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Exodo 20.

14 – Não adulterarás

Introdução.
Você é cem por cento fiel ao seu cônjuge? No seus pensamentos inclusive? Na
mensagem desta noite queremos tratar do mandamento que nos diz – não adulterarás.

Contexto.
Certamente todos os mandamentos são igualmente importantes, e como ensinam
as Escrituras se alguém tropeça num dos mandamentos se torna culpado de todos os
outros – Tg. 2.10-11. Contudo, chegamos agora a discussão de um ponto nevrálgico
para a família - a questão do adultério.
Os pecados sexuais estão na base daqueles que podem ser considerados os
maiores obstáculos à vida com Deus. Recentemente um pastor americano, pregando ao
SC/IPB, na cidade de Natal, disse que os pecados que mais afetam os líderes religiosos
e os crentes, de modo geral, estão sempre ligados a três grandes áreas – dinheiro,
poder e sexo. E não precisamos de muito esforço para entender que essa realidade que
afeta os EUA bem pode ser a nossa também.
Desse modo, com temor diante do Senhor, e conscientes da necessidade que
temos de uma profusa ação do Espírito Santo sobre nossas vidas para que sejamos
novas criaturas, vivendo totalmente em conformidade com a vontade de Deus, nos
preparamos para meditar num mandamento que lembra a importância da fidelidade, do
amor puro e santo e da família como instituída por Deus.
Seguimos, mais ou menos, o mesmo padrão do Catecismo Maior na
interpretação do mandamento. Primeiro analisando o que é ensinado e estimulado, e
depois focando nossos olhos naquilo que é proibido pelo mandamento.

Desenvolvimento.

1) O que é ensinado
A primeira coisa que queremos discutir é o que é ensinado no mandamento. O
Catecismo maior diz assim:

Os deveres exigidos no sétimo mandamento são: castidade no corpo, mente, afeições,


palavras e comportamento; e a preservação dela em nós mesmos e nos outros; a
vigilância sobre os olhos e todos os sentidos, a temperança, a conservação da
sociedade de pessoas castas, a modéstia no vestuário, o casamento daqueles que não

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têm o dom da continência, o amor conjugal e a coabitação, o trabalho diligente em
nossas vocações, o evitar todas as ocasiões de impurezas e resistir às suas tentações.

Certamente devemos considerar todas essas exigências tendo em vista a


excelência da família e do casamento em especial.
A Escritura ensina que Deus criou homem e mulher, um para o outro, para que
se recebessem em santidade. O propósito de Deus, na união deles, não era
simplesmente o de resolver a questão da solidão de Adão, mas também, ensinar,
através do casamento, a natureza do relacionamento que o Redentor tem com sua
igreja e, numa certa medida, revelar, por analogia, as delícias da vida celestial, ou seja,
o casamento é um modo de Deus revelar o céu aos homens.
Contudo, o pecado afetou profundamente a capacidade do ser humano de viver
toda excelência da vida conjugal conforme pretendida pelo Senhor. Por isso, ele
interveio com um mandamento dizendo aos homens – não adulterarás.
Ainda assim a incapacidade do ser humano de viver em completa perfeição não
o isenta da responsabilidade de viver um casamento que espelhe esse propósito divino.
Então, Deus quer que todas as nossas ações valorizem o casamento e a família que ele
nos concedeu.
Então, é papel do cristão manter o seu casamento puro e incontaminado, longe
da sensualidade pecaminosa do mundo. Para tanto o cristão precisa vigiar seus olhos,
sua mente, suas mãos, seus pensamentos e toda e qualquer ação que atente contra a
honra do matrimônio. Por isso as Escrituras exortam: Heb 13:4 Digno de honra entre
todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os
impuros e adúlteros.
E ao faze-lo o cristão comunica graça aos que estão a sua volta, pois lhes
oferece uma analogia formidável do que Jesus faz com sua igreja, que nas Escrituras é
a sua noiva.

2) O que é proibido
Em segundo lugar temos o que é expressamente proibido no mandamento.

Os pecados proibidos no sétimo mandamento, além da negligência dos deveres


exigidos, são: adultério, fornicação, rapto, incesto, sodomia e todas as
concupiscências desnaturais, todas as imaginações, pensamentos, propósitos e afetos
impuros; todas as comunicações corruptas ou torpes, ou o ouvir as mesmas; os

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olhares lascivos, o comportamento imprudente ou leviano; o vestuário imoderado, a
proibição de casamentos lícitos e a permissão de casamentos ilícitos; o permitir,
tolerar ou ter bordéis e a frequentação deles, os votos embaraçadores de celibato; a
demora indevida de casamento; o ter mais que uma mulher ou mais que um marido
ao mesmo tempo; o divórcio ou o abandono injusto; a ociosidade, a glutonaria, a
bebedice, a sociedade impura; cânticos, livros, gravuras, danças, espetáculos
lascivos e todas as demais provocações à impureza, ou atos de impureza, quer em nós
mesmos, quer nos outros.

Nosso catecismo procura dar plena expressão as palavras de Jesus que declarou:
Mat 5:28 Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção
impura, no coração, já adulterou com ela.
São tantos e tão específicos os elementos do catecismo maior que somos
forçados a declarar que o número dos que adulteram no coração é imensamente maior
do que o daqueles que consumam o ato propriamente.
Eu já disse, numa oportunidade, que há alguns elementos práticos que podem
ser observados para se evitar o adultério. Os casados devem se privar de todo erotismo
que vá além da intimidade dos dois, devem também se receber com honra (maridos
elogiem suas mulheres e vice versa) e devem viver crendo que seu casamento foi
instituído por Deus para a glória dele.
Se eventualmente você contra argumenta dizendo que não pode seguir vivendo
uma falsidade porque você não sente nada, lembre-se Deus não pediu pra você sentir
algo, Deus ordenou que você amasse. O sentimento é fruto da obediência do
mandamento e não sua causa.

3) Existe alguma razão fundamental que justifique a separação?


Nossa confissão de fé admite apenas duas razões para a separação o adultério e
a deserção obstinada. Contudo, isso não significa que ela o aprove, mas apenas o
tolera, ainda que não admita em momento algum que a dissolução do matrimônio seja
solução para qualquer crise. Veja a Escritura - Mateus 19:8 Respondeu-lhes Jesus: Por
causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher;
entretanto, não foi assim desde o princípio.
O propósito divino é que lutemos sempre pela restauração do casamento, já que ele é
uma antevisão do céu. Lembre-se que a igreja é uma noiva adúltera, mas nunca é
abandonada pelo noivo.
Foi exatamente por esse motivo que Deus ordenou ao profeta Oséas que se casasse
com uma prostituta e não a abandonasse. Pra mostrar que ele também não nos abandona
por causa do contrato que tem conosco apesar da nossa infidelidade em muitas ocasiões.

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Além disso é oportuno lembrar que Jesus é o noivo perfeito, que por sua fidelidade
vai transformando sua noiva.

Conclusão
Lembre-se se você for fiel ao Senhor ele permitirá que você viva no seu
casamento alegrias grandiosas, que certamente farão você desejar cada vez mais o dia
das bodas do cordeiro. Um casal cristão, feliz e obediente, sabe a graça que está por
vir sobre nossas vidas quando Jesus voltar.

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