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A Medusa E O Gozo: Uma Leitura Da Diferença Sexual em Psicanálise
A Medusa E O Gozo: Uma Leitura Da Diferença Sexual em Psicanálise
Psicanalista, membro
da Associação
Psicanalítica de Porto
Alegre. Doutora RESUMO: Pretende-se retomar, nas obras de Freud e Lacan, algumas
em Psicologia das principais balizas do estatuto da diferença sexual em psicanálise.
pela Universidade
de Paris 13 e
O enigma feminino, assinalado por Freud, e as diferentes formas de
pós-doutora pelo gozo, referidas por Lacan, situam o registro da referida diferença.
Programa de Pós- Por fim, algumas contribuições de Foucault nos permitem avaliar
graduação em Teoria a implicação política da psicanálise em relação a esse tema.
Psicanalítica da
UFRJ. Professora Palavras-chave: Diferença sexual, psicanálise, castração, identi-
do Programa de dade sexual.
Pós-graduação em
Psicologia Social da
ABSTRACT: The Medusa and the joy: a reading of the sexual differ-
UFRGS.
ence in psychoanalysis. This article revisits the texts of Freud and
Lacan, indicating some of the main beacons of the statute of the
sexual difference in psychoanalysis. The feminine enigma, desig-
nated from Freud, and the different forms of joy, related from Lacan,
point out the register of the sexual difference in psychoanalysis.
Some contributions of Foucault allow for the politic implication of
the psychoanalysis in relation to this subject.
Keywords: Sexual difference, psychoanalysis, castration, sexual
identity.
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, os autores conhecidos como pertencentes
aos estudos de gênero (gender studies) têm aportado impor-
tantes contribuições no campo da sexualidade (BUTLER,
2003). Território inicialmente colonizado e dominado pela
psicanálise, encontrou em Foucault um antecedente dessa
leitura crítica ao inscrever Freud no contexto discursivo de
sua produção. A repressão não suprime a sexualidade, insiste
o filósofo; ela faz parte de um dispositivo mais amplo que a
incita (FOUCAULT, 1988).
Hoje, boa parte da psicanálise incorporou tais elementos,
incluindo os dispositivos discursivos na consideração da
do trabalho “A origem da guerra” que ele “pourrait bien passer pour un canular” e que realiza um
“détournement parodique” do quadro de Courbet “A origem do mundo”. Desta análise, assinada
por Carole Boulbès, depreende-se também a inscrição feminista da obra de Orlan, confirmada
pela própria artista em entrevista concedida a Corinne Sacca Abadi, na qual afirma: “sou
feminista” (www.apa.org.ar, acessado em março de 2007).
REFERÊNCIAS