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CASOS-PRÁTICOS

1. Suponha que, em 17 de Fevereiro de 210, Marcellus assumiu ante Paulus o


compromisso de, no dia subsequente, lhe entregar uma estatueta. Como
contraprestação, Paulus pagar-lhe-ia 800 sestércios.
Na data aprazada, Marcellus cumpriu o combinado, mas Paulus nada pagou.
Como pode o primeiro reagir?

2. Em 14 de Setembro de 12 a.C., Aurelianus vendeu um cavalo a Paulus, pela


quantia de 9.000 sestércios.
Quando Paulus, à vista do animal que pretendia adquirir, se preparava para
pagar o preço, Aurelianus pediu-lhe o seguinte favor: que o deixasse ficar
com o cavalo – de grande rendimento em corridas – durante mais uns dias, a
fim de que pudesse, assim, disputar, com prenúncios de vitória certa, uma
importante competição. Em face disso, Paulus declarou que lhe não pagaria o
preço acordado naquela ocasião. Aurelianus, inconformado perante esta
recusa de Paulus, consultou o pretor. Quid iuris?

3. Em 2 de Abril de 210, Fabianus vendeu a Domitius um cavalo-lusitano, pelo


preço de 7.000 sestércios.
Domitius apreciou sumamente o desempenho do animal, e achava-se
verdadeiramente satisfeito com a compra. Todavia, meio ano transcorrido,
foi com espanto que viu ser-lhe oposta uma sentença, decorrente de acção de
reivindicação, em que se reconhecia ser Iulius o verdadeiro proprietário do
cavalo. Domitius, crente de que tudo não passaria de um mal-entendido,
requereu que Fabianus fosse ouvido em sede processual, a fim de clarificar a
situação, mas o vendedor recusou-se a fazê-lo, pelo que Domitius ficou
mesmo sem o cavalo…
Atento o exposto, pode Domitius reagir? De que maneira e com que
fundamentos?

4. No dia 30 de Abril de 62, Marcus comprou a Aemilius um vistoso cavalo-


lusitano, pelo qual pagou 6.000 sestércios.

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Fiado no bom rendimento do animal, com o qual ansiava ganhar um sem-
número de corridas, foi com absoluto pasmo que Marcus constatou que o
mesmo não aguentava grandes esforços, apresentando uma respiração
ofegante e sinais evidentes de cansaço. Veio a verificar-se que o cavalo
padecia de uma grave insuficiência cardíaca, que o tornava inservível para os
fins visados por Marcus aquando da sua aquisição. Acresce referir que
Aemilius não havia informado Marcus de semelhante situação. Quid iuris?

5. Suponha que, no dia 26 de Maio de 198, Claudius adquiriu ao seu grande


amigo Celsus uma preciosa jarra, cujo preço montava a 250 sestércios.
Ambos os contraentes acordaram que a entrega da mesma se faria na manhã
do dia seguinte.
Durante a noite, no entanto, sobreveio forte terramoto, do qual resultou a
queda da jarra, que ficou completamente estilhaçada.
Na manhã de 27 de Maio, Celsus informou Claudius do sucedido, mas não
deixou de exigir o pagamento dos 250 sestércios, o que Claudius se recusou
peremptoriamente a fazer.
Quid iuris?

6. Em 24 de Julho de 120, Salvius foi morar, com sua família, para um imóvel
sito em Roma, o qual lhe fora, para tal fim habitacional, disponibilizado por
Constantinus, pelo prazo de um ano. Convencionou-se que Salvius pagaria a
este último, como contrapartida, a quantia de 300 sestércios mensais.
Considerando o que antecede, quid iuris se:
a) tendo começado a chover com alguma frequência e intensidade, o imóvel
houvesse sofrido assinaláveis infiltrações, decorrentes da incúria de
Constantinus, que não providenciara pela resolução de tal situação,
tendo, ademais, Salvius gastado 1.000 sestércios com a vedação da
cobertura do quarto?
b) Salvius, em lugar de utilizar o imóvel para habitação, o houvessse
empregado na realização de festas, cujos partícipes, frequentemente
embriagados, iam danificando o soalho e as paredes?

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