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DIREITO PENAL

Nexo de Causalidade
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NEXO DE CAUSALIDADE

TEORIA DO CRIME

Fato típico

• Conduta
• Nexo causal
• Resultado
• Tipicidade

Obs.: Existem 2 tipos de resultados: naturalístico e jurídico, sendo que nem todos os crimes
irão possuir resultado naturalístico, mas todos irão possuir resultado jurídico.

O resultado naturalístico é a mudança no mundo externo, ou seja, quando uma conduta


gera uma mudança no mundo.
Ex.: A prática de homicídio gera um resultado naturalístico, tendo em vista que a vítima
que estava viva agora se encontra morta.
O crime de peculato gera um resultado naturalístico, tendo em vista que o bem que
estava sobre o poder da Administração Pública agora está sobre o poder do agente funcio-
nário público que praticou o crime de peculato.

Obs.: Os crimes materiais sempre irão possuir resultado naturalístico.

Os crimes materiais são os crimes que só irão se consumar se houver a produção do


resultado naturalístico.
Os crimes formais possuem resultado naturalístico, no entanto, a ocorrência do resultado
naturalístico é dispensável para que o crime formal seja consumado.
Ex.: Crime de extorsão – ao praticar o crime de extorsão, constrangendo a vítima mediante
violência ou grave ameaça para a obtenção de vantagem indevida, ainda que não obtenha
vantagem indevida, o crime será consumado.
O crime formal é aquele em que é praticada a conduta descrita na lei, ainda que o resul-
tado naturalístico não se produza.
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Ex.: Um indivíduo armado vai com a vítima até o caixa eletrônico para que ela saque
R$ 1.000,00 e o entregue. No entanto, a polícia chegou e o indivíduo fugiu sem levar o
dinheiro sacado.
Observa-se que a vítima realizou o movimento ordenado pelo indivíduo, mas o resultado
naturalístico não foi produzido.
Caso o indivíduo tivesse levado o dinheiro sacado, seria considerado o crime de extor-
são exaurida.
Ex.: Um indivíduo incorreu em uma infração de trânsito e ofereceu ao policial R$ 500,00
para que ele não o multasse.
O policial recusou o valor oferecido, multou e prendeu o indivíduo por corrupção ativa.
A corrupção ativa é um crime formal que, independentemente do resultado naturalístico,
será consumado.
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Obs.: Os crimes formais possuem resultado naturalístico, mas a sua ocorrência é dispen-
sável para a consumação do delito.

É importante destacar que os crimes de mera conduta não possuem resultado naturalístico.
Ex.: Porte de arma de fogo – o mero fato do porte de arma de fogo não possui condão
para produzir o resultado naturalístico.
Observa-se que todos os crimes materiais, formais e de mera conduta irão produzir resul-
tado jurídico.
O resultado jurídico ocorre quando o bem jurídico protegido pela norma é atingido.
Ex.: Proteção do direito à vida - no crime de homicídio, ao matar uma pessoa, há a pro-
dução do resultado jurídico, tendo em vista que está tirando a vida de uma pessoa.
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Obs.: Ainda que um bem jurídico não seja atingido de forma naturalística, será considerado
como atingido, considerando que houve o desrespeito a uma norma penal.

Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a


quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não
teria ocorrido.
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Nexo Causal (Relação de Causalidade)

O nexo causal é o vínculo entre a conduta e o resultado, sendo necessário se certificar


de que foi determinada conduta que produziu um determinado resultado.
O nexo causal é estudado, considerando algumas situações que geram polêmicas.
Ex.: Um indivíduo tentou matar a vítima, no entanto, ao efetuar os disparos, acertou
apenas o braço dela.
A vítima foi transportada a um hospital que pegou fogo, fazendo com que a vítima mor-
resse asfixiada no hospital.
Nesse caso, será necessário se certificar sobre o nexo causal para imputar o homicídio
consumado ou tentado.
Conceito: Vínculo (ligação) entre a conduta e o resultado. Relação de causa e efeito
entre a conduta do agente e o resultado naturalístico produzido.

Código Penal

Relação de causalidade

Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a


quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não
teria ocorrido.
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A causa é toda a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.

Obs.: O art. 13 do Código Penal demonstra a adoção da teoria da equivalência dos an-
tecedentes.

Ex.: Um indivíduo deseja matar a vítima e efetuou disparos de arma de fogo contra ela,
fazendo com que a vítima morresse.
Observa-se que o indivíduo só matou a vítima por conta da arma de fogo, logo, a arma
de fogo deu causa ao resultado.
A arma de fogo foi produzida licitamente por um fabricante de armas de fogo, logo,
segundo a teoria de equivalência dos antecedentes, o fabricante de armas de fogo deu causa
ao homicídio.
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Teorias:

1º) Equivalência dos antecedentes (teoria da conditio sine qua non, teoria da equiva-
lência das condições, teoria da condição simples, teoria da condição generalizadora)
Causa é todo comportamento humano sem o qual o resultado não teria ocorrido.
Ex.: Se os pais do indivíduo que matou a vítima no exemplo acima não tivessem tido rela-
ção sexual, o indivíduo não teria matado a vítima, logo, a relação sexual dos pais do indivíduo
deu causa ao resultado morte da vítima.
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Observa-se que se a causa é todo o comportamento humano sem o qual o resultado não
teria ocorrido, a causa irá regressar ao infinito (regressus ad infinitum).
Crítica à teoria da equivalência dos antecedentes (teoria da conditio sine qua non):
Regressão ao infinito (regressus ad infinitum)
Se a causa é a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido, não haveria
limites para a causalidade objetiva (relação de causa e efeito).

Teoria Do Crime

Fato típico Antijuridicidade (ilicitude) Culpabilidade

• Conduta • Imputabilidade
• Potencial consciência da
• Resultado
ilicitude
• Relação de causalidade • Exigibilidade de conduta
(nexo causal) diversa
Tipicidade

Obs.: Vale ressaltar que dentro da conduta há o dolo e a culpa, sendo que ambos são os
elementos subjetivos do crime.

Logo, ao excluir o dolo e a culpa, a causalidade objetiva é infinita.


Ex.: Uma vez que os pais do indivíduo praticaram uma conduta que possui nexo causal
com o resultado gerado (morte da vítima), mas não agiram com dolo ou culpa, não possuirão
responsabilização penal subjetiva.
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Obs.: Não existe responsabilização penal objetiva no Código Penal brasileiro.

Como resolver a crítica da teoria do infinito?

Por meio da análise dos elementos subjetivos do crime: dolo e culpa (causalidade
psíquica, ou imputatio delicti)
Logo, o causador do resultado não necessariamente deve ser responsabilizado pelo
resultado.

Obs.: O causador do resultado só será responsabilizado pelo resultado se tiver agido com
dolo ou com culpa.

2º) Teoria da causalidade adequada (da condição qualificada ou individualizadora)


Causa é o fato antecedente indispensável e adequado à produção do resultado

Código Penal

Superveniência de causa independente

Art. 13, § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação


quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem
os praticou.

Concausas

Ex.: Duas pessoas não conhecem a conduta uma da outra e efetuam disparos contra um
indivíduo que acaba morrendo.
Nesse caso, o homicídio consumado será imputado às duas pessoas se ambas tiverem
gerado resultado.
Supondo que um tiro tenha acertado a cabeça e outro tiro tenha acertado a perna do indi-
víduo. Nesse caso, a morte terá sido gerada pelo agente que efetuou o disparo na cabeça
do indivíduo.
Logo, nesse caso, a pessoa que gerar o resultado morte irá responder por homicídio con-
sumado, enquanto o outro indivíduo que gerou apenas uma lesão corporal irá responder por
homicídio tentado.
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Definição: Quando houver duas ou mais causas que, de forma independente ou


relacionada, geram determinado resultado.

Existem duas formas de concausas:

1. As absolutamente independentes

Obs.: A concausa absolutamente independente gera um rompimento do nexo causal.


30m

2. As relativamente independentes

Causas absolutamente independentes

Geram o resultado independentemente da conduta do agente


O agente só responde pelos atos praticados e não pelo resultado, uma vez que a causa
absolutamente independente sempre rompe o nexo causal.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Érico de Barros Palazzo.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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