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Configuração e Manipulação de Redes e Protocolos DHCP,

OSPF e BGP

Lara Carolina L. e Oliveira, Eduardo Freitas Gonçalves, Marília Leal Cunha


Faculdade de Computação
Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, Minas Gerais
laracarolina@hotmail.com, eduardofreitascomp@gmail.com,
marilialeal16@hotmail.com

Resumo 2. Considerações Iniciais


O trabalho desenvolvido tem como objetivo o estudo A seguir serão explorados os principais conceitos
e análise de ferramentas e/ou equipamentos de relacionados aos protocolos de rede abordados neste
software na área de redes de computadores através da trabalho para que, posteriormente, seja feita a
configuração de redes e alguns de seus protocolos. Os apresentação das simulações realizadas e dos
protocolos de rede a serem abordados são: BGP, OSPF resultados obtidos.
E DHCP, os quais serão configurados e manipulados
através do simulador GNS3. 2.1 DHCP – Dynamic Host Configuration Protocol

O DHCP (Protocolo de Configuração Dinâmica de


1. Introdução Hospedeiros) é um protocolo de serviço do
modelo TCP/IP surgido em outubro de 1993.
Durante as últimas décadas, pode-se observar Segundo [1], em uma rede de Arquitetura TCP/IP,
claramente um significativo crescimento das redes. todo computador deve possuir um endereço IP
Como consequência, houve o surgimento de protocolos distinto. Tal endereço, embora possa ser
a fim de manipulá-las, cada um com uma finalidade configurado no hospedeiro (por hospedeiro,
específica. entende-se qualquer equipamento ligado à
Entre os protocolos desenvolvidos pode-se citar como Internet) de forma manual por um administrador
exemplo o OSPF, BGP, Ipv4, Ipv6 EDHCP. Estes de rede, pode ser obtido automaticamente
protocolos são capazez de oferecer diferentes serviços através do DHCP. Em outras palavras, este
às redes, os quais serão discutidos neste artigo protocolo trouxe a automatização do
apresentando suas características e funcionamento. fornecimento de endereços IP em uma rede.
Além disso, serão realizadas simulações com tais O DHCP é um protocolo que segue o modelo
protocolos através do software GNS3, a fim de verificar cliente-servidor, onde o servidor (Servidor DHCP)
a eficácia dos seus serviços. é habilitado por um administrador de rede para
Este artigo está dividido em 5 seções. A seção 2 providenciar endereços IP para o hospedeiro
introduz os conceitos relacionados ao funcionamento (Cliente DHCP).
de cada um dos protocolos citados. A seção 3 apresenta Segundo [2], o processo de fornecimento de
a metodologia utilizado no estudo, abordando as endereços do DHCP pode ser resumido em 4
características do cenário de rede escolhido para as simples etapas:
simulações e as configurações adotadas para a ativação
dos protocolos. A seção 4 analisa os resultados obtidos ● Descoberta do Servidor DHCP: o hospedeiro
nas simulações, e, por fim, a seção 5 apresenta as deve buscar um servidor DHCP para se
conclusões obtidas com o estudo. comunicar. Para isso, ele transmite uma
mensagem Descoberta DHCP por difusão, ou
seja, sem um endereço IP de destino específico.
Neste artigo, serão abordados dois protocolos de
● Oferta do Servidor DHCP: assim que um roteamento: OSPF (roteamento interno) e BGP
servidor DHCP recebe uma mensagem (roteamento externo), os quais serão
Descoberta DHCP ele deve oferecer seu serviço brevemente introduzidos nas subseções a seguir.
ao hospedeiro. Para isso, o servidor transmite
uma mensagem Oferta DHCP, também por
difusão. 2.2.1 OSPF (Open Short Path First)

● Solicitação DHCP: o hospedeiro pode receber O OSPF (Open Short Path First) é um protocolo
várias mensagens Oferta DHCP. Assim, ele voltado para o roteamento dentro de um mesmo
seleciona uma delas e responde à oferta sistema autônomo. O nome deve-se ao fato de
escolhida com uma mensagem Solitação DHCP, este protocolo utilizar o algortimo de Open Short
indicando que deseja receber os serviços Path First, também conhecido como algoritmo de
oferecidos pelo servidor. Dijkstra, para determinar os caminhos de menor
custo entre os roteadores de um AS. Assim como
● DHCP ACK: o servidor DHCP, após ter recebido o OSPF, o protocolo RIP também trata de
uma mensagem Solicitação DHCP, confirma a roteamento intra-AS, porém o OSPF é visto como
oferta de seus serviços ao hospedeiro enviando um sucessor do RIP por apresentar características
uma mensagem DHCP ACK. mais avançadas.
No OSPF, os roteadores trocam informações
Após a conclusão destas estapas, o servidor acerca dos estados dos enlaces ligados às suas
DHCP está pronto para disponibilizar não apenas portas, ou seja, o algoritmo usado para o
um endereço IP ao hospedeiro, mas também a funcionamento deste protocolo é o de estado de
máscara de sub-rede, o endereço do servidor enlace. Neste algoritmo, inicialmente os
DNS local e o endereço do roteador default roteadores trocam informações entre si a fim de
gateway (primeiro roteador). construir a sua base de dados referente aos
estados dos enlaces (o estado de uma enlace
2.2 Protocolos de Roteamento consiste em informações acerca do endereço IP
da interface a qual o enlace está ligado, máscara
Segundo [2], a função de um protocolo de de rede, roteadores conectados a essa rede,
roteamento é determinar o caminho tomado por dentre outras). Após construída essa base de
um datagrama entre a origem e o destino. Um dados, é possível determinar o melhor caminho
protocolo de rotemento é responsável por para cada destino na rede. Periodicamente, os
preencher as tabelas de roteamento dos roteadores trocam informações novamente para
roteadores, onde são registrados os caminhos de que os estados dos enlaces fiquem atualizados. É
menor custo associados a cada endereço de importante salientar que em protocolos de
destino. Cada protocolo adota uma estratégia estado de enlace, como o OSPF, roteadores
diferente para preencher essas tabelas. mantém informações sobre o sistema autônomo
Basicamente, tais protocolos podem ter dois inteiro, ou seja, cada roteador conhece o estado
tipos de roteamento: roteamento interno de enlace de cada roteador na rede.
(também conhecido como roteamento intra-AS) A fim de minimizar a complexidade da
e roteamento externo (também conhecido como implementação, em uma rede OSPF os
roteamento inter-AS). O termo AS se refere a um roteadores podem ser são divididos
sistema autônomo (autonomous system). hierarquicamente em áreas, como mostrado na
Segundo [3], sistemas autônomos, ou ASs são Figura 1.
grupos de redes que compartilham uma mesma
administração e a mesma política de
roteamento.

2
Figura 1: Divisão em áreas em rede OSPF.

Com essa divisão hierarquica consegue-se


poupar espaço na tabela de roteamento de cada
roteador, já que este apenas manterá Figura 2 – Roteamento IGP E BGP em uma rede.
informações acerca do estado de enlace dos
roteadores que pertencem à sua área. A área 0,
chamada de Backbone, é a área central da rede No BGP, enlaces que ligam roteadores de Ass
por meio da qual todas as áreas se comunicam. distintos e enlaces que ligam roteadores de um
mesmo AS apresentam conexões BGP TCP,
chamadas de sessões.
2.2.2 BGP (Border Gateway Protocol) Sessões entre roteadores de um mesmo AS são
denominadas sessões iBGP e sessões entre
O BGP (Border Gateway Protocol) também é um roteadores de Ass diferentes denominam-se
protocolo de roteamento, porém este trata do sessões eBGP.
roteamento entre sistemas autônomos Quando um roteador deseja atingir um destino,
diferentes. O BGP permite que um sistema ele anuncia um prefixo para uma sessão BGP. Um
autônomo obtenha informações para atingir prefixo pode representar uma sub-rede ou um
outras sub-redes e divulgue tais informações conjunto de sub-redes. Além do prefixo, também
para seus roteadores internos. Para isso, o BGP são anunciados atributos BGP. Pode-se citar o
assume que tais roteadores utilizam algum AS-PATH e o NEXT-HOP como dois dos principais
protocolo de roteamento interno (também atributos BGP. Através do AS-PATH é possível
conhecido como IGP – interior gateway verificar por quais Ass o anúncio passou. Já o
protocol), como o RIP ou OSPF. Dessa forma, NEXT-HOP contém o endereço da interface do
pode-se dizer que o BGP permite que dados roteador que realizou o anúncio. O prefixo
destinados a outro AS trafeguem entre os ASs até anunciado por um roteador em conjunto com os
atingir o AS de destino, e dentro dele siga até o atributos BGP forma uma rota.
destino final através de algum sistema de No BGP, a determinação das rotas é feita através
roteamento interno. A figura 2 ilustra o este do iBGP e do eBGP e, por isso, cada roteador
conceito. pode conhecer mais de um caminho para atingir
Para que seja feita a comunicação entre um prefixo. Dessa forma, é necessário executar
diferentes ASs, o BGP utiliza roteadores de algum algoritmo que selecione, dentre todas as
borda em cada AS. Um roteador de borda é rotas possíveis, aquela de menor custo. De forma
aquele se conecta diretamente com o roteador resumida, segundo [2], a seleção do melhor
de outro AS. Dessa forma, roteadores em um AS caminho é feita através dos seguintes passos, os
que desejam alcançar um destino em outro AS, quais são repetidos até que sobre apenas uma
primeiramente direcionam a informação ao rota:
roteador de borda. Este por sua vez usa o
protocolo BGP para a comunicação externa.
3
• Cada rota recebe um valor de preferência. São O iPv4 (Protocolo IP versão 4) é uma versão do
selecionadas as rotas que possuem os maiores protocolo IP proposta pela ARPANET em 1983.
valores de preferência. Nessa forma de endereçamento IP são definidos
• Dentre as rotas remanescentes, são endereços IP de 32 bits para os dispositivos de
selecionadas aquelas que possuem AS-PATH mais uma rede. Tais bits estão dispostos na forma de 4
curto. octetos, sendo cada um desses octetos
separados por um ponto. A notação utilizada
• Dentre as rotas remanescentes, são dispõe cada um desses octetos em sua forma
selecionadas aquelas que possuem NEXT-HOP decimal, como mostra a figura 3.
mais próximo.

Para que roteadores em uma rede BGP possam


se comunicar, eles utilizam mensagens BGP:

• OPEN – usada para iniciar a abertura de uma


sessão BGP.

• KEEP ALIVE – tais mensagens são trocadas


periodicamente para que roteadores verifiquem Figura 3 – Endereçamento iPV4
se suas conexões estão ativas.
• NOTIFICATION – usada para notificar detecção Os bits mais significantes do endereço IP definem
de erros no estabelecimento de uma sessão BGP. a rede a qual o dispositivo pertence. Os
bits menos significativos definem a subrede e
• UPDATE – usada para divulgar atualizações nas identificam o dispositivo.
rotas. Um datagrama iPV4 (pacote da camada de rede)
tem os seguintes campos:
As introduções dadas acerca dos protocolos de
roteamento OSPF E BGP foram breves. Esses • Comprimento: comprimento do datagrama em
protocolos, especialmente o BGP, possuem certo bytes.
grau de complexidade que renderam estudos
exclusivos a eles. • Tempo de vida: determina por quanto tempo o
datagrama pode circular na rede.
2.3 Protocolo IP
• Identificador, deslocamento de fragmentação,
Um endereço IP define uma sequência de bits flags: estes campos são usadas na técnica de
exclusiva para cada dispositivo conectado a uma fragmentação IP. Nessa técnica caso um
rede. Através de seu endereço IP, um dispositivo datagrama IP, ao ser encapsulado em um quadro
pode ser identificado e alcançado por outros da camada de enlace, exceda a capacidade
dispositivos na rede. O endereçamento IP é a máxima do quadro, ele pode ser dividido em
técnica para a definição de tais endereços, o qual fragmentos, que serem enviados
é implementado por um protocolo de separadamente.
endereçamento IP. O protocolo IP possui duas
versões, as quais serão abordadas neste estudo: • Soma de veridicação do cabeçalho: usado para
iPv4 e iPv6. A seguir é feita uma breve detecção de erros no datagrama.
introdução acerca dessas duas versões.
• Endereços IP de origem e de destino: contém
2.3.1 Endereçamento iPv4 os endereços da interface do roteador que

4
enviou o datagrama e da interface do roteador avel. Os campos do datagrama iPV6 são os
que o receberá. seguintes:

• Opções: permite extensão do cabeçalho • Rótulo de fluxo: identifica a qual fluxo de data-
gramas o datagrama pertence.
• Protocolo: indica para qual protocolo da
camada de transporte (TCP ou UDP) o datagrama • Comprimento da carga útil: comprimento dos
será passado. dados em bytes.

• Dados: carga útil do datagarama. • Classe de tráfego: usado para priorizar um


datagrama em um fluxo de datagramas.
O iPv4 é a versão do protocolo IP mais usada
atualmente, apesar de que o seu sucessor iPv6, • Limite de saltos: estabelece um número máx-
introduzido na próxima subseção, se tornará a imo de saltos pelos quais o datagrama pode pas-
versão mais utilizada futuramente . Isso se deve sar. Atingido o limite, o datagrama é descartado.
ao fato do esgotamento de endereços iPV4.
• Próximo cabeçalho: indica para qual protocolo
2.3.2 Endereçamento iPv6
da camada de transporte (TCP ou UDP) o data-
Frente ao grande crescimento da demanda por grama será passado.
endereços IP, o endereçamento iPV4 de 32 bits
passou a não ser mais suficiente. Surgiu a neces- • Endereços IP de origem e de destino: contém
sidade de se desenvolver uma versão sucessora os endereços da interface do roteador que en-
ao iPV4, capaz de suprir a necessidade de en- viou o datagrama e da interface do roteador que
dereços. Foi oficializado então, em 2012, a ver- o receberá.
são 6 do protocolo IP, o iPv6.
O espaço de endereçamento do iPV6 é de 128 • Dados: carga útil do datagarama.
bits, o que assegura o fornecimento de en-
É importante enfatizar que, por mais que
dereços IP, sem esgotamento. Endereços iPV6
endereços iPV4 tenham se esgotado, eles não
são expressos em notação hexadecimal, como
foram subtituídos por endereços iPV6. Ou seja,
mostra a figura 4.
dispositivos com endereços ipV4 e endereços
iPV6 operam simultaneamente na rede e devem
se comunicar. Para que essa comunicação seja
possível, é necessário um procedimento
conhecido como implantação de túnel. Nessa
técnica, roteadores habilitados para iPV4
formam um “túnel” entre roteadores habilitados
para iPV6. Para que um datagrama seja passado
de um roteador iPV6 para um roteador iPV4, o
Figura 4 – Endereçamento iPV6 roteador iPV6 deve colocar o datagrama inteiro
no campo de dados de um datagrama iPV4. Este
O datagrama iPV6 é mais simples que o data- datagrama pode ser repassado normalmente
grama iPV4. Não contém os campos para frag- entre roteadores iPV4. Assim que este
mentação do IP, pois esse processo passa a ser datagrama chega à um roteador iPV6, este extrai
responsabilidade dos hosts e não mais dos o datagrama iPV6 que está no campo de dados
roteadores intermediários. Também não há do datagrama iPV4.
campo reservado para soma de verificação, pois
assume-se que o canal de comunicação é confi-
5
e 0/1 2001:cafe:db3::1
………………………………………….
3. Metodologia e 0/2 2001:cafe:db4::1

Para apresentar a metodologia empregada neste R3 e 0/0 2001:cafe:db2::2


trabalho, primeiramente será apresentado o
cenário de rede proposto, no qual serão e 0/1 2001:cafe:db3:2
implementados e avaliados os protocolos. Em
seguida, serão mostrados os equipamentos R4 e 0/0 192.168.1.1
utilizados no cenário e as configurações
e 0/1 192.168.2.1
empregadas a cada um deles. Por fim, serão
apresentados os experimentos propostos para
R5 e 0/0 192.168.2.2
avaliar os protocolos.
O cenário proposto constitui uma rede composta e 0/1 192.168.3.1
por 7 roteadores. Tais roteadores estão
agrupados em em 3 sistemas autônomos: AS1, R6 e 0/0 192.168.3.2
AS2 e AS3. A figura 5 ilustra a topologia deste
cenário, a qual foi implementada no simulador e 0/1 192.168.4.1
GNS3.
R7 e 0/0 192.168.4.2

e 0/1 192.168.5.1

Tabela 1 – Configuração dos endereços IPV6 e IPV4

Através da tabela 1, pode-se perceber que na


configuração dos endereços IP foram usadas as duas
versões do protoclo IP: iPV4 e iPV6. O sistema
Figura 5 – Topologia de Rede autonômo AS1 tem seus roteadores habilitados
para iPV6, com exceção do roteador R4. Os demais
Todos os roteadores utilizados no cenário são sistemas autônomos tem seus roteadores
roteadores modelo CISCO 3600. Também é habilitados para iPV4. Isso implica a necessidade
usado um switch para conectar o servidor DHCP de implantação de um túnel entre os
a dois outros equipamentos, os hosts, os quais roteadores R4 e R7 para que os ASs se comuniquem.
são os clientes DHCP. As configurações de
Para roteamento intra-AS foi utililizado o protocolo
endereço para cada um desses roteadores são
OSPF e para roteamento inter-AS foi utilizado o
apresentadas na tabela 1, bem como por meio
proto- colo BGP.
de quais interfaces os roteadores se
interconectam. Os endereços IP dos hosts são atribuídos através do
servidor DHCP. O servidor DHCP foi habilitado para
fornecer os endereços IP para os hosts. Os
Roteador Interface Endereço IP
endereços obtidos pelo servidor serão apresentados
nas próximas subções.
R1 e 0/0 2001:cafe:db1::1
Após essas configurações, que serão apresentadas
e 0/1 2001:cafe:db2::1 detalhadamente na próxima subseção, foram
realizados testes verificar se realmente cada
R2 e 0/0 2001:cafe:db1::2 roteador é capaz de se comunicar com qualquer
roteador na rede. Para isso, foi
6
utilizado o comando ping para cada par origem e
R(config-if)# ipv6 ospf 1 area 0
destino existente dentro de cada AS para checar se
há comunicação entre esses pares. De fato, o
comando ping retornou sucesso para todos os pares ● Habilitando OSPF nos roteadores ipv4
origem destino, confirmando a conectividade R# configure terminal
estabelecidade entre os roteadores através do
protocolos OSPF. R (config)# router ospf 1
Através do comando show ipv6 route e show ip R(config-if)# network 192.168.X.0 area 0
route foi possível verificar as rotas estabelecidas na
rede através do protocolo BGP. De fato, para cada ● Habilitando BGP nos roteadores de borda iPV4:
roteador, o protocolo determinou rotas para
R# configure terminal
alcançar todos os roteadores da rede.
R(config)# router bgp 1
3.1 Comandos utilizados para configuração R(config-router)#bgp router-id 1.1.1.1

Os comandos apresentados a seguir mostram como R(config-router)#neighbor 192.168.X.X remote-


foram configurados os endereços de cada roteador as [2|3]
, os protocolos OSPF, BGP e DHCP e a técnica de
R(config-router)#address-family ipv4 unicast
tunelamento.
R(config-router-af)#neighbor192.168.X.X
● Configurando endereços iPV6 nas interfaces
activate
ethernet
R# configure terminal
R(config-router-af)#network 192.168.X.0

R (config) ipv6 unicast-routing ● Configurando Servidor DHCP:


R (config)# interface ethernet 0/[0|1]
# ip dhcp pool REDES
R (config-if)# ipv6 enable
# network 192.168.5.0 255.255.255.0
R (config-if) ipv6 address 2001:cafe:dbX::X/64
# default-router 192.168.5.1
R (config-if)# no shutdown
# dns-server 8.8.8.8 8.8.4.4
● Configurando endereços iPV4 nas interfaces
# lease 0 8 30
ethernet:
# exit
R# configure terminal
R (config)# interface ethernet 0/[0|1] ● Configurando tunelamento iPV6 para iPV4:
R(config)# ip address 192.168.X.X255.255.255.0
1) Na começo do tunel (e0/0 de R4)
R (config-if)# no shutdown
R# configure terminal
● Habilitando OSPF nos roteadores iPV6: R(config)# interface tunnel 0
R# configure terminal R(config)# tunnel source e 0/0
R (config)# ipv6 router ospf 1 R(config)# tunnel destination 192.168.4.2
R(config-if)# router-id X.X.X.X R(config)# ipv6 address 2001:cafe:db4::2
R(config-if)# no shutdown
2)No fim do tunel (e0/0 de R7)
R(config-if)# interface ethernet 0/[1|0]
R# configure terminal
7
R(config)# interface tunnel 0
R(config)# tunnel source e 0/0
R(config)# tunnel destination 192.168.1.1
Figura 8 – Tunelamento IPV6 para IPV4
R(config)# ipv6 address 2001:cafe:db4::3
A figura 9 apresenta o resultado obtido com a
ativação de um servidor DHCP na rede. Foram
4. Apresentação dos Resultados inseridos os comandos “ip dhcp” e “show ip”
para verificar o funcionamento do protocolo no
Pode-se comprovar a eficiência dos protocolos host PC1. De fato, o servidor DHCP atribuiu um
ativados no simulador GNS3 a partir da endereço IP para o host PC1.
ferramenta Wireshark.
Na figura 6, pode-se observar o que acontece
quando o comando ping é executado no
roteador R6 para o roteador R5, os quais estão
em ASs diferentes. A partir do Wireshark foi
possível observar a troca de mensagens KEEP
ALIVE entre esses dois roteadores através do
protocolo BGP.

Figura 6 – Protocolo BGP no Wireshark

A figura 7 mostra a captura obtida pelo


Wireshark após a execução do comando ping de Figura 9 – Resultados do Protocolo DHCP
R7 para a interface de R6 que não está
diretamente conectada a ele. Nesse cenário, o
protocolo OSPF deve permitir que o comando 5. Considerações finais
ping retorne sucesso, o que acontece de fato.
Diante das simulações feitas e dos resultados
obtidos, pode-se concluir que, de fato, cada um
dos protocolos abordados neste trabalho são
eficazes em seus serviços. Além disso, foi
possível compreender e analisar o
Figura 7 – Protocolo OSPF no Wireshark funcionamento das redes, especialmente a
forma como elas se interconectam e
Na figura 8 pode-se observar o que acontece estabelecem rotas entre si através da simulação
quando executamos o comando ping do roteador dos protocolos de roteamento.
R7 em um roteador iPV6. Aqui verificamos a É importante ressaltar também que, com este
eficácia do túnel ipv6 construído entre R4 e R7. trabalho, foi possível verificar como os vários
De fato, R7 consegue se comunicar com protocolos existentes operam em conjunto nas
roteadores iPV6. redes e como alguns deles se completam para
realizar suas funções, como é o caso dos
protocolos BGP e OSPF.
8
De maneira geral, o trabalho realizado foi capaz
de comprovar a eficiência dos protocolos OSFP,
BGP, DHCP e de técnicas como o tunelamento,
mostrando as suas importâncias e modos de
operação nas redes.

6. Referências Bibliográficas

[1] https://memoria.rnp.br/newsgen/9911/dhcp.html
[2] Kurose, Ross. Redes de Computadores e a
Internet, 6ª edição.
[3] Frederico Madeira, Introdução ao BGP, 2006.
[4] https://memoria.rnp.br/newsgen/9903/bgp4.html
[5] Jailton Santos das Neves, Waldeck Ribeiro Torres .
O Protocolo OSPF.

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