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De ne CE ee ares emresh Ef ee a ee en Se et ; ne eee : eer one ee ee ee er eer ee era Pete cee ener tn peter (ER EM HISTORIA vip Hartog co autént aaa eee Outs radon capa rote auaetion 217 Corpora 8 Hooray Bono nurtnnice agama innoousko Ainda cremos em Histéria? gue fe hel Cl to aad, Como ex rs no Temp der ws joes ns. Dap wi a ade Brat entero me enna Eu me dela obo] ahi, ego tengo! ‘Aida cremos em Hiséri? E 0 qu ignifis hoje responce sim fon nfo a esa questo? Esa & a pergunaincial desta investgugio€ esta reflexo, Acredtamos em Hida como se acreditou partir do sfculo XIX: com 2 mesma fogs ea mesins £8? Quando ela tornou uma evidéncia, quando comecamos a prtié-la metoica- ‘mente, com a ambigio de afin posigfo de cgncia, no modelo dhs ciacias da narureza. Quand a Bteratura se aposou vivament? dela, quando 0 romance asumi por tarefaescrever esse mundo nwo staves pela His, Adgiindo eneio conscucia dose poder, encontezmo-nos acometidos pela sua forga de condugio, 28 reconbecer nela ura figura nova do destino, Seu avango suscicou a revertnci, soa capacidade detiturar pases vidas cansou paver No final dos anos 1940, Mircea Elade chegou a denunciat 6 que ‘le nomeavao "error da Hi6ra", Durante todo um tempo, con flouese em seu tbunal, ela foi convocada em inumeriveis campos " ‘Tolsti estima que a bistria € wm asic souieosério para ser deisado 2s esados-maiors, 0s suposts grandes homens ¢ 20s historias, Aosplanos de uns e 3 narativa dos tos, ea toxalmente © que efetivamence se passa ne campo de brelha. A hissria nfo dessa por iso de exist, pos ea "a vida inconscien- te, gor segs ds humandade"*" ln 6 ropa, final de conts, pela "Lid ftalidade, 3 qual se acrescena “esta psioldgica que ‘etimala@ hommem gue relia 0 ato menos livre 3 imaginar, mais tarde, coda uma série de dedues que Ihe permitem demonstar a si mesmo que élivre"2? © epilogo do romance & uma meditagio sobre os impasses da histria modem, enredada que ela esti ene 0 individuo histrico pereebido tanto com “produto de seu tempo” quant criador dos acontecimentos" **To1sTOr, 1952 9.1004 TOLSTON, 1952 9.73 -TOLSTON, 1952.48 ®TOLSTON, 1953.2, TOLSTON, 1953, 6, ® TOLSTON, 1953.18 Meio século depois, Oswald Spengler, que perience genio de 1918 (Como Paul Valéy ¢ Ammold Toynbee)" toma a quiso, ‘mat no trend da flsofs da hiebnia. A dreds do Orde, wn ‘ba mais famosa, foi publcada em juno de 1918, mesmo que, pre= si sa, 0 hula jt etivese etabeecdo dede 1912.0 meen fat considerive, primezo na Alemanha, mas no somente- Spengler ere em histra? Segoramente,e todo o dso da sua reflesio & extrait 2s *Iigea". Nio pelo prazer intleesl de colocarem oder 0 pasado dt humanidade, mas para tent, “pea pamela ver", ong Tha-se, wma "predeterminagio da hist”. Seu liv preteade-s; de ito, uma “flsofa da destino”, Ele se abe sobre uma gusto tungente quae as eurepeusse colocavam, so ferent forms, nagelet anos de crecentesngnietsg, Onde ext entio a enim ockdentsl €.0 que hi dante deh? Para responder, ele empreende wm longo Alessio que via etabelecer na morfeogi da histéra univer co Jocando a nu sus “esterura orginica", que 6 mesma semper em tod pare. Poi, come rude 0 gu 6 v0, a cles, que dever ser vistas como ménadas, crescem,florescen:ededinam. Aes ikimna Be, ineviivel, Spengler chum “cvlzago". Independents wns os outns, as cults sempre pecorren ese cielo. Aes poata, neces, diz ee, sncoduzi we insmumento de compara, + saber, a analog, que & “0 melo de compreender as fms vvas" ‘Aparirde entio, ombinando visio onginica ¢ atalogis, Spen- der poe eabelecer aropossinronisnos entre cultura diferentes ec recomhecer, asin, "épocs polities comtemporiness” was dis fous, Assi va do period 181-2000 da cura aiden eda pasageat do petiodo helenitico 20 pesodo romano. Alexandee © [Napoedo repesentam 2s gues inicidors, Fist, para Spenge “simulaneidade” dos dois periods. em fangio do que para ele €a “ga do tempo" una similaneidade nie esitamente cronalé= ica, mas morflége. A evoluo do Ocidente tem, portant, se ‘®SPENGLER, 1946 9.15 > SPENGLER, 1948, p16. conespondente perito ra Antigua Ainds que se considerindo atenco a0 "devin", invocando a morfaloga,cujo eanceta ele en- presa de Goethe, Spengler & conduside a uma destemporslingio tempo da hisira moderns, ou & a verdad, ging por wm rejeigio a0 regime moderno de hitovicidad, sj, de ani deapreendero temo como aber a ito leva pel ogres (© que sugere ess psnoiea analog, ao mesmo tempo a mais iediata ea mais importante, entre 2 Antigudade © 9 momento preweate? Bla permite responder questo, cereamente aque seco Tncavam prortariamenteosletores que, no verso de 1918, preipi- tari: sobre exe grow lvra pouca digesta: "Onde estamos? Eo {que nos espe2”- Ao que Spengler eespone enencnmente “Ni bi 6 que rene, o momento aul i acontecee viris vezesn0 pada” calipic,Pois 0 "eno “culavads Sendo a ivi ral a fise de decadéncia de wna cultura, so imp lmites20 que se pode concebere erapreendc:“N6stemos que conta com fits dros e severos de um vida eda" Fehega 3 sen concasio: "Ea considero mina doutsina conto wma graga paras erage itor, pois ea hes moses o que & ponsvel, e portant neceatrio,¢ que no petence Ss ponies do trap”. El & a filewoiaveridica As Ec, Bsa hisra-destino ext bem longed itis vse polo ‘conceito mademo de hstra, mas ela ve pretende autoridade, aula nas solu, pois do tm osu gar pedeternad na bigraia dese grinde organiano que &4 hstra universal. O posivel& pois, ‘também neces; melhor coneet-o em vale consent, Ea ralidade, podemos, se realmente 0 qusermos, nomei-It do nome fequivoco, dir ele de iberdade. Neniuma surpresa, perano, to final de seus dois espesios volumes, Spengler mio tena nada de melhor a propor do que ama forma (eluidida de out manera, nas no fenovais) da antiga posgio este, citando Seneca: “O- destino nud pela mo quer Ihe obedce, leva orga quem Ihe reste” (dc sete fa, wont ta) 2 SPENOLIR, 14,938 S*SPHNGLUN, 1489.82, Fazer a histério, fazer histério, escrever a histéria Quando Chatcanbriand, reapitulindo © que foram sis di- ferentes carrirs, not: "Eu fr histdiae eu a podia escrever cle ser dizer: en derempenhei um pape! politic, “ew ane tatados © protocolos”, eu izahistria estou, portanto, na posi deer 8-la, Hoje, express “Eu igo bistéa” quer dizer banalmente "Bu me tomes bistorador”: eu apr hiGria em meus esudos, cconcussse diplomas me confeiram uma eens, emia pro fissio éfizerhistéria sobre al ou ta periodo ou de tl ou ta ip, Ente o siti deontem eo de bee, houve todo 0 movimento de insimeionalizacioe prfissonalizagao cs iscipins, no qual is- téeia desempenhou um papel de destague. Mas atualente,aguele qe festa nao om a mininspretensio de fazer a historia AO contsvi, ele enuncian lige is prvishes, ele no acomselha, rio ul, ele busca, como disse crepe, simplesmente conhecer ce compreender. Ao servigo da hieéria,entendida coeo cidncia do pasa, ele nfo pretene ser, sustentou Fustel de Couboges, mas dda que um “escatadr de textos” Que este idea, insustentive, rio tenha de fo se sustentado no & 0 que import ag ‘© que indica esa nova defnigh do fer histria em rags 0 cer? Cremosainda que se pode fzt-a? Por quem ¢ coma? Nio sorpreende que 36 respostassjam diferentes. Alguns histeriadores se dedicram + mostrar que sm, outror que, ot bem poUco. Sem soxpress, reencontr-ae a grande divisio entre os deferworet dos gris homens eos patitos des mowimentoscoleivase das fossa profits e, entre 01 dois, tod as posgdesincrmeddirs ara simplifcar, existe de um lado a hina polibes, plan ‘aqucls que Paul Valery enticava e gue se pratcava na Academia; «, de outro, guels que nes anos 1930 procurva se impor, um hiséria econdmicae socal, aqucl que, a partir dos anos 1950, tomir-se4 com Fernand Braudel a intra de longa duragio, © reso rita longa drag «sobre a qual os hotens sivera atioalpouco controle, Esa histria“pesada que vai dt economia = HARTOG, 24, 152456, is civilians, pasando peas nwituiges e arquitetns soci, nfo deve intervie, precisa Braudel, somente como um "pane de fundo”, tane do qual evalucm “individuos excepcionas em tomo das |quais@htorador se demora com complacinca.” De oo modo, esas vids sobre o criterexequfel da hist- ‘ano inplicam em nenhum questionamento ca crengano poder ¢ 1m presenga da bist. Talvez cla tenba até conheido neses anos, enue 1980. 1975, uma nova idade de ours? Como se, quanto nai tresceste a divids sabre nosis aptidaes en ize a historia como stores (endo em conta 0 nieio século precedente), is © Giver hidra ganhava em capacidade de explicgo em let, na universidade asim como entre o grande ptblico, Menos historia «ra imeditarenteinteligivel, miso aconterimentonio pasava de uma superficie, e mais erapreiso, de fo rbsear profandamente 2 bous expliagies. Por sua mediugso especialista, 0 historador ‘etavad aku de tomar vines at boat rads para coo hisria ‘ou aa hist, fizendo espellara aleridade do pasado. Era uma Iinsria que ceramente mig era mons mesa ca wa, rem meso a mestra do mundo modemo, mas que, a exemplo da vi ¢ 0 cvidente quanto ela, er © movimento profundo dis sociedades¢ 0 seu meio natural. Ao histeriador,homem des arquives das sis, ‘abi aprecindé-a em suas estruaras tas complexidids, em seus vagaresesobresltos, es suas raps © persst2ncia, ent vista de compreender as inungdes, De fro, o miomento da etrutarabsna| ‘orreponiden 30 andes anos do fizer hist, com ses mits mal-emendidon, ‘Agus, portculaemcite, acentunnde 0 verbo “ize, paderam filo ere cu firererer quo historider, endo hiSca, xin Asitéria, no sentido de que ele a Sbricaes, Nio mais, portant, como outrom, no sentido do grande homent que fhe a histia, fu mesmo do bistoridgrafo colocand-se no lugar de principe, mas em um senido de “zee” so metmo tempo nove ¢ muito ansgo: 6 de fora, ibsica, cra. Se esrever& fixer, crerevendo ‘ohistoriador também fiz. Convinha entio tomar s meds do qe RAUDEL, 1948» 28 csceever histria queria dizer, «fi 20 que se dedicow Michel de CCertea “Fazer” pide, asim, reencontear © sentido do verbo rego poi (fazer no sentido de Fopar). Quando, a su Posi, Ariséeles oponha 0 poe rigico que “ries” wm pat, wma namatva, 20 historador que deve se contrat emt dizer 6 que se pasou, ee fra da go de “ize um dscriminance entre os dois” [Um "fix outro “dia”. Mas desde o instante em que guestionamos sa divsfo demasiado simples, em que ns iterrogamos sobre 0 que se espera do “diver o que se pass", do ata de colac-lo em pabvrs ede The dhru forma, abre-se a pousbildade de owes potas da hist [Existiram vin, até quel, pos-modema, da qual oistoriador norce-americano Hayden White se tomo o epénim logo depois ‘4a publicagio, em 1973, dese iro, renomado edteutdo, Mets- Iistria Mas,conferindo um sentido forte an fiver como pein, perserutando sempee mais ahiséra coma ert, corse 0 rico de queimar ou de suprimir 3 fronteia entre narmtva de fig © natativa sobre o real Poi sobre o cel ou o referent, no ine istente, mas inatngvel, nio se poia Finalmente pronunciars, ‘Colocava-se ento entre pardneses 4 rong habitval em hier Contra histénia positivist, + histéria eténca, © ambém bem bburgocsa, ors precio empreender vin tabalho privio de desmii- cag, Nio para demo a hiséra, para cootetar que el pdesse twazero minim conhecimento, mas par fizé-sposar pars a lado cen, 0 da literatura da ate:* Para Rohind Baithes, *soments” # estraturaiimo, porque ele estaa “conscient, num alto grat, da ‘atures Iingisca dis obrs humans, pods recoloee o problema to extrto linguisticn di cia Esa poscio epstroligica Podia muito bem ir de par com una fe em ina histria futurs, DB GERTEAU, 1975 Pha gece ses tae er same dev emi qu isi ase mat uc wn oe Vers, Cain 2p 10611 WHITE Urs Sv BARTBIES (19671984 p20 sbrindo um horzonte revolucioniso, © trabalho de desitifiear os esritos bugueses pod até ser visto com uma contnibuicio cose advent, ‘Resta uma dlkima questo, a do senido da hitria. Caer eon Duscris implica ema cre que claret sentido? Evidentemente, ro, A perda de sentido a vona mais obacuta, mai amcagadors, mas nio menos proente, Na Euzopa, o senido da hiaéria no resis aos clesaiose 20s crimes do século XX ~ que se entend por sentido, sgoiicado, ealzaio, ov simplemente diesio ~ ‘com ee, deterioru-4e nogio de hist universal que o primo século XIX hava elevado a eo alto gins, Sento da historia, mas {ambi sentido do homem ou da eultura. Basa comar Heidegger Freud ow Valery. Da guevza de 1914, com seus ailides de motos, suas imensse itermingves bata, use rina « convalses ane se sequieam, surgiram su duivel e miuliforme questionamento, mas também reafimagdes bruti, sears de i ¢ imensamente morte. As consequdneias da Segunda Cierra Mundial mais esatamente 0 que se seis (com todo. tabla de meidra gue s pds em movimento}, learam ao liste a interroay es sabe & ‘Soni d bitin ua aunts fundamental de sentido ou a peda de todo o sentido Quanto 3 “lwo” cornu, sobre a ‘qual Frangois Furet inerrogou-se apatxonadamence, els termins ‘com a queda ca Unido Sovidca (URSS). "Eh era, por exceléncis, © nvestimento psicolieo toil ma sti, par realizar a salvagso dda humanidade ea slvagio do homem" = Se. histvia jamais eve ou no tem mat sentido, podese ita ou cre qu se fa? Sim, desde que we admita que ens urna iditncia entre © que seacteditafzer © o ques fiz efetivament, aque 0 resultado poss até sr 0 contra disuele que se espera ee, Eni, o desparecimento di Provincia, a sci da tari. de Juma figura ou outa do destino nfo mode idsamene 8 cos, “Hi, dia. apds dia, decisies a tomar as a empreender, projets * KOSHLLECK, 197% p 31934 FURIE, 201.2 Sobe ocr ee cf (182, 514. loaves ou menos Iouedveis a condusi, cur efeies temor i= VALERY, 1909.90 > YALBRY, 1960, 0.35 LLembeo-me, aqui, dss fase de Miche de Ceteau,radindo svexperitnca dor rsticos do sdcule XVI, que ele eeu: “Una texdiSo ve af else cal em psad”™ Eis una utes mania de ula questi en tomo da ual gavin ee iro, A histria et sa qual oséelo XIX acreditow, ex que se tek coma 6 poder reitore a reserva de sentido ou denlo-sentido, et se afstando de ‘nice se eabindo crue pasado, em na nos wlapatads, cad, E provivel que oimpeioso conceit, tl como Koselloco dice, venta penile bstanede smaur. Asacrbda, far, ahs omo aga, e mesmo como singulit celtiva, so-he tos eaacene teas consis, cua evinca fa correc on desiegada. Com 0 firs do séenlo XX, a istdsia parece ter pasa de toa poderos, ‘a impoceote, Por ceo, seus alates si requentados, mas seus sevi- dons, muitos polo waunido, co s vere a imprest de ter pido a f, de reszaros esos epronuncar as pals, de fire se tall HARLTOG, 2035p 297-271, pado © presente (ainda que, para em sega, apidamente es ‘quecé-)? Poi a histSia no devia ser mas do gue a eiéncia do poss: una cfncia pusa, como exigia Fustel de Coulanges, © su setvidor, nio mais do que um olko decitando os documentos tig siléncio dos arguivos. Con) Fernand Bracde ainds, em mea dos do século XX, o hitorisdar da longa duragio se via dorado [ainda gue implictamente) de wma visio de cima. Na Europa, ‘um dos primeios sina ou sntomas, Togo percebido e asinlado por agus historiadores, de que o mando sorgido do pés-guem se fends fi, no final das anos 1970, a emenséncia da memézia 0 fenémend or a0 mesmo tempo uma expresso € uma repost 4 esa atcensio do presente. Com a nocio de “meméria coleti> {1 inicilmente claborada pelo socidiogo Maurice Halbwachs| teak dus gueras,ohstonidor dispora de urn entrada privile nda one, pelo conteato socal da emis, meméria esociedade se encontravam otrigadas. Tinh geri ato ponies ora acpi polos htoilo- tes ao longo dos éculor XIX e XX.Na Fraga, lee penou profes (Gom Jules Michelet em seine do Povo, a cxemplo do “dente” ‘de Hugo); nis meesmente ele e quis "pondie" e “preceptor” (com Gabriel Monod Emest Lavist: © hstorador &aquele que consti “ome” enze a anda ea nova Franga, que conta a fen famagio da nage e incuea a Replica) Ele revindicou guaanente a exguecimeno” prévio do presets, para se dedicat purament 0 conhecimento do pasado: Fustel de Coulanges fi © que levou tal longe est nova posts. He insti, enfin, na neces de ‘mance jana as ds pont da cade: o pasado eo presente (Com fos Fnaores dos Ana. Para Mare Bloch, a ii, “nc dos omens no eemipo, tun “incenamtemente + neces de unr 0 ‘suo dos mortos 20 dos vives, de se movimentar do panado 20 presente e do presente emt deg 20 pasado, comtanne movie mente devi even. je, o hisoriador deve ve aur someate ao cnculo do pre- seni, dese presente vaso, novo ternnio da meméda, Em 1867, tin “Relitiio sere of estado hiricos na Fraga" concluiase ‘om esas ores constataes: "hs nfo asc para ua EPO senito quando ela morreu pa completo. © dorninio da histia Portanto,o pasado, O presente tocad polities, e« feeuro pert 4 Deus" © autor nto deiava, no entanto, dese apresenta 20 Innis, destioatrio do reliirio, come tim “esr exata”, fque se ecreve haje a um minis? Para ser admiido x0 espago pblico, econhecido na sociedad evil, no deve ohisoriador se "presntfca”, sem, por 0, se “polisiar” ou se dedicar 2 uma hina name? Excrivdo precio dis coisssucedidas chami-se hije “especaista’: deve ele se apresentar como especiista eon neméria easumit esa “responsbiidade”? Maio clramente, es pong de maar do prise seen conta agocs ocupads por vitoshstoriadares do contemporineo ou {do muito contemporince, ele que asuniram os pimeionpapéis ‘0 espago pico e na profisio, e que o fizerm penosa hone atnene, Funda em 1984, a revista Vinge Sie [Solo Vine pretend “ocuparse da idenidade do presente’. Ao mesmo tempo, Pierre Nom diagnenticava que "o presente inh we trnao a categors 1h nos compreensio de nis mesmos”. Ao hitorador. “compete liar o presente ao pein”, le que se esloca “ene 3 demand gt © a resposa eared, ene a presso pblica a soli pa tiéacia do Lbortério, enue 0 que ee sente¢ 0 que ee sabe", Nos Lagarde mem (Lit de én), 0 proceimento doquee que os tonceben era bem ese: parti do preseote para nee volar, depovs de ter couvocsto e eabalhade a memén, fizendo-s pasa plo civo| do lugar de memésia. De modo que o letor no enconas, 20 fia, rem a epopeia rerenpetiva da Nago eoncetzaa, nem x match os sigs da Hitéra, Agu, 0 modo de ser do pasado devia sx, ‘om efbio, ode we argent no presente, mas ob 0 conta do hhtoriador. ‘Tal en o postu desaampla pesquisa, cuo primo volume apiece en 1984 ¢ osm, em 1992. aera sistent "RAPPORT td tsg, 85 386 NORA, 198990, Sitene elsambigio de renovarahinéris, de slang, em hipéres alan Ae the fzee ohto* ‘Ao ldo desta experigneis india de histéris vo presente, a Ihistbrix contcanpotines gunhow 2 parts, ealeez meno par léon do que ela eperava,Argumentando ostots snd para defender st leprae fee aos outros "pesos". meito eapidamenceatenta 20 "tomo do aconteciment, lila hoje ent nome da hist Pace ogrande plies para at mia, ol se torsos abst, toda a hisirn, endo por poco, © paade como exorsmo e rcepti= ‘alo de slterdade dos os 1970 cbrevivew, Mas ese inconestvel ‘mceso no eve um prego? A histra contemporaine, na Franca © ‘emouroshigis, pode excsparaoscalenrios das comemonies€ agendas da eomnicago polities? Sextet, em todo caso, pela ‘na do present, cla nfo come o risen de ser engoida? O qe seri, tli, do hisoradores de outros periodos? Peder dediar-se sus ‘cupagdes, otters pelo saber acumalado em sus espcilids- tes, como se todos exes movimento, embora importantes para a pine pies, no les concernisetn seo apenas remetament? pecialnente porgue existe sins contacitries A histria deve ainda ser etsinads no timo ano do ensino wecundso cien- tfico? Nio, deciira-se sob o azgumento de um pesado cucu, Mis © novo minitro, Vineent Peilon, acaba de optar pelo sea restabelecimento. Na univenidade, 0 curso de Hiwria tai menos ‘studantes, olga que he dedicam joes revista fi send redh~ bio e, em spre, a vena mda de lsros de histia cai. Eu ‘no € preciso inaugurar uma Casa de hisria a Fran? ExceyOes pate, 0 historiador voltouaser uma figuasecundiria da paisagem -niitca, Mas, a0 mesino tempo, fili-se comumente de apetite dd histra,e mesmo da pain francesa pela hina, Case enti 4 audiineia de um program dio, como A fin da stra (Lat "Paige de Pion) (que tera por mote “o pasado aqui e agora” & pretend “explorara tensa relagdes entre Hist eae Meme), 0 (A mana da ita (Le Mare de hiss), a natve engeeade do erin, Capi p 12-108 Sunda dl hrs (Lunde de isons serecenta-seo premio do Senso do sro de hie, o sacs de certo romances hiro tai conio x de Frangite Chandernagor,# a quae venevelrevies L'a (1973), 3 mlides que, hi 18 aoe, se aplomeram ct Blois, nos tinny la Mistne (Rende-sons de Pinon). cada ‘our, de Bo, pouca depois das "Jomadas do Pacindnio", um inp pisica exon, mers, cemposto em parte por profes sores de His, este Se canferéncn, mips messeredondae 46 detén dante dow oieogonexandes doe etre. A “Tes” incontesaelnente pegou. El até fez esol, pois foram Jats hiponico empo, em Fontainebleau, a Jord da Pistia da Ate, ‘Mais especial, existe mls o Festival tnremacinal da Fil de Hiséris, que acontece too ana em Pevae. Bx que io todas smaniesayées, ceramente nfo as Gnics, que atestam no minim una spresenca familie da hist. E Sbsio gue em todos esses eventos no teins nenhoina orton: hi sis de um aporento ma cis de Clio fou cle Mnemosine! Sem far dos porbes sitios e outos alps, até de um expago expansive, com divs maveis. Tod exs produgdesdiveram por ris de set percorer ou dexdabrar a i= rentessentidos da palavea hina, de dara le, vere 2 omit todas a foonas de bistria: elas eso ns adigo ¢ na muipliagio. Uma eclética Gi € sua rzio soca, pois ea postalado comum € uma teas cena na historia ew mesmo gost pore spimads pelo muna conch 0 Le Mand sb de 2072) ao pcs Aes" iis um areca qe eget ecg dee 0 Dictate Mn Anne ee a Ge wo Der Reh, En ge 22k ig no eit ea LF se, “de vios, gm ome on E emo pt ue Penson ‘Se devonoa ve gue pee O foal nu | ‘plo expen nme fe er un Apis cap ‘dsr oredr de apd RG de 12 © itd pen, diet ewe eam rane Casi, ei ei Se 2012 to deseo de compart e pla pteocupag de transi. Ao que 3° sons ae demands raids poo “ever de mem" Mas sor que a reconrénca desses eventos hitariadores, 0 to dle que 3 hitéria tela se tornado, em sama, uma pies cultural 3 pare, como outa © a0 Iado de outrm, & sufciente para concur ‘ue, uo Bol dis cont, a hirano ex to mal ain? No te no certeza. Sendo se tats de ignore menos sind, de denegrir ma etinae que seu ‘sea atv « ee produgbes, pode-se ua significado nfo € unica © perceber a também uma fengio de ressegur Sinn dieronnns, a histis ainda ext af ela ns ins, anos dita, ela € nowa mena caletiva, note pattinSnio, ela coutnbui eonbém paca nos rsponsbiizar, és hoje, como ckda= dios”, Nese meno nepstro do vessogur, quer dizer, da expreno ‘ow da conjurago de uma cee inguin, podria fgurar dais liso primizo, aque coleivo, piicade sb a ttlo de Para que sore tie hj? (A gut st Vhs anor hu?). Pe compl {as contrihigges de uns dD listoriadores © hitoiadors,reonidat Por Emmansel Laorentin.® © outro, escrito por Vincent Duele ‘Como bistoriador que, na links diefcade, pretends agir no im- ito da vids pales, ele se incerzoga sobre “o furuto da histria”, ‘cnajando os hietoriadoret ae peocapirem em "pensar gue so, para onde vo". Para 80, mais vale comegar por estabelecer ut tiggndsicn sobre ese contemporineo ou esse presente: do que ele ‘ito; em tomo de quis palaeras on de quaistemas el se stil? Do contemporéneo ao presente ‘Qoal é0 papel do itoriador sende o de wazer um pouco mus ddentcligibildade sobre a mano.e um aunento de eile os seus rund oa Reon ow pang ue Sounds Gus Modal por ‘pl, er edo 02, ps 78185, ES ere eure tifncis humana soca, mas manera: conto hisoriaor, Dat fsa premisaa de uma apoensio io covets e fina quant posivel iss condigdes do exereico do ofeio, Dene eas, detenhamo-ne, ances demi, sabre o tempo, Pie se a rlagio com 0 tempo & ua todos ¢ para cadh una dimensio fundamental da expedincia do mundo e de el © duplamence par o historadar. © vempo &, primir, aguee no qual se vive ¢ taba, ns € eben 0 seu” pera, o empo sobre o qual ele crabalha, Tamim Frangois Bédard o hava nomeado “regedor co tempo" ® Que relagdes se tsabelecem entre ses dois tempos? Com esa questo subsidina pura @ hisoriador do contemporineor 0 que avontece quando & disincia entre o empo wide eo tempo extdadose rode a quite ada; quando o “seu” tempo o & duplmente? Come produzir 0 reouo € 0 dedocamento necesicos para obter © equialente do ola dieane que o endlogoctiava desiocando-se no expe? Poi lua ver abardomads 38 isérias segura do evalucioniam, &| ‘loge pais, dl, queation as evidéncins dag ao mesmo nivel Para ohistoviador, a comparagio & uma resposta possve, mas ela implica que ele aceite sir de “seu” tempo ede se “ge” "Avontece mits vez que, soba slancia de fortes eres teadgbe, ma gergio inte rave, sm dele panicipar 0 tempo | de ma revolugio intleceal™: ext outro lembrete, enunciad por Fernand Braudel, @ ua advenéncia Gt, Poi extern a inca ds cplinas a rotinas ds ecole dos guewionamento,o peo das Inituges, com sa ger, ms aruba sa reltva entire Unnabios maneira para o hstoridar de se fizer contemporinea do ‘contemporinco & camecar por guetionar a evidéncia masiva de ‘eu caemporineo: 0 que € tado o contra de penler 0 lego correndo ati ds aeualidade ot ceder 3 moda, Como nota Marcel Gauchet, que fala por experiencia, “é preciso querer ser de seu tempo para élo,e€ precio tabulhar pata aleangiclo™ Ser do sea "© BEDARIDA, 205, p05, SBIRAUDEL, 1999.82 GAUCHET, 208 p.

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