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Capítulo 1:

Introdução às Redes Ethernet e


suas Evoluções

1.1 - O Nascimento das Redes


Ethernet
A história das redes Ethernet começa nos anos
1970, quando Robert Metcalfe, um engenheiro da
Xerox PARC, desenvolveu a primeira versão do que
viria a se tornar o padrão Ethernet. A ideia era criar
uma tecnologia de rede local que permitisse a
comunicação entre dispositivos em um ambiente
compartilhado. A Ethernet se tornou o padrão
dominante em redes locais devido à sua
simplicidade, confiabilidade e escalabilidade.

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1.2 - Padrões Ethernet e Evolução
Ao longo dos anos, a Ethernet passou por várias
transformações, resultando em diferentes padrões,
cada um com suas próprias características e
velocidades. Os principais padrões Ethernet
incluem:

 10BASE-T (Ethernet Clássica): A versão


original do padrão Ethernet, que oferece
velocidades de transmissão de até 10 Mbps.

 100BASE-TX (Fast Ethernet): Uma evolução


da Ethernet, com velocidades de
transmissão de até 100 Mbps,
proporcionando um aumento significativo no
desempenho.

 1000BASE-T (Gigabit Ethernet): Um salto


adicional na velocidade, atingindo até 1
Gbps, melhorando ainda mais a capacidade
e o desempenho das redes Ethernet.

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1.3 - Topologias de Rede Ethernet
As redes Ethernet podem ser organizadas de
acordo com diferentes topologias. As topologias
mais comuns são:

 Topologia em estrela: Nessa configuração,


todos os dispositivos se conectam a um
dispositivo central, como um switch ou um
hub. Isso facilita a detecção e resolução de
problemas na rede, bem como a adição ou
remoção de dispositivos.

 Topologia em barramento: Nessa topologia,


todos os dispositivos compartilham um único
cabo e se conectam diretamente a ele.
Embora menos comum atualmente, essa
configuração era bastante usada nas
primeiras implementações Ethernet.

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1.4 - Meios de Transmissão em
Redes Ethernet
As redes Ethernet podem utilizar diferentes tipos de
cabos para transmitir dados:

 Cabos coaxiais: Usados nas primeiras


implementações Ethernet, esses cabos eram
resistentes, mas volumosos e inflexíveis.

 Cabos de par trançado (UTP): Mais comuns


atualmente, esses cabos são mais baratos e
flexíveis do que os coaxiais e oferecem
desempenho adequado para a maioria das
aplicações.

 Fibra óptica: Usada em redes de longa


distância ou aplicações que exigem maior
largura de banda e imunidade à interferência
eletromagnética, a fibra óptica oferece
velocidades de transmissão extremamente
rápidas e confiáveis.

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1.5 - A Importância das Redes
Ethernet
A Ethernet é a tecnologia de rede local mais
amplamente utilizada em todo o mundo. Ela permite
a comunicação entre dispositivos em uma mesma
rede e suporta uma ampla gama de aplicações,
desde a troca de arquivos e impressão em rede até
serviços de streaming e telefonia IP. A Ethernet
continua evoluindo e se adaptando às
necessidades de um mundo cada vez mais digital e
conectado.

No próximo capítulo, exploraremos o


funcionamento interno das redes

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Capítulo 2:

Entendendo o Funcionamento
das Redes Ethernet

2.1 - Protocolo CSMA/CD:


Gerenciando o Acesso ao Meio
Um dos principais aspectos das redes Ethernet é o
protocolo de acesso ao meio, chamado de
CSMA/CD (Carrier Sense Multiple Access with
Collision Detection). Esse protocolo permite que os
dispositivos na rede detectem se outros dispositivos
estão transmitindo no mesmo canal e evitem
colisões de dados, garantindo uma comunicação
eficiente. O CSMA/CD funciona da seguinte
maneira:

1. Antes de transmitir, um dispositivo verifica se


o meio de transmissão está livre.

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2. Se o meio estiver livre, o dispositivo inicia a
transmissão.

3. Se o meio estiver ocupado, o dispositivo


espera um tempo aleatório antes de verificar
novamente.

4. Se ocorrer uma colisão (quando dois ou mais


dispositivos transmitem ao mesmo tempo),
todos os dispositivos envolvidos na colisão
param de transmitir, aguardam um período
aleatório e tentam novamente.

2.2 - Camada de Enlace de Dados:


Transmitindo Quadros de Dados
A Ethernet opera na camada de enlace de dados do
modelo OSI (Open Systems Interconnection). Essa
camada é responsável pela transmissão confiável
de quadros de dados entre dispositivos na rede.
Um quadro de dados Ethernet é composto por
várias partes, incluindo:

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 Preâmbulo: Uma sequência de bits que
indica o início de um novo quadro e
sincroniza os dispositivos receptores.

 Endereço de destino: O endereço MAC do


dispositivo de destino.

 Endereço de origem: O endereço MAC do


dispositivo de origem.

 Tipo/Comprimento: Um campo que identifica


o protocolo da camada superior ou o
comprimento dos dados.

 Dados: A carga útil do quadro, contendo as


informações a serem transmitidas.

 FCS (Frame Check Sequence): Uma


sequência de verificação de erro que permite
a detecção e correção de erros de
transmissão.

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2.3 - Endereçamento MAC:
Identificando Dispositivos na Rede
Cada dispositivo em uma rede Ethernet possui um
endereço MAC (Media Access Control) único, que é
atribuído pelo fabricante do dispositivo e
armazenado em sua placa de rede. Os endereços
MAC são usados para identificar e direcionar o
tráfego na rede Ethernet, permitindo que os
dispositivos se comuniquem uns com os outros de
forma eficiente.

2.4 - Switches e Hubs:


Interconectando Dispositivos
Os dispositivos em uma rede Ethernet são
frequentemente conectados a switches ou hubs,
que funcionam como pontos centrais de conexão.
Os hubs são dispositivos mais simples que apenas
repetem os sinais recebidos para todos os
dispositivos conectados. Já os switches são

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dispositivos mais avançados que examinam os
endereços MAC dos quadros de dados e
encaminham os quadros apenas para o dispositivo
de destino. Isso melhora o desempenho e a
eficiência da rede.

2.5 - VLANs e QoS: Melhorando a


Segurança e o Desempenho
As redes Ethernet podem ser segmentadas em
VLANs (Virtual Local Area Networks) para isolar o
tráfego e melhorar a segurança e o desempenho da
rede. Uma VLAN agrupa dispositivos que
compartilham requisitos semelhantes de acesso ou
comunicação, mesmo que estejam fisicamente
distantes uns dos outros. A segmentação em
VLANs pode ajudar a minimizar a exposição a
riscos de segurança e reduzir a quantidade de
tráfego de broadcast na rede.

Além disso, a Ethernet suporta recursos de


Qualidade de Serviço (QoS), que permitem priorizar

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o tráfego na rede com base em parâmetros como a
latência e a largura de banda. A QoS pode ser
usada para garantir que aplicações críticas, como
voz sobre IP (VoIP) ou streaming de vídeo, tenham
recursos suficientes para funcionar
adequadamente, mesmo em momentos de alta
demanda na rede.

2.6 - Power over Ethernet (PoE):


Fornecendo Energia e Dados
Simultaneamente
O Power over Ethernet (PoE) é uma tecnologia que
permite transmitir energia elétrica juntamente com
os dados em cabos Ethernet, eliminando a
necessidade de fontes de alimentação separadas
para dispositivos conectados à rede. O PoE é
particularmente útil para dispositivos como câmeras
de segurança IP, pontos de acesso Wi-Fi e
telefones VoIP, que podem ser alimentados e

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comunicados por meio de uma única conexão de
cabo Ethernet.

2.7 - Ethernet de 10 Gigabits e Além:


Avançando em Velocidade e
Desempenho
A Ethernet continua a evoluir para atender às
crescentes demandas de largura de banda e
desempenho das redes modernas. O padrão 10
Gigabit Ethernet (10GBASE-T) oferece velocidades
de até 10 Gbps, proporcionando um salto
significativo em termos de capacidade e
desempenho. Além disso, padrões ainda mais
rápidos, como 25, 40, 100 e 400 Gigabit Ethernet,
estão sendo desenvolvidos e implantados em redes
de alta velocidade, como data centers e backbones
de provedores de serviços de Internet.

Neste capítulo, exploramos o funcionamento interno


das redes Ethernet, desde o protocolo CSMA/CD e

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a camada de enlace de dados até os endereços
MAC e a segmentação em VLANs. Também
discutimos como a Ethernet continua a evoluir para
atender às necessidades de um mundo cada vez
mais digital e conectado. No próximo capítulo,
abordaremos a implementação e a configuração de
redes Ethernet, incluindo a seleção de
equipamentos, cabeamento e solução de
problemas comuns.

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