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DIREITO PENAL

Dolo e Culpa
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DOLO E CULPA

DIREITO PENAL – DOLO E CULPA

Elementos subjetivos do crime, dolo e culpa.

ESPÉCIES DE DOLO

Dolo geral, por erro sucessivo ou dolus generalis


O agente pratica uma conduta buscando determinado fim. Entretanto, após supor tê-lo
alcançado, pratica outra conduta que, esta sim, gera o resultado inicialmente almejado.
Existe uma polêmica na doutrina e na jurisprudência, não estando pacificado, logo, não
pode ser cobrado em prova, se se deve responder pelo crime que se queria praticar ou pelo
crime que foi efetivamente praticado, a forma que o resultado foi gerado.
Trata-se de erro acidental no que tange ao meio de execução do crime.
Se o dolo é geral, o agente será responsabilizado pela finalidade que visava atingir, ainda
que esta tenha ocorrido por outro meio. A polêmica é se há ou não a aplicação de eventuais
qualificadoras.
Dolo presumido ou dolo in re ipsa
Não é admitido no Direito Penal Brasileiro, não se pode presumir dolo. Tem-se de
demonstrar a vontade, os elementos, volitivo e intelectivo. Da mesma forma não se pode
presumir culpa.
Presume-se o dolo do agente, apesar de não haver comprovação de sua participação ou
autoria. Não é aplicado no Direito Penal Brasileiro, uma vez que não se admite a responsa-
bilização penal objetiva

1. Dolo de primeiro grau

Dolo direto de 1º grau, subespécie do dolo direto. Há também dolo direto de 2º grau.
Trata-se de uma subclassificação do dolo direto.
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Representa o objetivo imediato do crime, com consciência e vontade. Trata-se do que o
agente quer alcançar, resultado imediato.

2. Dolo de segundo grau (ou dolo de consequências necessárias)


ANOTAÇÕES

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É uma espécie de dolo direto e não de dolo eventual. O resultado buscado imediatamente
pelo agente (dolo de primeiro grau) necessariamente atingirá outros bens jurídicos ou outras
vítimas. São os efeitos de ocorrência certa. O agente não busca esses efeitos, mas sabe que
eles vão ocorrer para que o intento inicial seja alcançado.
Também chamado de dolo de consequências necessárias, são consequências decor-
rentes da conduta do dolo direto de 1º grau. Resultados adjacentes, há certeza de que vão
acontecer.
Dolo de 2º grau vs dolo eventual
Não se trata de dolo eventual porque este é quando se pratica uma determinada conduta
com o risco da ocorrência, o resultado eventualmente pode ser produzido. No dolo direto de
2º grau há a certeza da ocorrência, são consequências necessárias.

• Dolo de 2º grau - o resultado colateral é certo e necessário.


• Dolo eventual - o resultado é incerto, desnecessário, eventual.
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O dolo direto de 3º grau existe, mas são poucos doutrinadores que adotam esse entendi-
mento. Há apenas um exemplo: quando o nascituro morre em virtude de um evento causado
para atingir um pessoa diferente da gestante, atinge a gestante e, por consequência, atinge
o feto. A maioria da doutrina define que o aborto seria uma consequência necessária, tratan-
do-se de dolo direto de 2º grau, não sendo necessário diferenciar.

CRIME CULPOSO

Art. 18 - Diz-se o crime:

Crime culposo

I –culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto
como crime, senão quando o pratica dolosamente.

Crime doloso: o agente quis o resultado ou assumiu o risco de o produzir.


Crime culposo: há a conduta, há o comportamento voluntário dirigido a um fim, mas gera-
-se um resultado involuntário em razão da imprudência, da negligência ou da imperícia.
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A imprudência é uma ação, uma ação perigosa, despreocupada. Trata-se de uma culpa
positiva, quando se pratica uma conduta sem o devido cuidado.
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A negligência refere-se a uma culpa negativa, um desleixo, uma inobservância de uma
regra, de um determinado cuidado, quando se deixa de fazer algo para tornar a conduta
mais segura.
A imperícia é uma falta de técnica para uma função, um cargo, uma arte. Conhecida
como culpa profissional. Trata-se de falta de habilidade, conhecimento, técnica.
O resultado é involuntário, se fosse voluntário, o crime seria doloso.
Com relação ao parágrafo único: o Direito Penal existe para punir os crimes dolosos,
exceto raríssimas exceções. Como em regra os crimes são dolosos, a lei não precisa deter-
minar que o crime é doloso. Quando houver a possibilidade de punição para um crime cul-
poso, a lei deve falar de maneira expressa.
Exemplo: crimes contra o patrimônio, há apenas uma situação de crime previsto como
culposo na origem, é o de receptação, art. 180, CP; crimes contra a administração pública,
peculato, art. 312, CP, e fuga de pessoa presa ou submetida a medidas de segurança, art.
351, CP.
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ATENÇÃO

Em regra, os crimes culposos são previstos em tipos penais abertos: “se o crime é culposo”.
Isso ocorre porque não é possível prever num rol fechado todas as formas que a culpa pode
se relevar no caso concreto.
Entretanto, excepcionalmente, o legislador pode definir um crime culposo num tipo penal
fechado, tal como ocorre na receptação culposa (art. 180, §3º, CP) ou na omissão de cau-
tela (art. 13, Lei 10.826/03).
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TEORIA DO CRIME
Fato Típico
Conduta
•Dolo
•Culpa
Resultado
Nexo causal
Tipicidade

Diferencia-se o dolo da culpa:

• Dolo: conduta voluntária dirigida a um fim ilícito + resultado ilícito voluntário


• Culpa: conduta voluntária dirigida a um fim lícito + resultado ilícito involuntário

Definição

Conduta humana voluntária que gera um resultado ilícito não querido pelo agente, mas
que lhe era previsível (culpa consciente), ou deveria ser previsível (culpa inconsciente), e que
poderia ter sido evitado se o agente tivesse agido com cuidado.

ATENÇÃO

No crime culposo, a conduta do agente não é dirigida a uma finalidade ilícita.

Logo, o crime culposo é incompatível com a tentativa.


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No crime doloso busca-se o resultado com a conduta, não se alcançando o resultado, res-
ponde-se pela tentativa. Para o crime culposo, responde-se apenas se alcançar o resultado
ilícito, produzido involuntariamente, em virtude de imprudência, negligência ou imperícia.
Há exceções, no caso de culpa imprópria. Dentro do contexto das descriminantes putati-
vas há a culpa imprópria, que admite a tentativa.
Regra: CRIMES CULPOSOS NÃO ADMITEM TENTATIVA!

Elementos da culpa:
a. Comportamento humano voluntário: só há conduta se houver um comportamento
voluntário.
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b. Violação do dever de cuidado objetivo: imprudência, negligência ou imperícia.


c. Resultado naturalístico involuntário: foi produzido um resultado não desejado.
d. Nexo entre a conduta e o resultado
e. Tipicidade
f. Previsibilidade objetiva

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada
ANOTAÇÕES

e ministrada pelo professor Érico de Barros Palazzo.


A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado
na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material.

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