VMP)
Inorgânicas Orgânicas
Antimônio mg/L 0,005 Acrilamida µg/L 0,5
Arsênio mg/L 0,01 Benzeno µg/L 5
Bário mg/L 0,7 Benzo[a]pireno µg/L 0,7
Cádmio mg/L 0,005 Cloreto de Vinila µg/L 2
Chumbo mg/L 0,01 1,2 Dicloroetano µg/L 10
Cianeto mg/L 0,07 1,1 Dicloroeteno µg/L 30
1,2 Dicloroeteno
Cobre mg/L 2 µg/L 50
(cis + trans)
Cromo mg/L 0,05 Diclorometano µg/L 20
Di(2-etilhexil)
Fluoreto mg/L 1,5 µg/L 8
ftalato
Mercúrio mg/L 0,001 Estireno µg/L 20
Níquel mg/L 0,07 Pentaclorofenol µg/L 9
47

Tetracloreto de
Nitrato (como N) mg/L 10 µg/L 4
Carbon
Nitrito (como N) mg/L 1 Tetracloroeteno µg/L 40
Selênio mg/L 0,01 Triclorobenzenos µg/L 20
Urânio mg/L 0,03 Tricloroeteno µg/L 20

A água potável também deve estar em conformidade com o padrão de aceitação de


consumo expresso na Erro! Fonte de referência não encontrada..
Tabela 5: Padrão de aceitação para consumo humano
Parâmetro Unidade VMP
Alumínio mg/L 0,2
Amônia (como NH3) mg/L 1,5
Cloreto mg/L 250
Cor Aparente uH 15
1,2 diclorobenzeno mg/L 0,01
1,4 diclorobenzeno mg/L 0,03
Dureza total mg/L 500
Etilbenzeno mg/L 0,2
Ferro mg/L 0,3
Gosto e odor Intensidade 6
Manganês mg/L 0,1
Monoclorobenzeno mg/L 0,12
Sódio mg/L 200
Sólidos dissolvidos totais mg/L 1000
Sulfato mg/L 250
Sulfeto de hidrogênio mg/L 0,1
Surfactantes (como LAS) mg/L 0,5
Tolueno mg/L 0,17
Turbidez uT 5
Zinco mg/L 5
Xilenos mg/L 0,3

Recomenda-se que, no sistema de distribuição, o pH da água seja mantido na faixa de


6,0 a 9,5, o teor máximo de cloro residual livre em qualquer ponto do sistema de abastecimento
deve ser 2 mg/L.
O padrão de qualidade das águas, são estabelecidos nos seguintes documentos:
 Padrão de potabilidade: Portaria 2914 (2011), Ministério da Saúde
 Padrões de corpos d’água: Resolução CONAMA 357 (2005), do Ministério do Meio
Ambiente.
 Padrão de Lançamento: Resoluções CONAMA 357 (2005) e 430 (2011) do Ministério
do Meio Ambiente.
48

Seguindo como referência os autores Von Sperling (2014, P. 25), a OMS (Organização
Mundial de Saúde) 2003 apud Heller e Pádua (2010, P.190), onde aborda-se, os parâmetros
Físico-químicos e Biológicos de Qualidade da Água, segue abaixo alguns desses.

Parâmetros físicos:
 COR
A cor na água para abastecimento usualmente deve-se à presença de matéria orgânica
colorida (basicamente ácidos fúlvicos e húmicos), associada com a fração húmica do solo. A
cor também é altamente influenciada pela presença de ferro e outros metais, como constituintes
naturais nos mananciais ou como produtos da corrosão.
 TURBIDEZ
A turbidez da água deve-se à presença de matéria particulada em suspensão, representa
o grau de interferência com passagem de luz. É constituída em sua forma por sólidos em
suspensão. Não traz inconvenientes sanitários diretos, porém, é esteticamente desagradável na
água potável.
 SABOR E ODOR
O sabor é a interação entre o gosto (salgado, doce, azedo e amargo) e o odor (sensação
olfativa), tem como origem na decomposição da matéria orgânica, microorganismos, despejos
domésticos, etc. Não representa risco a saúde, porém põe em risco a confiabilidade da água
pelos consumidores.

Parâmetros Químicos:
 pH
O Ph (potencial hidrogeniônico) da água é a medida da atividade dos íons hidrogênio e
expressa a intensidade de condições ácidas (pH < 7,0) ou alcalinas (pH > 7,0). O pH tem grande
importância nas etapas de tratamento de água (coagulação, desinfecção, controle da
corrosividade e remoção da dureza. Problemas de corrosão em tubulações ou peças, e
incrustações são devido aos valores de pH baixo ou elevados respectivamente. Como já
mencionado anteriormente na página 52, para abastecimento de água, o pH deve ser mantido
na faixa de 6,0 a 9,5 para todo sistema de distribuição.
49

 ALCALINIDADE
É a medição da capacidade da água de neutralizar ácidos (capacidade de resistir às
mudanças de pH: efeito tampão). É importante na prevenção de corrosão em tubulações, e em
elevadas concentrações confere gosto amargo na água.
 ACIDEZ
Capacidade da água em resistir as mudanças de pH causadas pelas bases, é devida
principalmente à concentração de carbonatos, bicarbonatos e hidróxidos. A acidez é
responsável pela corrosão em tubulações e matérias.
 DUREZA
Concentração de cátions metálicos em solução. Os cátions mais frequentemente
associados à dureza são os cátions divalentes Ca2+ e Mg2+. A dureza reduz a formação de
espuma no uso de sabões implicando no maior consumo do mesmo, além de causar incrustações
nas tubulações de água quente, caldeiras, etc. Não causam problemas sanitários, porém causa
sabor desagradável na água e pode ter efeitos laxativos (VON SPERLING, 2014 P. 32)
 FERRO E MANGANÊS
O ferro e o manganês estão presentes nas formas insolúveis (Fe+3 e Mn+4) numa grande
quantidade de tipos de solos. Os sais de ferro e manganês (por exemplo, carbonatos, sulfetos e
cloretos), quando oxidados, formam precipitados e conferem à água gosto e coloração, o que
pode acarretar problemas como manchas em roupas e a desconfiança do consumidor.
Geralmente em águas de mananciais são encontrados em baixo teor, ao contrário das águas
subterrâneas, onde o ferro e manganês são encontrados em altas concentrações.
 CLORETOS
Os íons resultantes da dissolução de mineiras em águas naturais originam a dissolução
de sais como o cloreto de sódio. Em águas para consumo humano, a concentração de cloretos
está diretamente associada à alteração de gosto e, portanto, à aceitação para consumo. Além de
conferir gosto salino às águas, em altas concentrações podem interferir na coagulação durante
o tratamento da água (HELLER E PÁDUA, 2010, P. 179).
 NITROGÊNIO
Dentre o ciclo do nitrogênio na biosfera existe várias formas e estados de oxidação do
mesmo. Duas delas no meio aquático pode ser encontrada em forma de nitrito (NO2-) e nitrato
(NO3-). A importância do nitrogênio é que o mesmo propicia o crescimento de algas e em
grandes concentrações propicia o um grande crescimento desses organismos, o que causa a
eutrofização.
50

 OXIGÊNIO DISSOLVIDO
O oxigênio dissolvido (OD) é de fundamental importância para os organismos aeróbios
(que vivem na presença de oxigênio). Durante a estabilização da matéria orgânica, as bactérias
fazem uso do oxigênio nos seus processos respiratórios, podendo vir a causar uma redução da
sua concentração no meio, podendo levar a morte diversos seres aquáticos do meio. Caso o
oxigênio seja totalmente consumido, tem-se condições anaeróbias, com geração de maus
odores.
 MATÉRIA ORGÂNICA
A matéria orgânica presente nos corpos d´água e nos esgotos é uma característica
importante, sendo a principal causadora do problema de poluição das águas: o consumo de OD
pelos microorganismos nos seus processos metabólicos de utilização e estabilização de MO.
Utilizam-se os seguintes métodos para quantificação da matéria orgânica ou do seu potencial
poluidor: a demanda bioquímica de oxigênio (DBO), a demanda química de oxigênio (DQO) e
a medição do carbono orgânico total (COT).
 CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS
A determinação da potencialidade de uma água transmitir doenças pode ser efetuada de
forma indireta, através dos organismos indicadores de contaminação fecal, pertencentes
principalmente ao grupo coliforme.
O grupo coliforme é utilizado como indicador de contaminação fecal pelas seguintes
principais razões segundo Von Sperling (2014).
a) Os coliformes apresentam-se em grandes quantidades nas fezes humanas;
b) Os coliformes apresentam-se em grande número apenas nas fezes do homem e de
animais de sangue quente.
c) Os coliformes apresentam resistência similar à maioria das bactérias patogênicas
intestinais.
d) As técnicas bacteriológicas para a detecção de coliformes são rápidas e econômicas.
51

5 MATERIAIS E MÉTODOS
5.1 DESCRIÇÃO DAS UNIDADES DO SAA DA CIDADE DE MELGAÇO

A Prefeitura Municipal, bem como a Secretaria municipal de obras é a responsável pela


operação do sistema de abastecimento de água na cidade de Melgaço, sendo que o primeiro foi
inaugurado em 1969 e sendo reformado pela última vez em 1999 (complexo Senador Lemos).
As principais características deste sistema estão descritas nos tópicos seguintes.

5.2 Captação de água na Baía de Melgaço (Complexo Senador Lemos)

Esta unidade fica localizada próxima a entrada do trapiche municipal, ao final da Av.
Senador Lemos, bairro centro, inaugurada em 1968, ampliada e reformada em 1999*.
A estação de captação localizada na ponta do trapiche municipal, bombeia a água
captada na baía de Melgaço através de dois conjuntos motor-bomba para os reservatórios
inferiores, com vazão máxima de 100 m³/h,. Como mostra a Figura 6.

Figura 6: Estação de captação Baía de Melgaço.


Fonte: AUTOR DA PESQUISA (2015)


Informações como: datas de reformas e ampliações no SAAM foram verificadas na própria placa de
inauguração da obra, vazões, diâmetro de tubulações e capacidade do reservatório, foram verificadas,
nas próprias bombas, site de fabricantes, e diâmetro na própria tubulação.
52

Dados das bombas de captação

 Número de conjuntos 2 (2b + 0r)


 Marca das bombas KSB
 Modelo Meganorm 65-200

5.3 Adutora de água Bruta

A adução de água bruta é feita através do bombeamento da estação de captação até os


reservatórios inferiores. A tubulação percorre toda a extensão do trapiche municipal, realçada
na imagem para melhor visualização. Ver Figura 7:

Figura 7: Adutora de água bruta


Fonte: AUTOR DA PESQUISA (2015)

Dados da tubulação:

 Diâmetro 100 mm
 Extensão 190 m
 Material pvc
53

5.4 Reservatórios Inferiores

A água captada na baía é diretamente bombeada para dois reservatórios inferiores, com
vazões desconhecidas devido a dificuldades de informação e/ou perda de arquivos e projetos
do SAAM. Ver Figura 8.

Figura 8: Reservatórios Inferiores


Fonte: AUTOR DA PESQUISA (2015)

5.5 Reservatório Superior

Em seguida a água é elevada para o reservatório superior através de outros dois


conjuntos motor-bomba sem tratamento, com vazão máxima de 100 m³/h, abastecendo cerca
de 43% das residências que obtém do serviço público de água encanada na cidade. (SEMA
Melgaço, 2013).
O reservatório superior como mostra a Figura 9, tem capacidade de 57 m³, sendo
abastecido a cada 4 horas, porém, este intervalo de bombeamento ocorre apenas das 6:00 h às
18:00 h segundo informações do SAAM.
54

Figura 9: Reservatório Superior


Fonte: AUTOR DA PESQUISA (2015)

5.6 Captação de água de poços (Complexo São Miguel)

Esta unidade se localiza ao final da rua são Miguel, bairro centro, onde popularmente se
conhece como final da pista. A água é captada de dois poços, ambos com profundidade de 100
e 50 metros, bombeadas por duas bombas submersas (bombas sapo2) para o reservatório
superior.

Figura 11: Captação de água de poço com 50 Figura 10: Captação de água de água de poço
m de profundidade. com 100 m de profundidade.

Fonte: AUTOR DA PESQUISA (2015) Fonte: AUTOR DA PESQUISA (2015)

1
As bombas submersas ou “bombas sapo” tem este apelido por ser uma bomba que trabalha mergulhada dentro
da água, além de ser usado para bombear água, também se usa no bombeamento de esgotos, produtos químicos,
águas servidas, etc.
55

5.7 Reservatório Superior

O reservatório superior tem capacidade de 100 m³, e é abastecido pelo conjunto-motor


de três bombas que bombeiam a água dos reservatórios inferiores.

Figura 12: Reservatório Superior


Fonte: AUTOR DA PESQUISA (2015)

5.8 Reservatórios Inferiores

Os reservatórios inferiores armazenam as águas que posteriormente serão bombeadas


para o reservatório superior.

Figura 13: Reservatórios Inferiores


Fonte: AUTOR DA PESQUISA (2015)
56

Dados das bombas

 Número de conjuntos 3 MOTOR-BOMBAS


 Marca das bombas SCHNEIDER
 Modelos BC-21R 1 ½ 5CVTRIF60HZ4V
BC-21R 27.5 T 60 4V

Conjuntos Motor-bombas que bombeiam água dos dois reservatórios inferiores para o
reservatório superior. Figura 14:

Figura 14: Conjuntos Motor-bomba


Fonte: AUTOR DA PESQUISA (2015)

5.9 Sistema de Tratamento de Água

O tratamento de água é feito através de: aerador, filtro e clorador (Figura 15 ) Apesar de
existir um sistema de tratamento, faz-se necessário um reparo no mesmo, para retirada do ferro
presente na água acima do limite permitido de 2,4 mg/l, segundo relatório da Funasa (Fundação
Nacional de Saúde) feito em maio de 2014, abordado na página 57.

Figura 15: Sistema de Tratamento de Água.


Fonte: AUTOR DA PESQUISA (2015)
57

6 METODOLOGIA (QUALIDADE DA ÁGUA)

Este trabalho como já dito anteriormente tem dois enfoques, que é mostrar a qualidade
da água do sistema de abastecimento de Melgaço e simular o comportamento da rede de
distribuição do mesmo sistema com o software Epanet. Sobre a qualidade da água, partindo do
princípio deste trabalho que é o estudo de caso, foram feitas análises laboratoriais para mostrar,
se a qualidade da agua de abastecimento oferecida a população, está de acordo com os padrões
de potabilidade exigido na portaria 2914/2011 do Ministério da Saúde e de acordo com os
padrões de lançamento postos na Resolução 357/2005 do CONAMA (Conselho Nacional do
Meio Ambiente).
Primeiramente utilizou-se dos resultados obtidos do relatório feito pela FUNASA
(Fundação Nacional da Saúde) através da URCQA (Unidade Regional de Controle de
Qualidade de Água do Pará), realizado nos dias 05/05 a 09/05 no ano de 2014, onde foram feitas
análises de qualidade de água nas escolas da cidade de Melgaço e nos dois complexos de
abastecimento de água, neste trabalho especificamente serão tratadas as análises dos dois
complexos (Senador Lemos e São Miguel). Na Tabela 6 logo abaixo é mostrado o local de
coleta de cada amostra.
Tabela 6: Amostras coletadas
Amostra Localidade Local de coleta

1 Sede do município Baia de Melgaço
2 Sede do município Torneira após reservatório (água captada da Baia
de Melgaço
3 Sede do município Saída do poço tubular de 50 m (novo) – Rua São
Miguel
4 Sede do município Saída do poço tubular de 100 m (antigo) – Rua São
Miguel
5 Sede do município Após Filtração dos 2 poços – Rua São Miguel
6 Sede do município Torneira após reservatório elevado (mistura dos 2
poços
Fonte: ADAPATADO DE FUNASA (2014)

Além dos resultados obtidos através do relatório feito pela FUNASA (Fundação
Nacional de Saúde), também foram feitas coletas de água de cada sistemas de abastecimento
(São Miguel e Senador Lemos), em duas residências, nas ruas Wilson Ribeiro e 12 de Outubro,
essas amostras foram armazenadas em recipiente adequado e transportada de Melgaço até a
capital Belém, onde foi levada ao laboratório da Companhia de Saneamento do Pará
(COSANPA).
58

6.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Segue na tabela 7, os resultados analíticos dos parâmetros físico-químicos analisados


pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA).
Tabela 7: Resultados analíticos físico-químicos
Amostra Cor Turbidez Ph STD Ferro Aluminio Nitrato Amônia
nº aparente UNT Mg/l Total mg/l mg/l mg/l
UH
1 97.4 8.2 6.3 15.53 0.94 0.020 0.6 0.02
2 0.7 0.14 5.2 19.81 2.72 0.037 0.3 0.09
3 1.7 0.60 5.4 21.74 5.02 0.049 0.2 0.06
4 2.5 2.71 5.3 16.74 4.80 0.083 0.3 0.07
Fonte: ADAPTADO DE FUNASA (2014)

Onde:
VMP= Valor Máximo Permitido pela Portaria 2914/2011
S.T.D.= Sólidos Totais Dissolvidos
pH= 6.0 a 9.5 é recomendação
Os resultados em negrito apontam NÃO COMFORMIDADE
Sequem abaixo os resultados bacteriológicos:
Tabela 8: Resultados analíticos bacteriológicos: método Cromogênico/Fluorogênico
Nº Amostra Coliformes Totais Escherichia Coli CRL mg/L
01 Presença Presença NC
02 Presença Presença NC
03 Ausência Ausência NC
04 Ausência Ausência NC
05 Presença Ausência NC
06 Presença Ausência NC
Fonte: ADAPTADO DE FUNASA (2014)

Onde:

CRL= Cloro Residual Livre : NC= Não clorada

1- Coliformes totais- Indicador do grau de eficiência de tratamento – na saída do


tratamento. 2- Coliformes totais= Indicador da integridade do sistema de distribuição –
reservatório e rede. 3 – Escherichia Coli= Indicador de contaminação fecal.

Os resultados em negrito indicam NÃO CONFORMIDADE

Existe uma diferença nas tabelas, pois a quantidade de amostras na Tabela 6 não condiz
com a Tabela 7, nesse caso a última não mostra os resultados dos parâmetros físico-químico
59

analisados após o reservatório elevado nos dois complexos de abastecimento e sim apenas o
bacteriológico, neste caso foram coletadas duas amostras posteriores feitas para compor
especificamente este trabalho, uma de cada complexo após os reservatórios elevados, porém
nas considerações finais do relatório, são abordadas de maneira geral todas as amostras e suas
orientações para a melhoria da qualidade da água.

A coleta das amostras após o reservatório elevado do complexo Senador Lemos e São
Miguel, foram feitas no dia 03, de novembro, de 2015, coleta está feita pelo autor da pesquisa,
e levada de Melgaço até ao laboratório da COSANPA (Companhia de Saneamento do Pará) na
cidade de Belém, no dia seguinte às 10:50 horas. O objetivo deste relatório é somar com o
anterior e assim obter melhores resultados e/ou compará-los, de qualquer forma, as análises
feitas de maneira geral, contribuíram de forma satisfatória para este trabalho.

A seguir os resultados das amostras coletadas após reservatório elevado da Senador


Lemos, ver tabela abaixo.

Tabela 9: Análises Físico-químicas Complexo Senador Lemos


Parâmetros Unidade Teor
Ph 7,01
Cor verdadeira (mg Pt-Co/L) UH 55,0
Turbidez UT 7,2
Cloretos mg/L 12,0
Dureza mg/L 10,0
Alcalinidade e Metil Orange mg/L 6,0
Matéria Orgânica mg/L 3,0
Nitrog. Amoniacal (N) mg/L 0,13
Nitrato (Como N) mg/L 0,12
Nitrito (Como N) mg/L <0,001
Fonte: ADAPTADO DE COSANPA (2015)

A seguir os resultados das amostras coletadas após reservatório elevado da São


Miguel, ver Tabela 10.
Tabela 10: Análises Físico-químicas e Bacteriológico Complexo São Miguel
Parâmetros Unidade Teor
Ph 6,25
Cor mg Pt-Co UH 25,0
Turbidez UT 6,34
Amônia mg/L 0,275
Cloretos mg/L 17,0
Dureza Total CaCO3 mg/L 4,0
Alcalinidade e Metil Orange mg/L 4,0
60

Matéria Orgânica mg/L 1,4


Nitrato (Como N) mg/L 0,04
Nitrito (Como N) mg/L <0,001
Coliforme Total (presença/ausência) Nº100ml P
Escherichia Coli Nº100ml A
Fonte: ADAPATADO DE COSANPA (2015)

Segue abaixo a imagem feita no dia da coleta com as duas amostras coletadas, sendo
visualmente já diferenciadas por sua coloração, amostras essa coletadas pelo autor da pesquisa
e levadas posteriormente ao laboratório da COSANPA como já mencionado anteriormente.

Figura 16: Amostras de águas coletadas para análises laboratoriais


Fonte: AUTOR DA PESQUISA (2015)

As análises laboratoriais feitas pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA, 2015),


mostraram que a água captada na baia de Melgaço que abastece o reservatório do complexo
Senador Lemos, apresenta índices elevados de Turbidez, Cor Aparente e Ferro, além da
presença de coliformes totais e Escherichia Coli antes e após o reservatório elevado, assim
como as análises feitas pela COSANPA após reservatório elevado através do autor da pesquisa.
As recomendações feitas baseiam-se na Portaria 2.914/11 do Ministério da Saúde
conforme o artigo 24, parágrafo único que diz, “Toda água para consumo humano, fornecida
coletivamente, deverá passar por processo de desinfecção ou cloração”, dito isto, a água
fornecida para o abastecimento deverá passar por processo de desinfecção ou cloração (de
acordo com o caput do artigo 24 da Portaria 2.914/11). Na conclusão também é abordado os
resultados obtidos tanto pela FUNASA quanto pela COSANPA.
61

7 METODOLOGIA (SIMULAÇÃO EPANET)

Para o resultado ser satisfatório, a simulação feita no software Epanet, exigiu-se a coleta
de dados contidas nos projetos de engenharia do sistema de abastecimento de Melgaço, dados
como comprimentos e diâmetros das tubulações, todos inseridos no projeto de simulação de
acordo com o mapa da cidade, projetos estes disponibilizados através da secretaria de obras do
município. A distribuição dos nós, foi feita de acordo com os encontros de trechos, localizados
sempre nas esquinas das ruas da cidade, enquanto que para as cotas, utilizou-se os recursos do
programa Google Earth, tirando as cotas topográficas de cada nó.
O consumo base de cada nó foi calculado de acordo com a relação entre a vazão e o
número de economias em que cada complexo de abastecimento alcança, segundo a Secretaria
de Meio Ambiente (SEMA) de Melgaço, a população é estimada em 5503 habitantes, os dois
sistemas de abastecimento (Senador Lemos e São Miguel) atendem juntos 1047 economias,
sendo para cada complexo 449 e 598 respectivamente. O cálculo da população abastecida para
o sistema considerou um consumo per capta de 175 l/habitante, de acordo com a NB 587/79 e
para cada economia 5 moradores foram estimados de maneira que os cálculos atendessem a
população abastecida.
A fórmula utilizada para o cálculo da perda de carga na simulação foi a de Hazen-
Williams, que tem seu limite de aplicação com diâmetros entre 50 a 3.500 mm e velocidade de
até 3m/s, ou seja, atende as exigências do projeto. Não se utilizou bombas na simulação devido
à falta de informações das alturas dos reservatórios, e também por não ser necessariamente
preciso, pois, a rede de distribuição é abastecida por gravidade e não bombeamento, onde o
mesmo só ocorre na sucção e recalque dos poços e mananciais para os reservatórios,
informações estas aplicadas para as duas simulações (complexos São Miguel e Senador Lemos)
feitas separadamente.
A simulação feita para o complexo Senador Lemos foi bem sucedida, porém os dados
fornecidos, foram estipulados de acordo com a NBR 2218/94, dados não reais do sistema, já
que não foi possível a obtenção dos projetos de engenharia, com o traçado da rede, e os
diâmetros nominais de cada trecho, sendo assim os resultados ficaram comprometidos, sendo
inviável sua aceitação para este trabalho.
62

7.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O sistema de abastecimento da São Miguel, foi simulado de acordo com a inserção dos
dados no software Epanet, já mencionado anteriormente, foram inseridos 31 trechos, 23 nós,
com vazão de 11,55 l/s e o consumo de cada um calculado em 0,5 l/s para uma população
estimada de 2990 habitantes e o consumo diário e horário (K1 e K2) 1,2 e 1,3 respectivamente.
A simulação foi bem sucedida, como mostra a Figura 17.

Figura 17: Simulação bem sucedida complexo São Miguel


Fonte: AUTOR DA PESQUISA (2015)

Posteriormente a modelagem da rede sem o mapa (auxilio) com as legendas de pressão


e perda de carga, onde dos 23 nós, 5 estão com a pressão entre 25,50 e 27,76 m.c.a, já o restante,
todos estão entre 22,95 e abaixo de 25,50 m.c.a no horário de maior consumo ás 12:00 horas.
63

As pressões em todos os nós estão de acordo com a NBR 12218/94 que determina nas
tubulações pressões entre 10 a 50 m.c.a. Ver figura 18.

Figura 18: Modelagem da rede de distribuição


Fonte: AUTOR DA PESQUISA (2015)

O gráfico apresenta a dinâmica entre os valores das pressões ás 12:00 horas.

Gráfico 1Perfil de pressão


64

Em seguida os resultados em tabelas de cada nó (Tabela 11)

Tabela 11: Tabela da Rede - Nós às 12:00 Horas


Consumo- Carga
Identificador do Nó Cota Consumo Pressão
Base Hidráulica
m LPS LPS m m
Nó 1 5 0.5 0.50 32.76 27.76
Nó 2 10 0.5 0.50 33.09 23.09
Nó 3 9 0.5 0.50 33.10 24.10
Nó 4 6 0.5 0.50 32.76 26.76
Nó 5 9 0.5 0.50 33.21 24.21
Nó 6 9 0.5 0.50 33.21 24.21
Nó 7 10 0.5 0.50 33.08 23.08
Nó 8 10 0.5 0.50 32.95 22.95
Nó 9 10 0.5 0.50 33.24 23.24
Nó 10 9 0.5 0.50 33.55 24.55
Nó 11 9 0.5 0.50 33.44 24.44
Nó 12 9 0.5 0.50 33.41 24.41
Nó 13 8 0.5 0.50 33.50 25.50
Nó 14 9 0.5 0.50 33.62 24.62
Nó 15 7 0.5 0.50 33.31 26.31
Nó 16 7 0.5 0.50 32.95 25.95
Nó 17 9 0.5 0.50 33.92 24.92
Nó 18 9 0.5 0.50 33.77 24.77
Nó 19 10 0.5 0.50 33.70 23.70
Nó 20 9 0.5 0.50 33.21 24.21
Nó 21 8 0.5 0.50 32.97 24.97
Nó 22 10 0.5 0.50 33.55 23.55
Nó 23 9 0.5 0.50 33.12 24.12
RNV 25 25 #N/A -11.50 34.96 9.96
Fonte: ADAPTADO, AUTOR DA PESQUISA (2015)

Foram inseridos na simulação o comprimento de cada trecho e o diâmetro como já


mencionado anteriormente, já o valor da rugosidade (coeficiente C de Hazen-Willians), foi
definido de acordo com a tabela mostrada na página 37, adaptado de Azevedo Neto (1998),
onde é definido o valor da rugosidade pelo tipo de material, que no caso deste trabalho foi o
Plástico (PVC), e a idade do mesmo, mais de 10 anos, por isso o valor da rugosidade em 135,
mostrada nos resultados da Tabela 12.
65

Segue os resultados em cada trecho mostrados na Tabela 12.

Tabela 12: Resultados em cada trecho


Trecho Perda de
Comprimento Diâmetro Rugosidade Vazão Velocidade
Carga
Identificador m mm LPS m/s m/km
Tubulação 1 242.81 50 135 -0.50 0.25 2.03
Tubulação 2 114 50 135 -0.48 0.25 1.91
Tubulação 3 131 100 135 -1.50 0.19 0.53
Tubulação 4 78.60 100 135 4.38 0.56 3.85
Tubulação 5 67.50 100 135 2.90 0.37 1.79
Tubulação 6 100 50 135 0.47 0.24 1.82
Tubulação 7 135 50 135 0.53 0.27 2.24
Tubulação 8 180 50 135 0.50 0.25 2.03
Tubulação 9 106.20 100 135 -4.14 0.53 3.47
Tubulação 10 94.37 75 135 1.07 0.24 1.16
Tubulação 11 105 50 135 0.45 0.23 1.67
Tubulação 12 72.50 75 135 0.66 0.15 0.47
Tubulação 13 210 50 135 0.36 0.19 1.12
Tubulação 14 88.80 50 135 0.42 0.21 1.45
Tubulação 15 65 50 135 0.50 0.25 2.03
Tubulação 16 220 100 135 2.55 0.32 1.41
Tubulação 17 116.32 75 135 0.51 0.12 0.30
Tubulação 18 82 75 135 -0.04 0.01 0.00
Tubulação 19 104.75 100 135 1.93 0.25 0.84
Tubulação 20 206 100 135 2.09 0.27 0.98
Tubulação 21 196.29 100 135 1.55 0.20 0.56
Tubulação 22 165 50 135 0.50 0.25 2.03
Tubulação 23 135 100 135 -0.58 0.07 0.09
Tubulação 24 162 50 135 0.50 0.25 2.03
Tubulação 25 79 100 135 -0.55 0.07 0.08
Tubulação 26 359.65 50 135 0.50 0.25 2.03
Tubulação 27 72.22 50 135 -0.02 0.01 0.00
Tubulação 28 112.12 100 135 -2.48 0.32 1.35
Tubulação 29 220.50 100 135 1.53 0.20 0.55
Tubulação 30 112 100 135 1.03 0.13 0.27
Tubulação 31 45 100 135 -11.50 1.46 23.02
Fonte: ADAPTADO, AUTOR DA PESQUISA (2015)

As vazões negativas em algumas tubulações são interpretadas da seguinte maneira, onde


o sentido do escoamento nos trechos é contrário ao sentido do nó inicial, por isso os valores
66

negativos. As perdas de carga com valores altos, podem indicar vazamentos em tubulações e
servirem de auxílio para futuras manutenções na rede de distribuição.
67

8 CONCLUSÃO

Conclui-se neste trabalho, através da simulação feito no software Epanet, que a rede de
distribuição de água do complexo São Miguel funciona com pressões adequadas, no que diz
respeito a norma NBR 2218/94, com valores de perdas de cargas que podem ser minimizados,
com reparos nas tubulações considerando problemas de vazamento. No que diz respeito a
qualidade da água, os parâmetros analisados em 2014 pela FUNASA (Fundação Nacional de
Saúde) constataram um alto teor de ferro acima do limite de 2,4 mg/L, após o reservatório
elevado, presença de coliformes e aumento da turbidez, porém, ainda dentro do permitido que
é de 5,0 uT. Já na análise feita em 2015 no laboratório da COSANPA (Companhia de
Saneamento do Pará) para compor estre trabalho, a Turbidez deu fora dos padrões de
potabilidade, possivelmente por conta do alto teor de ferro que já deveria ter sido removido,
juntamente com a cor. Na mesma análise o laudo dado como insatisfatório, identificou a
presença de coliformes totais. Por tanto, deve ser feito como tratamento a retirada do ferro por
métodos adequados de filtração e a desinfecção ou cloração dessa água (conforme caput do
artigo 24 da Portaria 2914/11).
Para concluir este trabalho de acordo com o que foi proposto, analisou-se também o
complexo de abastecimento da Senador Lemos, onde não foi possível executar a simulação no
Epanet por motivos expostos nos resultados e discussão, porém, o que se pode afirmar através
de conversas informais com os moradores é que vários pontos da rede têm baixa pressão, com
falhas no abastecimento, e utilizam a agua apenas para lavagem de louças, pisos, etc. Nas
análises feitas em 2014 pela FUNASA, a água apresentou altos índices de turbidez, cor
aparente, ferro, presença de coliformes totais e Escherichia Coli antes e após o reservatório
elevado, o que se repetiu nas análises feitas em 2015. A rede de abastecimento do complexo
Senador Lemos, por ser antiga, deveria passar por um processo de reestruturação, construindo
um novo sistema de abastecimento, com tratamento de água, enquanto ao atual, a qualidade da
água é inapropriada para consumo, onde faz-se necessário a remoção de cor, ferro e turbidez,
além da desinfecção ou cloração (conforme caput do artigo 24 da Portaria 2914/11).
Por tanto, a contribuição deste trabalho é no sentido de mostrar uma importante
ferramenta computacional que é o software Epanet, em prol da eficiência e da economia na
análise do comportamento hidráulico em redes de distribuição, o que ajuda bastante
principalmente em cidades interioranas com poucos recursos financeiros, tecnológicos, poucos
recursos técnicos e informações como é o caso de Melgaço. Os parâmetros de qualidade da
68

água analisados e comparados, mostraram que o tratamento ainda é bastante precário na cidade
e que essa questão influencia diretamente ou indiretamente na saúde de muitas pessoas. Este
trabalho possui muitas informações que podem servirem de alerta para os governantes, a própria
população e despertar o interesse de profissionais da área..
69

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