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ROTEAMENTO

Protocolo de
roteamento EIGRP
José Eugênio de Mira

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

>> Caracterizar os protocolos IGRP e EIGRP.


>> Explicar os processos de descoberta de vizinhos, protocolos de transporte
confiável e máquina de estado finito dual.
>> Simular a implementação do protocolo EIGRP nos equipamentos Cisco.

Introdução
Neste capítulo, você vai estudar o protocolo de roteamento EIGRP (Enhanced
Interior Gateway Routing Protocol) da Cisco, baseado no protocolo anterior IGRP
(Interior Gateway Routing Protocol), ambos da classe dos protocolos internos IGP
(Interior Gateway Protocol). Os dois utilizam o roteamento baseado no custo do
link, que é uma medida obtida com o cálculo das métricas. Você irá conhecer as
características que o EIGRP tem em comum com outros protocolos de roteamento
interno, além das características próprias do seu algoritmo DUAL (Diffusing Update
Algorithm). Além disso, vai acompanhar o processo pass, ao passo de configuração
de um protocolo interno em um ambiente de simulação com o EIGRP.
Protocolos internos de roteamento tem uma função mais severa quando com-
parados aos protocolos externos. Isso porque, embora trabalhem com tráfego de
origem e destino conhecidos e, no geral, dentro de uma mesma infraestrutura,
devem apresentar uma velocidade de convergência muito maior, pois uma falha em
uma rota nesses ambientes pode significar uma perda considerável na transmissão
de dados. Por isso, as características dos seus algoritmos tendem a se diferenciar
um pouco das dos protocolos de roteadores de borda.
2 Protocolo de roteamento EIGRP

Gateways internos e externos e vetores de


roteamento
O processo de roteamento pode ocorrer de forma estática ou dinâmica. De
forma estática, as tabelas de envio são preenchidas pelo administrador da
rede para que o roteador identifique sua rede local e as redes externas.
Quando configuramos um roteador doméstico, estamos indicando para o
equipamento quais endereços de rede são locais (LAN) e quais são externos,
além do caminho para internet (WAN).
Os roteadores da internet e de borda são computadores capazes de iden-
tificar o estado da rede e das rotas e, com isso, alterar suas configurações
internas por meio de um software interno, o algoritmo de roteamento do
protocolo utilizado. Esse protocolo normalmente possui diferentes métricas
para tomar decisões sobre qual rota seguir.
A infraestrutura da internet é composta de diversas outras, como a dos
ISPs (Internet Services Providers, ou Provedores de Acesso à Internet). A
estrutura dos ISPs é construída em camadas, com equipamentos que com-
põem essa estrutura divididos em roteadores de borda, que são as portas
de entrada das redes locais (LANs) na internet (WAN) (KUROSE; ROSS; ZUCCHI,
2013). Esse pequeno aparelho que você tem na sua casa pode ser considerado
um roteador de borda, desde que receba um IP externo (conforme veremos
a seguir), embora também seja comum que sua rede local seja parte da rede
metropolitana do provedor de internet, recebendo um endereço local dentro
dessa rede. Alguns ISPs podem se transformar em sistemas autônomos (AS)
e entregar uma estrutura com um sistema de regras internas de roteamento
bem-definidas, formando uma estrutura hierárquica.

Uma consequência do roteamento hierárquico é a possibilidade de especializar


o roteamento em função de sua área de atuação. Os algoritmos de roteamento
interno são responsáveis apenas pelo roteamento dentro de uma mesma área,
não se preocupando com o roteamento entre as regiões. […] Os algoritmos de
roteamento externo são responsáveis apenas pelo roteamento entre diferentes
áreas (MAIA, 2013, p. 174).

Nem todos os ISPs são AS e nem todos os ASs são ISPs, pois empresas e
instituições de pesquisas, por exemplo, também podem formar um AS. Essa
a primeira grande definição sobre o protocolo em questão, o Tant.
O algoritmo de roteamento baseado no vetor de distância, também cha-
mado de Belmann-Ford, foi o primeiro algoritmo de roteamento utilizado na
internet, mas ainda é muito utilizado por sua simplicidade e baixo consumo de
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recursos computacionais. No algoritmo de vetor de distância, cada roteador


possui uma tabela de roteamento que contém uma entrada para todos os
demais roteadores da rede (MAIA, 2013). A métrica utilizada para o cálculo
do caminho de menor custo pode ser qualquer uma das apresentadas ante-
riormente, como número de saltos, atraso ou uma combinação de diferentes
métricas. O IGRP é um protocolo de vetor de distância. Desenvolvido pela
Cisco nos anos 1980, o cálculo das rotas é baseado nos saltos necessários
para atingir um vizinho, de acordo com os valores propagados na tabela de
roteamento.

Embora parecidos e desenvolvidos pela Cisco, IGRP e EIGRP são


protocolos diferentes. São compatíveis, mas algumas características
implementadas com o EIGRP não podem ser utilizadas com roteadores com IGRP,
como é o caso do DUAL. Há mecanismos de redistribuição automática usados
assim que as rotas IGRP são importadas para o EIGRP, e o contrário também.

No IGRP o roteador não conhece o caminho completo para o próximo


destino, apenas o próximo salto que deve ser utilizado para alcançá-lo.
Periodicamente, os dados sobre as tabelas internas de cada um dos
roteadores são propagados para os vizinhos, sendo considerados vizinhos
aqueles roteadores que compartilham um enlace. Tanto o IGRP quanto o
EIGRP se baseiam em uma métrica de custo, que considera não só a
distância ou o estado do enlace, mas também outros. As quatro métricas
utilizadas por esses protocolos são estas:

1. taxa de transmissão (banda);


2. atraso na entrega;
3. confiabilidade;
4. carga da rede.

O MTU (Unidade Máxima de Transmissão) mínimo do caminho também é


considerado. Diferentemente do que acontece com o algoritmo clássico de
vetor de distância, no IGRP o cálculo considera todas as variáveis. Além
disso, vários caminhos são utilizados, desde que estejam dentro de uma
faixa pré-determinada pelas métricas. O protocolo ainda conta com
recursos para fornecer estabilidade nas conexões quando há mudança na
topologia. Ao utilizar uma métrica composta, além da vantagem de suporte
a diferentes tipos de serviço, a decisão das rotas é aprimorada, uma vez
que, em um sistema baseado unicamente no vetor distância,
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um link de banda menor pode ser tratado como um link de atraso


relativamente alto. A troca de informações deste protocolo ocorre via
multicast utilizado o endereço de grupo 224.0.0.10, além disso, permite
contagem máxima de saltos de 255, embora o padrão seja 224.
A principal diferença entre o EIGRP e o IGRP está no algoritmo utilizado, a
máquina de estados finitos DUAL, mencionado anteriormente, permitindo que
ele tenha uma convergência extremante rápida em relação ao seu antecessor.
O protocolo avançado (o E é de enhanced) também permite endereçamento
classless. Além disso, como a atualização das tabelas de roteamento é di-
nâmica e não periódica, há também um menor consumo de banda por parte
dos roteadores.

Descoberta dos vizinhos e o DUAL


A principal vantagem do EIGRP em relação ao IGRP está na maneira como
trata as descobertas dos roteadores vizinhos e na atualização das suas
tabelas internas de endereçamento. As tabelas internas com os vizinhos e
os sucessores são essenciais para o funcionamento do EIGRP. A tabela de
vizinho de cada roteador possui informações sobre o estado dos vizinhos,
que são os roteadores adjacentes. Além disso, enquanto os protocolos mais
simples mantêm apenas uma tabela geral de rotas, o EIGRP mantém a tabela
com as rotas com as melhores métricas e uma tabela topológica, onde lista
os sucessores.
As informações de atualizações de rotas no EIGRP não são atualizadas
periodicamente, o que significa que as informações sobre alteração no es-
tado da rota só serão propagadas quando houver uma alteração nos estados
das rotas. Cada roteador da infraestrutura se comunica com seu vizinho
recebendo pacotes de saudações. Após recebidos, entram em um estado
de espera, conhecido como hold time. O tempo de saudação e o tempo de
espera podem ser configurados, mas por padrão é de 5 segundos em links
de banda larga e 60 segundos em links de banda baixa (como Frame Relay
e T1). Assim, enquanto a comunicação entre os vizinhos estiver estável, não
haverá o compartilhamento do estado das rotas.
Outra característica importante é o transporte confiável de todas as
informações compartilhadas para os vizinhos. Por exemplo, os pacotes de
saudação podem ser enviados em formado multicast, desde que o protocolo
tenha suporte a isso. Já atualizações, por exemplo, são indicadas como con-
fiáveis e, por isso, indicadas no pacote enviado pelo roteador que precisam
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de resposta, o que ajuda a garantir que o tempo de convergência permaneça


baixo.

O problema básico com o envio apenas de atualizações de roteamento é que você


pode não saber quando um caminho até um roteador vizinho não está mais dispo-
nível. Você não pode determinar o tempo das rotas, esperando receber uma nova
tabela de roteamento de seus vizinhos. O EIGRP conta com relacionamento vizinhos
para propagar, de modo confiável, as alterações da tabela de roteamento por toda
a rede; dois roteadores tornam-se vizinhos quando eles detectam os pacotes de
saudação um do outro em uma rede comum (CISCO, 2020, documento on-line).

Uma vez que a comunicação é estabelecida, o roteador vai popular a sua


tabela topológica. No EIGRP cada roteador cria sua própria tabela por meio
das informações recebidas dos outros roteadores. Uma vez que recebe as
informações sobre os seus vizinhos, ele as computa em suas tabelas internas,
juntamente às informações sobre a rota até o seu vizinho. Dessa maneira,
cada roteador tem informações precisas sobre todos os caminhos possíveis.

Imagine que você more na cidade A e quer ir de carro até a cidade D.


Você sabe que existem dois caminhos possíveis, pela cidade B e C.
Você conhece a distância e a qualidade do caminho para as duas cidades, mas
nunca foi até D por nenhuma das rotas. Você pode obter informações ligando
para dois amigos, cada um morador de uma cidade, e pedir informações sobre
as rotas. Seus amigos o informam que:

„„ a rota de B até D é de 15 quilômetros, mas é uma estrada de terra.


„„ a rota de C até D é de 25 quilômetros, mas é uma rodovia.

Com essas informações, você pode tomar uma decisão. Como você já conhece
as rotas de A até B e de A até C, pode montar seu caminho preferido. Caso um
amigo seu, morador da cidade E, vizinha de A, deseje saber o melhor caminho
para D, você pode enviar para ele as informações sobre os dois itinerários. A
fórmula-padrão utilizada para a métrica é descrita é:

métrica = [K1 * largura de banda + (K2 * largura de banda] / (256 – carga) +


K3 * atraso] * [K5 / confiabilidade + K4]
É importante frisar que os valores K são constantes, passadas pelos dados da
rota; portanto, são considerados pesos para os cálculos. Ou seja, K1 por padrão é
1, indicando o cálculo do valor da banda na métrica, e assim sucessivamente. Uma
versão bem mais simples do cálculo de métrica em uma situação normal seria:
métrica = largura de banda + atraso
Todos os algoritmos modernos fazem algum cálculo de métrica baseados em
diferentes elementos. O que torna o EIGRP mais eficiente é a maneira como o
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seu algoritmo funciona, mantendo uma tabela com rotas alternativas de backup
ajustada automaticamente. Algoritmos como o OSPF precisam atualizar toda a
tabela de roteamento quando há uma falha na rota, o que não acontece com o
EIGRP, em virtude da implementação do seu algoritmo conhecido como DUAL.

DUAL
O DUAL, Algoritmo de Difusão de Atualização, é a inteligência por trás do
funcionamento do EIGRP e o responsável pelo seu funcionamento dinâmico.
Baseia-se na instituição dos substitutos pelo estabelecimento das distâncias e
no teste de substitutos possíveis, além dos cinco elementos principais a seguir.

1. A Distância Factível é o resultado do cálculo da métrica anterior, da


distância entre o roteador até o vizinho mais a distância do vizinho
até a rede que ele deseja alcançar. Quando houver mais de uma rota
possível, a que tiver a menor distância possível (FD — Feasible Distance)
será escolhida.
2. A Distância Reportada ou a Distância Informada (RD — Reported Dis-
tance ou AD — Advertised Distance) é a distância que o vizinho informa
entre ele e a rede remota que se deseja alcançar.
3. Rota Sucessora (Successor) é a rota com menor FD, a com menor custo,
que é enviada para a tabela de cabeamento.
4. Sucessor Possível (Feasible Successor) é uma rota alternativa, um
backup, para a rede remota. Fica disponível na tabela topológica e só
é inserida na tabela de roteamento em caso de falha da rota principal.

O teste do Sucessor Possível é feito por meio do FC, que testa as rotas
alternativas e as deixa salvas na tabela de topologia. Qualquer rota que não
componha um looping pode ser utilizada como uma rota. O algoritmo analisa
isso comparando a FD da sua rota principal ao RD reportado pelos vizinhos.
Somente pode ser um sucessor a rota que tenha uma distância menor do que
a distância atual. Quando a rota principal ficar indisponível, a rota disponí-
vel (FS) será ativa, desde que exista na tabela topológica. Se não houver, o
roteador enviará um pacote de pergunta (query) para a rede, para encontrar
uma outra rota disponível. Esse estado é chamado de active-state, pois o
algoritmo está ativo na busca de uma rota alternativa. Quando ele não está
buscando uma rota alternativa, está em passive-state.
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O roteador não tem o mapa completo da rede, portanto, seu algoritmo


deve ser capaz de calcular por conta própria as distâncias, evitando os loops.
Retomando o exemplo da viagem dado anteriormente, imagine que os amigos
para quem você telefona não sabem de onde você está vindo. Portanto, para
qualquer um deles a menor distância é a distância da cidade onde eles estão
até a cidade D. O menor caminho pode, inclusive, passar por dentro da sua
cidade. Observe a Figura 1.

Figura 1. Cada vizinho fornece as informações sobre as rotas (RD).

Nesse exemplo, a FD de A até D é 28 km por C. As RD informadas por C têm


25 e 26 km, e a informada por B tem 20 e 31 km. Uma rota só é uma substituta
viável quando a distância é menor do que a rota atual. Caso a rota mais curta
seja interrompida, então uma nova rota é adotada.

A máquina de estados finitos é um conceito abrangente na compu-


tação e pode representar tanto programas quanto circuitos lógicos.
No geral, ela representa um algoritmo que pode estar em um número finito de
estados, mas apenas em um estado por vez e, para ocorrer uma mudança, uma
condição precisa ser realizada.

Configurando o EIGRP
O processo de configuração do EIGRP é semelhante ao do IGRP. No exem-
plo, utilizaremos uma configuração baseada em um roteador Cisco, embora
desde 2013 o protocolo EIGRP tenha sido aberto para utilização por outros
fabricantes. Assim como na versão anterior, é importante definir o número
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do AS que será utilizado. Todos os outros equipamentos do AS precisam ter


o mesmo número. O EIGRP pode ser configurado para tradução de outros
protocolos vindos dos roteadores de borda, como o BGP (Border Gateway
Protocol). Nesse caso, o protocolo receberá o rótulo adequado.
Vamos configurar uma rota simples entre dois roteadores usando o EIGRP.
Observe a Figura 2.

Figura 2. Ambiente de testes no Packet Tracer.

A configuração a seguir foi feita no Packet Tracer 7.3, fornecido pela Cisco
de forma gratuita. Utilizaremos um ambiente simples com dois computadores
conectados a dois roteadores Cisco 1941. Toda a configuração realizada no
exemplo é exatamente igual a que seria realizada em uma configuração de
ambiente de produção, com roteadores físicos.
Para entrar no modo de configuração, acesse a aba CLI de configuração
e entre os comandos abaixo. Embora o Packet Tracer dê a opção de realizar
algumas configurações direto na aba config, acessando as propriedades
diretamente de cada uma das interfaces, é altamente recomendado que as
configurações sejam sempre feitas utilizando-se o console.
Router1>enable

Router1#

Router1#configure terminal

Enter configuration commands, one per line. End with CNTL/Z.

Router1(config)#interface GigabitEthernet0/0

Router1(config-if)#ip address 192.168.0.1 255.255.255.0

Router1(config-if)#no shutdown
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Router1(config-if)#

%LINK-5-CHANGED: Interface GigabitEthernet0/0, changed state


to up

%LINEPROTO-5-UPDOWN: Line protocol on Interface GigabitE-


thernet0/0, changed state to up
Repita o procedimento no Roteador 02. Utilize um número IP diferente
para a interface de rede que irá se conectar com o Roteador 01. Agora, as
duas interfaces de rede com os computadores devem estar ativas, com os
símbolos verdes. Verifique se todas as placas estão ativas antes de iniciar a
configuração (Figura 3).
Router1(config)#interface Serial0/1/0

Router1(config-if)# no shutdown

Router1(config-if)#ip address 192.168.0.1 255.255.255.0

%LINK-5-CHANGED: Interface Serial0/1/0, changed state to up

%LINEPROTO-5-UPDOWN: Line protocol on Interface Serial0/1/0,


changed state to up
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Figura 3. Configuração de um dos roteadores do ambiente.

Agora, inicia-se a programação efetiva do EIGRP. Além da identificação


do AS, é necessário realizar a configuração de um ID único para cara um dos
roteadores. No Roteador 1, a configuração ficaria da seguinte maneira:
Router1#config term
Router1(config-int)#router eigrp 10
Router1(config-router)#eigrp router-id 1.1.1.1

Router1(config-router)#network 192.168.0.1 0.0.0.0

Router1(config-router)#network 10.0.0.1 0.0.0.0


A configuração acima relaciona as duas redes que, no nosso exemplo, serão
adicionadas ao EIGRP. Feito isso, o roteador deve identificar o novo roteador
EIGRP como um novo vizinho, conforme a mensagem a seguir:
Router1(config-router)#no summary

Router1(c o n fig-router)# p a ssiv e-i nterfac e fa st0/0


Router1(config-router)#end

Router1(config-if)#
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%DUAL-5-NBRCHANGE: IP-EIGRP 10: Neighbor 10.0.0.2 (Serial0/1/0)


is up: new adjacency
O comando no summary impede a sumarização automática, que pode gerar
problemas com rotas internas e externas. Já o comando passive-interface
desativa o EIGRP para a interface de rede fast0/0, para impedir que o protocolo
forme vizinhas indesejadas, uma vez que isso poderia representar uma falha
de segurança para o roteador. Ao encerrar a configuração, não se esqueça
de salvar a configuração no arquivo de inicialização. Todas as configurações
estão salvas apenas na memória RAM do roteador e, para serem carregadas
quando o roteador for reinicializado, é importante salvar as configurações
para a memória principal, a NVRAM. Para isso, faça:
Router1#copy running-config startup-config

Destination filename [startup-config]?

Building configuration...

[OK]

Router1#
A configuração é simples, pois a maior parte do trabalho é realizada
automaticamente. Em um ambiente com mais de dois roteadores e múltiplas
rotas, as informações sobre as rotas são atualizadas automaticamente, porque
cada um dos roteadores encontra os seus vizinhos. Para ver as informações
sobre a tabela de topologia do AS, você pode utilizar o comando a seguir. No
nosso exemplo, ficaria assim:
RouteRouter1#sh eigrp top 10.0.0.1/30
O teste é realizar um comando ping entre o computador PC0 e o PC1. Acesse
o comando nas configurações da aba desktop do PC0 e clique na aplicação
command prompt. Na tela de terminal aberta, digite o comando de ping, com
o endereço IP configurado no PC1. No exemplo, usamos o IP 192.168.10.1 no PC1:
ping 192.168.10.2
A resposta deve ser positiva, com o tempo de acesso até o PC1. Se estiver
correto, a configuração do EIGRP está correta. Existe ainda um comando que
mostra as interfaces conectadas e as rotas ativas no roteamento:
Router1#show ip route

Como vimos, o protocolo EIGRP é um protocolo de roteamento extremamente


eficiente para ambientes de AS. A aplicação é simples, mas a complexidade
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dos seus cálculos de métricas é um ponto que merece atenção. Além disso,
o DUAL, por ser um algoritmo muito dinâmico, pode se tornar instável caso
não seja corretamente configurado.

Referências
CISCO. Protocolo de encaminhamento de gateway interior aprimorado. [S. l.]: Cisco, 2020.
Disponível em: https://www.cisco.com/c/pt_br/support/docs/ip/enhanced-interior-
-gateway-routing-protocol-eigrp/16406-eigrp-toc.html. Acesso em: 20 ago. 2020.

Savage, D.V.; NG,J.; Moore, S.; Slice, D.; Paluch, P.; White, R.; Cisco's Enhanced Interior
Gateway Routing Protocol (EIGRP). Maio 2016. Disponível em: <https://tools.ietf.org/
html/rfc7868>. Acesso em: 31, Março 2021.
MAIA, L. P. Arquitetura de redes de computadores. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013.

Leituras recomendadas
CISCO. Introdução ao EIGRP. [S. l.]: Cisco, 2005. Disponível em: https://www.cisco.com/c/
pt_br/support/docs/ip/enhanced-interior-gateway-routing-protocol-eigrp/13669-1.
html. Acesso em: 20 ago. 2020.
NASCIMENTO, M. B. Configurando o EIGRP para Certificação CCNA e ICND-2. Curitiba:
DlteC do Brasil, 2016. Disponível em: http://www.dltec.com.br/blog/cisco/
configurando--o-eigrp-para-certificacao-ccna-e-icnd-2. Acesso em: 20 ago. 2020.

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