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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO
EM ARTETERAPIA
MÓDULO
TÉCNICAS E MATERIAIS
EXPRESSIVOS
EM ARTETERAPIA – 2023
Avenida Jaime Reis, 531 A Acesso pela Rua dos Presbíteros, 60 São Francisco - Curitiba/PR
Telefone: 41 – 99697-5313
INTEGRARTE – FAVI
APAT 003/0816
Carl Jung
Sobre o uso das técnicas e materiais, considerando cada atendimento como único em
suas necessidades e especificidades, há necessidade prévia por parte do profissional
arteterapeuta de conhecer, experienciar e perceber o resultado do uso das diversas
combinações que envolvem as técnicas e materiais expressivos. Somente por meio do
seu conhecimento e experiência, o profissional estará seguro quanto aos efeitos
plásticos/visuais e terapêuticos que cada material pode oferecer. Diante disso, há uma
possibilidade maior de acerto e consistência de um bom resultado quanto ao
desenvolvimento do processo curativo.
É preciso sentir e “dialogar” com os materiais em conjunto com as técnicas de uso dos
mesmos. Este “diálogo” é fundamental para a percepção do arteterapeuta com relação
ao seu uso diante da necessidade apresentada pelo cliente. Considerando-se ainda
que, cada caso é único e está inserido num contexto histórico e de necessidades
individuais do momento.
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Assim, podemos distinguir as propriedades terapêuticas dos materiais e das técnicas,
tornando-os valiosos instrumentos de transformação e cura. Será por meio deles que
os símbolos emergirão se tornando linguagem, ao serem expressos de forma criativa a
cada sessão. De acordo com PHILIPPINI (p.17-2009) ”Cada símbolo produzido no
setting arteterapêutico poderá ser compreendido simultaneamente em relação ao seu
criador, nas suas ressonâncias subjetivas e biográficas e, paralelamente, também em
seus aspectos universais e arquetípicos”.
Sendo assim, a mesma autora também nos apresenta um esquema resumido que
compõe o Processo Arteterapêutico e Variáveis Correlatas: Forma, Psique, Linguagem,
Modalidade, Material, Técnica e Cultura, acrescentando que caberá ao arteterapeuta
integrar de forma mais adequada a seus clientes estas variáveis básicas.
Produção Simbólica
Revelação Inconsciente
Mediação
Materialidade
Imagem (Símbolo)
“Mas se isso puder contar-lhe o que não ouso contar, já não terei que falar-lhe porque
lhe estou a falar”.
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Técnica responde a pergunta “como” o cliente produzirá, isto é, qual estratégia de fazer,
por qual maneira será realizada a proposta da prática criativa, ou o fazer artístico da
sessão.
Material por sua vez, é “com o quê” com qual instrumento ou em qual suporte o cliente
realizará seu fazer artístico, com quais “recursos” irá manusear, para poder realizar sua
atividade.
São materiais que oferecem maior flexibilidade, podendo-se alterar seu resultado
plástico, como o giz pastel seco e oleoso, pastilina e argila, sendo estas últimas
favorecendo a percepção tátil, relaxante por ter textura frescor, material delicado,
trabalha diretamente com o inconsciente coletivo, ancestralidade.
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Neste sentido, os materiais possuem uma gama diversificada, cabendo ao
arteterapeuta, percebendo a necessidade do cliente, fazer a escolha mais adequada à
situação apresentada.
Modalidade Desenho
Técnicas
As técnicas de desenho variam muito de acordo com o tipo de material que se escolhe
utilizar.
Geralmente os tipos diferentes de lápis grafite, de cor e giz de cera são os mais
utilizados. Por existir grande variedade, é indicado ao profissional experimentar o
máximo possível dos diferentes tipos, para poder ampliar sua condição de escolha,
considerando as diferentes situações apresentadas pelo cliente nas sessões.
Deve-se considerar também, a escolha dos papéis ou tipo de superfícies para serem
utilizadas, pois, a superfície interfere diretamente no resultado aplicativo dos materiais,
especialmente no desenho.
Materiais
Lápis de cor, lápis metalizado, giz cera, giz pastel oleoso, giz pastel seco, carvão, caneta
hidrocor, caneta esferiográfica, caneta bico de pena, caneta nanquim, etc. Papéis
variados apropriados para desenho: sulfite, manteiga, canson, vegetal, cartolina,
papelão e também madeira, tela, tecidos entre outros.
Modalidade Modelagem
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Técnicas
As técnicas que envolvem modelagem são versáteis para aplicação em qualquer idade
e muito usadas em períodos iniciais dos acompanhamentos, para auxiliar a “moldar” dar
“forma nova” simbolicamente, a situações emocionais ou visando adaptação inicial ao
acompanhamento arteterapêutico. De fácil manuseio, cria-se possibilidades de “fazer e
desfazer, e fazer de novo”, sem prejuízo de fixar marcas ou maior comprometimento no
resultado obtido. Pode-se utilizar diversas superfícies para se realizar a técnica.
Inclusive o torno de modelagem e também a queima no caso do uso da argila, evitando
trincas depois da produção pronta.
Materiais
Argila, papel maché, massa de biscuit, pastilina, durepoxi, arame, são os mais usados.
Modalidade Dobradura
Técnicas
Esta técnica é muito propícia especialmente para crianças e idosos, pois promove a
atenção, concentração e sequência; incentiva a psicomotricidade; alimenta a paciência;
disciplina os pensamentos na ação criadora; favorece os movimentos das articulações;
estimula a noção espacial; estimula a percepção tátil, visomotora, além de se obter
ótimos resultados estéticos. As dobraduras e ou origamis (dobraduras mais elaboradas
de origem japonesa),
Materiais
Papéis finos e maleáveis, sulfite gramatura fina, papel lustro, papel especial para
Técnicas
Materiais
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como instrumentos para obtenção dos cortes dos diferentes materiais), dentre os mais
usados.
Modalidade Construção
Técnicas
Materiais
Sucatas de papel ou papelão, plásticos, tesoura, estilete, fitas adesivas, cola quente,
tecidos, cartuchos de papel, papel alumínio, copos descartáveis, tampas de diferentes
tamanhos, embalagens de plástico, embalagens de papel, caixas de papelão, arame,
dentre os mais usados.
Técnicas
Materiais
Técnica
Tecer e bordar, preenche espaços e propicia um refazer ou uma nova criação utilizando
as mãos, sensibilizando à texturas diferentes, ao mesmo tempo que se trabalha
mentalmente funções de ampliar as percepções do mundo; aumentando a concentração
e atenção; possibilitando a lidar com pequenos espaços; desenvolvendo precisão dos
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movimentos; exercitando a disciplina, a obediência e sequência; acalmando e
tranquilizando; desenvolvendo precisão de movimentos além de se criar um ritmo
adequado de atividade. O movimento de sequência e ritmo proporcionam centralização
mental e emocional. Pode-se considerar de acordo com a situação clínica apresentada
o tipo de instrumento para se aplicar estas técnicas, com opção variando em agulhas
(metal ou plástico), ou utilizando os próprios dedos, no caso da tecelagem ou tricô.
Materiais
Tecidos etamine, linho, feltro, linhas, lãs, tesoura, agulhas de diferentes tamanhos e
materiais (metal ou plástico), incluindo- se bordados, tapeçaria em diferentes aberturas
de telas, tricô, crochê com respectivas agulhas (metal ou plástico), tear em papelão e
ou madeira, estão entre os mais usados.
Técnica
Materiais
Papéis, canetas de diversos tipos, música, contos, livros, estão entre os mais usados.
Modalidade Pintura
Técnicas
Técnicas que melhor facilitam a fluidez das emoções. Com função libertadora, induz
movimentos de soltura e expansão; propicia abrir mão do controle; fomenta o
desbloqueio criativo; criação de cores favorece encontrar novos caminhos e
possibilidades, amplia a percepção emocional das cores.
Materiais
Tintas de diversos tipos desde as mais aquosas às mais densas, pincéis em tamanhos
variados, anilinas, água, recipiente para água, papéis com gramaturas indicadas para
pintura, tecidos em veludo, em algodão cru, corantes em pó ou líquido, como material
de suporte sugere-se o gesso, cerâmica, MDF, madeira, telas e tecidos estão entre os
mais usados.
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Técnicas
Materiais
Muito importante!
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMPORA, Beatriz. Autoestima: práticas para transformar pessoas. Rio de Janeiro: Wak
Editora, 2013.
COELHO, Nelly Novaes. O Conto de Fadas: símbolos – mitos – arquétipos. 4ª ed. São Paulo:
Paulinas, 2012.
LIEBMAN, M. Exercícios de arte para grupos. Um manual de temas, jogos e exercícios. São
Paulo: Editora Summus, 2000.
MACIEL, Carla, CARNEIRO, Celeste (org). Diálogos criativos entre a Arteterapia e a Psicologia
Junguiana. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2012.
RABELLO, Nancy. O Desenho Infantil. 2ª ed. Rio de janeiro: Wak Editora, 2014.
SOUZA, Otília Rosângela. Longevidade com Criatividade: Arteterapia com idosos. 2ª ed. Belo
Horizonte: Edição da Autora, 2014.
URRUTIGARAY, Maria Cristina. Arteterapia: a transformação pessoal pelas imagens. 5ª ed. Rio
de Janeiro: Wak Editora, 2011.
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ANEXOS
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HISTÓRIA EM AMARELO
Preparação: A historia é contada normalmente, alguns dos objetos que fazem parte
da narrativa são de cor amarelo, quando eles forem mencionados, os ouvintes devem
pronunciar a palavra AMARELO bem alto, a entonação que se dará a esta palavra
varia de acordo com o que ela representa, assim:
Era uma vez um rei que vivia em um castelo AMARELO (melodioso), cercado por um
imenso jardim cheio de cravos A-MA-RE-LOS. Esse rei tinha uma filha, que era muito
linda. A princesinha era boa, obediente e estudiosa.
Todos os dias ela acordava muito cedo, tirava o seu pijaminha AMARELO
(sussurrando) e vestia o seu vestido AMARELO (alegria). Ela gostava muito do seu
vestido AMARELO (alegria) porque achava que esta cor ficava bem em vestidos.
Porém os seus sapatos AMARELOS (desgosto) ela não gostava, não acha que sapatos
deviam ser AMARELOS.
Depois disso ela ia dar uma volta no jardim e gostava de colher um cravo A-MA-RE-
LO. Essa era a vida da menininha: Levantar, tirar o pijama AMARELO (sussurando),
vestir o vestido AMARELO (alegria), os sapatos AMARELOS (desgosto) e cheirar o
cravo A-MA-RE-LO.
Uma noite a princesinha estava dormindo muito gostosa na sua cama AMARELA, com
lençóis AMARELOS, no seu travesseiro AMARELO, com o cobertor AMARELO, e o seu
pijama AMARELO (sussurrando) quando levou o maior susto, na porta de seu quarto
havia um enorme e horrível fantasma AMARELO (fastasmagórico). A menina
imediatamente ficou com o rosto AMARmuito medo e ficou esperando que chegasse
logo de manhã para contar para o seu pai.
No dia seguinte o rei estava muito ocupado, trabalhando em seu escritório quando a
menininha chegou correndo dizendo?
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MITO DE ARACHNE
Segundo a mitologia grega, Aracne era uma jovem tecelã que vivia na Lídia, em uma região
da Ásia Menor chamada Meônia. Seu trabalho era tão perfeito que, em todas as cidades da
Lídia, Aracne ganhou fama de ser a melhor na arte de fiar e tecer a lã.
Eram os deuses, com sua generosidade, que concediam às criaturas seus talentos e
habilidades, mas os mortais, com sua capacidade natural de esquecer as coisas, às vezes
cometiam a tolice de gabar-se de seus próprios feitos. Assim aconteceu a Aracne, que
deixou-se dominar pela vaidade e passou a vangloriar-se de sua habilidade como tecelã.
Até que um dia alguém veio lembrá-la de que ela era discípula de Atena. Atena (Minerva,
na mitologia romana) era filha de Zeus, e além de ser a deusa da Sabedoria ,era a deusa
que presidia as artes e os trabalhos manuais — a tecelagem inclusive. Aracne ficou
extremamente ofendida e, querendo provar sua independência e auto-suficiência, caiu na
fraqueza de afirmar que podia competir com Atena e seria capaz de derrotá-la na arte da
tecelagem.
Ao saber da presunção de Aracne, Atenas foi procurá-la disfarçada como uma anciã e pediu-
lhe que a escutasse, devido à experiência de sua idade avançada: “Busque entre os mortais
toda fama que desejar, mas reconheça a posição da deusa”. Porém, a famosa Aracne não
percebeu que se tratava de Atena e, além de zombar da anciã, reafirmou seu desafio: “Por
que motivo sua deusa está evitando competir comigo?”
Ao ouvir isto, Atenas apareceu em sua forma verdadeira, e todos se puseram a reverenciá-
la, exceto Aracne, que permaneceu impassível, pois o senso de poder que sua habilidade
lhe dava tornava-a ousada em excesso.
Atenas desafiou Aracne a provar que seria capaz de vencê-la e as duas deram início à
competição. Sentaram-se e começaram a tecer, cada qual procurando produzir a obra
vencedora.
Atena retratou a cidade de Atenas e os deuses em seus tronos, e entre os deuses a oliveira
que ela havia criado durante uma disputa com Posseidon e graças à qual foi proclamada a
protetora da cidade. Retratou também Niké, o símbolo da Vitória e nos quatro cantos da tela,
desenhou quatro cenas mostrando o que havia acontecido a alguns mortais que desafiaram
os deuses e em que eles acabaram sendo transformados.
Coroando o trabalho, Atena teceu uma grinalda de folhas de oliveira, que é até hoje um
símbolo de paz.
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Aracne, a perfeita tecelã, achou de retratar o maior de todos os deuses –Zeus — por ocasião
de suas conquistas amorosas. E então foi tecendo diversas cenas em que ele aparece
disfarçado ou toma a forma de um animal: Zeus, sob a forma de touro, arrebatando Europa;
sob a forma de águia, abordando Astéria; sob a forma de cisne, conquistando Leda; sob a
forma de sátiro, fazendo amor com Antíope; Zeus fazendo-se passar por Anfitríon para
seduzir Alcmene, mãe de Heraclés (Hércules); Zeus, o pastor que fez amor com Mnemosine,
mulher-titã; e, ainda, Zeus conquistando Egina, Deméter e Danae, disfarçado,
respectivamente, de chama, serpente e chuva de ouro. No afã de “tricotear” sua espantosa
obra, Aracne incluiu ainda os amores de Posseidon, Apolo, Dionísio e Cronos. E ao redor
de todas as cenas, teceu uma graciosa moldura de hera e flores entrelaçadas.
Tão perfeita foi a obra de Aracne que Atena não conseguiu encontrar nela a mínima falha.
Irritada, Atena rasgou a tecelagem em pedaços e golpeou Aracne na cabeça. Aracne ficou
muito triste e, em seu desespero, terminou tentando se enforcar. Atena, ao saber o que sua
cólera havia provocado, compadeceu-se de Aracne e transformou a corda que ela usara
para enforcar-se em uma teia. Em seguida, derramou sobre Aracne fluidos retirados das
ervas da deusa Hecate e transformou-a em uma aranha. Dessa forma, Aracne foi salva da
morte e, embora condenada a ficar dependurada em sua teia, a beleza de sua arte não
ficaria perdida para sempre neste mundo.
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