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DESCRIÇÃO
Roteamento como ferramenta para comunicação dos dispositivos computacionais, através de protocolos e das
tabelas de roteamento.

PROPÓSITO
Compreender os conceitos básicos de roteamento é fundamental para a formação do técnico de redes, pois ele
é a base para compreender os processos de roteamento mais rebuscados que estão em funcionamento em
redes mais complexas,
como a internet. Além disto, este conhecimento facilitará o desenvolvimento de projetos
e a configuração e manutenção de redes de computadores.

PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, é recomendado possuir um computador com o software Packet Tracer
da Cisco instalado para realizar as simulações propostas (recomenda-se a versão 7.3.0.0838, ou superior).
Além disso,
você deve ter à mão lápis e caderno para confeccionar cálculos de rede que serão apresentados
durante este curso.

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Reconhecer em detalhes o processo de consulta à tabela de roteamento

MÓDULO 2
Empregar a utilização e operação em roteadores

MÓDULO 3

Aplicar o roteamento estático em roteadores

MÓDULO 4

Reconhecer os sistemas autônomos e os principais processos de roteamento dinâmico Intra-AS e Inter-AS

INTRODUÇÃO
Neste tema, aprenderemos sobre os conceitos fundamentais do processo de roteamento. Para isto, faremos
inicialmente a análise dos elementos que compõem uma rota, e a forma como elas são escolhidas para compor
a tabela de roteamento
de um roteador.

Compreenderemos o processo de encaminhamento de pacotes, ou seja, como um roteador escolhe, utilizando


a tabela de roteamento, dentre os roteadores vizinhos, aquele que possui o melhor caminho para alcançar o
destino solicitado
pelo pacote em análise.

Reconheceremos também as partes fundamentais de um roteador, ou seja, o processador, as memórias e as


interfaces de entrada e saída e suas respectivas funções.

Por fim, apresentaremos os conceitos iniciais dos processos de roteamento dinâmico, para entendermos como
os roteadores trocam informações, com a finalidade de obter o melhor caminho possível para se chegar a uma
determinada
rede de destino.

MÓDULO 1

 Reconhecer em detalhes o processo de consulta à tabela de roteamento

ROTAS E ROTEAMENTO
Roteamento é o processo pelo qual um pacote de rede de computadores é encaminhado, de roteador a
roteador, até ser entregue em seu destino final.

Para exemplificar, suponhamos que você está tentando acessar, a partir do Brasil, um site de compras
localizado no exterior, através do portal fictício www.xpto.com, sob o IP 23.52.118.10.

Nesse acesso, os pacotes oriundos de seu computador passarão por uma série de roteadores, cujos IPs são
apresentados na Tabela 1. Observação: Dependendo de onde você estiver localizado, o caminho pode ser
diferente e, consequentemente,
passar por outros roteadores.

Nº Roteador IP Roteador

1 192.168.0.1

2 10.33.64.1

3 201.17.32.3

4 201.39.52.93

5 200.244.19.103
6 200.244.18.2

7 23.52.118.10

Tabela 1 ‒ Processo de roteamento. Fonte: EnsineMe.


Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

A escolha desses roteadores para direcionar seu acesso até o site XPTO foi determinada por um processo de
roteamento, estabelecido entre os equipamentos que controlam o envio dos pacotes na internet.

 ATENÇÃO

Nesse processo, os roteadores que compõem o caminho de entrega desses pacotes tomam suas decisões de
encaminhamento através de consultas à tabela de roteamento em execução, que é composta por uma séria
de
rotas.

A rota é um conjunto de informações que direcionam o encaminhamento de pacotes, na camada de rede do


modelo OSI, para alcançar uma determinada rede de destino. Na Tabela 2, apresentamos o exemplo de uma
rota e, na sequência,
a descrição de cada um de seus campos.

A B C D E F

R 192.168.3.0/24 [120/1] Via 192.168.2.2, 00:00:06, GigabitEthernet0/1

Tabela 2 ‒ Exemplo de rota IPv4. Fonte: EnsineMe.


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A. ORIGEM DA ROTA
É a forma como a rota foi aprendida por esse roteador, normalmente os roteadores apresentam uma legenda
com o significado de cada letra. Neste caso, “R” implica em Routing Information Protocol ‒
RIP.

B. REDE DE DESTINO
É a rede IP que desejamos alcançar, ou seja, essa rota direciona os pacotes que têm como destino algum IP
pertencente a essa rede IP.

C. DISTÂNCIA ADMINISTRATIVA/MÉTRICA
É a precedência entre os protocolos de roteamento/custo calculado para alcançar a rede de destino.
D. PRÓXIMO SALTO (GATEWAY)
Endereço IP para qual o pacote em análise deve ser encaminhado para alcançar a rede de destino em questão.

E. TEMPO
Tempo, desde que esse roteador aprendeu, ou foi atualizado, a respeito dessa rota.

F. INTERFACE DE SAÍDA
Interface do roteador pela qual o pacote deve sair para alcançar a rede de destino em questão.

DECISÃO DE ROTEAMENTO
As principais funções de um roteador são:

Determinar o melhor caminho para enviar pacotes.

Enviar os pacotes ao melhor destino determinado pela função anterior.

Para determinar o melhor caminho para um pacote, os roteadores se valem das informações contidas em sua
tabela de roteamento, que possui 03 (três) determinações de caminhos possíveis.

REDE DIRETAMENTE CONECTADA

São as redes cujas rotas foram inseridas na tabela de roteamento de forma automática, pois uma das interfaces
desse roteador possui IP válido nessa rede. A rede de destino de uma rota diretamente
conectada é o endereço
de rede a qual o endereço IP daquela interface do roteador pertence. Além disso, as rotas com origem em
redes diretamente conectadas não possuem IP de Gateway (próximo
roteador), pois o encaminhamento é
realizado diretamente através das interfaces que lhe deram origem.

REDE REMOTA

São redes que não apresentam conexão direta com o roteador, ou seja, os roteadores precisam encaminhar os
pacotes que têm IP de destino para essas redes para outros roteadores. A Tabela 2
é um exemplo de uma rota
com destino a uma rede remota.

NENHUMA ROTA DETERMINADA

Quando o IP de destino de um pacote não corresponde a uma rede de destino inserida através de uma rede
diretamente conectada, ou a uma rede remota, o roteador procurará por um encaminhamento
padrão (Default
Gateway), caso ele não exista, o pacote será descartado pelo roteador.

Para melhor entendermos a decisão de roteamento, observemos a rede apresentada na Figura 1, na qual o
“PC1” encaminha um pacote IP com destino ao “PC2”.
 Figura 1 – Decisão de roteamento.

ETAPA 01
ETAPA 02
ETAPA 03
ETAPA 04

ETAPA 01

Neste caso, como o IP de destino não faz parte da rede local (LAN ‒  Local Area Network) do “PC1”, o PC
encaminhará o pacote para o Default Gateway de sua rede, que
notoriamente é o endereço da interface
GigabitEthernet 0/0 do roteador “R1”, ou seja, o IP 192.168.1.254

ETAPA 02

Ao chegar no roteador “R1”, este examina sua tabela de roteamento em busca de uma determinação de
caminho correspondente ao IP de destino do pacote em análise. Como podemos observar, para esse IP de
destino
não haverá rede diretamente conectada na tabela de roteamento, dado que o roteador “R1” não possui
interfaces na rede 192.168.3.0/24.

ETAPA 03

Caso ele possua uma rota remota para esse IP de destino, como aquela apresentada na Tabela 2, o pacote
será encaminhado para o Próximo Salto (Gateway) 192.168.2.2, através da interface
GigabitEthernet 0/1 do
roteador “R1”

ETAPA 04
Não encontrando nenhuma rede remota configurada em sua tabela de roteamento com correspondência para o
IP de destino do pacote em questão, o roteador “R1” irá procurar por um Default Gateway configurado.
Caso
não exista este elemento de último recurso na tabela de roteamento, o pacote será descartado por “R1”.

ROTEAMENTO PELO PREFIXO MAIS LONGO


A inserção de rotas na tabela de roteamento de um roteador pode ser realizada estaticamente, através da
intervenção humana, ou dinamicamente, através da interação entre os roteadores, utilizando para isso algum
protocolo de
roteamento dinâmico.

Os protocolos de roteamento possuem a seguinte finalidade:

A descoberta de redes remotas.

Atualização de informações de roteamento.

Decidir pelo melhor caminho.

Buscar alternativas de encaminhamento para o caso de interrupção de comunicação com o caminho


principal.

Eles subdividem-se em dois grupos:

IGP (Interior Gateway Protocol)

Utilizados para o roteamento dentro de um Sistema Autônomo (AS – Autonomous System).

Exemplo: OSPF (Open Shortest Path First) e o RIP (Routing Information Protocol)

EGP (Exterior Gateway Protocol

Utilizados para o roteamento entre os sistemas autônomos.

Exemplo: BGP (Border Gateway Protocol).

A escolha de uma das rotas que compõem a tabela de roteamento para encaminhar um determinado pacote
observa o princípio de melhor correspondência, ou prefixo mais longo.


SAIBA MAIS

Antes de aprofundarmos o conceito de melhor correspondência, cabe ressaltar que há a necessidade de que o
IP de destino do pacote em análise esteja dentro da rede de destino de uma determinada rota.
Ou seja, para
elencar as potenciais rotas de encaminhamento deste pacote em uma tabela de roteamento, é necessário que
o IP em questão faça parte da rede de destino das rotas em análise.
Realizando a operação AND bit a bit entre o IP de destino de um pacote, e o conjunto IP/máscara da rede de
destino de uma determinada rota, poderemos saber se ele possui correspondência com aquela rota. O exemplo
da Tabela
3 mostra correspondência entre o IP 10.1.15.1 e a rede 10.1.12.0/22.

IP 10.1.15.1 00001010.00000001.00001111.00000001

MASC. REDE /22 11111111.11111111.11111100.00000000

AND bit a bit 00001010.00000001.00001100.00000000

IP REDE 10.1.12.0 00001010.00000001.00001100.00000000

CORRESPONDÊNCIA SIM

Tabela 3 ‒ Correspondência entre IP e rede. Fonte: EnsineMe.


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O exemplo apresentado na Tabela 4 mostra que não existe correspondência entre o IP 10.1.15.1 e a rede
10.1.12.0/23, pois há um bit diferente entre o IP 10.1.15.1 e o IP de rede 10.1.12.0 até que haja o término da
contagem dos
bits da máscara de rede.

IP 10.1.15.1 00001010.00000001.00001111.00000001

MASC. REDE /23 11111111.11111111.11111110.00000000

AND BIT A BIT 00001010.00000001.00001110.00000000

IP REDE 10.1.12.0 00001010.00000001.00001100.00000000

CORRESPONDÊNCIA NÃO

Tabela 4 ‒ Correspondência entre IP e rede (2). Fonte: EnsineMe.



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Uma vez entendida a correspondência entre o IP de destino de um pacote e a rede de destino de uma rota, é
possível elencar quais rotas seriam candidatas ao roteamento deste pacote.

Na figura 2, apresentamos 03 (três) rotas que possuem correspondência entre suas redes de destino e um
pacote cujo IP de destino é o 192.168.10.1.

 Figura 2 – Rota com prefixo mais longo.

Para decidir sobre qual rota será utilizada no encaminhamento deste pacote, o roteador realizará a operação bit
a bit entre IP de destino do pacote e a rede de destino apresentada por cada uma das rotas.

 COMENTÁRIO

A Tabela 5 apresenta o resultado da operação bit a bit realizada entre o IP de destino do pacote e a rede de
destino de cada rota. Nela, podemos observar que a primeira rota, possui correspondência de
24 bits, a
segunda, temos correspondência de 25 bits e, por fim, 26 bits com a terceira rota.

Logo, pelo critério de melhor correspondência, ou prefixo mais longo, a rota a ser escolhida pelo roteador para
encaminhamento deste pacote será a terceira rota, pois ela é a rota com prefixo mais longo, ou seja, aquela
que
apresenta melhor correspondência para encaminhamento do pacote em questão.

IP DESTINO 192.168.10.1 11000000.10110000.00001010.00000001

Nº REDE / IP OPERAÇÃO AND BIT A BIT

ROTA 1 192.168.10.0/24 11000000.10110000.00001010.00000001

ROTA 2 192.168.10.0/25 11000000.10110000.00001010.00000001

ROTA 3 192.168.10.0/26 11000000.10110000.00001010.00000001

Tabela 5 – Operação bit a bit. Fonte: EnsineMe.



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ROTEAMENTO PELO PREFIXO MAIS LONGO

MÉTRICAS DE ROTEAMENTO
É comum que os roteadores sejam informados, através dos protocolos de roteamento dinâmico, sobre a
existência de vários caminhos para se chegar até uma mesma rede de destino, cabendo a esse roteador decidir
sobre qual é o melhor
caminho para se chegar ao destino.

Tal decisão é baseada em uma métrica, que é utilizada pelos protocolos de roteamento para quantificar a
dificuldade de se chegar até uma rede de destino.

Essa métrica pode variar de protocolo para protocolo, e pode levar em conta diversos fatores, tais como:

CONTAGEM DE SALTOS
Número de roteadores que o pacote deve passar até chegar à rede de destino.

LARGURA DE BANDA
Capacidade de transferência de dados em um canal de comunicação.

ATRASO
É o tempo que um pacote leva para atravessar uma rede de dados.

CONFIABILIDADE
É a taxa de erros em canal de comunicações.

OCUPAÇÃO
É a medida de ocupação de um canal de comunicações.

Para exemplificar, vamos observar a Tabela 6, que apresenta 03 (três) rotas aprendidas por um roteador,
processando o protocolo de roteamento RIP, para a rede de destino 192.168.1.0/24.

Nº Banco de Dados Rotas RIP

Via
1 R 192.168.1.0/24 [120/1] 00:00:06, GigabitEthernet0/1
192.168.2.1,

Via
2 R 192.168.1.0/24 [120/2] 00:00:06, GigabitEthernet0/2
192.168.2.2,

Via
3 R 192.168.1.0/24 [120/3] 00:00:06, GigabitEthernet0/3
192.168.2.3,

Tabela 6 ‒ Métrica de roteamento. Fonte: EnsineMe.


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O protocolo de roteamento RIP utiliza a contagem de saltos como custo em suas rotas, e como podemos
observar, as rotas 1, 2 e 3 apresentam custos de 1, 2 e 3 saltos, respectivamente, para alcançar a rede de
destino em questão.
Notoriamente, a rede que apresenta menor custo para alcançar a rede de destino
192.168.1.0/24 é a rota Nº 1. Logo, essa rota é aquela que irá compor a tabela de roteamento para esse
destino.

A Tabela 7 apresenta a métrica utilizada por alguns dos protocolos de rede mais utilizados no mercado:

Nº Protocolo de roteamento Métrica utilizada (*Opcionais)

1 RIP Contagem de saltos


2 EIGRP Largura de banda, atraso, confiabilidade* e ocupação*

3 OSPF Largura de banda

Tabela 7 ‒ Métrica dos protocolos de roteamento. Fonte: EnsineMe.


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Quando um roteador está processando mais de um protocolo de roteamento, ou uma rede de destino que é
inserida de forma manual, pode ocorrer de uma rede de destino ser apresentada ao roteador por mais de uma
forma.

 COMENTÁRIO

Neste caso, trata-se de uma rede aprendida por processos diferentes, logo, não poderemos utilizar a métrica
como critério de desempate. Neste caso, há precedência entre as diversas formas de aprendizado
de rotas em
um roteador. A essa precedência, damos o nome de distância administrativa.

A Tabela 8 apresenta as distâncias administrativas para as formas de aprendizado de redes de destino mais
conhecidas:

Nº Protocolo de roteamento (símbolo) Distância administrativa

1 Redes diretamente conectadas (C) 0

2 Rotas Estáticas (S) 1

3 eBGP (B) 20

4 EIGRP (D) 90

5 OSPF (O) 110


6 IS – IS (I) 115

7 RIP (R) 120

Tabela 8 – Distância administrativa. Fonte: EnsineMe.


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Para exemplificar, observemos a Tabela 9, que apresenta 03 (três) rotas aprendidas por um roteador, por
diversos meios, para a rede de destino 192.168.1.0/24.

Nº Rotas com distâncias administrativas diferentes

Via
1 S 192.168.1.0/24 [1/0] 00:00:06, GigabitEthernet0/1
192.168.2.1,

Via
2 R 192.168.1.0/24 [120/2] 00:00:06, GigabitEthernet0/2
192.168.2.2,

Via
3 O 192.168.1.0/24 [110/243] 00:00:06, GigabitEthernet0/3
192.168.2.3,

Tabela 9 – Rotas com distâncias administrativas diferentes. Fonte: EnsineMe.


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Neste caso, temos as rotas 1, 2 e 3 apresentadas ao roteador através da inserção manual e pelos protocolos de
roteamento dinâmico RIP e OSPF, respectivamente. Pela análise da distância administrativa, o roteador enviará
à tabela
de roteamento a rota número 1 (um), pois é ela quem apresenta a menor distância administrativa entre
as rotas apresentadas para a rede de destino 192.168.1.0/24, não sendo levada em consideração a métrica
apresentada por
cada uma delas.

VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2

 Empregar a utilização e operação em roteadores

HARDWARE E SOFTWARE
Um roteador nada mais é que um computador customizando a operação de roteamento. Como todo
computador, é composto basicamente por hardware e software.

O hardware é composto por interfaces de entrada e saída, memória e processador que são integrados por um
barramento interno.

O software é o próprio sistema operacional que controla o hardware. Em roteadores Cisco, o sistema
operacional recebe o nome de Internetwork Operating System – IOS.

HARDWARE CISCO
Como vimos, o hardware é composto, basicamente, por processador, memória e interfaces de entrada e saída.
A seguir, apresentaremos a descrição destes componentes.

PROCESSADORES

Assim como em outros computadores, o processador é responsável pela realização de instruções lógicas
aritméticas, por isso também é conhecido como Unidade Lógica Aritmética – ULA.

A Figura 3 mostra um processador instalado na placa-mãe de um computador.


 Figura 3 ‒ Processador em placa-mãe.

MEMÓRIA

A memória é utilizada em computadores e roteadores para armazenar informações necessárias ao


processamento de dados.

Elas subdividem-se em dois tipos principais:

Memórias voláteis

Aquelas que necessitam de corrente elétrica para o armazenamento de dados.


Memórias não voláteis

Aquelas que mantêm os dados armazenados mesmo quando os equipamentos estão desligados.

Um roteador Cisco, assim como um computador, possui memórias voláteis e não voláteis, sendo elas:

RAM
Random Access Memory, utilizada para armazenar processos, aplicações e informações necessárias à
operação do roteador.

ROM
Read Only Memory, memória não volátil utilizada para armazenar informações que não podem ser perdidas
quando o roteador está desligado.
NVRAM
Non-Volatile RAM, utilizada, principalmente, para armazenar arquivos de configuração que não podem ser
perdidos.

FLASH
É uma memória não volátil, que possui a capacidade de ser atualizada, diferentemente da ROM que não pode
ser reescrita.

A Tabela 10 apresenta o que cada uma das memórias descritas acima armazena em um roteador Cisco típico.

RAM ROM NVRAM FLASH

Arquivo de Arquivo de Sistema


Tabela de Buffer de
configuração Firmware configuração operacional
roteamento memória
corrente inicial IOS

Tabela 10 - Armazenamento na memória de um roteador Cisco. Fonte: EnsineMe.


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INTERFACES DE ENTRADA E SAÍDA


As interfaces de entrada e saída são responsáveis pela interconexão dos equipamentos roteadores com o
mundo exterior, é através delas que, por exemplo, as configurações iniciais são estabelecidas e os pacotes são
transmitidos
e recebidos pelas redes de computadores.

As principais interfaces de um roteador Cisco padrão são:

PORTA CONSOLE
Responsável pela configuração inicial e acessada através de cabo rollover, com conector RJ-45 em interface de
linha de comando.

PORTA AUX
Auxilia no acesso remoto ao roteador para gerenciamento.

INTERFACE DE DADOS
É responsável pelo trânsito de dados de um roteador, e pode possuir diversas velocidades. Como exemplo,
podemos citar a interface GigabitEthernet que possui capacidade de 1Gbps.

PORTA USB
Utilizada para troca de informações e armazenamento de dados em dispositivo externo.
SLOTS DE INTERFACE WAN
São orifícios onde podem-se inserir cartões de interfaces com diversas funcionalidades. Como exemplo,
podemos citar uma interface de rede sem fio.

A Figura 4 ilustra as principais interfaces de um roteador Cisco.

 Figura 4 ‒ Interfaces de um roteador Cisco.

SOFTWARE CISCO

INTERNETWORK OPERATING SYSTEM – IOS

O sistema operacional Cisco – IOS é responsável, através do kernel, pelo acionamento do hardware,
transformando instruções em operações realizadas pelo roteador. É através dele que podemos acessar as
informações contidas nos
roteadores e executar as modificações que necessitamos.

Existem diversas formas de acessar o sistema operacional de roteadores Cisco, entretanto, as mais comuns
são através dos softwares de emulação de terminal, via:

Porta console – Utilizando um cabo rollover de comunicação serial.

Conexão Telnet – Protocolo de comunicação remota sem criptografia.

Conexão SSH – Protocolo de comunicação remoto com criptografia.

CONFIGURAÇÃO DO SISTEMA OPERACIONAL

A seguir, apresentaremos aspectos da configuração geral em roteadores Cisco e que podem ser utilizados no
software Cisco Packet Tracer.
MODO DE EXECUÇÃO

O roteador Cisco possui 04 (quatro) modos de operação:

MODO EXEC
Permite somente a execução de comandos básicos de gerenciamento. É caracterizado pelo símbolo “>” e é o
ponto de início de configuração.

MODO EXEC PRIVILEGIADO


Permite acesso a todos os comandos e recursos. É caracterizado pelo símbolo “#”.

MODO DE CONFIGURAÇÃO GLOBAL


Permite realizar configurações no roteador, e é caracterizado pela expressão “(config)#”.

MODO DE CONFIGURAÇÃO ESPECÍFICA


É o modo no qual se configura interfaces ou funcionalidades específicas. Não possui uma extensão padrão,
mas, como exemplo, podemos apresentar a expressão para a configuração de linha, que utiliza
a expressão
“(config-line)#”.

A Tabela 11 mostra os comandos necessários à mudança entre os modos apresentados acima.

Nº Modo de execução Comando

1 EXEC para -> EXEC Privilegiado Enable

2 EXEC Privilegiado -> Config Global Configure Terminal

3 Config Global -> Config Específica (Linha) Line VTY 0 4

Tabela 11 – Mudança de modo de execução. Fonte: EnsineMe.


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A Figura 5 ilustra, em termos práticos, a navegação entre os modos de execução em um roteador Cisco.

R1>

RI>enable

R1#configure terminal

Enter configuration commands, one per line.End with CNTL/Z.

R1 (config) #interface gigabitethernet 0/1

R1 (config-if) #

 Figura 5 ‒ Navegação entre modos de execução.

Os comandos de retorno entre os modos de execução são:

Exit – Retorna ao modo anterior.

End – Retorna ao modo de configuração global, independente de qual modo de execução esteja.

Ctrl+Z – Mesma funcionalidade do comando “end”.

ESTRUTURA BÁSICA DE COMANDO NO IOS CISCO

A estrutura básica de um comando no Cisco IOS está demonstrada na Figura 6.

 Figura 6 ‒ Estrutura de comando.

Uma ajuda textual pode ser solicitada a qualquer momento durante a execução do comando, ela pode ser
obtida através da inserção da “?”, conforme ilustrado na Figura 7.

R1 (config) #router ?

bgp Border Gateway Protocol (BGP)

eigrp Enhanced Interior Gateway Routing Protocol (EIGRP)

ospf Open Shortest Path First (OSPF)

rip Routing Information Protocol (RIP)

 Figura 7 ‒ Ajuda textual.

A execução dos comandos e palavras-chaves pode ser abreviada pelo IOS, a partir do momento em que eles
são únicos, no modo de execução corrente. Como exemplo, podemos abreviar a execução do comando
“configure terminal” pela
expressão “conf t”, conforme ilustrado na figura 8:

R1#conf

Enter configuration commands, one per line.End with CNTL/Z.

R1 (config) #

 Figura 8 ‒ Abreviação de comando.

Existe, ainda, uma série de teclas de atalho que podem auxiliar na execução de comandos no IOS Cisco, são
elas:

Teclas de atalho Função

Crtl-A Leva ao início da tela

Crtl-E Leva ao final da tela

Crtl-R Exibe a linha de comando novamente

Crtl-Z Retorna ao EXEC Privilegiado

Crtl-C Aborta o comando atual

Crtl-Shift-6 Interrompe o processo do IOS atual

Seta p/ baixo Rola p/ histórico de comandos

Seta p/ cima Rola p/ trás através do histórico de comandos

Tab Completa o comando incompleto


Tabela 12 – Teclas de atalho. Fonte: EnsineMe.


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CONFIGURAÇÕES BÁSICAS NO IOS CISCO

No IOS Cisco é possível realizar diversas configurações, possibilitando, assim, uma melhor usabilidade,
performance e segurança.

CONFIGURAÇÃO DO NOME DO ROTEADOR

A configuração de nome dos roteadores Cisco é realizada através do comando “hostname” no modo de
Configuração Global. A Figura 9 mostra um exemplo de uma mudança de nome do roteador que pode ser
executada através
do Packet Tracer.

router>

router>enable

router#conf t

Enter configuration commands, one per line. End with CNTL/z.

router (config) #hostname R1

Rl (config) #

 Figura 9 ‒ Mudança de nome de roteador.

PROTEÇÃO DO ROTEADOR

Para melhor proteção do roteador devemos, minimamente, inserir senhas de acesso no:

Acesso pela Porta Console.

Acesso remoto VTY.

Acesso ao modo de configuração global.

A Figura 10 ilustra como é realizada a configuração para alteração das senhas de proteção do roteador.

RI (config) #

R1 (config) #line console 0

R1 (config-line) #password cisco SENHA NA PORTA CONSOLE

R1 (config-line) #login

R1 (config-line) #exit

R1 (config) #

R1 (config) #line vty 0 15

R1 (config-line) #pass

R1 (config-line) #password cisco SENHA PARA ACESSO REMOTO

R1 (config-line) #login

R1 (config-line) #exit

R1 (config) #

R1 (config) #enable secret cisco SENHA P/ ACESSO AO MODO EXEC PRIVILEGIADO

R1 (config) #

 Figura 10 ‒ Proteção do roteador.

MENSAGENS DE BANNER

Mensagens de banner são importantes na orientação de permissão de acesso. A Figura 11 ilustra como é
realizada a configuração de um banner para o roteador Cisco.

É importante ressaltar que um caractere deve marcar tanto o início quanto o fim de um banner. No exemplo
abaixo, isto foi feito utilizando o caractere “$”

R1#conf t

Enter configuration commands, one per line.End with CNTL/Z.

R1 (config) #banner motd $

Enter TEXT message.End with the character ‘$’.

*************************************************

BANNER DE ROTEADOR

*************************************************

R1 (config) #

 Figura 11 ‒ Configuração de banner.

SALVAR E APAGAR AS CONFIGURAÇÕES REALIZADAS

Após realizar as configurações que deseja em um roteador, é necessário realizar o salvamento destas
configurações. Isto é feito copiando as configurações correntes (running-config) para o arquivo onde as
configurações de inicialização
(startup-config) são salvas.

Nesta mesma lógica, para apagar as configurações salvas é necessário apagar o arquivo de inicialização, e
reiniciar o roteador. A Figura 12 ilustra como é realizado esse processo.


R1#copy running-config startup-config

Destination filename [startup-config] ?

SALVANDO AS CONFIGURACOES CORRENTES

Building configuration...

[OK]

R1#

R1#

R1#

R1#erase star

Ri#erase startup-config

Erasing the nvram filesystem will remove all configuration files! Continue?

[confirm]

[OK]

APAGANDO AS CONFIGURACOES DO ROTEADOR

Erase of nvram:complete

%SYS-7-NV_BLOCK_INIT:Initialized the geometry of nvram

R1#

 Figura 12 ‒ Salvar e apagar as configurações realizadas.


Para descartar alterações realizadas equivocadamente, podemos utilizar o comando “no” antes do comando
executado erroneamente.

ATRIBUIÇÃO DE IP A UMA INTERFACE DO ROTEADOR

Para efetuar alterações de IP nas interfaces do roteador, basta entrar no modo específico de configuração da
interface de rede desejada e executar o comando de configuração ilustrado na Figura 13.

Por padrão, as interfaces de roteador estarão desligadas, sendo então necessário ligá-las através da execução
do comando “no shutdown”.

R1#conf t

Enter configuration commands, one per line.End with CNTL/Z.

R1 (config) #interface gigabitethernet 0/0

R1 (config-if) #ip address 192.168.1.1 255.255.255.0

R1 (config-if) #no sh

R1 (config-if) #no shutdown

R1 (config-if) #end

R1#

%SYS-5-CONFIG_I:Configured from console by console

R1#

 Figura 13 ‒ Atribuição de IP à interface de roteador.


PACKET TRACER

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 3

 Aplicar o roteamento estático em roteadores

ROTEAMENTO ESTÁTICO
Como vimos, roteamento é o processo pelo qual um pacote de dados em uma rede de computadores é
encaminhado, de roteador a roteador, até ser entregue em seu destino final.
A decisão de encaminhamento é baseada na tabela de roteamento, que possui uma série de rotas, que podem
ser inseridas no roteador por meio das seguintes formas:

ROTAS DIRETAMENTE CONECTADAS


Inseridas automaticamente pelo roteador, para direcionar os pacotes às redes diretamente conectadas para as
interfaces deste roteador.

ROTAS ESTÁTICAS
Inseridas pelo administrador da rede para direcionar manualmente o caminho a ser seguido pelos pacotes de
rede.

ROTAS DINAMICAMENTE APRENDIDAS


Rotas inseridas de forma dinâmica, através da interação dos roteadores, por intermédio de um protocolo de
roteamento dinâmico comum.

As rotas estáticas são aquelas configuradas através de intervenção humana, elas definem, manualmente o
caminho a ser seguido para alcançar uma determinada rede de destino.

Diferentemente do uso de protocolos de roteamento dinâmico, não há atualizações automáticas das rotas
estáticas quando ocorrem alterações nas redes de dados. Essas atualizações devem ser informadas
manualmente aos roteadores
pelo administrador de rede.

 COMENTÁRIO

Essa desvantagem pode causar lentidão ou mesmo a interrupção do funcionamento da rede até que haja
intervenção do administrador de rede para sanar os problemas apresentados.

A grande vantagem no uso de rotas estáticas está relacionada ao baixo consumo de processamento e memória
dos roteadores, pois não há um algoritmo de roteamento sendo processado por estes equipamentos. Além
disso, há menor exigência
de conhecimento técnico para realizar a manutenção de redes configuradas por rotas
estáticas.

Para melhor entendermos o processo de inserção de rotas estáticas, observemos a rede apresentada pela
Figura 14. Para que você possa praticar, recomendamos que crie essa topologia no Packet Tracer e configure
as interfaces
dos roteadores com os comandos apresentados no módulo anterior.

 Figura 14 ‒ Roteamento estático.


Nesta figura, podemos observar 03 (três) redes e 02 (dois) roteadores. Claramente, cada um dos roteadores
aprenderá sobre a existência de duas redes diretamente conectadas, como podemos observar na Figura 15,
que apresenta
a tabela de roteamento do roteador R1, antes da inserção de qualquer rota por meio externo. As
rotas que têm a letra C no início da linha indicam que são rotas diretamente conectadas, que são as redes
192.168.1.0/24 e 192.168.2.0/24.

R1#sh ip route

Codes: L - local, C - connected, S - static, R - RIP, M - mobile, B – BGP

D - EIGRP, EX - EIGRP external, O - OSPF, IA - OSPF inter area

N1 - NSSA external type 1, N2 - OSPF NSSA external type 2

E1 - OSPF external type 1, E2 - OSPF external type 2, E - EGP

i - IS-IS, LI - IS-IS level-1, L2- IS-IS level-2, ia - IS-IS inter area

* - candidate default, U - per-user static route, o - ODR

P - periodic downloaded static route

Gateway of last resort is not set

192.168.1.0/24 is variably subnetted, 2 subnets, 2 masks

C 192.168.1.0/24 is directly connected, GigabitEthernet0/0

L 192.168.1.254/32 is directly connected, GigabitEthernet0/0

192.168.2.0/24 is variably subnetted, 2 subnets, 2 masks

C 192.168.2.0/24 is directly connected, GigabitEtherneto/1

L 192.168.2.1/32 is directly connected, GigabitEthernet0/1

R1#

 Figura 15 ‒ Rotas diretamente conectadas.

Para que o roteador “R1” aprenda sobre a existência da rede 192.168.3.0/24, e o roteador “R2” aprenda sobre a
existência da rede 192.168.1.0/24, é necessário que o administrador de rede faça a inserção destas rotas
manualmente,
uma vez que não há protocolo de roteamento dinâmico configurado nestes roteadores.

CONFIGURAÇÃO DE ROTAS ESTÁTICAS


A configuração de rotas estáticas é bem simples, basta direcionarmos uma rede de destino para o IP de um
roteador vizinho, e/ou a interface de saída do pacote. Os comandos para a configuração de rotas estáticas em
roteadores
Cisco típicos, tanto para IPv4 quanto para IPv6, são apresentados abaixo:

PARA REDES IPV4:

R1(Config)# Ip route (Rede Destino) (Mascara Rede Destino) (Ip próx Salto | Int Saída)
PARA REDES IPV6:

R1(Config)# Ipv6 route (Rede Destino/Máscara Rede) (Ipv6 próx Salto | Int Saída)

A Figura 16 ilustra a configuração dos roteadores “R1” e “R2” apresentados na Figura 14, para que os mesmos
possam encaminhar pacotes às redes até então desconhecidas. A primeira linha do comando apresenta a
configuração do roteador R1 e a segunda linha para R2.

R1(config)#ip route 192.168.3.0 255.255.255.0 192.168.2.2

R1(config)#ip route 192.168.1.0 255.255.255.0 192.168.2.1

 Figura 16 ‒ Configuração de rotas estáticas.

A partir desse momento, os roteadores “R1” e “R2” terão as novas rotas configuradas em suas tabelas de
roteamento e poderão dar seguimento aos pacotes com destinos às redes que anteriormente eram
desconhecidas por eles.

A Figura 17 mostra como fica a tabela de roteamento do roteador “R1” após a inserção da rota estática
apresentada na Figura 16. Como pode ser observado, a letra S na última linha da tabela de roteamento
apresenta
a rota estática inserida.

192.168.1.0/24 is variably subnetted, 2 subnets, 2 masks

C 192.168.1.0/24 is directly connected, GigabitEthernet0/0

L 192.168.1.254/32 is directly connected, GigabitEthernet0/0

192.168.2.0/24 is variably subnetted, 2 subnets, 2 masks

C 192.168.2.0/24 is directly connected, GigabitEthernet0/1

L 192.3.2.1/32 is directly connected, GigabitEthernet0/1

S 192.168.3.0/24 [1/0] via 192.168.2.2

 Figura 17 ‒ Rota estática inserida.

Para exemplificar a inserção de rotas estáticas IPv6, observemos o cenário apresentado pela Figura 18. Nele,
podemos verificar que os roteadores “R1” e “R2” possuem informações somente de suas redes diretamente
conectadas,
não possuindo informações sobre a existência das redes 2001:db8:acad:3::/64 e
2001:db8:acad:1::/64, respectivamente.

 Figura 18 ‒ Roteamento estático IPv6.


Para inserir as rotas estáticas nos roteadores “R1” e “R2”, devemos realizar a inserção dos seguintes comandos
abaixo, em cada um dos roteadores:

R1(Config)# Ipv6 route 2001:db8:acad:3::/64  2001:db8:acad:2:2

R2(Config)# Ipv6 route 2001:db8:acad:1::/64  2001:db8:acad:2:1

 ATENÇÃO

Para que seja possível realizar o roteamento IPv6 é necessário que, no modo de configuração global, seja
digitado o comando ipv6 unicast-routing, por exemplo:

R1(config)# ipv6 unicast-routing

A Figura 19 mostra como fica a tabela de roteamento do roteador “R1”, após a inserção da rota estática IPv6
apresentada acima. De forma semelhante ao que foi apresentado para o protocolo IPv4, as entradas na tabela
de roteamento
que apresentam a letra C no início são as rotas diretamente conectadas e as que têm S, rotas
estáticas.

R1#sh ipv6 route

IPv6 Routing Table - 6 entries

Codes: C - Connected, L - Local, S - Static, R - RIP, B - BGP

U - Per-user Static route, M - MIPV6

I1 - ISIS LI, 12 - ISIS L2, IA - ISIS interarea, IS - ISIS summary

0 - OSPF intra, OI - OSPF inter, OEl - OSPF ext 1, OE2 - OSPF ext 2

ON1 - OSPF NSSA ext 1, ON2 - OSPF NSSA ext 2

D - EIGRP, EX - EIGRP external

C 2001:DB8:ACAD:1::/64 [0/0]

via GigabitEthernet0/0, directly connected

L 2001:DB8:ACAD:1::2/128 [0/0]

via GigabitEthernet0/0, receive

C 2001:DB8:ACAD:2::/64 [0/0]

via GigabitEthernet0/1, directly connected

L 2001:DB8:ACAD:2::1/128 [0/0]

via GigabitEthernet0/1, receive

S 2001:DB8:ACAD:3::/64 [1/0]

via 2001:DB8:ACAD:2::2

L FF00::/8 [0/0]

via Null0, receive

R1#

 Figura 19 ‒ Rota estática IPv6 inserida.


Uma rota estática muito importante para o processo de roteamento é rota padrão, ou rota default, que tem
sentido semelhante ao default gateway de um PC. Ela especifica o caminho de saída a ser utilizado pelo
roteador quando
não houver, na tabela de roteamento, um caminho específico para o IP de destino do pacote
em análise.

As rotas estáticas padrão, ou default gateway, são configuradas utilizando o seguinte comando:

PARA IPV4:

R1(Config)# Ip route 0.0.0.0  0.0.0.0  (Ip próx Salto | Int Saída)

PARA IPV6

R1(Config)# Ipv6 route  ::/0  (Ipv6 próx Salto | Int Saída)

Na rede Ilustrada pela Figura 14, poderíamos optar por configurar rotas estáticas padrão em cada um dos
roteadores, ao invés de rotas específicas. A Figura 20 ilustra a configuração e a apresentação da tabela de
roteamento
para o roteador R1 com esse procedimento. Percebam que na última linha aparece a rota default,
iniciando por S*.

R1 (config) #ip route 0.0.0.0 0.0.0.0 192.168.2.2

192.168.1.0/24 is variably subnetted, 2 subnets, 2 masks

C 192.168.1.0/24 is directly connected, GigabitEthernet0/0

L 192.168.1.254/32 is directly connected, GigabitEthernet0/0

192.168.2.0/24 is variably subnetted, 2 subnets, 2 masks

C 192.168.2.0/24 is directly connected, GigabitEthernet0/1

L 192.168.2.1/32 is directly connected, GigabitEthernet0/1

S* 0.0.0.0/0 [1/0] via 192.168.2.2

 Figura 20 ‒ Configuração e apresentação de rota padrão IPv4.

Da mesma forma que fizemos para a rede IPv4 da Figura 14, também podemos realizar a configuração da rede
da Figura 18 através da configuração de rotas estáticas padrão IPv6 em cada um dos roteadores, ao invés de
rotas IPv6
específicas. A Figura 21 ilustra a apresentação da tabela de roteamento, para o roteador “R1”, após
a realização deste procedimento.

R1#sh ipv6 route

IPv6 Routing Table - 6 entries

Codes: C - Connected, L - Local, S - Static, R - RIP, B - BGP

U - Per-user Static route, M - MIPV6

I1 - ISIS LI, 12 - ISIS L2, IA - ISIS interarea, IS - ISIS summary

0 - OSPF intra, OI - OSPF inter, OEl - OSPF ext 1, OE2 - OSPF ext 2

ON1 - OSPF NSSA ext 1, ON2 - OSPF NSSA ext 2

D - EIGRP, EX - EIGRP external

S ::/0 [1/0]

via 2001:DB8:ACAD:2::2

C 2001:DB8:ACAD:1::/64 [0/0]

via GigabitEthernet0/0, directly connected

L 2001:DB8:ACAD:1::2/128 [0/0]

via GigabitEthernet0/0, receive

C 2001:DB8:ACAD:2::/64 [0/0]

via GigabitEthernet0/1, directly connected

L 2001:DB8:ACAD:2::1/128 [0/0]

via GigabitEthernet0/1, receive

S 2001:DB8:ACAD:3::/64 [1/0]

via 2001:DB8:ACAD:2::2

L FF00::/8 [0/0]

via Null0, receive

R1#

 Figura 21 ‒ Rota default IPv6 na tabela de roteamento.

Outra aplicação muito útil que as rotas estáticas nos fornecem é a função de rota estática flutuante. Ela consiste
em elevarmos artificialmente a distância administrativa de uma rota estática para que haja uma alternativa à
rota estática principal.

 EXEMPLO

Esta aplicação pode ser útil, por exemplo, na contratação de um segundo acesso para a internet por uma
empresa. Neste caso, o acesso principal teria uma rota estática default com a distância administrativa
padrão
de 1 (um), e seria realizada a configuração de uma segunda rota estática para outro acesso à internet. Esta
segunda rota teria distância administrativa 2 (dois). Com isso, uma vez que o enlace
principal falhasse, a rota
principal seria retirada da tabela de roteamento pelo roteador e automaticamente substituída pela rota
secundária flutuante, permitindo, assim, a continuidade no acesso
à internet por essa empresa.

Para a realização desta configuração, precisaremos realizar o ajuste da distância administrativa conforme
apresentado abaixo:

PARA ROTAS IPV4:


R1(Config)# Ip route (Rede Destino) (Mascara Rede Destino) (Ip próx Salto | Int Saída) [Distância
Administrativa]

PARA ROTAS IPV6:

R1(Config)# Ipv6 route (Rede Destino/Máscara Rede) (Ipv6 próx Salto | Int Saída) [Distância Administrativa]

PARA ROTAS DEFAULT IPV4:

R1(Config)# Ip route 0.0.0.0  0.0.0.0  (Ip próx Salto | Int Saída) [Distância Administrativa]

PARA ROTAS DEFAULT IPV6

R1(Config)# Ipv6 route  ::/0  (Ipv6 próx Salto | Int Saída) [Distância Administrativa]

Como exemplo, faremos a configuração de redundância para a rede da Figura 22, onde o administrador de
redes possui um caminho principal de acesso à internet com capacidade de 1Gbps, e um canal alternativo com
capacidade de
acesso de 100Mbps. Recomendamos que crie a topologia no Packet Tracer para que possa
treinar os comandos.

 Figura 22 ‒ Rota redundante.


A configuração em questão é efetuada para prover acesso à internet principal pelo Internet Service Provider
(ISP) “B”, e ao ISP “A” como secundário, pois este último possui 10 (dez) vezes menos capacidade de acesso à
internet
que o primeiro provedor. A configuração é estabelecida da seguinte forma:

R1(Config)# Ip route 0.0.0.0 0.0.0.0 200.10.10.254

R1(Config)# Ip route 0.0.0.0 0.0.0.0 200.20.20.254 2

Assim, a primeira rota terá distância administrativa padrão igual a 1, sendo colocada na tabela de roteamento
pelo roteador. Quando esse enlace principal vier a falhar, a segunda rota, que possui distância administrativa
igual
a 2 (dois), assumirá a função de roteamento padrão para a internet.

VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS ROTAS


ESTÁTICAS
As vantagens no uso de rotas estáticas são:

UTILIZAÇÃO DE RECURSOS
Baixo consumo de recursos de processamento e memória dos roteadores, quando comparado com a utilização
de processos de roteamento dinâmico.

LARGURA DE BANDA

Não há troca de informação entre os roteadores, logo, não há utilização de largura de banda de um canal de
comunicações.

TRAJETO DO PACOTE
O administrador de rede sabe exatamente o trajeto dos pacotes de rede, pois foi ele quem configurou as rotas
existentes nos roteadores.

As desvantagens no uso de rotas estáticas são:

REDES DE MÉDIO E GRANDE PORTE


A administração de redes de médio e grande porte torna-se extremamente complexa através da utilização de
redes configuradas com rotas estática.

INTERRUPÇÃO DE COMUNICAÇÃO

O tempo de reação dos administradores de rede às possíveis interrupções de comunicações gera transtornos
aos usuários das mesmas.

ESCALABILIDADE

A inserção ou remanejamento de uma rede de computadores numa rede administrada por rotas estáticas é
extremamente dispendiosa, pois o administrador de redes precisa ajustar a configuração
da nova rede em
todos os roteadores sob sua administração.
CRIANDO ROTAS ESTÁTICAS

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 4

 Reconhecer os sistemas autônomos e os principais processos de roteamento dinâmico Intra-AS e


Inter-AS

SISTEMAS AUTÔNOMOS
Um sistema autônomo, ou Autonomous System, é assim definido na internet:

Na Internet, um sistema autônomo (AS) é uma coleção de prefixos de roteamento conectados por Protocolo
Internet (IP) sob o controle de um ou mais operadores de rede que apresenta uma política comum e claramente
definida de roteamento para a Internet (ver RFC 1930, Seção 3). (WIKIPEDIA, 2020)

É através dos sistemas autônomos que as redes globalmente são conectadas, conforme podemos observar
através da Figura 23.

 Figura 23 ‒ Sistemas autônomos.

Nesta imagem, verificamos que existe a convivência entre diversos protocolos de roteamento, que executam a
função de conectar as diversas redes existentes através daquilo que conhecemos como internet.

ROTEAMENTO INTRA-AS E INTER-AS


Os protocolos de roteamento responsáveis pelo roteamento interno aos sistemas autônomos, ou seja, Intra-AS,
estão categorizados como Interior Gateway Protocol (IGP).

Os protocolos de roteamento Intra-AS ainda são subdivididos entre aqueles que executam roteamento
baseados em processos de vetores de distância (Distance Vector) e aqueles que estão baseados
em processos
de estado de link (Link State).

Os protocolos vetor de distância (Distance Vector) mais conhecidos são o Routing Information Protocol
(RIP) e o Enhanced Information Gateway Routing Protocol (EIGRP), sendo o último menos
utilizado por ser
proprietário da Cisco.

Já os protocolos baseados em estado de link (Link State) mais conhecidos são o Open Shortest Path First
(OSPF) e o Intermediate System to Intermediate System (IS-IS).
 VOCÊ SABIA

Os protocolos de roteamento responsáveis por interconectar os diversos sistemas autônomos existentes, ou


seja, Inter-AS, estão categorizados como Exterior Gateway Protocol (EGP). Sendo o protocolo mais
comum o
Border Gateway Protocol (BGP), baseado no processo de roteamento Path Vector (vetor de caminho).

A Tabela 13 resume a classificação entre os diversos tipos de protocolos de roteamento dinâmico.

RIP
Protocolos Distance
Vector
EIGRP
Interior Gateway Protocols (IGP)
– Intra-AS
Protocolos de roteamento IS-IS
dinâmico Protocolos Link
State
OSPF

Exterior Gateway Protocols Protocolo Path


BGP
(EGP) – Inter-AS Vector

Tabela 13 – Classificação dos protocolos de roteamento dinâmico. Fonte: EnsineMe.


Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

ROTEAMENTO DINÂMICO
Os objetivos dos protocolos de roteamento dinâmico estão apresentados abaixo:

DESCOBRIR REDES REMOTAS.


MANTER INFORMAÇÕES DE ROTEAMENTO ATUALIZADAS.


DETERMINAR O MELHOR CAMINHO PARA CADA REDE DE DESTINO.


ENCONTRAR ROTAS ALTERNATIVAS CASO O CAMINHO PRINCIPAL VENHA A
FALHAR.

A forma como cada protocolo alcança os objetivos acima está diretamente ligada ao tipo de processo de
roteamento, que, como vimos, subdivide-se em protocolos vetor de distância (Distance Vector), estado de
enlace (Link State)
e Vetor de caminhos (Path Vector).

PROTOCOLOS DE ROTEAMENTO DISTANCE


VECTOR
Os protocolos de vetor de distância possuem a característica de anunciar as rotas para roteadores vizinhos
através de duas informações:

Distância

Contabiliza a distância, ou custo, até uma rede de destino baseada numa métrica predefinida, como número de
saltos entre roteadores, largura de banda, atraso, confiabilidade ou ocupação do
canal.

Vetor

Especifica a direção em que o pacote deve ser remetido para alcançar a rede de destino com o menor custo
possível, isto é feito através da escolha da interface de saída do roteador.

Os princípios de funcionamento de um protocolo de roteamento Distance Vector são:

Os roteadores enviam e recebem informações de roteamento através de suas interfaces.

Os roteadores compartilham informações de roteamento com outros roteadores que usam o mesmo
protocolo de roteamento.

Os roteadores trocam informações para descobrir redes remotas.

Os roteadores atualizam os outros roteadores do grupo quando há alterações topológicas detectadas.

Para ilustrar o processo de roteamento dinâmico vetor de distância, observe a rede ilustrada na Figura 24, que
usaremos como base para apresentar as fases deste processo de roteamento dinâmico. Lembro que o Routing
Information
Protocol (RIP) tem sua métrica baseada na contagem de saltos.

Na sequência, apresentaremos a troca de informações de roteamento entre os roteadores envolvidos nesse


processo, até que eles alcancem a convergência, ou seja, o conhecimento total da rede. Para facilitar a
visualização, ao
invés de apresentarmos nas tabelas subsequentes os endereços das redes, vamos simplificar
apresentando as redes com as numerações apresentadas na Figura 24 (1, 2, 3 e 4).

 Figura 24 ‒ Rede de roteamento dinâmico vetor de distância.

Num primeiro momento, quando ainda não houve troca de informação entre os roteadores, cada um deles só
conhece suas redes diretamente conectadas, como ilustrado na Tabela 14.

R1   R2   R3

REDE INT SALTO   REDE INT SALTO   REDE INT SALTO

1 0/0 0   2 0/0 0   3 0/0 0

2 0/1 0   3 0/1 0   4 0/1 0

                     

                     

Tabela 14 – Estado inicial dos roteadores. Fonte: EnsineMe.


Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Num segundo estágio, os roteadores trocam informações de roteamento com seus roteadores vizinhos, que
passam a conhecer as redes remotas diretamente conectadas àqueles vizinhos que os atualizaram.

A Tabela 15 evidencia as informações aprendidas por cada roteador após esse segundo estágio.

R1   R2   R3

REDE INT SALTO   REDE INT SALTO   REDE INT SALTO


1 0/0 0   2 0/0 0   3 0/0 0

2 0/1 0   3 0/1 0   4 0/1 0

3 0/1 1   1 0/0 1   2 0/0 1

        4 0/1 1        

Tabela 15 – Estado dos roteadores após 1ª interação. Fonte: EnsineMe.


Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Como podemos verificar, os roteadores “R1” e “R3” ainda não conhecem toda topologia da rede, necessitando
então de uma segunda troca de informações para que todos os roteadores desta rede atinjam o estado de
convergência. A
Tabela 16 evidencia as novas informações aprendidas pelos roteadores “R1” e “R3”, após essa
segunda troca de informações de roteamento.

R1   R2   R3

REDE INT SALTO   REDE INT SALTO   REDE INT SALTO

1 0/0 0   2 0/0 0   3 0/0 0

2 0/1 0   3 0/1 0   4 0/1 0

3 0/1 1   1 0/0 1   2 0/0 1

4 0/1 2   4 0/1 1   1 0/0 2

Tabela 16 – Estado dos roteadores após 2ª interação. Fonte: EnsineMe.


Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
PROTOCOLOS DE ROTEAMENTO LINK STATE
Todos os protocolos de roteamento dinâmico Link State, ou estado de enlace, utilizam o algoritmo de
roteamento de Dijkstra, também conhecido como Shortest Path First (SPF).

O algoritmo dos protocolos de estado de enlace calcula o melhor caminho para uma rede de destino utilizando
os seguintes princípios:

CUSTO
Cada roteador anuncia o custo acumulado até uma rede de destino para os outros roteadores participantes do
grupo de roteamento. Esse custo é normalmente baseado na largura de banda dos links de comunicação.

CÁLCULO DE ROTA
Cada roteador, baseado nas informações recebidas pelos roteadores do grupo, calcula o melhor caminho para
cada rede existente na topologia do grupo.

Os princípios de funcionamento de um protocolo de roteamento Link State são:

Cada roteador, inicialmente, aprende sobre suas redes diretamente conectadas.

Cada roteador precisa estabelecer adjacência com os roteadores vizinhos que estão utilizando o mesmo
protocolo de roteamento.

Cada roteador constrói um Link State Packet (LSP) com os estados de links diretamente conectados.

Cada roteador inunda os outros roteadores do grupo com as informações LSP de seus estados de link.

Cada roteador, após receber os LSP dos outros roteadores do grupo, armazena a topologia de rede em
um banco de dados, que é utilizado para tomar as decisões de roteamento.

Para exemplificar, vamos utilizar a topologia apresentada na Figura 25, a fim de entendermos a montagem do
banco de dados LSP por cada um dos roteadores.

 Figura 25 ‒ Rede de roteamento dinâmico estado de link.

Num momento inicial, os roteadores possuem LSP das suas redes diretamente conectadas. A Tabela 17
apresenta o estado de enlace inicial para o roteador “R1”.

R1 - LSP
REDE 192.168.1.0/24

Endereço IP 192.168.1.254

Tipo de rede GigabitEthernet

Custo 10

Vizinho -

   

REDE 192.168.2.0/24

Endereço IP 192.168.2.1

Tipo de rede GigabitEthernet

Custo 1

Vizinho 192.168.2.2

Tabela 17 – LSP inicial de R1. Fonte: EnsineMe.


Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Após a montagem do LSP, cada roteador forma adjacência com os roteadores vizinhos processando o mesmo
protocolo de roteamento, e os LSP são inundados nessa rede.
 COMENTÁRIO

Através desse banco de dados LSP, cada roteador é capaz de compreender a topologia da rede e tomar as
decisões de roteamento baseadas nessa topologia.

A Tabela 18 apresenta o banco de dados de “R1” após o recebimento de informações LSP dos roteadores “R2”
e “R3” para a topologia da Figura 25. Em evidência, encontra-se a informação de Gateway (GW) que irá compor
a tabela de
roteamento desse roteador.

R1 - LSP (1)   R1 - LSP (2)   R1 - LSP (3)   R1 - LSP (4)

REDE (1)   REDE (2)   REDE (3)   REDE (4)

IP .1.254   IP .2.1   IP -   IP -

Tipo GEth   Tipo GEth   Tipo GEth   Tipo GEth

Custo 10   Custo 1   Custo 2   Custo 12

Vizinho -   Vizinho .2.2   Vizinho -   Vizinho -

GW Ge0/0   GW Ge0/1   GW .2.2   GW .2.2

Tabela 18 – Banco de dados LSP do roteador R1. Fonte: EnsineMe.


Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

PROTOCOLOS DE ROTEAMENTO PATH VECTOR


Diferentemente dos processos de roteamento de vetor de distância e de estado de enlace, que são processos
Intra-AS, os processos de roteamento dinâmico Path Vector são processos de roteamento Inter-AS, ou seja,
eles são responsáveis
pelas ligações existentes entre os Autonomous Systems.
A Figura 26 ilustra uma rede com processo de roteamento Inter-AS.

 Figura 26 ‒ Roteamento Inter-AS.

O protocolo que executa a função de roteamento Inter-AS é o Border Gateway Protocol (BGP), ele oferece a
cada AS, meios de:

Obter dos AS vizinhos informações para alcançar as redes associadas.

Difundir informações sobre rotas aprendidas por meio dos protocolos de roteamento Intra-AS.

Determinar os melhores caminhos baseado nas informações de roteamento, e políticas associadas aos
AS.

Devido à complexidade de informações e políticas inseridas nas formas de difusão de redes de cada AS, esse
processo introduz dois novos atributos:

AS-PATH ‒ Esse atributo contém as informações dos AS pelos quais passaram as informações de uma
determinada rede de destino.

NEXT-HOP – É a interface de roteador que inicia o AS-PATH.

Os princípios de funcionamento de um protocolo de roteamento BGP são:

As rotas recebem um valor preferencial local, que podem ser inseridos pelo administrador de rede, ou
descobertos dinamicamente por algum roteador envolvido no processo.

No caso de rotas com o mesmo valor preferencial, é considerada melhor rota aquela que possui AS-PATH mais
curto.

No caso de rotas com o mesmo valor de preferência local e AS-PATH, é eleita melhor rota aquela que possui
NEXT-HOP mais próximo.

Caso ainda reste alguma rota, identificadores BGP podem ser utilizados para selecionar a melhor rota.
CRIANDO ROTAS INTERNAS

VERIFICANDO O APRENDIZADO

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vimos neste tema os conceitos básicos do processo de roteamento, ou seja, as principais formas pelas quais os
roteadores podem aprender sobre as redes existentes.
Inicialmente, apresentamos a operação das rotas estáticas que são configuradas manualmente pelos
administradores de redes. A seguir, mostramos que existem diversos processos de roteamento dinâmico, e que
cada um deles é dedicado
a um tipo de característica específica, e que cabe ao administrador de rede escolher
aquele que melhor se adequa à sua rede.

Para ilustrar as operações de roteamento, utilizamos como referência o software Packet Tracer, que é um
ambiente de simulação para equipamentos Cisco.

A partir deste momento, é necessário aprofundar o estudo dos protocolos de roteamento para aperfeiçoar a
prática de configuração exigida por cada um deles.

 PODCAST

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
KUROSE, J. F.; ROSS, K. W. Redes de Computadores e a Internet. 6. ed. São Paulo: Pearson, 2014.

TANENBAUM, A. S.; WETHERALL, D. Redes de Computadores. 5. ed. São Paulo: Pearson Universidades,
2011.

EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, pesquise na internet:

As RFC dos protocolos de roteamento dinâmico comentados neste curso, RIP, EIGRP, OSPF IS-IS e o
BGP.
CONTEUDISTA
Isaac Newton Ferreira Santa Rita

 CURRÍCULO LATTES

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