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Escola de Minas
Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade
Socioeconômica Ambiental
PPGSSA
Protocolo de Avaliação
Rápida: ferramenta para
análise da qualidade dos
recursos hídricos
Dissertação
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e melhor amigo!
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu esposo Victor Souza por apoiar os meus sonhos e me auxiliar a conquistá-
los. Agradeço à minha mãe Maria Girlande e ao José Marcos pela motivação. Ao meu pai
Jaelson pelo apoio. Aos meus irmãos Mylenna, Diego e Junio, meus grandes amigos.
A Universidade Federal de Ouro Preto pela oportunidade de alcançar mais uma etapa em
minha caminhada. Ao Programa de Sustentabilidade Socioeconômica Ambiental. Aos
educadores pelo compartilhamento durante o curso e pelo importante papel que cumprem
perante a sociedade, fundamentais em minha trajetória. Aos colegas de turma pela artilha
durante as aulas e pelo apoio dados uns aos outros.
Aos meus amigos, em especial Sabrina Do Carmo e Tarcísio Petter pela força, apoio e por
proporcionarem diversão nessa caminhada. Agradeço ao Paulo e a Marlene pelas
incontáveis orações, e por me presentear com a afilhada mais linda do mundo, Kézia, a
dindinha te ama muito!
Enfim, a todos que direta ou indiretamente estão colaborando para realização de mais um
sonho.
“A água de boa qualidade é como a saúde ou a liberdade:
só tem valor quando acaba.”
Guimarães Rosa
RESUMO
OCom o crescimento populacional e a crescente demanda por água para múltiplos usos têm
provocado degradação aos ecossistemas aquáticos. Assim, torna-se imprescindível a
utilização de ferramentas que possam avaliar a qualidade dos recursos hídricos. O Protocolo
de avaliação rápida (PAR) é uma ferramenta útil e acessível às comunidades para o
monitoramento da qualidade hídrica por meio empírico dos parâmetros físicos. Com o
monitoramento é possível perceber alterações dos corpos d’água causada, em sua maioria,
pela ação antrópica. O objetivo dessa pesquisa foi utilizar o Protocolo de Avaliação Rápida
para analisar trechos do Ribeirão da Prata, em Ouro Preto, pertencente a Bacia Hidrográfica
do Rio das Velhas e trechos do Rio Jequitinhonha, inserido na Bacia Hidrográfica do Rio
Jequitinhonha, Minas Gerais. Para isso, parâmetros foram estabelecidos em cada PAR
levando em consideração as particularidades dos cursos d’água avaliados. A partir das
análises empíricas foram atribuídas as notas 10 para ‘ótimo’, 5 ‘bom’ e 0 para ‘péssimo’,
para os parâmetros estipulados. Foram realizadas equações matemáticas para obter as
condições ambientais para os trechos avaliados, sendo ‘condição natural’, ‘levemente
alterado’ e ‘severamente alterado’. As análises evidenciaram que as ações antrópicas são as
principais causadoras da perda da qualidade da água. As contribuições dos parâmetros
observados nos protocolos auxiliam no detalhamento das condições do meio ambiente e dos
rios. A ferramenta utilizada permitiu o envolvimento de participantes das comunidades
visitadas, se mostrando como um instrumento de Educação Ambiental.
With population growth and the increasing demand for water for multiple uses have caused
degradation to aquatic ecosystems. Thus, it is essential to use tools that can assess the
quality of water resources. The Rapid Assessment Protocol (RAP) is a useful and accessible
tool for monitoring water quality through physical parameters. With the monitoring, it is
possible to perceive alterations in the water bodies caused, mostly, by anthropic action. The
objective of this research was to use the Rapid Assessment Protocol to analyze stretches of
the Ribeirão da Prata, in Ouro Preto, belonging to the Rio das Velhas watershed and
stretches of the Jequitinhonha River, inserted in the Jequitinhonha River watershed, Minas
Gerais. For this, parameters were established in each RAP taking into account the
particularities of the waterways evaluated. From the empirical analyses, the stipulated
parameters were assigned the grades 10 for "excellent", 5 for "good" and 0 for "bad".
Mathematical equations were performed to obtain the environmental conditions for the
evaluated stretches, being "natural condition", "slightly altered" and "severely altered". The
analyses showed that anthropic actions are the main causes of the loss of water quality. The
contributions of the parameters observed in the protocols help in detailing the conditions of
the environment and the rivers. The tool used allowed the involvement of participants from
the visited communities, showing itself as an Environmental Education tool.
1. INTRODUÇÃO 15
2. METODOLOGIA 17
3. Instrumento de coleta de dados 20
4. Tratamento e Análise dos resultados 20
5. Elaboração do Produto Técnico 21
6. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO 21
PRODUTO TÉCNICO 96
15
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
A base da pesquisa foi construída através de leitura de várias frentes, como livros,
monografias, dissertações e teses. Artigos científicos, periódicos acadêmicos e políticas
ambientais foram consultados na base de dados da Scielo, Capes, Google Acadêmico bem
como em repositórios da Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP. Dessa maneira,
ressalta-se a importância da revisão de literatura, como colocado por Fachin (2001) ela é
tida como a etapa mais importante no trajeto da pesquisa, que se dá através da leitura,
separação, fichamento e compreensão para buscar as informações necessárias para a
realização do trabalho.
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A bacia hidrográfica do rio das Velhas está localizada na região central do Estado de
Minas Gerais, entre as latitudes 17° 15'S e 20° 25'S e longitudes 43° 25'W e 44° e 50W, e
corresponde à Unidade de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos São Francisco 5
(SF5). O rio recebeu o nome Velhas, provavelmente no ano de 1.711 pelo Governador
Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho, ele apresentava a primitiva
denominação indígena de UAIMII, alterada para GUAICHUI, que significa "Rio das
Velhas Tribos Descendentes".
O Rio das Velhas tem sua nascente principal na cachoeira das Andorinhas,
município de Ouro Preto, a uma altitude de cerca de 1.500 metros. A bacia tem uma área de
29.173 Km², onde estão localizados 51 municípios que abrigam uma população de
aproximadamente 4,8 milhões de habitantes - destes, aproximadamente 89% residem em
distritos e municípios integralmente inseridos na bacia (CAMARGOS, 2005). Seu rio
principal percorre 806,84 km até desaguar no rio São Francisco, no município de Várzea da
Palma, a uma altitude de 478 m (MARTINS, 2019). O rio das Velhas é o maior afluente do
rio São Francisco (MORENO et al. 2004).
O alto rio das Velhas compreende o Quadrilátero Ferrífero, região importante
economicamente por possuir reservas minerais de ferro, manganês, cobre, antimônio,
arsênio, ouro, alumínio e urânio. A região é bastante explorada por atividades minerárias e
apresenta 70% do contingente populacional da bacia hidrográfica, já que esta região abriga a
Região Metropolitana de Belo Horizonte (TRINDADE et al., 2017).
Os trechos médio e baixo do rio das Velhas correspondem, respectivamente, a 45 e
45,2 % da área de drenagem da bacia hidrográfica, incluem 25 e 5 % da população da área
em estudo e nestas áreas há o predomínio das atividades agrícolas e pecuárias (TRINDADE
et al., 2017). A temperatura média anual ao longo da bacia é de 20ºC, com precipitação
média de 1400 mm. A vegetação natural predominante é de campos e cerrado. A bacia
hidrográfica apresenta sua vegetação modificada devido à ocupação antrópica crescente e
desenfreada (MORENO et al. 2004).
19
6. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
RESUMO
A qualidade dos recursos hídricos é constantemente atingida afetada por ações antrópicas.
Instrumentos que possam auxiliar na análise da qualidade da água são primordiais para
traçar estratégias de conservação desteo recurso natural. O Protocolo de Avaliação Rápida
(PAR) surge como uma ferramenta que permite, de maneira qualitativa e empírica, a análise
da água. O PAR permite o envolvimento participativo, não é oneroso financeiramentea,
sendo bem, simples de ser aplicadoa e ainda auxilia no processo de gestão participativa das
águas. Além disso, fortalece uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e o
como o comportamento humano interfere na qualidade aquática. Assim, o objetivo desse
trabalho é apresentar uma síntese de como o PAR pode ser utilizado e os pontos cruciais
para sua aplicação. Desse modo, o estudo em questão se caracteriza em uma revisão da
literatura abordando pontos cruciais no desenvolvimento e aplicação do PAR. De maneira
geral, a possibilidade de adaptar o PAR para diversas áreas é um dos pontos positivos
principais. Diante das perspectivas apresentadas, observa-se a importância de utilizar
ferramentas que corroboram para a gestão de qualidade da água de maneira holística e
enaltecendo a comunidade como agente de mudança, incentivando a participação individual
e coletiva na preservação dos recursos hídricos.
ABSTRACT
The quality of the water resource is constantly affected by human actions. Instruments
that can assist in the analysis of water quality are essential to draw conservation
strategies for the natural resource. The Rapid Assessment Protocol (RAP) is a tool that
allows, in a qualitative way, the analysis of water. The PAR allows participatory
involvement, is not expensive, is simple to apply, and assists in the process of water
management. Moreover, it strengthens a critical consciousness about environmental
problems and how human behavior interferes with water quality. Thus, the objective
of this work is to present a synthesis of how PAR can be used and the crucial points for
its application. Thus, the study in question is characterized as a literature review
addressing crucial points in the development and application of PAR. In general, the
possibility of adapting PAR to several areas is one of the main positive points. Given
the perspectives presented, it is observed the importance of using tools that support the
management of water quality in a holistic way and praising the community as an agent
of change, encouraging individual and collective participation in the preservation of
water resources.
1. INTRODUÇÃO
ideal e determinação de como os dados serão utilizados (USDA, 2012). Nesta segunda
etapa, a aplicação do PAR pela comunidade local, se constitui numa ferramenta importante
para maior envolvimento da mesma.
No ano de 2011 em Nova Iorque, Chris Lowry e um professor assistente de geologia
da Universidade de Buffalo criaram um projeto chamado Crowd Hydrology (Multidão da
hidrologia). A ideia foi criar medidores nos fluxos de água por meio de uma placa. Esta
placa analisava os níveis de água e quando estivessem acima da média as pessoas poderiam
enviar os dados em formato de texto para um número de telefone. Os dados das mensagens
seriam gravados e publicados em um site para uso público (KELLY, 2013). O objetivo dos
criadores foi construir uma programação que pudesse simplificar o processamento de dados
provenientes dos textos enviados pelo público. O desejo dos pesquisadores se estendia para
que projetos como esse pudesse ser utilizado na rede de ensino e em outros países (KELLY,
2013). Embora, esses tipos de medidas não integram a aplicação do PAR, pode-se pensar
em futuros protocolos que integram também medidas de vazão, principalmente em
segmentos de bacias hidrográficas sujeitos a enchentes e inundações. Estas informações são
extremamente importantes no contexto atual de mudanças climáticas.
Um estudo de caso realizado pela USDA em 2012, apresentou alguns passos para
desenvolver um processo envolvendo parceiros da comunidade. De acordo com as
instruções, definir um padrão de resultados a ser alcançado é muito importante, por
exemplo, atingir 10% da população como parceiro. Elaborar perguntas para guiar o trabalho
e identificar indicadores diretos e indiretos, além do desenvolvimento de um plano para
coletar os dados, são passos imprescindíveis para a execução do projeto. Nesse contexto, o
PAR se constitui numa ferramenta para obtenção de indicadores principalmente indiretos.
Se os critérios não forem estabelecidos a priori, depois de obter os resultados não será
sabido se o projeto atingiu o objetivo.
Outro aspecto importante relacionado ao monitoramento de água com parceiros
locais é estruturar um relatório resumido durante o desenvolvimento do projeto para analisar
o programa e relatar as partes interessadas (USDA, 2012). Vale ressaltar, que a análise dos
dados empíricos do PAR que foram obtidos pelos parceiros podem fornecer informações
fundamentais para compor o relatório. Recomenda-se, portanto, uma busca de integração e
aliança entre os dados quantitativos e dados empíricos.
(PEAMSS) é um forte instrumento para aplicação prática destas exigências legais (BRASIL,
2009). O caderno metodológico do PEAMSS é uma ferramenta de operacionalização da
exigência do cumprimento dos direitos humanos reconhecidos pela ONU (BRASIL, 2009).
Exibe a educação ambiental para o saneamento como instrumento de formação e reforço da
cidadania, ao estimular a consciência crítica na busca do direito de todos e para todos.
29
Segundo dados do PNUD Brasil (2020), a escassez de água afeta mais de 40% das
pessoas no mundo, podendo aumentar cada vez mais esse número, prevendo para 2050
registrar dados de uma a cada quatro pessoas já terem sido afetadas por carência de água. Os
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), compõem uma agenda mundial adotada
em 2015 composta por 17 objetivos e 169 metas que devem ser atingidos até 2030. Nela
estão previstas ações mundiais que visam acabar com a pobreza, garantir saúde de
qualidade, proteção do meio ambiente, entre outros.
Dentre os 17 objetivos adotados, o ODS-6 Água Potável e Saneamento dispõe de
oito metas que têm como ponto principal a garantia de água potável e segura para todos,
incluindo também a temática de saneamento e higiene. A Meta 6.b designa ao Brasil
“saneamento”. (IPEA, 2018), que incentiva a participação social na tomada de decisões para
uma melhor administração dos recursos hídricos.
Ressalta-se que de maneira direta e indireta a água é fundamental para que os demais
ODS sejam alcançados, já que ela é a base para existência de vida animal e vegetal, bem
como importante no estabelecimento de relações sociais. Assim, todos os ODS
estabelecidos de alguma forma se relacionam com o recurso hídrico.
que avaliam determinados parâmetros, assim possibilitam obter uma pontuação que
apresente o estado de conservação do ambiente analisado (BIZZO; MENEZES;
ANDRADE; 2014). O valor obtido na aplicação do PAR na área controle servirá como
referência limite para a área estudada. A partir desse ponto de referência, serão realizadas as
análises da qualidade ambiental dos outros pontos. Ressalta-se que é possível adaptar os
protocolos uma vez que o ecossistema em questão pode apresentar diferentes tipos de
vegetação, clima, solo, relevo, dentre outros aspectos.
Em síntese, o desenvolvimento de um protocolo de avaliação da integridade
ambiental de ecossistemas de rios e riachos leva em consideração aspectos físicos do habitat
(MINATTI-FERREIRA; BEAUMORD, 2006), tais como substrato do fundo, qualidade dos
remansos, características do fluxo de água, frequência e extensão das corredeiras, alteração
no canal do rio, estabilidade das margens, presença de mata ciliar e grau de proteção
oferecido ao ambiente pela cobertura vegetal das margens (CALLISTO et al., 2002).
Assim, a avaliação de rios através do PAR é um exame das condições do corpo
d’água através da observação, in situ, de uma lista de parâmetros físicos e biológicos pré-
definidos (RODRIGUES, 2008). Após um treinamento prévio, os avaliadores vão a campo,
e o PAR adaptado às condições locais, é aplicado sem a utilização de aparato tecnológico.
As pontuações atribuídas a cada um dos parâmetros avaliados indicam o estado de saúde do
sistema. Notas maiores refletem um estado de conservação, enquanto notas menores
indicam que existe um estado de degradação severa (FERREIRA, 2016).
Os protocolos de avaliação rápida não apresentam caráter universal, eles estão
sujeitos a complementações e adequações de acordo com as necessidades específicas das
regiões locais e regionais. Salienta-se que os PARs não pretendem ser documentos rígidos e
conclusivos, a ideia é agregar atributos básicos que devem ser considerados na avaliação eco
morfológica de ambientes fluviais, tanto aqueles localizados em ambientes naturais quanto
em áreas antropizadas (FERREIRA, 2003).
Sua construção é um processo contínuo de ajustes e aprimoramentos à medida que o
seu emprego possa cobrir uma gama mais diversificada de tipologias fluviais, bacias
hidrográficas e regiões. Dessa maneira, são necessárias alterações para que os protocolos
possam ser aplicados a diferentes condições ambientais. Realizadas as mudanças
necessárias, os protocolos são aplicáveis a qualquer tipo de ecossistema.
Segundo Callisto et al. (2002), os protocolos são instrumentos que visam avaliar a
estrutura e o funcionamento dos ecossistemas aquáticos no sentido de contribuir para o
manejo e conservação destes ambientes, baseados em parâmetros de fácil entendimento e
utilização simplificada. Os resultados obtidos com os PARs aliados aos resultados das
tradicionais análises de qualidade da água, análises química, física e biológica, dão à
avaliação um caráter holístico.
O método de avaliação por meio de protocolos diferencia-se de outros por permitir
uma análise mais geral e por possibilitar a inserção da população no monitoramento dos
recursos hídricos (BERSOT; MENEZES; ANDRADE, 2015). Segundo Rodrigues (2008),
no Brasil, os monitoramentos realizados pelas agências ambientais responsáveis, ainda não
possuem este caráter, pois os programas de monitoramento ambiental são fortemente
focados no aspecto químico da água.
Levando em consideração que o objetivo principal da criação dos PARs foi facilitar
a análise ambiental em qualquer ecossistema a partir de seus aspectos qualitativos, um dos
pontos que merece ser evidenciado é a facilidade de aplicação. Em geral, não são
necessários especialistas no assunto e o método pode ser estendido às pessoas de qualquer
segmento social, bastando para isso um treinamento prévio e/ou instruções mínimas que os
permitem aplicar o protocolo sem grandes divergências. A metodologia ainda oferece
oportunidade de avaliar os níveis de impactos antrópicos (CALLISTO et al., 2001),
facilitando a tomada de decisão em relação aos problemas identificados durante a avaliação
(REYNOLDSON; METCALFE-SMITH, 1992).
As informações obtidas podem ser úteis para a sensibilização de questões referentes
à preservação de recursos hídricos (KRUPEK, 2010), oferecendo avaliações das condições
biológicas do rio e de sua bacia, ou de outras sub-bacias em uma mesma região geográfica
(HANNAFORD et al., 1997) e até mesmo auxiliam no alerta de acidentes ambientais. Nesse
aspecto, as possibilidades de adaptações dos protocolos às especificidades de ambientes
diversos também aparecem como fator positivo. O fato de o método contribuir com a
redução de custos na avaliação ambiental, é outro aspecto que apresenta positividade em sua
utilização, após o estabelecimento do protocolo para área em questão, sua aplicação não é
onerosa.
Apesar do estudo desenvolvido por Callisto et al em 2002, não apresentar
divergências nos dados obtidos como resultado, sugere-se que haja um conhecimento prévio
da área a ser trabalhada pelos aplicadores dos PARs, objetivando minimizar interpretações
que podem alterar as informações coletadas. Assim, o grande desafio é desenvolver métodos
35
que caracterizam o estado global de um determinado sistema fluvial e que sejam fáceis e
simples o suficiente para serem aplicados (DALE; BEYELER, 2001).
Buss e colaboradores (2003), sinalizam a importância, de um programa de
monitoramento de recursos hídricos, para conduzir a informação de maneira mais clara aos
gestores ambientais, ao público em geral e mais ainda para a comunidade. Segundo os
autores, em muitos momentos a complexidade dos métodos e dos resultados, dificulta a
interpretação pelo público leigo, tornando-a restrita e, por isso, obscura. Rodrigues (2008),
aponta que os PARs são ferramentas que permitem a formação de grupos de monitores
ambientais voluntários nas comunidades, que frequentemente podem realizar o
levantamento de dados com qualidade, sendo considerados nos programas oficiais de
monitoramento.
Segundo Hannaford et al. (1997) as informações obtidas através dos PARs, no
monitoramento dos recursos hídricos, podem ser úteis para (a) sensibilizar para questões de
preservação desses recursos motivando a participação e inserção de comunidades no
contexto social, político e econômico; (b) oferecer um alerta imediato quanto a ocorrência
de acidentes ambientais (p.ex. derramamentos e fontes pontuais de poluição antrópica) e
mortandade de peixes, contribuindo para medidas mitigadoras imediatas dos órgãos
competentes; (c) desenvolver técnicas e métodos de fácil aplicação para o desenvolvimento
de programas de biomonitoramento, possibilitando a replicação da metodologia em outras
sub-bacias em uma mesma região geográfica.
O uso do PAR, aparece como uma alternativa economicamente viável de
monitoramento ambiental que pode ser empregada por órgãos ambientais e, indiretamente,
beneficiar o planejamento territorial, para o qual é imprescindível entender como o ambiente
reage às alterações antrópicas, bem como suas potencialidades e limitações. E, em se
tratando de uma ferramenta acessível à população em geral, pode fomentar a governança da
água, por meio de uma participação social de forma ativa (CAMPOS; NUCCI, 2019).
Rodrigues e colaboradores (2012), citam que a integração da comunidade no
monitoramento dos recursos hídricos, por meio dos PARs, gera dados que representam a
qualidade dos ecossistemas fluviais ao longo do tempo, sem que sejam necessários custos
altos e profissionais especializados no assunto. Esses dados podem ser úteis por detectarem
possíveis interferências antrópicas sobre fontes de água da região, além de gerarem uma
consciência ambiental nas pessoas, despertando-as para a importância da manutenção dos
recursos hídricos a elas disponíveis.
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Para Rezende e Luca (2017), por se tratar de uma análise macroscópica, o PAR não
avalia algumas informações, como a qualidade físico-química, biológica e sanitária da água,
sendo necessário complementar os estudos com essas informações para que se obtenha
resultados mais satisfatórios.
Em diversos estudos que utilizam a aplicação do PAR, apresentam a metodologia
como uma ferramenta para a Educação Ambiental, o. O que demonstra a importância de
promover atividades que potencializam a sensibilização ambiental da população a respeito
da qualidade ambiental dos rios (ARAÚJO et al., 2020). Motivar a população a conhecer e
identificar os cursos d’água existentes próximos as moradias e/ou refletir sobre a utilização
do rio no passado, podem ser estratégias interessantes para início do trabalho.
Apesar do resultado da aplicação do protocolo não ser conclusivo, ele pode ser
empregado como ponto de partida em estudos mais aprofundados, integrando por exemplo
os dados empíricos do PAR com os dados quantitativos físico-químicos e biológicos da
água. Nesse sentido, a utilização do PAR serve como uma base de dados para trabalhos
futuros, e, como fonte para planejamento e gestão mais adequada dos recursos hídricos
(FARIA; FERNANDEZ, 2019).
O protocolo mostra a influência que a ocupação humana está ocasionando na
diversidade e qualidade do ambiente natural, sendo nas áreas de poluição hídrica que ela se
encontra mais afetada. O protocolo pode ser utilizado também como uma ferramenta em
atividades voltadas para conscientização ambiental nas escolas ou mesmo formação de
agentes ambientalistas. Este método pode ser aliado com o monitoramento biológico
(ARAUJO et al., 2020).
Assim, é possível perceber que por meio dos protocolos todo ambiente pode ser
avaliado, somando a inserção da comunidade na gestão dos recursos hídricos e com baixo
custo, maximizando a análise dos recursos hídricos de maneira integrada.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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8. REFERÊNCIAS
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RESUMO
ABSTRACT
Water is essential for the existence and maintenance of ecosystems. However, human
actions have caused significant impacts on water resources. This happens through
population growth in a disorganized way, in the increase of agricultural and mining areas, in
urbanization, among many others. In this way, designing strategies that help monitor and
preserve the water quality is urgent and fundamental. In this sense, the Rapid Assessment
Protocol (RAP) appears as a monitoring tool that is simple, inexpensive, allows community
involvement, and contributes to the physical-chemical and bacteriological analyses carried
out by public agencies. The following work aimed at applying the Rapid Assessment
Protocol to the Ribeirão da Prata, a water course located in the community of Santo Antônio
do Leite, a district in the municipality of Ouro Preto, Minas Gerais. To this end, people from
the community were invited to participate in the application, and the choice of three sections
was made jointly. Twenty parameters were established for empirical analysis. The results
show that the gullies in the region impact the water quality and the evaluated stretches were
classified as "slightly altered" and "severely altered". Furthermore, it can be seen that PAR
is simple to apply and can generate empowerment in society regarding the management of
water resources, and that the involvement of the community promotes a critical view of
natural resources.
1. INTRODUÇÃO
fim, os quais devem caracterizar efetivamente as condições dos sistemas lóticos. De acordo
com Barbour et al. (1991), a escolha dos parâmetros a serem analisados em cada protocolo
particular depende principalmente da proposta de monitoramento a ser seguida. Dessa
maneira, quando a proposta está relacionada com a utilização de bioindicadores como
ferramenta para avaliar a qualidade da água, parâmetros como os relacionados com os
aspectos biológicos e ecológicos das comunidades aquáticas devem ser considerados
(FERREIRA, 2016).
Diante do exposto, o objetivo desse trabalho é a utilização de Protocolo de Avaliação
Rápida, como ferramenta de envolvimento participativo na avaliação da qualidade
ambiental do curso d’água Ribeirão da Prata, localizado na comunidade Santo Antônio do
Leite, distrito do município de Ouro Preto, Minas Gerais.
2. METODOLOGIA
A bacia hidrográfica do rio das Velhas (Mapa 1) está localizada na região central do
Estado de Minas Gerais, entre as latitudes 17° 15'S e 20° 25'S e longitudes 43° 25'W e 44° e
50W, e corresponde à Unidade de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos São
Francisco 5 (SF5). O rio recebeu o nome Velhas, provavelmente no ano de 1.711 pelo
Governador Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho, ele apresentava a primitiva
denominação indígena de UAIMII, alterada para GUAICHUI, que significa "Rio das Velhas
Tribos Descendentes".
O Rio das Velhas tem sua nascente principal na cachoeira das Andorinhas,
município de Ouro Preto, a uma altitude de cerca de 1.500 metros. A bacia tem uma área de
29.173 Km², onde estão localizados 51 municípios que abrigam uma população de
aproximadamente 4,8 milhões de habitantes - destes, aproximadamente 89% residem em
distritos e municípios integralmente inseridos na bacia (CAMARGOS, 2005). Seu rio
principal percorre 806,84 km até desaguar no rio São Francisco, no município de Várzea da
Palma, a uma altitude de 478 m (MARTINS, 2019). O rio das Velhas é o maior afluente do
rio São Francisco (MORENO et al. 2004).
46
O povoado do Leite teve início antes de 1.822, quando se tem relatos do surgimento
das primeiras casas. Muitas pessoas que não buscavam atividades na mineração foram para
Santo Antônio com intuito de trabalhar no campo para plantar ou criar gado, visto que Santo
António do Leite possui terras muito férteis. Ainda há relatos de que muitas pessoas que
foram escravizadas buscaram alojamento no local (GUIA SANTO ANTÔNIO DO LEITE,
2021).
Santo Antônio do Leite, como o município é conhecido, nem sempre teve esse nome.
O primeiro nome do distrito foi Leite, devido ser uma das primeiras regiões a produzir leite
com abundância e atrair os soldados da cavalaria de Cachoeira do Campo. Os soldados, que
faziam muitas atividades físicas, descobriram uma fazenda de leite e começaram a
frequentá-la todos os dias. Eles deram o nome a fazenda de leite. Com o tempo essa notícia
48
chegou a Ouro Preto e a partir daí o nome Leite ficou consagrado. O nome Santo Antônio se
deve a um homem vindo de Portugal. Seu nome era Antônio Gonçalves do Sacramento,
devoto de Santo Antônio, seu conterrâneo português. Antônio Gonçalves do Sacramento
resolve fazer uma homenagem a seu santo construindo uma igreja no distrito (GUIA
SANTO ANTÔNIO DO LEITE, 2021).
Santo Antônio do Leite, historicamente vem sofrendo com problemas relacionados à
erosão do solo, fenômeno natural conhecido como voçorocas, o qual implica em escassez e
perda de qualidade da água. Nesse sentido, destaca-se o Coletivo Ribeirão da Prata que é
formado por pessoas do distrito empenhadas na proteção do meio ambiente. O seu objetivo
central é recuperar a nascente e a qualidade da água do Ribeirão da Prata. A iniciativa
começou a ser organizada em julho de 2018 e recebe o apoio técnico do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), por meio do Subcomitê Nascentes,
que abrange Ouro Preto e Itabirito. Uma das conquistas mais recentes é a criação de um
viveiro comunitário com mudas oriundas do Viveiro Lansgdorff (uma parceria do CBH Rio
das Velhas com a ArcelorMittal Brasil, a Agência Peixe Vivo e o Subcomitê Rio
Taquaraçu) (CBH Rio das Velhas, 2019).
O grupo não tem uma hierarquia formal, buscando uma gestão coletiva das suas
ações. Desde sua fundação, mobiliza aproximadamente 40 pessoas nas atividades, sendo
que, em geral, conta com 12 membros mais atuantes.
diversas voçorocas que têm impactado diretamente as nascentes existentes. O segundo ponto
foi escolhido devido apresentar, também nascentes que abastecem o Ribeirão da Prata, parte
da água é captada para a criação de peixes como fonte de renda do proprietário do local. A
escolha do terceiro trecho se deu por estar próximo a ponte e ser de fácil acesso e que
também, tornam-se vulneráveis para modificações humanas.
As categorias foram definidas de acordo com a escala Likert (1932) que estabelece uma
escala unificada em que através do mesmo instrumento fosse possível identificar o sentido e
a intensidade da atitude (LUCIAN; DORNELAS, 2015). Essa categoria permite a soma
final para entender em quais condições ambientais os trechos do rio se encontram (Tabela
1).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
da Prata não tem apresentado água disponível. Tal evento pode ter relação direta com a
atividade mineradora que ocorre nas redondezas do local. Dessa maneira, foram avaliados
dois pontos, aqui nomeados de trechos 1 e 2.
O trecho 1, recebeu notas similares (Tabela 2) em todos os parâmetros avaliados. A
maior variação de pontos ocorreu nos parâmetros 6 (Lixo), 8 (Substrato e habitats
disponíveis), 11(Presença da fauna) e 16 (Frequência de corredeiras).
principal vetor de degradação dos solos e os impactos gerados são mensurados a partir de
várias óticas, estando diretamente conectada a qualidade do recurso hídrico tendo em vista
que os fluxos de serviços ecossistêmicos relacionados (ANDRADE, 2013, p. 209).
A dinâmica da erosão é determinada parcialmente pela ação da chuva e dos ventos, e
pelas características especificas de um determinado tipo de solo. O surgimento das feições
deve-se em parte ao escoamento concentrado das águas da chuva sobre o solo desprotegido
de vegetação (ANDRADE, 2013, p. 209). Além das causas naturais, fatores antrópicos
como a irracionalidade no uso do solo e a adoção de técnicas de plantio inadequadas para a
aptidão agrícola do local também potencializam a erosão.
O processo que converge na formação de uma voçoroca passa por várias etapas, que
tem início com o fluxo laminar de água da chuva que ao se concentrar em canais específicos
gera sulcos superficiais e à medida que esses sulcos vão sendo erodidos e aumentam de
tamanho e profundidade, passam a ser chamados de ravinas e, por último, a evolução destas
para um canal que atinge o lençol freático caracteriza as voçorocas (HONORATO, 2021).
A erosão em voçorocas consiste no deslocamento de grande volume de terra,
formando, assim, fendas ou grotas profundas ao ponto de atingir o nível freático. É a forma
espetacular da erosão, ocasionada por grandes concentrações de enxurrada que passam, ano
após ano, no mesmo sulco, que vai se ampliando. Quando os diferentes horizontes do solo
são de material de consistência uniforme, a voçoroca se desenvolve em parede mais ou
menos verticais, e se o material é muito friável, está sujeito a frequentes desmoronamentos.
Quando o material do subsolo ou de horizontes mais profundos é mais resistente que o
horizonte superficial, as voçorocas apresentam as paredes em forma de “V” (ANDRADE,
2013, p. 209).
trecho 1, principalmente se tratando de uma área que possui residências no entorno e por sua
localização. Os parâmetros avaliados corroboram para evidenciar tais diferenças.
20 0,83
Análise Geral do PAR 92,50
Legenda: Vermelho = severamente alterado; Amarelo = Levemente alterado; Verde = Situação natural. A
análise foi realizada a partir da média baseada na pontuação em que os avaliadores sinalizaram em cada
parâmetro.
Fonte: Sales, 2021.
A principal ocupação nas margens do curso d’água foi assinalada pelos avaliadores
como campo de pastagem/agricultura (parâmetro 1), como o local estudado é situado na
zona rural é comum que os moradores possuem gado, e que eles fiquem soltos pela
redondeza. Diante disso, uma cerca foi colocada entorno do curso d’água para minimizar os
impactos no solo e na água.
Ao analisar o curso d’água não foi observado canalizações que pudessem alterar o
canal (parâmetro 1) e em alguns pontos o substrato composto por lama e areia (parâmetro 3)
ficou aparente demonstrando que o curso d’água está assoreado (parâmetro 20) (Figura 3).
Não existe no local sinais de desmoronamento ou deslizamento de barrancos (parâmetro 5)
que possam impactar o rio como ocorreu no trecho 1.
Foi percebido a presença de lixo (parâmetro 6) e esgoto doméstico (7), isso devido,
possivelmente, a maior quantidade de residências na região e pela falta de saneamento
básico. A falta de saneamento básico é frequentemente pauta de manifestações dos
moradores aos órgãos competentes. O distrito sofre ainda com falta de abastecimento de
água (PERES, 2021).
Apesar de existir vegetação no entorno do curso d’água não se caracteriza como
mata ciliar (parâmetro 10), sendo mais abundante algumas espécies de gramíneas. Também
não foi visto a presença de fauna (parâmetro 11). Porém, há plantas aquáticas (Figura 3) em
alguns pontos do curso d’água, o que pode sinalizar a existência espécies residentes da
fauna aquática como insetos aquáticos, anfíbios e/ou moluscos, mesmo não sendo avistados.
As macrófitas aquáticas são extremamente importantes na estruturação e na dinâmica
dos ecossistemas aquáticos. Elas são fontes de matéria orgânica, fornecem alimento, abrigo
e local de reprodução para fauna, entre outros (LAYON, 2018). No entanto, por
apresentarem crescimento rápido, essas plantas podem se tornar invasivas e prejudiciais,
principalmente em ambientes com modificações humanas, como reservatórios e lagos, onde
a flutuação natural do nível das águas foi suprimida ou é manipulada pelo homem (LAYON,
2018).
A oleosidade (12) e o odor da água (13) foram parâmetros que não apresentaram
alterações, isso porque não foi observado manchas de óleo na água e cheiro ruim mesmo o
rio recebendo esgoto doméstico. A turbidez (18) da água também foi avaliada de maneira
58
empírica, sendo sinalizada pelos avaliadores como turva. Ressalta-se que a aplicação do
PAR ocorreu na temporada chuvosa e que pode ter contribuído para que alguns parâmetros
apresentassem características diversas. Sugere-se dessa maneira, que o PAR também seja
aplicado na temporada de seca. Isso corrobora para uma análise holística do rio. Nesse
ponto, Rodrigues (2008), sugere que o PAR seja aplicado na temporada de seca. Aqui
entende-se que é importante conhecer o recurso hídrico em diferentes estações, portanto
sendo aplicado mais de uma vez durante o ano.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
físicos condicionantes da qualidade do ecossistema fluvial, bem como aos aspectos sociais e
à inserção da comunidade nessas avaliações. Essas iniciativas de monitorar, de forma rápida
e simples, se tornaram uma questão essencial, abrindo oportunidades para a criação de
protocolos visuais (LIMA, 2013).
5. REFERÊNCIAS
ARAUJO, Ronnilda & Santos, João & Ghidini, André & Santos, Leandro & Silva, Pedro &
Santos, Larissa. (2020). Diagnóstico da integridade ambiental de trechos de um igarapé
por meio de protocolo de avaliação rápida – Rio Branco, AC. Revista Brasileira de
Ciências da Amazônia. 9. 29. 10.47209/2317-5729.v.9.n.4.p.28-38.
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functional.
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pretano. Bacia do Rio das Velhas. 15 nov. 2019. Disponível em:
<https://cbhvelhas.org.br/noticias/conheca-e-preserve-santo-antonio-do-leite-distrito-ouro-
pretano/>. Acesso em 05 dez. 2021.
MINATTI-FERREIRA, D. D.; BEAUMORD, A. C. Adequação de um protocolo de
avaliação rápida de integridade ambiental para ecossistemas de rios e riachos:
aspectos físicos. Revista Saúde e Ambiente / Health and Environmental Journal, v 7, n.1,
pp 3947. 2006.
Santo Antônio do Leite. CBH Rio das Velhas. Ouro Preto. Disponível em:
<http://www.guiasantoantoniodoleite.com.br/>. Acesso em 05 dez. 2021.
APÊNDICES
RESUMO
Os rios são imprescindíveis para a manutenção dos serviços ecossistêmicos. Entretanto, são,
maneira direta ou indireta, atingidos pelas ações antrópicas. Assim, torna-se essencial conter
os processos de deterioração e prevenir alterações na estrutura dos ecossistemas aquáticos,
para que haja melhor aproveitamento dos recursos existentes nos rios. A utilização de
ferramenta que corroboram para o monitoramento hídrico tem sido utilizada em pesquisas
que almejam um diagnóstico ambiental. Diante disso, os Protocolos de Avaliação Rápida
(PAR) são usados para caracterizar qualitativamente os corpos hídricos e o ambiente que se
encontra. Assim, o objetivo desse trabalho é aplicar o Protocolo de Avaliação Rápida para
análise da qualidade ambiental em trechos do Rio Jequitinhonha, inserido no município de
Jequitinhonha, Minas Gerais. Para isso, 23 parâmetros foram inseridos no PAR e aplicados
em 15 trechos ao longo do rio Jequitinhonha. Comunidades foram visitadas para obter uma
maior extensão da área estudada. Para a avaliação pessoas das comunidades participaram
informando suas percepções sobre o rio. Os trechos avaliados foram categorizados em
‘situação natural’, ‘levemente alterado’ e ‘severamente alterado’. Os resultados apontam que
a maior parte dos trechos avaliados estão na condição ‘levemente alterado’. Salienta-se que
o método de avaliação através de protocolos diferencia-se de outros por permitir uma análise
mais geral e por possibilitar a inserção da população no monitoramento dos recursos
hídricos. Sugere-se que mais estudos sejam realizados no Jequitinhonha abarcando toda
bacia hidrográfica.
69
ABSTRACT
Rivers are essential for the maintenance of ecosystem services. However, they are, directly
or indirectly, affected by human actions. Thus, it is essential to contain the processes of
deterioration and prevent changes in the structure of aquatic ecosystems, so that there is
better use of existing resources in rivers. The use of tools that corroborate the hydric
monitoring has been used in research that aim at an environmental diagnosis. Therefore, the
Rapid Assessment Protocols (RAP) are used to qualitatively characterize the water bodies
and their environment. Thus, the objective of this work is to apply the Rapid Assessment
Protocol to analyze the environmental quality in stretches of the Jequitinhonha River,
inserted in the municipality of Jequitinhonha, Minas Gerais. For this, 23 parameters were
inserted in the RAP and applied in 15 stretches along the Jequitinhonha River. Communities
were visited to obtain a larger extension of the studied area. For the evaluation people from
the communities participated by informing their perceptions about the river. The stretches
evaluated were categorized as 'natural', 'slightly altered', and 'severely altered'. The results
indicate that most of the evaluated stretches are in the 'slightly altered' condition. The
protocol-based evaluation method differs from others in that it allows a more general
analysis and allows the inclusion of the population in the monitoring of water resources. It is
suggested that further studies be carried out in Jequitinhonha covering the entire
hydrographic basin.
1. INTRODUÇÃO
desmatamento de suas matas ciliares, recebimento de altas cargas de nutrientes, sendo eles
orgânicos e/ou industriais e de agrotóxicos (OLIVEIRA; VELOSO; ROSSNI, 2021).
Todas as funções e relações existentes nos ecossistemas são essenciais. Não existe
um rio igual a outro. Os sistemas fluviais são marcados pela alta diversidade natural, além
dos recursos e serviços prestados para a humanidade. As funções culturais e turísticas são
cruciais para a manutenção e perpetuação de civilizações com os elementos da
geodiversidade fluvial são a espinha dorsal do território (GRAY, 2013; OLLERO, 2017).
Dessa maneira, torna-se imprescindível conter os processos de deterioração e
prevenir alterações na estrutura dos ecossistemas aquáticos, para que haja melhor
aproveitamento dos recursos existentes nos rios. A avaliação ambiental dos rios, como
ferramenta de monitoramento destes ecossistemas, fornece subsídios importantes para uma
análise integrada da qualidade fluvial (RODRIGUES et al., 2012).
O Protocolo de Avaliação Rápida de Rios (PAR) é uma ferramenta desenvolvida
com o objetivo de auxiliar o monitoramento ambiental dos sistemas hídricos encontrados no
mundo, de modo que sejam levantadas informações qualitativas e a partir daí seja realizado
um diagnóstico ambiental do meio em que se encontra o rio (RODRIGUES, 2008). Os
Protocolos de Avaliação Rápida de corpos d’água são ferramentas utilizadas para
caracterizar corpos d’água qualitativamente, ou seja, para estabelecer uma pontuação para o
estado em que o ambiente se encontra (FREITAS et al., 2015). O PAR reúne alguns
procedimentos metodológicos com o objetivo de auxiliar o monitoramento ambiental e
avaliar um conjunto de parâmetros levantados em diferentes pontos da rede hidrográfica
(ZOMBONI, 2019)
O método de avaliação por meio de protocolos diferencia-se de outros por permitir
uma análise geral e por possibilitar a inserção da população no monitoramento dos recursos
hídricos (BERSOT; MENEZES; ANDRADE, 2015). Este método demonstra ser uma
alternativa economicamente viável de monitoramento ambiental que pode ser utilizada por
órgãos ambientais e, indiretamente, pode beneficiar o planejamento territorial, para o qual é
primordial entender como o ambiente reage às alterações antrópicas, bem como suas
potencialidades e limitações. E, em se tratando de uma ferramenta acessível à população em
geral, pode fomentar a governança da água, por meio de uma participação social de forma
ativa (CAMPOS; NUCCI, 2019).
Conhecido por seus atrativos turísticos, a região no Nordeste de Minas Gerais está
conformada por 70 municípios (OLIVEIRA; SAADI, 2013), organizados nas microrregiões
do Alto, Médio e Baixo Jequitinhonha. O Rio Jequitinhonha exerce importância ecológica,
71
social e econômica, além de ser um dos maiores rios do estado de Minas Gerais. Diante do
exposto, o objetivo desse trabalho é a utilização de Protocolo de Avaliação Rápida, como
ferramenta de análise da qualidade ambiental do Rio Jequitinhonha, especificamente na área
que corresponde ao município de Jequitinhonha, Minas Gerais.
2. METODOLOGIA
seguintes termos: "O Rio Jequitinhonha, que tem o seu nascimento ao norte das serras de
Santo Antônio e Itambé da Vila do Príncipe, é o tesouro mais precioso destas Minas; não só
o Jequitinhonha, mas todos os mais rios e ribeiros que nele se metem, desde o seu
nascimento" (ROCHA, 1995). O competente cartógrafo referia-se, é claro, aos depósitos de
ouro, diamantes e pedras preciosas explorados no Jequitinhonha, Araçuaí, Piauí e
Itacambiruçu, que motivaram a ocupação inicial do nordeste das Minas Gerais e garantiram,
pelos séculos posteriores, o lugar destacado do rio Jequitinhonha no cenário provincial e
estadual (MARTINS, 2018).
As riquezas e as grandes belezas naturais do rio atraíram, ampla curiosidade sobre o
território por ele banhado. Por isso, em diferentes épocas do período compreendido entre as
primeiras décadas do século XIX e as décadas iniciais do século XX, viajantes estrangeiros
e brasileiros percorreram trechos mais ou menos extensos do Rio Jequitinhonha. Dessas
viagens resultaram narrativas que abordam diversos aspectos do quadro regional -
econômico, social e ambiental - encontrado por esses homens. Entre os que estiveram nas
margens do Médio Jequitinhonha na primeira metade do século XIX, contam-se Auguste de
Saint-Hilaire, Spix & Martius, Johann Emanuel Pohl e John Mawe. Praticamente um século
depois, viajaram pelo mesmo trecho do rio cronistas como Leopoldo Pereira, J. Duarte,
Eduardo Santos Maia e Frei Samuel Tetteroo (MARTINS, 2018).
O Topônimo Jequitinhonha é de origem indígena e significa “rio largo cheio de
peixes”, o lugarejo de origem do atual município foi fundado em 1811, pelo então Alferes
Julião Fernandes Taborda Leão, por ordem da Coroa Portuguesa, para guarnecer o Rio
Jequitinhonha, que se supunha ser diamantífero (PREFEITURA MUNICIPAL, 2022).
A Cidade teve, inicialmente, o nome de Sétima Divisão Militar de São Miguel,
passando a denominar-se, sucessivamente, Freguesia de São Miguel da Sétima Divisão, Vila
de Jequitinhonha e Jequitinhonha. A denominação São Miguel se deve à circunstância de ter
o seu fundador ali chegado no dia dedicado ao Arcanjo São Miguel. Jequitinhonha tornou-se
município em 30 de agosto de 1911 através da Lei Estadual nº 556 (PREFEITURA
MUNICIPAL, 2022).
Os primitivos habitantes foram os índios Botocudos, que se localizavam nas
povoações de Aldeias e Farranchos, distantes de 3 a 36 quilômetros, respectivamente, da
Sede Municipal. Inicialmente, foram construídas 2 casas, uma no lugar denominado Roda e
outra no centro do povoado, instaladas as primeiras fazendas de criação e iniciadas as
lavouras. A localização da Cidade se prendeu a razões de segurança militar e por se achar
77
ali a barra do rio São Miguel, cujo percurso facilitava o local, onde foram encontrados
índios que poderiam ser catequizados (MARTINS, 2008).
Jequitinhonha é uma cidade de Estado do Minas Gerais. Os habitantes se chamam
jequitinhonhenses. O município se estende por 3.514,2 km² e contava com 25.555 habitantes
no último censo (IBGE, 2021). A densidade demográfica é de 7,2 habitantes por km² no
território do município. Vizinho dos municípios de Joaíma, Almenara e Felisburgo,
Jequitinhonha se situa a 43 km a Sul-Oeste de Almenara a maior cidade nos arredores.
Uma das riquezas do município é conhecida como Reserva Biológica da Mata
Escura, localizada na margem esquerda do Rio Jequitinhonha, apresenta consideráveis
remanescentes florestais de Mata Atlântica. O local abriga populações selvagens do mico-
leão-da-cara-dourada e do macaco-prego-do peito-amarelo e de outros animais da fauna
brasileira, como é o caso da onça-parda ou puma e o pássaro borboletinha-baiano. Além de
apresentar rica fauna, a flora destaca-se por agrupamentos de bromélias, que se intercalam
com arvoretas, moitas de ciperáceas e canelas-de-ema, além de orquídeas e bromélias
epífitas. A rara beleza e os altos índices de biodiversidade desse local enaltecem as riquezas
existentes no município (ICMBIO, 2017).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
avaliado não foi possível perceber manchas oleosas, cianobactérias e materiais flutuantes na
água.
Um fator interessante é que não foi observado a fauna local no momento da
avaliação, mas é provável que o comportamento dela seja noturno segundo relatos dos
moradores locais. Segundo Melo (2007), as condições ambientais que são caracterizadas e
modeladas pela morfologia dos rios e pela sazonalidade resultam em um sistema que
movimenta e influencia a estrutura da comunidade de peixes em períodos de chuva.
Ressalta-se que o momento da aplicação do estudo foi realizado em período chuvoso, o que
vai de encontro com o explicitado pelo autor.
Ainda sobre o ponto 1, é importante sinalizar que em uma das margens do rio há a
Reserva Biológica Mata Escura o que exerce papel fundamental quanto a mata ciliar e a
inexistência de erosão por ser uma área de conservação da biodiversidade. Em 05 de junho
de 2003, Dia Mundial do Meio Ambiente, foi assinado o Decreto s/n.º que criou a Reserva
Biológica da Mata Escura, em área aproximada de 50.890 hectares, “com os objetivos de
133 preservar integralmente os recursos naturais e a diversidade biológica existentes em
seus limites" (BRASIL, 2003). Isso enaltece a riqueza biológica local.
Quanto a coloração e a turbidez da água em todos os pontos avaliados do rio
apresentavam as mesmas características, água com tonalidade marrom. Isso se deve ao
excesso de material suspenso na água na temporada de chuva. Um estudo no rio Siriri, em
Sergipe – Brasil, revelou o aumento de poluentes em época chuvosa advindos de atividades
agrícolas e de esgotos urbanos, sendo que o fator sazonal teve influência direta nos
parâmetros clorofila a temperatura, nitrogênio, fósforo totais e turbidez (CRUZ et al., 2019).
O estudo de Silva et al. (2019), também mostrou que a qualidade da água apresentou
parâmetros mais desconformes com a legislação em época chuvosa no rio Tamanduá, em
Santa Catarina – Brasil.
O trecho 2 apresenta características similares ao trecho 1, isso porque fazem parte da
mesma comunidade, Carrapicho. Um ponto em especial que demonstra divergência entre
eles é a presença de lixo próximo a margem do rio (Figura 4). Outra condição é o
recebimento de água de lagoas localizadas próximas ao rio. Não foi possível, neste
momento, saber a qualidade da água dessas lagoas e se recebem, por exemplo, esgoto. Caso
isso aconteça, de maneira indireta, o rio Jequitinhonha também recebe estes contaminantes.
Embora a área próxima ao rio ainda que não sofra uma interferência antropogênica tão
profunda, pois não há uma intensa ocupação, as intervenções provocadas pelas poucas
famílias instaladas no local, podem interferir e comprometer o equilíbrio do ecossistema
84
Legenda: A) Areia retirada do rio para comercialização; B) Plantação próxima a margem do rio; C) Lixo
próximo a margem do rio; D) Água de lagoa com sentido ao rio.
Fonte: Sales, 2021.
da balsa é utilizado óleo diesel e o vazamento desse resíduo no rio, de maneira recorrente,
pode prejudicar a qualidade ambiental do recurso hídrico. Nesse sentido, Pinheiro e Silva
(2021) citam que a poluição por óleo pode interferir no comportamento dos fatores
ambientais, sociais e econômicos, gerando então impactos que podem ser sentidos de
imediato ou a médio e longo prazo. Não existe sinais de erosão e de alteração no curso
d’água.
A soma referente trecho 5 corresponde a condição de ‘levemente alterado’ com 155
pontos. Nesse trecho observou-se que algumas mulheres utilizam o rio para lavar roupas.
Não há presença de plantas aquáticas e de fauna, apesar dos relatos dos moradores
apontarem para animais de hábito noturno como anfíbios e capivaras.
O trecho 6 foi o único que recebeu como condição ‘altamente alterado’. Ele
corresponde ao encontro do Córrego Tamboril com o Rio Jequitinhonha. No local foi
possível perceber canalizações de esgoto doméstico, erosão e a ausência mata ciliar (Figura
5). A mata ciliar caracteriza-se como vegetação que margeia os corpos hídricos e os
reservatórios de água naturais ou não, sendo essencial a manutenção das fontes de água e da
biodiversidade. Apresentam em sua composição, espécies típicas, resistentes ou tolerantes
ao encharcamento ou excesso de água no solo. Dentre suas inúmeras funções destacam-se:
seu habitat, refúgio e alimento para fauna, atuar como corredores ecológicos, manter o
microclima e qualidade da água e conter os processos erosivos (CHAVES, 2009). Percebeu-
se que o odor da água estava alterado em comparação aos demais pontos avaliados na
comunidade.
Legenda: A) Ausência de mata ciliar, erosão; B) encontro o Córrego Tamboril e o Rio Jequitinhonha.
Fonte: Sales, 2021.
Legenda: A) Área de pesca; B) Plantio às margens do rio; C) Presença de gado nas margens do rio.
Fonte: Sales, 2021.
freático com essas fossas rudimentares, isso existe em fazendas, sítios e chácaras (SOUZA,
2019). Muitas pessoas ainda se encontram com esse sistema de saneamento muito precário,
isso acontece por falta de conhecimento, informação, conscientização do sério risco que isso
pode acarretar.
Salienta-se que próximo a cidade de Jequitinhonha há a Usina Hidrelétrica de Irapé.
A UHE de Irapé foi construída no alto curso do Rio Jequitinhonha entre os municípios de
Grão Mogol e Berilo, localizados na porção nordeste de Minas Gerais. Finalizada em 2006,
a UHE Irapé criou um lago de aproximadamente 140 km². Informações oriundas das
declarações dos moradores locais atestam existir um declínio da disponibilidade de pescado
em toda a região, em especial após a construção da UHE Irapé. Por fim é muito importante
que pesquisas sobre impactos decorrentes da implantação de grandes empreendimentos
sejam realizadas, uma vez que, os reflexos são sentidos por muitos anos (AZEVEDO;
GLINFSKOI THÉ, 2018)
Há uma dependência grande das comunidades do rio o que enaltece a importância da
sua conservação e principalmente ações de educação ambiental para que elas possam estar
cientes como as atividades diárias podem impactar o recurso hídrico. O sentimento de
pertencimento é real nesses lugares. A maneira como contam histórias e como dizem sobre
as atividades que desenvolvem é de profunda sensibilidade.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
5. REFERÊNCIAS
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SCHERER, Elenise Faria. Modos de vida ribeirinha na Amazônia. Manaus, AM, 2010.
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Revista IberoAmericana de Ciências Ambientais. 10 (6), p. 1- 8, 2019.
94
APENDICE
Ausente ou mínima presença de Presença de alguma canalização, em Margens revestidas com cimento e cerca de
canalizações e dragagens. O curso geral em área de apoio de pontes ou 80% do curso d'água encontra-se
d'água segue com padrão natural. canalizações antigas. canalizado.
1. PRODUTO TÉCNICO
2. MATERIAIS
Prancheta, lápis, caneta, borracha, boné, protetor solar, capa de chuva, tênis de
segurança, aparelho GPS, garrafa de água e o protocolo impresso ou em formato digital, por
exemplo em tablet.
DESCRIÇÃO DO AMBIENTE
Localização:
Coordenadas:
Data da coleta: Hora da coleta:
Tempo (situação do dia)
Modo de coleta (coletor):
Tipo de ambiente: ( ) Córrego ( ) Rio
Nome do Rio: Ordem do Rio:
Largura média do corpo d’água:
Profundidade média:
Temperatura da água:
Choveu nos últimos 7 dias? ( ) Sim ( ) Não
1: Tipo de ocupação das margens do corpo d’água (principal atividade).
Ótima Boa Ruim
Campo de pastagem/Agricultura/
Vegetação natural Residencial/ Comercial/ Industrial
Monocultura/ Reflorestamento
Trecho 1: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 2: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 3: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
2: Depósitos sedimentares no fundo do rio.
Alguma evidência de modificação no O fundo do rio apresenta muita lama ou
Não se observa acúmulo de lama ou
fundo, principalmente como aumento areia, cobrindo galhos, troncos, cascalhos
areia no fundo do rio. É possível
de areia ou lama; 5 a 30% do fundo (pedras). Não se observa abrigos naturais
visualizar pedras/cascalhos e plantas no
afetado; suave deposição nos para os animais se esconderem ou
fundo.
remansos. reproduzirem.
Trecho 1: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 2: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 3: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
3: Tipo de substrato
Pedras/cascalho Lama/areia Cimento/canalizado
Trecho 1: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 2: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 3: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
4: Alteração do canal do corpo d'água.
Ausente ou mínima presença de Presença de alguma canalização, em
Margens revestidas com cimento e cerca de
canalizações e dragagens. O curso geral em área de apoio de pontes ou
80% do curso d'água encontra-se canalizado.
d'água segue com padrão natural. canalizações antigas.
Trecho 1: ( ) 10 pontos () 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 2: ( ) 10 pontos () 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 3: ( ) 10 pontos () 5 pontos ( ) 0 ponto
5: Erosão.
Não existe desmoronamento ou Apenas um dos barrancos do rio está Os barrancos dos rios, nas duas margens,
deslizamento dos barrancos do rio. desmoronando. estão desmoronando. Há muitos
102
deslizamentos.
Trecho 1: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 2: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 3: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
6: Lixo.
Há pouco lixo doméstico no fundo ou
Não há lixo no fundo ou nas margens Há muito lixo no fundo ou nas margens do
nas margens do rio (papel, garrafas pet,
do rio. rio.
plásticos, latinhas de alumínio etc.).
Trecho 1: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 2: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 3: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
7: Esgoto doméstico ou industrial.
Existem canalizações de esgoto Existem canalizações de esgoto doméstico e
Não se observam canalizações de
doméstico ou industrial em alguns industrial em um longo trecho do rio ou em
esgoto doméstico ou industrial.
trechos do rio. vários trechos.
Trecho 1: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 2: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 3: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
8: Substrato e/ou habitats disponíveis.
Substratos favoráveis à colonização da
Trechos com substratos favoráveis a
epifauna e abrigo para insetos
epifauna. Presença de troncos ou Não há presença de cascalhos, seixos ou
aquáticos, anfíbios ou peixes. Presença
galhos próximo à água, mas que ainda vegetação aquática.
de galhos, margens escavacadas e
não fazem parte do substrato do rio.
seixos.
Trecho 1: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 2: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 3: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
9: Presença de plantas Aquáticas.
Macrófitas aquáticas ou algas Ausência de vegetação aquática no leito do
Pequenas macrófitas aquáticas e/ou filamentosas ou musgos distribuídos no rio ou grandes bancos macrófitas (p.ex.
musgos distribuídos pelo leito. rio. aguapé).
Trecho 1: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 2: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 3: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
10: Presença de mata ciliar.
Entre 70 e 90% com vegetação ripária
Acima de 90% com vegetação ripária
nativa arbórea ou arbustiva;
nativa, incluindo árvores, arbustos ou Menos de 50% da mata ciliar nativa;
desflorestamento evidente, mas não
macrófitas; mínima evidência de desflorestamento muito acentuado ou
afetando o desenvolvimento da
desflorestamento; todas as plantas ausência de mata ciliar.
vegetação; maioria das plantas
atingindo a altura “normal”.
atingindo a altura “normal”
Trecho 1: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 2: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 3: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
11: Presença da fauna.
Observam-se com facilidade peixes, Observam-se apenas alguns peixes, Não se observa peixes, anfíbios (sapos, rãs
anfíbios (sapos, rãs ou pererecas) ou anfíbios (sapos, rãs ou pererecas) ou ou pererecas) ou insetos aquáticos no trecho
insetos aquáticos no trecho avaliado. insetos aquáticos no trecho avaliado. avaliado.
Trecho 1: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 2: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
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12: Oleosidade da água.
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Não se observa manchas de óleo na Moderada. Presença de algumas Abundante. Observam-se muitas manchas de
superfície d’água manchas de oleosidade espalhadas. óleo na água.
Trecho 1: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 2: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 3: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
13: Odor da água.
Odor moderado de esgoto (ovo podre) Odor forte de esgoto (ovo podre) ou
Não tem cheiro ou industrial industrial
Trecho 1: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 2: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 3: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
14: Transparência da água.
Transparente Turva/cor de chá-forte Opaca ou colorida
Trecho 1: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 2: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 3: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
15: Características do fluxo das águas.
Fluxo relativamente igual em toda a Lâmina d’água acima de 75% do canal
Lâmina d’água escassa e presente apenas
largura do rio; mínima quantidade de do rio; ou menos de 25% do substrato
nos remansos.
substrato exposta. exposto
Trecho 1: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 2: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 3: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
16: Frequência de corredeiras.
Ocorrência de corredeiras, mas não há Raras ou nenhuma ocorrência de corredeiras.
Ocorrem frequentes corredeiras.
condições favoráveis à presença de Na maior parte do trecho a água encontra-se
Presença de pequenos poços.
habitats como poços. parada em poços.
Trecho 1: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 2: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
Trecho 3: ( ) 10 pontos ( ) 5 pontos ( ) 0 ponto
17: Presença de cianobactétias na água (algas com coloração verde-azulada).
Observa-se pequenas manchas verde- Presença excessiva de algas no curso d'água.
Não é possível perceber.
azulada nas margens do rio. Alteração do cheiro e do sabor da água.
3. ORIENTAÇÕES GERAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CALLISTO, M. Solar, R., Silveira, F., Saito, V., Hughes, R., Fernandes, G.,
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ecológica dos rios portugueses (chapter 14). In Rios de Portugal. Comunidades,
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FEIO, M.J.; Hughes, R.M.; Callisto, M.; Nichols, S.J.; Odume, O.N.; Quintella, B.R.;
Kuemmerlen, M.; Aguiar, F.C.; Almeida, S.F.P.; Alonso-EguíaLis, P.; et al. The
Biological Assessment and Rehabilitation of the World’s Rivers: An Overview. Water
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pretano. Bacia do Rio das Velhas. 15 nov. 2019. Disponível em:
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ouro-pretano/. Acesso em 05 dez. 2021.
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rápida de rios como instrumentos complementares na gestão de bacias hidrográficas
envolvendo aspectos da geomorfologia fluvial: uma breve discussão. Enciclopédia
Biosfera, Goiânia, v. 6, n. 11, p. 1- 9, 2010.
PA