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Aula9 LivrosHistricos ATeocracia UmPerododeGovernoSacerdotaleProftico
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Volume 09
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Conteúdo licenciado para Weverton Fernando Mota Medeiros - 038.521.252-60
Formação em Teologia
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• 4- Consciência. O povo percebe que está naquela situação por conta dos
pecados. O sofrimento está ligado ao fato de estar na direção errada.
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II Análise literária
A maioria dos estudiosos concorda que o livro contém três partes distintas:
um prólogo (Juízes 1: 1-2,5), um núcleo (Jz 2: 6; 16; 31) e um epílogo ou apêndice
(Jz 7.1-21; 25), consistindo em duas narrativas principais²:
Núcleo - Nessa parte do livro, surgem as narrativas dos juízes maiores. São eles:
Otniel (Jz 3: 7-11). Um modelo do que um juiz deveria ser, ele é elevado por Deus e
investido com o Seu Espírito. Foi um hábil guerreiro no tempo de Josué (Js 15: 13-
19) e conduziu Israel numa guerra bem sucedida, semelhante ao próprio Josué.
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Eúde (Jz 3: 12-30) - Várias informações e detalhes estão ausentes em sua história,
e comparativamente, o livro não declara que Deus o escolheu, como fez com Otniel,
nem Eúde foi investido com o Espírito de Deus, nem "julga" Israel, pela acepção da
palavra nesse contexto. O que sabemos é que era canhoto (!). Uma curiosidade
ainda mais estranha está na narração de sua história, a Palavra diz que Eúde
“liberta” Israel por meio de artimanha e traição, mas nada informa sobre os
sentimentos e o relacionamento de Deus com ele. Tal característica foi encontrada
entre muitos da tribo de Benjamim (Jz 20: 15-16; 1. Cr 12: 2). Mas, devemos nos
atentar, também, para o uso da palavra, pois "Benjamim" em hebraico significa "o
filho de minha mão direita".
Débora (Jz 4: 1-5,31) - Era profetisa quando julgou a nação de Israel, e seu período
levanta uma questão controversa: o fracasso da liderança masculina em Israel.
Nesse episódio vemos tanto a vitória militar, quanto as artimanhas para matar o
general do exército inimigo. Para além da figura de Débora, a história bíblica nos
apresenta Jael, que não era juíza nem profetiza, de fato, era somente meio-israelita,
e apesar disso, foi responsável direta pela morte de Sísera, o comandante inimigo
(Jz 4:11,17; 5:24). Interessante notar que o famoso “Cântico de Débora” inclui
maldições contra outras tribos que não se uniram à batalha (Jz 5:15 b, 18,23), a
letra da canção antecipa o partidarismo e a desunião entre as tribos de Israel, que
aparecem de forma explícita no final do livro (Jz 20-21).
Gideão (Juízes 6: 1-9, 5:6) - Juiz, guerreiro e fazendeiro, o início de sua história
chama a atenção, se pautando na demora para reconhecer/responder ao chamado
de Deus. Sua atitude insegura fez com que fosse necessários três milagres para
alcançar seu coração, mas por outro lado, a obediência de Gideão é um exemplo.
Apesar de sua marcada timidez, é importante lembrar que ele derrubou o altar de
Baal e o poste-ídolo, como Deus ordenara.
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Embora Gideão tenha ganhado o apelido Jerubaal, que significa "Baal contenda
contra ele" (Jz 6:32), ao fim, ele próprio sucumbiu à falsa adoração que desviou o
povo de Israel (Jz 8: 22-27). Conforme o desenrolar dos capítulos, vez após vez nos
deparamos com a rivalidade entre as tribos e clãs (Jz 8: 1-9). Outro fato a ser
mencionado é que o filho de Gideão “não se torna um libertador, mas um opressor,
não um servo da nação, mas um assassino de israelitas e da sua própria família” ³.
Jefté - Até certo ponto, a narrativa explicita dois lados de um conflito, humano e
divino: num extremo a rebeldia de Israel, que peca e provoca a ira divina (Jz 10: 6-
16), e no outro a aliança que Deus fez com o povo, inquebrável devido ao Seu caráter
santo. Mais uma vez, notamos que a ira divina e a misericórdia, o amor e a lealdade
de Deus não se excluem mutuamente.
Sansão - O último dos juízes maiores, cuja história é a mais conhecida, ele está
longe de ser um juiz modelo, ao contrário, trata-se de alguém buscando desculpar
os próprios erros, que aceita facilmente os próprios defeitos.
Uma característica notória foi o descontrole do próprio apetite sexual, a
inclinação de Sansão para as mulheres estrangeiras tornou-se uma metáfora do
próprio Israel, pouco disposto a resistir à tentação de prostituir-se aos deuses
estrangeiros (Jz 2: 17; 8: 27,3).
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Numa afronta direta, o casamento de Sansão com uma mulher de outro povo viola
a ordem divina (Jz 3:56). Ironicamente, o homem que foi consagrado a Deus
quando nasceu, viveu centrado em si mesmo, e sua morte trouxe mais benefícios à
Israel do que toda a sua vida (Jz 16:30).
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Devemos admitir que o Livro de Juízes, de fato, não resolverá essa questão.
A partir daí percebe-se um paradoxo na relação de Deus com Israel, ao mesmo
tempo condicional e incondicional, numa tensão que movimenta toda a narrativa.
A administração do governo de Deus sobre o seu povo - Deus era o rei e senhor
de Israel (Jz 8:23), então, qual seria a melhor forma de governo para produzir uma
nação santa e fiel a Deus? Um governo descentralizado? Monarquia? Ou alguma
outra? A resposta dos livros históricos é que nenhum sistema é capaz de produzir
uma nação santa e fiel a Deus.
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Através de todas as suas falhas, aprendemos de sua fé, pois foram Gideão,
Baraque, Jefté, e Sansão que:
Não obstante os fracassos, sua fé não foi equivocada, eles se tornaram uma
parte daquela grande nuvem de testemunhas que nos clama a perseverar e firmar
os nossos olhos em Jesus (Hb 12:1-2). Também precisamos de um redentor para
garantir a herança que Deus prometeu, alguém que aperfeiçoará a nossa fé no meio
das nossas inconsistências.
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Chamado - Por ter sido consagrado ao serviço a Deus, Samuel cresceu sob os
cuidados do sacerdote Eli, mas ele só pôde desempenhar esse ofício devido ao fato
de seus pais pertencerem à linhagem sacerdotal. Samuel era uma criança quando
teve sua experiência de chamado da parte de Deus, ao mesmo tempo, a Bíblia
relata que apesar de Eli ser temente a Deus, e de ter uma família que também tinha
origens na linhagem sacerdotal, seus filhos tinham corações pervertidos, mas
Samuel foi usado por Deus para restaurar a santidade e o temor do sacerdócio:
Ministério – Samuel foi além do sacerdócio, foi profeta, pois ouvia a voz de Deus,
continuamente: quando foi chamado, quando ungiu os reis de Israel e quando trazia
uma ordem de Deus ao povo, sendo também “juiz”, além de conselheiro e pastor,
que orientava o rebanho israelita, Saul entre estes, a próxima figura desse estudo.
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V História de Saul
Saul era da tribo de Benjamim, um homem cujo porte físico tomou destaque
na própria narrativa bíblica, ele inicia sua jornada caminhando com Deus, mas se
perde no caminho, e com o passar do tempo, as batalhas revelavam a essência
arrogante e vaidosa de Saul. No momento em que é confrontado (1 Sm 15) pelo o
sacerdote, onde Samuel lhe diz "Atenta, ouça, escute.", vemos no texto uma relação
entre as ideias “ouvir e escutar” contrapondo com “barulho, palavra, voz”. Saul
afirma estar escutando (1 Sm 15:13), mas quando Samuel ouve o barulho dos
animais (1 Sm 15:14) entendemos que Saul ouviu a voz do povo ao invés de ouvir a
voz de Deus (1 Sm 15: 19-24), e observando descobrimos que ele era:
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• Invejoso. Uma vez mais, a Bíblia é clara e não nos furta o conhecimento do
caráter do primeiro rei de Israel:
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Cada um desses motivos revela porque o reinado de Saul foi rejeitado por
Deus. O declínio de Saul segue na direção oposta a ascensão de Davi, seu sucessor:
VI História de Davi
A partir de agora, nos debruçaremos na biografia de um personagem bíblico
fascinante. Chamado de um “homem segundo o coração de Deus”, Davi foi um
indivíduo complexo, cheio de contradições; ora passivo, ora atuante; ora bruto, ora
sensível e dedicado. Sua história é recheada de retumbantes sucessos e de
fracassos terríveis. É apresentada como a interação entre o seu papel público
(realeza) e o privado (pai, marido).
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Quando Samuel vai à casa de Jessé para ungir o novo rei, os filhos do
patriarca são apresentados um a um. Entendendo da parte de Deus que nenhum
daqueles seria o novo rei, Samuel pergunta: Acabaram seus filhos? E o pai de Davi
diz: Ainda tem um! Mas está atrás das malhadas.
Essa frase revela muito sobre o lugar que Davi ocupava na família,
obviamente não era uma posição de destaque, mas um lugar periférico, e o próprio
Livro de Samuel relata como ele era enxergado por sua família (1 Sm 17:28). Em
sua missão solitária de apascentar nos campos, Davi aprendeu não somente a
cuidar das ovelhas, mas a contemplar a criação e expressar seu louvor e adoração
a Deus com harpas e canções.
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Davi consagrou esses utensílios ao Senhor, como fizera com a prata e o ouro
tomados dos povos e nações que havia subjugado: Edom e Moabe; os, amonitas e
os filisteus; e Amaleque. Também consagrou os bens tomados de Hadadezer.
Davi ficou mais famoso ao voltar da batalha em que matou dezoito mil
edomitas, no Vale do Sal, e dominando, estabeleceu guarnições militares em todo
o território de Edom. Guerreiro vitorioso, o que trouxe consequências boas e ruins,
os bons resultados vieram na finalidade que o Senhor à sua coragem e habilidades:
realizar grandes conquistas. Entretanto, houve aspectos negativos:
“Bem sabes que Davi, meu pai, não pôde edificar casa ao
nome do Senhor seu Deus, por causa das guerras que o
cercaram, até que o Senhor lhe pôs os inimigos debaixo dos
pés. Agora, porém, o Senhor meu Deus me tem dado
descanso de todos os lados: adversário não há, nem
calamidade alguma. Pretendo, pois, edificar uma casa ao
nome do Senhor meu Deus, como falou o senhor a Davi, meu
pai, dizendo: Teu filho, que porei em teu lugar no teu trono,
ele edificará uma casa ao meu nome”. (1 Reis 5:3-5)
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O Rei - Em seu reinado, Davi consolidou Israel como nação, conquistou outros
povos e estabeleceu a paz. Teve uma voz de governo, não como líder autoritário,
mas como alguém que se posiciona como modelo, fazendo o que manda fazer.
Davi reinou por 40 anos, sendo os sete primeiros anos do seu reinado
sediados na cidade de Hebrom. Depois que seu general conquistou a cidade dos
jebuseus, transferiu a capital para Jerusalém. De acordo com a Palavra, as
conquistas de Davi e Salomão estenderam o território de Israel, adicionando
territórios que correspondem a partes da Síria, Jordânia, Faixa de Gaza, Palestina,
uma parte do Egito e uma parte do Líbano (1 Reis 4: 21). De fato, muitas nações
foram trazidas para debaixo do domínio de Israel. A casa de Davi, e sua dinastia, é
a consequência da aliança que Deus fez com Davi, prometendo-lhe:
O Homem - Enquanto o rei Davi era conhecido por sua bravura, habilidade de
combate e competência ao liderar, o homem Davi é marcado por inconstância e
dramas pessoais. Citamos a esterilidade de sua esposa Mical, filha de Saul, e o
pecado com Bate-Seba, este último é marcado por uma atitude passivo-
agressiva, conforme algumas narrativas apresentam. Por vezes, Davi assumia um
traço de passividade, porém em outras, é mostrado como aquele que conquista
pelo favor e poder:
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O Pai - A parte mais assustadora da vida de Davi ocorreu em seu próprio círculo
familiar, encontramos uma série de acontecimentos trágicos aqui. Tudo começa
com o estranho envolvimento de Davi com Bate-Seba. Anos depois, seu filho
Amnom, estupra Tamar, sua própria irmã. Depois, Absalão, revoltado com o
ocorrido, mata Amnon, afronta o pai, e se insurge contra o reinado dele, violentando
as concubinas do rei (2 Sm 16:21-22).
O silêncio e a omissão de Davi deixam um rastro de tragédias. Absalão fugira
por três anos, e mesmo após sua volta, não houve uma conversa franca entre pai e
filho. A lição surpreendente desses acontecimentos é que, o fracasso de Davi como
pai e suas tragédias familiares, não são sinônimo de ausência de uma fé genuína.
VII Conclusão
As vidas de Davi e Saul fazem perguntar: Por que Davi foi aprovado e Saul
não? O que valeu mais para Deus? O que coloca Davi acima de Saul? O preparo e
o caráter para reinar os diferiu, mas a separação mais significativa foi a fé que
tinham. A vida de Davi é um caso clássico de causa e efeito, seus pecados pesaram
sobre sua casa, porém, nem as circunstâncias mais terríveis mudaram seu coração
quebrantado, e estava aí seu valor.
Sobretudo, o Livro de Samuel mostra que nem mesmo os melhores reis
conseguem, por si só, governar, todos dependem da graça divina.
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Notas:
Todas as notas (1-5) fazem referência à obra: Introdução ao AT, por Dillard e Longman II
Bibliografia:
PRICE, Randall. Manual de arqueologia bíblica (Thomas Nelson/ Randall Price e H Wayne
House. Tradução: Wilson Ferraz de Almeida- Rio de Janeiro: Thomas Nelson. 2020)
Manual bíblico vida nova (Editor geral: David S. Dockery. Tradução: Lucy Yamakami.
Hans Udo Fuchs, Robinson Malkomes. - São Paulo: Edições Vida Nova, 2001)
JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. (Tradução: Vicente Pedroso. Rio de Janeiro. CPAD,
1990)
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PHILLIPS, John. Explorando as Escrituras: uma visão geral de todos os Livros da Bíblia.
2. ed. (Rio de Janeiro: CPAD, 2005)
DOUGLAS, J. O Novo Dicionário da Bíblia. (São Paulo: Edições Vida Nova, 1986)
RAWLINSON, George. The Historical Evidence of the Truth of the Scripture Records
(1892)
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