Você está na página 1de 27

- Arte -

ANO
2022

Victor Sena Da Silva 3ºc


Pedro Henrique Pacheco Da Silva
Nicolas dos anjos
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 2
2. A GUERRA DE TRÓIA ............................................................................................... 3
3. O SACRIFÍCIO DE IFIGÊNIA ..................................................................................... 6
4. A FÚRIA DE AQUILES ............................................................................................... 9
5. AQUILES VS HEITOR.............................................................................................. 11
6. O CAVALO DE TRÓIA ............................................................................................. 14
7. A QUEDA DE TRÓIA ............................................................................................... 17
9. GLOSSÁRIO DE NOMES ........................................................................................ 21
9.1. ............................................................................................ 21
10. FONTES UTILIZADA................................................................................................ 23

1
1. INTRODUÇÃO
Há mais de três mil anos, a beleza de uma mulher provocou a guerra
mais famosa de todo os tempos. Por causa de Helena, rainha de Esparta,
considerada a mulher mais bela do mundo, os vários reinos da Grécia
deixaram de lutar entre si e se uniram, pela primeira vez, para enfrentar
um inimigo comum – a poderosa Tróia, um reino distante que dominava
o Helesponto, lá onde termina a Europa e começa a Ásia.
Lutaram por mais de dez anos, e muitos milhares de homens morreram
por esta rainha, que alguns diziam ser filha do próprio Zeus. No entanto,
algo de novo ia nascer diante das muralhas de Tróia: a ideia de uma só
Grécia, de uma grande nação, unida pela mesma língua e pelos mesmos
costumes. Dali nasceria o Ocidente, como nós o conhecemos.

2
2. A Guerra de Tróia

A guerra ocorreu pelo rapto de Helena, a mulher mais bela do seu


tempo, sendo que apenas o seu olhar encantava os homens, a Helena
era casada com Menelau rei de Esparta, irmão de Agamenon sendo
considerado o maior rei daquele tempo, a receber a notícia do seu irmão,
tratou de formar um grande exército contra Tróia, com o interesse de
recuperar Helena.

Pois, Paris príncipe de Tróia, raptou Helena em Esparta, e a levou sua


casa, tornando-se esta como esposa. Ao chegar em Tróia, o rei Príamo,
recebeu os seus filhos, Paris , o rei ao ver aquela mulher de uma beleza
inigualável perguntou quem era, e Paris respondeu que era Helena de
Tróia, pois a partir daquele dia seria a sua esposa
.
Heitor (considerado o maior guerreiro Troiano) tentou persuadir o pai
para que enviasse Helena a Esparta, tentando com isso não entrar em
guerra contra as cidades gregas, mas o seu pai não o ouviu o seu pedido.
Enquanto isso os chefes da Grécia reuniam um gigantesco exército
contra os troianos, estavam assim se preparando para a guerra, por isso
foram atrás dos melhores guerreiros gregos, Nestor que era um grande
rei pediu a Agamenon que trouxesse Ulisses, considerado por muitos o
mais inteligente dos homens do seu tempo, que quando chegou em Ìtaca,

3
a ilha que em que vivia Ulisses, este ao perceber que vinham buscá-lo,
armou mais uma de suas artimanhas, pegou um boi e um burro e atrelou
ao arado, e começou a passar o arado na terra, criando linhas totalmente
tortas, ao verem aquela cena as pessoas enviadas por Agamenon
pensaram que Ulisses estava louco, pois além de estar no arados dois
animais totalmente diferentes (boi e burro) as linhas feitas eram tortas, e,
quando formava a cova Ulisses ao invés de jogar sementes, jogava sal
nestas e logo após as cobria.

Nestor, que estava como um dos enviados para trazer Ulisses, pensou
que este estava louco, mas, Palamades, outro que possuía uma grande
inteligência, ao ver aquela cena pegou o filho de Ulisses do colo de
Penelope, que possuía apenas poucos dias de vida que possuía o nome
de Telêmaco, colocou a frente do arado para perceber se a loucura de
Ulisses era tanta que poderia passar por cima do próprio filho, mas,
quando as patas dos animais estavam próximas da criança.

Ulisses parou o carro e correu para pegar o seu filho no chão, logo após
daquela cena começou a rir, demonstrando que apenas se tratava de
uma brincadeira, mas no seu interior brotava um grande ódio de
Palamedes, por ter este conseguido descobrir o seu plano, e assim
conseguiu tirar ele de sua esposa Penélope e de seu recém-nascido filho,
levando para uma Guerra que demoraria vários anos como foi dito pelos
profetas.

Ulisses teve a missão de buscar o maior guerreiro daquele tempo, que


era conhecido como Aquiles, filho de Peleu e Tétis, sendo que os próprios
Deuses (Zeus e Posseidon) desejavam Tétis, porém ao descobrirem a
profecia que dizia que o filho desta deusa seria maior que o próprio pai,
todos tiveram medo de perderem o seu reino, e trataram de arrumar um
pretendente para a deusa que seria um mortal, para não causar
mudanças no Olimpo.

Tétis ao descobrir o interesse por seu filho, tratou de levá-lo para longe
da guerra, pois, estava escrito que Aquiles poderia ter uma vida longa
mais sem gloria ou uma vida curta mais com gloria, e a deusa pensou em

4
proteger seu filho de todos, e, assim o escondeu na ilha de Ciros na corte
de Licomedes, sendo que Aquiles se disfarçou de mulher para que não
descobrissem a sua identidade, e ficasse escondido junto com as filhas
de Licomedes.

Mas depois de procurar Aquiles, Ulisses foi avisado que na ilha de


Ciros não precisava visitar, já que só possuía apenas mulheres naquela
corte, porém novamente Ulisses com a sua inteligência incomparável,
percebeu que o lugar mais seguro para o jovem guerreiro ficar seria esta
ilha por apenas possuir mulheres, era um ótimo local para se esconder e
passar despercebido no período da guerra.

0 Assim, Ulisses partiu para Ciros, chegando lá fingiu que era um


simples mercador e foi para o palácio de Ciros, tentando com isso
descobrir se Aquiles, lá se encontrava. Ulisses começou a demonstrar as
filhas de Licomedes, o que trazia, variedades de tecidos finos e belos,
joias e fragrâncias de todas as partes e dessa forma olhava, para todas
para perceber se naquele recinto se encontrava Aquiles, depois de muito
tempo.
Ulisses em uma última artimanha pegou um objeto no fundo do baú que
trazia e o levantou repentinamente, e nesse instante mostrou para todos
que tratava de uma espada feita para um grande guerreiro, porém ao
mostrar para as filhas de Licomedes, nenhuma delas mostrou interesse,
mas, uma única jovem que permanecia o tempo todo distante do grupo,
enquanto Ulisses apresentava os objetos para as princesas, veio à frente
e pegou a espada, e, nesse instante a estratégia de Tétis foi descoberta,
Ulisses olhou para o jovem e disse Aquiles precisamos de você na guerra.

Como Aquiles desejava a glória, mesmo que o preço a ser pago fosse
a sua vida, resolveu seguir Ulisses para a Tróia, mesmo a contragosto da
sua mãe Tétis.

5
3. O SACRIFÍCIO DE IFIGÊNIA

Após o encontro entre Aquiles e Ulisses, ambos se dirigiram para junto


do acampamento do exército grego, porém, a frota grega que muitos
dizem que ultrapassava 1000 embarcações, não tinha condições de
zarpar, pois os ventos estavam contrários O adivinho Calcas, quando foi
questionado, porque os Deuses não permitiam a ida para guerra,
respondeu que os Deuses se encontravam insatisfeito com os gregos, e,
assim não permitiam a viagem grega, e, somente um sacrifício por parte
dos gregos que permitiria os ventos favoráveis aos gregos.

Agamenon chefe das tropas gregas, informou que iria fazer qualquer
sacrifício, porém não sabia ele que o sacrifício que os Deuses exigiam
era a morte de Ifigênia, sua filha mais velha, ao saber da imposição dos
Deuses, o chefe do exército grego, mandou avisar a sua filha que Aquiles
o maior guerreiro grego, havia pedido ela em casamento e, ele como era
costume naquele tempo teria aceitado, sem informar a filha, e, dessa
maneira a princesa deveria partir naquele instante, deveria vir de
encontro ao rei, seu pai, não se preocupando com enxovais, ou qualquer
outro ato do casamento, pois, Aquiles era um grande homem e um grande
guerreiro, e junto a ele, ela estaria segura, e seria um grande casamento.

6
Ifigênia ao receber a notícia ficou muito interessada, já, que todos
conheciam a história do grande Aquiles, e preparou-se para a partida,
porém informou a sua mãe Climnestra, mas, esta não entendeu por que
o pai dela havia comunicado apenas a filha a sua decisão, mesmo
achando estranho esse comunicado, partiram ao encontro do rei.

Agamenon, quando percebeu o ato que estava praticando, conta a sua


própria prole, tentou desistir, mandando um mensageiro ao encontro da
filha, pedindo a esta que chegasse ao exército, porém o seu irmão
Menelau, esposo de Helena, achando aquela atitude estranha foi ao
encontro do mensageiro e matou, tomando deste a carta que continha a
informação. Menelau ao chegar à tenda do irmão, foi logo o
questionando, se não tinha vergonha de ter praticado tal ato, já que o
exército estava totalmente pronto para combater contra Tróia, mas,
Agamenon olhou para o irmão e perguntou se ele não faria o mesmo para
tentar salvar a sua própria filha, já que fazia parte de seu sangue, e dessa
maneira comoveu o irmão, fazendo com que este refletisse sobre aquele
ato, já que tinha uma filha com Helena.

Ifigênia e sua mãe, chegaram ao acampamento de madrugada, mas ao


perceberem tantos homens juntos acharam estranho, acontecer naquele
local uma cerimônia de casamento. Climnestra ao avistar Aquiles o seu
futuro genro, foi informar que se sentia muito honrada em fazer parte de
sua família, porém Aquiles informou que não tinha a intenção de se casar,
e não sabia nada sobre aquela história.

Essa atitude deixou a mãe de Ifigênia ainda mais preocupada, dessa


maneira, deixou passar o tempo para informar sobre sua chegada ao
acampamento, porém a essa hora, o exército que se encontrava, em volta
da tenda do rei Agamêmnon, exigindo o sacrifício de sua filha, partiram
para o encontro de Ifigênia.

O Exército ao chegar no local, se deparou com o bravo guerreiro


Aquiles, que apesar de não fazer parte daquela trama, tinha se informado
da promessa de Agamêmnon, e estava disposto a defender a rainha
Climnestra e sua filha Ifigênia, de toda a tropa grega. Assim o exército

7
ficou a certa distância da espada de Aquiles, mas exigindo que Ifigênia
fosse sacrificada para apaziguar a ira de Ártemis, deusa que desejava o
sacrifício.
Ifigênia ao ver aquela cena, pensou que não era certo que Aquiles
matasse ou morresse por ela, já que os próprios Deuses tinham escolhido
o seu destino, com isso Ifigênia olhou para todos e disse que poderiam
fazer o que quisesse com ela, pois, se tratava do futuro dos gregos que
se encontrava em risco, e todos depois atos se sentiram envergonhados.
Aquiles admirou a sua atitude e disse que se desejava que sua esposa
possuísse aquela grandeza e coragem. Os gregos conduziram Ifigênia
ao altar para ser sacrificada, porém nenhum grego teve coragem de olhar,
já que sentiram vergonha, por terem feito parte daquele ato, que estava
acabando com vida de uma menina. Quando foi sacrificar a princesa, o
sacerdote se deparou com uma corça em seu lugar. Ao contarem isto
para a mãe de Ifigênia, essa apenas disse que de qualquer maneira tinha
perdido a sua filha, pois, apesar de não ser sacrificada esta estava agora
junto com os Deuses e não mais entre os mortais. Depois desse sacrifício
o vento voltou a soprar e assim as embarcações gregas, puderam seguir
o seu caminho para a guerra.

Ártemis – Deusa Da Caça

8
4. A FÚRIA DE AQUILES

"Canto de ira, deusa, a destruidora irá de Aquiles, filho de Peleu, que


trouxe incontáveis dores aos Aqueus, e mandou muitas almas valiosas
de heróis a Hades, enquanto seus corpos serviam de alimento para os
cães e pássaros, e a vontade de Zeus foi feita... "
A estória da Ilíada é, então, a estória de Aquiles, e sua disputa com
Agamenon. Ao início da Ilíada os gregos já estavam em Tróia por nove
anos. Eles tinham saqueado uma grande parte dos campos ao redor e
tinham escaramuças esporádicas com quaisquer troianos que saíssem
de trás de suas maciças fortificações. Os gregos estavam ficando
cansados da campanha e irritados por sua falta de habilidade em
conseguir uma vitória decisiva sobre a própria Tróia, quando Aquiles se
desentendeu com Agamenon sobre um assunto de honra.
Agamenon, como parte do saque de um ataque o qual Aquiles
desempenhou a parte principal, recebeu uma moça chamada Criseida,
filha de Crisos, sacerdote de Apolo. Crisos ofereceu a Agamenon um bom
resgate para a libertação da moça, porém Agamenon se recusou a
libertá-la. Assim Crisos orou a Apolo, que mandou uma praga sobre o
acampamento grego, e o profeta Calcas revelou que esta seria retirada
apenas se Agamenon devolvesse Criseida.

9
Aquiles estava completamente a favor de fazer isso, mas Agamenon
estava relutante. Eles discutiram, e Agamenon acabou por concordar a
fazer o que estava sendo ordenado, mas para reafirmar sua autoridade
sobre Aquiles da maneira mais insultuosa que podia, e simultaneamente
compensar-se pela perda de Criseida (a qual ele declarou preferir à sua
própria esposa Clitemnestra), tomou Aquiles sua escrava, Briseida.
Aquiles ficou justificadamente enraivecido. Não apenas foi um insulto à
sua honra, mas também foi grandemente injusto, pois ele, Aquiles, tinha
conduzido a maior parte da luta necessária a produzir os tesouros e o
saque que Agamenon considerava no direito de usufruir. Assim, Aquiles
se retirou para sua tenda, e não tomou mais parte nos combates ou nas
reuniões do conselho. A luta se tornou mais dura, com ataques mais
diretos feitos a Tróia e aos troianos. Mas os gregos estavam numa
situação difícil sem seu maior guerreiro, e mesmo Agamenon tentou fazer
contatos com Aquiles, oferecendo-lhe riquezas de todos os tipos,
justamente com a devolução de Briseida. Aquiles, entretanto, rejeitou
todos os apelos, declarando mesmo que se as ofertas de Agamenon
fossem "tantas como os grãos de areia ou as partículas de pó" nunca se
curvaria.

Nesta ocasião, Ulisses e Diomedes empreenderam uma expedição


noturna para espionar os troianos. Não sabendo disso, um troiano de
nome Dolon estava tentando fazer a mesma coisa: os gregos o
surpreenderam e o forçaram a contar as disposições do acampamento
troiano. Seguindo sua orientação, terminaram sua expedição noturna
com um ataque ao acampamento de Reso, rei da Trácia, em cujos belos
cavalos escaparam de volta para o acampamento grego.

Apesar do sucesso desta temerária ação, o geral da luta os gregos


estavam sendo empurrados de volta a seus navios pelos troianos e
estavam ficando desesperados, quando o amigo de Aquiles, Pátroclo,
veio até ele e rogou a permissão de liderar as tropas de Aquiles, os
Mirmidões, em batalha. Pediu também se poderia emprestar a armadura
de Aquiles, de modo a espalhar o terror nas linhas troianas, que poderiam
tomá-lo por Aquiles. Aquiles concordou, e Pátroclo foi e lutou longa e
gloriosamente, antes de, previsivelmente, ser morto por Heitor, filho de
Príamo e o melhor guerreiro do lado troiano.

10
5. AQUILES VS HEITOR

Aquiles foi tomado pela dor. Sua mãe, a ninfa do mar Tétis, veio até ele
e prometeu-lhe uma nova armadura para substituir a que tinha sido
perdida com Pátroclo. A nova armadura, feita pelo deus-ferreiro Hefesto,
incluía um bonito escudo coberto com cenas figuradas, cidades em
guerra e em paz, cenas da vida rural com rebanhos, pastores e danças
rústicas, e ao redor da borda do escudo corria o Rio de Oceano.
Aquiles e Agamenon se reconciliaram e Aquiles retornou ao campo de
batalha, onde matou um troiano após outro com sua lança "como um
vento impetuoso que revolve as chamas, quando um incêndio grassa nas
ravinas das bases secas pelo sol das montanhas, e a grande floresta é
consumida". Após ter matado muitos troianos e sobreviventes mesmo ao
ataque do Rio Escamandro, o qual tentou afogá-lo nas suas grandes
ondas, Aquiles estava finalmente pronto a enfrentar seu principal
adversário, Heitor.
O restante dos troianos tinha fugido da matança de Aquiles e buscado
refúgio atrás de suas muralhas, mas Heitor permaneceu fora dos portões,

11
deliberadamente esperando pelo duelo que sabia ter que enfrentar. Mas
quando Aquiles finalmente surgiu, Heitor foi tomado de compreensível
terror e virou-se para fugir. Percorreram três voltas ao redor das muralhas
de Tróia antes que Heitor parasse e destemidamente enfrentasse seu
bravo oponente.

A lança de Aquiles alojou-se na garganta de Heitor, caindo este ao


chão. Mal podendo falar, Heitor pediu a Aquiles que permitisse que seu
corpo fosse resgatado após sua morte, mas Aquiles, furioso com o
homem que tinha matado Pátroclo, negou seu apelo e começou a sujeitar
seu corpo a grandes indignidades. Primeiro o arrastou pelos calcanhares
atrás de sua carruagem, ao redor das muralhas da cidade, para que toda
Tróia pudesse ver.

A seguir levou o corpo de volta ao acampamento grego, onde este ficou


jogado sem cuidados em suas choupanas. Aquiles preparou então um
elaborado funeral para Pátroclo. Uma grande pira foi construída; sobre
ela várias ovelhas e bois foram sacrificados e suas carcaças empilhadas
ao lado do corpo do herói morto. Jarros de mel e óleo foram adicionados
à pira, a seguir quatro cavalos e dois dos cachorros de Pátroclo. Doze
prisioneiros troianos mortos sobre a pira, a qual então foi deixada acesa.

Ardeu toda a noite, e durante toda a noite Aquiles colocou libações com
vinho e pranteou Pátroclo bem alto. No dia seguinte os ossos de Pátroclo
foram coletados e colocados numa urna dourada, e um grande monte foi
erguido no local da pira. Jogos funerários com prêmios magníficos foram
feitos, com competições entre carruagens, luta de boxe, pugilato,
corridas, lutas armadas, arremesso do disco e tiros com arco e flecha.

E todo o dia ao amanhecer, por doze dias. Aquiles arrastou o corpo de


Heitor três vezes ao redor do monte, até que mesmo os deuses, que
tinham previsto e arranjado tudo isso, ficaram chocados; Zeus enviou Íris,
mensageiro dos deuses, para Tróia em visita a Príamo e o instruiu a ir
secretamente ao acampamento troiano com um bom resgate, que Aquiles
aceitaria em troca da libertação do corpo do filho de Príamo. Assim
Príamo, escoltado por um simples mensageiro, se dirigiu ao

12
acampamento grego, sendo encontrado ao escurecer, quando se
aproximava dos navios gregos, por Hermes disfarçado como um seguidor
de Aquiles. Hermes guiou Príamo pelo acampamento grego, de modo
que chegou sem ser percebido à tenda de Aquiles.

Príamo entrou diretamente e jogou-se aos pés de Aquiles: ele pediu


que o herói pensasse no seu próprio pai Peleu e tivesse mercê com um
pai que tinha perdido tantos de seus bons filhos nas mãos dos gregos;
pediu que fosse permitido levar o corpo de seu maior filho de volta a Tróia
com ele, de modo que pudesse ser adequadamente pranteado e
enterrado pelos seus parentes. Aquiles ficou tocado pelo apelo; choraram
juntos, e o pedido de Príamo foi aceito.

Assim, o corpo de Heitor foi devolvido a Tróia, onde foi velado e


sepultado com os ritos adequados. Aqui acaba a Ilíada, mas não é de
forma nenhuma o fim da estória de Tróia. O restante da estória é
recontado parcialmente na Odisseia e em parte pelos dramaturgos, mas
também por autores romanos posteriores, principalmente cirílico na
Emelia e por uma miscelânea de poetas como Quintus de Smirna.
Após a morte de Heitor, muitos aliados vieram auxiliar os troianos,
incluindo as Amazonas com sua rainha, Pentesiléia, e os Etíopes
liderados por Mêmnon, um filho de Éos, deusa da aurora. Tanto
Pentesiléia como Mêmnon foram mortos por Aquiles. Mas Aquiles sempre
soube que estava destinado a morrer em Tróia, longe de sua terra natal,
onde acabou sendo morto por uma flecha, lançada pelo arco de Páris.

A mãe de Aquiles, Tétis, quis tornar seu filho imortal, e, quando este
era ainda um bebê, levou-o ao Mundo Inferior e o imergiu nas águas do
rio Estige; isto tornou seu corpo imune aos ferimentos, exceto pelo
calcanhar, o qual ela utilizou para segurá-lo, sendo lá que a flecha o
acertou.

13
6. O CAVALO DE TRÓIA

Ao ouvir o relato de Calcas, Ulisses sentiu que um plano se formava em


sua mente, talvez inspirado por Atena, a deusa da sabedoria: “Existe uma
maneira de entrar na cidade: vamos construir um cavalo de madeira,
grande como um navio, e deixá-lo abandonado diante da planície; eu e
mais alguns companheiros estaremos escondidos em seu bojo, armados
e prontos para atacar. Então, a nossa armada desfaz o acampamento e
vai se ocultar na ilha de Tenedos, para que os troianos pensem que
desistimos da guerra.
Deixaremos apenas um homem para trás, para contar uma história bem
convincente sobre a nossa retirada. Não vai ser difícil enganá-los,
fazendo-os levar o cavalo para o interior das muralhas – e aí nós
assumimos o controle das portas e chamamos todo o nosso exército de
volta!”. O grupo concordou com o plano de Ulisses e o encarregou de
colocá-lo em ação imediatamente.
Vários guerreiros levantaram as mãos, oferecendo-se para
acompanhá-lo na missão. Ulisses convocou o único homem capaz de
construir o gigantesco cavalo, o grande Epeu,arquiteto e mestre na arte
da carpintaria, autorizando-o a usar os homens e os animais de que
necessitasse. “Epeu, três coisas não podes esquecer: ele tem de ser mais
alto que o portal das muralhas; ele tem de ser belo e imponente, para que
os troianos o admirem e tenham vontade de conservá-lo; por fim, ele deve

14
ser construído no mais absoluto segredo!” Epeu entendeu o que Ulisses
pretendia e, como um bom arquiteto, colocou toda a sua arte na execução
do projeto, de tal modo que o cavalo, quando ficasse pronto, superasse
ainda em muito o que Ulisses tinha imaginado. Centenas de homens e
animais começaram a trilhar os caminhos que levavam ao monte Ida, em
busca dos longos troncos de pinheiro selvagem que cresciam em suas
encostas. Daquela floresta milenar tinha saído a madeira para os navios
que levaram Páris até Helena, e dela agora saia a madeira que ia servir
para a destruição final dos troianos. Ali tudo tinha começado, e ali tudo ia
terminar.

“Os gregos foram mesmo embora; o cavalo é um presente para Atena.


Eu sei tudo, porque ouvi da boca de Calcas, o famoso adivinho que
sempre acompanhada Agamêmnon: a deusa ficou tão furiosa com a
profanação de seu templo, em Tróia, quando o ímpio Ulisses roubou o
sagrado Paládio, que ela retirou a proteção que sempre tinha dado aos
gregos. Por isso, construíram esse cavalo como uma nova oferenda para
ela, para ver se conseguem reconquistar as suas boas graças, pois eles
esperam retornar com um exército ainda maior, com o reforço de novos
aliados. Como o mar, no entanto, não parecesse propício para zarpar,
Calcas disse que os oráculos exigiam que um grego fosse sacrificado a
Posseidon, o senhor das ondas.

Quando se tirou a sorte para decidir qual de nós seria a vítima, Ulisses,
que me odeia há muito tempo, porque eu era o fiel escudeiro de
Palamedes, que morreu por suas mãos, anunciou a todos que eu tinha
sido o escolhido. Eu sabia que era mentira, e ainda tentei fugir, mas fui
espancado e acorrentado.

Felizmente os guardas se descuidaram e eu consegui me abraçar nas


patas do cavalo, invocando sobre mim a proteção de Atena. Calcas
proibiu que tocassem em mim, porque isso ia aumentar ainda mais a
indisposição da deusa contra eles. Nesse meio tempo, o mar melhorou e
eles puderam partir; o odioso Ulisses ainda passou por mim e zombou do
meu estado, dizendo que eu tinha escapado da faca do sacerdote, mas
logo eu seria retalhado pelas espadas dos troianos!”.

15
Foi uma longa e trabalhosa marcha, que levou o dia inteiro; quando
chegaram finalmente à cidade, faltava muito pouco para o crepúsculo.
Para adiantar o trabalho, os construtores tinham rasgado a muralha sobre
a altura da porta, deixando o vão completamente livre; os grandes
batentes tinham sido retirados das dobradiças e a passagem tinha sido
alargada em dois passos de cada lado.

Lentamente, com o esforço cadenciado que os homens faziam nas


cordas, a imensa estrutura de madeira começou a passar pela abertura
onde antes ficava o portão. Pelas ruas, à sua frente, todos corriam para
ver o maravilhoso cavalo, que traria finalmente a tranquilidade com que
todos sonhavam há anos.

Lá fora, no mar, junto a Tenedos, Agamêmnon estava em prontidão


com todos os navios da esquadra; assim que a noite caísse, eles
voltariam para Tróia, para aguardar, já na praia, o sinal para atacar agora,
era tudo com ele. Como tinha sido combinado, fixou uma grande tocha
de galhos resinosos no ponto mais alto de uma das torres desertas, bem
acima da linha das muralhas. A chama, avivada pela brisa da noite,
rasgou a escuridão como o facho de um farol. Feito isso, dirigiu-se ao
templo de Atena e aproximou-se do cavalo, onde os guerreiros deviam
estar impacientes para sair. Bem perto do alçapão, ele chamou baixinho
por Epeu, o arquiteto; imediatamente ouviu o ferrolho correr e viu
assomar à sua frente a figura de Ulisses, que deixou-se escorregar pela
escada de corda sem fazer ruído algum.

Depois, desceram Menelau, Diomedes e Ajax, e todos os demais,


abrigando-se nas sombras do próprio animal. Era um momento solene:
por mais de dez anos, a cidade tinha se fechado como uma concha,
oferecendo aos seus atacantes a face indiferente de suas muralhas.
Todos os esforços dos gregos tinham esbarrado naqueles paredões de
pedra, que só os pássaros podiam transpor – até esta noite, porque a
astúcia de Ulisses tinha descoberto o caminho que levava ao coração da
cidade.

16
7. A QUEDA DE TRÓIA

Estavam dentro de Tróia, armados e decididos, e nada mais poderia


detê-los. Quando o sinal de Sínon brilhou no alto da torre, a esquadra já
estava muito perto da costa de Tróia, porque Tétis, para ajudar os
companheiros de Aquiles, fez o mar acalmar suas ondas e enviou um
vento forte e constante que enfunou as velas gregas e deu asas aos
navios.
À medida que iam tocando em terra, despejavam os seus pelotões, que
atravessavam a praia e iam concentrar-se no início da grande planície,
aguardando o sinal de Agamêmnon. Quando Taltíbio, o seu arauto, veio
avisá-lo de que a maioria dos navios já tinha chegado, Agamêmnon
reuniu seus comandantes e deu a ordem esperada: todos eles, em
marcha forçada, deviam rumar para a cidade, onde Ulisses os esperava
para comandar o ataque final.
Os homens não poderiam falar ou gritar, e os chefes deviam executar
sumariamente quem quer que rompesse o silêncio. Era ainda noite
fechada, mas seria muito fácil encontrar o caminho da cidade, porque o

17
céu sobre Tróia já começava a avermelhar-se com o clarão dos primeiros
incêndios os primeiros que atravessaram os portões perceberam que o
grupo de Ulisses tinha andado muito ocupado, tal era o número de corpos
que juncavam as ruas e se atravessavam na entrada das casas, nas
imediações da praça principal. Muitos prédios já ardiam, e a luz
fantasmagórica das labaredas iluminava grande parte da cidade,
facilitando o trabalho dos atacantes.
Tróia tinha se transformado num gigantesco matadouro humano, e um
cheiro terrível de sangue e de vísceras inundou a cidade e se espalhou
pelo ar da planície, levando os chacais à loucura O cerco grego à Troia
durou aproximadamente 10 anos. Inúmeros soldados foram mortos, entre
eles Heitor (príncipe de Troia) e o herói grego Aquiles (morto após ser
atingido em seu ponto fraco, o calcanhar).
A cidade foi destruída. Páris, Heitor e os principais campeões morreram
em combate, assim como o melhor de todos, Aquiles, que recebeu uma
flechada no calcanhar. Menelau levou Helena de volta para Esparta.
completamente desprotegidos, os troianos perdem o controle da cidade
para os gregos, que se proclamaram vencedores após mais de uma
década de conflito.

18
8. As curiosidades sobre Ares

1 – Ares é filho legítimo dos deuses supremos do Olimpo, Zeus e


Hera, por isso é colocado entre um dos principais deuses da
mitologia grega. Existem suposições de que ele era detestado pelo
próprio pai e por isso Zeus criou uma segunda divindade para
representar a guerra.

2 – Essa segunda entidade era Atena, conhecida como a deusa da


guerra justa e estratégica, enquanto Ares passou a representar a
guerra violenta e sanguinária.

3 – Ares era descrito como uma criatura imensa e extremamente


forte. Anunciava sua chegada nas batalhas com gritos tão
horrendos que fazia os inimigos e até os amigos tremerem de medo.

4 – Por falar na deusa do amor, Ares teve um caso com ela, que na
época era esposa de Hefesto. A traição foi descoberta após o casal
cair em uma arapuca preparada pelo construtor dos deuses. Foram

19
presos nus a uma rede invisível, sendo ridicularizados perante todo
o Olimpo.

5 – Dessa união surgiu a simbologia, um círculo com uma seta na


diagonal para cima representando Ares, ícone da masculinidade,
enquanto um círculo com uma cruz para baixo, representa Afrodite,
o feminino.

6 – Na Ilíada, Homero conta que Ares e Atena batalharam entre si


duas vezes. Na primeira o deus da guerra foi gravemente ferido pela
lança de Atena e fugiu para o Olimpo. Na revanche foi novamente
ferido por uma enorme rocha lançada por Atena. Depois disso Ares,
que lutava ao lado dos troianos, mudou de lado e passou a ajudar
os gregos.

7 – Também já entrou em luta corporal com Hércules. Na ocasião, o


forte semideus batalhava contra Cygnus, um dos filhos de Ares.
Vendo que seu filho estava prestes a ser liquidado resolver intervir.
Hércules não só terminou de aniquilar Cygnus como também feriu
gravemente o senhor da guerra que novamente fugiu para o Olimpo.

8 – Certa vez Zeus nomeou Cratos, o deus da força, como substituto


de Ares como o deus da guerra. Sentindo-se ameaçado em perder
seu posto, Ares precipitou seu suplente para sempre no tártaro. A
história inspirou os criadores dos games God of War.

9 – Seu representante em Roma é Marte, o planeta vermelho como o


sangue.

10 – Seus símbolos são a lança, o elmo, o abutre e o círculo com


uma seta em diagonal para cima.

20
9. GLOSSÁRIO DE NOMES

9.1.

(troiano) O filho que Príamo julgava morto. Foi o indicado


por Zeus para servir de árbitro no julgamento das deusas, o
incidente que desencadeou a Guerra de Tróia
(troiano) Filho mais velho de Príamo, era o grande
guerreiro de Tróia.
(troiana) Filha de Príamo, irmã de Páris. Tinha o dom
de prever o futuro, mas ninguém jamais acreditou nela. Previu a
queda de Tróia e tentou impedir que levassem o cavalo de madeira
para o interior das muralhas.
(troiano) O velho rei de Tróia. Casado com Hécuba, é o
pai de Heitor e de Páris
A deusa do amor. É amiga dos troianos, protegendo
principalmente a Enéias, que é seu filho, e a Páris, que lhe
concedeu o título de “A Mais Bela”.

21
O deus da guerra. Tem simpatia pelos troianos.
A deusa da caça; sempre armada com seu arco e suas
flechas, anda acompanhada por seus cães. É uma das deusas
virgens do Olimpo. Tem simpatia pelos troianos.
É o senhor do Olimpo; embora tenha dividido o mundo
com seus dois irmãos Poseidón e Hades, ele é respeitado como o
líder dos deuses.

A filha de Zeus, a deusa da sabedoria. É conhecida como


a virgem guerreira, pois sempre enverga armadura completa. Por
ter sido uma das deusas desprezadas por Páris, torna se inimiga
mortal de Tróia. Protege os gregos e, em especial, a Ulisses.
– O ferreiro dos deuses. Filho de Hera, foi quem fez as
armas inigualáveis de Aquiles.
– A esposa de Zeus, a soberana do Olimpo. Nunca perdoou
a Páris por escolher Afrodite como a mais bela, tornando-se, por
isso, a mais terrível inimiga dos troianos.
O mensageiro dos deuses. É filho de Zeus, que o
incumbe de missões mais delicadas. Uma de suas funções mais
importantes é conduzir a alma dos que morrem até o mundo
subterrâneo de Hades.
A mãe de Aquiles. É a mais importante das Nereidas.
Casou-se, contra a vontade, com Peleu, um simples mortal.
O irmão de Zeus e de Hades, a quem coube o domínio
sobre o mar e sobre as águas.

22
10. FONTES UTILIZADA
Cláudio Moreno Tróia um romance de Uma Guerra

23

Você também pode gostar