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Tinha a menina Loló

Uma sábia bonequita:


Aquilo, bastava só
Puxar a gente uma guita
Que lhe pendia por trás,
Sob o vestido de lã,
Para abrir a boca e zás!
Dizer papá e mamã!

Ora a Loló também tinha


Uma gata (era maltesa).
Essa, porém coitadinha,
Era muda com certeza.
Miava apenas: mais nada.
De maneira que a pequena
Andava desanimada,
Até chorava com pena!

Um dia pensou: “Talvez


A doença tenha cura…”
(A doença era a mudez
Da citada criatura).
Se o mesmo fizer à gata
Que à mona, quem sabe lá
Se a língua se lhe desata
E diz mamã e papá.

Dito e feito. A pequerrucha.


Quando a bichana dormia,
Puxou-lhe a cauda gorducha,
Negra, brilhante e macia.

Dois saltos fenomenais,


Uma forte arranhadela.
E… quem chamou pelos pais
Não foi a gata — foi ela!

Desde então a Loló, se passa


Ao pé dum gato ou dum cão,
Não lhe toca nem por graça
Pois lhe serviu a lição.
Não compreende, porém,
Qual venha a ser, afinal,
A serventia que tem
A cauda de um animal…

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