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Quadro de Competências e Regime Jurídico de Funcionamento Dos Orgãos Dos Municípios e Das Freguesias
Quadro de Competências e Regime Jurídico de Funcionamento Dos Orgãos Dos Municípios e Das Freguesias
o 219 — 18-9-1999
2 — Nas freguesias com mais de 30 000 eleitores, o que é assinado, pelo menos, por quem procedeu à ins-
número de membros atrás referido é aumentado de mais talação e por quem o redigiu.
um por cada 10 000 eleitores para além daquele número. 3 — A verificação da identidade e legitimidade dos
3 — Quando, por aplicação da regra anterior, o resul- eleitos que, justificadamente, hajam faltado ao acto de
tado for par, o número de membros obtido é aumentado instalação é feita na primeira reunião do órgão a que
de mais um. compareçam, pelo respectivo presidente.
Artigo 6.o
Artigo 9.o
Impossibilidade de eleição
Primeira reunião
1 — Quando não seja possível eleger a assembleia
de freguesia por falta de apresentação de listas de can- 1 — Até que seja eleito o presidente da assembleia
didatos ou por estas terem sido todas rejeitadas, pro- compete ao cidadão que tiver encabeçado a lista mais
cede-se de acordo com o disposto nos números seguin- votada ou, na sua falta, ao cidadão melhor posicionado
tes. nessa mesma lista presidir à primeira reunião de fun-
2 — No caso de falta de apresentação de listas de cionamento da assembleia de freguesia que se efectua
candidatos, a câmara municipal nomeia uma comissão imediatamente a seguir ao acto de instalação, para efei-
administrativa, composta por três ou cinco membros tos de eleição, por escrutínio secreto, dos vogais da junta
consoante o número de eleitores seja inferior, ou igual de freguesia, bem como do presidente e secretários da
ou superior, a 5000, e procede à marcação de novas mesa da assembleia de freguesia.
eleições. 2 — Na ausência de disposição regimental compete
3 — Na nomeação dos membros da comissão admi- à assembleia deliberar se cada uma das eleições a que
nistrativa, a câmara municipal deve tomar em consi- se refere o número anterior é uninominal ou por meio
deração os últimos resultados verificados na eleição para de listas.
a assembleia de freguesia. 3 — Verificando-se empate na votação, procede-se a
4 — A comissão administrativa substitui os órgãos da nova eleição, obrigatoriamente uninominal.
freguesia e não pode exercer funções por prazo superior 4 — Se o empate persistir nesta última, é declarado
a seis meses. eleito para as funções em causa o cidadão que, de entre
5 — As novas eleições devem realizar-se até 70 dias os membros empatados, se encontrava melhor posicio-
antes do termo do prazo referido no número anterior nado nas listas que os concorrentes integraram na elei-
e a sua marcação deve ser feita com a antecedência ção para a assembleia de freguesia, preferindo suces-
prevista na lei eleitoral dos órgãos das autarquias locais. sivamente a mais votada.
6 — No caso de todas as listas terem sido rejeitadas, 5 — A substituição dos membros da assembleia que
a câmara municipal procede desde logo à marcação de irão integrar a junta seguir-se-á imediatamente à eleição
novas eleições, a realizar no período de 30 dias que dos vogais desta, procedendo-se depois à verificação da
imediatamente se seguir àquele em que se deveria ter identidade e legitimidade dos substitutos e à eleição
realizado o acto eleitoral. da mesa.
6 — Enquanto não for aprovado novo regimento, con-
tinua em vigor o anteriormente aprovado.
Artigo 7.o
Convocação para o acto de instalação dos órgãos Artigo 10.o
1 — Compete ao presidente da assembleia de fregue- Mesa
sia cessante proceder à convocação dos eleitos para o
1 — A mesa da assembleia é composta por um pre-
acto de instalação dos órgãos da autarquia.
sidente, um 1.o secretário e um 2.o secretário e é eleita
2 — A convocação é feita nos cinco dias subsequentes
pela assembleia de freguesia, de entre os seus membros.
ao do apuramento definitivo dos resultados eleitorais,
2 — A mesa é eleita pelo período do mandato,
por meio de edital e por carta com aviso de recepção podendo os seus membros ser destituídos, em qualquer
ou por protocolo e tendo em consideração o disposto altura, por deliberação tomada pela maioria do número
no n.o 1 do artigo seguinte. legal dos membros da assembleia.
3 — Na falta de convocação no prazo do número ante- 3 — O presidente é substituído, nas suas faltas e impe-
rior, cabe ao cidadão melhor posicionado na lista ven- dimentos, pelo 1.o secretário e este pelo 2.o secretário.
cedora das eleições para assembleia de freguesia efec- 4 — Na ausência simultânea de todos ou da maioria
tuar a convocação em causa, nos cinco dias imediata- dos membros da mesa, a assembleia de freguesia elege,
mente seguintes ao esgotamento do prazo referido. por voto secreto, de entre os membros presentes, o
número necessário de elementos para integrar a mesa
Artigo 8.o que vai presidir à reunião, salvo disposição contrária
Instalação
constante do regimento.
5 — Compete à mesa proceder à marcação e justi-
1 — O presidente da assembleia de freguesia cessante ficação de faltas dos membros da assembleia de fre-
ou, na sua falta, o cidadão melhor posicionado na lista guesia.
vencedora, de entre os presentes, procede à instalação 6 — O pedido de justificação de faltas pelo interes-
da nova assembleia no prazo máximo de 15 dias a contar sado é feito por escrito e dirigido à mesa, no prazo
do dia do apuramento definitivo dos resultados elei- de cinco dias a contar da data da sessão ou reunião
torais. em que a falta se tenha verificado e a decisão é notificada
2 — Quem proceder à instalação verifica a identidade ao interessado, pessoalmente ou por via postal.
e a legitimidade dos eleitos e designa, de entre os pre- 7 — Da decisão de injustificação da falta cabe recurso
sentes, quem redige o documento comprovativo do acto, para o órgão deliberativo.
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e) Suspender ou encerrar antecipadamente as reu- 2 — Os vogais são eleitos pela assembleia de freguesia
niões, quando circunstâncias excepcionais o jus- ou pelo plenário de cidadãos eleitores, de entre os seus
tifiquem, mediante decisão fundamentada, a membros, nos termos do artigo 9.o, tendo em conta que:
incluir na acta da reunião;
a) Nas freguesias com 5000 ou menos eleitores há
f) Comunicar à junta as faltas do seu presidente
dois vogais;
ou do substituto legal às reuniões da assembleia
b) Nas freguesias com mais de 5000 eleitores e
de freguesia;
menos de 20 000 eleitores há quatro vogais;
g) Participar ao representante do Ministério Público
c) Nas freguesias com 20 000 ou mais eleitores há
competente as faltas injustificadas dos membros
seis vogais.
da assembleia e da junta, quando em número
relevante para efeitos legais; Artigo 25.o
h) Exercer os demais poderes que lhe sejam come- Primeira reunião
tidos por lei, pelo regimento interno ou pela
assembleia. A primeira reunião tem lugar nos cinco dias imediatos
à constituição do órgão, competindo ao presidente a
Artigo 20.o respectiva marcação e convocação, a fazer por edital
Competência dos secretários e por carta com aviso de recepção ou através de pro-
tocolo com, pelo menos, dois dias de antecedência.
Compete aos secretários coadjuvar o presidente da
mesa da assembleia de freguesia, assegurar o expediente Artigo 26.o
e, na falta de funcionário nomeado para o efeito, lavrar
as actas das reuniões. Regime de funções
b) Dividir o tempo inteiro em dois meios tempos, termos do número anterior, podem os requerentes efec-
repartindo-os por dois dos restantes membros tuá-la directamente, com invocação dessa circunstância,
da junta; observando o disposto no número anterior com as devi-
c) Atribuir o tempo inteiro a qualquer dos res- das adaptações e publicitando-a nos locais habituais.
tantes membros.
Artigo 33.o
Artigo 29.o
Competências
Substituições
1 — As vagas ocorridas na junta de freguesia são As competências da junta de freguesia podem ser
preenchidas: próprias ou delegadas.
a) A de presidente, nos termos do artigo 79.o;
b) A de vogal, através de nova eleição pela assem- Artigo 34.o
bleia de freguesia. Competências próprias
3 — Compete à junta de freguesia no âmbito do orde- aos quais se mostre que, após notificação judi-
namento do território e urbanismo: cial, se mantém desinteresse na sua conservação
e manutenção de forma inequívoca e duradoura;
a) Participar, nos termos a acordar com a câmara d) Conceder terrenos, nos cemitérios propriedade
municipal, no processo de elaboração dos planos da freguesia, para jazigos, mausoléus e sepul-
municipais de ordenamento do território; turas perpétuas;
b) Colaborar, nos termos a acordar com a câmara e) Fornecer material de limpeza e de expediente
municipal, no inquérito público dos planos às escolas do 1.o ciclo do ensino básico e esta-
municipais do ordenamento do território; belecimentos de educação pré-escolar;
c) Facultar a consulta pelos interessados dos pla- f) Executar, no âmbito da comissão recenseadora,
nos municipais de ordenamento do território; as operações de recenseamento eleitoral, bem
d) Aprovar operações de loteamento urbano e como as funções que lhe sejam cometidas pelas
obras de urbanização respeitantes a terrenos leis eleitorais e dos referendos;
integrados no domínio patrimonial privado da g) Proceder ao registo e ao licenciamento de caní-
freguesia, de acordo com parecer prévio das deos e gatídeos;
entidades competentes, nos termos da lei; h) Conhecer e tomar posição sobre os relatórios
e) Pronunciar-se sobre projectos de construção e definitivos de acções tutelares ou de auditorias
de ocupação da via pública, sempre que tal lhe levadas a efeito aos órgãos ou serviços da
for requerido pela câmara municipal; freguesia;
f) Executar, por empreitada ou administração i) Dar cumprimento, no que lhe diz respeito, ao
directa, as obras que constem das opções do Estatuto do Direito de Oposição;
plano e tenham dotação orçamental adequada j) Deliberar as formas de apoio a entidades e orga-
nos instrumentos de gestão previsional, apro- nismos legalmente existentes, nomeadamente
vados pelo órgão deliberativo. com vista à prossecução de obras ou eventos
de interesse para a freguesia, bem como à infor-
4 — Compete à junta de freguesia no âmbito dos equi- mação e defesa dos direitos dos cidadãos;
pamentos integrados no respectivo património: l) Apoiar ou comparticipar, pelos meios adequa-
a) Gerir, conservar e promover a limpeza de bal- dos, no apoio a actividades de interesse da fre-
neários, lavadouros e sanitários públicos; guesia, de natureza social, cultural, educativa,
b) Gerir e manter parques infantis públicos; desportiva, recreativa ou outra;
c) Gerir, conservar e promover a limpeza dos m) Proceder à administração ou à utilização de bal-
cemitérios; dios sempre que não existam assembleias de
d) Conservar e promover a reparação de chafarizes compartes, nos termos da lei dos baldios;
e fontanários de acordo com o parecer prévio n) Prestar a outras entidades públicas toda a cola-
das entidades competentes, quando exigido por boração que lhe for solicitada, designadamente
lei; em matéria de estatística, desenvolvimento, edu-
e) Promover a conservação de abrigos de passa- cação, saúde, acção social, cultura e, em geral,
geiros existentes na freguesia e não concessio- em tudo quanto respeite ao bem-estar das
nados a empresas. populações;
o) Lavrar termos de identidade e justificação admi-
5 — Compete à junta de freguesia no âmbito das suas nistrativa;
relações com outros órgãos autárquicos: p) Passar atestados nos termos da lei;
q) Exercer os demais poderes que lhe sejam con-
a) Formular propostas ao órgão deliberativo sobre fiados por lei ou deliberação da assembleia de
matérias da competência deste; freguesia.
b) Elaborar e submeter à aprovação do órgão deli-
berativo posturas e regulamentos com eficácia 7 — A alienação de bens e valores artísticos do patri-
externa, necessários à boa execução das atri- mónio da freguesia é objecto de legislação especial.
buições cometidas à freguesia;
c) Deliberar e propor à ratificação do órgão deli-
berativo a aceitação da prática de actos inseridos Artigo 35.o
na competência de órgãos do município, que Delegação de competências no presidente
estes nela pretendam delegar.
Nas freguesias com 5000 ou mais eleitores, a junta
6 — Compete ainda à junta de freguesia: pode delegar no presidente a sua competência, salvo
quanto às matérias previstas nas alíneas h) e j) do n.o 1,
a) Colaborar com os sistemas locais de protecção a), b) e d) do n.o 2 e a), b), d) e e) do n.o 3, no n.o 5
civil e de combate aos incêndios; e nas alíneas h), i), j), l) e m) do n.o 6 do artigo anterior.
b) Praticar os actos necessários à participação da
freguesia em empresas de capitais públicos de
âmbito municipal, na sequência da autorização Artigo 36.o
da assembleia de freguesia; Protocolos de colaboração com entidades terceiras
c) Declarar prescritos a favor da freguesia, nos ter-
mos da lei e após publicação de avisos, os jazi- As competências previstas na alínea e) do n.o 1, no
gos, mausoléus ou outras obras, bem como n. 4 e na alínea l) do n.o 6 do artigo 34.o podem ser
o
sepulturas perpétuas instaladas nos cemitérios objecto de protocolo de colaboração, a celebrar com
propriedade da freguesia, quando não sejam instituições públicas, particulares e cooperativas, que
conhecidos os proprietários ou relativamente desenvolvam a sua actividade na área da freguesia, em
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termos que protejam cabalmente os direitos e deveres p) Participar, nos termos da lei, no conselho muni-
de cada uma das partes e o uso, pela comunidade local, cipal de segurança;
dos equipamentos. q) Determinar a instrução dos processos de con-
tra-ordenação e proceder à aplicação das coimas
Artigo 37.o nos termos da lei, com a faculdade de delegação
Competências delegadas pela câmara municipal em qualquer dos restantes membros;
r) Comunicar à assembleia de freguesia as faltas
1 — A junta de freguesia pode exercer actividades injustificadas marcadas aos membros da junta;
incluídas na competência da câmara municipal, por dele- s) Dar conhecimento aos restantes membros do
gação desta. órgão executivo e remeter ao órgão deliberativo
2 — A delegação de competências depende de apro- cópias dos relatórios definitivos de acções tute-
vação dos órgãos representativos da freguesia e é efec- lares ou de auditorias levadas a efeito aos órgãos
tuada com observância do disposto no artigo 66.o e serviços da freguesia, no prazo máximo de
10 dias após o recebimento dos mesmos;
Artigo 38.o t) Promover a publicação edital do relatório de
avaliação previsto no Estatuto do Direito de
Competências do presidente Oposição;
u) Presidir à comissão recenseadora da freguesia;
1 — Compete ao presidente da junta de freguesia: v) Exercer os demais poderes conferidos por lei
a) Representar a freguesia em juízo e fora dele; ou por deliberação da junta de freguesia.
b) Convocar, abrir e encerrar as reuniões, dirigir
os trabalhos e assegurar o cumprimento das leis 2 — Compete ao presidente da junta de freguesia pro-
e a regularidade das deliberações; ceder à distribuição de funções pelos vogais que a com-
c) Representar obrigatoriamente a junta no órgão põem e designar o seu substituto, para as situações de
deliberativo da freguesia e integrar, por direito faltas e impedimentos.
próprio, o órgão deliberativo do município, 3 — A distribuição de funções implica a designação
comparecendo às sessões, salvo caso de justo dos vogais a quem as mesmas devem caber e deve ter
impedimento, situação em que se faz represen- em conta, pelo menos:
tar pelo substituto legal por ele designado; a) A elaboração das actas das reuniões da junta,
d) Responder, no prazo máximo de 30 dias, aos na falta de funcionário nomeado para o efeito;
pedidos de informação formulados pelos mem- b) A certificação, mediante despacho do presi-
bros da assembleia de freguesia através da res- dente, dos factos e actos que constem dos arqui-
pectiva mesa; vos da freguesia e, independentemente de des-
e) Suspender ou encerrar antecipadamente as reu- pacho, o conteúdo das actas das reuniões da
niões, quando circunstâncias excepcionais o jus- junta;
tifiquem, mediante decisão fundamentada, a c) A subscrição dos atestados que devam ser assi-
incluir na acta da reunião; nados pelo presidente;
f) Decidir sobre o exercício de funções em regime d) A execução do expediente da junta;
de tempo inteiro ou de meio tempo, nos casos e) A arrecadação das receitas, o pagamento das
previstos nos n.os 1 e 2 do artigo 27.o; despesas autorizadas e a escrituração dos mode-
g) Executar as deliberações da junta e coordenar los contabilísticos da receita e da despesa, com
a respectiva actividade; base nos respectivos documentos que são assi-
h) Dar cumprimento às deliberações da assembleia nados pelo presidente.
de freguesia, sempre que para a sua execução
seja necessária a intervenção da junta;
i) Autorizar a realização de despesas até ao limite SECÇÃO IV
estipulado por delegação da junta de freguesia;
Do regime do pessoal
j) Autorizar o pagamento das despesas orçamen-
tadas, de harmonia com as deliberações da junta
de freguesia; Artigo 39.o
l) Submeter o relatório de actividades e os docu- Benefícios
mentos de prestação de contas à aprovação da
junta de freguesia e à apreciação da assembleia 1 — Os funcionários e agentes das freguesias gozam
de freguesia; dos benefícios concedidos pela ADSE nos mesmos ter-
m) Submeter a visto prévio do Tribunal de Contas, mos que o pessoal da administração central do Estado.
quando for caso disso, os documentos elabo- 2 — Os encargos resultantes do previsto no número
rados na junta de freguesia ou em que a fre- anterior deverão ser satisfeitos nos termos do regime
guesia seja parte que impliquem despesa; aplicável ao conjunto dos trabalhadores da administra-
n) Assinar, em nome da junta de freguesia, toda ção local.
a correspondência, bem como os termos, ates-
tados e certidões da competência da mesma; Artigo 40.o
o) Colaborar com outras entidades no domínio da Contratos
protecção civil, tendo em vista o cumprimento
dos planos e programas estabelecidos, designa- Os contratos de prestação de serviços celebrados pelas
damente em operações de socorro e assistência freguesias estão sujeitos, no que se refere à fiscalização
em situações de catástrofe e calamidade públi- pelo Tribunal de Contas, ao regime estabelecido legal-
cas; mente para os municípios.
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4 — A nova assembleia municipal completa o man- requerentes efectuá-la directamente, com invocação
dato da anterior. dessa circunstância, observando o disposto no número
Artigo 48.o anterior com as devidas adaptações e publicitando-a nos
locais habituais.
Participação dos membros da câmara na assembleia municipal
Artigo 51.o
1 — A câmara municipal faz-se representar, obriga-
toriamente, nas sessões da assembleia municipal pelo Participação de eleitores
presidente, que pode intervir nos debates, sem direito 1 — Têm o direito de participar, sem voto, nas sessões
a voto. extraordinárias, convocadas nos termos da alínea c) do
2 — Em caso de justo impedimento, o presidente da n.o 1 do artigo anterior, dois representantes dos reque-
câmara pode fazer-se substituir pelo seu substituto legal. rentes.
3 — Os vereadores devem assistir às sessões da assem- 2 — Os representantes mencionados podem formular
bleia municipal, sendo-lhes facultado intervir nos deba- sugestões ou propostas, as quais só são votadas pela
tes, sem direito a voto, a solicitação do plenário ou assembleia municipal se esta assim o deliberar.
com a anuência do presidente da câmara ou do seu
substituto legal.
4 — Os vereadores que não se encontrem em regime Artigo 52.o
de permanência ou de meio tempo têm o direito às Duração das sessões
senhas de presença, nos termos do artigo 10.o da Lei
n.o 29/87, de 30 de Junho. As reuniões da assembleia municipal não podem exce-
5 — Os vereadores podem ainda intervir no final da der a duração de cinco dias e um dia, consoante se
reunião para o exercício do direito de defesa da honra. trate de sessão ordinária ou extraordinária, salvo quando
a própria assembleia delibere o seu prolongamento até
Artigo 49.o ao dobro das durações referidas.
Sessões ordinárias
Artigo 53.o
1 — A assembleia municipal tem anualmente cinco
sessões ordinárias, em Fevereiro, Abril, Junho, Setem- Competências
bro e Novembro ou Dezembro, que são convocadas por 1 — Compete à assembleia municipal:
edital e por carta com aviso de recepção ou através
de protocolo com, pelo menos, oito dias de ante- a) Eleger, por voto secreto, o presidente da mesa
cedência. e os dois secretários;
2 — A segunda e a quinta sessões destinam-se, res- b) Elaborar e aprovar o seu regimento;
pectivamente, à apreciação do relatório e documentos c) Acompanhar e fiscalizar a actividade da câmara
de prestação de contas e à aprovação das opções do e dos serviços municipalizados;
plano e da proposta do orçamento, salvo o disposto d) Acompanhar, com base em informação útil da
no artigo 88.o câmara, facultada em tempo oportuno, a acti-
vidade desta e os respectivos resultados, nas
Artigo 50.o
associações e federações de municípios, empre-
Sessões extraordinárias sas, cooperativas, fundações ou outras entidades
em que o município detenha alguma participa-
1 — O presidente da assembleia convoca extraordi-
ção no respectivo capital social ou equiparado;
nariamente a assembleia municipal, por sua própria ini-
e) Apreciar, em cada uma das sessões ordinárias,
ciativa, quando a mesa assim o deliberar ou, ainda, a
uma informação escrita do presidente da câmara
requerimento:
acerca da actividade do município, bem como
a) Do presidente da câmara municipal, em exe- da situação financeira do mesmo, informação
cução de deliberação desta; essa que deve ser enviada ao presidente da mesa
b) De um terço dos seus membros; da assembleia com a antecedência de cinco dias
c) De um número de cidadãos eleitores inscritos sobre a data do início da sessão para que conste
no recenseamento eleitoral do município equi- da respectiva ordem do dia;
valente a 30 vezes o número de elementos que f) Solicitar e receber informações, através da mesa,
compõem a assembleia, quando aquele número sobre assuntos de interesse para a autarquia e
for igual ou inferior a 10 000, e a 50 vezes, sobre a execução de deliberações anteriores, o
quando for superior. que pode ser requerido por qualquer membro
em qualquer momento;
2 — O presidente da assembleia, nos cinco dias sub- g) Conhecer e tomar posição sobre os relatórios
sequentes à iniciativa da mesa ou à recepção dos reque- definitivos, resultantes de acções tutelares ou
rimentos previstos no número anterior, por edital e por de auditorias executadas sobre a actividade dos
carta com aviso de recepção ou através de protocolo, órgãos e serviços municipais;
procede à convocação da sessão para um dos 15 dias h) Deliberar sobre a constituição de delegações,
posteriores à apresentação dos pedidos, tendo em conta comissões ou grupos de trabalho para estudo
que a convocatória deve ser feita com a antecedência dos problemas relacionados com as atribuições
mínima de cinco dias sobre a data da realização da sessão próprias da autarquia, sem interferência no fun-
extraordinária. cionamento e na actividade normal da câmara;
3 — Quando o presidente da mesa da assembleia i) Votar moções de censura à câmara municipal,
municipal não efectue a convocação que lhe tenha sido em avaliação da acção desenvolvida pela mesma
requerida nos termos do número anterior, podem os ou por qualquer dos seus membros;
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j) Discutir, a pedido de quaisquer dos titulares do prossigam fins de reconhecido interesse público
direito de oposição, o relatório a que se refere local e se contenham dentro das atribuições
o Estatuto do Direito de Oposição; cometidas aos municípios, em quaisquer dos casos
l) Elaborar e aprovar, nos termos da lei, o regu- fixando as condições gerais dessa participação;
lamento do conselho municipal de segurança; n) Aprovar, nos termos da lei, a criação ou reor-
m) Tomar posição perante os órgãos do poder cen- ganização de serviços municipais;
tral sobre assuntos de interesse para a autarquia; o) Aprovar os quadros de pessoal dos diferentes
n) Deliberar sobre recursos interpostos de marca- serviços do município, nos termos da lei;
ção de faltas injustificadas aos seus membros; p) Aprovar incentivos à fixação de funcionários,
o) Pronunciar-se e deliberar sobre assuntos que nos termos da lei;
visem a prossecução das atribuições da autar- q) Autorizar, nos termos da lei, a câmara municipal
quia; a concessionar, por concurso público, a explo-
p) Exercer outras competências que lhe sejam con- ração de obras e serviços públicos, fixando as
feridas por lei. respectivas condições gerais;
r) Fixar o dia feriado anual do município;
2 — Compete à assembleia municipal, em matéria s) Autorizar a câmara municipal a delegar com-
regulamentar e de organização e funcionamento, sob petências próprias, designadamente em matéria
proposta da câmara: de investimentos, nas juntas de freguesia;
t) Estabelecer, após parecer da Comissão de Herál-
a) Aprovar posturas e regulamentos; dica da Associação dos Arqueólogos Portugue-
b) Aprovar as opções do plano e a proposta de ses, a constituição do brasão, selo e bandeira
orçamento, bem como as respectivas revisões; do município e proceder à sua publicação no
c) Apreciar o relatório de actividades e os docu- Diário da República.
mentos de prestação de contas;
d) Aprovar ou autorizar a contratação de emprés- 3 — É ainda da competência da assembleia municipal,
timos nos termos da lei; em matéria de planeamento, sob proposta ou pedido
e) Estabelecer, nos termos da lei, taxas municipais de autorização da câmara municipal:
e fixar os respectivos quantitativos;
a) Aprovar os planos necessários à realização das
f) Fixar anualmente o valor da taxa da contribui-
atribuições municipais;
ção autárquica incidente sobre prédios urbanos,
b) Aprovar as medidas, normas, delimitações e
bem como autorizar o lançamento de derramas outros actos, no âmbito dos regimes do orde-
para reforço da capacidade financeira ou no namento do território e do urbanismo, nos casos
âmbito da celebração de contratos de reequi- e nos termos conferidos por lei.
líbrio financeiro, de acordo com a lei;
g) Pronunciar-se, no prazo legal, sobre o reconhe-
cimento, pelo Governo, de benefícios fiscais no 4 — É também da competência da assembleia muni-
âmbito de impostos cuja receita reverte exclu- cipal, sob proposta da câmara municipal:
sivamente para os municípios; a) Deliberar sobre a criação e a instituição em con-
h) Deliberar em tudo quanto represente o exercício creto do corpo de polícia municipal, nos termos
dos poderes tributários conferidos por lei ao e com as competências previstos na lei;
município; b) Deliberar sobre a afectação ou desafectação de
i) Autorizar a câmara municipal a adquirir, alienar bens do domínio público municipal, nos termos
ou onerar bens imóveis de valor superior a e condições previstos na lei;
1000 vezes o índice 100 das carreiras do regime c) Deliberar sobre a criação do conselho local de
geral do sistema remuneratório da função educação, de acordo com a lei;
pública, fixando as respectivas condições gerais, d) Autorizar a geminação do município com outros
podendo determinar, nomeadamente, a via da municípios ou entidades equiparadas de outros
hasta pública, bem como bens ou valores artís- países;
ticos do município, independentemente do seu e) Autorizar os conselhos de administração dos ser-
valor, sem prejuízo do disposto no n.o 9 do viços municipalizados a deliberar sobre a con-
artigo 64.o; cessão de apoio financeiro, ou outro, a institui-
j) Determinar a remuneração dos membros do ções legalmente constituídas pelos seus funcio-
conselho de administração dos serviços muni- nários, tendo por objecto o desenvolvimento das
cipalizados; actividades culturais, recreativas e desportivas,
l) Municipalizar serviços, autorizar o município, bem como a atribuição de subsídios a instituições
nos termos da lei, a criar empresas públicas legalmente existentes, criadas ou participadas
municipais e fundações e a aprovar os respec- pelos serviços municipalizados ou criadas pelos
tivos estatutos, assim como a criar e participar seus funcionários, visando a concessão de bene-
em empresas de capitais exclusiva ou maiori- fícios sociais aos mesmos e respectivos familiares.
tariamente públicos, fixando as condições gerais
da participação; 5 — A acção de fiscalização mencionada na alínea c)
m) Autorizar o município, nos termos da lei, a inte- do n.o 1 consiste numa apreciação, casuística e posterior
grar-se em associações e federações de municí- à respectiva prática, dos actos da câmara municipal.
pios, a associar-se com outras entidades públicas, 6 — A proposta apresentada pela câmara referente
privadas ou cooperativas e a criar ou participar às alíneas b), c), i) e n) do n.o 2 não pode ser alterada
em empresas privadas de âmbito municipal, que pela assembleia municipal e carece da devida funda-
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Da câmara municipal
Artigo 59.o
Artigo 56.o Alteração da composição da câmara
Natureza e constituição
1 — No caso de morte, renúncia, suspensão ou perda
1 — A câmara municipal é constituída por um pre- de mandato de algum membro da câmara municipal
sidente e por vereadores, um dos quais designado vice- em efectividade de funções, é chamado a substituí-lo
-presidente, e é o órgão executivo colegial do município, o cidadão imediatamente a seguir na ordem da respec-
eleito pelos cidadãos eleitores recenseados na sua área. tiva lista, nos termos do artigo 79.o
2 — A eleição da câmara municipal é simultânea com 2 — Esgotada a possibilidade de substituição prevista
a da assembleia municipal, salvo no caso de eleição no número anterior e desde que não esteja em efec-
intercalar. tividade de funções a maioria do número legal dos mem-
6448 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 219 — 18-9-1999
bros da câmara municipal, o presidente comunica o facto 2 — A câmara municipal ou, na falta de deliberação
à assembleia municipal para que esta, no prazo máximo desta, o respectivo presidente podem estabelecer dia
de 30 dias a contar da recepção da comunicação, nomeie e hora certos para as reuniões ordinárias, devendo neste
a comissão administrativa a que se refere a alínea b) caso publicar editais, que dispensam outras formas de
do n.o 6 e marque novas eleições, sem prejuízo do dis- convocação.
posto no artigo 99.o 3 — Quaisquer alterações ao dia e hora marcados
3 — Esgotada, em definitivo, a possibilidade de para as reuniões devem ser comunicadas a todos os
preenchimento da vaga de presidente da câmara, cabe membros do órgão, com três dias de antecedência, por
à assembleia municipal proceder de acordo com o carta com aviso de recepção ou através de protocolo.
número anterior, independentemente do número de
membros da câmara municipal em efectividade de
Artigo 63.o
funções.
4 — As eleições realizam-se no prazo de 80 a 90 dias Convocação de reuniões extraordinárias
a contar da data da respectiva marcação.
5 — A câmara municipal que for eleita completa o 1 — As reuniões extraordinárias podem ser convo-
mandato da anterior. cadas por iniciativa do presidente ou a requerimento
6 — O funcionamento da câmara municipal quanto de, pelo menos, um terço dos respectivos membros, não
aos assuntos inadiáveis e correntes, durante o período podendo, neste caso, ser recusada a convocatória.
transitório, é assegurado: 2 — As reuniões extraordinárias são convocadas com,
pelo menos, cinco dias de antecedência, sendo comu-
a) Pelos membros ainda em exercício da câmara nicadas a todos os membros por edital e por carta com
municipal cessante, quando em número não aviso de recepção ou através de protocolo.
inferior a três, constituídos automaticamente em 3 — O presidente convoca a reunião para um dos
comissão administrativa, presidida pelo pri- oito dias subsequentes à recepção do requerimento pre-
meiro na ordem da lista mais votada das listas visto no n.o 1.
em causa, até que ocorra a designação prevista 4 — Quando o presidente não efectue a convocação
na alínea seguinte; que lhe tenha sido requerida ou não o faça nos termos
b) Por uma comissão administrativa de três mem- do n.o 3, podem os requerentes efectuá-la directamente,
bros se o número de eleitores for inferior a com invocação dessa circunstância, observando o dis-
50 000 e de cinco membros se for igual ou supe- posto no número anterior com as devidas adaptações
rior a 50 000, incluindo o respectivo presidente, e publicitando-a nos locais habituais.
nomeados pela assembleia municipal de entre
os membros referidos na alínea anterior.
Artigo 64.o
Artigo 60.o Competências
e) Assegurar o apoio adequado ao exercício de neas a), h), i), j), o) e p) do n.o 1, a), b), c) e j) do
competências por parte do Estado, nos termos n.o 2, a) do n.o 3 e a), b), d) e f) do n.o 4, no n.o 6
definidos por lei; e nas alíneas a) e c) do n.o 7 do artigo anterior.
f) Deliberar sobre a participação do município em 2 — As competências referidas no número anterior
projectos e acções de cooperação descentrali- podem ser subdelegadas em quaisquer dos vereadores,
zada, designadamente no âmbito da União por decisão e escolha do presidente.
Europeia e da Comunidade de Países de Língua 3 — O presidente ou os vereadores devem informar
Portuguesa. a câmara das decisões geradoras de custo ou proveito
financeiro proferidas ao abrigo dos números anteriores,
5 — Compete à câmara municipal, em matéria de na reunião que imediatamente se lhes seguir.
licenciamento e fiscalização: 4 — A câmara municipal pode, a todo o tempo, fazer
a) Conceder licenças nos casos e nos termos esta- cessar a delegação.
belecidos por lei, designadamente para constru- 5 — Os actos praticados no uso de delegação ou sub-
ção, reedificação, utilização, conservação ou delegação são revogáveis pelo delegante, nos termos pre-
demolição de edifícios, assim como para esta- vistos na lei para a revogação pelo autor do acto.
belecimentos insalubres, incómodos, perigosos 6 — Das decisões tomadas pelo presidente ou pelos
ou tóxicos; vereadores no exercício de competências da câmara, que
b) Realizar vistorias e executar, de forma exclusiva nele ou neles estejam delegadas ou subdelegadas, cabe
ou participada, a actividade fiscalizadora atri- recurso para o plenário daquele órgão, sem prejuízo
buída por lei, nos termos por esta definidos; da sua impugnação contenciosa.
c) Ordenar, precedendo vistoria, a demolição total 7 — O recurso para o plenário a que se refere o
ou parcial ou a beneficiação de construções que número anterior pode ter por fundamento a ilegalidade,
ameacem ruína ou constituam perigo para a inoportunidade ou inconveniência da decisão e é apre-
saúde ou segurança das pessoas; ciado pela câmara municipal no prazo máximo de 30 dias
d) Emitir licenças, matrículas, livretes e transfe- após a sua recepção.
rências de propriedade e respectivos averba-
mentos e proceder a exames, registos e fixação Artigo 66.o
de contingentes relativamente a veículos, nos
casos legalmente previstos. Competências delegáveis na freguesia
6 — Compete à câmara municipal, no que respeita 1 — A câmara, sob autorização da assembleia muni-
às suas relações com outros órgãos autárquicos: cipal, pode delegar competências nas juntas de freguesia
interessadas, mediante a celebração de protocolo, onde
a) Apresentar à assembleia municipal propostas e figurem todos os direitos e obrigações de ambas as par-
pedidos de autorização, designadamente em tes, os meios financeiros, técnicos e humanos e as maté-
relação às matérias constantes dos n.os 2 a 4 rias objecto da delegação.
do artigo 53.o; 2 — A delegação a que se refere o número anterior
b) Deliberar sobre formas de apoio às freguesias; incide sobre as actividades, incluindo a realização de
c) Propor à assembleia municipal a concretização investimentos, constantes das opções do plano e do orça-
de delegação de parte das competências da mento municipais e pode abranger, designadamente:
câmara nas freguesias que nisso tenham inte-
resse, de acordo com o disposto no artigo 66.o a) Conservação e limpeza de valetas, bermas e
caminhos;
7 — Compete ainda à câmara municipal: b) Conservação, calcetamento e limpeza de ruas
e passeios;
a) Elaborar e aprovar posturas e regulamentos em c) Gestão e conservação de jardins e outros espa-
matérias da sua competência exclusiva; ços ajardinados;
b) Administrar o domínio público municipal, nos d) Colocação e manutenção da sinalização topo-
termos da lei; nímica;
c) Propor, nos termos da lei, a declaração de uti- e) Gestão, conservação, reparação e limpeza de
lidade pública, para efeitos de expropriação; mercados retalhistas e de levante;
d) Exercer as demais competências legalmente f) Gestão, conservação e reparação de equipamen-
conferidas, tendo em vista o prosseguimento tos propriedade do município, designadamente
normal das atribuições do município. equipamentos culturais e desportivos, escolas e
estabelecimentos de educação pré-escolar, cre-
8 — As nomeações a que se refere a alínea i) do n.o 1 ches, jardins-de-infância, centros de apoio à ter-
são feitas de entre membros da câmara municipal ou ceira idade e bibliotecas;
de entre cidadãos que não sejam membros dos órgãos g) Conservação e reparação de escolas do ensino
municipais. básico e do ensino pré-escolar;
9 — A alienação de bens e valores artísticos do patri- h) Gestão, conservação, reparação e limpeza de
mónio do município é objecto de legislação especial. cemitérios, propriedade do município;
i) Concessão de licenças de caça.
Artigo 65.o
Delegação de competências
3 — No âmbito da delegação de competências a
câmara municipal pode destacar para a junta de fre-
1 — A câmara pode delegar no presidente a sua com- guesia funcionários afectos às áreas de competência
petência, salvo quanto às matérias previstas nas alí- nesta delegadas.
N.o 219 — 18-9-1999 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6451
4 — O destacamento dos funcionários faz-se sem pre- q) Suspender ou encerrar antecipadamente as reu-
juízo dos direitos e regalias dos mesmos e não está niões, quando circunstâncias excepcionais o jus-
sujeito a prazo, mantendo-se enquanto subsistir a dele- tifiquem, mediante decisão fundamentada, a
gação de competências. incluir na acta da reunião;
r) Responder, no prazo de 10 dias, aos pedidos
de informação apresentados pelos vereadores;
Artigo 67.o s) Representar a câmara nas sessões da assembleia
Protocolos de colaboração com entidades terceiras municipal ou, havendo justo impedimento,
fazer-se representar pelo seu substituto legal,
As competências previstas nas alíneas l) do n.o 1, j) sem prejuízo da faculdade de ser acompanhado
e l) do n.o 2 e b) e c) do n.o 4 do artigo 64.o podem por outros membros;
ser objecto de protocolo de colaboração, a celebrar com t) Responder, no prazo máximo de 30 dias, aos
instituições públicas, particulares e cooperativas, que pedidos de informação veiculados pela mesa da
desenvolvam a sua actividade na área do município, em assembleia municipal;
termos que protejam cabalmente os direitos e deveres u) Promover a publicação, no Diário da República,
de cada uma das partes e o uso, pela comunidade local, em boletim municipal ou em edital, das decisões
dos equipamentos. ou deliberações previstas no artigo 91.o;
v) Promover o cumprimento do Estatuto do Direito
da Oposição e a publicação do respectivo rela-
Artigo 68.o tório de avaliação;
Competências do presidente da câmara x) Dirigir, em estreita articulação com o Serviço
Nacional de Protecção Civil, o serviço municipal
1 — Compete ao presidente da câmara municipal: de protecção civil, tendo em vista o cumpri-
mento dos planos e programas estabelecidos e
a) Representar o município em juízo e fora dele; a coordenação das actividades a desenvolver no
b) Executar as deliberações da câmara municipal domínio da protecção civil, designadamente em
e coordenar a respectiva actividade; operações de socorro e assistência, com especial
c) Elaborar e manter actualizado o cadastro dos relevo em situações de catástrofe e calamidade
bens móveis e imóveis do município; públicas;
d) Participar ao representante do Ministério Público z) Presidir ao conselho municipal de segurança.
competente as faltas injustificadas dadas pelos
membros da câmara, para os efeitos legais; 2 — Compete ainda ao presidente da câmara muni-
e) Aprovar projectos, programas de concurso, cipal:
caderno de encargos e a adjudicação de emprei-
tadas e aquisição de bens e serviços, cuja auto- a) Decidir todos os assuntos relacionados com a
rização de despesa lhe caiba, nos termos da lei; gestão e direcção dos recursos humanos afectos
f) Autorizar a realização de despesas orçamenta- aos serviços municipais;
das até ao limite estipulado por lei ou por dele- b) Designar o funcionário que serve de notário pri-
gação da câmara municipal; vativo do município para lavrar os actos nota-
g) Autorizar o pagamento das despesas realizadas, riais expressamente previstos pelo Código do
nas condições legais; Notariado;
h) Comunicar anualmente, no prazo legal, o valor c) Designar o funcionário que serve de oficial
público para lavrar todos os contratos em que
fixado da taxa de contribuição autárquica inci-
a lei o preveja ou não seja exigida escritura
dente sobre prédios urbanos, assim como,
pública;
quando for o caso, a deliberação sobre o lan-
d) Modificar ou revogar os actos praticados por
çamento de derramas, às entidades competentes funcionários ou agentes afectos aos serviços da
para a cobrança; câmara;
i) Submeter o relatório de actividades e os docu- e) Gerir os recursos humanos dos estabelecimen-
mentos de prestação de contas à aprovação da tos de educação e ensino, nos casos e nos termos
câmara municipal e à apreciação da assembleia determinados por lei;
municipal; f) Outorgar contratos necessários à execução das
j) Remeter, atempadamente, ao Tribunal de Con- obras referidas na alínea j), assim como ao fun-
tas os documentos que careçam da respectiva cionamento dos serviços;
apreciação, sem prejuízo da alínea bb) do n.o 1 g) Instaurar pleitos e defender-se neles, podendo
do artigo 64.o; confessar, desistir ou transigir, se não houver
l) Assinar ou visar a correspondência da câmara ofensa de direitos de terceiros;
municipal com destino a quaisquer entidades h) Promover todas as acções necessárias à admi-
ou organismos públicos; nistração corrente do património municipal e
m) Convocar as reuniões ordinárias para o dia e à sua conservação;
hora que fixar, sem prejuízo do disposto no i) Proceder aos registos prediais do património
artigo 62.o, e enviar a ordem do dia a todos imobiliário do município, ou outros;
os membros; j) Promover a execução, por administração directa
n) Convocar as reuniões extraordinárias; ou empreitada, das obras, assim como proceder
o) Estabelecer e distribuir a ordem do dia das à aquisição de bens e serviços, nos termos da
reuniões; lei;
p) Abrir e encerrar as reuniões, dirigir os trabalhos l) Conceder, nos casos e nos termos previstos na
e assegurar o cumprimento das leis e a regu- lei, licenças ou autorizações de utilização de
laridade das deliberações; edifícios;
6452 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 219 — 18-9-1999
m) Embargar e ordenar a demolição de quaisquer máximo da respectiva unidade orgânica no que respeita
obras, construções ou edificações efectuadas por às matérias previstas nas alíneas a), c), g), h), l), r),
particulares ou pessoas colectivas, sem licença t), u) e v) do n.o 1 e e), f), h), i), o) e r) do n.o 2
ou com inobservância das condições dela cons- do artigo 68.o
tantes, dos regulamentos, das posturas muni- 2 — A gestão e direcção de recursos humanos tam-
cipais ou de medidas preventivas, de normas bém podem ser objecto da delegação e subdelegação
provisórias, de áreas de construção prioritária, referidas no número anterior, designadamente quanto
de áreas de desenvolvimento urbano prioritário às seguintes matérias:
e de planos municipais de ordenamento do ter-
ritório plenamente eficazes; a) Aprovar e alterar o mapa de férias e restantes
n) Ordenar o despejo sumário dos prédios cuja decisões relativas a férias com respeito pelo inte-
expropriação por utilidade pública tenha sido resse do serviço;
declarada ou cuja demolição ou beneficiação b) Justificar ou injustificar faltas;
tenha sido deliberada, nos termos da alínea c) Autorizar o abono de vencimento de exercício
anterior e da alínea c) do n.o 5 do artigo 64.o, perdido por motivo de doença;
mas, nesta última hipótese, só quando na vistoria d) Conceder licenças sem vencimento até 90 dias;
se verificar a existência de risco eminente de e) Proceder à homologação da classificação de ser-
desmoronamento ou a impossibilidade de rea- viço dos funcionários, nos casos em que o dele-
lização das obras sem grave prejuízo para os gado não tenha sido notador;
moradores dos prédios; f) Decidir, nos termos da lei, em matéria de dura-
o) Conceder licenças policiais ou fiscais, de har- ção e horário de trabalho, no âmbito da moda-
monia com o disposto nas leis, regulamentos lidade deste último superiormente fixada;
e posturas; g) Autorizar a prestação de trabalho extraordi-
p) Determinar a instrução dos processos de con- nário;
tra-ordenação e aplicar as coimas, nos termos h) Assinar termos de aceitação;
da lei, com a faculdade de delegação em qual- i) Determinar a conversão da nomeação provisó-
quer dos restantes membros da câmara; ria em definitiva;
q) Dar conhecimento aos restantes membros do j) Praticar todos os actos relativos à aposentação
órgão executivo e remeter ao órgão deliberativo dos funcionários, salvo no caso de aposentação
cópias dos relatórios definitivos resultantes de compulsiva;
acções tutelares ou de auditorias sobre a acti- l) Praticar todos os actos respeitantes ao regime
vidade do órgão executivo e dos serviços, no de segurança social, incluindo os referentes a
prazo máximo de 10 dias após o recebimento acidentes em serviço;
dos mesmos; m) Exonerar os funcionários do quadro, a pedido
r) Conceder terrenos nos cemitérios propriedade dos interessados.
do município, para jazigos, mausoléus e sepul-
turas perpétuas. 3 — Podem ainda ser objecto de delegação e sub-
delegação as seguintes matérias:
3 — Sempre que o exijam circunstâncias excepcionais a) Autorizar a realização e pagamento de despesa
e urgentes e não seja possível reunir extraordinaria- em cumprimento de contratos de adesão pre-
mente a câmara, o presidente pode praticar quaisquer viamente autorizados pelos eleitos locais através
actos da competência desta, mas tais actos ficam sujeitos de despacho ou deliberação, com correcto cabi-
a ratificação, na primeira reunião realizada após a sua mento legal no orçamento em vigor;
prática, sob pena de anulabilidade. b) Autorizar a realização de despesas nos outros
casos, até ao limite estabelecido por lei;
Artigo 69.o c) Autorizar o registo de inscrição de técnicos;
d) Autorizar termos de abertura e encerramento
Distribuição de funções em livros sujeitos a essa formalidade, designa-
1 — O presidente da câmara é coadjuvado pelos damente livros de obra;
vereadores no exercício da sua competência e no da e) Autorizar a restituição aos interessados de docu-
própria câmara, podendo incumbi-los de tarefas espe- mentos juntos a processos;
cíficas. f) Autorizar a passagem de termos de identidade,
2 — O presidente da câmara pode delegar ou sub- idoneidade e justificação administrativa;
delegar nos vereadores o exercício da sua competência g) Autorizar a passagem de certidões ou fotocópias
própria ou delegada. autenticadas aos interessados, relativas a pro-
3 — Nos casos previstos nos números anteriores os cessos ou documentos constantes de processos
vereadores dão ao presidente informação detalhada arquivados, e que careçam de despacho ou deli-
sobre o desempenho das tarefas de que tenham sido beração dos eleitos locais, com respeito pelas
incumbidos ou sobre o exercício da competência que salvaguardas estabelecidas por lei;
neles tenha sido delegada ou subdelegada. h) Emitir alvarás exigidos por lei, na sequência da
decisão ou deliberação que confiram esse
direito;
Artigo 70.o i) Conceder licenças de ocupação da via pública,
Delegação de competências no pessoal dirigente por motivo de obras;
j) Autorizar a renovação de licenças que dependa
1 — O presidente da câmara ou os vereadores podem unicamente do cumprimento de formalidades
delegar ou subdelegar a sua competência no dirigente burocráticas ou similares pelos interessados;
N.o 219 — 18-9-1999 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6453
l) Emitir o cartão de feirante e o de vendedor 3 — Para efeitos do disposto no número anterior, dois
ambulante; vereadores em regime de meio tempo correspondem
m) Determinar a instrução de processos de con- a um vereador em regime de tempo inteiro.
tra-ordenação e designar o respectivo instrutor; 4 — Os presidentes de câmara e os vereadores podem
n) Praticar outros actos e formalidades de carácter delegar a prática de actos de administração ordinária
instrumental necessários ao exercício da com- nos chefes do gabinete e adjuntos dos respectivos gabi-
petência decisória do delegante ou subdele- netes de apoio pessoal.
gante. 5 — Os presidentes das câmaras devem disponibilizar
a todos os vereadores o espaço físico, meios e apoio
4 — A delegação ou subdelegação da matéria prevista pessoal necessários ao exercício do respectivo mandato,
na alínea a) do n.o 1 do artigo 68.o é conferida caso através dos serviços que considere adequados.
a caso, obrigatoriamente.
5 — O acto de delegação ou de subdelegação pode Artigo 74.o
conter directivas ou instruções vinculativas para o dele- Estatuto dos membros dos gabinetes de apoio pessoal
gado ou subdelegado sobre o modo como devem ser
exercidos os poderes conferidos. 1 — A remuneração do chefe do gabinete de apoio
6 — Às delegações ou subdelegações previstas no pessoal nos municípios de Lisboa e Porto corresponde
número anterior é aplicável, com as necessárias adap- ao vencimento dos chefes dos gabinetes dos membros
tações, o disposto nos n.os 3 a 7 do artigo 65.o do Governo e, nos restantes municípios, corresponde
a 90 % da remuneração que legalmente cabe aos verea-
Artigo 71.o dores em regime de tempo inteiro da câmara municipal
em causa, com direito aos abonos genericamente atri-
Dever de informação buídos para a função pública.
1 — O pessoal dirigente tem a obrigação de informar 2 — A remuneração dos adjuntos e dos secretários
por escrito, no processo, se foram cumpridas todas as corresponde a 80 % e 60 %, respectivamente, da que
obrigações legais ou regulamentares, relativamente a legalmente cabe aos vereadores em regime de tempo
inteiro da câmara municipal em causa, com direito aos
todos os processos que corram pelos serviços que diri-
abonos genericamente atribuídos para a função pública.
gem e careçam de decisão ou deliberação dos eleitos
3 — Os membros dos gabinetes de apoio pessoal são
locais, assim como devem emitir prévia informação nomeados e exonerados pelo presidente da câmara
escrita no âmbito da instrução de pedidos de parecer municipal, sob proposta dos vereadores no caso do n.o 2
a submeter à administração central. do artigo anterior, e o exercício das suas funções cessa
2 — A exigência referida no número anterior é igual- igualmente com a cessação do mandato do presidente
mente aplicável ao pessoal de chefia dos municípios cuja ou dos vereadores que apoiem.
estrutura organizativa não comporte pessoal dirigente. 4 — O pessoal referido, que for funcionário da admi-
nistração central ou local, é provido em regime de comis-
Artigo 72.o são de serviço, com a faculdade de optar pelas remu-
Superintendência nos serviços nerações correspondentes aos lugares de origem.
5 — Os membros dos gabinetes de apoio pessoal não
Sem prejuízo dos poderes de fiscalização específicos podem beneficiar de quaisquer gratificações ou abonos
que competem aos membros da câmara municipal nas suplementares não previstos na presente disposição,
matérias que lhes sejam especialmente atribuídas, cabe nomeadamente a título de trabalho extraordinário.
ao presidente da câmara coordenar os serviços muni- 6 — Aos membros dos gabinetes de apoio pessoal
cipais no sentido de desenvolver a sua eficácia e asse- referidos nos números anteriores é aplicável, em matéria
gurar o seu pleno funcionamento. de recrutamento, competências, garantias, deveres e
incompatibilidades, o regime relativo ao pessoal dos
Artigo 73.o gabinetes dos membros do Governo, com as adaptações
constantes deste artigo e do artigo anterior e as inerentes
Apoio aos membros da câmara às características do gabinete em que se integram.
1 — Os presidentes das câmaras municipais podem
constituir um gabinete de apoio pessoal, com a seguinte CAPÍTULO V
composição:
Disposições comuns
a) Nos municípios com mais de 100 000 eleitores,
um chefe do gabinete, dois adjuntos e dois Artigo 75.o
secretários;
b) Nos municípios com um número de eleitores Duração e natureza do mandato
entre os 50 000 e 100 000, um chefe de gabinete, 1 — O mandato dos titulares dos órgãos das autar-
um adjunto e dois secretários; quias locais é de quatro anos.
c) Nos restantes municípios, um chefe de gabinete, 2 — Os membros dos órgãos das autarquias locais
um adjunto e um secretário. são titulares de um único mandato, seja qual for o órgão
ou órgãos em que exerçam funções naquela qualidade.
2 — Os vereadores em regime de tempo inteiro
podem igualmente constituir um gabinete de apoio pes-
Artigo 76.o
soal, com a seguinte composição:
Renúncia ao mandato
a) Nos municípios com mais de 100 000 eleitores,
um adjunto e um secretário; 1 — Os titulares dos órgãos das autarquias locais
b) Nos restantes municípios, um secretário. gozam do direito de renúncia ao respectivo mandato
6454 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 219 — 18-9-1999
4 — A nenhum cidadão é permitido, sob qualquer 2 — O disposto no número anterior é igualmente apli-
pretexto, intrometer-se nas discussões e aplaudir ou cável no caso de sucessão de órgãos autárquicos na
reprovar as opiniões emitidas, as votações feitas e as sequência de eleições intercalares realizadas nos meses
deliberações tomadas, sob pena de sujeição à aplicação de Novembro e Dezembro.
de coima de 20 000$ até 100 000$ pelo juiz da comarca,
sob participação do presidente do respectivo órgão e Artigo 89.o
sem prejuízo da faculdade ao mesmo atribuída de, em
caso de quebra da disciplina ou da ordem, mandar sair Quórum
do local da reunião o prevaricador, sob pena de deso- 1 — Os órgãos das autarquias locais só podem reunir
bediência nos termos da lei penal. e deliberar quando esteja presente a maioria do número
5 — Nas reuniões mencionadas no n.o 2, encerrada legal dos seus membros.
a ordem do dia, os órgãos executivos colegiais fixam 2 — As deliberações são tomadas à pluralidade de
um período para intervenção aberta ao público, durante votos, estando presente a maioria do número legal dos
o qual lhe são prestados os esclarecimentos solicitados. seus membros, tendo o presidente voto de qualidade
6 — Nas reuniões dos órgãos deliberativos, encerrada em caso de empate, não contando as abstenções para
a ordem do dia, há um período para intervenção do o apuramento da maioria.
público durante o qual lhe serão prestados os escla- 3 — Quando o órgão não possa reunir por falta de
recimentos solicitados. quórum, o presidente designa outro dia para nova sessão
7 — As actas das sessões ou reuniões, terminada a ou reunião, que tem a mesma natureza da anterior, a
menção aos assuntos incluídos na ordem do dia, fazem convocar nos termos previstos nesta lei.
referência sumária às eventuais intervenções do público 4 — Das sessões ou reuniões canceladas por falta de
na solicitação de esclarecimentos e às respostas dadas. quórum é elaborada acta onde se registam as presenças
e ausências dos respectivos membros, dando estas lugar
Artigo 85.o à marcação de falta.
Convocação ilegal de reuniões Artigo 90.o
A ilegalidade resultante da inobservância das dispo- Formas de votação
sições sobre convocação de reuniões só se considera 1 — A votação é nominal, salvo se o regimento esti-
sanada quando todos os membros do órgão compareçam pular ou o órgão deliberar, por proposta de qualquer
à reunião e não suscitem oposição à sua realização. membro, outra forma de votação.
2 — O presidente vota em último lugar.
Artigo 86.o 3 — As deliberações que envolvam a apreciação de
Período de antes da ordem do dia comportamentos ou de qualidades de qualquer pessoa
são tomadas por escrutínio secreto e, em caso de dúvida,
Em cada sessão ordinária dos órgãos autárquicos há o órgão delibera sobre a forma da votação.
um período de antes da ordem do dia, com a duração 4 — Havendo empate em votação por escrutínio
máxima de sessenta minutos, para tratamento de assun- secreto, procede-se imediatamente a nova votação e,
tos gerais de interesse para a autarquia. se o empate se mantiver, adia-se a deliberação para
a reunião seguinte, procedendo-se a votação nominal
Artigo 87.o se na primeira votação desta reunião se repetir o empate.
Ordem do dia 5 — Quando necessária, a fundamentação das deli-
berações tomadas por escrutínio secreto é feita pelo
1 — A ordem do dia de cada reunião é estabelecida presidente após a votação, tendo em conta a discussão
pelo presidente. que a tiver precedido.
2 — A ordem do dia deve incluir os assuntos que 6 — Não podem estar presentes no momento da dis-
para esse fim forem indicados por qualquer membro cussão nem da votação os membros do órgão que se
do órgão, desde que sejam da competência do órgão encontrem ou se considerem impedidos.
e o pedido seja apresentado por escrito com uma ante-
cedência mínima de: Artigo 91.o
a) Cinco dias sobre a data da reunião, no caso Publicidade das deliberações
das reuniões ordinárias;
b) Oito dias sobre a data da reunião, no caso das As deliberações dos órgãos autárquicos, bem como
reuniões extraordinárias. as decisões dos respectivos titulares, destinadas a ter
eficácia externa são obrigatoriamente publicadas no Diá-
3 — A ordem do dia é entregue a todos os membros rio da República quando a lei expressamente o deter-
com a antecedência sobre a data de início da reunião mine, sendo nos restantes casos publicadas em boletim
de, pelo menos, quarenta e oito horas. da autarquia, quando exista, ou em edital afixado nos
lugares de estilo durante 5 dos 10 dias subsequentes
Artigo 88.o à tomada da deliberação ou decisão, sem prejuízo do
disposto em legislação especial.
Aprovação especial dos instrumentos previsionais
passado, indicando, designadamente, a data e o local disposições legais destinadas a proteger os seus inte-
da reunião, os membros presentes e ausentes, os assun- resses, resultante de actos ilícitos culposamente prati-
tos apreciados, as decisões e deliberações tomadas e cados pelos respectivos órgãos ou agentes no exercício
a forma e o resultado das respectivas votações e, bem das suas funções ou por causa desse exercício.
assim, o facto de a acta ter sido lida e aprovada. 2 — Quando satisfizerem qualquer indemnização nos
2 — As actas são lavradas, sempre que possível, por termos do número anterior, as autarquias locais gozam
funcionário da autarquia designado para o efeito e pos- do direito de regresso contra os titulares dos órgãos
tas à aprovação de todos os membros no final da res- ou os agentes culpados, se estes houverem procedido
pectiva reunião ou no início da seguinte, sendo assi- com diligência e zelo manifestamente inferiores àqueles
nadas, após aprovação, pelo presidente e por quem as a que se achavam obrigados em razão do cargo.
lavrou.
3 — As actas ou o texto das deliberações mais impor-
tantes podem ser aprovadas em minuta, no final das Artigo 97.o
reuniões, desde que tal seja deliberado pela maioria Responsabilidade pessoal
dos membros presentes, sendo assinadas, após aprova-
ção, pelo presidente e por quem as lavrou. 1 — Os titulares dos órgãos e os agentes das autar-
4 — As deliberações dos órgãos só adquirem eficácia quias locais respondem civilmente perante terceiros pela
depois de aprovadas e assinadas as respectivas actas ou prática de actos ilícitos que ofendam direitos destes ou
depois de assinadas as minutas, nos termos dos números disposições legais destinadas a proteger os interesses
anteriores. deles, se tiverem excedido os limites das suas funções
Artigo 93.o ou se, no desempenho destas ou por causa delas, tiverem
procedido dolosamente.
Registo na acta do voto de vencido 2 — Em caso de procedimento doloso, as autarquias
1 — Os membros do órgão podem fazer constar da locais são sempre solidariamente responsáveis com os
acta o seu voto de vencido e as razões que o justifiquem. titulares dos seus órgãos ou os seus agentes.
2 — Quando se trate de pareceres a dar a outras enti-
dades, as deliberações são sempre acompanhadas das Artigo 98.o
declarações de voto apresentadas.
3 — O registo na acta do voto de vencido isenta o Formalidades dos requerimentos de convocação
emissor deste da responsabilidade que eventualmente de sessões extraordinárias
resulte da deliberação tomada. 1 — Os requerimentos a que se reportam as alíneas c)
do n.o 1 do artigo 14.o e c) do n.o 1 do artigo 50.o
Artigo 94.o são acompanhados de certidões comprovativas da qua-
Alvarás
lidade de cidadão recenseado na área da respectiva
autarquia.
Salvo se a lei prescrever forma especial, o título dos 2 — As certidões referidas no número anterior são
direitos conferidos aos particulares por deliberação dos passadas no prazo de oito dias pela comissão recen-
órgãos autárquicos ou decisão dos seus titulares é um seadora respectiva e estão isentas de quaisquer taxas,
alvará expedido pelo respectivo presidente. emolumentos e do imposto do selo.
3 — A apresentação do pedido das certidões deve ser
Artigo 95.o acompanhada de uma lista contendo as assinaturas, bem
como dos bilhetes de identidade, dos cidadãos que pre-
Actos nulos
tendem requerer a convocação da sessão extraordinária.
1 — São nulos os actos a que falte qualquer dos ele-
mentos essenciais ou para os quais a lei comine expres- Artigo 99.o
samente essa forma de invalidade, nos termos previstos
no Código do Procedimento Administrativo. Impossibilidade de realização de eleições intercalares
2 — São igualmente nulas:
1 — Não há lugar à realização de eleições intercalares
a) As deliberações de qualquer órgão dos muni- nos seis meses anteriores ao termo do prazo em que
cípios e freguesias que envolvam o exercício de legalmente se devem realizar eleições gerais para os
poderes tributários ou determinem o lança- órgãos autárquicos.
mento de taxas ou mais-valias não previstas na 2 — Nos casos previstos nos n.os 2 do artigo 29.o e
lei; 2 e 3 do artigo 59.o, quando não for possível a realização
b) As deliberações de qualquer órgão dos muni- de eleições intercalares, a assembleia de freguesia ou
cípios e freguesias que determinem ou autori- a assembleia municipal designam uma comissão admi-
zem a realização de despesas não permitidas nistrativa para substituição do órgão executivo da fre-
por lei; guesia ou do órgão executivo do município, respec-
c) Os actos que prorroguem ilegal ou irregular- tivamente.
mente os prazos de pagamento voluntário dos 3 — Tratando-se de freguesia, a comissão adminis-
impostos, taxas, derramas, mais-valias, tarifas e trativa referida é constituída por três membros e a sua
preços. composição deve reflectir a do órgão que visa substituir.
Artigo 96.o 4 — Tratando-se de município, aplica-se o disposto
Responsabilidade funcional no n.o 6 do artigo 59.o
5 — As comissões administrativas exercem funções
1 — As autarquias locais respondem civilmente até à instalação dos novos órgãos autárquicos consti-
perante terceiros por ofensa de direitos destes ou de tuídos por via eleitoral.
N.o 219 — 18-9-1999 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6457