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História e

regulamentação da
Arteterapia
Profa. Me. Rejane Ap. M. Kobori
Profa. Me. Rejane Ap. M.
Kobori

Mestra em Ciências da Educação - USP

Graduada em Pedagogia (Licenciatura Plena) e


Educação Artística (Licenciatura)

Endereço do currículo Lattes:


http://lattes.cnpq.br/9967055102311980
Histórico da Arteterapia
• As teorias de Jung e Freud nas décadas de 20 e
30, ampliaram os estudos para o
desenvolvimento da Arteterapia. Tais concepções
afirmavam que a partir de uma obra de arte
haviam manifestações do inconsciente do artista,
sendo uma manifestação simbólica, através da
Arte, o sujeito pode expressar seu inconsciente,
sem se limitar à censura social ou mesmo através
de palavras, o seu sentimento mais profundo.
• Apesar de sua grande influência, Freud não
conseguiu utilizar a arte no processo
psicoterapêutico, somente Jung (1875-1961) que
conseguiu utilizar a partir dos estudos de Freud a
linguagem da arte associada à psicoterapia.
Início da Arteterapia
• Jung utilizou o desenho e a pintura
livre onde o paciente, através da arte,
poderia expressar os sonhos,
revelando os sentimentos e situações
de conflitos.
• Jung utilizava o desenho livre para
facilitar a interação verbal com o
paciente e porque acreditava na “
possibilidade de o homem organizar
seu caos interior utilizando-se da arte”
(ANDRADE, 2000 apud REIS, 2014,
p. 12).
Arteterapia
O uso da arte como recurso terapêutico foi ganhando seu espaço e com a
educadora Margareth Naumburg (1890-1983), norte-americana, sistematizou
o uso desse instrumento. Em 1941, desenvolveu um trabalho de
ARTETERAPIA de Orientação Dinâmica, com base na teoria psicanalítica,
com a proposta de facilitar a representação de conflitos do inconsciente.

No Brasil, a arteterapia inicia na primeira metade do século passado, com


fundamentos da psiquiatria psicanalítica e Junguiana. Seus maiores
representantes foram:
Osório Cesar (1895-1979) e Nise da Silveira (1905-1999), que trouxeram
uma nova vertente aos tratamentos bem menos agressivos que eram
utilizados na época (eletrochoque, isolamento), aproveitando da arte para
acessar o inconsciente.
Dr. Osório César – Arteterapia como Instrumento

Osório César em 1923, era estudante interno no hospital Psiquiátrico


(Juqueri) em Franco da Rocha. Em 1925, trabalhou nessa instituição por 40
anos e criou a Escola Livre de Artes Plásticas.
Em 1948, organizou uma exposição de Arte dos pacientes do Hospital do
Juqueri, realizada no Museu de Arte de São Paulo. Publicou em 1929 sua
obra “A Expressão Artística nos Alienados”, de maneira a representar seu
método de classificação e análise dos pacientes partindo de suas obras, foi
o início da formação do campo da Psicologia da arte no Brasil,
representando a leitura freudiana da arte.
Nise da Silveira - contribuições na Arteterapia

• Nise da Silveira (psiquiatra) – Centro Psiquiátrico D. Pedro


II ( Rio de Janeiro), trabalhou em 1946 na seção de
Terapia Ocupacional, onde utilizava de várias linguagens
da Arte, principalmente a pintura e modelagem, atribuindo
nova orientação em que a terapia não era meramente
para distrair, mas sim para contribuir para cura de
pacientes.
• Criou nessa mesma Instituição (1952) o Museu de
Imagens do Inconsciente, contribuindo com um acervo de
mais de 300.000 documentos, auxiliando novos
pesquisadores nesse campo de estudo. Em seu livro O
Mundo Das Imagens (2001), ela narra seu método e traz
exemplos de análise de algumas obras, contribuindo para
o processo terapêutico com uma leitura junguiana.
Regulamentação da Arteterapia

• 1960 - A arteterapia no Brasil teve início como Curso Livre;


• 1990 - Primeira Formação de Arteterapia e a 1ª Associação;
• 2006 - Foi fundada a União Brasileira de Associações de Arteterapia;
• 2013 - Foi categorizada na Associação Brasileira de Ocupações no Ministério do
Trabalho;
• 2017 - Inserida sobre as práticas complementares: Ministério da Saúde, Portaria
849/2017;
• 2015 - Votação no congresso para regulamentação da Profissão;
• A Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara aprovou o
Projeto de Lei nº 3416/15, que regulamenta a profissão de Arteterapeuta - Pelo
texto aprovado, é de competência do arteterapeuta coordenar e dirigir cursos de
graduação em Arteterapia e demais cursos de educação e saúde em instituições
públicas e privadas.
Arteterapia - Cursos
• No âmbito formal, a arteterapia é um ofício regularizado pela UBAAT – União Brasileira
de Associações de Arteterapia, com habilitação através de cursos de pós-graduação
com mínimo de 520 horas. A arteterapia está registrada no CBO – Classificação
Brasileira de Ocupações, código 2263 (profissionais de terapias criativas e
equoterapias).
• Arteterapia é bastante eficaz para tratar questões de saúde e bem-estar ligadas ao
emocional, tais como problemas de auto estima, depressão, relacionamentos
disfuncionais, ansiedade nos períodos de mudança de hábitos e comportamentos, e
como auxiliar em processos e procedimentos traumáticos, entre outros.
• Recentemente foi inserida no SUS em âmbito nacional pela Portaria n° 145/2017 (desta
forma, podendo receber financiamento do Ministério da Saúde por meio do Piso de
Atenção Básica – PAC – de cada município, em atenção às orientações da Organização
Mundial da Saúde, que incentiva os países a inserir tais práticas em seus sistemas de
saúde).
Arteterapia

• Hoje a arteterapia não está mais restrita aos consultórios, revelando-se um valioso
instrumento para intervenções também nas áreas da Psicologia social, escolar,
organizacional, da saúde e hospitalar.
• A arte é um poderoso canal de expressão da subjetividade humana, que permite ao
psicólogo e a seu cliente, seja ele um indivíduo, seja um grupo, acessar conteúdos
emocionais e retrabalhá-los através da própria atividade artística. Uma grande
diversidade de temas, desde traumas e conflitos emocionais, aspectos das
relações interpessoais em um grupo, expectativas profissionais, gênero e
sexualidade, identidade pessoal e coletiva, entre outros, podem ser abordados pelo
psicólogo através da arte.
• Ela é uma ferramenta que amplia as possibilidades de expressão, indo além da
abordagem tradicional, que é baseada na linguagem verbal (REIS, 2014)

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