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Investigação de processos criativos em artes visuais

- a partir de obras autobiográficas -

“A natureza criativa do homem se elabora no contexto


cultural. Todo indivíduo se desenvolve em uma
realidade social, em cujas necessidades e valorações
culturais se moldam os próprios valores de vida.”
Fayga Ostrower

Professora Vanessa Lira


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Investigação de processos criativos em artes visuais - a partir de obras autobiográficas.
Objetivos Critérios avaliativos

Construir processo criativo através do compartilhamento de alguns caminhos de produção nas A avaliação se dará através da apreciação coletiva e da partilha dos objetos artísticos
artes visuais, propiciando apropriação, intencionalidade e experimentações das escolhas que produzidos, ou seja, não implicará notas e critérios avaliativos com valores atribuídos. Nosso
levam a construção desses processos. Proporcionar experiências criativas neste primeiro curso objetivo é que cada um dos alunos se encontre dentro de seu processo criativo e se aproprie
a partir de autobiografia e memórias. dele de forma a criar outros objetos artísticos, se assim desejar.

Programa/ conteúdo Bibliografia


5 encontros de 2 horas distribuídos da seguinte forma: ARNHEIM, Rudolf. Arte e percepção visual: Uma psicologia da visão criadora. 1ª edição. São
Encontro 1 – Definições e Etimologia das palavras Paulo: Cengage Learning, 2016.
Processo Criativo MÃE, Valter Hugo. As mais belas coisas do mundo. 1ª edição. Rio de Janeiro: Biblioteca Azul,
Responsáveis
Identidade 2019.
Professora Vanessa Lira, artista visual pela Faculdade Santa Marcelina, pós-graduada em OSTROWER, Fayga. Acasos e criação artística. 1ª edição. Campinas: Editora da UNICAMP, 2013.
Autobiografia
História da Arte pela Universidade São Judas Tadeu e licenciada em artes visuais pela
Autoconhecimento OSTROWER, Fayga. Criatividade e processos de criação. 30ª edição. São Paulo: Editora Vozes,
Universidade
Memórias Cruzeiro Do Sul. Trabalhou nos educativos de Instituições Culturais importantes
2014.
Encontro 2como Itaú Cultural,
– Disparadores Pinacoteca
criativos do Estado
e formação de erepertório
Parque Sabina. Trabalhou
a partir de obrascom gestãoe educacional
literárias OSTROWER, Fayga. Universos da Arte. 1ª edição. Campinas: Editora da UNICAMP, 2013.
no Instituto
visuais autobiográficas Ayrton Senna. Leciona Arte na rede particular de educação básica de São Paulo. Ao Cecília Almeida. Gesto inacabado: processo de criação artística. 5ª edição. São Paulo:
SALLES,
longo de sua formação
Artistas autobiográficos profissional realizou vários trabalhos na área da fotografia e criação
Intermeios, 2012.
desde a imagem a peças gráficas.
Encontro 3 – Roteiro para a Atividade Prática e produção de obra
Escolha de materiais e linguagem
Investigação de processo e registros criativos
Encontro 4 – Produção de obra com orientação
Encontro 5 – Compartilhando experiências
Processos criativos
Apreciação Coletiva

Avaliação - Método Público-alvo


Aulas dialogadas, preparação de leitura de texto verbal e texto visual, preparação de projeto: Interessados em arte a partir de 16 anos.
briefing com registro do processo criativo, orientação de projeto para criação de obra,
experimentação em processos artísticos. Uso de recursos audiovisuais e orientação de
processos criativos. 2
A arte autobiográfica: criação de obras através de memórias visuais
Investigação de processos criativos em artes visuais
a partir de obras autobiográficas

Encontro 1 – Definições e Etimologia das palavras


Processo Criativo
Identidade
Autobiografia
Autoconhecimento
Memórias
Encontro 2 – Disparadores criativos e formação de repertório
Autobiografia literária
Artistas visuais autobiográficos
Caminhos para Investigação de Processo Criativo
Escolhas de materiais e linguagens
Encontro 3 – Roteiro para a Atividade Prática e produção de obra
Investigação de processo e registros criativos
Encontro 4 – Produção de obra com orientação
Encontro 5 – Compartilhando experiências
Processos criativos
Apreciação Coletiva
ENCONTRO 1

Definições e Etimologia das palavras:


• Processo Criativo em Artes Visuais
• Identidade
• Autobiografia
• Autoconhecimento
• Memórias

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Processo Criativo em Artes Visuais

Fonte da definição e etapas: https://rockcontent.com/br/blog/processo-criativo/


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Processo Criativo em Artes Visuais

4-stage model Para Fayga Ostrower a criatividade como um


Graham Wallas, psicólogo inglês desenvolveu a teoria a potencial próprio de todos os humanos. Nos
Arte do Pensamento, 1926 processos criativos em geral importam:
percepção, formas, intuição e imaginação, assim
1. Preparação
como o crescimento e a maturidade das pessoas.
de forma consciente e condutiva, o
criativo prepara o cérebro com as
principais informações do desafio a ser
superado
2. Incubação “Todas as criaturas nascem artistas.
o período em que não se aplicam A dificuldade é continuar artista enquanto se
ferramentas (mapas mentais, registros, etc) cresce.”
a vida segue e o indivíduo criador digere, Pablo Picasso
consome as informações adquiridas
3. Iluminação
fase em que a ideia surge, porque já se fez Para Cecília Almeida Salles, em Gesto Inacabado:
um estudo profundo sobre as informações processo de criação artística, a proposta de
4. Implementação compreender a criação leva à constatação de que
é o momento de colocar em prática uma possível teoria do gesto criador precisa falar
o que foi pensado para o desafio em da beleza da precariedade de formas inacabadas
questão e da complexidade de sua metamorfose.
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Fonte da definição e etapas: https://rockcontent.com/br/blog/processo-criativo/
Identidade
“No indivíduo confrontam-se, por assim dizer, dois polos de uma mesma
relação: a sua criatividade que representa as potencialidades de um ser
único, e sua criação que será a realização dessas potencialidades já
dentro do quadro de determinada cultura. Assim, (...) considerar os
processos criativos na interligação dos dois níveis de existência humana: o
nível individual e o nível cultural.”
Fayga Ostrower

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Autobiografia

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Autoconhecimento

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Memórias

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ENCONTRO 2

Disparadores criativos e formação de repertório


• Autobiografia literária
• Artistas visuais autobiográficos
• Caminhos para Investigação de Processo Criativo
• Escolha de materiais e linguagem

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As mais belas coisas do mundo
Um disparador autobiográfico literário

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LEONÍLSON
Uma janela para a intimidade do artista

José Leonilson Bezerra Dias (Fortaleza CE


1957 – São Paulo SP 1993).
Pintor, desenhista, escultor… A obra de
Leonilson é predominantemente
autobiográfica e está concentrada nos
últimos dez anos de sua vida. Segundo a
crítica Lisette Lagnado, cada peça realizada
pelo artista é construída como uma carta
para um diário íntimo. Em 1989, começa a
fazer uso de costuras e bordados,
que passam a ser recorrentes em sua
produção.

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A obra do artista plástico Leonilson é uma janela
para sua intimidade. Nascido no Ceará em 1957, e
batizado José Leonilson Bezerra Dias, o artista – ex-
aluno da FAAP – colocava muito de si e da sua vida
na sua produção, quase como um diário em forma
de desenhos, pinturas ou bordados. “Seu trabalho é
fruto de sua relação sensível com o mundo e com
situações vividas”, explica Maria Izabel Branco
Ribeiro, diretora do Museu de Arte Brasileira da
FAAP. “Seu repertório reúne aspectos das artes
visuais, da cultura popular e do cotidiano, filtrado
por várias referências autobiográficas, que
elaborava de modo a ter alcance universal e de
grande impacto.”

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Leda Catunda e seu então marido, o artista plástico Sergio
Romagnolo, tiveram um papel importante no final da vida
de Leonilson. Foram eles que montaram a última obra do
artista, a famosa instalação na Capela do Morumbi, em
1993, ano de sua morte, – feita com roupas, inclusive
camisas do artista, como uma forma de mostrar sua frágil
situação: tecidos leves, gastos e transparentes, apontando
a desmaterialização. “Ele não foi, não montou e não viu.
Nos deu um mapa e uma explicação”, conta Leda. “Foi
comovente, um pouco doloroso, mas, ao mesmo tempo, a
gente se sentia útil.”

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NINO CAIS
Um retrato as avessas
"O trabalho de Nino Cais consegue
estabelecer uma relação menos
automática com os objetos cotidianos
ao evocar comportamentos infantis e
dar forma a fantasias. Não é a
primeira vez que a infância e a
loucura, destituídas de voz na
sociedade moderna, chamam a
atenção de artistas. As vanguardas do
início do século XX foram marcadas
por um encontro com a arte primitiva,
o inconsciente e o traço infantil. Tudo
isso pode ser lido como uma parte da
crítica à racionalidade empreendida
desde então.”
Thais Rivitt

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Instalação Maiastra*, 2006
* Referência a uma obra de Constantin Brancusi, escultor romeno, que retrata pássaro do folclore
romeno, que em sua instalação é protagonizado por ele próprio Nino Cais que ‘pousa’ sobre vidro

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Autorretratos (?)
entre 2007 e 2009
“Eu me pergunto se essas imagens são ou
não autorretratos (...) A identidade não é
algo próprio da face, é algo que se transfere
a todos os objetos que nos cercam.” Na
minuciosa etnografia feita em seu quintal,
Cais expõe, afinal, uma identidade muito
própria. “Estou interessado em criar
alegorias, quase fantasias de Carnaval, a
partir de coisas que combinam ou não.”
Nino Cais

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ROSANA
PAULINO
Um caminho na memória coletiva

A costura da
memória

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21
Ainda a lamentar, 2011

Geometria brasileira chega ao paraíso tropical, Sem título, 2006


Assentamento, 2012 2018
22
Livro obra ¿história natural?, 2016

Atlântico vermelho, 2017


Exposição Atlântico vermelho, Sem título, 2016
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Um disparador com texto verbal
Investigação de Uma janela para a intimidade do artista
Processo Criativo
- Caminhos - Um autorretrato as avessas

Um caminho na memória coletiva

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Escolha uma das linguagens, obras estudadas para se inspirar e criar a sua
trajetória até aqui ou da memória que selecionar, a ideia é manter memórias
importantes e transformar a trajetória em uma obra de autobiografia visual, esta
obra vai refletir você;

Concentre-se nas questões de memória, do que não deve ser esquecido, do que
contribui para a sua formação como pessoa, nas informações e experiências que
você leva para sua vida no que se refere as suas escolhas, e como cidadão, como
Roteiro disparador ser humano integral e integrado a sociedade (quem é você na fila do pão?), as
relações humanas que desenvolveu na sua trajetória e as marcas que elas
para a Atividade provocaram ou ainda provocam em você;

Prática e produção Algumas perguntas podem motivar sua reflexão sobre o bloco anterior: Qual
caminho quer seguir visualmente? Quais as técnicas que quer explorer? Como
de obra pensa sua obra: um objeto, um desenho, uma pintura, um bordado, a mistura de
algumas técnicas, quais? O que te motivou? O que não quer esquecer? O que
quer compartilhar com o público? Que importâncias essas escolhas tem para
você? Por que escolheu essas memórias, por que elas precisam ser preservadas?

Faça a lista de materiais que vai precisar!


Não se esqueça de incluir um caderno para registros
Traga-os no próximo encontro!

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ENCONTRO 3

Roteiro para a Atividade Prática


• Investigação de processo e registros criativos

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Escolha uma das linguagens, obras estudadas para se inspirar e criar a sua
trajetória até aqui ou da memória que selecionar, a ideia é manter memórias
importantes e transformar a trajetória em uma obra de autobiografia visual, esta
obra vai refletir você;

Concentre-se nas questões de memória, do que não deve ser esquecido, do que
contribui para a sua formação como pessoa, nas informações e experiências que
você leva para sua vida no que se refere as suas escolhas, e como cidadão, como
Roteiro disparador ser humano integral e integrado a sociedade (quem é você na fila do pão?), as
relações humanas que desenvolveu na sua trajetória e as marcas que elas
para a Atividade provocaram ou ainda provocam em você;

Prática e produção Algumas perguntas podem motivar sua reflexão sobre o bloco anterior: Qual
caminho quer seguir visualmente? Quais as técnicas que quer explorer? Como
de obra pensa sua obra: um objeto, um desenho, uma pintura, um bordado, a mistura de
algumas técnicas, quais? O que te motivou? O que não quer esquecer? O que
quer compartilhar com o público? Que importâncias essas escolhas tem para
você? Por que escolheu essas memórias, por que elas precisam ser preservadas?

Hora de organizar os registros e


colocar as ideias em prática!
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Preparando registros criativos
Crie seus registros a partir das reflexões disparadas pelo roteiro

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ENCONTRO 4

Produção de obra com orientação


• Checando os caminhos do projeto – orientação individual
• Produção

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ENCONTRO 5

Compartilhando experiências
• Momento 1 – Processos criativos
• Momento 2 – Apreciação Coletiva

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Momento 1

Processos criativos – hora da partilha


• Qual caminho seguiu?
• O que te motivou?
• Que importâncias essas escolhas tem para você?
• Por que escolheu essas memórias?
• Por que elas precisam ser preservadas?

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Momento 2

Apreciação Coletiva
• A leitura do público x a motivação do artista
• Apreciando
• Encerramento

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GRATIDÃO
Pelo interesse e presença
Pela partilha
Pela troca de experiências

van.m.lira@gmailcom
@vanmli

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