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Arteterapia um espaço para criar, sentir e transformar

02-Jun-2008
Página 1 de 2 ÍNDICE DE ARTIGOS
A Arteterapia é um processo terapêutico que
utiliza técnicas de atividades artísticas como Arteterapia um espaço
forma de expressão sem se preocupar com a para criar, sentir e
estética, sendo que ela estimula a criar de modo transformar
criativo, com intuito de abrir caminhos para a Página 2
transformação, onde o grande valor desta
prática é auxiliar o indivíduo a buscar um diálogo interno com as suas
produções artísticas, transformando e atribuindo novos significados a sua
vida. A Arteterapia é um processo terapêutico que utiliza técnicas de
atividades artísticas como forma de expressão sem se preocupar com a
estética, sendo que ela estimula a criar de modo criativo, com intuito de
abrir caminhos para a transformação, onde o grande valor desta prática é
auxiliar o indivíduo a buscar um diálogo interno com as suas produções
artísticas, transformando e atribuindo novos significados a sua vida.
A relação da Arteterapia com o humano é ser capaz de possibilitar uma
linguagem capaz de abrir novos canais de comunicação entre o consciente e
inconsciente e funciona como uma comunicação com a psique, onde o
resultado desta experiência capacita o indivíduo a buscar recursos internos
mais saudáveis.

Uma das metas da Arteterapia é promover os aspectos criadores, como fator


de saúde e de transformações dos estados conflituosos para transformar
energias destrutivas em construtivas. 

Arte como fator de saúde e de transformação dos estados de sofrimento, a


arteterapia analisa, acima de tudo, o processo de criação do paciente.

(ARCURI (organizadora), CEDOTTI, pág.: 48, 2006)

Nas oficinas terapêuticas os diferentes meios de expressão humana podem


projetar para suas produções e, através desta aventura, perceber suas
reações frente a algo da sua história, desejos, receios e resistências.
A arte devolve a liberdade, por isso, os sentimentos negativos são trabalhados
e liberados nas concretizações das obras como música, teatro, dança, artes
plásticas , entre outras. Essas atividades propõem ao indivíduo um processo
criativo que permite refletir e elaborar a experiência vivida, tendo a partir
desta experiência que resgatar em cada um a sua capacidade de integrar seus
sentimentos em busca da transformação.

Arteterapia pode ser considerada como a utilização de recursos artísticos em


contextos terapêuticos, baseando-se na percepção de que o processo criativo
envolvido na atividade artística é terapêutico e enriquecedor da qualidade de
vidas das pessoas.

(ARCURI,  pág.: 21, 2006)

O momento da produção da arte é extremamente magnífico, sendo esse


momento, um verdadeiro encontro com a criatividade, pois toca a
sensibilidade do ser devido a facilidade que a arte permite ao indivíduo de
ampliar seus significados internos que passam a ter um sentido maior, além
de proporcionar um novo conhecimento da consciência.

Criar produções é dar forma a algo novo, pois o ato de criar faz com que o
indivíduo compreenda, relacione e ordene suas idéias de forma imaginária ao
concreto. Quando criamos esse algo novo passa a ter vida e forma e torna-se
um processo interativo ao nosso meio.

Deste modo, a Arteterapia é um instrumento que funciona como formas de


expressões diversas que exterioriza os sentimentos e as emoções,
possibilitando a reconstrução de situações internas num resgate das energias
num processo de  transformação psíquica mais saudável.

Nas produções artísticas os indivíduos expõem suas idéias internas e deixam


transparecer ao mundo externo, ou seja, suas percepções sobre si que são
expostas nas imagens num movimento que permite ser vivenciado por ele,
uma vez que as imagens permitem ao indivíduo um diálogo construtivo.

A arte faz parte do convívio humano como necessidade, além de contribuir


para o desenvolvimento global. O indivíduo que desenvolve formas de se
expressar está registrando a sua marca pessoal, o seu estilo e o seu modo de
estar no mundo.

 (CHIESA, pág.: 31, 2004.)

A função do Arteterapeuta é auxiliar esse indivíduo a explorar seus


sentimentos com a finalidade de ampliar pontos que servem como guias de
compreensão dos conteúdos inconscientes para a consciência, através das
produções artísticas.

Na construção deste trabalho, a escolha dos materiais adequados cabe ao


Arteterapeuta analisar e criar estratégias junto ao indivíduo; favorecendo,
deste modo, a criação dentro de cada singularidade com o objetivo de
estimular o crescimento interno de cada indivíduo. 

A Arteterapia como um processo de estímulo à criatividade, permite aos


indivíduos a expressão da comunicação das idéias e das emoções. Assim a
Arteterapia é capaz de abrir novos caminhos da comunicação que facilitam o
acesso ao inconsciente, através das múltiplas formas de expressão, criação,
destruição e recriação. Segundo Philippini:

A função do Arteterapeuta, neste contexto, será a de um facilitador do


processo, trazendo ao espaço terapêutico múltiplos materiais, para adequar-
se à produção de cada indivíduo.

(Philippini, pág.: 05, 1995)

Deste forma, a Arteterapia possibilita à pessoa, reconhecer-se nas imagens


produzidas na criação plástica que são conhecidos como símbolos que
retratam os conteúdos internos desconhecidos. Essa dinâmica se dá através
do diálogo que existe entre inconsciente e consciente, sendo que esse
processo proporciona a compreensão, expansão e integração da estrutura
psíquica.

O pensamento que constrói a imagem passa à ação que vai ao seu encontro
passo a passo como um diálogo. Este diálogo permite o desenvolvimento da
expressão como forma de comunicação.

(MEDEIROS, BRANCO, pág.: 23, 2008).

Segundo Ciornai (1995) citado por Chiesa, a criatividade pode ser


compreendida como um caminho mental para descobrir e avaliar novas idéias
e procurar uma solução satisfatória para os problemas; se não a mais
adequada, a mais criativa. Por isso, ao praticar a arte possibilita-se o contato
com o criativo, que nada mais é que praticar atividades criativas que pode ter
o efeito curativo por apontar alternativas para o indivíduo, pois a criatividade
está ligada ao termo saúde.

Portanto, a Arteterapia é um processo terapêutico que visa estimular o


crescimento interior, abrir novos horizontes e ampliar a consciência do
sujeito sobre si e sobre sua existência, por isso é um trabalho flexível e
criativo, tendo em vista as diferentes formas interventivas, pois proporcionam
os insights, sendo um processo importante no trabalho terapêutico.

Constata-se que a arte, bem como outras artes expressivas, promovem o


desenvolvimento da criatividade e, conseqüentemente, constroem um espaço
mais saudável na vida do indivíduo. Neste caminho da criação artística o
indivíduo tem a possibilidade de buscar o equilíbrio, bem como a superação
da resistência e compreender esse processo dentro do contexto da sua própria
vida.

Carvalho (1995), citado por Chiesa afirma:

O uso da arte como terapia implica que o processo criativo pode ser um meio
tanto de reconciliar conflitos emocionais, como de facilitar a autopercepção e
o desenvolvimento pessoal. (2004, pág. 38).

Sendo assim, é possível estabelecer uma modalidade terapêutica que


possibilita a comunicação, especialmente através das produções artísticas,
pois permiti a liberdade de expressar a autonomia criativa, ampliando o
conhecimento das pessoas e proporcionado o seu desenvolvimento emocional
e social. 

Objetivo
Trabalhar com um vasto repertório de modalidades expressivas de materiais
artísticos e possibilitar que a pessoa se reconheça nas imagens produzidas e
dialogar com a sua produção entre o inconsciente e  consciente, além de
desenvolver harmonia psíquica no dia-a-dia das pessoas como maneira de
equilibrar a vida.

Objetivo Gerais
  Possibilitar as pessoas o reconhecimento de “si mesmo”, promovendo
o auto-conhecimento e, assim poder, resgatar a auto-estima e auto-
confiança, através do recurso da Arteterapia;
 Possibilitar a ampliação da percepção dos seus problemas e
necessidades, através das produções artísticas, permitindo a
construção de recursos internos saudáveis para o enfrentamento do
mesmo e, deste modo, procurar soluções;
 Promover um ambiente saudável, onde a pessoa possa sentir-se seguro
durante o processo;
 Garantir flexibilidade no processo, considerando que cada pessoa deve
ter o seu tempo operacional, dentro do seu enquadre;
 Propor um espaço de criação e de facilitação da comunicação verbal e
não-verbal;
 A Arteterapia, como processo de estímulo à criatividade e expressão,
proporcionar a comunicação de idéias e emoções;
 Tornar a pessoa mais criativa, mais independente durante as vivências
na Arteterapia, além de oferecer as atividades de formas espontâneas
e flexíveis;
 Facilitar o diálogo das produções como forma de reduzir a ansiedade e
buscar a maneiras equilibradas de viver;
 Valorizar as suas experiências e oferecer suporte para compartilhar os
sentimentos e as emoções durante as vivências, além de trabalhar com
a socialização;
 Durante as vivências não há preocupação com estética e procura-se
estimular a criação com o intuito de que a pessoa atribua novos
significados a sua vida.

Metodologia
Utiliza-se diferentes modalidades plásticas como: desenho, pintura,
modelagem, recorte e colagem, música, história, dramatização, dança e
poesia. Essas técnicas são aplicadas conforme a necessidade singular de cada
pessoa ou de grupo.

O papel do Arteterapeuta consigna acompanhar o processo da pessoa/ grupo e


auxiliá-lo a superar os obstáculos encontrados. Entretanto, na Arteterapia a
pessoa/grupo é posto em situações diferenciadas, onde elas utilizam-se desde
recursos de mediação a expressão artística que são colocados as suas
exposições para exprimir e construir um “discurso” na ordem imaginária
durante os encontros.

Procedimento Metodológico
Os recursos expressivos utilizados são apresentados de formas livres e
espontâneas e são inúmeras as possibilidades dentro das modalidades
artísticas e cabe a um encontro ou mais, conforme os objetivos e a proposta
apresentada.

Segue a relação das técnicas desenvolvidas:

1)    Recorte e Colagem


Uma técnica que oferece a concentração e atenção conforme o tema
proposto, além da noção de espaço. Essa atividade possibilita a exploração,
bem como a estruturação através da organização de detalhes e estimula a
percepção de formas, cores e textura.

Também possibilita trabalhar com a psicomotricidade, pois favorece os


movimentos das articulações e a organização de pensamento que funciona
como uma análise da construção de uma nova forma.

A função desta técnica é desenvolver a criação das imagens e fazer recorte e


colagem é compor formas variadas e texturas como um caminho, onde aos
poucos, as imagens vão surgindo por agrupamentos das peças, dando forma e
possibilitando uma comunicação com as imagens.

As técnicas que norteiam essa prática são: recorte e colagem com revistas,
mosaico em papéis, recorte e colagem com diversos tipos de papéis, 
montagem com figuras fragmentadas, montagem com barbante com tiras e
relevo, montagem com tecido, colagem com matérias recicláveis como:
caixa, quadrinhos, garrafas e, entre outras.

2)    Pintura
A pintura como técnica utilizada em Arteterapia, traz a sensação de
experimentar a liberdade diante de uma folha em branco e o conjunto das
tintas convida a traçar curvas, linhas e formas.

As cores estão relacionadas com as emoções do indivíduo conforme as


tonalidades escolhidas e trabalhadas o indivíduo evoca as cores que estão
mais presente em sua vida.

A pintura também desperta a sensação de liberdade ao experimentar um


conjunto de cores diante de várias tintas e pincéis que propõem um caminho
que irá construir e que estão presentes como estimuladores as formas, as
linhas, os volumes, as cores e as tonalidades.

Essa atividade tem o papel de relaxar, já que o indivíduo é livre para


experimentar as cores juntamente com suas emoções e sensações.

Materiais utilizados são: cola colorida, giz de cera, lápis de cor, aquarela,
tinta acrílica, pigmento líquido colorido, giz pastel, tinta látex, entre outras.
As técnicas podem ser orientadas com tema livre ou direcionada, tais como:
pintura a dedo, pintura com pincel, pintura com rolo, montagem de tintas
naturais com terra,  impressão com moldes, entre outras.

3)    Modelagem
A modelagem é uma atividade basicamente sensorial, uma vez que trabalha
com as mãos. Ela proporciona a idéia desde estruturação da desordem a
organização quando concretiza-se o trabalho.

Também trabalha com a psicomotricidade, já que requer as articulações


excessiva das mãos, além da sensação tátil que fornece um diálogo com a
imagem que virá a tona. Essa atividade é recomendada para pessoas muito
rígidas, já que o contato muscular das mãos contrai e aos poucos leva ao
relaxamento.

No diálogo entre as mãos e a massa que começa a troca de energia, bem


como as sensações de quente e frio e a medida deste experimento tomam
forma para poder encontrar um novo caminho.

As sensações experimentas com a modelagem ampliam a percepção e auxilia


o indivíduo a compreender a sua forma de ser e descarregar o excesso de
energia acumulada durante a sua forma de viver como no trabalho, na família
e na sociedade, dentre outras.

As atividades aplicadas com modelagem são: argila, massa artesanal, papel


machê, gesso, entre outras.

4)    Desenho
O desenho é uma atividade relacionada aos sentimentos mais profundos, pois
existe uma relação direta ou indiretamente com a identidade do indivíduo
quando ele expressa a sua forma de ser no mundo.

Verifica-se que os sentimentos e conflitos dos indivíduos são freqüentemente


expostos involuntariamente, ou seja, o inconsciente que fala por meio de
imagens, principalmente por meio de desenhos.

O desenho estimula a criatividade, pois requer a expressão de idéia, atenção,


imaginação e concentração. Desenhar é criar, então relacionar o ato da
criação com a comunicação interna é exteriorizar as formas criativas de ser e
buscar sempre o estímulo do potencial criativo.

Desenhar possibilita observar formas, linhas, cores, luzes e volume, sendo


assim, estimula a psicomotricidade e favorece o desenvolvimento da
coordenação motora e espacial.

As técnicas com desenho são infinitas, porém algumas possibilidades são


destacadas: o desenho pode ser com tema livre ou direcionado, onde temos:
desenho com aquarela, lápis de cor, giz de cera na vela, com carvão, pastel
oleoso, canetinha,  desenvolver a pintura com diversos papéis com diferentes
texturas: carbono, manteiga, camurça, canson, cartolina, lixa e, entre
outras.

5)    Trabalhos com sucatas/ recicláveis


Ao produzir algum trabalho com sucatas, esta favorece a construção
investigadora de criar perante a idéia de propor um novo olhar diante de
velho (sucatas/ recicláveis)  Esse olhar proporciona ao indivíduo a construção
e o estudo das diversas possibilidades no ato da criação.

A construção tem a característica própria da liberdade de criar sem ter o


receio de errar, pois permite ao indivíduo perceber a idéia de desorganização
e organização perante os materiais usados que serão apresentados a ele, onde
essa construção significa trabalhar com a concentração e atenção, além da
paciência.

Essa atividade favorece o equilíbrio do bem-estar devido ao resgate de algo


que pode ser reconstruído e transformado, bem como a percepção interna
desta transformação que proporciona a auto-estima.

Importante ressaltar que a busca de uma solução ao meio ambiente cabe à


própria humanidade e os trabalhos com sucatas/ recicláveis provocam uma
reflexão que resulta na utilização destas obras como recurso no
desenvolvimento de novos trabalhos com o objetivo de propiciar
conhecimentos da conscientização do meio ambiente e possibilita a
conscientização que ao cuidar da terra é cuidar também de nós.

Apresento técnicas como: a confecção do papel reciclado e os produtos


derivados deste papel como: cartões, envelopes, porta-retrato, porta-caneta,
trabalho de decoração com garrafas usadas, caixa de leite, caixa de sapato e
latas que proporciona a confecção de embalagens e enfeites, confecção de
produtos como vaso e flores com a garrafa descartáveis, entre outros.

6)    Histórias
Os contos de histórias estão relacionados ao um mundo mágico onde é
possível imaginar e sonhar. A arte da literatura e de ouvir histórias é uma
grande e poderosa fonte de instrumento criativo, pois desafia o indivíduo nos
dias de hoje a buscar leitura que expressam a mergulhar na magia, no
mistério e na sabedoria do ser.

O uso da arte na história em um contexto terapêutico vem ocupar um espaço


de criação, pois facilita o contato com as emoções devido o seu universo de
imaginar. As histórias propiciam a construção do desenvolvimento cognitivo
da criança e do adulto, além de restabelecer a compreensão entre tempo,
espaço x real e o imaginário.

Fontes essenciais para a interação do ser no mundo que confronta com


diversos caminhos para resolver situações reais, mas visualizar como tal coisa
seria desta ou daquela forma, a história oferecem esses caminhos de navegar
e compreender diferentes culturas, classes sociais, raças e costumes. Uma
capacidade de compreender a vida e tomar posições mais criativas diante
delas.

As histórias funcionam como elementos essenciais para viver, baseado no


auto- conhecimento que ela proporciona diante da vida e construir recursos
capazes de associar um questão de comportamento a um fato.

Temos infinitos livros para utilização desta técnica, tais como: livros com
histórias de valores morais e éticos, romântico, ação, suspense, contos de
fadas, exemplos: Branca de Neve, Gata Borralheira, João e Maria, aventuras
como: bruxas, fadas e príncipes (contos conhecidos como de encantamentos);
e histórias com a mitologia grega, egípcia, lendas, folclore, fábulas e, entre
outras.

A exposição das histórias podem ser em um ato propriamente de contar


história com o recurso do livro e o contador, ou leitura e utilizar cenários
como: em forma de cinema dentro de uma caixa com folhas que retratam a
história ou gravuras que seguem as seqüências de um quadro ilustrativo,
fantoches, marionetes (bonecos comandados por fios presos), cenários de
feltro ou sulfitões, máscaras e, entre outros. 

7)    Teatro/ Dramatização


O teatro trabalha com a reflexão de atitudes com situações relacionadas ao
cotidiano do indivíduo, além de levar a conscientização de ação da vida
interna da imaginação a vida externa do real, ela imita a vida e, por isso, o
teatro funciona como um espelho da vida. O teatro também funciona como
um laboratório de vida, pois no palco o indivíduo pode experimentar
diferentes formas de viver e de ser e convida a criar e recriar novas formas de
expressão e relação com o mundo.

Fazer teatro dentro do aspecto terapêutico é levar algo a mais que mera
atuações de papéis, pois ele permite insights profundos por parte da pessoa
e/ ou grupo a respeito do significado dos papéis, pelo fato de promover a
criatividade espontânea que cada indivíduo possui e compreender a si mesmo
e ao outro na diferente formas de ser ao assumir diferentes papéis.

O teatro proporciona a vivenciar situações que possibilitam o


desenvolvimento de uma expressão ampla, verbal, gestual e criadora. Esse
desenvolve uma atitude saudável diante de comportamentos como timidez,
agressividade , tristeza, dentre outros. Uma reflexão sobre as possibilidades
de ser e de agir diante a cada realidade.

Os instrumentos para a dramatização são diversos e temos como técnica: o


ator/ atores e o público e conforme a dramatização proporcionar as
mudanças de papéis, essa técnica é conhecida como psicodrama (teatro da
espontaneidade), bonecos manipulados pelo ator, teatro de fantoches e
teatro de máscaras ( esses materiais são muitas vezes, confeccionados pelo
ator que elaborará seu personagem), teatro gestual (conhecido como
mímica), entre outras.

8)    Música
Como suporte terapêutico é conhecido como musicoterapia e a sua
estruturação facilita a comunicação e a expressão das emoções. Ela também
promove a harmonia da respiração por ser capaz de estimular reações que
provocam respostas motoras para a expressão corporal e que
automaticamente relaxam os músculos e reduz o stress.

A musicoterapia melhora a comunicação, além de trabalhar com a memória,


atenção e pensamento, ela proporciona o auto-conhecimento e o seu objetivo
é despertar a fantasia de sonhar e refletir sobre as mensagens transmitidas e
criadas.

A música está relacionada diretamente no movimento do ser humano, pois ela


expressa a vida do indivíduo em diferentes contextos do cotidiano, além de
cada cultura, sendo uma forma de expressar a vida humana.

Seus sons e ritmos estabelecem uma melodia harmoniosa que facilitam a


expressão dos sentimentos e permite expressar os estados emocionais tanto
no mundo sonoro, através do cântico, bem como no nível instrumental.

As técnicas aplicadas variam conforme a proposta, onde temos: trabalhos com


instrumentos musicais (que trabalha a coordenação motora), aprendizado do
ritmo com a voz, cânticos folclóricos e populares, trabalho de cântico com
grupo (conhecido como coral), o ato de ouvir música (vária a técnica como
simplesmente ouvir ou interpretar a mensagem transmitida), compor música
(estimula a escrita e o raciocínio do pensamento). Importante ressaltar que
cada ritmo de música provoca um tipo de reação, tais como: relaxamento,
alegria, tristeza, melancolia, etc. Cada música deve guiar conforme as
necessidades de cada indivíduo e promover atitudes positivas físicas, mentais,
sociais, culturais e cognitivas.

9)    Poesias
A poesia tem uma importância de extrema relevância, uma vez que ela
transmite conhecimento, através da fantasia e realidade. Quando o indivíduo
faz a leitura da poesia ele se depara com uma fantasia e começa a imaginar e
sonhar, ao mesmo tempo em que se depara com a realidade.

Ela favorece a expressão criadora, através do contanto direto com textos


poéticos, ou do próprio ato de criar, inventar uma poesia é um linguagem que
propicia um intercâmbio cultural e a compreensão da vida como ela pode ser
representada de modo poética diante de situações amorosas e conflituosas.

A poesia propicia condições para identificar e expressar por meio da criação


literária e os estímulos Arteterapêuticos e sensoriais podem ser utilizados
para promover  a expressão e elaboração de seus próprios personagens
manifestadas nos medos, desejos, alegrias e sonhos, facilitando assim, a
comunicação interna. Trabalhar com a poesia é fazer com que o indivíduo,
pense, conteste, interrogue, explique, construa, corrija, imagine, reinvente e
sonhe.

As técnicas de poesia diferenciam a partir dos estilos e da escrita de pessoa à


pessoa e não importa como um poema é escrito, o objetivo é despertar as
emoções. Apresento algumas técnicas, tais como: construir poemas a partir
de um tema direcionado com uma história, um filme ou uma letra de música,
escrever poesia num lugar que desperte boas sensações, como por exemplo,
numa galeria, praça, locais com uma bela paisagem, etc; rimar frases ou
palavras, ouvir poemas e interpretar a mensagem transmitida, entre outras.

Resultados Esperados
A Arteterapia auxilia o indivíduo na organização de seus sentimentos através
das modalidades expressivas diversas e, essas construções é uma forma de
expressar a capacidade simbólica de fantasiar e concomitantemente cria-se
uma imaginação espontânea e criativa.

Os recursos Arteterapêuticos expressam o mundo interno e restabelece o


equilíbrio emocional, onde é possível descarregar as tensões e exteriorizar
sentimentos mais saudáveis e o ato de construir proporciona o auto-
conhecimento, facilitando assim o despertar do potencial interno.

Portanto, a construção permite infinitas opções de descobertas que


favorecem o equilíbrio emocional e, o ato da criação favorece que
experimente novas descobertas e forma satisfatória de se expressar e de se
comunicar.

Considera-se que a Arteterapia promove o processo Arteterapêutico devido as


construções artísticas que promovem benefícios a pessoa que busca
significados e sentidos para atingir o bem-estar, pois ela promove o diálogo
com os conteúdos inconscientes e conscientes e esse fenômeno pode ser
expresso de forma a adequar significados na vida da pessoa e assim despertar
as potencialidades.

Obras Citadas
ARCURI, Irene Gaeta, Arteterapia: um novo campo do conhecimento. São
Paulo: Vetor, 2006.

CHIESA, Regina Fiorezzi. O diálogo com o barro: o encontro com o criativo.


São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.

MEDEIROS, A,; BRANCO, S. Contos de Fada: vivências e técnicas em


arteterapia. Rio de Janeiro: Wak, 2008.

PHILIPPINI, Ângela. Universo Junguiano e Arteterapia. Revista Imagens da


Transformação. Rio de Janeiro: Pomar, no 2, Vol. 2, 1995.

Obras Consultadas
BERG, Rodolfo. Criatividade: A Ordem E A Desordem Na Organização Criativa.
Coleção Imagens da Transformação. Rio de Janeiro: Pomar, no 10,  Vol. 10,
2003.

 CHRISTO, E.; SILVA, G. Criatividade em Arteterapia: pintando & desenhando,


recortando, colando & dobrando. Rio de Janeiro: Wak, 2005.

 NAGEN, Denise. Transformar Para Integrar: Da Restauração À Reciclagem.


Coleção Imagens da Transformação. Rio de Janeiro: Pomar, no 11, Vol. 11,
2004.

 PAIN, S.; JARREAU, G.I. Teoria e Técnica da Arte-Terapia. A compreensão do


sujeito. 2 reimpressão. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001.

 SILVA, L. (organização); CARRANO, E. (supervisão). Bruxas e fadas, sapos e


príncipes: os contos de fadas em experiências arteterapêuticas. Rio de
Janeiro. Wak, 2006.

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Instituto Junguiano
Módulo de Artes Plásticas
Disciplina – COLAGEM
Professora – Larissa Martins Seixas
 
 
 
                                                    COLAGEM
 
              A colagem é uma técnica artística muito utilizada no setting
de arte terapia. Possui fins expressivos por si só, como também é bem
empregada nas amplificações simbólicas de conteúdos inconscientes
registrados através de outras técnicas artísticas como, por exemplo, o
desenho, a pintura ou a modelagem.
              A colagem é uma atividade multiplicadora. Quando se trabalha
com figuras recortadas entra-se em contato com uma infinidade de
símbolos de forma inconsciente.
              Colar é criar vínculos. A palavra colar entendida como objeto de
adorno corporal simboliza elo entre quem usa e quem ofertou o objeto
ou o impôs. Assim liga e obriga. Psiquicamente falando, o colar
simboliza a redução do múltiplo ao uno além de promover a ordem na
diversidade. Em outro sentido, desfazer o colar equivale a uma
desintegração da ordem estabelecida ou dos elementos reunidos.
              Em tradição africana, noivos que juntos ingerem uma noz de
cola, sendo cola uma palavra relacionada à árvore, e a oferecem aos
pais demonstram com isso que não pretendem se afastar. Simboliza a
amizade sólida e a fidelidade.
              A palavra colar, no sentido de juntar, unir, estabelecer ordem
entre vários elementos (lã, fitas, conchas, papéis diversos, rasgados,
cortados, figuras de revistas, fotos, desenhos, etc.) vincula elementos
inconscientes à consciência, através da compreensão dos mesmos que
surgem nas imagens criadas, proporcionando ao indivíduo a sensação
de ordenação das idéias, das sensações e sentimentos por meio do
movimento de reunir momentos, lembranças, emoções concatenando,
assim, conteúdos psíquicos.
              A colagem permite o “encontro” entre diversas formas e
materiais, formas que foram anteriormente cortadas, rasgadas,
parcialmente destruídas e que servem, agora, a objetivos outros, a
reconstrução da imagem.
Isso leva à vivência de romper com o já existente para construir o que
virá, quando se junta imagens, ou pedaços de imagens, criando algo e
dando-lhe um novo sentido. Criar uma ruptura com o antigo seria,
simbolicamente falando, destruir costumes e hábitos para a
reconstrução de algo novo na vida do indivíduo.
              Dessa forma, desfazendo aquilo que já existe para dar novo
sentido a algo inédito, em criação, o indivíduo entra em contato com
sentimentos de inibição (por desfazer o já existente), destruição,
inovação e reconstrução.
              Para as atividades de colagem poderão ser utilizadas gravuras,
pré-selecionadas ou não, papéis coloridos de texturas diversas (seda,
celofane, camurça, cartolina, etc.), retalhos de tecidos, materiais
orgânicos (sementes, flores secas, etc.) e outros objetos diferentes.
 
 
             
                              ATIVIDADES COM A TÉCNICA DA
COLAGEM
 
 
1 – Escolha de imagens – Elaboração de um trabalho após imaginação
ativa utilizando figuras de revistas;
2 – Escolha livre de imagens – a partir da demanda trazida;
3 – Trabalho em equipe – Propõe-se uma temática através de leituras,
ou músicas e o grupo elabora uma colagem coletiva em ampla folha de
papel;
4 – Papéis rasgados – Reinterpretar um trabalho já realizado como uma
pintura através de pedaços de papéis rasgados.
5 – Livro de Memórias – Elaboração de um livro de colagens, inspirado
na história de vida do sujeito, a partir de recordações registradas nas
imagens encontradas;
6 – Amplificação de símbolos e temáticas emergentes através de figuras
escolhidas aleatoriamente.
 
 
                           
 
 
                                             SIMBOLOGIA  DA  COR
              A Cor Arquetípica e a sua Simbologia
Individual
 
              Em toda a parte a cor é vista e sentida simbolicamente embora
as interpretações variem de lugar para lugar. Que as cores permanecem
como fundamentos do pensamento simbólico, isso é fato, precisamos
então como arteterapeutas ampliar nosso conhecimento quanto à
simbologia arquetípica da cor para facilitar a amplificação dos trabalhos
artísticos que utilizam as cores como meio de expressão.
              Algumas cores simbolizam os elementos da natureza, como
exemplo: o vermelho e o laranja que simbolizam o fogo, o verde seria a
água, o preto ou castanho, a terra e o amarelo ou branco simboliza o ar.
              As cores podem simbolizar o espaço, o tempo, sono e vigília,
força e fraqueza. Cores opostas como o branco e preto simbolizam o
dualismo intrínseco do ser e traduzem conflitos de forças que se
manifestam em todos os níveis da existência, onde o preto representa
forças noturnas e o branco, as forças diurnas, positivas e evolutivas.
              Para Jung (apud, Chevalier, 2007), o preto ou negro é o local
das germinações, cor das origens, o que antecede ao nascimento.
              A simbologia da cor vai além do microcosmo. Do interior
humano, expande-se para o macro. O cosmos está associado a cores
sagradas, segundo os índios da América do Norte.
              Para Jung, as cores exprimem as principais funções psíquicas,
pensamento, sentimento, sensação e intuição.
              Azul é a cor do espírito (céu); no plano psíquico é a cor do
pensamento;
          Vermelho é a cor do sangue, da paixão e do sentimento;
Amarelo é a cor da luz, do ouro, da intuição;
Verde é a cor da natureza, do crescimento, indica a função
sensação (do real).
 
          Embora as cores possuam inúmeras interpretações simbólicas
que dependerão do local, da cultura, da religião, etc.; e estas influenciem
os indivíduos sempre haverão cores acolhidas pela simbologia individual
que considera toda a vivência e experiência pessoal do indivíduo e isto
deverá ser considerado pelo terapeuta.
              O simbolismo coletivo das cores remete ao registro gravado no
inconsciente, de vivências relacionadas à cor encontrada em diversas
culturas e civilizações.
 
 
 
 
              CORES QUENTES E FRIAS
 
              A temperatura de uma cor designa a capacidade que tem as
cores de aparecerem quentes ou frias. Quando se divide o disco
cromático ao meio, com uma linha vertical cortando o amarelo e o
violeta, nota-se que os vermelhos e laranjas do lado esquerdo são cores
quentes e vibrantes. Por outro lado, os verdes e azuis do lado direito são
cores frias e transmitem uma sensação de tranqüilidade.
              A distinção entre frias e quentes é uma forma de classificar as
cores por meio de gamas que, no âmbito da pintura, apresentam
determinadas possibilidades expressivas. Assim, as cores frias são
normalmente associadas à calma, silêncio, indiferença, enquanto as
quentes são alegres, exuberantes e luminosas. Quando um artista
aproxima cores quentes das frias, consegue reafirmar o valor cromático
de cada uma delas.
 
CORES QUENTES: representam a vida, a carne, os sentimentos,
CORES FRIAS: a racionalidade, o espírito e a calma.
 
 
 
 
O QUE É NECESSÁRIO OBSERVAR
 
1 – O diálogo entre as cores. Contrastes que representam as oposições
e contradições;
2 – Observação dos tons mais importantes para o sujeito, seja pela sua
freqüência nos trabalhos plásticos ou pela sua insistente ausência;
3 – Constância das manifestações entre as cores e afetos;
4 – A ordem das cores utilizadas na pintura e de que forma foi utilizada
esta cor (de forma agressiva, tímida, irônica, compulsiva);
5 – Observar onde aparecem as cores na composição e qual o
significado. Como exemplo temos os fundos mais escurecidos, ou “mais
frios” que os  primeiros planos, se as cores “luminosas” fazem brilhar
superfícies específicas ou se as cores significam a sombra, a
profundidade ou o espaço vazio, tudo deve ser observado.
 
OBSERVAÇÕES ESPECÍFICAS
 
 
 
              É necessário muito cuidado na utilização de material cortante
para a criação de colagens.
              Crianças deverão usar tesouras de ponta arredondada.
Observa-se que, na faixa etária entre três e cinco anos, a utilização de
tesouras ainda acontece de forma insegura, muitas vezes, ocasionando
o corte de algumas partes das figuras escolhidas. Isso ocorre devido à
falta de coordenação motora e, neste caso, é necessário muito critério
ao se fazer a análise da eliminação de trechos das imagens.
              Esta técnica quando oferecida aos pacientes psicóticos será
realizada, também, com tesoura de ponta arredondada e, a depender do
caso clínico em questão, o terapeuta permanecerá ao seu lado.
              É sempre bom lembrar que o ego de indivíduos psicóticos está
desfacelado e o ato de rasgar poderá gerar uma reação de instabilidade
emocional ainda maior, por isso, é sugerido lhes oferecer diversas
figuras previamente recortadas para que eles possam cria suas
colagens.

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