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Arteterapia e oficinas de arte
SUMÁRIO
Arteterapia ............................................................................................................................................. 3
Origem ................................................................................................................................................... 4
Conceitos ............................................................................................................................................... 6
Objetivos ................................................................................................................................................ 9
Profissionais na área .............................................................................................................................. 9
O que são as oficinas de arte-educação ............................................................................................... 29
Veja alguns exemplos de oficinas e os materiais necessários .............................................................. 32
Atividades em parceria ........................................................................................................................ 35
Divulgação interna ............................................................................................................................... 36
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................... 37
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Arteterapia e oficinas de arte
Arteterapia
elemento terapêutico. A arte criada em arterapia pode ser explorada com fim em
Origem
incentivado no início do século XIX, pelo médico alemão Johann Christian Reil,
com finalidade de cura psiquiátrica onde incluiu o uso de desenhos, sons, textos
que também utilizou o recurso da arte aplicado à Psicopatologia foi Carl Jung, que
integradora da personalidade:
(Jung, 1920).
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1923 e a Escola Livre de Artes Plásticas em 1949. Outro nome importante no país
Em sua biografia oficial Natalie Rogers, filha de Carl Rogers, cita ter fundado
seu livro A conexão criativa: Artes Expressivas como cura (1993). Ainda segundo
a biografia oficial, o referido Instituto encerrou atividades após 19 anos porém pela
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Conceitos
se que, para Jung, a arte tem finalidade criativa, e a energia psíquica consegue
Muitas vezes, quando as pessoas sonham, dizem que poderiam mais facilmente
inconsciente e por este motivo o indivíduo se expressa melhor de forma não verbal.
que desenvolveu uma teoria sobre o desenvolvimento emocional que dava grande
técnica criada como Jogo do Rabisco. É um autor que dá grande importância para
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emocional.
Uma obra de arte consegue, por si só, transmitir sentimentos como alegria,
figuras, desenhos, recortes, etc.) tem como finalidade a mais pura expressão do
verdadeiro self, não se preocupando com a estética, e sim com o conteúdo pessoal
utilização dos materiais, acima citados, são para simples manuseio dos mesmos,
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Objetivos
Profissionais na área
• Arteterapeuta
• Arte-Educador
• Terapeuta Ocupacional
• Psicólogo
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Psiquiatria
• Fonoaudiólogos
• Psicomotricistas
• Professores em geral
• Gastronomos
• Arquitetos
a arteterapia se define em todos eles por um ponto em comum: o uso da arte como
reflete (em muitos casos melhor do que a verbal) nossas experiências interiores,
(Ciornai, 1995). Liomar Quinto Andrade, que é psicólogo clínico e autor do livro
de ser e visão de cada um e seu mundo. Esse ato revela um suposto sentido, e
cada teoria e método em arte- terapia e terapia expressiva se apodera desse ato
diferentemente,
artística não é realizada e analisada por seu valor estético como obra de arte, ainda
que muitas vezes seja posteriormente reconhecida como tal pelo público, a
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Dionísio (2001). O autor lembra que, nessa ocasião, o crítico de arte Mário Pedrosa
cria o termo arte virgem para designar os trabalhos dos nove participantes, então
pacientes da Dra.
Nise da Silveira. Entre eles, Raphael e Emygdio de Barros (1895-1986) são hoje
atividade terapêutica, o que aqui se pretende não é propriamente fazer arte, mas
modos de objetivação e de subjetivação. Desse modo, ela pode ser utilizada como
trabalho. Uma característica comum às terapias com arte é que, por meio da
vivência expressiva, o sujeito “pode dar-se conta do que de fato sente e, durante
esse processo, pode verdadeiramente fazer algo que assim o represente e a ele
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poder dar uma forma a algo novo, é tanto estruturar quanto comunicar-se, é
expressiva, mas amplia-se pelo poder transformador da arte como ação criadora.
pelo filósofo italiano Luigi Pareyson (1918-1991), que definiu a atividade artística
como um formar, cujo resultado é um ser, uma forma inteiramente nova, pois a
arte é um tal fazer que, enquanto faz, inventa o por fazer e o modo de fazer (1984,
p.32).
o novo (Vygotski, 1990). Nessa atividade, ele parte do que está dado, do que é
realidade, traz consigo uma nova força, que se distingue por seu poder
transformador frente à realidade da qual partiu (Zanella, Da Ros, Reis, & França,
2003, p.44). Vygostki, na obra Psicologia da Arte (escrita entre 1924 e 1926),
salienta a função transformadora dessa atividade, que extrai da vida o seu material,
produzindo algo acima desse material, pois a arte está para a vida como o vinho
para a uva (1998, p.307). Embora esse não seja um autor de referência na
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criativamente com os limites que a vida lhe impõe (1995, p.59), transformando-se
assim em artista da própria vida. Isso é possível porque a arte nos abre a uma
reconfigurar suas relações consigo, com os outros e com o mundo (1995, p.61).
Arteterapia psicanalítica
juntamente à irmã Florence Cane, que era artista e professora de arte (por muitos
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mais em imagens do que palavras, como comprovado por Freud na teoria dos
medos, memórias infantis e conflitos atuais vividos pelo sujeito. Uma vez que
com o próprio discurso muito bloqueado devido às resistências, a arte vem a ser
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como uma forma de sublimação, tal como postulado por Freud. A sublimação
psicanalista nascida em Viena, Áustria, em 1916, e que emigrou para Nova York
fazer artístico em si mesmo, que propõe a arte como terapia, em vez de uma
produzido pelo resultado desse ato social substitui, pelo menos em parte, o prazer
do conflito entre forças contrárias (id x superego), que encontram, via sublimação,
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2004, p.28).
Arteterapia junguiana
Para Jung, uma palavra ou uma imagem é simbólica quando implica alguma coisa
além do seu significado manifesto e imediato (1977, p.20), sendo que esse outro
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formado pelos instintos e pelos arquétipos. O autor o chama de coletivo, pois ele
surgir do inconsciente (1977, p.38), já que lhe é inerente uma função criadora, que
se manifesta nas imagens dos sonhos, das fantasias, nos mitos e na expressão
psique, sem quaisquer disfarces ou véus (2001, p.85), sendo uma característica
quais a libido poderá ser apreendida viva, e não esfiapada pelo repuxamento das
humano.
definidos que reaparecem sempre e por toda a parte (2001, p.352). Os temas
próprias ideias delirantes eram vistas por Jung como representações arquetípicas.
Seguindo essa linha, Silveira compreendia a própria condição psicótica como uma
p.54). Assim, os símbolos expressos na arte não são vistos como simples projeção
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metáforas nas artes, mas vivenciada como experiências reais nos delírios dos
Para Silveira, essas imagens evocam o mito de Dafne, ninfa grega que foi
transformada em uma árvore para fugir ao assédio de Apolo. Ela entende que, na
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(papéis, giz pastel, tintas diversas, aquarela, argila, etc.). Embora Nise da Silveira
auxiliar a pessoa em seu processo de individuação. Tal como postulado por Jung,
deve encontrar seu modo único de se realizar (Von Franz, 1977). Na arteterapia
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necessário percorrer e cada passo que deveria dar, tudo convergia para um dado
Franz, 1977, p. 212), uma vez que desenhá-las contribui para a (re)orientação da
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por isso, a melhor forma de fazer a leitura de uma mandala é pedindo à própria
Arteterapia gestáltica
publicado no Brasil com o título Arte e Gestalt: Padrões que Convergem (Rhyne,
Gestalt é uma palavra alemã que significa forma, uma configuração, o modo
composição (Perls, 1988, p.19). Rhyne utiliza o termo para se referir à percepção
como um todo, cujas diversas partes formam, em seu conjunto, a realidade daquilo
que ela é, lembrando que o todo é mais do que a simples soma de suas partes.
sobre como percebemos, nas formas criadas, tanto o mundo como a nós mesmos.
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Gestaltterapia, para o qual não há uma tradução exata em português, mas cujo
fazendo formas de arte, envolvendo-se com as formas que você está criando como
meio de suas produções gráficas não apenas como você é agora, mas também
modos alternativos que estão disponíveis para que você possa se tornar a pessoa
cada um, que no produto criado (desenho, pintura, escultura, poesia, etc.) pode
forma ao visualizar possibilidades até então ignoradas. Por isso, Rhyne entende a
então, uma ponte entre as realidades interna e externa, pela qual se expressariam
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b) estar emocionalmente envolvido nas formas que estão sendo criadas como
um evento pessoal,
desenvolverse seguindo modelos mais desejados por ela mesma (Andrade, 2000,
p.131)
pelas formas criadas em modos de ser até então ignorados por ele mesmo mas
mundo. Trago aqui como exemplos desse processo arterapêutico dois desenhos
(abaixo), extraídos de Rhyne. Eles foram feitos por Cyndy, uma assistente social,
por Janie Rhyne, cujo tema central era ser mulher, que tinha como objetivo o
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cada um” (2000, p.110). Mas, para cada um deles, Cyndy escreveu um registro
pessoal4 do modo como deu significado aos desenhos em função de seu processo
p.140). Assim, um recurso que pode ser usado em arteterapia gestáltica é associar
para o próprio sujeito por meio da descrição que escreverá acerca de sua produção
artística.
pelo psicólogo deve respeitar em primeiro lugar os sentidos trazidos pela própria
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modo que a arte seja para ele uma fonte no aprendizado de si mesmo. E
sujeito poderá encontrar também novos caminhos em sua vida (Ciornai, 1995).
já amplo o campo da arteterapia, e por isso o panorama aqui oferecido mostra dele
alguns dos autores e suas principais ideias. Para além das diferenças entre as
uma certa visão de homem como ser criativo, compartilhada pelas diferentes
molduras. Trata-se, de uma concepção estética do humano, visto como capaz de criar
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sempre um espelho que reflete e refrata de modo mais ou menos distorcido aquele
que o criou, pois nele ganham forma seus desejos, emoções, sentimentos e ideias.
Esse produto, como um objeto estético, pode ser compreendido como um quase
sujeito, conceito formulado por Dufrenne para se referir ao reenvio constante entre
a criar, “é a si mesmo que ele descobre no seu fazer” (2008, p.135). Entretanto, a
expressar não só aquilo que ele é, mas também o que ainda pode vir a ser,
mundo. Isso ocorre porque a vivência da arte traz sempre uma abertura do eu ao
atravesse as diferentes práticas em arteterapia, porque, sem isso, ela teria apenas
título do livro organizado por Carvalho, creio que essa cura não possa ser pensada
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como criadores, não só como atores sociais, mas também como autores que
concepção estética do sujeito, cuja própria vida pode ser transformada em uma
obra de arte.
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a refletir sobre suas relações com a natureza, seus hábitos e seu comportamento
relacionamento, etc.
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Tem-se também notícias de que após a participação nas oficinas muitos passam
comportamental.
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ambiente.
Um dos temas que mais vem sendo utilizados durante as oficinas é a chamada
usado, assim se a oficina for de papel reciclado, poderá contar a história do papel,
Enfim, todo o conteúdo teórico que for possível ser transmitido reforçará a
princípios.
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palito de dentes.
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lã.
aparelho de TV e vídeo, salas claras e arejadas, com boa acústica, com mesas
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reciclado.
Material utilizado
Cada participante deve ir com seu material pessoal identificado, assim cola
branca, tesoura, lápis ou caneta, pincel largo, régua e outros materiais alternativos
Atividades em parceria
importante.
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Divulgação interna
pode ser esquecida. Ela é a forma de dar conhecimento tanto internamente, quanto
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REFERÊNCIAS
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Vygotski, L. S. (1998). Psicologia da arte (P. Bezerra, trad.). São Paulo: Martins
Fontes.
Zanella, A. V., Da Ros, S. Z., Reis, A. C., & França, K. B. (2003). Concepções de
criatividade: movimentos em um contexto de escolarização formal. Psicologia em
Estudo, 8(1), 143-150.
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