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Teoria da Tectónica de Placas

➔ A superfície da Terra encontra-se dividida em dezenas de placas compostas por


litosfera que se encaixam umas nas outras como as peças de um puzzle.
➔ As placas litosféricas movem-se umas em relação às outras sobre uma camada
mais plástica - a astenosfera.
➔ As placas litosféricas podem conter continentes ou podem conter apenas litosfera
oceânica.
➔ As fronteiras entre placas contíguas chamam-se limites de placas e são zonas
muito instáveis.
➔ Tipos de limites de placas:
- Limites divergentes;
- Limites convergentes;
- Limites transformantes ou conservativos.

Limites divergentes
➔ Pode iniciar-se como um rifte intracontinental e levar à fragmentação dos
continentes, devido à atuação de forças distensivas;
➔ Nos estádios mais avançados ocorre formação de placa oceânica ao nível dos riftes
que se encontram nas dorsais oceânicas:
➔ A nova litosfera oceânica vai empurrando a mais antiga para os lados provocando a
expansão dos fundos oceânicos;
➔ Formam-se bacias oceânicas profundas;
➔ Os riftes são classificados como limites construtivos;
➔ Se ocorre expansão dos fundos oceânicos, por que não aumenta a Terra de
volume? Não aumenta de volume, porque as fossas oceânicas não deixam,
destruindo a litosfera.

Limites convergentes
➔ Ocorre colisão de placas litosféricas, sendo limites destrutivos;
➔ As forças são compressivas;
➔ Continente-Oceano:
- Subducção da placa oceânica mais densa.
- Forma-se uma fossa oceânica no contacto da placa oceânica com a
continental.
- Intensa atividade sísmica em ambas as placas.
- Intensa atividade vulcânica na placa continental e formação de cadeias
montanhosas (orogenia).
- Exemplo: Andes
➔ Oceano-Oceano:
- Subducção da placa oceânica mais antiga (mais densa e mais fria);

- Forma-se uma fossa oceânica no contacto das placas oceânicas;

- Intensa atividade sísmica em ambas as placas;

- Intensa atividade vulcânica na placa que não é subductada, com formação


de arcos de ilhas (arcos insulares);

- Exemplos: Ilhas Aleutas e Indonésia.


➔ Continente-Continente

- Colisão de dois continentes, que não sofrem subducção, pois são ambos
pouco densos.

- Ocorre espessamento crustal e formação de cadeias montanhosas.

- Intensa atividade sísmica em ambas as placas.

- Exemplos: Himalaias e Alpes.

Limites transformantes ou conservativos


➔ Não ocorre construção nem destruição de placas litosféricas – as placas deslizam
horizontalmente;
➔ São comuns nas dorsais oceânicas, perpendiculares ao rifte;
➔ A falha de Santo André corresponde a um limite conservativo ou transformante;
➔ Nos limites conservativos ocorre intensa atividade sísmica.

O que faz movimentar as placas litosféricas?


➔ De forma idêntica, pensa-se que os materiais rochosos do manto terrestre também
descrevem estes movimentos cíclicos de convecção, porém de forma muito mais
lenta, à escala de tempo geológico.
➔ Estes movimentos são possíveis porque a astenosfera, embora, no estado sólido, se
comporta como um líquido de alta viscosidade.
➔ Os materiais da astenosfera aquecem devido ao calor interno da Terra, tornando-se
menos densos e por isso sobem nos limites divergentes.
➔ Aproximam-se da superfície e arrefecem, tornando-se mais densos e voltam a
descer.
➔ Os movimentos das placas devem-se às correntes de convecção:
- O movimento das correntes de convecção na astenosfera, para
um lado e para o outro do rifte, arrasta consigo as duas placas litosféricas
em direções opostas.

- A abertura resultante, no rifte, é preenchida por novo basalto que se forma


pela consolidação de magma que ascende da astenosfera.

- Nas zonas descendentes das correntes de convecção ocorre colisão entre


placas e a litosfera é destruída ou podem formar-se montanhas.

A tectónica de placas e o ciclo das rochas


➔ O ciclo das rochas contribui para a reciclagem/alteração dos materiais rochosos.
Quanto mais antigos forem os materiais maior é a probabilidade de terem sido
alterados, sendo assim dificultada a reconstituição das posições paleográficas das
placas litosféricas.

Datação das rochas e idade da Terra


➔ Determinação da idade da rocha:
- Datação absoluta (quantitativa) ex: milhões de anos.

Datação Absoluta
➔ Baseia-se na desintegração de isótopos radioativos que existem nas rochas e
também em restos de seres vivos.
➔ A idade absoluta ou radiométrica determina-se com recurso a estudos laboratoriais e
requer meios técnicos específicos.
➔ Isótopos são átomos que possuem o mesmo número atómico, mas diferente
número de massa.
➔ Alguns isótopos de um determinado elemento são estáveis e outros são instáveis.
➔ Nos isótopos instáveis, os núcleos decompõem-se, ou seja, há lugar à sua
desintegração e este processo espontâneo designa-se radioatividade.
➔ Uma rocha, quando se forma, adquire sempre uma certa quantidade de isótopos
radioativos, que são formas instáveis de elementos químicos (U, K, C...). Com o
passar do tempo esses isótopos vão-se desintegrando, transformando-se em
átomos estáveis.
➔ Os isótopos instáveis são chamados isótopos pai (ou átomos pai).
➔ Os isótopos estáveis que resultam da desintegração são designados isótopos
filho (ou átomos filho)
➔ A velocidade a que se dá essa desintegração é constante e independente das
condições ambientais.
➔ O tempo que demora a que metade do isótopo-pai sofra decaimento designa-se
por tempo de semivida e é constante para cada par isótopo-pai/isótopo-filho.
➔ É possível calcular a idade de um mineral, determinando o teor de isótopo-pai e de
isótopo-filho.
➔ Quando a razão isótopo-pai /isótopo-filho é igual a 1, ocorreu 50% de decaimento e
o mineral possui uma idade igual à semivida.
➔ Limitações:
- Tecnologicamente complexa.
- Depende da incorporação de isótopos radioativos instáveis em minerais.
- Menos fiável para rochas sedimentares e metamórficas porque não fornece
a idade da sua génese, pois os seus minerais provêm de rochas
preexistentes; durante o metamorfismo pode ocorrer perda de isótopo-pai.
➔ Vantagens:
- Permite obter uma idade numérica.
- Bastante fiável em rochas magmáticas (quando o magma inicia o processo
de cristalização transfere para os seus cristais uma certa quantidade de
isótopos radioativos; a quantidade de isótopos filho é nula).

É importante combinarem-se métodos de datação absoluta com métodos de datação


relativa.

Vulcanismo
➔ Vulcão: Abertura na crusta terrestre que permite a libertação de materiais sólidos
(piroclastos), líquidos (lava) e gasosos que compõem o magma.

Tipos de vulcanismo
➔ Primário: corresponde à ocorrência de uma erupção vulcânica, com libertação de
magma ou materiais associados.

- Central: a emissão de material ocorre através de uma conduta associada a


um cone vulcânico (ex.: Anak Krakatau).

- Fissural: a emissão de material vulcânico ocorre ao longo de uma fratura


que pode ter vários quilómetros de extensão (ex.: Havai, 2018).
➔ Secundário ou residual: não ocorre emissão de material magmático, mas a
ocorrência de fenómenos associados à presença de magma, como, por exemplo,
nascentes termais.
➔ Vulcanismo subaéreo: ocorre à superfície, exposto a condições atmosféricas.
➔ Vulcanismo subaquático: ocorre debaixo de água, em especial nos limites
divergentes.Pode formar lavas em almofada que podem encontrar-se atualmente à
superfície.

➔ Os vulcões podem apresentar caldeiras vulcânicas que resultam do abatimento do


edifício vulcânico, por falta de suporte, na sequência de erupções em que se verifica
o esvaziamento rápido da câmara magmática. Nessas depressões, onde a
acumulação de água forma habitualmente lagoas, também podem ocorrer cones
vulcânicos intracaldeira, resultantes de erupções posteriores à formação da caldeira.

➔ Origem dos magmas


- Têm origem na parte inferior da crusta ou na parte superior do manto.
- A fusão parcial das rochas do manto em determinadas condições origina magma.
- Devido às elevadas temperaturas, o magma é menos denso do que as rochas
encaixantes e sobe, acumulando-se em câmaras magmáticas, que podem localizar-
se a diferentes profundidades e intercomunicar.
- Quando há um aumento da pressão na câmara magmática, o magma é forçado a
subir através de fendas das rochas para câmaras mais superficiais e, posteriormente,
destas até à superfície.
- O aumento da pressão na câmara magmática pode ser provocado pela chegada de
magma de reservatórios mais profundos.

Tipos de atividade vulcânica

➔ Efusiva
- A atividade efusiva é muito comum no vulcanismo fissural.
- Quando ocorre no vulcanismo central, tende a originar cones vulcânicos
com elevadas dimensões, baixos e com declives suaves (ex.: vulcão Mauna
Loa, Havaí).
- Tende a formar escoadas de lava, acumulando-se sob a forma de mantos
de lava (ex.: Fagradalsfjall, Islândia, em 2021).
- Em erupções subaéreas, podem formar-se:
. Lava encordoada (pahoehoe): tem origem em magmas menos viscosos,
que se encontram a temperaturas mais elevadas. Durante a escorrência
dessas lavas, a parte superficial, em contacto com o ar, solidifica mais
depressa do que a lava que continua a escoar por baixo.
. Lava escoriácea (aa): a classificação das escoadas lávicas, frequentes nas
erupções efusivas, é feita em função das formas e texturas que a lava
adquire quando arrefece. Quando a lava é mais viscosa, a sua solidificação
originam superfícies irregulares e rugosas.
. Lavas em almofada: no caso de erupções submarinas, as lavas arrefecem
bruscamente debaixo de água, adquirindo o aspecto arredondado que lhes
dá nome.
- O arrefecimento dos mantos de lava pode originar a formação da disjunção
prismática ou colunar.
➔ Explosiva
- A atividade explosiva é menos comum no vulcanismo fissural.
- Quando ocorre no vulcanismo central, tende a originar cones vulcânicos altos
e com elevados declives (ex.: vulcão Koryaksky, Rússia). Os cones
vulcânicos são formados pela acumulação de elevadas quantidades de
piroclastos, sendo a acumulação de lava reduzida.
- Formam-se piroclastos - fragmentos de diferentes dimensões que resultado

do arrefecimento da lava que é projetada nas explosões.

. As bombas vulcânicas correspondem a fragmentos com dimensões


superiores a 64 mm, formando-se a partir de lava incandescente que é
projetada durante a erupção e que ao arrefecer adquire formas arredondadas
ou alongadas;
. Os blocos são fragmentos de material sólido, removidos pelo magma
durante a ascensão, com dimensões iguais às bombas e uma forma
angulosa;
. As cinzas são finas (< 2 mm) e ricas em material vítreo, que arrefeceu
rapidamente;
. Os lapilli, com dimensões entre 2 e 64 mm, têm forma irregular e podem
ser projetados para longe. Nos Açores, são conhecidos por bagacina;
- Os piroclastos podem cair e ficar acumulados no cone (piroclastos de
queda).

- Ou podem ser projetados ao longo das encostas (piroclastos de fluxo),


originando nuvens ardentes, compostas por gases, piroclastos e lava
incandescente a elevadas temperaturas que se movimentam por ação da
gravidade, podendo atingir grande velocidade.
- Em resultado da solidificação do magma viscoso na cratera ou na chaminé
vulcânica, podem formar-se, respetivamente, domos e agulhas vulcânicas

(estas são visíveis após a erosão do cone vulcânico).

➔ Mista
- Alternância de episódios efusivos com explosivos ou ocorrência em
simultâneo da libertação de grandes quantidades de piroclastos e de lava
(ex.: Etna, Itália).
- Tende a formar vulcões com declives acentuados, formados pela
acumulação de lavas e de piroclastos.
- A lava pode ter uma composição intermédia ou interagir com a água,
aumentando o caráter explosivo do vulcão.(ex.: Havai, EUA).
- A água em contacto com o magma transforma-se quase instantaneamente
em vapor sobreaquecido, que ao expandir-se, faz aumentar a pressão, além
disso faz diminuir a temperatura tornando o magma mais viscoso,
aumentando o caráter explosivo do vulcão.

Vulcanismo Residual
Nas regiões vulcânicas ativas, no tempo que se segue a uma erupção há sinais de atividade
vulcânica, como saída de água quente ou de gases, através do solo ou de fissuras nas
rochas.

- Manifestações secundárias de vulcanismo

- Nascentes termais: a temperatura da água é pelo menos 4ºC superior à


temperatura ambiental. A água da precipitação, ao infiltrar-se em profundidade,
circula junto de rochas aquecidas por uma câmara magmática ou por um corpo
ígneo em arrefecimento. A água aquece, aumentando a sua capacidade de
dissolução de minerais das rochas, tornando-se, assim, mais mineralizada. Algumas
destas nascentes são utilizadas para fins medicinais.

➔ Portugal Continental é rica em nascentes termais, não de origem vulcânica,


mas devido ao aquecimento das águas de infiltração que se afundam na
crosta.

- Fumarolas: libertação de gases através de aberturas à superfície, provenientes de


uma câmara magmática ou de fluidos aquosos que circulam nas suas proximidades.

➔ Sulfataras: originam depósitos de enxofre sobre as rochas;


➔ Mofetas: quando as emanações são ricas em dióxido de carbono.

- Géiseres: são jatos intermitentes de água quente e vapor libertados à superfície de


forma regular, através de fraturas. A água que se infiltra e circula no subsolo pode
acumular-se em reservatórios subterrâneos, onde é aquecida a temperaturas elevadas.
Parte dessa água se transforma em vapor, fazendo aumentar a pressão no interior do
reservatório. Desse aumento de pressão resulta a projeção da água a vários metros de
altura e o esvaziamento desses depósitos, que voltam a encher em ciclos sucessivos.

Vulcanismo e tectónica de placas


➔ A fusão da rocha para formar magma é mais provável em locais mais instáveis e
dinâmicos, como é o caso dos limites entre placas litosféricas- vulcanismo
interplacas.
- Vulcanismo de subducção (limites convergentes)

- Nas zonas de subducção, onde material proveniente da superfície


mergulha na astenosfera, o magma é de ácido a intermédio,rico em sílica,
viscoso, predominando materiais com ponto de fusão mais baixo.

- Os vulcões caracterizam-se por ter erupções explosivas a mistas.

- Nos limites convergentes é mais comum o vulcanismo do tipo central.


-O cone vulcânico é alto com vertentes inclinadas e formado por piroclastos
ou por camadas alternadas de lava e piroclastos.
- Como se explica a ocorrência de vulcanismo neste tipo de limites de
placas?
- Uma placa tectónica mergulha sob outra originando-se uma zona de
subducção;
- A partir de certa profundidade, devido às condições de pressão e de
temperatura, ocorre fusão da placa em subducção originando magma de
composição intermédia;
- O magma quente é menos denso do que as rochas encaixantes e sobe,
originando vulcanismo misto a explosivo.

- Vulcanismo de rifte (limites divergentes)


- Local de vulcanismo intenso no nosso planeta ( é onde a maioria das rochas
magmáticas são formadas);
- Em locais onde ascende material proveniente de zonas profundas da astenosfera,
como é o caso dos riftes, o magma é mais quente, mais básico (menor teor em sílica), mais
fluido e com menor teor em gases;
- Nos riftes oceânicos, predomina o vulcanismo fissural e as erupções efusivas;
- Nos riftes continentais, as erupções poderão ser mistas (mais explosivas do que
nos riftes oceânicos), uma vez que o magma tem de atravessar a crusta continental que é
mais espessa, tornando-se mais ácido e menos quente;
- Em termos gerais, nos limites divergentes, predomina o vulcanismo fissural e as
erupções tendem a ser efusivas ou mistas.
- Como se explicam os fenómenos de vulcanismo neste tipo de limites?
- O afastamento de placas tectónicas origina fissuras na crusta, que podem ter
milhares de quilómetros, através das quais rocha sólida aquecida ascende, ao aproximar-se
da superfície, devido à diminuição da pressão ( que faz diminuir o ponto de fusão dos
materiais) funde, originando magma.
- Na superfície a lava arrefece formando basalto (nova crusta oceânica).
- Essa atividade vulcânica ocorre sob a água, mas em alguns lugares as cristas
elevam-se até à superfície e dão origem ao vulcanismo subaéreo, como acontece na
Islândia.
- Formação de oceanos pela atividade das dorsais (expansão dos fundos
oceânicos).

➔ Vulcanismo intraplacas: ocorre no interior das placas (não nos limites). Associado
a pontos quentes (hotspots).
- Pontos quentes oceânicos: resultam de magmas com origem no manto que
podem atingir a superfície na região da crusta oceânica (atividade vulcânica
efusiva, pois o magma proveniente do manto é básico, pobre em sílica e
pouco viscoso);
- Pontos quentes continentais: o material do manto tem dificuldade em atingir a
superfície e sofre modificações químicas, tornando-se mais ácido e com um
estilo mais explosivo (atividade vulcânica mista, pois o magma proveniente
do manto é básico, mas ao atravessar a crusta continental que é mais
espessa sofre modificações).
- Como se explica a ocorrência de vulcanismo nestes locais?
- Existe uma pluma térmica - coluna de material quente, sólido e pouco
denso em ascensão, proveniente de perto da transição manto /núcleo. A
elevada temperatura torna esta rocha plástica, podendo mover-se lentamente
(menos de 5 cm/ano).
- Quando o material da pluma térmica atinge a base da litosfera, devido à
diminuição da pressão, funde, constituindo-se um ponto quente.
- O magma resultante atravessa a litosfera e surge à superfície criando um
vulcão.
- Ao longo do tempo o movimento da placa afasta o vulcão do ponto quente
(que é fixo, estacionário), tornando-se o vulcão extinto. Uma nova coluna vertical de
material sobe diretamente da pluma.
- À medida que aumenta a idade dos vulcões extintos aumenta a distância a
que se encontram do ponto quente.
- Se se tratar de um ponto quente oceânico, a ilha por cima do ponto quente
é a mais recente. Alguns dos vulcões mais antigos podem mesmo ficar submersos devido à
erosão.
- Forma-se um alinhamento de vulcões / ilhas.
- Devido à erosão, os cones vulcânicos formados podem ficar totalmente
submersos – Guyot, ou parcialmente submersos – Atol.

Vulcanismo em Portugal
➔ Existe vulcanismo ativo nos Açores, associado a magma gerado num limite
divergente ao longo da dorsal médio oceânica e do rifte da Terceira (Corvo, Flores,
Pico,Faial, São Jorge, Graciosa, Terceira, São Miguel, Santa Maria).
➔ Existem vestígios de atividade vulcânica com menos de 10 000 anos no
arquipélago da Madeira, podendo ser considerado como vulcanismo não extinto.
Muitos geólogos defendem que o vulcanismo foi causado por um ponto quente (São
Vicente, Porto Santo).
➔ Existem vestígios de atividade vulcânica com dezenas de milhões de anos em
Portugal Continental, sendo considerado vulcanismo extinto, mas fornece
importantes evidências da história geológica nacional (Peniche, Mafra, Sines).
➔ Vulcanismo ativo:existe atividade eruptiva na atualidade ou existiu nos últimos 11700
anos;
➔ Vulcanismo inativo: não apresenta atividade atual mas poderá vir a ter;
➔ Vulcanismo extinto: não existem registos de atividade nos últimos 11700 anos.

Minimização do risco vulcânico

Prevenção de riscos vulcânicos


➔ O registo de ondas sísmicas, através dos sismógrafos, com vista a inferir
movimentos do magma no interior do aparelho vulcânico;
➔ a deteção de deformações das encostas do vulcão, com recurso à tecnologia GPS,
que possam indiciar a direção desse movimento;
➔ a medição da temperatura das águas em fontes termais e dos níveis de emissões de
gases, que aumentam com a proximidade do magma;
➔ Estudo de depósitos de materiais vulcânicos;
➔ Monitorização por satélites;
➔ Amostragem dos gases libertados.

Impacte socioeconómico da atividade vulcânica


➔ Agricultura: solos férteis resultantes da acumulação de cinzas;
➔ Indústria: minas de materiais depositados em episódios vulcânicos;
➔ Energia: o aproveitamento do calor libertado pelo magma para a produção de
energia elétrica;
➔ Turismo: os ambientes vulcânicos apresentam características únicas na área da
gastronomia, da educação sobre o património geológico, do ecoturismo ou do
turismo de aventura, tornando os destinos atraentes para o turismo gerando
benefícios económicos assinaláveis.

Importância do estudo dos vulcões


➔ Um vulcão é considerado ativo se teve pelo menos uma erupção durante os últimos
11 700 anos.
➔ Contudo, mesmo nas regiões onde atualmente não há vulcanismo ativo, ocorrem
sinais da sua existência no passado. Caldeiras, cones vulcânicos parcialmente
erodidos ou agulhas vulcânicas são alguns desses vestígios de atividade vulcânica
passada.

Sismos
➔ Movimentos vibratórios da superfície terrestre, que ocorrem bruscamente devido a
uma libertação súbita de energia no interior da Terra.

Origem dos sismos


➔ Os sismos, são o resultado de uma libertação súbita de energia no interior da Terra.
Podem resultar de explosões produzidas pelo ser humano (sismos artificiais), do
abatimento de cavidades e grutas (sismos de colapso) bem como do movimento de
magma em profundidade (sismos vulcânicos). No entanto, a maioria dos sismos,
cerca de 95% é de origem tectónica, resultando da libertação súbita de energia
acumulada nos materiais, quando dois blocos rochosos se deslocam ao longo de
uma falha. A formação destes sismos pode ser explicada pela teoria do ressalto
elástico.

Teoria do ressalto elástico


● nos limites tectónicos, sujeitos à atuação de forças compressivas, distensivas ou de
cisalhamento, ocorre a acumulação de energia elástica que vai deformando
gradualmente as rochas;
● ultrapassado o limite de resistência das rochas, ocorre rutura e/ou movimento dos
blocos rochosos;
● A movimentação brusca dos blocos, ou ressalto, provoca a libertação, sob a forma
de ondas sísmicas, da energia elástica acumulada, que provoca a vibração dos
materiais envolventes, ocorrendo assim um sismo.
● Os sismos que antecedem o sismo principal são os abalos premonitórios e os que
ocorrem posteriormente são as réplicas (devem-se a reajustamentos da falha).

Parâmetros de caracterização dos sismos


● Hipocentro ou foco: local do interior da Terra onde se gera o sismo.
● Epicentro: local à superfície mais perto do hipocentro e situado na sua vertical.
● Ondas sísmicas: superfícies concêntricas segundo as quais se propaga a energia
sísmica em todas as direções a partir do hipocentro.
● Profundidade ou distância focal: A distância entre o foco e o epicentro.
● Frente de onda: superfície esférica das ondas sísmicas, que separa os materiais que
já sofreram deformação dos materiais não deformados.
● Raio sísmico: qualquer trajetória perpendicular à frente de onda com origem no
hipocentro

Propagação das ondas sísmicas


● Durante um sismo o terreno vibra na vertical e na horizontal.
● Comprimento de onda – distância entre pontos consecutivos que correspondem ao
mesmo estado de vibração (período).
● Amplitude – distância que uma partícula se afasta de uma posição de referência.
● Em meios de composição homogénea – que não é o caso da Terra (heterogénea) –
as ondas sísmicas expandem-se tridimensionalmente, sob a forma de esfera, com
centro no foco.

Classificação dos sismos atendendo à profundidade hipocentral


● Superficial: hipocentro até 70 km de profundidade;
● Intermédio: hipocentro entre 70 e 300 km de profundidade;
● Profundo: hipocentro com mais de 300 km de profundidade (até 700 km
aproximadamente).

Formação de tsunamis
● Quando os sismos se geram no fundo marinho, em resultado de movimentos de
abatimento (deslocamento vertical) do fundo oceânico, ocorrem perturbações da
coluna de água, podendo gerar-se tsunamis.
● Estas ondas gigantes apresentam elevado poder destruidor devido à sua elevada
velocidade e amplitude.
● À medida que se aproximam das zonas costeiras (menos profundas), as ondas
diminuem o seu comprimento, mas ao mesmo tempo, aumentam a sua amplitude
(altura).

Tipos de ondas sísmicas


● Ondas de volume, interiores ou de profundidade
- A velocidade de propagação das ondas internas (P e S) depende das
propriedades físicas das rochas que atravessam.
- A velocidade das ondas sísmicas é diretamente proporcional à rigidez dos
materiais e inversamente proporcional à sua densidade.
- Em meios líquidos a rigidez é igual a zero, por isso a velocidade das ondas S
será também zero, não se propagando estas ondas nesses meios.

● Ondas P (longitudinais ou primárias)


- Primeiras a serem registadas, uma vez que são as mais rápidas;
- Provocam a vibração (compressão e distensão) dos materiais,
paralelamente à direção de propagação;
- Provocam alterações de volume dos materiais;
- Propagam-se nos meios sólidos, líquidos e gasosos;
- A sua velocidade aumenta com a rigidez dos materiais que atravessam.
● Ondas S (transversais ou secundárias)
- Segundas a serem registadas;
- Provocam a vibração das partículas perpendicularmente à direção de
propagação;
- Provocam alterações de forma dos materiais;
- Só se propagam em meios sólidos;
- A sua velocidade aumenta com a rigidez dos materiais que atravessam.

● Ondas L (superficiais)
- Propagam-se apenas na superfície da Terra;
- São as mais lentas e as últimas a serem registadas;
- Provocam deformação intensa dos materiais, devido à sua elevada
amplitude, sendo as mais destrutivas.
● Ondas de Rayleigh
- As partículas descrevem um movimento elítico num plano perpendicular à
direção de propagação das ondas;
- Propagam-se em meios sólidos e líquidos.
● Ondas de Love
- As partículas vibram num plano horizontal e perpendicular à direção de
propagação das ondas;
- Propagam-se apenas em meios sólidos.

Registo sísmico
● Sismógrafo: instrumento que regista os movimentos da superfície terrestre.
● Sismograma: registo efetuado pelo sismógrafo.
● O sismograma permite determinar o desfasamento de chegada das ondas P e S
(intervalo S-P).
● Quanto mais distante do epicentro se encontrar a estação, maior é o intervalo de
tempo entre as chegada das ondas P e S, porque as ondas P têm maior velocidade
do que as S, por isso quanto maior for a distância percorrida maior é o atraso das
ondas S em relação às P.
● Com base no desfasamento, é possível determinar a distância epicentral.
● Usando três estações sísmicas, consegue-se localizar graficamente o epicentro.

Escalas sísmicas / intensidade e magnitude


● Intensidade: avalia um sismo em função do grau de perceção que a população teve
dele e do seu grau de destruição. O mesmo sismo possui várias intensidades. Pode
ser medida na escala de Mercalli modificada.
● Magnitude: mede a energia libertada num sismo. Cada abalo só possui um valor de
magnitude. Pode ser medida na escala de Richter.

Escalas sísmicas / Magnitude


A magnitude avalia um sismo em função da quantidade de energia libertada no hipocentro,
sendo determinada pela máxima amplitude das ondas sísmicas registadas nos
sismogramas, para distâncias conhecidas entre o hipocentro e a estação sísmica. É uma
grandeza numérica que aumenta à medida que aumenta a quantidade de energia libertada
no foco.

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