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INTEGRARTE – FAVI

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO
EM ARTETERAPIA

MÓDULO
TÉCNICAS E MATERIAIS
EXPRESSIVOS
EM ARTETERAPIA – 2023

PROF.ª MARIEL GRANATO

Avenida Jaime Reis, 531 A Acesso pela Rua dos Presbíteros, 60 São Francisco - Curitiba/PR
Telefone: 41 – 99697-5313
INTEGRARTE – FAVI

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ARTETERAPIA

MÓDULO TÉCNICAS E MATERIAIS EXPRESSIVOS EM ARTETERAPIA - 2023

Profª Mariel Granato

APAT 003/0816

“A criação do novo não é conquista do


intelecto, mas do instinto de prazer agindo
por uma necessidade interior. A mente
criativa brinca com os objetos que ama”.

Carl Jung

As práticas realizadas no decorrer do processo arteterapêutico, fundamentam-se na


escolha adequada de modalidades, técnicas e materiais expressivos, os quais no
decorrer das sessões serão oferecidos pelo arteterapeuta, visando atingir os objetivos
buscados pelo acompanhamento.

Sobre o uso das técnicas e materiais, considerando cada atendimento como único em
suas necessidades e especificidades, há necessidade prévia por parte do profissional
arteterapeuta de conhecer, experienciar e perceber o resultado do uso das diversas
combinações que envolvem as técnicas e materiais expressivos. Somente por meio do
seu conhecimento e experiência, o profissional estará seguro quanto aos efeitos
plásticos/visuais e terapêuticos que cada material pode oferecer. Diante disso, há uma
possibilidade maior de acerto e consistência de um bom resultado quanto ao
desenvolvimento do processo curativo.

A análise das possibilidades do uso dos diferentes instrumentos artísticos pelo


arteterapeuta amplia as condições para sua aplicabilidade de forma mais acertiva no
decorrer das sessões.

É preciso sentir e “dialogar” com os materiais em conjunto com as técnicas de uso dos
mesmos. Este “diálogo” é fundamental para a percepção do arteterapeuta com relação
ao seu uso diante da necessidade apresentada pelo cliente. Considerando-se ainda
que, cada caso é único e está inserido num contexto histórico e de necessidades
individuais do momento.

...”A Arteterapia também é análoga à alquimia. Em ambos os saberes, há ligações


importantes entre a realização do material e concreta e o trabalho teórico e psicológico.
Os dois se unem na Opus, a obra alquímica. O temenos - vaso alquímico – corresponde
ao setting arteterapêutico, onde são fornecidos a proteção e os materiais necessários
para que a transformação do Ser possa ocorrer. Há uma jornada a trilhar em busca da
pedra filosofal: a própria individuação” DINIS (p.9-2009).

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Assim, podemos distinguir as propriedades terapêuticas dos materiais e das técnicas,
tornando-os valiosos instrumentos de transformação e cura. Será por meio deles que
os símbolos emergirão se tornando linguagem, ao serem expressos de forma criativa a
cada sessão. De acordo com PHILIPPINI (p.17-2009) ”Cada símbolo produzido no
setting arteterapêutico poderá ser compreendido simultaneamente em relação ao seu
criador, nas suas ressonâncias subjetivas e biográficas e, paralelamente, também em
seus aspectos universais e arquetípicos”.

Sendo assim, a mesma autora também nos apresenta um esquema resumido que
compõe o Processo Arteterapêutico e Variáveis Correlatas: Forma, Psique, Linguagem,
Modalidade, Material, Técnica e Cultura, acrescentando que caberá ao arteterapeuta
integrar de forma mais adequada a seus clientes estas variáveis básicas.

Produção Simbólica

Revelação Inconsciente

Mediação

Das Modalidades Expressivas

Materialidade

Imagem (Símbolo)

Com base nesta apresentação esquemática, seguem-se sugestões de algumas


técnicas e materiais expressivos, ilustrando-se com as palavras do escritor português
Fernando Pessoa, fazendo um paralelo à expressão simbólica, quando diz:

“Mas se isso puder contar-lhe o que não ouso contar, já não terei que falar-lhe porque
lhe estou a falar”.

Inicialmente, se faz necessário distinguir o que é técnica expressiva do que é material


expressivo.

Ambos estão contidos nas Modalidades Expressivas, as quais compõem as Linguagens


Expressivas.

Modalidades Expressivas responde a pergunta o quê, isto é: qual tipo de expressão


artística vou usar ou pretendo expressar dentro da Linguagem Artística escolhida.

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Técnica responde a pergunta “como” o cliente produzirá, isto é, qual estratégia de fazer,
por qual maneira será realizada a proposta da prática criativa, ou o fazer artístico da
sessão.

Material por sua vez, é “com o quê” com qual instrumento ou em qual suporte o cliente
realizará seu fazer artístico, com quais “recursos” irá manusear, para poder realizar sua
atividade.

Cada um – técnica e material - possui suas possibilidades, donde derivam resultados


ou efeitos diferentes em combinações variáveis de múltipla diversidade. Ex: o desenho
é uma modalidade expressiva que varia em diferentes técnicas. Porém, o material
para aplicar esta técnica, pode variar em lápis de cor, caneta hidrográfica, giz de
cera, entre outros. Outro exemplo: Modelagem é uma modalidade expressiva. Mas,
sua técnica varia na realização dela, podendo ser realizada à mão livre, em formas, etc.
Já o material pode variar podendo se utilizar gesso, argila, biscuit, pastilina, papel
maché, entre outros. Enfim, o material é o que possibilita realizar a técnica. E a técnica
advém da modalidade, que por sua vez é componente da linguagem artística.

Necessário também, considerar o potencial terapêutico (o quê se pretende atingir na


sessão) por meio das modalidades, técnicas e materiais propostos, fazendo-se links
com o uso e as propriedades entre os mesmos. O uso equivale ao tipo de
criação/proposta que se pretende oferecer ao cliente. Exemplificando: uma proposta de
composição na modalidade desenho. Esta atividade tem como propriedade a de ser
estruturante. A técnica pode variar sendo à mão livre, e ou utilizando algum modelo
prévio. O material escolhido será o adequado de acordo com a condição ou necessidade
do cliente na sessão realizada, correspondendo sempre aos critérios da construção do
processo trabalhado. Dentre eles encontram-se o lápis de cor, giz cera, giz pastel seco
ou oleoso, caneta hidrográfica, sobre papel ou papelão, madeira ou outro tipo de suporte
conveniente. Já em situações em que se pretende trabalhar a fluidez no cliente, orienta-
se trabalhar materiais solúveis, como tintas em suas diversas técnicas aplicativas, desde
aquarela, nanquim, ou gouache, até as mais consistentes acrílica e óleo.

Neste caminhar, encontram-se também algumas técnicas em que são utilizados


materiais chamados de “materiais de transição”.

São materiais que oferecem maior flexibilidade, podendo-se alterar seu resultado
plástico, como o giz pastel seco e oleoso, pastilina e argila, sendo estas últimas
favorecendo a percepção tátil, relaxante por ter textura frescor, material delicado,
trabalha diretamente com o inconsciente coletivo, ancestralidade.

No contexto das propostas práticas estruturantes, encontram-se modalidades e técnicas


envolvendo: desenho, mosaico, construções em geral, tear, bordados, crochê, tricô,
dobradura, recorte e colagem, quebra-cabeças, gravura e impressão, escrita criativa,
costura, dentre outras que proporcionam concentração e maior detalhamento de
raciocínio, sequência, equilíbrio e estrutura emocional.

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Neste sentido, os materiais possuem uma gama diversificada, cabendo ao
arteterapeuta, percebendo a necessidade do cliente, fazer a escolha mais adequada à
situação apresentada.

Por fim, encontram-se as técnicas chamadas fluídicas, solúveis ou libertadoras. Estas


são indicadas às situações que requerem maior fluidez mental, destravamento e
relaxamento emocional. Muito indicadas para situações de rigidez emocional ou perfil
sistemático, perfeccionista ou controlador. Ex: tintas diversas, movimentos corporais,
audição de melodias, recursos lúdicos (bolinha de sabão, bolinhas pula-pula, molas de
plástico...). As propostas práticas criativas desenvolvidas pelas técnicas da linguagem
cênica possuem o mesmo teor de fluidez e destravamento emocional; porém, sua
aplicação varia de acordo com o nível e a adequação na situação específica
apresentada.

Com isso, seguem-se algumas sugestões de modalidades em técnicas e materiais, já


servindo como opções para composição e aquisição de materiais básicos para um
setting arteterapêutico. Lembrando que a abrangência de uso dos mesmos é imensa,
sendo que podem ser compostos em diferentes técnicas (nesta situação, são chamadas
de técnica mista), isto é, com diferentes materiais numa mesma proposta de atividade.
Ex: pirogravura com pintura de preenchimento = duas técnicas (pirogravura e pintura) e
vários materiais diferentes (pirógrafo, madeira/papel/cortiça/papelão/couro, tintas,
pincéis, boleadores...).

Modalidade Desenho

Técnicas

As técnicas de desenho variam muito de acordo com o tipo de material que se escolhe
utilizar.

Geralmente os tipos diferentes de lápis grafite, de cor e giz de cera são os mais
utilizados. Por existir grande variedade, é indicado ao profissional experimentar o
máximo possível dos diferentes tipos, para poder ampliar sua condição de escolha,
considerando as diferentes situações apresentadas pelo cliente nas sessões.

Deve-se considerar também, a escolha dos papéis ou tipo de superfícies para serem
utilizadas, pois, a superfície interfere diretamente no resultado aplicativo dos materiais,
especialmente no desenho.

Materiais

Lápis de cor, lápis metalizado, giz cera, giz pastel oleoso, giz pastel seco, carvão, caneta
hidrocor, caneta esferiográfica, caneta bico de pena, caneta nanquim, etc. Papéis
variados apropriados para desenho: sulfite, manteiga, canson, vegetal, cartolina,
papelão e também madeira, tela, tecidos entre outros.

Modalidade Modelagem

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Técnicas

As técnicas que envolvem modelagem são versáteis para aplicação em qualquer idade
e muito usadas em períodos iniciais dos acompanhamentos, para auxiliar a “moldar” dar
“forma nova” simbolicamente, a situações emocionais ou visando adaptação inicial ao
acompanhamento arteterapêutico. De fácil manuseio, cria-se possibilidades de “fazer e
desfazer, e fazer de novo”, sem prejuízo de fixar marcas ou maior comprometimento no
resultado obtido. Pode-se utilizar diversas superfícies para se realizar a técnica.
Inclusive o torno de modelagem e também a queima no caso do uso da argila, evitando
trincas depois da produção pronta.

Materiais

Argila, papel maché, massa de biscuit, pastilina, durepoxi, arame, são os mais usados.

Modalidade Dobradura

Técnicas

Esta técnica é muito propícia especialmente para crianças e idosos, pois promove a
atenção, concentração e sequência; incentiva a psicomotricidade; alimenta a paciência;
disciplina os pensamentos na ação criadora; favorece os movimentos das articulações;
estimula a noção espacial; estimula a percepção tátil, visomotora, além de se obter
ótimos resultados estéticos. As dobraduras e ou origamis (dobraduras mais elaboradas
de origem japonesa),

Materiais

Papéis finos e maleáveis, sulfite gramatura fina, papel lustro, papel especial para

dobraduras, entre os mais usados.

Modalidade Recorte e Colagem e Mosaico

Técnicas

Terapeuticamente, estas técnicas visam proporcionar as propriedades de unir e reunir;


separar, dividir, contornar; ruptura de vínculos, simbiose e dependência; favorece
organização e objetividade; incentiva a criatividade; favorece a concentração; estimula
a percepção de formas, cores, texturas. Cada uma destas possibilidades pode ser
aplicada variando na necessidade de cada caso. É um bom exemplo de técnicas que
abrangem situações aplicativas aparentemente opostas, porém, com resultado
adequado a cada caso clínico apresentado. É por demais abrangente as opções de
materiais que se podem utilizar em diferentes sessões, em meio aos diferentes objetivos
no decorrer do processo terapêutico.

Materiais

Cola branca e ou bastão, tesoura, figuras e imagens fotocopiados, fotografias, papéis


de diferentes tipos, madeira MDF, placa de cimento ou tijolo, massa corrida, jornais,
revistas, lãs, fios, tecidos, sucatas, recortes em EVA, pastilhas vitrificadas, peças de
bijouteria, lantejoulas, gliter, conchas, galhos, folhas, (tesoura, alicates apropriados

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como instrumentos para obtenção dos cortes dos diferentes materiais), dentre os mais
usados.

Modalidade Construção

Técnicas

Extremamente instigantes e estruturantes, estas técnicas promovem abertura criativa


em função das inúmeras opções de uso dos materiais disponíveis, variando desde
sucatas até materiais mais específicos (massa corrida, madeiras, arames, etc.).
Favorece terapeuticamente a busca de transformações e novas possibilidades;
desperta a concentração, paciência e equilíbrio; propõe estrutura, organização,
concepção e elaboração; renovação interior, transformando o antigo em novo; promove
equilíbrio físico, mental e emocional; proporciona estruturas tridimensionais visando a
harmonia e ordem visual. Neste rol, inserem-se as construções de mandalas, mesmo
sendo trabalhada com função estruturante, utilizadas em outras técnicas criativa

Materiais

Sucatas de papel ou papelão, plásticos, tesoura, estilete, fitas adesivas, cola quente,
tecidos, cartuchos de papel, papel alumínio, copos descartáveis, tampas de diferentes
tamanhos, embalagens de plástico, embalagens de papel, caixas de papelão, arame,
dentre os mais usados.

Modalidade Escultura e Impressão

Técnicas

Com propriedades terapêuticas importantes no contexto de estrutura emocional, a


escultura e a impressão agem com função no auxilio do aprofundamento de ideias e
ações; proporciona reconhecimento de marcas; estrutura e organização; estimula a
atenção e concentração; desenvolve a psicomotricidade; estimula a noção espacial.

São propostas que exigem boa percepção do arteterapeuta na escolha do momento


adequado para se “marcar” ou “aprofundar” utilizando os variados materiais.

Materiais

Goivas de plástico e ou metal, pirógrafo, palitos de sorvete ou churrasco, madeira, metal,


vidro, papéis, tinta acrílica, cortiça, placas ou bandejas de isopor, concreto celular,
sabonete, vela de parafina, são os mais usados.

Modalidade Bordado e Tecelagem

Técnica

Tecer e bordar, preenche espaços e propicia um refazer ou uma nova criação utilizando
as mãos, sensibilizando à texturas diferentes, ao mesmo tempo que se trabalha
mentalmente funções de ampliar as percepções do mundo; aumentando a concentração
e atenção; possibilitando a lidar com pequenos espaços; desenvolvendo precisão dos

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movimentos; exercitando a disciplina, a obediência e sequência; acalmando e
tranquilizando; desenvolvendo precisão de movimentos além de se criar um ritmo
adequado de atividade. O movimento de sequência e ritmo proporcionam centralização
mental e emocional. Pode-se considerar de acordo com a situação clínica apresentada
o tipo de instrumento para se aplicar estas técnicas, com opção variando em agulhas
(metal ou plástico), ou utilizando os próprios dedos, no caso da tecelagem ou tricô.

Materiais

Tecidos etamine, linho, feltro, linhas, lãs, tesoura, agulhas de diferentes tamanhos e
materiais (metal ou plástico), incluindo- se bordados, tapeçaria em diferentes aberturas
de telas, tricô, crochê com respectivas agulhas (metal ou plástico), tear em papelão e
ou madeira, estão entre os mais usados.

Modalidade Escrita Criativa

Técnica

Técnica muito utilizada no desbloqueio mental, estimulando a expressão não verbal e


ativando o desenvolvimento do raciocínio; promove a sequência de pensamento;
estimula a criação de ideias; desenvolve a psicomotricidade; auxilia na articulação
pensamento/escrita; instiga a comunicação pela palavra escrita.

Materiais

Papéis, canetas de diversos tipos, música, contos, livros, estão entre os mais usados.

Modalidade Pintura

Técnicas

Técnicas que melhor facilitam a fluidez das emoções. Com função libertadora, induz
movimentos de soltura e expansão; propicia abrir mão do controle; fomenta o
desbloqueio criativo; criação de cores favorece encontrar novos caminhos e
possibilidades, amplia a percepção emocional das cores.

Necessária a observação do arteterapeuta no uso aplicativo de determinados tipos de


tintas em determinadas situações, especialmente as clínicas comportamentais,
incluindo a idade dos clientes em questão.

Materiais

Tintas de diversos tipos desde as mais aquosas às mais densas, pincéis em tamanhos
variados, anilinas, água, recipiente para água, papéis com gramaturas indicadas para
pintura, tecidos em veludo, em algodão cru, corantes em pó ou líquido, como material
de suporte sugere-se o gesso, cerâmica, MDF, madeira, telas e tecidos estão entre os
mais usados.

Modalidade Cênicas / Vídeos, Fotografia

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Técnicas

Com imensas possibilidades e opções para se realizarem, as técnicas cênicas são


excelentes propostas para todos os públicos, especialmente para grupos variando as
idades e também para crianças. Com função lúdica e terapêutica, têm como
propriedades a fluição mental, verbal, interpretativa e cênica, abrindo canais
expressivos corporais e destravamento da timidez. Desenvolve a criatividade; possibilita
novas percepções interiores de si mesmo; estimula o raciocínio e o improviso; promove
a autoestima; destravamento da rigidez emocional e física; estimula a memória e a
atenção, resgata informações por registros de momentos vividos.

Materiais

Tecidos, papéis, roupas diversas, meias, cartuchos, sacos de papel, máscaras,


chapéus, acessórios (luvas, óculos, sapatos, lenços, etc.), sucatas, criação de histórias
de improviso e escritas para serem dramatizadas, textos de contos de fadas, poesias,
mitos, papel, lápis, caneta, espelho, local com espaço físico para movimentos corporais,
melodias, som, projetor de imagens, aparelhos celulares, fotografias impressas, são os
mais utilizados.

Muito importante!

Os efeitos terapêuticos estão contidos nas propriedades das técnicas e materiais


oferecidos pelo arteterapeuta a cada sessão, sejam eles estruturantes ou libertadores.
A escolha harmoniosa destes elementos giram em torno dos objetivos buscados pelo
indivíduo ao iniciar seu processo arteterapêutico, os quais se pretendem atingir no
decorrer da realização do mesmo.

Portanto, há necessidade de muita atenção, estudo e percepção por parte do


profissional arteterapeuta, diante da melhor e mais adequada escolha para composição
do fazer criativo em cada sessão.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAMPORA, Beatriz. Autoestima: práticas para transformar pessoas. Rio de Janeiro: Wak
Editora, 2013.

COELHO, Nelly Novaes. O Conto de Fadas: símbolos – mitos – arquétipos. 4ª ed. São Paulo:
Paulinas, 2012.

BITTENCOURT, Danielle. Diagnóstico Intervencionista em Arteterapia.Rio de Janeiro: Wak


Editora, 2014.

LIEBMAN, M. Exercícios de arte para grupos. Um manual de temas, jogos e exercícios. São
Paulo: Editora Summus, 2000.

MACIEL, Carla, CARNEIRO, Celeste (org). Diálogos criativos entre a Arteterapia e a Psicologia
Junguiana. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2012.

OLIVIER, Lou de. Psicopedagogia e Arteterapia: teoria e prática na aplicação em clínicas e


escolas. 3ª ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011.

PHILIPPINI, Ângela. Linguagens e materiais expressivos em Arteterapia: uso, indicações e


propriedades. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2009.

RABELLO, Nancy. O Desenho Infantil. 2ª ed. Rio de janeiro: Wak Editora, 2014.

SOUZA, Otília Rosângela. Longevidade com Criatividade: Arteterapia com idosos. 2ª ed. Belo
Horizonte: Edição da Autora, 2014.

URRUTIGARAY, Maria Cristina. Arteterapia: a transformação pessoal pelas imagens. 5ª ed. Rio
de Janeiro: Wak Editora, 2011.

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ANEXOS

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HISTÓRIA EM AMARELO
Preparação: A historia é contada normalmente, alguns dos objetos que fazem parte
da narrativa são de cor amarelo, quando eles forem mencionados, os ouvintes devem
pronunciar a palavra AMARELO bem alto, a entonação que se dará a esta palavra
varia de acordo com o que ela representa, assim:

O castelo é AMARELO – em tom de início da narrativa, melodioso

O vestido da menina é AMARELO – em tom de alegria

O sapato é AMARELO – em tom de desgosto

O pijama é AMARELO – em tom sussurrado

O cravo é AMARELO – citando sílaba por sílaba

O rosto das pessoas fica AMARÉÉÉÉÉLO

O fantasma é AMARELO – em tom fantasmagórico

Em outras pausas a palavra AMARELO é citada normalmente


Desenrolar: Conta-se a história:

Era uma vez um rei que vivia em um castelo AMARELO (melodioso), cercado por um
imenso jardim cheio de cravos A-MA-RE-LOS. Esse rei tinha uma filha, que era muito
linda. A princesinha era boa, obediente e estudiosa.

Todos os dias ela acordava muito cedo, tirava o seu pijaminha AMARELO
(sussurrando) e vestia o seu vestido AMARELO (alegria). Ela gostava muito do seu
vestido AMARELO (alegria) porque achava que esta cor ficava bem em vestidos.
Porém os seus sapatos AMARELOS (desgosto) ela não gostava, não acha que sapatos
deviam ser AMARELOS.

Depois disso ela ia dar uma volta no jardim e gostava de colher um cravo A-MA-RE-
LO. Essa era a vida da menininha: Levantar, tirar o pijama AMARELO (sussurando),
vestir o vestido AMARELO (alegria), os sapatos AMARELOS (desgosto) e cheirar o
cravo A-MA-RE-LO.

Uma noite a princesinha estava dormindo muito gostosa na sua cama AMARELA, com
lençóis AMARELOS, no seu travesseiro AMARELO, com o cobertor AMARELO, e o seu
pijama AMARELO (sussurrando) quando levou o maior susto, na porta de seu quarto
havia um enorme e horrível fantasma AMARELO (fastasmagórico). A menina
imediatamente ficou com o rosto AMARmuito medo e ficou esperando que chegasse
logo de manhã para contar para o seu pai.

No dia seguinte o rei estava muito ocupado, trabalhando em seu escritório quando a
menininha chegou correndo dizendo?

- Papai, esta... noite... eu estava dormindo em minha cama AMARELA, com...


lençóis.... AMARELOS, no... meu... travesseiro... AMA

RELO, com... cobertor AMARELO, e... meu... pijama AMARELO (sussurrando)

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MITO DE ARACHNE
Segundo a mitologia grega, Aracne era uma jovem tecelã que vivia na Lídia, em uma região
da Ásia Menor chamada Meônia. Seu trabalho era tão perfeito que, em todas as cidades da
Lídia, Aracne ganhou fama de ser a melhor na arte de fiar e tecer a lã.

Eram os deuses, com sua generosidade, que concediam às criaturas seus talentos e
habilidades, mas os mortais, com sua capacidade natural de esquecer as coisas, às vezes
cometiam a tolice de gabar-se de seus próprios feitos. Assim aconteceu a Aracne, que
deixou-se dominar pela vaidade e passou a vangloriar-se de sua habilidade como tecelã.
Até que um dia alguém veio lembrá-la de que ela era discípula de Atena. Atena (Minerva,
na mitologia romana) era filha de Zeus, e além de ser a deusa da Sabedoria ,era a deusa
que presidia as artes e os trabalhos manuais — a tecelagem inclusive. Aracne ficou
extremamente ofendida e, querendo provar sua independência e auto-suficiência, caiu na
fraqueza de afirmar que podia competir com Atena e seria capaz de derrotá-la na arte da
tecelagem.

Ao saber da presunção de Aracne, Atenas foi procurá-la disfarçada como uma anciã e pediu-
lhe que a escutasse, devido à experiência de sua idade avançada: “Busque entre os mortais
toda fama que desejar, mas reconheça a posição da deusa”. Porém, a famosa Aracne não
percebeu que se tratava de Atena e, além de zombar da anciã, reafirmou seu desafio: “Por
que motivo sua deusa está evitando competir comigo?”

Ao ouvir isto, Atenas apareceu em sua forma verdadeira, e todos se puseram a reverenciá-
la, exceto Aracne, que permaneceu impassível, pois o senso de poder que sua habilidade
lhe dava tornava-a ousada em excesso.

Atenas desafiou Aracne a provar que seria capaz de vencê-la e as duas deram início à
competição. Sentaram-se e começaram a tecer, cada qual procurando produzir a obra
vencedora.

Atena retratou a cidade de Atenas e os deuses em seus tronos, e entre os deuses a oliveira
que ela havia criado durante uma disputa com Posseidon e graças à qual foi proclamada a
protetora da cidade. Retratou também Niké, o símbolo da Vitória e nos quatro cantos da tela,
desenhou quatro cenas mostrando o que havia acontecido a alguns mortais que desafiaram
os deuses e em que eles acabaram sendo transformados.
Coroando o trabalho, Atena teceu uma grinalda de folhas de oliveira, que é até hoje um
símbolo de paz.

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Aracne, a perfeita tecelã, achou de retratar o maior de todos os deuses –Zeus — por ocasião
de suas conquistas amorosas. E então foi tecendo diversas cenas em que ele aparece
disfarçado ou toma a forma de um animal: Zeus, sob a forma de touro, arrebatando Europa;
sob a forma de águia, abordando Astéria; sob a forma de cisne, conquistando Leda; sob a
forma de sátiro, fazendo amor com Antíope; Zeus fazendo-se passar por Anfitríon para
seduzir Alcmene, mãe de Heraclés (Hércules); Zeus, o pastor que fez amor com Mnemosine,
mulher-titã; e, ainda, Zeus conquistando Egina, Deméter e Danae, disfarçado,
respectivamente, de chama, serpente e chuva de ouro. No afã de “tricotear” sua espantosa
obra, Aracne incluiu ainda os amores de Posseidon, Apolo, Dionísio e Cronos. E ao redor
de todas as cenas, teceu uma graciosa moldura de hera e flores entrelaçadas.

Tão perfeita foi a obra de Aracne que Atena não conseguiu encontrar nela a mínima falha.
Irritada, Atena rasgou a tecelagem em pedaços e golpeou Aracne na cabeça. Aracne ficou
muito triste e, em seu desespero, terminou tentando se enforcar. Atena, ao saber o que sua
cólera havia provocado, compadeceu-se de Aracne e transformou a corda que ela usara
para enforcar-se em uma teia. Em seguida, derramou sobre Aracne fluidos retirados das
ervas da deusa Hecate e transformou-a em uma aranha. Dessa forma, Aracne foi salva da
morte e, embora condenada a ficar dependurada em sua teia, a beleza de sua arte não
ficaria perdida para sempre neste mundo.

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