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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


FACULDADE DE EDUCAÇÃO
DIDÁTICA ESPECIAL EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PROFESSORA: TATIANA NASCIMENTO

AULA EM ESPAÇO NÃO FORMAL

KRISTIAN FRANÇA WESSMAN DRE: 130117190


RAPHAEL JORGE DRE: 104133301
THIAGO FERREIRA DE ALBUQUERQUE DRE: 101120537
Introdução

Ao longo do ano, diversas atividades foram propostas com o intuito de


complementar a nossa formação como futuros professores. A maior parte do tempo
estamos inseridos em um ambiente tradicional, a sala de aula, na qual
provavelmente passaremos a maior parte do tempo de nossas vidas profissionais.
Porém, não podemos nos acomodar e não pensar como seria elaborar uma
aula fora desse espaço tradicional. Questões que vão desde como escolher o
espaço à que tipo de conteúdo pode ser bem trabalhado em um ambiente não
formal, e por isso nos foi proposto a elaboração de uma atividade que abordasse
este assunto.
Com base nos objetivos propostos pela atividade em questão, o local
escolhido para a descrição de um espaço de educação não formal foi o Parque
Natural Municipal Marapendi.

Conhecendo o Parque Natural Municipal Marapendi

Com uma área total de aproximadamente 10 mil Km2, esta Unidade de


Conservação localiza-se no bairro do Recreio dos Bandeirantes, zona oeste da
cidade do Rio de Janeiro, mais especificamente na Avenida Baltazar da Silveira s/nº.
A figura 1 ilustra a localização da área que compreende o nosso trabalho.
As atividades direcionadas as escolas de Ensino Fundamental e Médio são
de responsabilidade do Centro de Referência em Educação Ambiental Marapendi
(CEA Mar), sob a coordenação da bióloga Lilian. Além das visitas guiadas com os
educadores ambientais, são realizadas ainda oficinas das mais variadas e eventos
relacionados com temas ecológicos (estes cuidadosamente organizados ao longo do
ano).
No caso mais específico das visitas orientadas, os alunos e professores dos
colégios que venham a visitar esta Unidade de Conservação são inicialmente
encaminhados ao auditório para serem apresentados aos educadores ambientais e
receberem as primeiras informações sobre o local que estão visitando. Por se tratar
de uma área localizada em um trecho de Mata Atlântica, que abrange as vegetações
de restinga e manguezal, boa parte do tempo é dedicada a descrição de ambas
formações vegetais. Sob este aspecto, são apresentados a fauna e a flora local,
bem como o histórico da formação das restingas e manguezais (figuras 1 e 2). O
recurso utilizado é baseado em uma apresentação em data show.

Figura 1: Educador
ambiental apresentando
aos alunos o que vem a
ser o Parque Natural
Municipal Marapendi.

Figura 2: Descrição de
alguns elementos que
compreendem a fauna e
a flora do Parque Natural
Municipal Marapendi.

Após esta primeira apresentação, os alunos são sub-divididos em dois


grupos, um deles é encaminhado a Sala de Ciências e o outro até o átrio. Na Sala
de Ciências (figuras 3 e 4), os alunos têm acesso a observar e manipular frutos e
sementes que são encontradas nesta Unidade de Conservação, bem como observar
exemplares da fauna local.

Figura 3: Um pequeno
grupo de alunos visitando
a Sala de Ciências.

Figura 4: Educadora
ambiental apresentando
aos alunos exemplares
da fauna e da flora local.

Existe também nesta sala uma mostra de insetos e um jacaré-do-papo-


amarelo empalhado para que os visitantes possam observar (figuras 5 e 6).
Figura 5: Alunos
contemplando insetos do
Parque Natural
Municipal Marapendi.

Figura 6: Alguns alunos


encantados com um
jacaré do papo amarelo
empalhado.

Paralelamente, no átrio, um segundo grupo de educadores ambientais discute


as diferenças existentes entre os jabutis e os tigres d'água (figuras 7 e 8). Esta
apresentação tem como objetivo principal de conscientizar as crianças, jovens e
indiretamente os seus pais, evitarem que abandonem estes animais em qualquer
lugar. Isto porque, a introdução de um animal que não faz parte da fauna local
poderá causar desequilíbrios ambientais dos mais variados. Terminada a
apresentação, o grupo que estava no átrio é encaminhado à sala de ciências e vice-
versa.

Figura 7: Educadores
ambientais descrevendo
as diferenças entre os
jabutis e os tigres d'água.

Figura 8: Educador
ambiental mostrando um
jabuti.

Depois desta abordagem mais prática dentro do Centro de Educação


Ambiental, os sub-grupos se reúnem novamente para conhecerem a oficina de
reciclagem (figura 9). Esta sala é de responsabilidade do Everton. Nela, ocorre uma
atividade onde o material reciclável considerado sem valor é transformado em uma
peça de artesanato. De todas as salas do CEA Mar, este é o único espaço que
funciona independentemente das visitas orientadas.

Figura 9: Alunos
fazendo artesanato com
material reciclável.

Com o término do artesanato, os alunos são convidados a realizarem uma


trilha pelo Parque Natural Municipal Marapendi. A primeira parada é a Lagoa de
Marapendi (Figura 10). Nela, os educadores ambientais apresentam a problemática
decorrente da poluição de rios e lagoas (visto que o respectivo corpo d'água
encontra-se em um baixo grau de conservação). Em algumas oportunidades, é
possível ver o jacaré do papo amarelo, além de garças, maguaris, frangos d'água,
entre outros (figuras 11 e 12).

Figura 10: Educadores


ambientais apresentam
aos alunos a Lagoa de
Marapendi.

Figura 11: Jacaré-do-


papo-amarelo descansa
ao redor da Lagoa de
Marapendi.

Figura 12: Um frango


d'água procurando
alimento no canal que
dá acesso à Lagoa de
Marapendi.

Antes de percorrerem a trilha, os educadores ambientais ainda mostram para


as crianças e os jovens o Ecoponto (local onde há lixeiras destinadas ao lixo
reciclável) e explicam a questão do destino do lixo urbano (figura 13 e 14).
Aproveitando a oportunidade, os mesmos comentam a problemática envolvendo a
introdução de espécies exóticas na região, como é o caso do mico estrela ou sagüi.
Por ser um predador voraz e ter um comportamento altamente territorialista, este
primata obteve um crescimento populacional significativo nos últimos anos. Uma das
causas seria o aumento da oferta de alimentos deixados pelos próprios visitantes
desta Unidade de conservação (figura 15), e a conseqüência para tal evento
desencadeia um desequilíbrio ambiental em relação à população de aves (ex: tiês-
sangue, jacupembas, entre outros).

Figura 13: Educadora


ambiental apresentando
o ponto de entrega de
materiais recicláveis
(Ecoponto),

Figura 14: visão mais


detalhada do ponto de
entrega de materiais
recicláveis (Ecoponto).
Figura 15: Mico-estrela em
busca de alimentos.

De acordo com o grupo que é recebido pelo CEA Marapendi, a trilha


escolhida e o tempo de duração podem variar. No caso dos alunos do Ensino
Fundamental, a trilha é mais curta, da mesma maneira que o tempo de duração da
visita. Para os alunos do Ensino Médio, a trilha escolhida é bem maior, o que vem a
demandar um maior tempo de duração para observação, críticas e comentários.
Apesar da diferença existente entre e extensão e a duração do percurso, em ambos
os casos, os alunos conseguem contemplar, de maneira similar, a fauna e a flora
local.
Ao longo dos respectivos trajetos, os educadores ambientais recomendam as
pessoas à não fazerem barulho e não desviarem das trilhas, visando uma melhor
atividade de percepção ambiental. Com relação à flora, é possível ver espécies das
mais diversas de bromélias (figura 16), cipós e árvores. De acordo com o andamento
das trilhas, é possível observar exemplos de interações ecológicas, seja ela entre
plantas ou plantas e animais. Neste último caso, as interações podem ser
harmônicas, como no caso das embaúbas com formigas ou desarmônicas,
ilustradas pela formação de galhas em folhas de árvores. Dentre os animais, é
possível ver ainda insetos (figuras 17, 18 e 19), répteis como cobras e lagartos, aves
como jacupembas e tiês-sangue, além de mamíferos como gambás e o bicho
preguiça.
Figura 16: Um exemplar de bromélia
encontrado no Parque Natural
Municipal Marapendi.

Figura 17: uma


mariposa encontrada na
trilha que leva os alunos
do Ensino Médio.
Figura 18: artrópodes
de solo.

Figura 19: O mesmo


artrópode de solo
encontrado em um
estágio de
desenvolvimento mais
avançado.

Ao final do passeio, o grupo retorna ao ponto de partida, onde há uma rápida


revisão do que foi aprendido e observado nesta Unidade de Conservação. Esta é a
oportunidade em que os alunos têm a total liberdade para perguntarem sobre as
principais questões ambientais que ocorrem no cotidiano.
Conclusões

Apesar do pouco tempo de criação (1991) e do desconhecimento da grande


maioria da população carioca, foi possível realizar discussões construtivas em
relação aos objetivos propostos pela respectiva atividade. Dentre os nossos
apontamentos, podemos citar que os assuntos abordados pelos educadores
ambientais podem variar de acordo com o grupo de estudantes que venha a visitar o
Parque Natural Municipal Marapendi.
Durante a nossa avaliação, enumeramos vários conteúdos que são
apresentados em sala de aula, como os seres vivos, a água e o solo, as interações
ecológicas, os ecossistemas, além de questões sócio-ambientais envolvendo a
temática do lixo e a preservação da natureza (mais especificamente a Mata
Atlântica).
Desta forma, concluímos que: a área escolhida para a descrição de um
espaço de ensino não formal possui uma excelente infra-estrutura para desenvolver
atividades práticas com alunos desde o Ensino Fundamental até o Ensino Médio.

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