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PROTOCOLO DHCP

O Protocolo DHCP permite que um determinado host obtenha de modo


automático as configurações de endereços IP. Além de obter um endereço IP, o
DHCP permite que o host também receba informações de Mascará de Rede,
Gateway e DNS local.

Devido aos aspectos de automatizar uma rede, o DHCP é denominado um


protocolo 'plug and play', essa funcionalidade o torna muito atraente para
diversos fins de utilização, seja residencial, pequenas e grandes empresas.

O DHCP é um protocolo cliente-servidor; em geral, o cliente é um hospedeiro


recém-chegado e quer obter informações para se conectar em uma
determinada rede, o servidor DHCP, proverá as configurações para que esse
hospedeiro possa se conectar à rede.

Para um hospedeiro, o DHCP é um processo de 4 etapas, sendo elas:

▪ Descoberta (DIS);
▪ Oferta (OFF);
▪ Requisição (REQ);
▪ Fechamento (ACK).

Na figura abaixo, temos os detalhes realizados entre o cliente e servidor para


alocação de um novo host em uma determinada rede.
Descoberta (DIS): o primeiro processo de um novo host, é encontrar um
servidor DHCP para interagir. O host envia um pacote UDP tendo como porta
destino a 67, através de um datagrama IP. Nessa situação, o host não sabe
informações do serviço DHCP, tão pouco o endereço do servidor IP do DHCP;
deste modo, o host cria um datagrama IP contendo sua mensagem de
descoberta, tendo como destino o endereço (IPv4) de destino de difusão
255.255.255.255 (broadcast), campo de endereço MAC de destino setado em
FF:FF:FF:FF:FF:FF, e o campo cliente setado com o endereço 0.0.0.0. O cliente
DHCP transmite, por difusão, esse pacote à camada de enlace, que então
transmite esse pacote para todos os nós conectados à sub-rede.

Oferta (OFF): assim que o servidor DHCP recebe a solicitação em broadcast, ele
responde com uma oferta de configurações de endereçamento, transmitindo
por difusão a todos os nós presentes na sub-rede, utilizando o endereço
255.255.255.255. Junto com a oferta, o pacote é respondido com o mesmo
número de ID utilizado pelo cliente, com informações prévias de Endereço IP,
DNS, Máscara de Rede e demais serviços entregues pelo DHCP local.

Solicitação (REQ): o Cliente que recebeu a responta do DHCP, fará uma


devolutiva da oferta, aceitando as informações passadas pelo servidor DHCP,
mantendo o mesmo ID inicial da descoberta.
Fechamento (ACK): O Servidor DHCP responde a mensagem de requisição com
um pacote DHCP ACK, confirmando os parâmetros recebidos.

Após esse processo, o cliente está pronto para utilizar os recursos de rede pelo
tempo de concessão disponibilizado pelo servidor DHCP.

O DHCP pode trabalhar de 3 formas, sendo elas:

▪ Automática: uma quantidade de IPs será liberada para ser alocada a


dispositivos, como exemplo, a rede 192.168.1.1/24, poderá ter até 254 host.
Assim quando uma nova solicitação cegar ao DHCP, um endereço IP em desuso
será liberado permanente ao novo host.
▪ Dinâmica: similar ao automático, exceto pelo fato de que um dispositivo terá
um tempo determinado para ficar alocado à rede, como exemplo, um tempo
de lease de 3h, ou até o mesmo se desconectar da rede.
▪ Manual: partindo do princípio que cada dispositivo tem um endereço MAC
único, é atribuído um endereço IP manual que associa ao endereço MAC, com
isso o dispositivo poderá usufruir da conexão obtida; para isso o administrador
de rede deverá informar qual IP será usado para o dispositivo em questão.

A alocação dinâmica de endereços é a única das três formas que permite o


reuso de endereços IPs já usados anteriormente com outros hosts.

CONFIGURAÇÃO - SERVIDOR DHCP


Quanto ao alinhamento das terminologias padrões do protocolo DHCP, temos:

▪ DHCP Cliente: se trata de um host que obtém configurações atribuídas por


meio de um servidor DHCP, de modo a obter acesso a uma determinada rede.
▪ DHCP Server: um host que executa o lado servidor da aplicação de DHCP,
provendo as devidas configurações a serem alocadas aos clientes DHCPs.
▪ BOOTP Relay Agent: é um host ou roteador, que passa mensagens entre o
clientes e servidores DHCPs.

Para esse artigo, foi utilizado, como base, a distribuição GNU/Linux Red Hat,
porém, visando que é sempre interessante ter como servidor de serviços
distribuições voltadas para o tal fim, como exemplo temos as distribuições
Debian, CentOS, Red Hat, etc.

Por ser uma aplicação, as configurações aqui apresentadas, podem ser iguais
em outras distribuições, fique atento aos passos e caminhos, confira antes se
existe os arquivos citados e nas pastas citadas, caso contrário, é recomendado
utilizar a distribuição Red Hat em sua última versão estável disponível para
download.

CONFIGURANDO O LADO SERVIDOR DO DHCP


Primeiramente, devemos realizar a instalação do pacote responsável pela pelo
lado servidor do DHCP. Namos utilizar o pacote padrão. O símbolo "#", informa
que o comando deve ser digitado estando logado com usuário root:

# apt-get install isc-dhcp-server

É importante, uma forma de mantermos sempre o arquivo original pronto para


uso, caso seja necessário, vamos realizar um backup, seguindo o comando
abaixo:

# mv /etc/dhcp/dhcpd.conf /etc/dhcp/dhcpd.conf.bkp

Após realizarmos o backup, vamos configurar o arquivo do lado da aplicação


DHCP:

# nano /etc/dhcpd.conf

O lado servidor também faz uso do arquivo abaixo, para armazenar um banco
de dados com as informações de IP, tempo de lease, DNS e outras informações
que foram repassadas para os clientes DHCP, com o comando "cat", podemos
visualizar o conteúdo do mesmo.

# cat /var/lib/dhcp/dhcpd.leases
Iniciando as configurações do lado servidor da aplicação, vamos editar o
seguinte arquivo:

# nano /etc/dhcp/dhcpd.conf

Vamos inserir as linhas abaixo, realizando uma configuração básica da aplicação.

ddns-update-style none;
deny unknown-clients;

log-facility local7;
subnet 192.168.1.0 netmask 255.255.255.0
{
range 192.168.1.2 192.168.1.254;
server-identifier servidorDHCP;
authoritative;
option subnet-mask 255.255.255.0;
option domain-name "localhost.com.br";
option domain-name-servers 8.8.8.8,8.8.4.4;
option routers 192.168.1.1;
default-lease-time 600;
max-lease-time 7200;
}

Uma vez que o arquivo esteja criado e salvo, basta realizar o reload da
configuração do servidor DHCP:

# service isc-dhcp-server restart

Uma vez que o arquivo esteja criado e salvo, basta realizar o reload da
configuração do servidor DHCP:

# service isc-dhcp-server restart

Algumas diretrizes do arquivo de configuração aplicado, vide:

ddns-update-style: a forma que o servidor DHCP, irá realizar o armazenamento


das informações de rede dos clientes; o lado servidor utiliza de dois modos para
realizar esse armazenamento, sendo:

▪ Improvisado (ad-hoc); e
▪ Interação de Intervalo (interim).

O modo improvisado, está em desuso, sendo não mais recomendado pela IETF.

▪ deny unknown-clients: nega o acesso a endereços MACs;


▪ log-facility local7: cria uma entrada no /etc/rsyslog.conf, para os logs do
servidor;
▪ subnet 192.168.1.0 netmask 255.255.255.0: para qual rede o DHCP irá
responder quando for solicitado;
▪ range 192.168.1.2 192.168.1.254: faixa de IPs que será disponibilizado aos
clientes;
▪ server-identifier: nome que servirá de identificação do servidor;
▪ authoritative: indica que o servidor DHCP será autoritário em todo o
seguimento da rede;
▪ option subnet-mask 255.255.255.0: essa opção define a máscara de subrede a
ser fornecida aos clientes;
▪ option domain-name localhost.com.br: o nome de domínio do cliente;
▪ option domain-name-servers 8.8.8.8,8.8.4.4: essa opção lista os servidores de
nomes (DNS) a serem utilizados para resolução de nomes;
▪ option routers 192.168.1.1: além das informações padrões do DHCP, o cliente
também receberá o valor do gateway de rede;
▪ default-lease-time: tempo de concessão que o cliente DHCP poderá usar o
endereço atribuído, após esse tempo ele realizará nova solicitação,
provavelmente receberá o mesmo endereço.
▪ max-lease-time: tempo máximo que um cliente poderá ficar com uma lease,
após o tempo, poderá renovar.

CONFIGURANDO OS LOGS
Em distribuições de base Debian, o arquivo de configuração fica na pasta:

# nano /etc/rsyslog.conf

A seguinte entrada deve ser inserida no final do arquivo:

local7.* /var/log/dhcpd.log

Criar o arquivo dos logs:

# touch /var/log/dhcpd.log

Reiniciar o serviço de logs:

# service rsyslog restart

CONFIGURANDO O LADO CLIENTE


Para realizarmos o lado cliente do serviço de DHCP, devemos inicialmente setar
todas as configurações em modo automático, com isso nenhum parâmetro é
necessário ser realizado no lado cliente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

▪ Redes de Computadores e a Internet, Uma Abordagem Top-Down - 5º edição -


Kurose e Ross.
▪ Configurando um Servidor DHCP

Elaborado por

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