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Introdução

A Arteterapia é uma abordagem que transcende a propriedade de qualquer campo específico,


desafiando a ideia de que saúde e doença pertencem a áreas distintas, como a saúde pública e
a medicina. Ela se baseia na expressão artística como instrumento terapêutico, aliviando ou
curando indivíduos por meio do processo criativo. Essa prática cuida do ser humano em sua
essência, integrando aspectos neurológicos, cognitivos, afetivos e emocionais, contribuindo
para o diagnóstico e a saúde mental. No entanto, é importante distinguir a Arteterapia de
outras práticas artísticas e terapêuticas, como a Terapia Ocupacional, e enfatizar a necessidade
de formação especializada para se tornar um arteterapeuta.

A Arteterapia é fundamentada em diversos modelos teóricos, mas encontra sua base mais
abrangente na psicologia junguiana, que reconhece a atividade simbólica da alma como
fundamental para a saúde mental. Essa abordagem utiliza a expressão artística como uma
ferramenta terapêutica poderosa, permitindo que os indivíduos expressem seus sentimentos e
percepções, liberando tensões e bloqueios psicológicos. Através da criação de símbolos e do
contato com o inconsciente, a Arteterapia promove o autoconhecimento, a transformação
pessoal e a comunicação simbólica. Além disso, busca-se a incorporação dessa abordagem na
rede de Saúde Pública, reconhecendo seu potencial valor epistemológico e seu papel na
promoção do bem-estar emocional e da saúde mental.

A Arteterapia abrange uma ampla gama de experiências humanas, incluindo percepções,


movimentos, simbolismo e emoções, tornando-se uma ferramenta valiosa para abordar
diversos problemas em todas as faixas etárias e estratos da população, especialmente na área
de Saúde Mental. A prática remonta a tempos antigos, desde as pinturas rupestres até a
Grécia antiga, onde a arte era vista como uma cura para a alma. No século 20, nomes como
Jung e Freud exploraram a relação entre a expressão artística e os processos psicológicos. A
Arteterapia formalizou-se nos Estados Unidos na década de 40 e floresceu no Brasil com
pioneiros como Osório César e Nise da Silveira. Hoje, a Arteterapia é uma profissão
reconhecida, com associações e cursos de formação em todo o mundo, fornecendo uma
abordagem terapêutica sistêmica que ajuda indivíduos a expressar emoções, melhorar
relacionamentos e ressignificar suas vidas através de várias modalidades artísticas, como
desenho, pintura, escultura e teatro.

A Arteterapia desafia a visão cartesiana predominante na medicina, que separa corpo e mente,
oferecendo uma perspectiva sistêmica que auxilia na compreensão e elaboração de conteúdos
emocionais ao longo da vida. É particularmente benéfica para aqueles com dificuldades de
comunicação verbal, como indivíduos com problemas emocionais, distúrbios alimentares,
dependência de drogas ou deficiências físicas ou mentais. Através de técnicas e materiais
artísticos, a Arteterapia ajuda os indivíduos a expressar medos e necessidades profundamente
enraizados, muitas vezes ocultos. Além disso, promove a redescoberta da criatividade e o
resgate do lado lúdico da infância. No contexto da Saúde Mental, a Arteterapia oferece
possibilidades terapêuticas significativas, ajudando as pessoas a reconhecer seus problemas e
construir uma existência mais gratificante por meio da expressão artística.

Fundamentação Teórica e Aplicações

A Arteterapia é uma modalidade terapêutica que encontra sua fundamentação principalmente


na Psicanálise, especialmente nas abordagens de Jung e Winnicott. Carl Gustav Jung descreve
a Arteterapia como uma maneira de acessar o inconsciente do indivíduo por meio de símbolos
e imagens, que são traduzidos e trabalhados por essa terapia, revelando aspectos que não
podem ser alcançados pela razão. Enquanto isso, a Medicina inicialmente via o inconsciente
como a ausência de consciência, mas Freud o definiu como um conjunto de processos
dinâmicos que só podem ser compreendidos por meio de linguagem simbólica. Jung expandiu
o conceito, diferenciando o inconsciente pessoal do coletivo, composto por arquétipos. Essas
abordagens reforçam a importância da Arte na Saúde Mental, destacando a conexão entre
Arte e Ciência na expressão e compreensão do pensamento humano.

O relacionamento entre Arte e Ciência é visto como uma forma de dar expressão ao
pensamento humano, compartilhando a curiosidade como força motriz em ambos os campos.
Mesmo que aparentemente distintos, a arte e a ciência têm gerado projetos criativos, como
imagens de tomografia pintadas a óleo e neurônios que monitoram robôs desenhistas. Além
disso, observa-se que o cérebro reage de maneira semelhante diante da arte, de uma conversa
interessante e do rosto de uma modelo. Esses pontos de vista reforçam a ideia de que a Arte
desempenha um papel significativo na Saúde Mental, contribuindo para a fundamentação
teórica de sua utilização terapêutica.

A Arteterapia e o Inconsciente

A psiquiatra brasileira Dra. Nise da Silveira destacou a importância da arte e da imaginação na


compreensão do inconsciente, considerando o inconsciente como um vasto oceano de onde
emergem imagens significativas. Ela preferia aprender com a literatura do que com a
psiquiatria tradicional, enfatizando a relevância das imagens, fantasias e delírios na psicologia
junguiana em comparação com a abordagem de Freud. O trabalho terapêutico de Dra. Nise
transformou pacientes psiquiátricos em artistas plásticos, enfatizando o uso do afeto como
uma ferramenta para ajudar indivíduos a reconstruir a unidade de seu Self. Ela via na
Arteterapia sua principal abordagem de tratamento em Saúde Mental, permitindo que os
pacientes se expressassem através da pintura e do processo de organização individual, com o
auxílio do arteterapeuta.

Apesar do crescimento da Arteterapia no Brasil nos últimos anos, sua aceitação como uma
intervenção terapêutica ainda é um processo em evolução. Os desafios incluem o
reconhecimento de seu valor na prática clínica e no desenvolvimento pessoal, bem como a
necessidade de especialização profissional devido à natureza original e improvisada de suas
metodologias. Isso evidencia que, embora tenha ganhado espaço, a Arteterapia ainda está em
um estágio de maturação em termos de aceitação e aplicação generalizada.

A Arteterapia no resgate da sensibilidade

Este artigo aborda a importância da Arteterapia na reconexão com a sensibilidade e a sua


função como um elo significativo para o indivíduo. O texto começa com uma análise histórica
da Arteterapia, destacando o pioneirismo da Dra. Nise da Silveira no Rio de Janeiro, cujo
trabalho levou ao reconhecimento da Arteterapia por meio de um decreto presidencial em
1961. Esse decreto estabeleceu planos de ação para formar profissionais em terapia
ocupacional, supervisionar atividades terapêuticas e manter um museu de obras plásticas para
estudos e pesquisas. O artigo também menciona a evolução da prática de Arteterapia, que
inicialmente se baseou em técnicas de terapia ocupacional, mas posteriormente se concentrou
mais na arte como meio de expressão e transformação.

Nise da Silveira enfatizou o processo criativo sobre o resultado estético e desenvolveu suas
técnicas de Arteterapia por meio de experimentação e improvisação, contribuindo
significativamente para o campo no Brasil. Ela documentou sua abordagem de maneira mais
científica em 1947, estabelecendo um sistema de encaminhamento e atendimento. O texto
destaca a importância de médicos psiquiatras no encaminhamento de pacientes e na
observação de seu progresso. Apesar dos avanços, o campo da Arteterapia ainda enfrenta
desafios conceituais e práticos, e gradualmente busca novas formas de aplicação para atender
às necessidades de integração e desenvolvimento da personalidade do indivíduo.

A Arteterapia no tratamento de sofrimento na área afetiva, transtornos mentais graves e


manifestações psicossomáticas

O artigo destaca a importância da Arteterapia no tratamento de demandas em Saúde Mental e


propõe a reestruturação do modelo de atendimento e acolhimento dos indivíduos na clínica.
Ele menciona um programa de extensão da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES),
chamado "Cada Doido com Sua Mania", que busca criar uma clínica pública de qualidade e
gratuita, com foco na inclusão da Arteterapia. O programa, iniciado em 1984, utiliza técnicas
artísticas, como contos, mosaicos, pintura, desenho, modelagem e música, como veículos para
expressar questões emocionais e inconscientes, promovendo a Saúde Mental e a
transformação dos participantes. A Arteterapia é vista como um instrumento importante na
abordagem clínica que contempla a humanidade dos indivíduos e ajuda os profissionais de
Saúde Mental a lidar com seus próprios desafios, promovendo mudanças éticas em suas
práticas.

O artigo enfatiza que a Arteterapia contribui para uma abordagem clínica mais criativa e
humanizada, promovendo a integralização do tratamento clínico. Ele ressalta a importância de
os profissionais de saúde mental questionarem constantemente suas técnicas e estarem
dispostos a fazer mudanças em sua prática para atender às necessidades dos usuários do
serviço. O texto também cita uma citação de Jung que destaca a importância do
desenvolvimento pessoal do profissional de saúde para melhor atender aos indivíduos.
Portanto, a Arteterapia é vista como uma ferramenta fundamental na promoção da saúde
mental e na ampliação do tratamento, beneficiando não apenas os pacientes, mas também
suas famílias e os próprios profissionais de saúde mental.

A Arteterapia Integrativa

Este artigo aborda a necessidade de ampliar o papel da escola para além do ensino tradicional,
envolvendo não apenas os alunos, mas também suas famílias e a comunidade em que está
inserida. Ele destaca a versatilidade da Arteterapia como uma abordagem terapêutica que
pode ser aplicada não apenas em consultórios, mas também em contextos educacionais e
comunitários. A Arteterapia é descrita como uma ferramenta que utiliza diversas formas de
expressão artística, como artes plásticas, música e dramatização, para promover o
autoconhecimento, o desenvolvimento pessoal e a interação grupal. Além disso, o artigo
enfatiza a importância da relação dinâmica entre terapeuta e paciente na Arteterapia.

No contexto escolar, o texto destaca o papel da arte como um elemento agregador que
estimula tanto os aspectos racionais quanto os criativos dos alunos. São apresentados
exemplos práticos de atividades, como a hora do conto, que são usadas na Arteterapia
integrativa para resgatar a autoimagem de alunos com dificuldades de leitura e escrita. Essas
atividades promovem a participação ativa dos alunos como autores e coautores, contribuindo
para o desenvolvimento de sua psique e, em última análise, para a formação de sujeitos
autônomos e confiantes.
A Arteterapia na Terceira Idade

A Arteterapia é uma abordagem terapêutica que oferece benefícios significativos para o bem-
estar e a qualidade de vida na terceira idade, além de tratar problemas físicos, ela também
aborda questões emocionais, como depressão e doenças degenerativas como a Síndrome de
Alzheimer. O artigo "Um novo paradigma para tratamento do público asilar na terceira idade"
destaca uma experiência que utiliza recursos expressivos, como aromas, na Arteterapia, com
resultados positivos no tratamento de várias patologias da terceira idade. Embora esses
métodos tenham ganhado respaldo científico, ainda há resistência em alguns setores
acadêmicos em aceitar esses novos paradigmas que revolucionaram diversos campos do
conhecimento.

No Brasil, o envelhecimento da população trouxe desafios relacionados à falta de estrutura e


recursos para atender adequadamente as necessidades dessa faixa etária. Problemas de saúde
como doenças degenerativas, perda de memória e sintomas da depressão são frequentes
entre os idosos, e o artigo sugere que o sistema límbico profundo está relacionado a esses
problemas. A combinação de medicamentos com técnicas de Arteterapia demonstrou
resultados promissores, como visto em experiências com idosas no Rio de Janeiro. A
criatividade e a expressão artística provaram ser eficazes na melhoria do sistema cognitivo e
motor, ressaltando o potencial humano para superar desafios e transcender obstáculos na
terceira idade.

Arteterapia e Loucura

A psique humana, segundo Jung, compreende três esferas: a consciência, que orienta o
indivíduo no tempo e espaço; o inconsciente pessoal, onde estão os conteúdos reprimidos; e o
inconsciente coletivo, que abriga os arquétipos. Santos (2008) destaca a importância da arte
na saúde mental, explorando sua utilização terapêutica, como na dança, que promove a
consciência corporal, e nos Objetos Relacionais, que auxiliam no tratamento de pessoas
psicóticas. O teatro, também usado na Arteterapia, permite a expressão emocional e a
exploração interna, buscando a saúde mental através da criatividade. A autora enfatiza que a
experiência artística conduz à descoberta interior, tornando o sujeito ativo em seu próprio
tratamento.

A utilização da arte na saúde mental se baseia na criatividade, que rompe com padrões
repetitivos, permitindo uma apreensão mais ampla do mundo. Através da Arteterapia, o
paciente se torna um agente ativo, não apenas um espectador passivo. A dança e os Objetos
Relacionais são ferramentas terapêuticas que auxiliam na compreensão de si mesmo e na
superação do sofrimento psicótico. O teatro, segundo Nise da Silveira, facilita o acesso aos
conteúdos internos dos esquizofrênicos, promovendo saúde e bem-estar mental. A arte, em
todas as suas formas, proporciona a expressão das emoções e ideias, desempenhando um
papel fundamental na vida de todos os indivíduos.

A função Social da Arteterapia

No projeto de extensão realizado pelo Centro Universitário Feevale em Novo Hamburgo/RS, as


psicólogas Wosiack e Weinreb (2007) introduzem a Arteterapia como uma ferramenta que
utiliza diversas formas de arte em diferentes contextos para promover uma melhor
compreensão do indivíduo e sua reintegração na sociedade. A Arteterapia é vista como um
meio de expressão por meio de símbolos, desvendando os mistérios do inconsciente individual
e coletivo, e é considerada um instrumento de melhoria na qualidade de vida dos
participantes. O artigo destaca a função social da Arteterapia na expressão, compreensão e
recriação da realidade, bem como sua função psicológica ao organizar elementos internos, e
enfatiza a importância da criatividade como parte fundamental do processo terapêutico,
permitindo o contato com o inconsciente.

Além disso, as autoras propõem o uso da arte como meio de estimular a cura e destacam a
necessidade de reconhecer que o intelecto não é a única via para o conhecimento,
defendendo a inclusão de sentimentos, emoções e ações diárias no processo de aprendizado e
conhecimento. Elas argumentam que isso pode levar à concretização de um novo paradigma
onde todos têm direito à felicidade, prazer e harmonia.

Arteterapia na Clínica de Pediatria em Hospital Público

A prática de tratar as pessoas no sistema hospitalar como se fossem apenas a manifestação de


sua doença é comum, mas é essencial reconhecer o sujeito por trás da patologia. Nise de
Silveira exemplifica isso ao se dirigir aos pacientes pelo nome, humanizando o cuidado. Isso é
particularmente importante quando se trata de crianças hospitalizadas, pois a infância é uma
fase de expressão e criatividade. A Arteterapia desempenha um papel crucial no pré-
operatório, oferecendo às crianças a oportunidade de se expressarem e lidarem com suas
emoções, afastando a ansiedade e o desconforto da hospitalização. As sessões envolvem uma
variedade de atividades artísticas terapêuticas, como desenho, pintura, modelagem e
dramatização, promovendo a expressão não verbal das crianças e ajudando a restaurar seu
equilíbrio psíquico.

Além disso, a Arteterapia também beneficia os cuidadores, que estão em uma situação
emocionalmente desafiadora, contribuindo para sua recuperação emocional no pós-
operatório. Isso reflete a importância de considerar a saúde mental e emocional de todos os
envolvidos no ambiente hospitalar e reconhecer que, mesmo diante da doença, o "Self" das
pessoas permanece saudável, e a Arteterapia ajuda a resgatar essa parte saudável,
promovendo a liberdade interior.

Arteterapia com Adolescentes

O artigo "Aspectos transformadores da construção em Arteterapia com adolescentes" de


Valladares e Novato (2001) explora a aplicação da Arteterapia em adolescentes, um período
caracterizado por conflitos e mudanças tanto físicas quanto emocionais. O estudo envolveu
três adolescentes de idades entre 13 e 16 anos, visando auxiliá-los em seu desenvolvimento
por meio da expressão artística. Durante o processo, os participantes tiveram acesso a uma
variedade de materiais e técnicas, incluindo pintura, colagem e expressão corporal, que
facilitaram a manifestação de símbolos e a compreensão de conteúdos inconscientes,
resultando em benefícios simbólicos e comportamentais, como a redução da ansiedade e
insegurança, bem como uma melhoria nas relações interpessoais.

Em resumo, o estudo destacou a eficácia da Arteterapia da construção como uma ferramenta


terapêutica para adolescentes, ajudando-os a explorar seu mundo interior, desenvolver
habilidades criativas e lidar com as complexidades da adolescência, promovendo uma
evolução positiva em seus comportamentos e relacionamentos.

Arteterapia para Gestantes

Os artigos de Vaisberg e Ornellas Pereira são notáveis contribuições para a pesquisa em saúde
mental, especialmente na perspectiva winnicottiana. No primeiro, Vaisberg et al. (2001)
exploram a utilização do tricô como uma ferramenta terapêutica para gestantes, promovendo
um vínculo entre a mãe e o bebê em desenvolvimento, conforme a teoria de Winnicott sobre a
criatividade primária. Isso ocorre ao proporcionar um ambiente adequado para a gestante,
permitindo-lhe acolher emocionalmente a vida em seu útero através da manufatura de roupas
para o bebê. Por outro lado, Ornellas Pereira adota uma abordagem semelhante ao aplicar a
tradição japonesa do Ikebana em sua oficina de arranjos de flores, como parte do tratamento
em Saúde Mental. Esta abordagem, baseada na teoria winnicottiana, envolve a construção
individual de vasos a partir de materiais reciclados e a criação de arranjos florais,
proporcionando uma plataforma para a expressão de sentimentos e a resolução de conflitos
latentes, enquanto promove a interação entre os participantes do grupo. Ambos os artigos
destacam a importância de um ambiente adequado para o bem-estar emocional e a
criatividade primária.

Resultados e discussão

Neste capítulo, apresenta-se uma análise da entrevista com a arteterapeuta Ana Alice Nabas
Francisquetti, responsável pela implantação da Arteterapia na Associação de Assistência à
Criança Deficiente (A.A.C.D.) em São Paulo. A entrevista, realizada em 2007, foi conduzida sob
o método da história oral e focalizou o desenvolvimento do serviço de Arteterapia na
instituição.

A A.A.C.D., fundada em 1955 por Renato Bonfim, inicialmente como um centro de reabilitação
em São Paulo, expandiu-se para diversas cidades. A pesquisa se concentra na história oral do
serviço de Arteterapia, cuja análise é considerada desnecessária, uma vez que a transcrição da
entrevista atende aos objetivos, incluindo a formulação de políticas públicas.

Ana Alice Francisquetti é uma arteterapeuta formada em 1992, que utiliza o termo "Arte-
reabilitação" para descrever seu trabalho na A.A.C.D. A Arteterapia é vista como uma
ferramenta ampla que aborda aspectos físicos, motores, perceptivos, emocionais e tônicos das
crianças atendidas, frequentemente auxiliada por terapeutas ocupacionais na adaptação de
instrumentos.

As sessões ocorrem em grupos pequenos, geralmente com a colaboração de estagiárias e


voluntárias. As arteterapeutas passam por supervisão de Francisquetti e trabalham com uma
variedade de atividades artísticas, incluindo desenhos, pinturas e modelagem. Os desenhos
também são usados para diagnóstico neurológico.

Mais de 14 mil atendimentos são realizados anualmente, com foco em crianças, adolescentes
e adultos. A triagem determina isenções de pagamento. Francisquetti sugere a expansão da
Arteterapia para o Sistema Único de Saúde (SUS) e escolas municipais, estaduais e federais,
enfatizando a importância da inclusão.

A entrevista também destaca a importância da Arteterapia na humanização hospitalar,


envolvendo pacientes, familiares e pessoal de saúde. Além disso, é mencionado como a arte
pode contribuir para a melhoria da autoestima e qualidade de vida, especialmente para
pessoas com deficiências motoras. O aspecto integral da saúde mental e física é enfatizado,
enquanto se sublinha a necessidade de não fragmentar a abordagem médica atual.

Francisquetti é autora de um livro sobre Arte Medicina e tem artigos publicados em "Percursos
em Arteterapia", onde ilustra seu trabalho com desenhos de pacientes e instrumentos criados
por ela. A pesquisa conclui com uma visita a uma sessão de Arteterapia na A.A.C.D.,
destacando a avaliação contínua realizada por uma equipe multidisciplinar.

Considerações finais

A Arteterapia é uma abordagem terapêutica que se baseia na integração das áreas de arte,
saúde e educação para promover a saúde mental e o bem-estar das pessoas. Ela pode ser
aplicada de forma individual ou em grupos e é utilizada em uma variedade de contextos,
abrangendo prevenção, recuperação e manutenção da saúde. Através da expressão artística, a
Arteterapia ajuda os indivíduos a explorarem e compreenderem suas emoções, tornando-as
visíveis. Essa abordagem tem um alcance amplo, atendendo diferentes populações, como
gestantes, idosos e pessoas com patologias. Suas contribuições incluem a redução de custos na
saúde pública, o tratamento da saúde mental e a promoção da qualidade de vida daqueles que
participam do processo terapêutico. Dessa forma, a Arteterapia desempenha um papel
relevante na promoção da saúde integral.

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