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FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE - FAVENI

ROSELAURA OLIVEIRA

A ARTETERAPIA COMO INSTRUMENTO BENÉFICO NA SAÚDE

AREIAS
2024
FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE - FAVENI

ROSELAURA OLIVEIRA

A ARTETERAPIA COMO INSTRUMENTO BENÉFICO NA SAÚDE

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito
parcial à obtenção do título
especialista em Arteterapia.

AREIAS

2024
A ARTETERAPIA COMO INSTRUMENTO BENÉFICO NA SAÚDE

Roselaura Coluna Ramos de Oliveira Autor1

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o
mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial
ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO- O presente artigo é para a reflexão do quanto é importante o uso da Arteterapia como
instrumento benéfico na saúde, ela auxilia o potencial de cura em várias dificuldades como:
psicomotoras, cognitivas e na maioria dos casos, conflitos emocionais.
Com base em estudos sobre esse tema, será abordado os benefícios que a Arteterapia proporciona em
pacientes em âmbitos da Psicologia e como ela se destaca como uma ferramenta importante no trabalho
do psicólogo possibilitando a humanização, promoção da saúde mental e comodidade para os pacientes.
O artigo vai mostrar que o principal objetivo da Arteterapia é a criatividade e o autoconhecimento e não o
aprendizado técnico e a produção de obras de arte pois a expressão artística revela a interioridade do
indivíduo, fala do modo de ser e como este se relaciona com o meio. A pesquisa é bibliográfica e está
embasada em livros, revistas e artigos disponíveis na internet.

PALAVRAS-CHAVE: Arteterapia, Autoconhecimento, Arte psicoterapia.

1
Roselaura_prof@hotmail.com
1 INTRODUÇÃO

Desde os primórdios da civilização que a arte tem função na vida das pessoas
sendo um dos fatores essenciais na humanização, desde o século 5 a.C., há registros
que provam a existência do uso da arte como uma forma de tratamento e de cura.
É possível afirmar que através da arte as pessoas conseguem expressar
sentimentos que não conseguiriam explicar através da fala. São diversas as formas
artísticas que podem ser usadas para o trabalho terapêutico como: escultura, pintura,
colagem entre outras.
Sendo assim o objetivo desse trabalho é destacar a importância da arteterapia
em conflitos advindos do adoecimento mental, pois segundo Philippini (2004), a
arteterapia é um dispositivo terapêutico que absorve saberes das diversas áreas do
conhecimento, constituindo-se como uma prática transdisciplinar, visando resgatar o
homem em sua integralidade através de processos de autoconhecimento e
transformação.
Um relatório produzido pelo Escritório Regional para a Europa da Organização
Mundial da Saúde concluiu que a arteterapia tem resultados positivos tanto na melhoria
da saúde mental como na saúde física, por meio da promoção de um hábito saudável
de cuidados.
Ela ajuda o desenvolvimento das crianças, a prevenir a piora de doenças,
pessoas com saúde mental comprometida ou com doenças diagnosticadas e pessoas
com desordens neurológicas e em cuidados paliativos (final da vida).
Sabendo que a dinâmica do processo psíquico se dá por meio de imagens
simbólicas é certo que o símbolo é o mecanismo que transforma a energia psíquica em
uma forma carregada de significados e emoções para o sujeito.
Na psicoterapia, o objetivo da arteterapia é explorar através do trabalho artístico
a comunicação e expressão de conteúdos inconscientes fazendo compreender melhor
os significados emocionais contidos nos símbolos e este processo conduz à
transformação.
No desenvolvimento desse artigo, como metodologia, adotou-se pesquisa
bibliográfica, fontes da internet e literatura sobre a temática.

2 HISTÓRICO DA ARTETERAPIA

A Arteterapia tem sua origem na Antroposofia de Rudolf Steiner, homem


considerado um ser espiritual onde através dos elementos (cor, forma, volume,
disposição espacial, etc.) na terapia artística, possibilita que a pessoa vivencie os
arquétipos da criação, ou seja, reconecte-se com as leis que são inerentes a sua
natureza, como isso, traz um contato com a essência criadora de cada um.
Entre 1876 a 1906, a arte era utilizada por criminalistas e psiquiatras para
diagnóstico de doenças mentais. As motivações inconscientes abalaram a visão
tradicional da época. Freud, de 1906 a 1913, aponta a comunicação simbólica como
função catártica.
Na década de XX, Jung começa a utilizar a arte como parte do tratamento
psicoterápico; as imagens representavam uma simbolização do inconsciente pessoal e
muitas vezes, o inconsciente coletivo, decorrente da cultura humana nas diversas
civilizações, onde analisou culturas e mitologias.
Na década de 40, nos Estados Unidos, Margareth Naumburg sistematiza a
arteterapia dando impulso ao uso das artes no processo terapêutico, com ênfase em
trabalhos corporais, tendo em vista a emergência de um público diferenciado do pós-
guerra, suprindo as práticas convencionais existentes. Nesta época, a arteterapia já
estava sendo difundida na Europa nos hospitais gerais, em comitês e conferências,
sendo oficializado o curso de graduação e pós-graduação em 1980.
No Brasil, em 1923 Osório César, interno do Hospital Juquerí no Rio de
Janeiro, começa a desenvolver estudos sobre artes dos alienados. Em 1925 foi criada a
escola livre de artes plásticas neste hospital. Nise da Silveira, em 1946, inclui oficinas
de arte na seção de terapia ocupacional no Centro Psiquiátrico D.Pedro II. Em 1952, é
criado o Museu do Inconsciente.
Em 1956, Nise da Silveira participa do Congresso em Zurique a convite de
C.G.Jung levando uma enorme quantidade de trabalhos dos internos. Em torno de
1970, foi ministrado o primeiro curso de arteterapia na PUC por um norte-americano.
Nise da Silveira em 1981, escreve seu livro "Imagens do Inconsciente". O primeiro
curso de pós-graduação em arteterapia no Rio de Janeiro ocorreu em 1996.
Em outubro de 1999, foi criada a Associação de Arteterapia no Rio de Janeiro.

3 RECURSOS DE MATERIAIS ARTÍSTICOS TERAPÊUTICOS

Recursos artísticos e expressivos são utilizados com a finalidade de estimular o


indivíduo a se expressar livremente, dando asas à sua imaginação e à sua criatividade,
pois será por intermédio dessas atividades, que o cliente manifestará seus sentimentos,
pensamentos, desejos, fantasias e emoções, descobrindo aspectos de sua
personalidade – que antes eram desconhecidos – e graças a estes recursos artísticos,
o indivíduo consegue dar forma ao que antes estava no inconsciente.
O tipo de material escolhido contribui para que a mensagem visual se complete,
cada pessoa se sentirá mais identificada com um ou outro material, apresentando certa
resistência ou não, e aceitando outros.
Ao escolher um material, é importante observar suas propriedades terapêuticas,
se o material oferecido no fazer artístico está proporcionando um tipo de experiência
psíquica equivalente, ou seja, se está refletindo o que está acontecendo na vida da
pessoa naquele momento.
Entre uma infinidade de recursos que podem ser utilizados estão:
-Modelagem: modelar envolve a participação ativa em experiências sensoriais-táteis-
motoras; envolve a manipulação e movimento concreto. Ao amassar e mudar, a pessoa
impelida pela plasticidade do material vai dando forma a imagens, que emergem do seu
inconsciente.
- Escultura: esculpir é um processo que envolve a tridimensionalidade, e projetar uma
obra tridimensional requer primeiro a construção de dois esboços bidimensionais que
permitam uma reflexão sobre os diferentes ângulos. Quanto ao valor terapêutico da
escultura, está relacionada a qualidade de retirar excessos e camadas até chegar a
própria essência. O ato de retirar excessos, traz alívio de angústias, além de ser um
processo catártico, porque a pessoa está quebrando, batendo com força com o martelo
e instrumentos específicos.
- Colagem: a colagem aprimora o sentido do tato, coordenação, pode ser utilizada como
experiência sensorial e também como manifestação emocional, também trabalhar
questões relacionadas à esfera intelectual e cognitiva.
-Sucata: O manuseio com sucata estimula a criação, imaginação e a criatividade,
transformando um material em desuso em algo novo, emocionalmente, transformando-
se em novas formas de ver o mundo e de viver.
-Tecelagem: O trabalho manual é de grande valia, muitas técnicas utilizam fios, como
por exemplo o bordado, a tapeçaria, tecelagem, tricô e crochê, desenvolvendo aptidões
e capacidades, tais como: atenção concentrada, memorização, coordenação motora,
percepção espacial e paciência.
No trabalho com arte-terapia alguns profissionais também vêm incluindo técnicas
de relaxamento, meditação e visualização criativa com o objetivo de proporcionar ao
indivíduo um estado de interiorização e centramento, rebaixando assim a censura do
ego.

4 DESENVOLVIMENTO:

Os objetivos da Arteterapia, na visão Junguiana, são o de apoiar e o de gerar


instrumentos apropriados, para que a energia psíquica forme símbolos em variadas
produções, o que ativa a comunicação entre o inconsciente e o consciente (Philippini,
2000).
O papel do profissional arteterapeuta é utilizar a arte como meio de expressão e
comunicação para promover o bem estar emocional, mental e social dos indivíduos
podendo se utilizar de terapias por meio de desenhos, modelagem, musicoterapia,
pintura, movimento e dança, dramatização, escrita criativa, contação de histórias e
construção/sucata.
A atividade com dramatização pode ser chamada de psicodrama, de
conformidade com Cibreiros e Oliveira (2010), a dramatização foi a estratégia instituída
para a coleta de dados e baseou-se na brincadeira de faz de conta, na qual a criança
desenvolve atividades de simulação. Em outras palavras, a dramatização é uma técnica
teatral, o paciente vai receber o papel de alguém, pode ser médico, mãe, professora,
entre outros. Quando assumir esse papel, dramatiza um comportamento característico
do papel encarnado, sendo assim o paciente adquire o entendimento de cada um dos
papéis presentes na sua situação sociocultural.
Em “Arte e saúde mental: caminhos paralelos” Santos (2008) trata da
importância da arte na vida dos indivíduos, abordando diversos tipos de manifestações
artísticas e seus efeitos terapêuticos na Saúde Mental, trazendo a utilização da arte
como intervenção, um novo olhar sobre a loucura, como a dança, que a partir de seus
movimentos, é utilizada como um recurso expressivo através do qual proporciona a
tomada de consciência corporal possibilitando ao indivíduo a compreensão de sua
existência e sua relação com o mundo.
O ato de produzir artisticamente é o instante onde a mente se liberta, é onde
ela tem total liberdade de expressão, poder ir e vir para onde quiser. É por isso que a
arte é considerada de total importância, é onde as pessoas buscam um refúgio, um
acalanto para a vida corrida e agitada em que se vive.
Quando Leonardo da Vinci escreveu que a “pintura é coisa mental”, ele
afirmava em primeiro lugar que sua arte não era uma arte mecânica, isto é,
meramente manual, tal como era então classificada. Para ele, o uso das mãos não
era suficiente para reduzi-la à esfera mecânica, já que a pintura, por causa da
perspectiva, do sombreado e demais aspectos, possuía questões racionalmente
inteligíveis que justificavam uma mudança de patamar. Ela devia ser pensada como
uma das chamadas artes liberais em que o intelecto possuía um peso decisivo
(COCCHIARALE, 2006, p. 19).
No mundo atual podemos dizer que a arteterapia tornou-se um refúgio, pois
Friedrich Nietzsche (2020) já dizia: “A arte existe para que a verdade não nos destrua”.
Nossa atualidade nos bombardeia diariamente com inúmeras informações, pois não
conseguimos absorver tudo, e dessa maneira temos muita informação e pouco
conhecimento.
.
5 CONCLUSÃO

Conclui-se que a arteterapia é uma abordagem terapêutica valiosa e única, com


um papel importante no campo da saúde mental e se destaca como uma ferramenta
importante no trabalho do psicólogo possibilitando a humanização, promoção da saúde
mental e comodidade para os pacientes.

3 REFERÊNCIAS

COCCHIARALE, F. Quem tem Medo da Arte Contemporânea? Recife: Fundação


Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2006.
CIBREIROS, Sylvia Alves; OLIVEIRA, Isabel Cristina dos Santos. A
dramatização no espaço hospitalar: uma estratégia de pesquisa com crianças. Esc.
Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p. 165-170, mar. 2010. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452010000100024.
Acesso em: 30 de out. 2019.
NIETZSCHE F. Friedrich Nietzsche. Disponível em:
https://www.escritas.org/pt/friedrich-nietzsche. Acesso em 22 de maio de 2020.
PHILIPPINI, A. Cartografias da coragem. Rotas em Arteterapia. Rio de Janeiro:
Pomar, 2000.
PHILIPPINI, Ângela. Transdisciplinaridade e arteterapia. In: Ornazzano G.,
organizadora. Questões de arteterapia. Passo Fundo: UPF; 2004.
SANTOS, Paula Fernanda F. A. Arte e saúde mental: caminhos paralelos.
2008.
https://www.ip.usp.br/site/noticia/arteterapia-produz-efeitos-positivos-no-
tratamento-de-doencas-mentais-e-fisicas/

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