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6436 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.

o 219 — 18-9-1999

seguem os termos previstos no presente Código, com Lei n.o 169/99


as seguintes modificações: de 18 de Setembro
a) É dispensada a declaração de utilidade pública,
Estabelece o quadro de competências, assim como o regime jurí-
valendo como tal, para efeitos de contagem de
dico de funcionamento, dos órgãos dos municípios e das
prazos, o requerimento a que se refere o n.o 3
freguesias.
do artigo 42.o;
b) A indemnização é calculada com referência à A Assembleia da República decreta, nos termos da
data em que o expropriado tiver sido notificado alínea c) do artigo 161.o da Constituição, para valer
nos termos do n.o 1 do artigo 48.o do Decre- como lei geral da República, o seguinte:
to-Lei n.o 794/76;
c) Os terrenos e prédios urbanos expropriados
podem ser alienados, nos termos da lei, para CAPÍTULO I
realização dos fins prosseguidos pelos n.os 1 e
Objecto
5 do artigo 48.o do Decreto-Lei n.o 794/76, sem
direito à reversão nem ao exercício de pre-
ferência; Artigo 1.o
d) Os depósitos em processo litigioso serão efec- Objecto
tuados por força das receitas da operação, sendo
actualizados nos termos dos n.os 1 a 3 do 1 — A presente lei estabelece o regime jurídico do
artigo 24.o funcionamento dos órgãos dos municípios e das fre-
guesias, assim como as respectivas competências.
2 — Para efeitos do disposto na alínea d) do número 2 — O quadro de competências referidas no número
anterior deve a entidade expropriante informar o tri- anterior é actualizado pela concretização de atribuições
bunal das datas previstas e efectivas do recebimento previstas na lei quadro.
das receitas.
Artigo 95.o CAPÍTULO II
Áreas com construções não licenciadas Órgãos
Na expropriação de terrenos que por facto do pro-
prietário estejam total ou parcialmente ocupados com Artigo 2.o
construções não licenciadas, cujos moradores devam vir Órgãos
a ser desalojados e ou realojados pela administração
central ou local, o valor do solo desocupado é calculado 1 — Os órgãos representativos da freguesia são a
nos termos gerais, mas com dedução do custo estimado assembleia de freguesia e a junta de freguesia.
das demolições e dos desalojamentos necessários para 2 — Os órgãos representativos do município são a
o efeito. assembleia municipal e a câmara municipal.
Artigo 96.o
Expropriação requerida pelo proprietário
CAPÍTULO III

Nos casos em que, em consequência de disposição Da freguesia


especial, o proprietário tem o direito de requerer a SECÇÃO I
expropriação de bens próprios, não há lugar a declaração
de utilidade pública, valendo como tal, para efeitos de Da assembleia de freguesia
contagem de prazos, o requerimento a que se refere
o n.o 3 do artigo 42.o Artigo 3.o
Artigo 97.o Natureza
Dever de informação A assembleia de freguesia é o órgão deliberativo da
A entidade expropriante é obrigada a comunicar à freguesia.
repartição de finanças competente e ao Instituto Nacio- Artigo 4.o
nal de Estatística o valor atribuído aos imóveis no auto Constituição
ou na escritura de expropriação amigável ou na decisão
final do processo litigioso. A assembleia de freguesia é eleita por sufrágio uni-
versal, directo e secreto dos cidadãos recenseados na
Artigo 98.o área da freguesia, segundo o sistema de representação
proporcional.
Contagem de prazos não judiciais
Artigo 5.o
1 — Os prazos não judiciais fixados no presente Composição
Código contam-se, salvo disposição especial, nos termos
dos artigos 72.o e 73.o do Código do Procedimento 1 — A assembleia de freguesia é composta por
Administrativo, independentemente da natureza da 19 membros quando o número de eleitores for superior
entidade expropriante. a 20 000, por 13 membros quando for igual ou inferior
2 — Os prazos judiciais fixados no presente Código a 20 000 e superior a 5000, por 9 membros quando for
contam-se nos termos do disposto no Código de Pro- igual ou inferior a 5000 e superior a 1000 e por 7 mem-
cesso Civil. bros quando for igual ou inferior a 1000.
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2 — Nas freguesias com mais de 30 000 eleitores, o que é assinado, pelo menos, por quem procedeu à ins-
número de membros atrás referido é aumentado de mais talação e por quem o redigiu.
um por cada 10 000 eleitores para além daquele número. 3 — A verificação da identidade e legitimidade dos
3 — Quando, por aplicação da regra anterior, o resul- eleitos que, justificadamente, hajam faltado ao acto de
tado for par, o número de membros obtido é aumentado instalação é feita na primeira reunião do órgão a que
de mais um. compareçam, pelo respectivo presidente.
Artigo 6.o
Artigo 9.o
Impossibilidade de eleição
Primeira reunião
1 — Quando não seja possível eleger a assembleia
de freguesia por falta de apresentação de listas de can- 1 — Até que seja eleito o presidente da assembleia
didatos ou por estas terem sido todas rejeitadas, pro- compete ao cidadão que tiver encabeçado a lista mais
cede-se de acordo com o disposto nos números seguin- votada ou, na sua falta, ao cidadão melhor posicionado
tes. nessa mesma lista presidir à primeira reunião de fun-
2 — No caso de falta de apresentação de listas de cionamento da assembleia de freguesia que se efectua
candidatos, a câmara municipal nomeia uma comissão imediatamente a seguir ao acto de instalação, para efei-
administrativa, composta por três ou cinco membros tos de eleição, por escrutínio secreto, dos vogais da junta
consoante o número de eleitores seja inferior, ou igual de freguesia, bem como do presidente e secretários da
ou superior, a 5000, e procede à marcação de novas mesa da assembleia de freguesia.
eleições. 2 — Na ausência de disposição regimental compete
3 — Na nomeação dos membros da comissão admi- à assembleia deliberar se cada uma das eleições a que
nistrativa, a câmara municipal deve tomar em consi- se refere o número anterior é uninominal ou por meio
deração os últimos resultados verificados na eleição para de listas.
a assembleia de freguesia. 3 — Verificando-se empate na votação, procede-se a
4 — A comissão administrativa substitui os órgãos da nova eleição, obrigatoriamente uninominal.
freguesia e não pode exercer funções por prazo superior 4 — Se o empate persistir nesta última, é declarado
a seis meses. eleito para as funções em causa o cidadão que, de entre
5 — As novas eleições devem realizar-se até 70 dias os membros empatados, se encontrava melhor posicio-
antes do termo do prazo referido no número anterior nado nas listas que os concorrentes integraram na elei-
e a sua marcação deve ser feita com a antecedência ção para a assembleia de freguesia, preferindo suces-
prevista na lei eleitoral dos órgãos das autarquias locais. sivamente a mais votada.
6 — No caso de todas as listas terem sido rejeitadas, 5 — A substituição dos membros da assembleia que
a câmara municipal procede desde logo à marcação de irão integrar a junta seguir-se-á imediatamente à eleição
novas eleições, a realizar no período de 30 dias que dos vogais desta, procedendo-se depois à verificação da
imediatamente se seguir àquele em que se deveria ter identidade e legitimidade dos substitutos e à eleição
realizado o acto eleitoral. da mesa.
6 — Enquanto não for aprovado novo regimento, con-
tinua em vigor o anteriormente aprovado.
Artigo 7.o
Convocação para o acto de instalação dos órgãos Artigo 10.o
1 — Compete ao presidente da assembleia de fregue- Mesa
sia cessante proceder à convocação dos eleitos para o
1 — A mesa da assembleia é composta por um pre-
acto de instalação dos órgãos da autarquia.
sidente, um 1.o secretário e um 2.o secretário e é eleita
2 — A convocação é feita nos cinco dias subsequentes
pela assembleia de freguesia, de entre os seus membros.
ao do apuramento definitivo dos resultados eleitorais,
2 — A mesa é eleita pelo período do mandato,
por meio de edital e por carta com aviso de recepção podendo os seus membros ser destituídos, em qualquer
ou por protocolo e tendo em consideração o disposto altura, por deliberação tomada pela maioria do número
no n.o 1 do artigo seguinte. legal dos membros da assembleia.
3 — Na falta de convocação no prazo do número ante- 3 — O presidente é substituído, nas suas faltas e impe-
rior, cabe ao cidadão melhor posicionado na lista ven- dimentos, pelo 1.o secretário e este pelo 2.o secretário.
cedora das eleições para assembleia de freguesia efec- 4 — Na ausência simultânea de todos ou da maioria
tuar a convocação em causa, nos cinco dias imediata- dos membros da mesa, a assembleia de freguesia elege,
mente seguintes ao esgotamento do prazo referido. por voto secreto, de entre os membros presentes, o
número necessário de elementos para integrar a mesa
Artigo 8.o que vai presidir à reunião, salvo disposição contrária
Instalação
constante do regimento.
5 — Compete à mesa proceder à marcação e justi-
1 — O presidente da assembleia de freguesia cessante ficação de faltas dos membros da assembleia de fre-
ou, na sua falta, o cidadão melhor posicionado na lista guesia.
vencedora, de entre os presentes, procede à instalação 6 — O pedido de justificação de faltas pelo interes-
da nova assembleia no prazo máximo de 15 dias a contar sado é feito por escrito e dirigido à mesa, no prazo
do dia do apuramento definitivo dos resultados elei- de cinco dias a contar da data da sessão ou reunião
torais. em que a falta se tenha verificado e a decisão é notificada
2 — Quem proceder à instalação verifica a identidade ao interessado, pessoalmente ou por via postal.
e a legitimidade dos eleitos e designa, de entre os pre- 7 — Da decisão de injustificação da falta cabe recurso
sentes, quem redige o documento comprovativo do acto, para o órgão deliberativo.
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Artigo 11.o valente a 30 vezes o número de elementos que


compõem a assembleia, quando aquele número
Alteração da composição
de cidadãos eleitores for igual ou inferior a 5000,
1 — Os lugares deixados em aberto na assembleia de e 50 vezes quando for superior.
freguesia, em consequência da saída dos membros que
vão constituir a junta, ou por morte, renúncia, perda 2 — O presidente da assembleia, nos cinco dias sub-
de mandato, suspensão ou outra razão, são preenchidos sequentes à iniciativa da mesa ou à recepção dos reque-
nos termos do artigo 79.o rimentos previstos no número anterior, por edital e por
2 — Esgotada a possibilidade de substituição prevista carta com aviso de recepção ou através de protocolo,
no número anterior e desde que não esteja em efec- procede à convocação da sessão para um dos 15 dias
tividade de funções a maioria do número legal de mem- posteriores à apresentação dos pedidos tendo em conta
bros da assembleia, o presidente comunica o facto à que a convocatória deve ser feita com a antecedência
câmara municipal, para que esta marque, no prazo mínima de 5 dias sobre a data da realização da sessão
máximo de 30 dias, novas eleições, sem prejuízo do dis- extraordinária.
posto no artigo 99.o 3 — Quando o presidente da mesa da assembleia de
3 — As eleições realizam-se no prazo de 80 a 90 dias freguesia não efectue a convocação que lhe tenha sido
a contar da data da respectiva marcação. requerida, nos termos do número anterior, podem os
4 — A nova assembleia de freguesia completa o man- requerentes efectuá-la directamente, com invocação
dato da anterior. dessa circunstância, observando o disposto no número
anterior com as devidas adaptações e publicitando-a nos
Artigo 12.o locais habituais.
Participação de membros da junta nas sessões
Artigo 15.o
1 — A junta faz-se representar, obrigatoriamente, nas
sessões da assembleia de freguesia pelo presidente que Participação de eleitores
pode intervir nos debates, sem direito a voto.
1 — Têm o direito de participar, sem voto, nas sessões
2 — Em caso de justo impedimento, o presidente da
extraordinárias, convocadas nos termos da alínea c) do
junta pode fazer-se substituir pelo seu substituto legal.
n.o 1 do artigo anterior, dois representantes dos reque-
3 — Os vogais da junta de freguesia devem assistir
rentes.
às sessões da assembleia de freguesia, sendo-lhes facul-
2 — Os representantes mencionados no número ante-
tado intervir nos debates, sem direito a voto, a solicitação
rior podem formular sugestões ou propostas, as quais
do plenário ou com a anuência do presidente da junta,
só são votadas pela assembleia de freguesia se esta assim
ou do seu substituto.
o deliberar.
4 — Os vogais da junta de freguesia que não sejam
tesoureiros ou secretários têm direito às senhas de pre- Artigo 16.o
sença nos termos do n.o 1 do artigo 8.o da Lei n.o 11/96,
de 18 de Abril. Duração das sessões
5 — Os vogais da junta de freguesia podem ainda
As reuniões da assembleia de freguesia não podem
intervir no final da reunião para o exercício do direito
exceder a duração de dois dias ou de um dia, consoante
de defesa da honra.
se trate de sessão ordinária ou extraordinária, salvo
Artigo 13.o quando a própria assembleia delibere o seu prolonga-
mento até ao dobro do tempo atrás referido.
Sessões ordinárias

1 — A assembleia de freguesia tem, anualmente, qua- Artigo 17.o


tro sessões ordinárias, em Abril, Junho, Setembro e
Novembro ou Dezembro, que são convocadas por edital Competências
e por carta com aviso de recepção ou através de pro-
tocolo com uma antecedência mínima de oito dias. 1 — Compete à assembleia de freguesia:
2 — A primeira e a quarta sessões destinam-se, res- a) Eleger, por voto secreto, os vogais da junta de
pectivamente, à apreciação e votação do relatório e con- freguesia;
tas do ano anterior e à aprovação das opções do plano b) Eleger, por voto secreto, o presidente e os secre-
e da proposta de orçamento para o ano seguinte, salvo tários da mesa;
o disposto no artigo 88.o c) Elaborar e aprovar o seu regimento;
d) Deliberar sobre recursos interpostos de marca-
Artigo 14.o ção de faltas injustificadas aos seus membros;
e) Acompanhar e fiscalizar a actividade da junta,
Sessões extraordinárias sem prejuízo do exercício normal da competên-
1 — A assembleia de freguesia reúne em sessão cia desta;
extraordinária por iniciativa da mesa ou quando reque- f) Deliberar sobre a constituição de delegações,
rida: comissões ou grupos de trabalho para estudo
de problemas relacionados com o bem-estar da
a) Pelo presidente da junta de freguesia em exe- população da freguesia, no âmbito das atribui-
cução de deliberação desta; ções desta e sem interferência na actividade nor-
b) Por um terço dos seus membros; mal da junta;
c) Por um número de cidadãos eleitores inscritos g) Solicitar e receber informação, através da mesa,
no recenseamento eleitoral da freguesia, equi- sobre assuntos de interesse para a freguesia e
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sobre a execução de deliberações anteriores, a j) Aprovar posturas e regulamentos;


pedido de qualquer membro em qualquer l) Ratificar a aceitação da prática de actos da com-
momento; petência da câmara municipal, delegados na
h) Estabelecer as normas gerais de administração junta;
do património da freguesia ou sob sua juris- m) Aprovar, nos termos da lei, os quadros de pes-
dição; soal dos diferentes serviços da freguesia;
i) Deliberar sobre a administração das águas n) Aprovar, nos termos da lei, a criação e a reor-
públicas que por lei estejam sob jurisdição da ganização de serviços dependentes dos órgãos
freguesia; da freguesia;
j) Aceitar doações, legados e heranças a benefício o) Autorizar a concessão de apoio financeiro, ou
de inventário; outro, às instituições legalmente constituídas
l) Discutir, a pedido de quaisquer dos titulares do pelos funcionários da freguesia, tendo por
direito de oposição, o relatório a que se refere objecto o desenvolvimento de actividades cul-
o Estatuto do Direito de Oposição; turais, recreativas e desportivas;
m) Conhecer e tomar posição sobre os relatórios p) Regulamentar a apascentação de gado, na res-
definitivos, resultantes de acções tutelares ou pectiva área geográfica;
de auditorias executadas sobre a actividade dos q) Estabelecer, após parecer da Comissão de Herál-
órgãos e serviços da freguesia; dica da Associação dos Arqueólogos Portugue-
n) Apreciar, em cada uma das sessões ordinárias, ses, a constituição do brasão, do selo e da ban-
uma informação escrita do presidente da junta deira da freguesia e da vila sede de freguesia,
acerca da actividade por si ou pela junta exer- bem como o brasão e a bandeira das vilas que
cida, no âmbito da competência própria ou dele- não são sede da freguesia, e proceder à sua
gada, bem como da situação financeira da fre- publicação no Diário da República.
guesia, informação essa que deve ser enviada
ao presidente da mesa da assembleia, com a 3 — A acção de fiscalização mencionada na alínea e)
antecedência de cinco dias sobre a data de início do n.o 1 consiste numa apreciação casuística, posterior
da sessão; à respectiva prática, dos actos da junta de freguesia.
o) Votar moções de censura à junta de freguesia, 4 — Não podem ser alteradas, mas apenas aprovadas
em avaliação da acção desenvolvida pela mesma ou rejeitadas pela assembleia de freguesia, as propostas
ou por qualquer dos seus membros; apresentadas pela junta e referidas nas alíneas a), b),
p) Pronunciar-se e deliberar sobre todos os assun- i) e n) do n.o 2, devendo a rejeição ser devidamente
tos com interesse para a freguesia, por sua ini- fundamentada, sem prejuízo de a junta poder vir a aco-
ciativa ou por solicitação da junta; lher, no todo ou em parte, sugestões feitas pela assem-
q) Exercer os demais poderes conferidos por lei. bleia.
5 — As deliberações previstas nas alíneas o) do n.o 1
2 — Compete ainda à assembleia de freguesia, sob e h) do n.o 2 só são eficazes quando tomadas por maioria
proposta da junta: absoluta dos membros em efectividade de funções, não
a) Aprovar as opções do plano, a proposta de orça- podendo ser apresentada nova proposta sobre a mesma
mento e as suas revisões; matéria no ano em que a deliberação tenha ocorrido,
b) Apreciar e votar o relatório de actividades e quando a mesma tenha sido recusada ou não tenha reu-
os documentos de prestação de contas; nido condições de eficácia.
c) Autorizar a junta a contrair empréstimos de 6 — A assembleia de freguesia, no exercício das res-
curto prazo e a proceder a aberturas de crédito, pectivas competências, é apoiada administrativamente,
nos termos da lei; sempre que necessário, por funcionários dos serviços
d) Aprovar as taxas da freguesia e fixar o respectivo da autarquia, se existirem, designados pelo respectivo
valor nos termos da lei; órgão executivo.
e) Autorizar a freguesia a participar em empresas Artigo 18.o
de capitais públicos de âmbito municipal, para Delegação de tarefas
a prossecução de actividades de interesse
público ou de desenvolvimento local, cujo A assembleia de freguesia pode delegar, nas orga-
objecto se contenha nas atribuições da freguesia; nizações de moradores, tarefas administrativas que não
f) Autorizar a freguesia a associar-se com outras, envolvam o exercício de poderes de autoridade, nos ter-
nos termos da lei; mos que vierem a ser regulamentados.
g) Autorizar a freguesia a estabelecer formas de
cooperação com entidades públicas ou privadas, Artigo 19.o
no âmbito das suas atribuições;
h) Deliberar, nos casos previstos nos n.os 3 e 4 Competências do presidente da assembleia
do artigo 27.o, sobre o exercício de funções a Compete ao presidente da assembleia de freguesia:
tempo inteiro ou a meio tempo do presidente
da junta; a) Convocar as sessões ordinárias e extraordiná-
i) Autorizar expressamente a aquisição, alienação rias;
ou oneração de bens imóveis de valor superior b) Elaborar a ordem do dia das sessões e proceder
a 200 vezes o índice 100 das carreiras do regime à sua distribuição;
geral do sistema remuneratório da função c) Abrir e dirigir os trabalhos mantendo a disci-
pública, fixando as respectivas condições gerais, plina das reuniões;
que podem incluir, nomeadamente, a hasta d) Assegurar o cumprimento das leis e a regula-
pública; ridade das deliberações;
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e) Suspender ou encerrar antecipadamente as reu- 2 — Os vogais são eleitos pela assembleia de freguesia
niões, quando circunstâncias excepcionais o jus- ou pelo plenário de cidadãos eleitores, de entre os seus
tifiquem, mediante decisão fundamentada, a membros, nos termos do artigo 9.o, tendo em conta que:
incluir na acta da reunião;
a) Nas freguesias com 5000 ou menos eleitores há
f) Comunicar à junta as faltas do seu presidente
dois vogais;
ou do substituto legal às reuniões da assembleia
b) Nas freguesias com mais de 5000 eleitores e
de freguesia;
menos de 20 000 eleitores há quatro vogais;
g) Participar ao representante do Ministério Público
c) Nas freguesias com 20 000 ou mais eleitores há
competente as faltas injustificadas dos membros
seis vogais.
da assembleia e da junta, quando em número
relevante para efeitos legais; Artigo 25.o
h) Exercer os demais poderes que lhe sejam come- Primeira reunião
tidos por lei, pelo regimento interno ou pela
assembleia. A primeira reunião tem lugar nos cinco dias imediatos
à constituição do órgão, competindo ao presidente a
Artigo 20.o respectiva marcação e convocação, a fazer por edital
Competência dos secretários e por carta com aviso de recepção ou através de pro-
tocolo com, pelo menos, dois dias de antecedência.
Compete aos secretários coadjuvar o presidente da
mesa da assembleia de freguesia, assegurar o expediente Artigo 26.o
e, na falta de funcionário nomeado para o efeito, lavrar
as actas das reuniões. Regime de funções

Os membros das juntas de freguesia podem exercer


SECÇÃO II
o mandato em regime de tempo inteiro ou de meio
tempo, nos termos do artigo seguinte.
Do plenário de cidadãos eleitores
Artigo 27.o
o
Artigo 21. Funções a tempo inteiro e a meio tempo
Composição do plenário
1 — Nas freguesias com o mínimo de 5000 eleitores
1 — Nas freguesias com 150 eleitores ou menos, a e o máximo de 10 000 eleitores ou nas freguesias com
assembleia de freguesia é substituída pelo plenário dos mais de 3500 eleitores e 50 km2 de área, o presidente
cidadãos eleitores. da junta pode exercer o mandato em regime de meio
2 — O plenário não pode deliberar validamente sem tempo.
que estejam presentes, pelo menos, 10 % dos cidadãos 2 — Nas freguesias com mais de 10 000 eleitores ou
eleitores recenseados na freguesia. nas freguesias com mais de 7000 eleitores e 100 km2
de área, o presidente da junta pode exercer o mandato
em regime de tempo inteiro.
Artigo 22.o 3 — Fora dos casos previstos nos n.os 1 e 2, pode
Remissão ainda exercer o mandato em regime de meio tempo
o presidente da junta das freguesias com mais de
O plenário de cidadãos eleitores rege-se, com as 1000 eleitores e em regime de tempo inteiro o presidente
necessárias adaptações, pelas regras estabelecidas para da junta das freguesias com mais de 1500 eleitores, desde
a assembleia de freguesia e respectiva mesa. que se verifiquem cumulativamente as condições esta-
belecidas no número seguinte.
4 — Para efeitos do número anterior, o encargo anual
SECÇÃO III com a respectiva remuneração, prevista na lei, não pode
Da junta de freguesia ultrapassar 12 % do valor total geral da receita constante
da conta de gerência do ano anterior nem do valor ins-
crito no orçamento em vigor.
Artigo 23.o 5 — O número de eleitores relevante para efeitos dos
Natureza e constituição
números anteriores é o constante do recenseamento
vigente na data das eleições gerais, imediatamente ante-
1 — A junta de freguesia é o órgão executivo colegial riores, para a assembleia de freguesia.
da freguesia.
2 — A junta é constituída por um presidente e por Artigo 28.o
vogais, sendo que dois exercerão as funções de secretário
Repartição do regime de funções
e de tesoureiro.
Artigo 24.o 1 — O presidente pode atribuir a um dos restantes
membros da junta o exercício das suas funções em
Composição regime de tempo inteiro ou de meio tempo.
2 — Quando ao presidente caiba exercer o mandato
1 — Nas freguesias com mais de 150 eleitores, o pre- em regime de tempo inteiro pode:
sidente da junta é o cidadão que encabeçar a lista mais
votada na eleição para a assembleia de freguesia e, nas a) Optar por exercer as suas funções em regime
restantes, é o cidadão eleito pelo plenário de cidadãos de meio tempo, atribuindo a qualquer dos res-
eleitores recenseados na freguesia. tantes membros o outro meio tempo;
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b) Dividir o tempo inteiro em dois meios tempos, termos do número anterior, podem os requerentes efec-
repartindo-os por dois dos restantes membros tuá-la directamente, com invocação dessa circunstância,
da junta; observando o disposto no número anterior com as devi-
c) Atribuir o tempo inteiro a qualquer dos res- das adaptações e publicitando-a nos locais habituais.
tantes membros.
Artigo 33.o
Artigo 29.o
Competências
Substituições

1 — As vagas ocorridas na junta de freguesia são As competências da junta de freguesia podem ser
preenchidas: próprias ou delegadas.
a) A de presidente, nos termos do artigo 79.o;
b) A de vogal, através de nova eleição pela assem- Artigo 34.o
bleia de freguesia. Competências próprias

2 — Esgotada, em definitivo, a possibilidade de 1 — Compete à junta de freguesia no âmbito da orga-


preenchimento da vaga de presidente, cabe à câmara nização e funcionamento dos seus serviços, bem como
municipal, após a comunicação do facto pelo presidente no da gestão corrente:
da assembleia de freguesia, proceder à marcação de
novas eleições para a assembleia de freguesia, no prazo a) Executar e velar pelo cumprimento das deli-
de 30 dias, com respeito pelo disposto nos n.os 3 e 4 berações da assembleia de freguesia ou do ple-
do artigo 11.o e sem prejuízo do disposto no artigo 99.o nário dos cidadãos eleitores;
3 — A comunicação referida no número anterior deve b) Gerir os serviços da freguesia;
ser feita no prazo de oito dias a contar da data da veri- c) Instaurar pleitos e defender-se neles, podendo
ficação da impossibilidade. confessar, desistir ou transigir, se não houver
ofensa de direitos de terceiros;
d) Gerir os recursos humanos ao serviço da fre-
Artigo 30.o
guesia;
Periodicidade das reuniões e) Administrar e conservar o património da fre-
guesia;
1 — A junta de freguesia reúne ordinariamente uma
f) Elaborar e manter actualizado o cadastro dos
vez por mês, ou quinzenalmente, se o julgar conveniente,
bens móveis e imóveis da freguesia;
e extraordinariamente sempre que necessário.
g) Adquirir os bens móveis necessários ao funcio-
2 — A junta de freguesia delibera sobre os dias e
namento dos serviços e alienar os que se tornem
horas das reuniões ordinárias, podendo estabelecer dia
dispensáveis;
e hora certos para as mesmas, devendo neste último
h) Adquirir e alienar ou onerar bens imóveis de
caso publicar editais, o que dispensa outras formas de
valor até 200 vezes o índice 100 da escala salarial
convocação.
das carreiras do regime geral do sistema remu-
Artigo 31.o neratório da função pública;
Convocação das reuniões ordinárias i) Alienar em hasta pública, independentemente
de autorização do órgão deliberativo, bens imó-
1 — Na falta da deliberação a que se refere o n.o 2 veis de valor superior ao da alínea anterior,
do artigo anterior compete ao presidente da junta fixar desde que a alienação decorra da execução das
o dia e hora certos das reuniões ordinárias e publicitar opções do plano e a respectiva deliberação seja
a decisão nos termos e com os efeitos da parte final aprovada por maioria de dois terços dos mem-
da mesma disposição. bros em efectividade de funções;
2 — Quaisquer alterações ao dia e hora marcados nos j) Designar os representantes da freguesia nos
termos do n.o 1 devem ser comunicadas a todos os mem- órgãos das empresas em que a mesma participe;
bros da junta com três dias de antecedência e por carta l) Proceder à marcação das faltas dos seus mem-
com aviso de recepção ou através de protocolo. bros e à respectiva justificação.
Artigo 32.o 2 — Compete à junta de freguesia no âmbito do pla-
Convocação das reuniões extraordinárias neamento da respectiva actividade e no da gestão
financeira:
1 — As reuniões extraordinárias podem ser convo-
cadas por iniciativa do presidente ou a requerimento a) Elaborar e submeter a aprovação da assembleia
da maioria dos membros do órgão, não podendo ser de freguesia ou do plenário de cidadãos eleitores
recusada a convocação, neste caso. as opções do plano e a proposta do orçamento;
2 — As reuniões extraordinárias são convocadas com, b) Elaborar e submeter a aprovação da assembleia
pelo menos, cinco dias de antecedência, sendo comu- de freguesia ou do plenário de cidadãos eleitores
nicadas a todos os membros por edital e por carta com as revisões às opções do plano e ao orçamento;
aviso de recepção ou através de protocolo. c) Executar as opções do plano e o orçamento;
3 — O presidente convoca a reunião para um dos d) Elaborar e aprovar o relatório de actividades
oito dias subsequentes à recepção do requerimento pre- e a conta de gerência a submeter à apreciação
visto no n.o 1. do órgão deliberativo;
4 — Quando o presidente da junta de freguesia não e) Remeter ao Tribunal de Contas, nos termos da
efectue a convocação que lhe tenha sido requerida nos lei, as contas da freguesia.
6442 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 219 — 18-9-1999

3 — Compete à junta de freguesia no âmbito do orde- aos quais se mostre que, após notificação judi-
namento do território e urbanismo: cial, se mantém desinteresse na sua conservação
e manutenção de forma inequívoca e duradoura;
a) Participar, nos termos a acordar com a câmara d) Conceder terrenos, nos cemitérios propriedade
municipal, no processo de elaboração dos planos da freguesia, para jazigos, mausoléus e sepul-
municipais de ordenamento do território; turas perpétuas;
b) Colaborar, nos termos a acordar com a câmara e) Fornecer material de limpeza e de expediente
municipal, no inquérito público dos planos às escolas do 1.o ciclo do ensino básico e esta-
municipais do ordenamento do território; belecimentos de educação pré-escolar;
c) Facultar a consulta pelos interessados dos pla- f) Executar, no âmbito da comissão recenseadora,
nos municipais de ordenamento do território; as operações de recenseamento eleitoral, bem
d) Aprovar operações de loteamento urbano e como as funções que lhe sejam cometidas pelas
obras de urbanização respeitantes a terrenos leis eleitorais e dos referendos;
integrados no domínio patrimonial privado da g) Proceder ao registo e ao licenciamento de caní-
freguesia, de acordo com parecer prévio das deos e gatídeos;
entidades competentes, nos termos da lei; h) Conhecer e tomar posição sobre os relatórios
e) Pronunciar-se sobre projectos de construção e definitivos de acções tutelares ou de auditorias
de ocupação da via pública, sempre que tal lhe levadas a efeito aos órgãos ou serviços da
for requerido pela câmara municipal; freguesia;
f) Executar, por empreitada ou administração i) Dar cumprimento, no que lhe diz respeito, ao
directa, as obras que constem das opções do Estatuto do Direito de Oposição;
plano e tenham dotação orçamental adequada j) Deliberar as formas de apoio a entidades e orga-
nos instrumentos de gestão previsional, apro- nismos legalmente existentes, nomeadamente
vados pelo órgão deliberativo. com vista à prossecução de obras ou eventos
de interesse para a freguesia, bem como à infor-
4 — Compete à junta de freguesia no âmbito dos equi- mação e defesa dos direitos dos cidadãos;
pamentos integrados no respectivo património: l) Apoiar ou comparticipar, pelos meios adequa-
a) Gerir, conservar e promover a limpeza de bal- dos, no apoio a actividades de interesse da fre-
neários, lavadouros e sanitários públicos; guesia, de natureza social, cultural, educativa,
b) Gerir e manter parques infantis públicos; desportiva, recreativa ou outra;
c) Gerir, conservar e promover a limpeza dos m) Proceder à administração ou à utilização de bal-
cemitérios; dios sempre que não existam assembleias de
d) Conservar e promover a reparação de chafarizes compartes, nos termos da lei dos baldios;
e fontanários de acordo com o parecer prévio n) Prestar a outras entidades públicas toda a cola-
das entidades competentes, quando exigido por boração que lhe for solicitada, designadamente
lei; em matéria de estatística, desenvolvimento, edu-
e) Promover a conservação de abrigos de passa- cação, saúde, acção social, cultura e, em geral,
geiros existentes na freguesia e não concessio- em tudo quanto respeite ao bem-estar das
nados a empresas. populações;
o) Lavrar termos de identidade e justificação admi-
5 — Compete à junta de freguesia no âmbito das suas nistrativa;
relações com outros órgãos autárquicos: p) Passar atestados nos termos da lei;
q) Exercer os demais poderes que lhe sejam con-
a) Formular propostas ao órgão deliberativo sobre fiados por lei ou deliberação da assembleia de
matérias da competência deste; freguesia.
b) Elaborar e submeter à aprovação do órgão deli-
berativo posturas e regulamentos com eficácia 7 — A alienação de bens e valores artísticos do patri-
externa, necessários à boa execução das atri- mónio da freguesia é objecto de legislação especial.
buições cometidas à freguesia;
c) Deliberar e propor à ratificação do órgão deli-
berativo a aceitação da prática de actos inseridos Artigo 35.o
na competência de órgãos do município, que Delegação de competências no presidente
estes nela pretendam delegar.
Nas freguesias com 5000 ou mais eleitores, a junta
6 — Compete ainda à junta de freguesia: pode delegar no presidente a sua competência, salvo
quanto às matérias previstas nas alíneas h) e j) do n.o 1,
a) Colaborar com os sistemas locais de protecção a), b) e d) do n.o 2 e a), b), d) e e) do n.o 3, no n.o 5
civil e de combate aos incêndios; e nas alíneas h), i), j), l) e m) do n.o 6 do artigo anterior.
b) Praticar os actos necessários à participação da
freguesia em empresas de capitais públicos de
âmbito municipal, na sequência da autorização Artigo 36.o
da assembleia de freguesia; Protocolos de colaboração com entidades terceiras
c) Declarar prescritos a favor da freguesia, nos ter-
mos da lei e após publicação de avisos, os jazi- As competências previstas na alínea e) do n.o 1, no
gos, mausoléus ou outras obras, bem como n. 4 e na alínea l) do n.o 6 do artigo 34.o podem ser
o

sepulturas perpétuas instaladas nos cemitérios objecto de protocolo de colaboração, a celebrar com
propriedade da freguesia, quando não sejam instituições públicas, particulares e cooperativas, que
conhecidos os proprietários ou relativamente desenvolvam a sua actividade na área da freguesia, em
N.o 219 — 18-9-1999 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6443

termos que protejam cabalmente os direitos e deveres p) Participar, nos termos da lei, no conselho muni-
de cada uma das partes e o uso, pela comunidade local, cipal de segurança;
dos equipamentos. q) Determinar a instrução dos processos de con-
tra-ordenação e proceder à aplicação das coimas
Artigo 37.o nos termos da lei, com a faculdade de delegação
Competências delegadas pela câmara municipal em qualquer dos restantes membros;
r) Comunicar à assembleia de freguesia as faltas
1 — A junta de freguesia pode exercer actividades injustificadas marcadas aos membros da junta;
incluídas na competência da câmara municipal, por dele- s) Dar conhecimento aos restantes membros do
gação desta. órgão executivo e remeter ao órgão deliberativo
2 — A delegação de competências depende de apro- cópias dos relatórios definitivos de acções tute-
vação dos órgãos representativos da freguesia e é efec- lares ou de auditorias levadas a efeito aos órgãos
tuada com observância do disposto no artigo 66.o e serviços da freguesia, no prazo máximo de
10 dias após o recebimento dos mesmos;
Artigo 38.o t) Promover a publicação edital do relatório de
avaliação previsto no Estatuto do Direito de
Competências do presidente Oposição;
u) Presidir à comissão recenseadora da freguesia;
1 — Compete ao presidente da junta de freguesia: v) Exercer os demais poderes conferidos por lei
a) Representar a freguesia em juízo e fora dele; ou por deliberação da junta de freguesia.
b) Convocar, abrir e encerrar as reuniões, dirigir
os trabalhos e assegurar o cumprimento das leis 2 — Compete ao presidente da junta de freguesia pro-
e a regularidade das deliberações; ceder à distribuição de funções pelos vogais que a com-
c) Representar obrigatoriamente a junta no órgão põem e designar o seu substituto, para as situações de
deliberativo da freguesia e integrar, por direito faltas e impedimentos.
próprio, o órgão deliberativo do município, 3 — A distribuição de funções implica a designação
comparecendo às sessões, salvo caso de justo dos vogais a quem as mesmas devem caber e deve ter
impedimento, situação em que se faz represen- em conta, pelo menos:
tar pelo substituto legal por ele designado; a) A elaboração das actas das reuniões da junta,
d) Responder, no prazo máximo de 30 dias, aos na falta de funcionário nomeado para o efeito;
pedidos de informação formulados pelos mem- b) A certificação, mediante despacho do presi-
bros da assembleia de freguesia através da res- dente, dos factos e actos que constem dos arqui-
pectiva mesa; vos da freguesia e, independentemente de des-
e) Suspender ou encerrar antecipadamente as reu- pacho, o conteúdo das actas das reuniões da
niões, quando circunstâncias excepcionais o jus- junta;
tifiquem, mediante decisão fundamentada, a c) A subscrição dos atestados que devam ser assi-
incluir na acta da reunião; nados pelo presidente;
f) Decidir sobre o exercício de funções em regime d) A execução do expediente da junta;
de tempo inteiro ou de meio tempo, nos casos e) A arrecadação das receitas, o pagamento das
previstos nos n.os 1 e 2 do artigo 27.o; despesas autorizadas e a escrituração dos mode-
g) Executar as deliberações da junta e coordenar los contabilísticos da receita e da despesa, com
a respectiva actividade; base nos respectivos documentos que são assi-
h) Dar cumprimento às deliberações da assembleia nados pelo presidente.
de freguesia, sempre que para a sua execução
seja necessária a intervenção da junta;
i) Autorizar a realização de despesas até ao limite SECÇÃO IV
estipulado por delegação da junta de freguesia;
Do regime do pessoal
j) Autorizar o pagamento das despesas orçamen-
tadas, de harmonia com as deliberações da junta
de freguesia; Artigo 39.o
l) Submeter o relatório de actividades e os docu- Benefícios
mentos de prestação de contas à aprovação da
junta de freguesia e à apreciação da assembleia 1 — Os funcionários e agentes das freguesias gozam
de freguesia; dos benefícios concedidos pela ADSE nos mesmos ter-
m) Submeter a visto prévio do Tribunal de Contas, mos que o pessoal da administração central do Estado.
quando for caso disso, os documentos elabo- 2 — Os encargos resultantes do previsto no número
rados na junta de freguesia ou em que a fre- anterior deverão ser satisfeitos nos termos do regime
guesia seja parte que impliquem despesa; aplicável ao conjunto dos trabalhadores da administra-
n) Assinar, em nome da junta de freguesia, toda ção local.
a correspondência, bem como os termos, ates-
tados e certidões da competência da mesma; Artigo 40.o
o) Colaborar com outras entidades no domínio da Contratos
protecção civil, tendo em vista o cumprimento
dos planos e programas estabelecidos, designa- Os contratos de prestação de serviços celebrados pelas
damente em operações de socorro e assistência freguesias estão sujeitos, no que se refere à fiscalização
em situações de catástrofe e calamidade públi- pelo Tribunal de Contas, ao regime estabelecido legal-
cas; mente para os municípios.
6444 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 219 — 18-9-1999

CAPÍTULO IV votada ou, na sua falta, ao cidadão melhor posicionado


nessa mesma lista presidir à primeira reunião de fun-
Do município cionamento da assembleia municipal, que se efectua
SECÇÃO I imediatamente a seguir ao acto de instalação para efeitos
de eleição do presidente e secretários da mesa.
Da assembleia municipal 2 — Na ausência de disposição regimental compete
à assembleia deliberar se a eleição a que se refere o
Artigo 41.o número anterior é uninominal ou por meio de listas.
Natureza 3 — Verificando-se empate na votação, procede-se a
nova eleição obrigatoriamente uninominal.
A assembleia municipal é o órgão deliberativo do
4 — Se o empate persistir nesta última, é declarado
município.
eleito para as funções em causa o cidadão que, de entre
Artigo 42.o os membros empatados, se encontrava melhor posicio-
Constituição nado nas listas que os concorrentes integraram na elei-
ção para a assembleia municipal, preferindo sucessiva-
1 — A assembleia municipal é constituída pelos pre- mente a mais votada.
sidentes das juntas de freguesia e por membros eleitos 5 — Enquanto não for aprovado novo regimento, con-
pelo colégio eleitoral do município, em número igual tinua em vigor o anteriormente aprovado.
ao daqueles mais um.
2 — O número de membros eleitos directamente não
pode ser inferior ao triplo do número de membros da Artigo 46.o
respectiva câmara municipal.
Mesa
3 — Nas sessões da assembleia municipal participam
os cidadãos que encabeçaram as listas mais votadas na 1 — A mesa da assembleia é composta por um pre-
eleição para as assembleias de freguesia da área do sidente, um 1.o secretário e um 2.o secretário e é eleita,
município, mesmo que estas ainda não estejam ins- por escrutínio secreto, pela assembleia municipal, de
taladas. entre os seus membros.
Artigo 43.o 2 — A mesa é eleita pelo período do mandato,
Convocação para o acto de instalação dos órgãos podendo os seus membros ser destituídos, em qualquer
altura, por deliberação tomada pela maioria do número
1 — Compete ao presidente da assembleia municipal legal dos membros da assembleia.
cessante proceder à convocação dos eleitos para o acto 3 — O presidente é substituído, nas suas faltas e impe-
de instalação dos órgãos da autarquia, que deve ser dimentos, pelo 1.o secretário e este pelo 2.o secretário.
conjunto e sucessivo. 4 — Na ausência simultânea de todos ou da maioria
2 — A convocação é feita nos cinco dias subsequentes dos membros da mesa, a assembleia elege, por voto
ao do apuramento definitivo dos resultados eleitorais, secreto, de entre os membros presentes, o número neces-
por meio de edital e carta com aviso de recepção ou sário de elementos para integrar a mesa que vai presidir
através de protocolo e tendo em consideração o disposto à reunião, salvo disposição contrária constante do
no n.o 1 do artigo seguinte. regimento.
3 — Na falta de convocação, no prazo do número 5 — Compete à mesa proceder à marcação e justi-
anterior, cabe ao cidadão melhor posicionado na lista ficação de faltas dos membros da assembleia municipal
vencedora das eleições para a assembleia municipal efec- às respectivas sessões ou reuniões.
tuar a convocação em causa, nos cinco dias imediata- 6 — O pedido de justificação de faltas pelo interes-
mente seguintes ao esgotamento do prazo referido. sado é feito por escrito e dirigido à mesa, no prazo
de cinco dias a contar da data da sessão ou reunião
Artigo 44.o em que a falta se tenha verificado, e a decisão é noti-
Instalação ficada ao interessado, pessoalmente ou por via postal.
7 — Da decisão de recusa da justificação da falta cabe
1 — O presidente da assembleia municipal cessante recurso para o órgão deliberativo.
ou, na sua falta, de entre os presentes, o cidadão melhor
posicionado na lista vencedora procede à instalação da
nova assembleia no prazo máximo de 15 dias a contar Artigo 47.o
do apuramento definitivo dos resultados eleitorais. Alteração da composição da assembleia
2 — Quem proceder à instalação verifica a identidade
e a legitimidade dos eleitos e designa, de entre os pre- 1 — Quando algum dos membros deixar de fazer
sentes, quem redige o documento comprovativo do acto, parte da assembleia, por morte, renúncia, perda de man-
que é assinado, pelo menos, por quem procedeu à ins- dato ou por outra razão, é substituído nos termos do
talação e por quem o redigiu. artigo 79.o ou pelo novo titular do cargo com direito
3 — A verificação da identidade e legitimidade dos de integrar o órgão, conforme os casos.
eleitos que hajam faltado, justificadamente, ao acto de 2 — Esgotada a possibilidade de substituição prevista
instalação é feita, na primeira reunião do órgão a que no número anterior e desde que não esteja em efec-
compareçam, pelo respectivo presidente. tividade de funções a maioria do número legal dos mem-
bros da assembleia, o presidente comunica o facto ao
Artigo 45.o presidente da assembleia distrital para que este marque,
Primeira reunião
no prazo máximo de 30 dias, novas eleições, sem prejuízo
do disposto no artigo 99.o
1 — Até que seja eleito o presidente da assembleia 3 — As eleições realizam-se no prazo de 80 a 90 dias
compete ao cidadão que tiver encabeçado a lista mais a contar da data da respectiva marcação.
N.o 219 — 18-9-1999 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6445

4 — A nova assembleia municipal completa o man- requerentes efectuá-la directamente, com invocação
dato da anterior. dessa circunstância, observando o disposto no número
Artigo 48.o anterior com as devidas adaptações e publicitando-a nos
locais habituais.
Participação dos membros da câmara na assembleia municipal
Artigo 51.o
1 — A câmara municipal faz-se representar, obriga-
toriamente, nas sessões da assembleia municipal pelo Participação de eleitores
presidente, que pode intervir nos debates, sem direito 1 — Têm o direito de participar, sem voto, nas sessões
a voto. extraordinárias, convocadas nos termos da alínea c) do
2 — Em caso de justo impedimento, o presidente da n.o 1 do artigo anterior, dois representantes dos reque-
câmara pode fazer-se substituir pelo seu substituto legal. rentes.
3 — Os vereadores devem assistir às sessões da assem- 2 — Os representantes mencionados podem formular
bleia municipal, sendo-lhes facultado intervir nos deba- sugestões ou propostas, as quais só são votadas pela
tes, sem direito a voto, a solicitação do plenário ou assembleia municipal se esta assim o deliberar.
com a anuência do presidente da câmara ou do seu
substituto legal.
4 — Os vereadores que não se encontrem em regime Artigo 52.o
de permanência ou de meio tempo têm o direito às Duração das sessões
senhas de presença, nos termos do artigo 10.o da Lei
n.o 29/87, de 30 de Junho. As reuniões da assembleia municipal não podem exce-
5 — Os vereadores podem ainda intervir no final da der a duração de cinco dias e um dia, consoante se
reunião para o exercício do direito de defesa da honra. trate de sessão ordinária ou extraordinária, salvo quando
a própria assembleia delibere o seu prolongamento até
Artigo 49.o ao dobro das durações referidas.
Sessões ordinárias
Artigo 53.o
1 — A assembleia municipal tem anualmente cinco
sessões ordinárias, em Fevereiro, Abril, Junho, Setem- Competências
bro e Novembro ou Dezembro, que são convocadas por 1 — Compete à assembleia municipal:
edital e por carta com aviso de recepção ou através
de protocolo com, pelo menos, oito dias de ante- a) Eleger, por voto secreto, o presidente da mesa
cedência. e os dois secretários;
2 — A segunda e a quinta sessões destinam-se, res- b) Elaborar e aprovar o seu regimento;
pectivamente, à apreciação do relatório e documentos c) Acompanhar e fiscalizar a actividade da câmara
de prestação de contas e à aprovação das opções do e dos serviços municipalizados;
plano e da proposta do orçamento, salvo o disposto d) Acompanhar, com base em informação útil da
no artigo 88.o câmara, facultada em tempo oportuno, a acti-
vidade desta e os respectivos resultados, nas
Artigo 50.o
associações e federações de municípios, empre-
Sessões extraordinárias sas, cooperativas, fundações ou outras entidades
em que o município detenha alguma participa-
1 — O presidente da assembleia convoca extraordi-
ção no respectivo capital social ou equiparado;
nariamente a assembleia municipal, por sua própria ini-
e) Apreciar, em cada uma das sessões ordinárias,
ciativa, quando a mesa assim o deliberar ou, ainda, a
uma informação escrita do presidente da câmara
requerimento:
acerca da actividade do município, bem como
a) Do presidente da câmara municipal, em exe- da situação financeira do mesmo, informação
cução de deliberação desta; essa que deve ser enviada ao presidente da mesa
b) De um terço dos seus membros; da assembleia com a antecedência de cinco dias
c) De um número de cidadãos eleitores inscritos sobre a data do início da sessão para que conste
no recenseamento eleitoral do município equi- da respectiva ordem do dia;
valente a 30 vezes o número de elementos que f) Solicitar e receber informações, através da mesa,
compõem a assembleia, quando aquele número sobre assuntos de interesse para a autarquia e
for igual ou inferior a 10 000, e a 50 vezes, sobre a execução de deliberações anteriores, o
quando for superior. que pode ser requerido por qualquer membro
em qualquer momento;
2 — O presidente da assembleia, nos cinco dias sub- g) Conhecer e tomar posição sobre os relatórios
sequentes à iniciativa da mesa ou à recepção dos reque- definitivos, resultantes de acções tutelares ou
rimentos previstos no número anterior, por edital e por de auditorias executadas sobre a actividade dos
carta com aviso de recepção ou através de protocolo, órgãos e serviços municipais;
procede à convocação da sessão para um dos 15 dias h) Deliberar sobre a constituição de delegações,
posteriores à apresentação dos pedidos, tendo em conta comissões ou grupos de trabalho para estudo
que a convocatória deve ser feita com a antecedência dos problemas relacionados com as atribuições
mínima de cinco dias sobre a data da realização da sessão próprias da autarquia, sem interferência no fun-
extraordinária. cionamento e na actividade normal da câmara;
3 — Quando o presidente da mesa da assembleia i) Votar moções de censura à câmara municipal,
municipal não efectue a convocação que lhe tenha sido em avaliação da acção desenvolvida pela mesma
requerida nos termos do número anterior, podem os ou por qualquer dos seus membros;
6446 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 219 — 18-9-1999

j) Discutir, a pedido de quaisquer dos titulares do prossigam fins de reconhecido interesse público
direito de oposição, o relatório a que se refere local e se contenham dentro das atribuições
o Estatuto do Direito de Oposição; cometidas aos municípios, em quaisquer dos casos
l) Elaborar e aprovar, nos termos da lei, o regu- fixando as condições gerais dessa participação;
lamento do conselho municipal de segurança; n) Aprovar, nos termos da lei, a criação ou reor-
m) Tomar posição perante os órgãos do poder cen- ganização de serviços municipais;
tral sobre assuntos de interesse para a autarquia; o) Aprovar os quadros de pessoal dos diferentes
n) Deliberar sobre recursos interpostos de marca- serviços do município, nos termos da lei;
ção de faltas injustificadas aos seus membros; p) Aprovar incentivos à fixação de funcionários,
o) Pronunciar-se e deliberar sobre assuntos que nos termos da lei;
visem a prossecução das atribuições da autar- q) Autorizar, nos termos da lei, a câmara municipal
quia; a concessionar, por concurso público, a explo-
p) Exercer outras competências que lhe sejam con- ração de obras e serviços públicos, fixando as
feridas por lei. respectivas condições gerais;
r) Fixar o dia feriado anual do município;
2 — Compete à assembleia municipal, em matéria s) Autorizar a câmara municipal a delegar com-
regulamentar e de organização e funcionamento, sob petências próprias, designadamente em matéria
proposta da câmara: de investimentos, nas juntas de freguesia;
t) Estabelecer, após parecer da Comissão de Herál-
a) Aprovar posturas e regulamentos; dica da Associação dos Arqueólogos Portugue-
b) Aprovar as opções do plano e a proposta de ses, a constituição do brasão, selo e bandeira
orçamento, bem como as respectivas revisões; do município e proceder à sua publicação no
c) Apreciar o relatório de actividades e os docu- Diário da República.
mentos de prestação de contas;
d) Aprovar ou autorizar a contratação de emprés- 3 — É ainda da competência da assembleia municipal,
timos nos termos da lei; em matéria de planeamento, sob proposta ou pedido
e) Estabelecer, nos termos da lei, taxas municipais de autorização da câmara municipal:
e fixar os respectivos quantitativos;
a) Aprovar os planos necessários à realização das
f) Fixar anualmente o valor da taxa da contribui-
atribuições municipais;
ção autárquica incidente sobre prédios urbanos,
b) Aprovar as medidas, normas, delimitações e
bem como autorizar o lançamento de derramas outros actos, no âmbito dos regimes do orde-
para reforço da capacidade financeira ou no namento do território e do urbanismo, nos casos
âmbito da celebração de contratos de reequi- e nos termos conferidos por lei.
líbrio financeiro, de acordo com a lei;
g) Pronunciar-se, no prazo legal, sobre o reconhe-
cimento, pelo Governo, de benefícios fiscais no 4 — É também da competência da assembleia muni-
âmbito de impostos cuja receita reverte exclu- cipal, sob proposta da câmara municipal:
sivamente para os municípios; a) Deliberar sobre a criação e a instituição em con-
h) Deliberar em tudo quanto represente o exercício creto do corpo de polícia municipal, nos termos
dos poderes tributários conferidos por lei ao e com as competências previstos na lei;
município; b) Deliberar sobre a afectação ou desafectação de
i) Autorizar a câmara municipal a adquirir, alienar bens do domínio público municipal, nos termos
ou onerar bens imóveis de valor superior a e condições previstos na lei;
1000 vezes o índice 100 das carreiras do regime c) Deliberar sobre a criação do conselho local de
geral do sistema remuneratório da função educação, de acordo com a lei;
pública, fixando as respectivas condições gerais, d) Autorizar a geminação do município com outros
podendo determinar, nomeadamente, a via da municípios ou entidades equiparadas de outros
hasta pública, bem como bens ou valores artís- países;
ticos do município, independentemente do seu e) Autorizar os conselhos de administração dos ser-
valor, sem prejuízo do disposto no n.o 9 do viços municipalizados a deliberar sobre a con-
artigo 64.o; cessão de apoio financeiro, ou outro, a institui-
j) Determinar a remuneração dos membros do ções legalmente constituídas pelos seus funcio-
conselho de administração dos serviços muni- nários, tendo por objecto o desenvolvimento das
cipalizados; actividades culturais, recreativas e desportivas,
l) Municipalizar serviços, autorizar o município, bem como a atribuição de subsídios a instituições
nos termos da lei, a criar empresas públicas legalmente existentes, criadas ou participadas
municipais e fundações e a aprovar os respec- pelos serviços municipalizados ou criadas pelos
tivos estatutos, assim como a criar e participar seus funcionários, visando a concessão de bene-
em empresas de capitais exclusiva ou maiori- fícios sociais aos mesmos e respectivos familiares.
tariamente públicos, fixando as condições gerais
da participação; 5 — A acção de fiscalização mencionada na alínea c)
m) Autorizar o município, nos termos da lei, a inte- do n.o 1 consiste numa apreciação, casuística e posterior
grar-se em associações e federações de municí- à respectiva prática, dos actos da câmara municipal.
pios, a associar-se com outras entidades públicas, 6 — A proposta apresentada pela câmara referente
privadas ou cooperativas e a criar ou participar às alíneas b), c), i) e n) do n.o 2 não pode ser alterada
em empresas privadas de âmbito municipal, que pela assembleia municipal e carece da devida funda-
N.o 219 — 18-9-1999 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6447

mentação quando rejeitada, mas a câmara pode acolher Artigo 57.o


sugestões feitas pela assembleia.
Composição
7 — Os pedidos de autorização para a contratação
de empréstimos a apresentar pela câmara municipal, 1 — É presidente da câmara municipal o primeiro
nos termos da alínea d) do n.o 2, serão obrigatoriamente candidato da lista mais votada ou, no caso de vacatura
acompanhados de informação sobre as condições pra- do cargo, o que se lhe seguir na respectiva lista, de
ticadas em, pelo menos, três instituições de crédito, bem acordo com o disposto no artigo 79.o
como do mapa demonstrativo de capacidade de endi- 2 — Para além do presidente, a câmara municipal é
vidamento do município. composta por:
8 — Quando necessário para o eficiente exercício da
sua competência, a assembleia municipal dispõe, sob a) Dezasseis vereadores em Lisboa;
orientação do respectivo presidente, de um núcleo de b) Doze vereadores no Porto;
apoio composto por funcionários do município, a des- c) Dez vereadores nos municípios com 100 000 ou
tacar pelo presidente da câmara municipal sem prejuízo mais eleitores;
dos poderes de gestão que a este cabem. d) Oito vereadores nos municípios com mais de
50 000 e menos de 100 000 eleitores;
e) Seis vereadores nos municípios com mais de
Artigo 54.o 10 000 e até 50 000 eleitores;
Competência do presidente da assembleia f) Quatro vereadores nos municípios com 10 000
ou menos eleitores.
Compete ao presidente da assembleia municipal:
a) Convocar as sessões ordinárias e extraordiná- 3 — O presidente designa, de entre os vereadores,
rias; o vice-presidente a quem, para além de outras funções
b) Abrir e encerrar os trabalhos das sessões e das que lhe sejam distribuídas, cabe substituir o primeiro
reuniões; nas suas faltas e impedimentos.
c) Dirigir os trabalhos e manter a disciplina das
reuniões;
d) Assegurar o cumprimento das leis e a regula- Artigo 58.o
ridade das deliberações; Vereadores a tempo inteiro e a meio tempo
e) Suspender ou encerrar antecipadamente as ses-
sões e as reuniões, quando circunstâncias excep- 1 — Compete ao presidente da câmara municipal
cionais o justifiquem, mediante decisão funda- decidir sobre a existência de vereadores em regime de
mentada a incluir na acta da reunião; tempo inteiro e meio tempo e fixar o seu número, até
f) Integrar o conselho municipal de segurança; aos limites seguintes:
g) Comunicar à assembleia de freguesia ou à a) Quatro, em Lisboa e no Porto;
câmara municipal as faltas do presidente da b) Três, nos municípios com 100 000 ou mais
junta e do presidente da câmara às reuniões eleitores;
da assembleia municipal; c) Dois, nos municípios com mais de 20 000 e
h) Comunicar ao representante do Ministério Público menos de 100 000 eleitores;
competente as faltas injustificadas dos restantes d) Um, nos municípios com 20 000 ou menos
membros da assembleia, para os efeitos legais; eleitores.
i) Exercer os demais poderes que lhe sejam atri-
buídos por lei, pelo regimento ou pela assem-
2 — Compete à câmara municipal, sob proposta do
bleia.
respectivo presidente, fixar o número de vereadores em
regime de tempo inteiro e meio tempo que exceda os
Artigo 55.o limites previstos no número anterior.
Competência dos secretários 3 — O presidente da câmara municipal, com respeito
pelo disposto nos números anteriores, pode optar pela
Compete aos secretários coadjuvar o presidente da existência de vereadores a tempo inteiro e a meio tempo,
mesa da assembleia municipal, assegurar o expediente neste caso correspondendo dois vereadores a um verea-
e, na falta de funcionário nomeado para o efeito, lavrar dor a tempo inteiro.
as actas das reuniões. 4 — Cabe ao presidente da câmara escolher os verea-
dores a tempo inteiro e a meio tempo, fixar as suas
SECÇÃO II funções e determinar o regime do respectivo exercício.

Da câmara municipal
Artigo 59.o
Artigo 56.o Alteração da composição da câmara
Natureza e constituição
1 — No caso de morte, renúncia, suspensão ou perda
1 — A câmara municipal é constituída por um pre- de mandato de algum membro da câmara municipal
sidente e por vereadores, um dos quais designado vice- em efectividade de funções, é chamado a substituí-lo
-presidente, e é o órgão executivo colegial do município, o cidadão imediatamente a seguir na ordem da respec-
eleito pelos cidadãos eleitores recenseados na sua área. tiva lista, nos termos do artigo 79.o
2 — A eleição da câmara municipal é simultânea com 2 — Esgotada a possibilidade de substituição prevista
a da assembleia municipal, salvo no caso de eleição no número anterior e desde que não esteja em efec-
intercalar. tividade de funções a maioria do número legal dos mem-
6448 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 219 — 18-9-1999

bros da câmara municipal, o presidente comunica o facto 2 — A câmara municipal ou, na falta de deliberação
à assembleia municipal para que esta, no prazo máximo desta, o respectivo presidente podem estabelecer dia
de 30 dias a contar da recepção da comunicação, nomeie e hora certos para as reuniões ordinárias, devendo neste
a comissão administrativa a que se refere a alínea b) caso publicar editais, que dispensam outras formas de
do n.o 6 e marque novas eleições, sem prejuízo do dis- convocação.
posto no artigo 99.o 3 — Quaisquer alterações ao dia e hora marcados
3 — Esgotada, em definitivo, a possibilidade de para as reuniões devem ser comunicadas a todos os
preenchimento da vaga de presidente da câmara, cabe membros do órgão, com três dias de antecedência, por
à assembleia municipal proceder de acordo com o carta com aviso de recepção ou através de protocolo.
número anterior, independentemente do número de
membros da câmara municipal em efectividade de
Artigo 63.o
funções.
4 — As eleições realizam-se no prazo de 80 a 90 dias Convocação de reuniões extraordinárias
a contar da data da respectiva marcação.
5 — A câmara municipal que for eleita completa o 1 — As reuniões extraordinárias podem ser convo-
mandato da anterior. cadas por iniciativa do presidente ou a requerimento
6 — O funcionamento da câmara municipal quanto de, pelo menos, um terço dos respectivos membros, não
aos assuntos inadiáveis e correntes, durante o período podendo, neste caso, ser recusada a convocatória.
transitório, é assegurado: 2 — As reuniões extraordinárias são convocadas com,
pelo menos, cinco dias de antecedência, sendo comu-
a) Pelos membros ainda em exercício da câmara nicadas a todos os membros por edital e por carta com
municipal cessante, quando em número não aviso de recepção ou através de protocolo.
inferior a três, constituídos automaticamente em 3 — O presidente convoca a reunião para um dos
comissão administrativa, presidida pelo pri- oito dias subsequentes à recepção do requerimento pre-
meiro na ordem da lista mais votada das listas visto no n.o 1.
em causa, até que ocorra a designação prevista 4 — Quando o presidente não efectue a convocação
na alínea seguinte; que lhe tenha sido requerida ou não o faça nos termos
b) Por uma comissão administrativa de três mem- do n.o 3, podem os requerentes efectuá-la directamente,
bros se o número de eleitores for inferior a com invocação dessa circunstância, observando o dis-
50 000 e de cinco membros se for igual ou supe- posto no número anterior com as devidas adaptações
rior a 50 000, incluindo o respectivo presidente, e publicitando-a nos locais habituais.
nomeados pela assembleia municipal de entre
os membros referidos na alínea anterior.
Artigo 64.o
Artigo 60.o Competências

Instalação 1 — Compete à câmara municipal no âmbito da orga-


nização e funcionamento dos seus serviços e no da gestão
1 — A instalação da câmara municipal cabe ao pre-
corrente:
sidente da assembleia municipal cessante ou, na sua
falta, ao cidadão melhor posicionado na lista vencedora a) Elaborar e aprovar o regimento;
das eleições para a assembleia municipal, de entre os b) Executar e velar pelo cumprimento das deli-
presentes, e deve ter lugar no prazo de 15 dias a contar berações da assembleia municipal;
do apuramento definitivo dos resultados eleitorais. c) Proceder à marcação e justificação das faltas
2 — Quem proceder à instalação verifica a identidade dos seus membros;
e a legitimidade dos eleitos e designa, de entre os pre- d) Deliberar sobre a locação e aquisição de bens
sentes, quem redige o documento comprovativo do acto, móveis e serviços, nos termos da lei;
que é assinado, pelo menos, por quem procedeu à ins- e) Alienar os bens móveis que se tornem dispen-
talação e por quem o redigiu. sáveis, nos termos da lei;
3 — A verificação da identidade e legitimidade dos f) Adquirir e alienar ou onerar bens imóveis de
eleitos que hajam faltado, justificadamente, ao acto de valor até 1000 vezes o índice 100 das carreiras
instalação é feita, na primeira reunião do órgão a que do regime geral do sistema remuneratório da
compareçam, pelo respectivo presidente. função pública;
g) Alienar em hasta pública, independentemente
Artigo 61.o de autorização do órgão deliberativo, bens imó-
Primeira reunião
veis de valor superior ao da alínea anterior,
desde que a alienação decorra da execução das
A primeira reunião tem lugar nos cinco dias imediatos opções do plano e a respectiva deliberação seja
à constituição do órgão, competindo ao presidente a aprovada por maioria de dois terços dos mem-
respectiva marcação e convocação, a fazer por edital bros em efectividade de funções;
e por carta com aviso de recepção ou através de pro- h) Aceitar doações, legados e heranças a benefício
tocolo com, pelo menos, dois dias de antecedência. de inventário;
i) Nomear e exonerar o conselho de administração
Artigo 62.o dos serviços municipalizados e das empresas
públicas municipais, assim como os represen-
Periodicidade das reuniões ordinárias
tantes do município nos órgãos de outras empre-
1 — A câmara municipal tem uma reunião ordinária sas, cooperativas, fundações ou entidades em
semanal, salvo se reconhecer conveniência em que se que o mesmo detenha alguma participação no
efectue quinzenalmente. respectivo capital social ou equiparado;
N.o 219 — 18-9-1999 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6449

j) Fixar as tarifas e os preços da prestação de ser- c) Elaborar e submeter a aprovação da assembleia


viços ao público pelos serviços municipais ou municipal as opções do plano e a proposta de
municipalizados; orçamento e as respectivas revisões;
l) Apoiar ou comparticipar no apoio à acção social d) Executar as opções do plano e o orçamento
escolar e às actividades complementares no aprovados;
âmbito de projectos educativos, nos termos da e) Elaborar e aprovar o relatório de actividades
lei; e os documentos de prestação de contas a sub-
m) Organizar e gerir os transportes escolares; meter à apreciação do órgão deliberativo;
n) Resolver, no prazo máximo de 30 dias, sobre f) Criar, construir e gerir instalações, equipamen-
os recursos hierárquicos impróprios que lhe tos, serviços, redes de circulação, de transportes,
sejam apresentados de todas as deliberações do de energia, de distribuição de bens e recursos
conselho de administração dos serviços muni- físicos integrados no património municipal ou
cipalizados; colocados, por lei, sob a administração muni-
o) Deliberar sobre a concessão de apoio financeiro, cipal;
ou outro, a instituições legalmente constituídas g) Participar em órgãos de gestão de entidades da
pelos funcionários do município, tendo por administração central, nos casos, nos termos e
objecto o desenvolvimento de actividades cul- para os efeitos estabelecidos por lei;
turais, recreativas e desportivas; h) Colaborar no apoio a programas e projectos de
p) Deliberar sobre a atribuição de subsídios a ins- interesse municipal, em parceria com outras
tituições legalmente existentes, criadas ou par- entidades da administração central;
ticipadas pelo município ou criadas pelos seus i) Designar os representantes do município nos
funcionários, visando a concessão de benefícios conselhos locais, nos termos da lei;
sociais aos mesmos e respectivos familiares; j) Criar ou participar em associações de desen-
q) Aprovar os projectos, programas de concurso, volvimento regional e de desenvolvimento do
caderno de encargos e a adjudicação relativa- meio rural;
mente a obras e aquisição de bens e serviços; l) Promover e apoiar o desenvolvimento de acti-
r) Dar cumprimento, no que lhe diz respeito, ao vidades artesanais, de manifestações etnográ-
Estatuto do Direito de Oposição; ficas e a realização de eventos relacionados com
a actividade económica de interesse municipal;
s) Deliberar sobre a administração de águas públi-
m) Assegurar, em parceria ou não com outras enti-
cas sob sua jurisdição;
dades públicas ou privadas, nos termos da lei,
t) Promover a publicação de documentos, anais o levantamento, classificação, administração, ma-
ou boletins que interessem à história do muni- nutenção, recuperação e divulgação do patri-
cípio; mónio natural, cultural, paisagístico e urbanís-
u) Deliberar sobre o estacionamento de veículos tico do município, incluindo a construção de
nas ruas e demais lugares públicos; monumentos de interesse municipal.
v) Estabelecer a denominação das ruas e praças
das povoações e estabelecer as regras de nume- 3 — Compete à câmara municipal no âmbito con-
ração dos edifícios; sultivo:
x) Proceder à captura, alojamento e abate de caní-
deos e gatídeos, nos termos da legislação apli- a) Emitir parecer, nos casos e nos termos previstos
cável; na lei, sobre projectos de obras não sujeitas a
z) Deliberar sobre a deambulação e extinção de licenciamento municipal;
animais nocivos; b) Participar em órgãos consultivos de entidades
aa) Declarar prescritos a favor do município, nos da administração central, nos casos estabeleci-
termos e prazos fixados na lei geral e após publi- dos por lei.
cação de avisos, os jazigos, mausoléus ou outras
obras, assim como sepulturas perpétuas insta- 4 — Compete à câmara municipal no âmbito do apoio
ladas nos cemitérios propriedade municipal, a actividades de interesse municipal:
quando não sejam conhecidos os seus proprie- a) Deliberar sobre as formas de apoio a entidades
tários ou relativamente aos quais se mostre que, e organismos legalmente existentes, nomeada-
após notificação judicial, se mantém desinte- mente com vista à prossecução de obras ou even-
resse na sua conservação e manutenção, de tos de interesse municipal, bem como à infor-
forma inequívoca e duradoura; mação e defesa dos direitos dos cidadãos;
bb) Remeter ao Tribunal de Contas, nos termos da b) Apoiar ou comparticipar, pelos meios adequa-
lei, as contas do município. dos, no apoio a actividades de interesse muni-
cipal, de natureza social, cultural, desportiva,
2 — Compete à câmara municipal no âmbito do pla- recreativa ou outra;
neamento e do desenvolvimento: c) Participar na prestação de serviços a estratos
sociais desfavorecidos ou dependentes, em par-
a) Elaborar e submeter à aprovação da assembleia ceria com as entidades competentes da admi-
municipal os planos necessários à realização das nistração central, e prestar apoio aos referidos
atribuições municipais; estratos sociais, pelos meios adequados e nas
b) Participar, com outras entidades, no planea- condições constantes de regulamento municipal;
mento que directamente se relacione com as d) Deliberar em matéria de acção social escolar,
atribuições e competências municipais, emi- designadamente no que respeita a alimentação,
tindo parecer para submissão a deliberação da alojamento e atribuição de auxílios económicos
assembleia municipal; a estudantes;
6450 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 219 — 18-9-1999

e) Assegurar o apoio adequado ao exercício de neas a), h), i), j), o) e p) do n.o 1, a), b), c) e j) do
competências por parte do Estado, nos termos n.o 2, a) do n.o 3 e a), b), d) e f) do n.o 4, no n.o 6
definidos por lei; e nas alíneas a) e c) do n.o 7 do artigo anterior.
f) Deliberar sobre a participação do município em 2 — As competências referidas no número anterior
projectos e acções de cooperação descentrali- podem ser subdelegadas em quaisquer dos vereadores,
zada, designadamente no âmbito da União por decisão e escolha do presidente.
Europeia e da Comunidade de Países de Língua 3 — O presidente ou os vereadores devem informar
Portuguesa. a câmara das decisões geradoras de custo ou proveito
financeiro proferidas ao abrigo dos números anteriores,
5 — Compete à câmara municipal, em matéria de na reunião que imediatamente se lhes seguir.
licenciamento e fiscalização: 4 — A câmara municipal pode, a todo o tempo, fazer
a) Conceder licenças nos casos e nos termos esta- cessar a delegação.
belecidos por lei, designadamente para constru- 5 — Os actos praticados no uso de delegação ou sub-
ção, reedificação, utilização, conservação ou delegação são revogáveis pelo delegante, nos termos pre-
demolição de edifícios, assim como para esta- vistos na lei para a revogação pelo autor do acto.
belecimentos insalubres, incómodos, perigosos 6 — Das decisões tomadas pelo presidente ou pelos
ou tóxicos; vereadores no exercício de competências da câmara, que
b) Realizar vistorias e executar, de forma exclusiva nele ou neles estejam delegadas ou subdelegadas, cabe
ou participada, a actividade fiscalizadora atri- recurso para o plenário daquele órgão, sem prejuízo
buída por lei, nos termos por esta definidos; da sua impugnação contenciosa.
c) Ordenar, precedendo vistoria, a demolição total 7 — O recurso para o plenário a que se refere o
ou parcial ou a beneficiação de construções que número anterior pode ter por fundamento a ilegalidade,
ameacem ruína ou constituam perigo para a inoportunidade ou inconveniência da decisão e é apre-
saúde ou segurança das pessoas; ciado pela câmara municipal no prazo máximo de 30 dias
d) Emitir licenças, matrículas, livretes e transfe- após a sua recepção.
rências de propriedade e respectivos averba-
mentos e proceder a exames, registos e fixação Artigo 66.o
de contingentes relativamente a veículos, nos
casos legalmente previstos. Competências delegáveis na freguesia

6 — Compete à câmara municipal, no que respeita 1 — A câmara, sob autorização da assembleia muni-
às suas relações com outros órgãos autárquicos: cipal, pode delegar competências nas juntas de freguesia
interessadas, mediante a celebração de protocolo, onde
a) Apresentar à assembleia municipal propostas e figurem todos os direitos e obrigações de ambas as par-
pedidos de autorização, designadamente em tes, os meios financeiros, técnicos e humanos e as maté-
relação às matérias constantes dos n.os 2 a 4 rias objecto da delegação.
do artigo 53.o; 2 — A delegação a que se refere o número anterior
b) Deliberar sobre formas de apoio às freguesias; incide sobre as actividades, incluindo a realização de
c) Propor à assembleia municipal a concretização investimentos, constantes das opções do plano e do orça-
de delegação de parte das competências da mento municipais e pode abranger, designadamente:
câmara nas freguesias que nisso tenham inte-
resse, de acordo com o disposto no artigo 66.o a) Conservação e limpeza de valetas, bermas e
caminhos;
7 — Compete ainda à câmara municipal: b) Conservação, calcetamento e limpeza de ruas
e passeios;
a) Elaborar e aprovar posturas e regulamentos em c) Gestão e conservação de jardins e outros espa-
matérias da sua competência exclusiva; ços ajardinados;
b) Administrar o domínio público municipal, nos d) Colocação e manutenção da sinalização topo-
termos da lei; nímica;
c) Propor, nos termos da lei, a declaração de uti- e) Gestão, conservação, reparação e limpeza de
lidade pública, para efeitos de expropriação; mercados retalhistas e de levante;
d) Exercer as demais competências legalmente f) Gestão, conservação e reparação de equipamen-
conferidas, tendo em vista o prosseguimento tos propriedade do município, designadamente
normal das atribuições do município. equipamentos culturais e desportivos, escolas e
estabelecimentos de educação pré-escolar, cre-
8 — As nomeações a que se refere a alínea i) do n.o 1 ches, jardins-de-infância, centros de apoio à ter-
são feitas de entre membros da câmara municipal ou ceira idade e bibliotecas;
de entre cidadãos que não sejam membros dos órgãos g) Conservação e reparação de escolas do ensino
municipais. básico e do ensino pré-escolar;
9 — A alienação de bens e valores artísticos do patri- h) Gestão, conservação, reparação e limpeza de
mónio do município é objecto de legislação especial. cemitérios, propriedade do município;
i) Concessão de licenças de caça.
Artigo 65.o
Delegação de competências
3 — No âmbito da delegação de competências a
câmara municipal pode destacar para a junta de fre-
1 — A câmara pode delegar no presidente a sua com- guesia funcionários afectos às áreas de competência
petência, salvo quanto às matérias previstas nas alí- nesta delegadas.
N.o 219 — 18-9-1999 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6451

4 — O destacamento dos funcionários faz-se sem pre- q) Suspender ou encerrar antecipadamente as reu-
juízo dos direitos e regalias dos mesmos e não está niões, quando circunstâncias excepcionais o jus-
sujeito a prazo, mantendo-se enquanto subsistir a dele- tifiquem, mediante decisão fundamentada, a
gação de competências. incluir na acta da reunião;
r) Responder, no prazo de 10 dias, aos pedidos
de informação apresentados pelos vereadores;
Artigo 67.o s) Representar a câmara nas sessões da assembleia
Protocolos de colaboração com entidades terceiras municipal ou, havendo justo impedimento,
fazer-se representar pelo seu substituto legal,
As competências previstas nas alíneas l) do n.o 1, j) sem prejuízo da faculdade de ser acompanhado
e l) do n.o 2 e b) e c) do n.o 4 do artigo 64.o podem por outros membros;
ser objecto de protocolo de colaboração, a celebrar com t) Responder, no prazo máximo de 30 dias, aos
instituições públicas, particulares e cooperativas, que pedidos de informação veiculados pela mesa da
desenvolvam a sua actividade na área do município, em assembleia municipal;
termos que protejam cabalmente os direitos e deveres u) Promover a publicação, no Diário da República,
de cada uma das partes e o uso, pela comunidade local, em boletim municipal ou em edital, das decisões
dos equipamentos. ou deliberações previstas no artigo 91.o;
v) Promover o cumprimento do Estatuto do Direito
da Oposição e a publicação do respectivo rela-
Artigo 68.o tório de avaliação;
Competências do presidente da câmara x) Dirigir, em estreita articulação com o Serviço
Nacional de Protecção Civil, o serviço municipal
1 — Compete ao presidente da câmara municipal: de protecção civil, tendo em vista o cumpri-
mento dos planos e programas estabelecidos e
a) Representar o município em juízo e fora dele; a coordenação das actividades a desenvolver no
b) Executar as deliberações da câmara municipal domínio da protecção civil, designadamente em
e coordenar a respectiva actividade; operações de socorro e assistência, com especial
c) Elaborar e manter actualizado o cadastro dos relevo em situações de catástrofe e calamidade
bens móveis e imóveis do município; públicas;
d) Participar ao representante do Ministério Público z) Presidir ao conselho municipal de segurança.
competente as faltas injustificadas dadas pelos
membros da câmara, para os efeitos legais; 2 — Compete ainda ao presidente da câmara muni-
e) Aprovar projectos, programas de concurso, cipal:
caderno de encargos e a adjudicação de emprei-
tadas e aquisição de bens e serviços, cuja auto- a) Decidir todos os assuntos relacionados com a
rização de despesa lhe caiba, nos termos da lei; gestão e direcção dos recursos humanos afectos
f) Autorizar a realização de despesas orçamenta- aos serviços municipais;
das até ao limite estipulado por lei ou por dele- b) Designar o funcionário que serve de notário pri-
gação da câmara municipal; vativo do município para lavrar os actos nota-
g) Autorizar o pagamento das despesas realizadas, riais expressamente previstos pelo Código do
nas condições legais; Notariado;
h) Comunicar anualmente, no prazo legal, o valor c) Designar o funcionário que serve de oficial
público para lavrar todos os contratos em que
fixado da taxa de contribuição autárquica inci-
a lei o preveja ou não seja exigida escritura
dente sobre prédios urbanos, assim como,
pública;
quando for o caso, a deliberação sobre o lan-
d) Modificar ou revogar os actos praticados por
çamento de derramas, às entidades competentes funcionários ou agentes afectos aos serviços da
para a cobrança; câmara;
i) Submeter o relatório de actividades e os docu- e) Gerir os recursos humanos dos estabelecimen-
mentos de prestação de contas à aprovação da tos de educação e ensino, nos casos e nos termos
câmara municipal e à apreciação da assembleia determinados por lei;
municipal; f) Outorgar contratos necessários à execução das
j) Remeter, atempadamente, ao Tribunal de Con- obras referidas na alínea j), assim como ao fun-
tas os documentos que careçam da respectiva cionamento dos serviços;
apreciação, sem prejuízo da alínea bb) do n.o 1 g) Instaurar pleitos e defender-se neles, podendo
do artigo 64.o; confessar, desistir ou transigir, se não houver
l) Assinar ou visar a correspondência da câmara ofensa de direitos de terceiros;
municipal com destino a quaisquer entidades h) Promover todas as acções necessárias à admi-
ou organismos públicos; nistração corrente do património municipal e
m) Convocar as reuniões ordinárias para o dia e à sua conservação;
hora que fixar, sem prejuízo do disposto no i) Proceder aos registos prediais do património
artigo 62.o, e enviar a ordem do dia a todos imobiliário do município, ou outros;
os membros; j) Promover a execução, por administração directa
n) Convocar as reuniões extraordinárias; ou empreitada, das obras, assim como proceder
o) Estabelecer e distribuir a ordem do dia das à aquisição de bens e serviços, nos termos da
reuniões; lei;
p) Abrir e encerrar as reuniões, dirigir os trabalhos l) Conceder, nos casos e nos termos previstos na
e assegurar o cumprimento das leis e a regu- lei, licenças ou autorizações de utilização de
laridade das deliberações; edifícios;
6452 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 219 — 18-9-1999

m) Embargar e ordenar a demolição de quaisquer máximo da respectiva unidade orgânica no que respeita
obras, construções ou edificações efectuadas por às matérias previstas nas alíneas a), c), g), h), l), r),
particulares ou pessoas colectivas, sem licença t), u) e v) do n.o 1 e e), f), h), i), o) e r) do n.o 2
ou com inobservância das condições dela cons- do artigo 68.o
tantes, dos regulamentos, das posturas muni- 2 — A gestão e direcção de recursos humanos tam-
cipais ou de medidas preventivas, de normas bém podem ser objecto da delegação e subdelegação
provisórias, de áreas de construção prioritária, referidas no número anterior, designadamente quanto
de áreas de desenvolvimento urbano prioritário às seguintes matérias:
e de planos municipais de ordenamento do ter-
ritório plenamente eficazes; a) Aprovar e alterar o mapa de férias e restantes
n) Ordenar o despejo sumário dos prédios cuja decisões relativas a férias com respeito pelo inte-
expropriação por utilidade pública tenha sido resse do serviço;
declarada ou cuja demolição ou beneficiação b) Justificar ou injustificar faltas;
tenha sido deliberada, nos termos da alínea c) Autorizar o abono de vencimento de exercício
anterior e da alínea c) do n.o 5 do artigo 64.o, perdido por motivo de doença;
mas, nesta última hipótese, só quando na vistoria d) Conceder licenças sem vencimento até 90 dias;
se verificar a existência de risco eminente de e) Proceder à homologação da classificação de ser-
desmoronamento ou a impossibilidade de rea- viço dos funcionários, nos casos em que o dele-
lização das obras sem grave prejuízo para os gado não tenha sido notador;
moradores dos prédios; f) Decidir, nos termos da lei, em matéria de dura-
o) Conceder licenças policiais ou fiscais, de har- ção e horário de trabalho, no âmbito da moda-
monia com o disposto nas leis, regulamentos lidade deste último superiormente fixada;
e posturas; g) Autorizar a prestação de trabalho extraordi-
p) Determinar a instrução dos processos de con- nário;
tra-ordenação e aplicar as coimas, nos termos h) Assinar termos de aceitação;
da lei, com a faculdade de delegação em qual- i) Determinar a conversão da nomeação provisó-
quer dos restantes membros da câmara; ria em definitiva;
q) Dar conhecimento aos restantes membros do j) Praticar todos os actos relativos à aposentação
órgão executivo e remeter ao órgão deliberativo dos funcionários, salvo no caso de aposentação
cópias dos relatórios definitivos resultantes de compulsiva;
acções tutelares ou de auditorias sobre a acti- l) Praticar todos os actos respeitantes ao regime
vidade do órgão executivo e dos serviços, no de segurança social, incluindo os referentes a
prazo máximo de 10 dias após o recebimento acidentes em serviço;
dos mesmos; m) Exonerar os funcionários do quadro, a pedido
r) Conceder terrenos nos cemitérios propriedade dos interessados.
do município, para jazigos, mausoléus e sepul-
turas perpétuas. 3 — Podem ainda ser objecto de delegação e sub-
delegação as seguintes matérias:
3 — Sempre que o exijam circunstâncias excepcionais a) Autorizar a realização e pagamento de despesa
e urgentes e não seja possível reunir extraordinaria- em cumprimento de contratos de adesão pre-
mente a câmara, o presidente pode praticar quaisquer viamente autorizados pelos eleitos locais através
actos da competência desta, mas tais actos ficam sujeitos de despacho ou deliberação, com correcto cabi-
a ratificação, na primeira reunião realizada após a sua mento legal no orçamento em vigor;
prática, sob pena de anulabilidade. b) Autorizar a realização de despesas nos outros
casos, até ao limite estabelecido por lei;
Artigo 69.o c) Autorizar o registo de inscrição de técnicos;
d) Autorizar termos de abertura e encerramento
Distribuição de funções em livros sujeitos a essa formalidade, designa-
1 — O presidente da câmara é coadjuvado pelos damente livros de obra;
vereadores no exercício da sua competência e no da e) Autorizar a restituição aos interessados de docu-
própria câmara, podendo incumbi-los de tarefas espe- mentos juntos a processos;
cíficas. f) Autorizar a passagem de termos de identidade,
2 — O presidente da câmara pode delegar ou sub- idoneidade e justificação administrativa;
delegar nos vereadores o exercício da sua competência g) Autorizar a passagem de certidões ou fotocópias
própria ou delegada. autenticadas aos interessados, relativas a pro-
3 — Nos casos previstos nos números anteriores os cessos ou documentos constantes de processos
vereadores dão ao presidente informação detalhada arquivados, e que careçam de despacho ou deli-
sobre o desempenho das tarefas de que tenham sido beração dos eleitos locais, com respeito pelas
incumbidos ou sobre o exercício da competência que salvaguardas estabelecidas por lei;
neles tenha sido delegada ou subdelegada. h) Emitir alvarás exigidos por lei, na sequência da
decisão ou deliberação que confiram esse
direito;
Artigo 70.o i) Conceder licenças de ocupação da via pública,
Delegação de competências no pessoal dirigente por motivo de obras;
j) Autorizar a renovação de licenças que dependa
1 — O presidente da câmara ou os vereadores podem unicamente do cumprimento de formalidades
delegar ou subdelegar a sua competência no dirigente burocráticas ou similares pelos interessados;
N.o 219 — 18-9-1999 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6453

l) Emitir o cartão de feirante e o de vendedor 3 — Para efeitos do disposto no número anterior, dois
ambulante; vereadores em regime de meio tempo correspondem
m) Determinar a instrução de processos de con- a um vereador em regime de tempo inteiro.
tra-ordenação e designar o respectivo instrutor; 4 — Os presidentes de câmara e os vereadores podem
n) Praticar outros actos e formalidades de carácter delegar a prática de actos de administração ordinária
instrumental necessários ao exercício da com- nos chefes do gabinete e adjuntos dos respectivos gabi-
petência decisória do delegante ou subdele- netes de apoio pessoal.
gante. 5 — Os presidentes das câmaras devem disponibilizar
a todos os vereadores o espaço físico, meios e apoio
4 — A delegação ou subdelegação da matéria prevista pessoal necessários ao exercício do respectivo mandato,
na alínea a) do n.o 1 do artigo 68.o é conferida caso através dos serviços que considere adequados.
a caso, obrigatoriamente.
5 — O acto de delegação ou de subdelegação pode Artigo 74.o
conter directivas ou instruções vinculativas para o dele- Estatuto dos membros dos gabinetes de apoio pessoal
gado ou subdelegado sobre o modo como devem ser
exercidos os poderes conferidos. 1 — A remuneração do chefe do gabinete de apoio
6 — Às delegações ou subdelegações previstas no pessoal nos municípios de Lisboa e Porto corresponde
número anterior é aplicável, com as necessárias adap- ao vencimento dos chefes dos gabinetes dos membros
tações, o disposto nos n.os 3 a 7 do artigo 65.o do Governo e, nos restantes municípios, corresponde
a 90 % da remuneração que legalmente cabe aos verea-
Artigo 71.o dores em regime de tempo inteiro da câmara municipal
em causa, com direito aos abonos genericamente atri-
Dever de informação buídos para a função pública.
1 — O pessoal dirigente tem a obrigação de informar 2 — A remuneração dos adjuntos e dos secretários
por escrito, no processo, se foram cumpridas todas as corresponde a 80 % e 60 %, respectivamente, da que
obrigações legais ou regulamentares, relativamente a legalmente cabe aos vereadores em regime de tempo
inteiro da câmara municipal em causa, com direito aos
todos os processos que corram pelos serviços que diri-
abonos genericamente atribuídos para a função pública.
gem e careçam de decisão ou deliberação dos eleitos
3 — Os membros dos gabinetes de apoio pessoal são
locais, assim como devem emitir prévia informação nomeados e exonerados pelo presidente da câmara
escrita no âmbito da instrução de pedidos de parecer municipal, sob proposta dos vereadores no caso do n.o 2
a submeter à administração central. do artigo anterior, e o exercício das suas funções cessa
2 — A exigência referida no número anterior é igual- igualmente com a cessação do mandato do presidente
mente aplicável ao pessoal de chefia dos municípios cuja ou dos vereadores que apoiem.
estrutura organizativa não comporte pessoal dirigente. 4 — O pessoal referido, que for funcionário da admi-
nistração central ou local, é provido em regime de comis-
Artigo 72.o são de serviço, com a faculdade de optar pelas remu-
Superintendência nos serviços nerações correspondentes aos lugares de origem.
5 — Os membros dos gabinetes de apoio pessoal não
Sem prejuízo dos poderes de fiscalização específicos podem beneficiar de quaisquer gratificações ou abonos
que competem aos membros da câmara municipal nas suplementares não previstos na presente disposição,
matérias que lhes sejam especialmente atribuídas, cabe nomeadamente a título de trabalho extraordinário.
ao presidente da câmara coordenar os serviços muni- 6 — Aos membros dos gabinetes de apoio pessoal
cipais no sentido de desenvolver a sua eficácia e asse- referidos nos números anteriores é aplicável, em matéria
gurar o seu pleno funcionamento. de recrutamento, competências, garantias, deveres e
incompatibilidades, o regime relativo ao pessoal dos
Artigo 73.o gabinetes dos membros do Governo, com as adaptações
constantes deste artigo e do artigo anterior e as inerentes
Apoio aos membros da câmara às características do gabinete em que se integram.
1 — Os presidentes das câmaras municipais podem
constituir um gabinete de apoio pessoal, com a seguinte CAPÍTULO V
composição:
Disposições comuns
a) Nos municípios com mais de 100 000 eleitores,
um chefe do gabinete, dois adjuntos e dois Artigo 75.o
secretários;
b) Nos municípios com um número de eleitores Duração e natureza do mandato
entre os 50 000 e 100 000, um chefe de gabinete, 1 — O mandato dos titulares dos órgãos das autar-
um adjunto e dois secretários; quias locais é de quatro anos.
c) Nos restantes municípios, um chefe de gabinete, 2 — Os membros dos órgãos das autarquias locais
um adjunto e um secretário. são titulares de um único mandato, seja qual for o órgão
ou órgãos em que exerçam funções naquela qualidade.
2 — Os vereadores em regime de tempo inteiro
podem igualmente constituir um gabinete de apoio pes-
Artigo 76.o
soal, com a seguinte composição:
Renúncia ao mandato
a) Nos municípios com mais de 100 000 eleitores,
um adjunto e um secretário; 1 — Os titulares dos órgãos das autarquias locais
b) Nos restantes municípios, um secretário. gozam do direito de renúncia ao respectivo mandato
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a exercer mediante manifestação de vontade apresen- 2 — A substituição obedece ao disposto no artigo


tada, quer antes quer depois da instalação dos órgãos seguinte e opera-se mediante simples comunicação por
respectivos. escrito dirigida ao presidente do órgão respectivo, na
2 — A pretensão é apresentada por escrito e dirigida qual são indicados os respectivos início e fim.
a quem deve proceder à instalação ou ao presidente
do órgão, consoante o caso.
3 — A substituição do renunciante processa-se de Artigo 79.o
acordo com o disposto no número seguinte. Preenchimento de vagas
4 — A convocação do membro substituto compete à
entidade referida no n.o 2 e tem lugar no período que 1 — As vagas ocorridas nos órgãos autárquicos são
medeia entre a comunicação da renúncia e a primeira preenchidas pelo cidadão imediatamente a seguir na
reunião que a seguir se realizar, salvo se a entrega do ordem da respectiva lista ou, tratando-se de coligação,
documento de renúncia coincidir com o acto de ins- pelo cidadão imediatamente a seguir do partido pelo
talação ou reunião do órgão e estiver presente o res- qual havia sido proposto o membro que deu origem
pectivo substituto, situação em que, após a verificação à vaga.
da sua identidade e legitimidade, a substituição se opera 2 — Quando, por aplicação da regra contida na parte
de imediato, se o substituto a não recusar por escrito final do número anterior, se torne impossível o preen-
de acordo com o n.o 2. chimento da vaga por cidadão proposto pelo mesmo
5 — A falta de eleito local ao acto de instalação do partido, o mandato é conferido ao cidadão imediata-
órgão, não justificada por escrito no prazo de 30 dias mente a seguir na ordem de precedência da lista apre-
ou considerada injustificada, equivale a renúncia, de sentada pela coligação.
pleno direito.
6 — O disposto no número anterior aplica-se igual-
mente, nos seus exactos termos, à falta de substituto, Artigo 80.o
devidamente convocado, ao acto de assunção de funções. Continuidade do mandato
7 — A apreciação e a decisão sobre a justificação refe-
rida nos números anteriores cabem ao próprio órgão Os titulares dos órgãos das autarquias locais servem
e devem ter lugar na primeira reunião que se seguir pelo período do mandato e mantêm-se em funções até
à apresentação tempestiva da mesma. serem legalmente substituídos.
Artigo 77.o
Artigo 81.o
Suspensão do mandato
Princípio da independência
1 — Os membros dos órgãos das autarquias locais
podem solicitar a suspensão do respectivo mandato. Os órgãos das autarquias locais são independentes
2 — O pedido de suspensão, devidamente fundamen- no âmbito da sua competência e as suas deliberações
tado, deve indicar o período de tempo abrangido e é só podem ser suspensas, modificadas, revogadas ou anu-
enviado ao presidente e apreciado pelo plenário do ladas pela forma prevista na lei.
órgão na reunião imediata à sua apresentação.
3 — São motivos de suspensão, designadamente:
Artigo 82.o
a) Doença comprovada;
Princípio da especialidade
b) Exercício dos direitos de paternidade e mater-
nidade; Os órgãos das autarquias locais só podem deliberar
c) Afastamento temporário da área da autarquia no âmbito da sua competência e para a realização das
por período superior a 30 dias. atribuições cometidas às autarquias locais.
4 — A suspensão que, por uma só vez ou cumula-
tivamente, ultrapasse 365 dias no decurso do mandato Artigo 83.o
constitui, de pleno direito, renúncia ao mesmo, salvo Objecto das deliberações
se no primeiro dia útil seguinte ao termo daquele prazo
o interessado manifestar, por escrito, a vontade de reto- Só podem ser objecto de deliberação os assuntos
mar funções. incluídos na ordem do dia da reunião ou sessão, salvo
5 — A pedido do interessado, devidamente funda- se, tratando-se de reunião ou sessão ordinária, pelo
mentado, o plenário do órgão pode autorizar a alteração menos dois terços do número legal dos seus membros
do prazo pelo qual inicialmente foi concedida a sus- reconhecerem a urgência de deliberação imediata sobre
pensão do mandato, até ao limite estabelecido no outros assuntos.
número anterior.
6 — Enquanto durar a suspensão, os membros dos Artigo 84.o
órgãos autárquicos são substituídos nos termos do Reuniões públicas
artigo 79.o
7 — A convocação do membro substituto faz-se nos 1 — As sessões dos órgãos deliberativos das autar-
termos do n.o 4 do artigo 76.o quias locais são públicas.
2 — Os órgãos executivos colegiais realizam, pelo
Artigo 78.o menos, uma reunião pública mensal.
Ausência inferior a 30 dias
3 — Às sessões e reuniões mencionadas nos números
anteriores deve ser dada publicidade, com menção dos
1 — Os membros dos órgãos das autarquias locais dias, horas e locais da sua realização, de forma a garantir
podem fazer-se substituir nos casos de ausências por o conhecimento dos interessados com uma antecedência
períodos até 30 dias. de, pelo menos, dois dias sobre a data das mesmas.
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4 — A nenhum cidadão é permitido, sob qualquer 2 — O disposto no número anterior é igualmente apli-
pretexto, intrometer-se nas discussões e aplaudir ou cável no caso de sucessão de órgãos autárquicos na
reprovar as opiniões emitidas, as votações feitas e as sequência de eleições intercalares realizadas nos meses
deliberações tomadas, sob pena de sujeição à aplicação de Novembro e Dezembro.
de coima de 20 000$ até 100 000$ pelo juiz da comarca,
sob participação do presidente do respectivo órgão e Artigo 89.o
sem prejuízo da faculdade ao mesmo atribuída de, em
caso de quebra da disciplina ou da ordem, mandar sair Quórum
do local da reunião o prevaricador, sob pena de deso- 1 — Os órgãos das autarquias locais só podem reunir
bediência nos termos da lei penal. e deliberar quando esteja presente a maioria do número
5 — Nas reuniões mencionadas no n.o 2, encerrada legal dos seus membros.
a ordem do dia, os órgãos executivos colegiais fixam 2 — As deliberações são tomadas à pluralidade de
um período para intervenção aberta ao público, durante votos, estando presente a maioria do número legal dos
o qual lhe são prestados os esclarecimentos solicitados. seus membros, tendo o presidente voto de qualidade
6 — Nas reuniões dos órgãos deliberativos, encerrada em caso de empate, não contando as abstenções para
a ordem do dia, há um período para intervenção do o apuramento da maioria.
público durante o qual lhe serão prestados os escla- 3 — Quando o órgão não possa reunir por falta de
recimentos solicitados. quórum, o presidente designa outro dia para nova sessão
7 — As actas das sessões ou reuniões, terminada a ou reunião, que tem a mesma natureza da anterior, a
menção aos assuntos incluídos na ordem do dia, fazem convocar nos termos previstos nesta lei.
referência sumária às eventuais intervenções do público 4 — Das sessões ou reuniões canceladas por falta de
na solicitação de esclarecimentos e às respostas dadas. quórum é elaborada acta onde se registam as presenças
e ausências dos respectivos membros, dando estas lugar
Artigo 85.o à marcação de falta.
Convocação ilegal de reuniões Artigo 90.o
A ilegalidade resultante da inobservância das dispo- Formas de votação
sições sobre convocação de reuniões só se considera 1 — A votação é nominal, salvo se o regimento esti-
sanada quando todos os membros do órgão compareçam pular ou o órgão deliberar, por proposta de qualquer
à reunião e não suscitem oposição à sua realização. membro, outra forma de votação.
2 — O presidente vota em último lugar.
Artigo 86.o 3 — As deliberações que envolvam a apreciação de
Período de antes da ordem do dia comportamentos ou de qualidades de qualquer pessoa
são tomadas por escrutínio secreto e, em caso de dúvida,
Em cada sessão ordinária dos órgãos autárquicos há o órgão delibera sobre a forma da votação.
um período de antes da ordem do dia, com a duração 4 — Havendo empate em votação por escrutínio
máxima de sessenta minutos, para tratamento de assun- secreto, procede-se imediatamente a nova votação e,
tos gerais de interesse para a autarquia. se o empate se mantiver, adia-se a deliberação para
a reunião seguinte, procedendo-se a votação nominal
Artigo 87.o se na primeira votação desta reunião se repetir o empate.
Ordem do dia 5 — Quando necessária, a fundamentação das deli-
berações tomadas por escrutínio secreto é feita pelo
1 — A ordem do dia de cada reunião é estabelecida presidente após a votação, tendo em conta a discussão
pelo presidente. que a tiver precedido.
2 — A ordem do dia deve incluir os assuntos que 6 — Não podem estar presentes no momento da dis-
para esse fim forem indicados por qualquer membro cussão nem da votação os membros do órgão que se
do órgão, desde que sejam da competência do órgão encontrem ou se considerem impedidos.
e o pedido seja apresentado por escrito com uma ante-
cedência mínima de: Artigo 91.o
a) Cinco dias sobre a data da reunião, no caso Publicidade das deliberações
das reuniões ordinárias;
b) Oito dias sobre a data da reunião, no caso das As deliberações dos órgãos autárquicos, bem como
reuniões extraordinárias. as decisões dos respectivos titulares, destinadas a ter
eficácia externa são obrigatoriamente publicadas no Diá-
3 — A ordem do dia é entregue a todos os membros rio da República quando a lei expressamente o deter-
com a antecedência sobre a data de início da reunião mine, sendo nos restantes casos publicadas em boletim
de, pelo menos, quarenta e oito horas. da autarquia, quando exista, ou em edital afixado nos
lugares de estilo durante 5 dos 10 dias subsequentes
Artigo 88.o à tomada da deliberação ou decisão, sem prejuízo do
disposto em legislação especial.
Aprovação especial dos instrumentos previsionais

1 — A aprovação das opções do plano e da proposta Artigo 92.o


de orçamento para o ano imediato ao da realização Actas
de eleições gerais tem lugar, em sessão ordinária ou
extraordinária do órgão deliberativo que resultar do acto 1 — De cada reunião ou sessão é lavrada acta, que
eleitoral, até ao final do mês de Abril do referido ano. contém um resumo do que de essencial nela se tiver
6456 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 219 — 18-9-1999

passado, indicando, designadamente, a data e o local disposições legais destinadas a proteger os seus inte-
da reunião, os membros presentes e ausentes, os assun- resses, resultante de actos ilícitos culposamente prati-
tos apreciados, as decisões e deliberações tomadas e cados pelos respectivos órgãos ou agentes no exercício
a forma e o resultado das respectivas votações e, bem das suas funções ou por causa desse exercício.
assim, o facto de a acta ter sido lida e aprovada. 2 — Quando satisfizerem qualquer indemnização nos
2 — As actas são lavradas, sempre que possível, por termos do número anterior, as autarquias locais gozam
funcionário da autarquia designado para o efeito e pos- do direito de regresso contra os titulares dos órgãos
tas à aprovação de todos os membros no final da res- ou os agentes culpados, se estes houverem procedido
pectiva reunião ou no início da seguinte, sendo assi- com diligência e zelo manifestamente inferiores àqueles
nadas, após aprovação, pelo presidente e por quem as a que se achavam obrigados em razão do cargo.
lavrou.
3 — As actas ou o texto das deliberações mais impor-
tantes podem ser aprovadas em minuta, no final das Artigo 97.o
reuniões, desde que tal seja deliberado pela maioria Responsabilidade pessoal
dos membros presentes, sendo assinadas, após aprova-
ção, pelo presidente e por quem as lavrou. 1 — Os titulares dos órgãos e os agentes das autar-
4 — As deliberações dos órgãos só adquirem eficácia quias locais respondem civilmente perante terceiros pela
depois de aprovadas e assinadas as respectivas actas ou prática de actos ilícitos que ofendam direitos destes ou
depois de assinadas as minutas, nos termos dos números disposições legais destinadas a proteger os interesses
anteriores. deles, se tiverem excedido os limites das suas funções
Artigo 93.o ou se, no desempenho destas ou por causa delas, tiverem
procedido dolosamente.
Registo na acta do voto de vencido 2 — Em caso de procedimento doloso, as autarquias
1 — Os membros do órgão podem fazer constar da locais são sempre solidariamente responsáveis com os
acta o seu voto de vencido e as razões que o justifiquem. titulares dos seus órgãos ou os seus agentes.
2 — Quando se trate de pareceres a dar a outras enti-
dades, as deliberações são sempre acompanhadas das Artigo 98.o
declarações de voto apresentadas.
3 — O registo na acta do voto de vencido isenta o Formalidades dos requerimentos de convocação
emissor deste da responsabilidade que eventualmente de sessões extraordinárias
resulte da deliberação tomada. 1 — Os requerimentos a que se reportam as alíneas c)
do n.o 1 do artigo 14.o e c) do n.o 1 do artigo 50.o
Artigo 94.o são acompanhados de certidões comprovativas da qua-
Alvarás
lidade de cidadão recenseado na área da respectiva
autarquia.
Salvo se a lei prescrever forma especial, o título dos 2 — As certidões referidas no número anterior são
direitos conferidos aos particulares por deliberação dos passadas no prazo de oito dias pela comissão recen-
órgãos autárquicos ou decisão dos seus titulares é um seadora respectiva e estão isentas de quaisquer taxas,
alvará expedido pelo respectivo presidente. emolumentos e do imposto do selo.
3 — A apresentação do pedido das certidões deve ser
Artigo 95.o acompanhada de uma lista contendo as assinaturas, bem
como dos bilhetes de identidade, dos cidadãos que pre-
Actos nulos
tendem requerer a convocação da sessão extraordinária.
1 — São nulos os actos a que falte qualquer dos ele-
mentos essenciais ou para os quais a lei comine expres- Artigo 99.o
samente essa forma de invalidade, nos termos previstos
no Código do Procedimento Administrativo. Impossibilidade de realização de eleições intercalares
2 — São igualmente nulas:
1 — Não há lugar à realização de eleições intercalares
a) As deliberações de qualquer órgão dos muni- nos seis meses anteriores ao termo do prazo em que
cípios e freguesias que envolvam o exercício de legalmente se devem realizar eleições gerais para os
poderes tributários ou determinem o lança- órgãos autárquicos.
mento de taxas ou mais-valias não previstas na 2 — Nos casos previstos nos n.os 2 do artigo 29.o e
lei; 2 e 3 do artigo 59.o, quando não for possível a realização
b) As deliberações de qualquer órgão dos muni- de eleições intercalares, a assembleia de freguesia ou
cípios e freguesias que determinem ou autori- a assembleia municipal designam uma comissão admi-
zem a realização de despesas não permitidas nistrativa para substituição do órgão executivo da fre-
por lei; guesia ou do órgão executivo do município, respec-
c) Os actos que prorroguem ilegal ou irregular- tivamente.
mente os prazos de pagamento voluntário dos 3 — Tratando-se de freguesia, a comissão adminis-
impostos, taxas, derramas, mais-valias, tarifas e trativa referida é constituída por três membros e a sua
preços. composição deve reflectir a do órgão que visa substituir.
Artigo 96.o 4 — Tratando-se de município, aplica-se o disposto
Responsabilidade funcional no n.o 6 do artigo 59.o
5 — As comissões administrativas exercem funções
1 — As autarquias locais respondem civilmente até à instalação dos novos órgãos autárquicos consti-
perante terceiros por ofensa de direitos destes ou de tuídos por via eleitoral.
N.o 219 — 18-9-1999 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6457

CAPÍTULO VI 2 — Os cidadãos reclusos mantêm a sua condição de


utentes do Serviço Nacional de Saúde, sendo-lhes garan-
Disposições finais e transitórias tido o acesso ao mesmo, devendo para tal estabelecer-se
Artigo 100.o uma adequada articulação entre os serviços prisionais
e o Serviço Nacional de Saúde.
Norma revogatória

1 — São revogados o Decreto-Lei n.o 100/84, de 29 Artigo 2.o


de Março, a Lei n.o 23/97, de 2 de Julho, a Lei n.o 17/99, Testes de rastreio
de 25 de Março, e a Lei n.o 96/99, de 17 de Julho.
2 — São igualmente revogados o artigo 8.o do Decre- Os estabelecimentos prisionais garantem a todos os
to-Lei n.o 116/84, de 6 de Abril, o artigo 27.o do Decre- reclusos, e de forma sistemática, a realização gratuita
to-Lei n.o 45 248, de 16 de Setembro de 1963, os arti- de testes de rastreio de doenças infecto-contagiosas,
gos 1.o a 4.o da Lei n.o 11/96, de 18 de Abril, os arti- quer à entrada quer periodicamente durante a sua per-
gos 99.o, 102.o e 104.o do Código Administrativo, bem manência na prisão.
como todas as disposições legislativas contrárias ao dis- Artigo 3.o
posto na presente lei.
3 — As referências feitas na Lei n.o 11/96, de 18 de Resultados dos testes de rastreio
Abril, a disposições agora revogadas entendem-se como 1 — Os resultados dos testes de rastreio são confi-
feitas para as disposições correspondentes desta lei. denciais e são transmitidos ao recluso por pessoal
médico, de modo a permitir um acompanhamento espe-
Artigo 101.o cializado e adequado.
Produção de efeitos 2 — A informação relativa à situação clínica dos reclu-
sos não pode, em circunstância alguma, pôr em causa
O disposto na alínea e) do n.o 4 do artigo 53.o e o dever de confidencialidade e deve cingir-se às situações
nas alíneas o) e p) do n.o 1 do artigo 64.o produz efeitos em que possam estar em risco a segurança e a saúde
relativamente às atribuições dos subsídios nelas previs- de terceiros.
tos, realizadas no decurso da vigência do Decreto-Lei
n.o 100/84, de 29 de Março. Artigo 4.o
Tratamento e acompanhamento do recluso infectado
Artigo 102.o 1 — Os reclusos infectados têm acesso a todas as for-
Entrada em vigor mas de tratamento, acompanhamento e aconselhamento
disponibilizadas aos cidadãos em geral, com a possi-
A presente lei entra em vigor 30 dias após a sua
bilidade de serem conduzidos a serviços de saúde espe-
publicação.
cializados, de acordo com os procedimentos estabele-
cidos e a estabelecer entre os serviços prisionais e as
Aprovada em 2 de Julho de 1999.
respectivas administrações regionais de saúde, uma vez
O Presidente da Assembleia da República, António garantidas todas as medidas de segurança.
de Almeida Santos. 2 — Aos reclusos infectados, e sempre que clinica-
mente aconselhável, deve ser prestado o acompanha-
Promulgada em 3 de Setembro de 1999. mento psicológico e psiquiátrico adequado.
Publique-se.
Artigo 5.o
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
Medidas de prevenção
Referendada em 9 de Setembro de 1999. 1 — Os estabelecimentos prisionais devem tomar
O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira todas as medidas de prevenção geral, quer em relação
Guterres. aos reclusos quer em relação ao pessoal prisional,
incluindo as normas de higiene, segurança e saúde no
trabalho, designadamente:
Lei n.o 170/99
a) Informar regularmente e de forma esclarece-
de 18 de Setembro
dora, nomeadamente sobre os meios de pre-
Adopta medidas de combate à propagação venção, sobre comportamentos de risco, sobre
de doenças infecto-contagiosas em meio prisional formas de propagação das doenças, sobre as
consequências de comportamentos de risco,
A Assembleia da República decreta, nos termos da tendo sempre em conta o grau de alfabetização
alínea c) do artigo 161.o da Constituição, para valer dos visados, de modo que seja compreensível
como lei geral da República, o seguinte: para todos;
b) Facultar a todos programas de vacinação de
Artigo 1.o doenças infecto-contagiosas;
Objecto e princípios
c) Distribuir preservativos regularmente a todos
os reclusos;
1 — A presente lei estabelece um conjunto de medi- d) Distribuir regularmente material de desinfecção
das a adoptar por todos os estabelecimentos prisionais, a todos os reclusos, garantindo a sua suficiência
com vista à prevenção e redução da incidência de doen- para objectos de uso pessoal;
ças infecto-contagiosas em meio prisional. e) Promover programas de redução de riscos.

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