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Técnico de Gestão Equipamentos Informáticos

Módulo 2 - Caracterização de Redes e


Comunicação de Dados
4. Tecnologias de Comunicação
4.1. Tecnologias de Redes Locais
4.1.1. Utilização e limitações
4.1.2. Controlo de acesso ao meio físico
4.1.3. Ethernet
4.1.4. Token Ring
4.1.5. Token Bus
4.1.6. FDDI
4.1.7. Redes locais sem fios
4.2. Tecnologias de Redes Metropolitanas
4.2.1. Tecnologias de acesso
4.2.2. Noções sobre Tecnologias de Redes Alargadas
4.2.3. Noções sobre Tecnologia ATM
4.1. Tecnologias de Redes Locais
4.1.1. Utilização e limitações
As redes locais normalizadas são a tecnologia de
comunicação mais relevante para a interligação de sistemas
computacionais nas subredes. A evolução tecnológica neste
domínio continua a processar-se rapidamente no sentido de
maiores velocidades de transmissão e da utilização de
cablagens estruturadas, pelo que, apesar dos conceitos de
base se manterem, os detalhes técnicos de implementação
estarão rapidamente desatualizados.
A normalização nas redes locais foi da iniciativa do Instituto
de Engenharia Eletrotécnica e Eletrónica dos EUA (IEEE).
A missão encarregada de efetuar a normalização das redes
locais designava-se 802, nome por que ficaram conhecidas as
normas aí especificadas. Como limitação do esforço da
comissão foi considerado, inicialmente, que esta apenas iria
analisar redes com as seguintes características: como partilha
efetiva do meio físico; apenas os dois primeiros níveis do
modelo OSI; com uma cobertura geográfica entre 1 e 20 km.

A comissão de normalização das redes locais eliminou as


ligações ponto-a-ponto, pelo que se pressupõe uma
transmissão em difusão, e não considerou as topologias em
estrela, típicas dos comutadores telefónicos, debruçando-se
essencialmente sobre as topologias em anel ou bus, podendo
as árvores serem consideradas como um caso mais complexo
de um bus.
Importante saber:
Arquiteturas específicas para redes locais
- abrange os dois níveis inferiores do modelo OSI.
 Normalizadas:
- IEEE
- ISSO
4.1.2. Controlo de acesso ao meio físico

O controlo do acesso ao meio físico de comunicação pode ser


feito utilizando uma das várias técnicas, das quais se
salientam a técnica CSMA/CD (Carrier Sense Multiple Access
with Collision Detection) e a técnica de Passagem de
Testemunho “TOKEN”.
CSMA/CD
No caso do CSMA/CD usado nas redes de tecnologia
Ethernet, cada nó da rede monitoriza a atividade ao meio
físico para determinar se este está ou não ocupado. Se
um nó pretender transmitir, deverá aguardar que o meio
físico esteja livre. Poderão no entanto, ocorrer colisões se
duas ou mais estações estiverem à espera de um período
de silêncio para iniciarem uma transmissão. Se tal ocorrer
as estações prolongam a colisão durante algum tempo
(para garantir que todas as estações envolvidas a
detetaram), interrompem a transmissão e esperam um
período de tempo aleatório antes de tentarem a
retransmissão.
Vantagens
- Este método de acesso ao meio é bastante eficiente em
redes com carga relativamente baixa, podendo sofrer uma
degradação acentuada se a carga da rede ultrapassar os 60%.

Desvantagens
- Os tempos de propagação dos sinais no meio físico e os
atrasos introduzidos por equipamentos repetidores impõem
limitações de comprimento máximo e de número de
segmentos das redes que utilizam esta técnica – as redes
Ethernet.
- Bem como limitações no tamanho mínimo das unidades de
dados, de modo a que as deteções sejam sempre detetadas
pelas estações da rede.
Apesar destas limitações, esta técnica de controlo de acesso
ao meio físico é a mais utilizada nas redes locais, dada a sua
estrema simplicidade e eficiência em condições normais de
funcionamento.
Passagem de testemunho
A Técnica de passagem de testemunho “Token” elimina o
problema das colisões, à custa de um overhead (que se
traduz numa redução da largura de banda liquida e na
existência de um tempo de latência - espera) no acesso ao
meio físico.

Existem basicamente duas variantes desta técnica:


-Passagem de testemunho numa rede em anel físico
-Passagem de testemunho numa rede com configuração
física em Bus e configuração lógica em Anel
Em qualquer dos casos, as estações que pretendem
transmitir têm de aguardar que o testemunho – um quadro
de controlo que é transmitido de estação em estação – seja
recebido, após o que poderão transmitir um determinado
número de quadros ou durante um determinado período de
tempo.

Este método de controlo de acesso exige que haja


mecanismos mais ou menos complexos para o
estabelecimento e manutenção de um anel lógico de
passagem de testemunho, tolerantes a qualquer tipo de falha
das estações.

Para além disso, são também necessários mecanismos para a


admissão de novas estações no anel e para a retirada de
estações.
4.1.3. Ethernet
A tecnologia Ethernet foi desenvolvida pela Xerox, Intel e
DEC, nos meados da década de 70 – na sequência da sua
invenção por Bob Metcalfe e David Boggs, da Xerox, em 1970
– tendo sido posteriormente normalizadas pelo IEEE (Norma
IEEE 802.3) e pela ISO (ISO8802-3).
Trata-se de uma tecnologia de grande aceitação e divulgação,
abrangendo a esmagadora maioria do parque implantado de
redes locais.

A enorme divulgação desta tecnologia levou a um baixo custo


e a uma grande maturidade, que se tornaram, por sua vez, no
principal fator para a manutenção do domínio do mercado.
A tecnologia Ethernet utiliza a técnica CSMA/CD para controlo
do acesso ao meio.
4.1.3. Ethernet
Tendo sido inicialmente desenvolvida para redes com
topologia em BUS físico utilizando cabo Coaxial, esta
tecnologia foi sofrendo uma grande evolução suportando,
presentemente, um grande variedade de meios físicos.

Também a topologia deixou de ser um BUS físico para passar


a ser um BUS Lógico, normalmente correspondendo a uma
topologia física em estrela ou em Árvore.

O próprio mecanismo de CSMA/CD tem sofrido alterações,


para que a rede possa funcionar corretamente a débitos
elevados (100 Mbps e 1Gbps). Pode afirmar-se que a
tecnologia Ethernet de hoje apenas tem em comum com a
tecnologia inicial o nome.
4.1.3. Ethernet
O suporte de diferentes meios físicos e diferentes
velocidades levou ao aparecimento de diversas variantes
de Ethernet, genericamente designadas por:

x-Base-y

Em que o x é um número que identifica o débito binário


em Mbps Base significa que a transmissão é feita em
banda Base (isto é, não é usada por modulação de
qualquer portadora) Y é o número de letras que
identificam o meio físico utilizado.
4.1.3. Ethernet a 10 Mbps

VARIANTES DA ETHERNET a 10 Mbps:


4.1.3. Ethernet a 100 Mbps

A necessidade crescente de largura de banda levou ao


desenvolvimento da Tecnologia Ethernet a 100 Mbps,
normalmente designada Fast Ethernet, especificada pela
norma IEEE 802.3u.
De modo a possibilitar débitos de 100 Mbps, as
especificações iniciais sofreram alterações em termos de
tamanho máximo dos segmentos e da rede, bem como
alterações de codificação.
4.1.3. Ethernet a 100 Mbps
Para além de possibilitar um débito consideravelmente
superior ao débito da Ethernet, a tecnologia Fast Ethernet
apresenta outras vantagens, das quais se salientam o baixo
custo, a capacidade de auto- negociação do débito a utilizar
(10 a 100 Mbps) ou o funcionamento em fullduplex.

O desenvolvimento de soluções comutadas – isto é soluções


baseadas em Switchs – foi feito a par do desenvolvimento da
Fast Ethernet. As soluções comutadas constituíram uma
revolução da tecnologia das redes Ethernet, possibilitando que
cada estação ligada a um porto de um Switch passasse a dispor
de toda a largura de banda (10 ou 100 Mbps).
4.1.3. Ethernet a 100 Mbps
Estas soluções evoluíram a partir do princípio de
funcionamento das Bridges nas quais o encaminhamento de
quadros é feito com base no endereço de destino em vez de
ser feito por difusão.

Conjugada com o funcionamento em full-duplex, as soluções


comutadas eliminam o problema das colisões e da sua deteção
em tempo útil, passando as topologias a estar limitadas
apenas pela atenuação e não pelo atraso de propagação
extremo-a-extremo, como acontece nas soluções de meio
partilhado.

Topologia em estrela ou em árvore.


4.1.3. Ethernet a 100 Mbps
VARIANTES DA ETHERNET A 100 Mbps
4.1.3. Ethernet a 1000 Mbps (1 Gbps)
O trabalho de desenvolvimento de especificações para
Ethernet a 1 Gbps decorreu entre 1996 e 1999, no âmbito da
Task Force 802.3z do IEEE e da Gigabit Ethernet Alliance.

As características essenciais das especificações desenvolvidas


são:
- Compatibilidade com as tecnologias Ethernet a 10 e 100
Mbps, em termos do formato dos quadros (formato standard
802.3);
- Funcionamento em half-duplex, e full-duplex a 1 Gbps;
- Manutenção do método de acesso CSMA/CD com o mínimo
de alterações, suportando um repetidor por domínio de
colisão;
- Topologia em estrela ou em árvore.
4.1.3. Ethernet a 1000 Mbps (1 Gbps)

As características principais da Ethernet a 1 Gbps são


descritas na seguinte tabela:
4.1.3. Ethernet a a 10 Gbps
Ethernet a 10 Gbps

- Norma IEEE 802.3ae – Ethernet a 10 Gbps full-duplex através


de cabos de fibra óptica.
- A 10-Gigabit Ethernet (10GbE) já não se limita às LANs
estando a evoluir para as MANs e WANs.
- As normas permitem distâncias até 40 Km sobre fibra
monomodo.
- O Formato das tramas é idêntico o que permite uma fácil
interligação com todas as variedades de Ethernet sem
conversões de tramas ou de protocolos.
- Compatível com redes SONET e SDH .
- Tempo de bit de 0,1 nanossegundo.
- Não é necessário o CSMA/CD, já que são usadas apenas
ligações em fibra.
4.1.3. Ethernet
Cabos Ethernet

Ethernet é um padrão elétrico usado na comunicação entre os


dispositivos de uma rede local. Os cabos Ethernet são de
vários tipos, tais como:
- Par entrançado (Unshielded Twisted Pair - 10BaseT,
100BaseT).
- Coaxial fino (Thin Ethernet - 10Base2).
- Coaxial grosso (Thick Ethernet - 10Base5).
4.1.3. Ethernet
Thin Ethernet (também designado por thinnet ou 10base2) -
um cabo coaxial fino, com uma capacidade de transmissão de
cerca de 10 Mbps, com uma extensão máxima de segmento de
rede de cerca de 185 metros; com este tipo de cabo as
ligações às placas de rede dos computadores são feitas através
de conectores BNC.

Thick Ethernet (também designado por thicknet ou 10base5) -


um cabo coaxial grosso, com uma taxa de transmissão
semelhante ao anterior, mas com uma extensão máxima de
segmento de rede de cerca de 500 metros; com este tipo de
cabo as ligações às placas dos computadores não são feitas
diretamente, mas através de dispositivos específicos,
chamados transceivers (transmiter + receiver).
4.1.3. Ethernet
Desses três tipos, o mais usado atualmente é o par entrançado,
também conhecido como UTP (Unshielded Twisted Pair, ou par
entrançado não blindado). É usado em praticamente todas as redes
modernas, desde pequeno até grande porte. Portanto ao implantar
uma nova rede será preciso adquirir placas de rede, cabos e outros
equipamentos compatíveis com o par entrançado.
Os cabos coaxiais são bastante parecidos com os usados por
antenas de TV. Este tipo de cabo caiu em desuso desde meados da
década de 1990. Existem ainda situações em que os cabos UTP não
podem ser usados. Os cabos coaxiais atingem distâncias maiores e
são menos sensíveis a interferências eletromagnéticas, e nesse caso
o uso do cabo coaxial é preferível aos cabos UTP. Infelizmente os
cabos coaxiais operam com apenas 10 Mbit/s, ao contrário dos
cabos UTP mais comummente usados, que operam com 100
Mbits/s. Uma outra solução este problema é usar cabos de fibras
óticas.
4.1.3. Ethernet
Os conectores existentes nas placas de rede, usados com cada um
desses tipos de cabos são chamados de:
• - BNC, para Thin Ethernet
• - AUI, para Thick Ethernet
• - RJ-45, para Twisted Pair
4.1.3. Ethernet
Todas as placas de rede modernas possuem um conector RJ-45,
como a mostrada na figura 1. A figura mostra também o conector
RJ-45 macho, na ponta do cabo de rede. Existem placas um pouco
mais antigas que possuem um conector BNC.

Outras possuem conectores BNC e RJ-45, como no exemplo da


figura 2.
4.1.3. Ethernet
Cabos 10Base2
Este é outro nome para designar cabos Thin Ethernet. Também é
comum chamar este cabo de RG-58. Os seus conectores são do tipo
BNC.
A figura 3 mostra os componentes utilizados nas conexões com
cabos Thin Ethernet. Os conectores ”T” são acoplados ao conector
BNC da placa de rede, e nele são conectados os cabos que ligam o
PC aos seus vizinhos. O terminador deve ser ligado no último
conector “T” da cadeia.
4.1.3. Ethernet
O cabo Thin Ethernet deve formar uma linha que vai do primeiro ao
último PC da rede, sem formar desvios. Não é possível portanto
formar configurações nas quais o cabo forma um “Y”, ou que usem
qualquer tipo de derivação.
Todas as ligações devem ter o aspeto da figura 4.
4.1.3. Ethernet
Na figura 5 vemos o detalhe da conexão dos cabos na placa de rede.
O conector T é ligado a placa, e nele são feitas as ligações com os
cabos que ligam o computador aos outros dois elementos da
cadeia.

Figura 5 - Conexão de cabos


Thin Ethernet na placa de
rede usando conector “T”.
4.1.3. Ethernet
Cabos 10Base5
Este é o outro nome usado pelos cabos Thick Ethernet. O conector
encontrado na placa de rede é chamado AUI (Attachment Unit
Interface). Este conector não é entretanto ligado diretamente ao
cabo da rede. A ligação é feita de um cabo adicional (AUI drop
cable, mostrado na figura 7). Este cabo é finalmente ligado à rede,
através de um dispositivo chamado transceiver.
4.1.3. Ethernet
Os cabos Thick Ethernet são muito raros. Caíram em desuso no
início da década de 1990, e praticamente não se encontram, mesmo
em redes mais antigas, já que na maioria das instalações de rede os
equipamentos já foram atualizados. Neste tipo de cablagem, o
conector AUI de 15 pinos da placa de rede é ligado através de um
cabo a um dispositivo chamado MAU (media attachment unit, ou
media access unit, ou multistation access unit). Este dispositivo tem
como principal função, transmitir e receber da rede os sinais criados
e recebidos pelo conector AUI.
Por isso é também chamado de transceiver. As demais portas da
placa de rede (ligadas aos conectores RJ-45 e BNC) possuem
transceivers embutidos na própria placa (onboard). A porta AUI
necessita de um transceiver externo para que opere com maior
corrente e permita usar cabos mais longos.
4.1.3. Ethernet
Cada MAU por sua vez é fixado ao cabo da rede propriamente dito.
As secções deste cabo formam uma cadeia, de forma similar à
formada por cabos Thin Ethernet. São usados terminadores nas
extremidades (figura 8).
4.1.3. Ethernet
Na figura 9 vemos a ligação entre o conector AUI e da placa de rede
e o MAU. A placa de rede deste exemplo possui além do conector
AUI, conectores BNC e RJ-45. Esta característica é comum nas placas
de rede que possuem conector AUI.
4.1.3. Ethernet
Redes deste tipo já caíram em desuso há alguns anos. Visando
facilitar a sua migração para UTP, foram desenvolvidos conversores
entre esses dois padrões. Normalmente as placas de rede que
possuem o conector AUI, possuem também conectores BNC e/ou
RJ-45. Caso a placa possua apenas um conector AUI, podemos fazer
a sua ligação com uma rede baseada em par entrançado, através do
adaptador mostrado na figura 10. Possui uma conexão AUI, que
deve ser lidado à placa de rede através de um drop cable (figura 7),
e uma conexão RJ-45, para ligação nas redes modernas.
4.1.3. Ethernet
Par entrançado 100BaseT
É também chamado UTP (Unshielded Twisted Pair – par entrançado
não blindado). Neste cabo existem quatro pares de fios. Os dois fios
que formam cada par são entrançados entre si. É o tipo de cabo
mais barato usado em redes, e é usado em praticamente todas as
instalações modernas.
O par entrançado é o meio físico mais utilizado nas redes modernas,
apesar do custo adicional decorrente da utilização de hubs e outros
concentradores. O custo do cabo é mais baixo, e a instalação é mais
simples. Basta ligar cada um dos computadores ao hub ou switch.
Cada computador utiliza um cabo com conectores RJ-45 nas
extremidades.
4.1.3. Ethernet
4.1.3. Ethernet
Categorias de Desempenho:
• Categoria 1 e 2
– Comunicação de voz e dados até 9,6Kbps.
• Categoria 3
– Transmissões de dados e voz até 16MHz, na velocidade de
10Mbps
• Categoria 4
– Conexões em transmissões de dados e voz na velocidade de até
16Mbps.
• Categoria 5
– Conexões em transmissões de dados e voz na velocidade de até
100Mbps.
– Mercado residencial – Muito pouco aplicado
Categoria 5e
– Melhoria da categoria 5, permitindo um melhor desempenho,
sendo especificada até 100MHz.
4.1.3. Ethernet
Categorias de Desempenho:
• Categoria 6
– Desempenho especificado até 250MHz e velocidades de 1Gbps até10
Gpbs.
– Oferece alta performance para distribuição horizontal para algumas
aplicações como:
•VOZ (digital ou analógico)
•VoIP
•Ethernet, Fast, GigabitEthernet
•ATM
•Ethernet a 10 Gbps
– Foram desenvolvidos para:
• Manter a boa relação custo X benefício dos sistemas UTP, bem como
facilitar sua instalação
e operação
• Garantir a interoperabilidade com os sistemas Categoria 5e
• Proporcionar uma nova infra-estrutura com capacidade para
serviços futuros.
4.1.3. Ethernet
Categorias de Desempenho:
• Categoria 7
– Desempenho que apresenta uma largura de banda de 600 MHz
– Tipo de conector NÃO –RJ
– Cabos com dupla blindagem
•1 blindagem cada fio interno
•1 blindagem geral
– Desenvolvido para atender rede Gigabit Ethernet
4.1.4. Token Ring
Uma rede token ring é uma LAN na qual todos os computadores
estão ligadas em anel ou em estrela. Nesta rede é usado um bit (ou
token) por forma a evitar colisões de dados entre computadores
que pretendem enviar mensagens ao mesmo tempo. O protocolo
token ring é o segundo mais utilizado em LANs depois do protocolo
Ethernet. O protocolo token ring da IBM deu origem a uma versão
normalizada, vindo a ser especificada como IEEE 802.5. O protocolo
IEEE 802.5 permite a transmissão de dados a velocidades de 4 ou 16
Mbps.
4.1.4. Token Ring
Neste tipo de redes existem pacotes vazios que circulam
permanentemente na rede. Assim que um computador pretende
enviar uma mensagem insere um token num pacote vazio, o que
pode consistir somente na mudança de um 0 para 1 de um bit
algures no pacote, a seguir é inserida a mensagem nesse pacote e o
destinatário. O pacote é examinado por cada computador, até que
chega a vez do destinatário da mensagem que copia então a
mensagem do pacote e muda o token para 0. Quando o pacote
chega de novo ao emissor este ao ver que o token está a 0 sabe que
a mensagem foi recebida e copiada, removendo então a mensagem
do pacote. O pacote continua a circular vazio pronto para ser
agarrado por um computador que necessite de enviar uma
mensagem.
4.1.4. Token Ring
4.1.4. Token Ring
4.1.5. Token Bus
As redes locais de tecnologia Token
Bus apresentam topologia física em
Bus e método de controlo do
acesso ao meio físico por passagem
de testemunho.
A comissão IEEE 802 definiu a
norma 802.4 Token Bus Standard,
que consiste no seguinte:
- O direito de aceder ao meio físico
é controlado por um testemunho.
- A estação que possui o
testemunho tem o controlo
momentâneo do meio de
transmissão.
- O testemunho é passado por
todas as estações ativas ligadas ao
meio.
4.1.6. FDDI
O ANSI (American National Standards Institute) definiu uma rede
baseada na Rede Token Ring. Utilizando uma topologia baseada
em fibra óptica de alta capacidade designada por FDDI (Fiber
Distributed Data Interface) utilizando uma velocidade de
transmissão de 100 Mbits/seg.
É definida nas normas ANSI X3T9.5 e ISO 9314, tendo sido
desenvolvida com o intuito de proporcionar a ligação em alto
débito (para a altura em que foi desenvolvida) de outras redes
locais e servidores de grande porte.
Esta tecnologia funciona a 100 Mbps, com topologia em anel e
método de controlo de acesso por passagem de testemunho,
podendo atingir uma extensão de 100 Km e suportar até 500
estações.
Os meios físicos utilizados são a fibra óptica (que permite
espaçamentos entre estações que podem atingir os 2 Km em
Fibra Multimodo) ou cabos de cobre STP e UTP.
4.1.6. FDDI
4.1.6. FDDI
Em resultado da utilização da fibra ótica desfruta das várias
vantagens sobres tradicionais meios metálicos:
- Segurança - a fibra não emite sinais elétricos que podem ser
captados.
- Fiabilidade - a fibra é imune a interferências elétricas
- Velocidade - as fibras oferecem uma largura de banda
superior aos cabos de cobre.

A norma FDDI define a utilização de dois tipos de fibras:


- Single Mode – As fibras “Single Mode” permitem apenas a
propagação de um modo de luz através da fibra.
- Multimode – Permitem a propagação de múltiplos modos
de luz através da fibra.
4.1.7. Redes locais sem fios
A utilização de tecnologias de transmissão sem fios em ambiente
de rede local (Wireless LANs, WLANs) tem vindo a crescer de
forma bastante acentuada nos últimos anos, prevendo-se que
esse crescimento sofra uma forte aceleração nos próximos anos.
As WLANs são apenas uma alternativa às LANs tradicionais mas
também uma forma de complementar as LANs existentes,
combinando conectividade com mobilidade e simplicidade de
instalação e gestão.
4.1.7. Redes locais sem fios
Podem resumir-se no seguinte os atrativos das redes WLANs:

- Flexibilidade e escabilidade – A rede pode atingir uma grande


diversidade de zonas, sendo estas reconfiguráveis
rapidamente, de acordo com eventuais necessidades dinâmicas
de comunicação;
- Mobilidade – Os utilizadores e estações de trabalho acedem à
rede de onde quer que se encontrem, o que pode representar
uma maior eficiência e produtividade;
Custo reduzido – Apesar do hardware ser, normalmente, mais
caro do que das LANs tradicionais, os custos de instalação e de
alteração da configuração da rede serão muito inferiores.
4.1.7. Redes locais sem fios
Tendo em atenção estas características, a gama de aplicações
potenciais é bastante grande, fornecendo-se os seguintes
exemplos:
- Utilização em zonas ou edifícios antigos ou de interesse
histórico, onde não é fácil nem viável a instalação de cablagem;
- Em aplicações de medicina, permitindo a médicos e
enfermeiros o acesso a informação sobre doentes a partir de
terminais portáteis;
- Estabelecimento de redes para suporte de atividades
temporárias ou estabelecimento de redes sujeitas a
reconfigurações frequentes (por exemplo, redes de suporte a
eventos);
- Extensão de rede a armazéns e zonas de produção, onde não é
viável a instalação de cablagem;
4.1.7. Redes locais sem fios
- Utilização em ambientes de ensino ou ambientes de
conferência, permitindo o acesso – a partir de qualquer sala ou
laboratório – a informação de servidores. Utilização em
ambientes PAN (Personal Área Networks), para interligação de
computadores e periféricos;
- Utilização como Backup (substituto) no caso da rede de fios
falhar.
4.1.7. Redes locais sem fios
Opções tecnológicas – redes locais sem fios

As redes sem fios utilizam uma de três técnicas para a


transmissão da informação no espaço livre:
- Transmissão de banda estreita
- Transmissão de largo espectro (Spread Spectrum)
- Transmissão por infravermelhos
4.1.7. Redes locais sem fios
Transmissão de banda estreita

São usadas bandas de frequência específicas e o mais estreito


possível, sendo os diferentes utilizadores distribuídos por
diversos canais de frequência, separados por filtragem, com o
objetivo de obter um maior aproveitamento
possível da largura de banda disponível.
4.1.7. Redes locais sem fios
Transmissão de largo espectro (Spread Spectrum)

São utilizadas larguras de banda bastante maiores – por exemplo,


entre os 2.400 e os 2.483 GHz (banda Industrial, Scientific and
Medical – ISM), cuja utilização não necessita de autorização
prévia das entidades que regulam o espectro radioelétrico – o
que facilita a deteção e receção de sinais. Esta tecnologia é a
mais utilizada nas WLANs e compreende duas variantes:
Frequency-Hopping Spread Sprectrum, FHSS – que utiliza uma
diversidade de frequências de modo a minimizar
interferências.
Direct-Sequence Spread Sprectrum, DSSS – que produz sinais de
baixa potência e grande largura de banda não passíveis de
interferir com recetores de banda estreita.
Esta tecnologia é utilizada para transmissão a distâncias
relativamente curtas, tipicamente inferiores a 3 Km.
4.1.7. Redes locais sem fios
Transmissão por infravermelhos

Utiliza frequências muito elevadas, imediatamente abaixo do


espectro de frequência de luz visível (zona dos infravermelhos),
tendo a desvantagem de exigir que, em regra o transmissor e o
recetor se encontrem em linha de vista, isto é, que não haja
obstáculos entre ambos.

No entanto, em algumas circunstâncias é possível a comunicação


na presença de obstáculos, sendo a propagação efetuada por
reflexão em superfícies circundantes.

Esta técnica é adequada apenas em pequenas distâncias,


tipicamente dentro da mesma divisão de um edifício.
4.2. Tecnologias de Redes Metropolitanas
A instalação de uma rede de área metropolitana só pode ser
feita, normalmente, por utilização de meios físicos de
comunicação em áreas controladas por entidades não privadas
(por exemplo, Estado, autarquias, entidades privadas
reguladoras, empresas públicas), pelo que a instalação de redes
metropolitanas privadas obriga a pedidos de autorização ou
celebração de acordos com aquelas entidades.
4.2.1. Tecnologias de acesso
As principais tecnologias de redes metropolitanas são:
Tecnologia DSL e Cable Modems.
4.2.1. Tecnologias de acesso
Tecnologia DSL

A tecnologia DSL (Digital Subscriber Line) permite a utilização das


linhas em pares de cobre, normalmente existentes para suporte
das ligações telefónicas, com débitos relativamente elevados,
que poderão atingir os 6.1 Mbps.
Esta tecnologia tira partido de técnicas de filtragem auto-
adaptativas implementadas com recurso a circuitos VLSI,
conseguindo-se, assim, uma transmissão robusta, de banda larga
e de custos reduzidos.
Dadas as suas excelentes características – nomeadamente os
seus débitos elevados e a possibilidade de suportar na mesma
linha as comunicações de voz e de dados – a tecnologia DSL
poderá, em muitos casos, substituir a tecnologia ISDN,
principalmente quando esta é usada essencialmente como rede
de acesso a outras redes (por exemplo, à rede Internet).
4.2.1. Tecnologias de acesso
Tecnologia DSL

A variação desta tecnologia que se espera seja a mais utilizada


em zonas residenciais e pequenas empresas é designada ADSL
(Asymmetric Digital Subscriber Line).
A variante conhecida por HDSL (High bit-rate DSL) é já de
utilização bastante generalizada nos EUA para ligação de grandes
empresas. A principal característica desta variante é o facto de a
largura de banda ser simétrica, isto é, ser igual em ambos os
sentidos da ligação.
A variante VDSL (Very High Data Rate DSL), ainda em fase de
desenvolvimento, permitirá débitos de acesso bastantes
elevados, mas limitada a distâncias da ordem das poucas
centenas de metros entre utilizador e o nó de acesso à rede de
telecomunicações.
4.2.1. Tecnologias de acesso
Cable Modems

A grande largura de banda disponível nas redes de distribuição


de televisão por cabo e o facto de estas redes abrangerem
centenas de milhares de utilizadores tem levado a que os
operadores destas redes explorem um serviço com enorme
potencial: o acesso à Internet, a débitos muito superiores
àqueles que são disponibilizados pela rede telefónica ou mesmo
pela rede ISDN. Esse serviço pode ser disponibilizado com
investimentos relativamente reduzidos na estrutura de cabo, de
modo a torná-la bidirecional, e com recurso a modems
(MOdulator/DEModulator) para cabo coaxial (cable modems)
instalados em casa dos clientes e nos operadores.
4.2.2. Noções sobre Tecnologias de Redes Alargadas
As redes de área alargada são, em regra, instaladas e exploradas
por operadores – públicos ou privados – de telecomunicações
e/ou transmissão de dados, fornecendo serviços para
interligação de clientes individuais ou institucionais.
As principais tecnologias de redes alargadas são: Rede telefónica;
X.25; Frame Relay e Rede Digital de Serviços Integrados.
4.2.2. Noções sobre Tecnologias de Redes Alargadas
- Rede telefónica

A rede telefónica torna-se atrativa não só como rede de


transmissão de informação, mas também como rede de acesso a
outras redes.
A principal limitação da utilização da rede telefónica para a
transmissão de informação entre computadores decorre do facto
de esta rede ter sido pensada e desenvolvida para a transmissão
de voz. A utilização da linha telefónica para a transmissão de
sinais digitais obriga à utilização de um modem, que baseiam o
seu funcionamento na modulação de amplitude, frequência ou
fase de formas de ondas analógicas.
4.2.2. Noções sobre Tecnologias de Redes Alargadas
- X.25

A tecnologia X.25 esteve na base das primeiras redes públicas de


comutação de pacotes (a rede Telepac em Portugal, foi um
exemplo). A comutação de pacotes tem em vista rentabilizar a
utilização do equipamento de transmissão e comutação. A
transmissão de dados ocorre entre o terminal cliente
denominado de Data Terminal Equipment (DTE) e um
equipamento de rede denominado Data Circuit Terminating
Equipment (DCE). A transmissão dos pacotes de dados é
realizada através de um serviço orientado a conexão (a origem
manda uma mensagem ao destino pedindo a conexão antes de
enviar os pacotes), garantindo assim a entrega dos dados na
ordem correta, sem perdas ou duplicações.
4.2.2. Noções sobre Tecnologias de Redes Alargadas
- X.25

O X.25 trabalha com três camadas do modelo OSI:


- Camada Física: define as características mecânicas e elétricas da
interface do Terminal e da Rede. A transmissão é feita de modo
síncrono e full duplex.
- Camada Ligação de dados: responsável por iniciar, verificar e
encerrar a transmissão dos dados na ligação física entre o DTE e
o DCE. Responsável pelo sincronismo, deteção e correção de
erros durante a transmissão.
- Camada de Rede: responsável pelo empacotamento dos dados.
Define se a transmissão será realizada por Circuito Virtual
(conexões temporárias, estabelecidas somente no momento da
comunicação) ou por Circuito Virtual Permanente (conexões
permanentes, não existe a necessidade de realizar uma chamada
para estabelecer conexão).
4.2.2. Noções sobre Tecnologias de Redes Alargadas
Esta tecnologia entrou rapidamente em desuso devido ao baixo
desempenho e aos custos relativamente altos, hoje em dia é
apenas utilizada em circunstâncias de tarifário especiais e no
suporte de serviços de baixo débito.

O Frame Relay é uma eficiente tecnologia de comunicação de


dados usada para transmitir de maneira rápida e barata a
informação digital através de uma rede de dados, dividindo essas
informações em frames (quadros) a um ou muitos destinos de
um ou muitos end- points.
Em 2006, a internet baseada em Tecnologia ATM e IP nativo
começam, lentamente, a impelir o desuso do frame relay.
Também o advento do VPN e de outros serviços de acesso
dedicados como o Cable Modem e o DSL, aceleram a tendência
de substituição do frame relay.
4.2.2. Noções sobre Tecnologias de Redes Alargadas
É um protocolo WAN de alta performance que opera nas
camadas física e de ligação de dados do modelo OSI. Esta
tecnologia utiliza comutação por pacotes para promover a
interface com outras redes através de roteadores,
compartilhando dinamicamente os meios de transmissão e a
largura de banda disponíveis, de forma mais eficiente e flexível.

O Frame Relay é baseado no uso de Circuitos Virtuais (VC's). Um


VC é um circuito de dados virtual bidireccional entre 2 portas
quaisquer da rede, que funciona como se fosse um circuito
dedicado. Existem 2 tipos de Circuitos Virtuais: o Permanent
Virtual Circuit (PVC) e o Switched Virtual Circuit (SVC).
Outra característica interessante do Frame Relay é o CIR
(Commited information rate), que disponibiliza débitos de
nx64Kbps, circuitos virtuais comutados ou permanentes e
possibilidade de garantia de um débito mínimo.
4.2.2. Noções sobre Tecnologias de Redes Alargadas
Rede Digital de Serviços Integrados

A Rede Digital com Integração de Serviços, RDIS, (em inglês ISDN,


Integrated Services Digital Network), é uma rede baseada em
transmissão e comutação digitais, sendo caracterizada pela
integração do acesso dos utilizadores aos diversos serviços e
redes atualmente existentes através de interfaces normalizadas
fisicamente suportadas numa única linha digital.
4.2.2. Noções sobre Tecnologias de Redes Alargadas
Rede Digital de Serviços Integrados

Para garantir a compatibilidade com as redes de


telecomunicações já existentes e simultaneamente, dar ao
sistema uma grande facilidade de expansão, que permita a fácil
inserção de novos serviços, a implementação da RDIS deve
obedecer a um conjunto de princípios básicos, definidos na
recomendação I.120, de que se destacam os seguintes:
- possibilidade de implementação de uma larga gama de serviços
de voz, dados, texto e imagens, que permitam a adaptação
contínua da rede às necessidades dos utilizadores;
- definição de um conjunto limitado de interfaces e de esquemas
básicos de ligação, que facilitem a sua normalização e diminuam
os riscos de incompatibilidade de comunicação entre
utilizadores;
4.2.2. Noções sobre Tecnologias de Redes Alargadas
Rede Digital de Serviços Integrados

- suporte de vários modos de transferência de informação, tais


como comutação de circuitos, comutação de pacotes e não
comutado (alugado), de modo a permitir aos utilizadores a opção
pela tecnologia mais eficiente para cada aplicação;
-compatibilidade com o ritmo de comutação básico de 64 kbit/s
das centrais digitais atuais, de modo a poder utilizar a
infraestrutura de comutação e transmissão digital das redes
públicas existentes;
-existência de "inteligência" para proporcionar serviços
avançados, tal como se prevê que venham a surgir no futuro
próximo;
4.2.2. Noções sobre Tecnologias de Redes Alargadas
Rede Digital de Serviços Integrados

-utilização de uma arquitetura de protocolos de acordo com o


modelo de referência OSI, para flexibilizar a sua implementação e
compatibilizar o sistema com o modelo adotado pela indústria
informática;
- flexibilidade para adaptação às redes nacionais, de modo a ter
em conta os vários níveis de desenvolvimento tecnológico em
diferentes países.
4.2.2. Noções sobre Tecnologias de Redes Alargadas
Rede Digital de Serviços Integrados

Por razões fundamentalmente de ordem económica, a evolução das


redes de telecomunicações atuais para RDIS deverá ser efetuada
por etapas, tendo por base as infraestruturas de comutação e
transmissão das redes existentes.
São definidos os seguintes princípios básicos de evolução das redes
públicas atuais para RDIS:
- a infraestrutura básica de início de implementação da RDIS é a
rede digital integrada (RDI), a qual servirá como suporte de
transmissão e de comutação de circuitos;
- a RDIS interatuará com as redes dedicadas já existentes (redes de
dados, telex, etc.), utilizando as respetivas infraestruturas de
comutação e transmissão;
- em fases subsequentes a RDIS irá incorporando progressivamente
as funções das redes dedicadas, até à sua integração total.
4.2.2. Noções sobre Tecnologias de Redes Alargadas
Rede Digital de Serviços Integrados

Partindo da RDI, a RDIS assenta em recomendações já


estabelecidas referentes aos níveis inferiores, nos seguintes
domínios:
- Transmissão digital: recomendações G.701 a G.956
- Sinalização: Q.701 a Q.741
- Comunicação de pacotes: X.25, X.75
4.2.2. Noções sobre Tecnologias de Redes Alargadas
Rede Digital de Serviços Integrados

Interfaces de acesso do utilizador

Em RDIS são definidas apenas duas interfaces diferentes de


acesso dos utilizadores à rede, a interface básica e a interface de
ritmo primário.
A interface básica é constituída por dois canais de 64 kbit/s,
designados canais B e por um canal de 16 kbit/s, designado canal
D. Esta interface é vulgarmente designada por S0 ou por 2B + D
devido à sua estrutura de canais.
A interface primária é constituída por 30 canais B de 64 kbit/s e
por um canal D de 64 kbit/s na versão europeia, sendo
habitualmente designada por interface S2 ou 30B + D.
4.2.3. Noções sobre Tecnologias ATM
A tecnologia Asynchronous Transfer Mode – ATM foi
desenvolvida devido às tendências na área de redes. O
parâmetro mais relevante é o grande número de serviços
emergentes de comunicação com diferentes, algumas vezes
desconhecidas, necessidades e características. Dois outros
fatores que estão relacionados com o desenvolvimento da
tecnologia ATM são:
– A rápida evolução das tecnologias de semicondutores e
componentes óticos;
– Evolução das ideias de conceção de sistemas de comunicação
que transfere para a periferia da rede as funções complexas de
transporte da informação, ex. definição de rotas.
4.2.3. Noções sobre Tecnologias ATM
Com o passar dos anos, diante do surgimento de novas
tecnologias de alta performance em redes (principalmente Fast
Ethernet e Gigabit Ethernet) e o uso cada vez maior de
aplicações baseadas em IP, a visão geral da tecnologia ATM
passou por várias fases.
Nos últimos anos a opinião dos técnicos e engenheiros mudou
sobre a tecnologia:
– De mais uma planificação para empresas de telefones à
inevitável utilização futura em todos os tipos de
telecomunicações;
– De uma complexa tecnologia a ser substituída pela Gigabit
Ethernet a uma promissora perspetiva de ser parte importante
na ligação entre redes locais (LAN).

A tecnologia ATM introduz conceitos inteiramente novos: Célula


e Circuitos Virtuais.
4.2.3. Noções sobre Tecnologias ATM
Célula
As Unidades de Informação (frames e packets) que circulam
pelas redes possuem duas características básicas:
– Tamanho variável para adaptar eficientemente a quantidade de
dados a ser transmitida;
– Tamanho máximo muito grande, tipicamente maior que 1k.

A principal dificuldade em tratar packets e frames está no facto


do tamanho ser variável.

A ideia de trabalhar com UI de tamanhos fixos, chamadas de


“células” é atraente pois os equipamentos usados para juntar ou
partilhar fluxos de informação, chamados multiplexadores,
possuem uma eletrónica capaz de manipular células com
facilidade e rapidez.
4.2.3. Noções sobre Tecnologias ATM
Célula

Qual o tamanho da célula?


Este foi um dos principais temas de discussão em meados dos
anos 80, particularmente pela International Telegraph and
Telephone Consultative Committee – CCITT.
Cada célula deve conter duas partes:
– Um cabeçalho (cell header) que caracterize a origem, o destino
e demais parâmetros relevantes;
– Uma segunda parte contendo os dados propriamente dito
(payload).

Foram sugeridos dois tamanhos:


– Os europeus propuseram 4+32 bytes ;
– Os americanos 5+64 bytes de header e payload
respetivamente.
4.2.3. Noções sobre Tecnologias ATM
Célula

Sem uma explicação tecnicamente razoável, foi escolhido um


tamanho intermédio: 5+48 bytes, o que nos leva a famosa célula
de 53 bytes, número primo e sem nenhuma relação com a
estrutura de registos das CPUs, que foi definida em 1988.

Uma característica do ATM é o uso de células de comprimento


fixo ao invés de pacotes de tamanho variável utilizado pela
tecnologia Ethernet.

A célula ATM é composta de 53 bytes, sendo 5 destinados ao


cabeçalho (header) e 48 aos dados (payload).
4.2.3. Noções sobre Tecnologias ATM
Célula – Vantagens e desvantagens

Vantagem: maior facilidade de tratamento dado por hardwares


baseados em switches, quando comparado frames de tamanhos
variáveis.

Desvantagem: na maior quantidade de cabeçalhos provocando


um enorme overhead no meio de transmissão chamado de “cell
tax”. Em conexões de alta velocidade isto é pouco relevante, ao
contrário de circuitos mais lentos como 56-64kb/s.
4.2.3. Noções sobre Tecnologias ATM
Circuitos Virtuais (Virtual Circuits – VC)

Circuitos Virtuais - significa caminhos contínuos onde circulam os


diversos fluxos de dados. Quando um destes fluxos existem num
VC, uma conexão está em funcionamento. Em redes do tipo
Ethernet e Token Ring este conceito não é utilizado.
4.2.3. Noções sobre Tecnologias ATM
Circuitos Virtuais (Virtual Circuits – VC)

Vantagens:
• As características do VC são definidas antes do seu
estabelecimento;
• Pode ser atribuído ao VC uma largura de banda fixa ou pelo
menos um mínimo;
• A utilização de VCs para fluxo de dados otimizam a utilização de
buffers.
• VCs simplificam o processo de construção de switches rápidos.
4.2.3. Noções sobre Tecnologias ATM
Circuitos Virtuais (Virtual Circuits – VC)

O conceito de VC é uma das principais diferenças entre as


tecnologias ATM e Ethernet.
Os VCs podem ser definidos dinamicamente, Switched Virtual
Circuits – SVCs, ou definidos pelo administrador de rede e ficando
com uma ligação permanente, Permanent Virtual Circuits – PVCs.
Uma rede ATM é fundamentalmente orientada a conexão. Isto
significa que uma conexão virtual deve ser necessariamente
estabelecida através da rede ATM antes de qualquer transferência
de dados. A tecnologia ATM oferece dois tipos de conexão de
transporte que se completam:
– Virtual Channels – VC - É um acesso unidirecional feito da
concatenação de uma sequência de elementos da conexão.
– Virtual Path – VP - Consiste num grupo destes canais. Sendo
assim, para cada VP existem vários VCs.
4.2.3. Noções sobre Tecnologias ATM
Camadas ATM

• O modelo Open Systems Interconnection – OSI é muito usado


para modelar a maioria dos sistemas de comunicação.
A tecnologia ATM também é modelada com a mesma arquitetura
hierárquica, entretanto somente as camadas mais baixas são
utilizadas. Assim como no modelo OSI/ISO, a tecnologia ATM
também é estruturada em camadas, que substituem algumas ou
uma parte das camadas da pilha original de protocolos. Esta
estruturação do sistema ATM é dividida em 3 camadas:

Camada Física - Que consiste no transporte físico usado para


transferência de células de um nó para outro. Esta camada é
muito flexível no sentido de que pode trabalhar com várias
categorias de transporte físico.
4.2.3. Noções sobre Tecnologias ATM
Camadas ATM

Camada ATM - que possibilita encaminhamento das células ATM.

Camada de Adaptação ATM - Cuida dos diferentes tipos de


tráfego. Existem diferentes tipo de Camada de Adaptação para
diferentes tipos de tráfego devido às diferentes características de
transmissão de um tráfego específico.
4.2.3. Noções sobre Tecnologias ATM
Protocolos de Interfaces de Rede

Quando uma rede ATM é projetada, vários tipos de conexões são


previstas entre um ou mais subsistemas ATM. Estes subsistemas
constituintes de uma rede ATM são interconexões que envolvem
redes locais, redes particulares ou ainda, redes públicas. Estas
conexões envolvendo dois ou mais dispositivos ATM definem
interfaces/protocolos que são de vários tipos:
- Uma rede ATM consiste num conjunto de switches ATM
interligados por ligações ATM ponto a ponto.
- Os interfaces UNI e NNI podem, ambos, serem subdivididas em
particular ou pública. Um interface UNI particular/pública
interliga um host a um switch de uma rede particular/pública,
respetivamente. O mesmo se aplica ao interface NNI:
particular/pública se a conexão for entre switches de uma
mesma rede organizacional particular/pública, respetivamente.
4.2.3. Noções sobre Tecnologias ATM
Conclusão
• ATM é um padrão de rede de baixo nível, ou seja, definido ao nível das
camadas mais próximas do meio físico de transmissão;
• Baseia-se numa tecnologia de desenvolvimento recente e define uma
estrutura de camadas próprias, diferente do modelo OSI;
• Trata-se de uma tecnologia de transmissão baseada em células. As
células são semelhantes a pacotes (packets), mas com um tamanho
reduzido e fixo – enquanto os pacotes X.25 ou Frame–Relay têm um
tamanho que varia em função da quantidade de dados transmitida, as
células ATM têm sempre o mesmo tamanho;
• O padrão ATM é aplicável a redes de qualquer dimensão (LANs, MANs
e WANs);
• Estas redes são montadas, portanto, com elevadas larguras de banda
(bandwidth) e altas taxas de transmissão;
• Com estas taxas de transmissão, as redes ATM possibilitam a
transmissão, em simultâneo, de uma gama diversificada de serviços
telemáticos, incluindo dados, voz e vídeo (podendo ser em tempo real).

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