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ALUNA: THAISE CRISTINA GOMES AZEVEDO

CURSO: ARTETERAPIA

DISCIPLINA: LINGUAGENS E PRÁTICAS EM ARTETERAPIA

LINGUAGENS E EXPRESSÕES EM ARTETERAPIA

Embora possa ser desenvolvida a partir de diferentes referenciais


teóricos, a arteterapia se define em todos eles por um ponto em comum: o uso
da arte como meio à expressão da subjetividade. Sua noção central é que a
linguagem artística reflete (em muitos casos melhor do que a verbal) nossas
experiências interiores, proporcionando uma ampliação da consciência acerca
dos fenômenos subjetivos. Liomar Quinto Andrade, que é psicólogo clínico e
autor do livro Terapias Expressivas, publicação oriunda de sua tese de
doutorado pela USP, define que “a expressividade ou a arte se torna um
instrumento de trabalho quando combinada a um objetivo educacional ou
terapêutico”, apresentando como pressupostos fundamentais da arteterapia:

a) a expressão ‘artística' revela a interioridade do homem, fala do


modo de ser e visão de cada um e seu mundo. Esse ato revela
um suposto sentido, e cada teoria e método em arte- terapia e
terapia expressiva se apodera desse ato diferentemente, b) por
intermédio desse ‘fazer arte', expressar-se, o terapeuta pode
estabelecer um contato com o cliente possibilitando a este último
o autoconhecimento, a resolução de conflitos pessoais e de
relacionamento e o desenvolvimento geral da personalidade
(Andrade, 2000, p.18)

A prática da Arteterapia favorece o ser humano de maneira


considerável. Este processo como ferramenta de psicoterapia pode auxiliar o
paciente na liberação de emoções, na elaboração de conflitos internos e na
descoberta de imagens perturbadoras que se encontram no inconsciente.

A linguagem consiste num instrumento que nos permite pensar e


comunicar o pensamento, ela estabelece diálogos com o nosso semelhante, no
caso, com a figura do terapeuta. A linguagem em si nos permite dar sentido a
toda realidade que nos cerca.

A manifestação da linguagem artística na forma de linguagem nos


aponta vantagens, uma delas consiste na expressão da comunicação das
emoções, pois tal prática não segue pelo caminho da razão e nem acompanha
o discurso verbal.

Através desse processo os conteúdos presentes no inconsciente são


emergidos para o campo da consciência. Além disso, a manifestação artística
facilita o contato do ser humano com seus conflitos através da criatividade. A
maneira como esse processo ocorre encontra as mais variadas explicações. A
atividade criadora se torna um instrumento psicoterapêutico e a manifestação
da psique através das artes se configura como um caminho de transformação
individual.

As atividades com linguagens expressivas são utilizadas durante as


sessões de artetarapia auxiliando o arteterapeuta no processo de
desenvolvimento, autodesenvolvimento, autoconhecimento e autoestima do
cliente.

As diferentes linguagens expressivas por trabalhar com a intersecção


de vários saberes como: educação, saúde, arte e ciência, busca resgatar a
dimensão integral do homem por meio da utilização de recursos artísticos.

O processo criativo também ajuda para acessar conteúdos internos e a


materialização de símbolos que estavam no inconsciente, ajudando no
processo de autoconhecimento e transformação.

A Arteterapia usa a atividade artística como instrumento de intervenção


profissional para a promoção da saúde e da qualidade de vida, abrangendo
hoje as mais diversas linguagens: plástica, sonora, literária, dramática e
corporal, a partir de técnicas expressivas como desenho, pintura, modelagem,
música, poesia, dramatização e dança.

Os benefícios da Arteterapia são inúmeros, auxilia a pessoa a resgatar,


debloquear e fortalecer potenciais criativos por meio de formas de expressão
diversas; facilita o indivíduo a encontrar, comunicar e expandir o seu próprio
caminho criativo e singular, favorecendo a expressão, a revelação e o
reconhecimento do mundo interno e inconsciente.

Existem inúmeras técnicas que podem ser usadas pelo psicólogo em


um trabalho de arteterapia na linha junguiana, propondose atividades
específicas ou simplesmente disponibilizando ao indivíduo diferentes materiais
à sua escolha (papéis, giz pastel, tintas diversas, aquarela, argila, etc.).
Embora Nise da Silveira trabalhasse apenas com a expressão livre e
espontânea dos pacientes, na arteterapia, o psicólogo pode também estruturar
as atividades expressivas a partir de alguns objetivos ou temas pertinentes ao
caso em questão, visando com isso a auxiliar a pessoa em seu processo de
individuação. Tal como postulado por Jung, a individuação designa o processo
no qual um ser se torna realmente uma unidade, uma totalidade, pela
integração consciente de seus vários aspectos inconscientes, manifestando a
sua unicidade: “trata-se da realização de seu si-mesmo, no que tem de mais
pessoal” (2001, p.355). O processo de individuação é o crescimento psíquico,
o constante desenvolvimento da personalidade, no qual cada pessoa deve
encontrar seu modo único de se realizar

No trabalho com arteterapia podemos utilizar a pluralidade, com


diferentes formas de processar e conhecer o mundo e com as diversidades de
linguagens expressivas como a música, visual, plástica, corporal, literária,
danças circulares sagradas. À medida que transitamos de uma linguagem a
outra, descobrimos novos sentidos e novos ângulos da realidade. Com este
transitar de uma linguagem a outra, exercitamos a nossa flexibilidade de
descentrar de um ponto a outro, de uma figura a outra, de um símbolo a outro,
buscando diálogo entre a diversidade e a constância.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, L. Q. Terapias Expressivas. São Paulo: Vetor, 2000

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
98932014000100011

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