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Patologia das

Construções

Prof. Me. Aldo Leonel Temp


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UNIDADE 5 – PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO CONCRETO
5.1- Tipos de patologias correntes nas estruturas de concreto
5.2- Corrosão das armaduras e ataque por agentes agressivos
5.3- Fissuras estruturais, causas e consequências.

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CONCEITO DE VIDA ÚTIL

“ Período de tempo durante o qual a estrutura


mantém certas características mínimas de:
✓ Segurança

✓ Estabilidade
✓Funcionalidade

Sem necessidade de intervenções não previstas”

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PRINCIPAIS PATOLOGIAS DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO

•Irregularidades geométricas das peças;


• Nichos de concretagem;
• Deformações excessivas de componentes fletidos;
• Estados excessivos de fissuração;
• Desagregações, lascamentos;
• Erosão (obras hidráulicas);
• Manchas no concreto aparente;
• Corrosão de armaduras;
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IRREGULARIDADES GEOMÉTRICAS DAS PEÇAS

•Desaprumos,desnivelamentos,embaciamentos;

• Desbitolamentos das seções;

• Cobrimentos em desacordo com o projeto, etc.

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DESAPRUMO EM PILAR
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DENTE NO PILAR
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EMBARRIGAMENTO DE VIGA
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NICHOS DE CONCRETAGEM

- Taxas excessivas de armadura;


- Falhas de dosagem, lançamento e/ou adensamento.

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NICHOS DE CONCRETAGEM
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MANCHAS NO CONCRETO APARENTE

•Falta de homogeneidade dos materiais;

•Cimentos com excessivos teores de álcalis;

•Qualidade das formas e dos desmoldantes;

•Lixiviação, carbonatação, eflorescências;

•Proliferação de fungos (pH = 5 a 6), fuligem ácida,


etc.
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MANCHAS NO
CONCRETO
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DESAGREGAÇÕES, LASCAMENTOS

•Reações expansivas álcali-agregados;

•Cristalização de sais;

• Ataque por sulfatos;

• Concentração de tensões em apoios;

• Ação do fogo.
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DEFORMAÇÃO EXCESSIVA DE APARELHO DE APOIO

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DEFORMAÇÃO EXCESSIVA DE APARELHO DE APOIO

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ESTADOS EXCESSIVOS DE FISSURAÇÃO

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AÇÃO DO FOGO
Entre 200ºC e 300ºC toda a água capilar já evaporou, sem que se
aprecie ainda alteração na estrutura do cimento hidratado e sem
que as resistências diminuam de forma considerável;

Entre 300ºC e 400ºC há perda da água do gel do cimento,


ocorrendo uma sensível diminuição na resistência e aparecendo as
primeiras fissuras superficiais no concreto;

A 400ºC parte do hidróxido de cálcio procedente da hidratação


dos silicatos se transforma em cal viva;

De 400º a 600ºC os agregados se expandem com diferente


intensidade, dando lugar a tensões internas que começam a
desagregar o concreto (os agregados silicosos são os que mais
expandem).
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RUA LUIZ COELHO

SHOPPING CENTER

RUA FREI CANECA


RUA AUGUSTA

SEDE IIB
GALERIA TRECHO DESABADO

SEDE I
Concreto Armado

SEDE IIA

SUL AMÉRICA
+

BRADESCO
SAFRA
Lajes Nervuradas SAFRA

AV. PAULISTA
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MECANISMOS DE ATAQUE AOS CONCRETOS
1. LIXIVIAÇÃO

Na construção civil, a lixiviação é um processo


patológico que ocorre nas estruturas de concreto,
devido à infiltração de água, que dissolve e
transporta cristais de hidróxidos de cálcio e
magnésio. Com a perda de sólidos, a estrutura fica
com sua resistência mecânica reduzida e também
abre caminho para entrada de gases e líquidos
nocivos à armadura e ao próprio concreto, causando
dentre outros problemas, a corrosão das armaduras
40e a carbonatação do concreto.
2. EXPANSÃO POR SULFATOS

✓ O aluminato tricálcico, constituinte normal dos


cimentos, pode reagir com sulfatos em solução,
formando o sulfo-aluminato tricálcico (etringita);
tal reação gera grande expansão da massa.

✓ A fonte de produção dos sulfatos poderá


ser o solo, águas residuais, efluentes
industriais, dentre outros.

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✓ A água (indispensável para que ocorram
as reações) poderá provir de qualquer fonte,
inclusive da própria umidade natural de
construção de pisos e alvenarias.

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3. EXPANSÃO DE ÓXIDOS NÃO HIDRATADOS

✓ CaO e MgO livres, presentes no cimento, poderão


sofrer hidratação retardada no interior da massa,
transformando-se em hidróxidos expansivos

✓ Os limites impostos pelas normas brasileiras são:

- CaO  1%

- MgO  6,5%

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4. REAÇÃO ÁLCALI - AGREGADOS

A reação álcali-agregado (RAA), um processo


químico complexo que ocorre no concreto
endurecido. Três são os fatores necessários
para a ocorrência do evento: álcalis do
cimento(substância com característica
básica), agregado reativo ou potencialmente
reativo e a presença constante de umidade.

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4. REAÇÃO ÁLCALI - AGREGADOS

Na2O , K2O + H2O ⎯→ Na(OH) , K(OH)

✓ Os hidróxidos de sódio e potássio ficam em solução nos


poros do concreto, podendo reagir com sílica amorfa de
alguns agregados (opala, calcedônia, cristobalita, tridimita
etc), resultando compostos expansivos.

✓ Em situações muito raras, Na(OH) e K(OH) podem


chegar a substituir o CaO nas cadeias do gel C-S-H,
resultando componentes menos resistentes.

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A reação química ocorre entre alguns constituintes
mineralógicos do agregado e hidróxidos alcalinos
(Hidróxidos de Sódio e Potássio provenientes do
cimento, água de amassamento, agregados,
pozolanas, agentes externos, etc.) que estão
dissolvidos na solução dos poros do concreto. O
produto da reação é um gel higroscópico
expansivo que causa desde movimentações
diferenciais nas estruturas e fissurações, até
pipocamentos, exsudação do gel e redução das
resistências à tração e compressão.

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5. CARBONATAÇÃO

✓ O Ca(OH)2, com contribuição secundária dos


álcalis dissolvidos na água dos poros, confere uma
elevada alcalinidade à pasta endurecida,
produzindo pH da ordem de 12 a 13.

✓ Nesta condição, há a formação de um filme de


óxidos na superfície das armaduras, resistente e
aderente, que impede o desencadeamento da
corrosão.
✓ Nesta situação, dizemos que as armaduras
encontram-se “passivadas”.
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✓ A precipitação do carbonato de cálcio,
conforme as reações abaixo, reduzem o pH do
concreto para  9, criando condições para
desenvolvimento da corrosão.

CO2 + H2O ⎯→ H2CO3

2H2CO3 + Ca(OH)2 ⎯→ Ca(HCO3)2 + H2O

Ca(HCO3)2 + Ca(OH)2 ⎯→ 2CaCO3 + 2H2O

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FATORES QUE INTERFEREM NA CARBONATAÇÃO

✓ POROSIDADE DO CONCRETO (relação a/c);

✓ UR DO AR
(máxima carbonatação para UR entre 50 e
60%);

✓ RESERVA ALCALINA
(tipo de cimento, idade da peça, etc);

✓ TIPO DE CIMENTO;

✓ CONCENTRAÇÃO DE CO2 .
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CORROSÃO DE ARMADURAS

A corrosão de armaduras nas peças de concreto


armado ocorre segundo processo essencialmente
eletroquímico, sendo necessária a presença
concomitante de três fatores:

✓ Diferença de potencial elétrico;


✓ Presença de eletrólito para condução de íons
(umidade);
✓ Presença de O2 para as reações de oxidação.

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CÉLULA DE CORROSÃO ELETROQUÍMICA EM CONCRETO ARMADO


A célula de corrosão galvânica na armadura, originada
na diferença de potencial, pode ocorrer por:

✓ A eração diferencial (nichos de concretagem,


fissuras, cobrimentos diferenciados, etc);
✓ Concentração diferenciada de sais
(CaCl2 mal dissolvido, etc);
✓ Solicitações diferenciadas ao longo das armaduras;
✓ Contato de metais com diferente
eletronegatividade (CA 50 nas barras principais, CA 60
nos estribos);
✓ Forte amassamento do aço (nas dobras, por
exemplo, provocando encruamentos localizados), etc.
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✓ A corrosão é facilitada:
- por ciclos de umedecimento e secagem da peça
(difusão do O2 na água é muitíssimo menor do
que no ar)
- pelo avanço da carbonatação do concreto
(despassivação da armadura)
- pela presença de sais, principalmente cloretos

✓ Neste último caso, especial atenção deverá ser


dada a obras em concreto protendido (corrosão
sob tensão) e à construção de marquises
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✓ Os aços categoria B (encruados a frio) são mais
susceptíveis à corrosão do que os aços categoria
A;

✓ Isso porque a camada de laminação,


essencialmente Fe2O3, constitui um tipo de
camada protetora;

✓ As barras de menor diâmetro ( 5mm) também


são mais sensíveis à corrosão.

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CORROSÃO DE ARMADURAS

- Cobrimento das armaduras / compacidade


do concreto;

- Lixiviação de
compostos;

- Carbonatação;

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CORROSÃO EM LAJE
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CORROSÃO EM VIGA
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CORROSÃO EM PILAR
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FATORES QUE REGEM A CORROSÃO DE ARMADURAS

✓ pH da solução dos poros do concreto

✓ Concentração de cloretos e hidroxilas

✓ Profundidade da frente de carbonatação

✓ Difusão e retenção de cloretos

✓ Teor de umidade / ciclos de umedecimento e


secagem

✓ Diferenças de potencial

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AVALIAÇÃO DE ESTRUTURAS COM ARMADURAS CORROÍDAS

✓ OBJETIVOS

- Entendimento da natureza, extensão e


evolução do problema;

-Prejuízos à segurança, funcionalidade e


durabilidade da obra;

- Métodos de reparo, restauração ou reforço.

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✓ INSPEÇÕES DE CAMPO

-Presença de agentes agressivos (efluentes,


temperaturas elevadas, correntes de fuga,
umidade, fungos, eflorescências etc);
- Fissuras (incidência, aberturas);
- Lascamentos, esmagamentos,
desagregações do concreto.

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- Ninhos/Nichos de concretagem, cobrimentos das
armaduras;

- Quantidade e coloração dos produtos de corrosão;

- Redução do  das barras (valor básico aceitável


= 15%);

- Profundidade da frente de carbonatação, etc.

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✓ ENSAIOS

- Resistência mecânica e porosidade do


concreto;

- Teor de cloretos e sulfatos;

- Resistividade elétrica do concreto (função do


teor de água nos poros);

- Potencial de corrosão eletroquímica.


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PREVENÇÃO CONTRA CORROSÃO DE ARMADURAS

✓ Tipo de cimento apropriado e traço


adequado do concreto;

✓ Máximo adensamento do concreto, boas


condições de cura;

✓ Limitação da fissuração do concreto.

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✓ Proteção da peça contra ciclos de
umedecimento e secagem (pinturas);

✓ Mínimo emprego de aceleradores de pega


CaCl2(boa homogeneização);

✓ Emprego de inibidores de corrosão


(NaNO3, KCr3, fosfatos, silicatos, etc).

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DETALHES VISANDO A DURABILIDADE


Referencias
Notas de Aulas Professora Luciane Lorenzi,2010.
Notas de Aula Professor Ercio Thomaz.
SOUZA,Vicente;RIPPER,Thomaz. Patologia,recuperação e
reforço de estruturas de concreto. Editora Pini,2009.

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