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Finanças públicas – aulas teóricas

Aulas praticas – semana após a latada (10 de outubro)

Conteúdo e apresentação programática

Bibliografia –

 Lições de finanças públicas de Teixeira Ribeiro;


 Textos de finanças publicas de Fernando Costa Andrade;
 Sumários desenvolvidos, Dr. Matilde

Legislação –

 Lei de enquadramento orçamental


 Dispositivos constitucionais
 Elementos de direito da UE, assim como alguns regulamentos

Avaliação por exame final

Programa – o que se aborda em finanças públicas?

Orçamento de estado – lei aprovada anualmente pela AR sob proposta do governo e


nela constam as receitas e despesas do estado, atuação financeira do estado –
obtenção de receitas (públicas, fiscal, patrimonial – a principal é a receita fiscal que
são os impostos – IRS, IVA); e realização de despesas que financiam os serviços
públicos (SNS, segurança social, transportes – despesas públicas – dizem aspeto ao
quotidiano de qualquer cidadão)

Fiscal policy – política orçamental

Finanças publicas – estuda a atividade financeira do estado, não a atividade


regulatória do estado

O estado é um agente económico, um operador económico. O orçamento do estado


cumpre um papel de defesa do cidadão perante o estado que deriva da inspiração
liberal deste. Só podem ser cobrados impostos aos particulares se estiverem previstos
no OE.

Quem é que autoriza o governo a cobrar receitar e a realizar despesas? A AR, e em


última instância os deputados representam os cidadãos

Conteúdo
1. Introdução – tipos de analise económica, funções do estado na economia
(funções musgravianas – estabilização, redistribuição de rendimentos e
riqueza, afetação de recursos)
2. Divisão publica de bens – Bens públicos, semipúblicos, bens de mérito, falhas
de mercado
3. Despesa publica – teorias explicativas da evolução da despesa publica
4. Orçamento de estado – regras, princípios, tema do equilíbrio orçamental
5. Equilíbrio orçamental – funções de défice orçamental
6. Alterações orçamental
7. Controlo orçamental, controlo da execução orçamental – atenção ao papel do
tribunal de contas (principal responsável pelo controlo jurisdicional da execução
do orçamento de estado)

Porque se estuda finanças publicas? Porque o estado tem funções na economia

OBJETO DE ESTUDO DAS FINANÇAS PÚBLICAS

As finanças publicas ocupam-se do estudo da atividade financeira pública, traduzida


na obtenção de receitas e na realização de despesas. Afasta-se do estudo da
atividade não financeira do estado sobre a atividade económica. O estado não está a
exercer diretamente uma atividade económica ou financeira, reconhece-se o estado
como um agente económico.

Está relacionada com várias áreas de estudo, desde logo, o direito. Deve ser
assinalado que o objeto de estudo das finanças públicas é pluridisciplinar, visível com
a economia e com o direito, refletida na própria designação adotada da cadeira no
passado – economia das finanças públicas. A designação tem a ver com uma opção a
ser feita entre enfatizar uma abordagem jurídica ou económica da matéria.

Podemos reconhecer que finanças públicas é essencialmente economia, uma ciência


económica, existindo uma impossibilidade de separação/segregação entre finanças e
economia, não se tratando de ciências distintas, tratando do mesmo problema,
fazendo parte da ciência económica. Dr. Teixeira Ribeiro diz que a economia se ocupa
de relações de paridade, enquanto finanças publicas ocupa-se de relações de
superioridade. O objeto da EP com afetação eficiente de recursos de escassos,
alocação, terá o objetivo de responder a três perguntas – o que produzir, como
produzir e para quem produzir – as finanças publicas tem esse mesmo objetivo, as
mesmas perguntas, mas perante o estado. A AP afeta recursos escassos com o
objetivo de realizar uma produção, com o objetivo de satisfazer necessidades
(coletivas e individuais)

Na economia privada como se decide como produzir, o que produzir e para quem
produzir? – através de um sistema de preços, pelo mercado, que pressupõe as
preferências dos indivíduos nos bens. A AP não tende a pautar a atividade financeira
e económica segundo a mesma logica. Alem dos três fatores, em última análise, o que
determina o que o estado irá produzir, como e para quem, é uma decisão política, que
irá ser decidido com eficiência, igualdade, equidade e redistribuição.

Análise positiva – analise positiva é uma análise descritiva do funcionamento real ou


previsível da economia (diagnostico)

Análise normativa – trata se de prescrições sobre a forma como a economia deveria


funcionar, causa das divergências económicas (prescrição)

Uma previsão não contempla um juízo de valor, cabem nas análises positivas

As Finanças Públicas enquanto cadeira jurídica confunde-se com direito financeiro,


que é a abordagem jurídica de FP. Direito financeiro está integrado com outros tipos
de direito como o tributário e fiscal

Diferença entre Imposto e taxa – imposto é a receita do estado

O que é estudado para além disso? – pelo lado das receitas, o Direito Financeiro
estuda as receitas proveniente dos tributos, empréstimo, dividas publicas, crédito, as
receitas patrimoniais (património mobiliário ou imobiliário do estado)

Receitas e despesas reúnem-se no orçamento de estado

Direito financeiro (dr. Teixeira Ribeiro) – normas que regulam a obtenção, gestão e o
dispêndio dos meios financeiros públicos, enquadramento jurídico sobe a atividade
financeira publica

Níveis da atividade financeira – a atividade financeira publica em Portugal é exercido


pelo ministério, pelo governo, administração central, local (autarquias locais, camaras
municipais, municípios e juntas de freguesias) e regionais (administração regional nas
regiões autónomas). Portugal é ainda parte da UE, parte de OI (Fundo monetário
internacional, OCDE)

O objeto de estudo será finanças nacionais e uma parte das finanças da união
europeia
Portugal é um estado-membro da 3ª fase da união económica monetária, pela adoção
da moeda única, o euro – receitas e despesas da UE – o estudo é o de finanças
púbicas da UE que se traduzem em direitos nacionais, através do direito originário e
derivado (regulamentos, tratados, diretivas)

Há uma necessidade de coordenação e harmonização da atividade do estado num


espaço de integração económica

Funções do estado na economia

Papel do estado nas economias mistas

Nos vários sistemas económicos há diferentes compreensões sobre o papel e as


funções do estado, aas decisões são tomadas e determinadas pela logica de mercado
e de forma descentralizada pelos particulares. É distinta a compreensão do papel do
estado nos distintos sistemas económicos. Os gastos públicos respondem por
parcelas significativas do PIB.

É excluído do SPA (constituído pelo conjunto de entidades e serviços de administração


local, central e regional e pela segurança social e pelos fundos autónomos, empresas
e outras entidades publicas que entregam o serviço publico empresarial

O que se estuda não é as funções do estado, mas do setor publico administrativo.

Para entender as funções do estado na economia é preciso responder a uma questão


fundamental – é necessário ou não a intervenção do estado na economia? Seriam os
particulares capazes de satisfazer todas as necessidades (individuais ou coletivas –
por exemplo necessidades como a segurança publica e nacional o estado não é capaz
de satisfazer, refletindo as falhas de mercado)? Se a resposta for negativa então é
necessária a intervenção do estado na economia. O conjunto de economia não
funciona segundo a eficiência de pareto (ótimo de pareto – situação em que ninguém
pode ser colocado numa posição melhor sem que ninguém seja prejudicado). Isto não
quer dizer que tem de existir uma distribuição equitativa dos recursos financeiros, em
domínios que os particulares sejam incapazes de agir ou ainda que capazes de atuar
não o consigam fazer satisfatoriamente.

O estado ou o SPA desenvolve a sua atividade financeira com base em critérios não
empresariais

Ainda se considera existir nas economias mistas um papel para o estado, funções
reservadas ao estado na economia, que vão alem de regular, legislar, julgar, fazer
cumprir contratos – pressuposta para a existência e funcionamento das economias de
mercado, funções reservadas ao pode legislativo e judicial.

A resposta para qual devem ser as funções do estado para alem de julgar e legislar
tem sido variada ao longo do tempo, havendo ainda hoje controvérsias – os estados
intervencionistas ou sociais que passaram a ser constituídos e afirmados depois da 2ª
guerra mundial, prendem se em três políticas

Trata se de uma visão sobre as funções do estado que é diferente da predominante na


formação dos estados liberais, pelos economistas clássicos, fisiocráticos

Com o liberalismo e com as revoluções liberais (revolução francesa de 1789,


revolução americana de 1766, revolução liberal portuguesa de 1820 e culmina na
constituição de 1822) surge o orçamento de estado.

Segundo uma perspetiva histórica encontramos um consenso na atividade financeira


do estado e estado enquanto agente económico, é controverso os entendimentos
sobre a medida e a extensão das funções do estado

Função de redistribuição de rendimento e riqueza – no caso em que se entenda


não haver uma redistribuição natural de rendimento operada pelo mercado não faria
sentido falar dela – só estado com o seu poder de império tem condições para
redistribuir (o que causa desigualdades, e só os estados tem instrumentos para evitar
estas desigualdade, tal como a implantação de impostos)

 Trabalho – salário
 Capital – juro
 Comercio – lucro
 Terreno – renda

Função de estabilização económica – importante e necessária que se afirmaram na


sequência da grande depressão, em 1929, cria-se a consciência de que o mercado
não é capaz de responder a uma crise global generalizada, deve ser o estado a
atenuar as causas de recessão ou repressão e as políticas anticíclicas. Com a
realização desta função o estado procura combater o desemprego, controlar
processos inflacionistas (curva de Philips – estagflação). Keynes foi o principal
interventor e defensor do estado na economia, a combater as crises cíclicas. Para ele,
a política financeira e monetária deve poder atuar no sentido da correção das variáveis
macroeconómicas, a estimular o consumo e o investimento. Senão a economia iria se
deteriorar e a longo prazo estaríamos todos mortos
Função de afetação de recursos – na sequência da segunda guerra mundial impõe
se a atuação do estado para o crescimento económico, a europa estava devastada,
havia pressa e dinheiro para criar infraestruturas para satisfazer as necessidades –
função subsidiaria do funcionamento do mercado

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