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ARTE

LÍNGUA PORTUGUESA
ENSINO MÉDIO

LÍNGUA ESTRANGEIRA
EDUCAÇÃO FÍSICA

LINGUAGENS
2 SÃO PAULO FAZ ESCOLA – CADERNO DO PROFESSOR
ARTE – ENSINO MÉDIO 3

ARTE
1a Série – Ensino Médio
Prezado Professor,
Durante o ano letivo, os estudos, investigações e fazeres nas aulas de Arte foram ancorados na ideia
de provocar os alunos, tanto para perceberem a arte presente na cidade como para agirem como provo-
cadores de experiências estéticas, fazendo a arte adentrar no espaço escolar por meio de intervenções.
Acreditamos assim, que a vivência da construção de produções artísticas no contexto da intervenção; se
torna também; um exercício de práticas sociais comunicativas, que reverberam nos alunos experiências
inventivas em arte. Para isso, neste bimestre, faremos a proposta de integração das diferentes formas de
expressão (artes visuais, dança, música ou teatro) com a finalidade de culminar na realização de um proje-
to cultural coletivo ou individual que deverá ser construído através dos processos desencadeados pelas
experiências e interesses de cada grupo.
Neste bimestre, em artes visuais daremos continuidade aos percursos trilhados anteriormente, en-
volvendo a criação de intervenções como provocação de uma experiência estética por meio dos proces-
sos do fazer artístico.

QUADRO DE ORGANIZAÇÃO CURRICULAR – ARTES VISUAIS – 1ª Série


Tema/Conteúdo Currículo Habilidades do Currículo
Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
do Estado de São Paulo do Estado de São Paulo
Tema: • Elaborar, realizar e docu- 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente
• In[ter]venção: instantâneos mentar intervenções na es- construídos sobre o mundo físico, social, cultural e di-
poéticos na escola cola gital para entender e explicar a realidade, continuar
aprendendo e colaborar para a construção de uma
Conteúdos: • Identificar conceitos, proce-
sociedade justa, democrática e inclusiva.
• A intervenção e seu registro dimentos e conteúdos in-
como documentação vestigados durante o ano 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e
letivo culturais, das locais às mundiais, e também participar
• Modos de documentação de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
em Arte
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visu-
• Conceitos, procedimentos al-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, so-
e conteúdos investigados nora e digital –, bem como conhecimentos das lingua-
durante o ano gens artística, matemática e científica, para se
expressar e partilhar informações, experiências, ideias
e sentimentos em diferentes contextos e produzir sen-
tidos que levem ao entendimento mútuo
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências cultu-
rais e apropriar-se de conhecimentos e experiências
que lhe possibilitem entender as relações próprias do
mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercí-
cio da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberda-
de, autonomia, consciência crítica e responsabilidade
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, res-
ponsabilidade, flexibilidade, resiliência e determina-
ção, tomando decisões com base em princípios éti-
cos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
4 SÃO PAULO FAZ ESCOLA – CADERNO DO PROFESSOR

As atividades propostas; abaixo; estão alinhadas às habilidades do quadro acima e da Ma-


triz de Referência de Língua Portuguesa, do SAEB:
D1 – Localizar informações explícitas em um texto.
D5 – Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos,
foto etc.).
D6 – Identificar o tema de um texto.

IN[TER]VENÇÃO: REVELANDO OS SEUS INSTANTES

MOMENTO I
Apreciação
Página 113 no Caderno do Aluno

Um aspecto pouco abordado no bimestre anterior, independentemente da linguagem artís-


tica trabalhada com os alunos, será o foco aqui: “O registro e a documentação das intervenções”.
Para início de conversa, leia a fala de Hélio Oiticica, artista plástico, pintor, escultor, perfor-
mático, revolucionário e juntamente com os alunos façam uma reflexão sobre a mesma.

[...] a sucessão de obras é para fazer inteligível o que sou, eu passo a me conhecer através
do que faço, na realidade eu não sei o que eu sou, porque se é invenção eu não posso saber.
Se eu já soubesse o que seria essas coisas, elas já não seriam mais invenção. Se elas são in-
venção, a existência delas é que possibilita a concreção da invenção (CARDOSO, 1979).

Propomos, para ampliar essa conversa, a apresentação de alguns vídeos. Escolha os mais
adequados para a sua turma de alunos e convide-os à apreciação.
Sugestão de vídeo: “Programa Start da Globo News apresenta: Hélio Oiticica - Primeira
parte que fala sobre a importância da preservação do acervo, restauros e registros”.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=crgDm3ycMww

Em seguida realize uma roda de conversa. Sugerimos algumas reflexões conforme segue:
• Quem era Hélio Oiticica?
• Em qual linguagem foi proposta a apresentação das obras de Hélio Oiticica?
• Ele usava registros durante o processo de criação? Quais?
• Em 2019 grande parte do acervo do artista foi destruído em um incêndio. Esta perda
alimentou um debate:
• Qual seria a melhor forma de preservar um acervo como este e qual foi a escolha da
família de Hélio Oiticica?
• Hélio Oiticica realizava projetos? Quais?
Sugestão de vídeo: “As Obras de Hélio Oiticica”.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=RCEC8Rn8N8U
ARTE – ENSINO MÉDIO 5

Outras questões para a roda de conversa:


• As obras de Hélio Oiticica são híbridas?
• Quais são as linguagens exploradas em seus trabalhos?
• Qual a importância da música no processo de criação de Hélio Oiticica? Fale sobre
• Fale sobre a importância da arte de Hélio Oiticica ser movimento, corpo e cores?
• Como as obras dele interferem na moda e na publicidade?
Outros vídeos para ampliação do repertório:
Vídeo: “Museu Vivo: Hélio Oiticica – Parte 1”
Link: https://www.youtube.com/watch?v=ok7Xsj-TwvQ
Programa “Ciência e Letras - Hélio Oiticica”
Link: https://www.youtube.com/watch?v=cj6RlziPiZ4
Outras questões a serem discutidas com o grupo:
• Se as performances são trabalhos que duram o tempo de sua apresentação, como se
faz a divulgação dessas obras? De que modo elas podem permanecer em uma exposi-
ção ou em um museu?
• Por que seria importante o registro de instalações, intervenções e performances?

Para saber mais:

Hélio Oiticica realizou uma série de instalações e deixou como referência suas ano-
tações e seus desenhos. Esses registros são importantes para o entendimento das
obras e a remontagem das exposições, sem a presença do artista.

A performance contemporânea brasileira vem criando paradigmas para o sistema da Arte,


como a questão da aquisição da obra apresentada. No passado, seria impensável comprar uma
performance. Hoje, essa questão começa a mudar. O Museu de Arte Moderna de São Paulo, por
exemplo, por intermédio do Núcleo de Arte Contemporânea, adquiriu duas performances de
Laura Lima. Em outras palavras, é o mesmo que dizer que hoje não se compra apenas o registro
da performance – em vídeo ou fotografia – como era comum desde os anos de 1960. Adquire-se
também o roteiro dela, a possibilidade de fazê-la novamente.
Quando um museu adquire os direitos de uma performance, pode atualizá-la quantas ve-
zes quiser, dando caráter de permanência àquela proposta efêmera. Fotografias, filmes, vídeos
e textos começaram a compor o acervo de muitos museus especializados em arte contemporâ-
nea após 1950, como é o caso do Museu de Arte Contemporânea de San Diego, nos Estados
Unidos. No Brasil, o Centro de Arte Contemporânea (Inhotim) é um museu a céu aberto que
integra meio ambiente, fauna, flora e arte contemporânea. Localizado no município de Bruma-
dinho, em Minas Gerais, tem um acervo formado por obras de renomados artistas brasileiros e
estrangeiros criadas depois de 1960.
A relação entre o projeto e a performance, a instalação ou a intervenção – ou entre a obra
e seu registro – é central para as poéticas contemporâneas e sugere o desenvolvimento de no-
vas formas de documentar, catalogar, preservar e expor obras de arte. A obra toma a forma de
registros, documentos, livros, vídeos, discos, mapas, diagramas, projetos, cartas e cartões-pos-
tais: (SÃO PAULO, 2009, p 39)
6 SÃO PAULO FAZ ESCOLA – CADERNO DO PROFESSOR

MOMENTO II
Ação expressiva
Página 115 no Caderno do Aluno

Após apresentar os vídeos, das obras e do processo de criação de Hélio Oiticica, sugeri-
mos momentos de criação artística, no qual os alunos deverão ter como referência este artista.
Partindo da observação dos “metaesquemas” (célula original da obra de Oiticica), devem
olhar para o processo, buscar na memória o já vivido e retirar do plano projetado, explorando a
tridimensionalidade, ocupando os espaços da escola.
Por meio de cores e movimentos, os alunos devem apresentar como o processo se deu,
assim como proposto por Hélio Oiticica em 1960 ao lançar suas pinturas no espaço, dando vida
e ocupando lugar no mundo real através da tridimensionalidade: (Obra relevo Espacial A13
1959/1952 – Coleção Ricardo Rego – RJ conforme foi apresentado no vídeo Museu Vivo: Hélio
Oiticica Parte 1).
Após este processo solicite aos alunos que realizem em grupo ou individualmente inter-
venções na escola, partindo de fragmentos das imagens produzidas no decorrer do ano, refle-
tindo todo processo vivido por meio de “metaesquemas” produzidos por eles. Também pode-
mos pensar no processo de criação dos Parangolés.
É relevante, portanto, que alguns alunos sejam responsáveis pelos registros das interven-
ções espaciais, cênicas ou sonoras, também pelos critérios de organização desse registro (por
exemplo, a documentação e o cuidado estético de sua apresentação).
Seu acompanhamento é imprescindível. Um modo de ajudar os alunos é organizar um
mapa de trabalho que pode conter: reconhecimento do espaço onde acontecerá a interven-
ção ou será feita a instalação; teste de luz e som, caso sejam usados; marcação do espaço,
preparação do cenário; verificação dos equipamentos que serão usados para o registro/docu-
mentação.

ATENÇÃO!
Não esqueça de observar cuidadosamente o chão do lugar; para que não aconte-
çam surpresas ao longo da intervenção, como encontrar pedaços de vidro, prego
ou sujeira que possam causar ferimentos; e muitos outros aspectos a partir das ne-
cessidades dos projetos individuais ou colaborativos.

Organize apresentações dos trabalhos para que os alunos façam apreciação e análise do
processo desde o planejamento. Quais cuidados os alunos tiveram para realizar a intervenção?
A intervenção provocou novos olhares sobre a Arte?
ARTE – ENSINO MÉDIO 7

QUADRO DE ORGANIZAÇÃO CURRICULAR – DANÇA – 1ª Série


Tema/Conteúdo Currículo Habilidades do Currículo
Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
do Estado de São Paulo do Estado de São Paulo
Tema: • Elaborar, realizar e docu- 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente
• In[ter]venção: instantâneos mentar intervenções na es- construídos sobre o mundo físico, social, cultural e di-
poéticos na escola cola gital para entender e explicar a realidade, continuar
aprendendo e colaborar para a construção de uma
Conteúdos: • Identificar conceitos, proce-
sociedade justa, democrática e inclusiva.
• A intervenção e seu registro dimentos e conteúdos in-
como documentação vestigados durante o ano 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e
letivo culturais, das locais às mundiais, e também participar
• Modos de documentação de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
em Arte
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visu-
• Conceitos, procedimentos al-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, so-
e conteúdos investigados nora e digital –, bem como conhecimentos das lingua-
durante o ano gens artística, matemática e científica, para se
expressar e partilhar informações, experiências, ideias
e sentimentos em diferentes contextos e produzir sen-
tidos que levem ao entendimento mútuo
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências cultu-
rais e apropriar-se de conhecimentos e experiências
que lhe possibilitem entender as relações próprias do
mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercí-
cio da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberda-
de, autonomia, consciência crítica e responsabilidade
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, res-
ponsabilidade, flexibilidade, resiliência e determina-
ção, tomando decisões com base em princípios éti-
cos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

As atividades propostas; abaixo; estão alinhadas às habilidades do quadro acima e da Ma-


triz de Referência de Língua Portuguesa, do SAEB:
D1 – Localizar informações explícitas em um texto.
D5 – Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos,
foto etc.).
D6 – Identificar o tema de um texto.
Este bimestre será o momento de elaborar, realizar e documentar intervenções que ampliarão
a experiência estética, o fazer coletivo e a criação como um modo de troca e aprendizado em dança.

MOMENTO I
Apreciação
Página 116 no Caderno do Aluno

Para ampliar o repertório dos alunos sobre dança, propomos um momento de apreciação.
Para isso, selecionamos alguns vídeos de batalhas de Breakdance e Hip Hop dance. Esse mo-
mento será importante para que os alunos pensem no projeto de intervenção que eles elabora-
ram no 3º bimestre e para fechar quais ações serão realizadas na intervenção.
8 SÃO PAULO FAZ ESCOLA – CADERNO DO PROFESSOR

Breakdance Battle - Chelles Battle Pro 2014 Final


Link: https://www.youtube.com/watch?v=9tG-xwv0kw0
Bruce Almighty VS Neguin | Quarterfinals | Red Bull BC One World Final 2016
Link: https://www.youtube.com/watch?v=4t-XMblzfGo
Não tem melhor!!!!! Freestyle batalha de Breakdance competição
Link: https://www.youtube.com/watch?v=an_scW4EFzc
Após a apreciação questione os alunos se em seus projetos de intervenção que será reali-
zado na escola, seria interessante utilizar essa proposta de “batalha” de dança.

Para saber mais:

O Breakdance é um estilo de dança que faz parte do movimento Hip Hop e foi um
dos pontos de partida da cultura Hip Hop no Brasil. Movimento este inserido nos
encontros feitos nas ruas e em festas “Black”1 de São Paulo. Ocorriam juntamente
com funk2 que já fazia sucesso no país. Breakdance é uma manifestação corporal in-
fluenciada por várias culturas, que surgiu também como uma dança de luta contra a
desigualdade social e como meio de refúgio, sobretudo para os jovens, que passa-
ram a ser mais unidos e comunicativos por possuírem interesses semelhantes, como
dançar. Os dançarinos de Breakdance são chamados de B. Boys (homens) ou B. Girls
(mulheres). Este estilo de dança, teve grande influência latina, como a salsa. Além de
ter inspiração nos movimentos do Yoga, Ginástica Olímpica, boxe, sapateado e capo-
eira. Muitos eventos importantes da cena do Hip Hop mundial ocorrem na França,
como os campeonatos: Chelles battle e a Euro battle. O primeiro ocorre em Chelles,
na França, com a eliminatória final. As eliminatórias anteriores; geralmente aconte-
cem em outros países; para que B. Boys de outras nacionalidades, como os brasilei-
ros, tenham a oportunidade de participar do campeonato. Uma das eliminatórias
desse campeonato é em Goiânia- Goiás, no Shopping Estação Goiânia, onde partici-
pam mais de 250 dançarinos de todo o Brasil, com o desejo de competir na França e
a segunda etapa das eliminatórias, chamada de Euro battle, acontece a cada ano, em
uma cidade diferente e segue o mesmo modelo da primeira. No Brasil o Breakdance;
apresenta um diferencial; representado principalmente pela energia que os brasilei-
ros têm por conta da herança, que vem, sobretudo da capoeira, uma das bases utili-
zadas na dança e pertencente ao país. A energia apresentada durante a dança é um
ponto importante para que o desempenho seja satisfatório. Por isso, o Brasil é consi-
derado destaque nesse âmbito. Existem alguns importantes eventos no país como o
campeonato Master Crews, que ocorre em São Paulo, geralmente todo fim de ano,
no mês de dezembro. É considerado o maior do Brasil, pois reúne grupos de todo o
país e o “Quando as Ruas chamam”, de Brasília, que faz parcerias com outros campe-
onatos brasileiros e internacionais. Os campeonatos de Breakdance usualmente ofe-
recem premiações aos vencedores. (SOUZA, 2017)

1 Festas em que a maioria dos frequentadores era de etnia negra e constituída por músicas feitas por pessoas negras.
2 Gênero musical criado por volta da década de 1970 com batidas fortes e agradáveis para dançar.
ARTE – ENSINO MÉDIO 9

Imagem 1: 12º Festival de Dança da Diretoria de Ensino Centro-Sul


Governo do Estado de São Paulo

MOMENTO II
Ação expressiva
Página 117 no Caderno do Aluno

Partindo da ideia da batalha de dança, vamos propor aos alunos um momento de prática
expressiva sobre a construção de um mapa para dançar. Cada espaço da escola pode propor
uma movimentação diferente e isso vai influenciar na proposta de intervenção pensada para a
elaboração do projeto. Primeiramente vamos propor aos alunos que façam em grupo; um dese-
nho de um mapa dos espaços da escola.
Instruções aos alunos:
• Pensando em dança, neste registro, quais danças poderiam ser mapeadas?
• Quais movimentações corporais cada espaço propõe para criação coreográfica ou im-
provisação?
• Como registrar essas danças no mapa?
Seu registro será usado para parte do planejamento do seu projeto cultural de intervenção
na escola; construa pensando no registro.

Sugestão de movimentações; para a criação dos alunos:


Deslocar-se usando as partes da frente e de trás do corpo; criar novas formas de sentar em
bancos usando diversas partes do corpo, brincar com o olhar de que está nos vendo quando
desaparecemos nos degraus da escada. Inventar novos jeitos de subir as escadas, caminhe bem
devagar, sentir diferentes partes dos pés tocando o chão. Criar percursos em ziguezague, giran-
do como parafuso, mudando de lugar. Crie desenhos no espaço, com braços, com o corpo,
deixe cabeça, pescoço acompanhar essas linhas. Equilibre-se com uma perna só. Experimentar
apoios dos pilares, árvores, levantar do chão fazendo desenhos de parafuso, saltar de uma perna
para outra, fazendo pausas. Trabalhar com tecidos etc.
10 SÃO PAULO FAZ ESCOLA – CADERNO DO PROFESSOR

O que eu aprendi?
Após o registro, proponha a apresentação do mapa para dançar, por meio de exposição e
apresentações artísticas dos grupos nos diferentes espaços da escola.

QUADRO DE ORGANIZAÇÃO CURRICULAR – MÚSICA – 1ª Série


Tema/Conteúdo Currículo Habilidades do Currículo
Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
do Estado de São Paulo do Estado de São Paulo
Tema: • Elaborar, realizar e docu- 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historica-
• In[ter]venção: instantâneos mentar intervenções na es- mente construídos sobre o mundo físico, social, cul-
poéticos na escola cola tural e digital para entender e explicar a realidade,
continuar aprendendo e colaborar para a constru-
Conteúdos: • Identificar conceitos, proce-
ção de uma sociedade justa, democrática e inclusi-
• A intervenção e seu registro dimentos e conteúdos in-
va.
como documentação vestigados durante o ano
letivo 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísti-
• Modos de documentação cas e culturais, das locais às mundiais, e também
em Arte participar de práticas diversificadas da produção
• Conceitos, procedimentos artístico-cultural.
e conteúdos investigados 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou vi-
durante o ano sual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visu-
al, sonora e digital –, bem como conhecimentos das
linguagens artística, matemática e científica, para se
expressar e partilhar informações, experiências,
ideias e sentimentos em diferentes contextos e pro-
duzir sentidos que levem ao entendimento mútuo
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências cul-
turais e apropriar-se de conhecimentos e experiên-
cias que lhe possibilitem entender as relações pró-
prias do mundo do trabalho e fazer escolhas
alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto
de vida, com liberdade, autonomia, consciência crí-
tica e responsabilidade
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia,
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e deter-
minação, tomando decisões com base em princí-
pios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e
solidários.

As atividades propostas, abaixo, estão alinhadas às habilidades do quadro acima e da Ma-


triz de Referência de Língua Portuguesa, do SAEB:
D1 – Localizar informações explícitas em um texto.
D5 – Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos,
foto etc.).
D6 – Identificar o tema de um texto.

Retomar os conhecimentos construídos durante o ano, vivenciando instantes da interven-


ção, proposição de ideias, que serão o foco do ensino de música neste bimestre, propiciando
momentos de registro deste processo criativo.
ARTE – ENSINO MÉDIO 11

MOMENTO I
Apreciação
Página 118 no Caderno do Aluno

Vamos dar continuidade aos percursos trilhados em Música nos bimestres anteriores, en-
volvendo a escuta, a criação e as intervenções como momento de experiência estética e de
ampliação de repertório. No primeiro bimestre exploramos paisagens sonoras, operamos com
sons e sentimentos por meio dos processos de criação, no qual os alunos experimentaram dife-
rentes expressões musicais. No segundo bimestre, nos aproximamos de conceitos de poesia e
do RAP, articulando com ideias e sentimentos, criando projetos de intervenção na escola. No
terceiro bimestre, entramos em contato com o compositor Arnaldo Antunes trazendo as pala-
vras como matéria sonora, no qual os alunos conheceram e refletiram a materialidade da palavra
na música e as possibilidades do processo de criação, construindo projetos e integrando outras
linguagens.
Para iniciar o quarto bimestre convide os alunos para apreciar o vídeo: Deusa Do Amor
de Caetano Veloso e Moreno Veloso:
Link: https://www.youtube.com/watch?v=g2Q0Fg2o9Q4

Após apreciação do vídeo, realize uma roda de conversa perguntando aos alunos ques-
tões como:
1. Conhecem os artistas?
2. Qual o estilo musical apresentado no vídeo? Ocorreu alguma ruptura na estética da
produção artística?
3. Ocorreu diálogo entre linguagens?
4. Na apresentação ocorreu hibridismo entre linguagens? Quais?
5. Ocorreu alguma intervenção durante a apresentação?
Após roda de conversa, contextualize ampliando o repertório dos alunos.

Para ampliação de repertório:


Música “Alexandrino” (Caetano Veloso 2018). A apresentação do vídeo foi realizada no
Circo Voador. Esta música faz parte do DVD “Ofertório ao vivo”. Este projeto leva o nome do
patriarca e seus filhos: “Caetano, Moreno, Zeca e Tom Veloso”.
Alexandrino é um poema que tem 12 sílabas poéticas, 12 sílabas métricas, no qual Caetano
Veloso musicou para o Funk que é um ritmo carioca muito criticado, mas hoje está em alta mun-
dialmente e entre as 50 músicas mais tocadas. Segundo Caetano Veloso “a história do funk ca-
rioca já é velha e sempre enfrentou resistência e preconceito, inclusive na imprensa”.
“Zeca Veloso solta uma batida funk de seu piano elétrico. Caetano, seu pai, começa uma
contagem que vai até 12 (“Alexandrino” é o nome da canção, aquele verso clássico de 12 sílabas);
Moreno, seu irmão mais velho, acompanha a levada na percussão, enquanto Tom, o mais novo, fã
de um funk, primeiro manda uns “tum cha cha” vocais, depois se levanta, ensaia um passinho,
descalço (para aplausos gerais, claro) e caminha até o pai para sapecar-lhe um beijo no pescoço.
“Alexandrino” é uma espécie de resumo do show “Caetano Moreno Zeca Tom Veloso”.
Link: http://caetanoendetalle.blogspot.com/2017/11/2017-alexandrino.html
12 SÃO PAULO FAZ ESCOLA – CADERNO DO PROFESSOR

O que são, exatamente, os versos alexandrinos? De um jeito mais simples são versos de 12
sílabas poéticas em que a 6ª e a 12ª sílabas são tônicas. Como em: “A/mou/da/que/la/VEZ/co/
mo/se/fos/se/a/ÚL/tima…” Na verdade, são 12 sílabas com uma cisão na 6ª sílaba, o que ocorre
com uma intenção: obriga-nos a uma pequena pausa na 6ª sílaba, assim aumenta a cadência e
garante ritmo e musicalidade aos versos. Experimente ler em voz alta os versos da canção com
a marcação forte das 6ª e 12ª sílabas de cada verso e você perceberá facilmente o quão rítmica
é a letra. Versos alexandrinos são de elaboração muito difícil e a música inteira é construída as-
sim, o que evidencia a habilidade que Chico Buarque possui como compositor e o uso conscien-
te que faz dos recursos de linguagem. A segunda característica é o uso recorrente das proparo-
xítonas pelo compositor. Reparem: todos os versos alexandrinos terminam com uma palavra
proparoxítona e a 12ª sílaba tônica é sempre a 1ª sílaba dessa palavra. Peguemos a primeira es-
trofe: “última/última/único/tímido”. Vejam as estrofes seguintes. Isso reforça a marcação cirúrgi-
ca da sílaba tônica e a estrutura rítmica da letra/poema. São essas palavras proparoxítonas que,
mesmo mantendo-se no fim dos versos, mudarão de posição nas estrofes conforme a letra se
desenvolve, e vão modificando significados e imagens ao serem associadas a diferentes subs-
tantivos e adjetivos. Por meio desse jogo, o narrador nos conta uma história.
Fonte: http://artecult.com/musica-poesia-construcao/
Letra da música Alexandrino
Link: https://www.letras.mus.br/caetano-veloso/alexandrino/

Comente com os alunos que Caetano construiu uma obra musical marcada pela releitura e
renovação com grande valor intelectual e poético. Liderou o movimento chamado Tropicalismo
e é uma das figuras mais importantes da música popular brasileira. Na composição “Alexandri-
no”, Caetano Veloso aposta no Funk brasileiro.

MOMENTO II
Ação expressiva
Página 120 no Caderno do Aluno

Após contextualização do Funk de Caetano Veloso convide os alunos para que em grupo
escolham um poema e coloquem um ritmo, musicalizando-o. Comente que algumas músicas
são pura poesia porque transcendem ritmo e som, construindo imagens poéticas fortes, que
despertam sentimentos.
Para colocar melodia no poema escolhido, solicite aos alunos momentos de pesquisa, no
qual poderão, se considerarem interessante:
• Explorar sons, ruídos, silêncio, sonoridades de diferentes ambientes e sons corporais
(percussão corporal);
• Captar sons dos espaços públicos (por exemplo, em eventos como uma feira, um festi-
val ou uma apresentação na praça).
ARTE – ENSINO MÉDIO 13

Essa experimentação pode ser ampliada com a apreciação de composições do grupo bra-
sileiro Barbatuques e do grupo britânico Stomp (DVDs e CD que estão no acervo da escola en-
viados para subsidiar o Currículo do Estado de São Paulo). Em continuidade e para a ampliação
do repertório dos alunos, sugerimos a exploração de sonoridades por meio da percussão corpo-
ral, conforme pesquisa do grupo Barbatuques: tipos de palmas (grave, estrela, estalada, flecha,
entre outras), estalos de dedo, sapateados, vácuos de boca, estalos de língua, batidas no peito
e na bochecha, percussão vocal, assobios, sopros, línguas fictícias, sonoplastia corporal etc.
Convide os alunos a explorar sons agudos, médios e graves.
Exemplo:
• Sons agudos: Estalo de dedos; bater de dentes; bater uma das palmas com dois dedos.
• Sons médios: Palma; bater na bochecha esticada; bater palmas com as mãos atravessa-
das.
• Sons graves: Bater no peito, estalo de língua com a boca em formato de “ô”; bater
palmas com as mãos em formato de concha.

Depois das pesquisas dos sons do corpo, a proposta é fazer o corpo cantar partindo de um
refrão de qualquer música que os alunos conheçam.
Solicite aos alunos que após pesquisa, façam a captação dos sons, escolham com cuidado
a melhor posição para o microfone (ou gravador) para captar o som de modo eficiente. Este
trabalho poderá ser realizado com recursos do celular. Após muito ensaio, organize o espaço
para apresentações do resultado deste trabalho.
Após a apresentação, em roda de conversa, pergunte aos alunos sobre seu processo de
criação:
• Qual seria o critério de organização dos sons?
• Há registro sonoro (gravação em mp3, K7, vídeo) da execução musical?

O que eu aprendi? Solicite que os alunos registrem nos cadernos o que aprenderam nes-
te momento de ação expressiva.
O teatro, como a arte do encontro, da presença, do contato e da cumplicidade, evidencia
o corpo como memória, emoção, invenção, símbolo e poesia. A presença corpórea do ator por
meio do movimento, da voz e da ação é a materialidade da cena, que cria e instaura relações
intercorpóreas e sinestésicas.
Neste bimestre, esperamos que o aluno, dando continuidade aos conhecimentos constru-
ídos até agora, elabore, realize e documente intervenções cênicas na escola.
14 SÃO PAULO FAZ ESCOLA – CADERNO DO PROFESSOR

QUADRO DE ORGANIZAÇÃO CURRICULAR – TEATRO – 1ª Série


Tema/Conteúdo Currículo Habilidades do Currículo
Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
do Estado de São Paulo do Estado de São Paulo
Tema: • Elaborar, realizar e docu- 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historica-
• In[ter]venção: instantâneos mentar intervenções na es- mente construídos sobre o mundo físico, social, cul-
poéticos na escola cola tural e digital para entender e explicar a realidade,
continuar aprendendo e colaborar para a constru-
Conteúdos: • Identificar conceitos, proce-
ção de uma sociedade justa, democrática e inclusi-
• A intervenção e seu registro dimentos e conteúdos in-
va.
como documentação vestigados durante o ano
letivo 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísti-
• Modos de documentação cas e culturais, das locais às mundiais, e também
em Arte participar de práticas diversificadas da produção
• Conceitos, procedimentos artístico-cultural.
e conteúdos investigados 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou vi-
durante o ano sual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visu-
al, sonora e digital –, bem como conhecimentos das
linguagens artística, matemática e científica, para se
expressar e partilhar informações, experiências,
ideias e sentimentos em diferentes contextos e pro-
duzir sentidos que levem ao entendimento mútuo
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências cul-
turais e apropriar-se de conhecimentos e experiên-
cias que lhe possibilitem entender as relações pró-
prias do mundo do trabalho e fazer escolhas
alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto
de vida, com liberdade, autonomia, consciência crí-
tica e responsabilidade
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia,
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e deter-
minação, tomando decisões com base em princí-
pios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e
solidários.

As atividades propostas, abaixo, estão alinhadas às habilidades do quadro acima e da Ma-


triz de Referência de Língua Portuguesa, do SAEB:
D1 – Localizar informações explícitas em um texto.
D5 – Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos,
foto etc.).
D6 – Identificar o tema de um texto.
ARTE – ENSINO MÉDIO 15

Imagem 2 - PROJETO SENTIVER

Alunos da E E Prof. Benetido Leme Vieira Neto durante preparativos e apresentação do


Teatro e dança contemporânea do projeto “Sentiver – inspiração, conteúdo e leveza”. Professo-
ra Carmem Machado, 10.09.2013 Salto de Pirapora/SP. Governo do Estado de São Paulo.

“Há um conceito interessante que pode ampliar as referências e o entendimento sobre o


corpo cênico. É o conceito de espetacular, proposto por Jean-Marie Pradiera. Para o autor, es-
petacular é uma forma de ser, de se comportar, de se movimentar, de agir no espaço, de se
emocionar, de falar, de cantar e de se enfeitar, como forma distinta das ações banais do cotidia-
no. É espetacular, portanto, o corpo do ator na encenação de uma peça de teatro, na performan-
ce ou na intervenção cênica, ao realizar certo tipo de ação que participa de uma estética que a
diferencia de ações realizadas cotidianamente. Por isso, esse corpo espetacular é uma forma de
expressão que, ao fazer uso da linguagem teatral, tem o corpo como suporte, dando forma ao
que se quer mostrar, comunicar. O corpo do teatro, o corpo criador cênico, o corpo espetacular
em cena é, assim, um corpo que se faz cabide de uma ideia poética, interessante para quem
assiste. Uma vez que a atuação do ator (como todas as artes espetaculares) só existe em sua
realização diante de um público, sua materialidade não se limita às ações corporais – ela inclui a
própria pessoa do ator. O que o espectador vê não é apenas a persona em ação. Ele vê o ator
“jogando” (realizando) essa ação dentro do contexto poético. E vê, ainda, a relação pessoal que
o ator estabelece com a poética e com o conteúdo da obra, vê o sentido que ela faz para ele. ”
(SÃO PAULO, 2009, p. 19 e 20)
16 SÃO PAULO FAZ ESCOLA – CADERNO DO PROFESSOR

MOMENTO I
Apreciação
Página 122 no Caderno do Aluno

Neste momento, propomos a apreciação das cenas do espetáculo Namíbia, Não! em ví-
deos disponíveis no YouTube, listados abaixo, para que os alunos possam refletir sobre o corpo
criador cênico e a proposta de criação de uma comédia para discutir um tema polêmico e sério,
como as questões raciais (afro ou indígena) no Brasil. Dirigida por Lázaro Ramos, a peça
Namíbia, Não! recorre ao Teatro do Absurdo para discutir uma provocação (que é fictícia): Em
2016, o governo brasileiro decreta uma Medida Provisória determinando que todos os que tive-
rem “melanina acentuada” sejam capturados e enviados imediatamente à África, provocando,
em pleno século XXI, o revés da diáspora vivida pelo povo africano na época do tráfico de escra-
vos. A medida é tomada para evitar que o governo tenha de pagar indenizações em uma ação
de reparação social aos danos causados pela União aos descendentes das vítimas da escravidão.
Mas, para não incorrer no crime de “Violação de Domicílio”, eles só podem ser capturados na
rua. Diante disso, os primos André e Antônio passam o dia trancados no seu apartamento, de-
batendo as questões sociais e econômicas da vida atual, seus anseios pessoais e as consequên-
cias de uma viagem para a África. Situações inusitadas são discutidas com muito humor e ironia.
As cenas enfocam a vida dos de “melanina acentuada”, convidando o público à reflexão sobre
sua própria realidade. “Namíbia, Não! ” pega emprestado nomes de geniais engenheiros afro-
descendentes do século XIX, os brasileiros André e Antônio Rebouças, e coloca nos dois perso-
nagens fictícios do século XXI. “Propomos uma síntese bem-humorada sobre a ressignificação
estética e ética do termo Melanina Acentuada”, afirma Aldri Anunciação, ator e dramaturgo.
O elenco traz Flávio Bauraqui e Aldri Anunciação, que também assina a autoria do texto.
“É uma crônica sobre a realidade do jovem afrobrasileiro”, diz Lázaro Ramos, diretor geral do
espetáculo.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=Bx1Olkh8JXY
Link: https://www.youtube.com/watch?v=UR_2YYhHXtw
Link: https://www.youtube.com/watch?v=GhqFxghCIBE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=i9UiPo0WQYQ
Link: https://www.youtube.com/watch?v=cNc66UtUuPM

Após a apreciação dos vídeos realize uma roda de conversa com os alunos sobre as cenas
assistidas:
1. É possível perceber a ironia nas falas dos atores em cena?
2. Conseguem perceber a comicidade nas cenas?
3. Seria possível abordar temas sociais como os relacionados às questões raciais numa
intervenção cênica na escola?
4. O que é Teatro do Absurdo? Já tinha ouvido falar neste termo?
ARTE – ENSINO MÉDIO 17

Para ampliar o repertório:


O Teatro do Absurdo é um movimento artístico-cultural, espécie de gênero teatral, que
surgiu no começo da década de 1950 na França. O nome, dado em 1961 pelo crítico teatral hún-
garo Martin Esslin, é uma referência aos temas absurdos (fora da realidade) tratados nas peças
deste gênero.
A crítica da peça teatral “Namíbia, Não!” está no fato de que hoje em dia já não temos
contato com as nações da África, muito menos sabemos a origem das populações negras e de
nossos ancestrais. O discurso assume um tom de contestação que nos faz voltar o olhar para nós
mesmos e para a relação como a quantidade de melanina que possuímos em nossos corpos,
muitas vezes, determina o lugar de pertencimento social de milhões de brasileiros: “Glória Ma-
ria, a famosa jornalista, é detida enquanto participa de um programa de entrevistas, e, neste
caso, não se ‘valoriza’ sua posição social”. Diante destas premissas, ficam-nos algumas pergun-
tas: o que passará com os outros, Jayme Sodré, Ney Lopes, Neguinho da Beija-Flor, Benedita da
Silva, Milton Nascimento, todos, de alguma maneira, também reconhecidos no cenário intelec-
tual e artístico brasileiro, mas com “melanina acentuada”? E com a padroeira do Brasil, Nossa
Senhora Aparecida? Todos serão deportados...No entanto, segundo a discussão dos primos,
Camila Pitanga – atriz negra, famosa, mas com a pele mais clara – será um caso facultativo, ou
seja, ela poderá eleger… mas o que acontecerá com os que têm vitiligo? Lançam a indagação
em tom de piada e ironia. Neste sentido, o questionamento fica como uma provocação latente
dirigida ao leitor/espectador”.
Aldri Anunciação nasceu em Salvador, em 17 de julho de 1977. Transferiu-se para o Rio de
Janeiro, onde concluiu o bacharelado em Teoria Teatral pela UNIRIO – Universidade do Rio de
Janeiro. Como ator, vem desenvolvendo trabalhos no cinema, no teatro e na televisão. Namí-
bia, Não! é seu primeiro texto publicado, com o qual foi agraciado com o Prêmio Jabuti de
Literatura na categoria “Ficção Juvenil”, em 2013. O espetáculo estreou em 17 de março de
2011, sob a direção de Lázaro Ramos, tendo no elenco, como protagonistas, o próprio Anun-
ciação e o ator Flávio Bauraqui. A peça tem como objeto de enunciação a vida do negro, mas
aqui, diferentemente de outros textos representantes da dramaturgia negra, este sujeito não
está representado sob o olhar de classe dos menos favorecidos da sociedade brasileira. As
personagens trazidas para a cena são dois primos, André e Antônio, advogados que perten-
cem à classe média. Eles tiveram acesso à educação, têm reconhecimento social, mas são
surpreendidos por uma Medida Provisória do Governo brasileiro que obriga a todos os cida-
dãos com características que indiquem uma ascendência africana – no texto nomeados como
“sujeitos com melanina acentuada” – a regressarem a seus pretensos países de origem. Todos
devem ser capturados e devolvidos às nações de África, sob o pretexto de “corrigir” o erro
histórico da escravização dos africanos nas terras brasileiras. A história recebe uma leitura fu-
turista, pois, segundo as orientações do autor, as ações do texto devem passar cinco anos
adiante do tempo atual de sua montagem.
É interessante observar que o autor propõe com seu texto uma leitura crítica sobre a si-
tuação dos negros no país e, neste caso, a questão do preconceito não se limita aos pobres.
Busca-se demonstrar que a discriminação não se centra somente entre a população negra das
periferias.
18 SÃO PAULO FAZ ESCOLA – CADERNO DO PROFESSOR

MOMENTO II
Material dramatúrgico: diálogos roteirizados
Para a compreensão da construção de um material dramatúrgico relacionado à intervenção
cênica e seu tema, apresente um trecho do texto teatral “Namíbia, Não!” do ator e dramaturgo
brasileiro Aldri Anunciação.

Excerto do texto teatral da peça “Namíbia, Não!” do ator e dramaturgo brasileiro Aldri
Anunciação

Cena 01.
“Antônio desarrumando a mesa do café da manhã. Ainda sem terminar totalmente de de-
sarrumar a mesa, Antônio vai até a mesa de centro da sala, observa por um tempo o jogo come-
çado do tabuleiro de xadrez e faz uma jogada. Entra, de repente, André assustado, vindo da
porta da rua. André fica em silêncio olhando Antônio.
ANTÔNIO: Bom dia!
Antônio volta a desarrumar a mesa do café. André continua em silêncio.
ANTÔNIO: Noitada, heim?
André recuperando o fôlego à frente da porta da rua. Antônio para de desarrumar a mesa
do café.
ANTÔNIO: Que foi, primo?
ANDRÉ: (assustado) Vai para onde cedo assim?
ANTÔNIO: Eu vou pro meu curso. Hoje é o primeiro dia do Curso Preparatório pro Concur-
so pra Diplomata de Melanina Acentuada do Itamaraty. Esqueceu? Olha aí o tabuleiro, fiz mais
uma jogada.
Antônio termina de desarrumar a mesa e pega a pasta de estudos que estava sobre o sofá
da sala.
ANDRÉ: Desista, Antônio!
ANTÔNIO: (surpreso) Como é?
ANDRÉ: Desista de sair de casa. Não vamos mais sair de casa. Nunca mais!
ANTÔNIO: (pegando a pasta de estudos e se dirigindo a porta) Primo, eu não quero me
atrasar logo no primeiro dia de aula. Não posso lhe dar atenção agora. Quer um conselho? Beba
bastante água, que essa onda seja ela qual for, passa logo.
ANDRÉ: (impedindo a passagem de Antônio pela porta de saída) Não...Você não vai a lu-
gar algum. A partir de hoje você não sai mais de casa.
ANTÔNIO: Que é isso, André? Deixe eu sair! Eu tenho um compromisso sério. Brincadeira
tem hora!
ANDRÉ: Antônio, eu não tô brincando!
ANTÔNIO: (tirando suavemente André da porta e colocando-o no sofá) Primo, pare com
isso! Eu realmente acho que você não devia ficar por aí desperdiçando seu tempo e energia em
farras noturnas. Gastando o pouco dinheiro que você ganha como atendente daquela lan house
da esquina, em álcool. Álcool evapora, André. Invista seu dinheiro em coisas mais concretas...
Mais palpáveis. Palpabilidade, André! Como a sua faculdade de direito, por exemplo. Talvez seja
por causa dessas farras que as mensalidades estão atrasadas!
ARTE – ENSINO MÉDIO 19

Antônio vai em direção à porta


ANDRÉ: Saiu uma medida provisória!
Antônio desiste de sair. Pausa
ANTÔNIO: Como é?
ANDRÉ: Saiu sim! Uma medida Provisória! Não podemos mais sair!
ANTÔNIO: Sair de onde?
ANDRÉ: De casa! Estamos presos, Antônio!
ANTÔNIO: Tá maluco!
ANDRÉ: Não! (Põe a mão no rosto de Antônio) Eu nem bebi essa noite!
ANTÔNIO: O que você fez a noite toda?
ANDRÉ: Eu? Eu fugi! Eu fugi, primo! Fugi, fugi, fugi!
ANTÔNIO: (interrompendo) De quem, rapaz?
ANDRÉ: Da polícia!
ANTÔNIO: (irritado) André, o que você andou aprontando por aí?
ANDRÉ: Saiu uma Medida Provisória do Governo! Os cidadão de Melanina Acentuada que
forem encontrados circulando pelas ruas do país, a partir de hoje, serão capturados e enviados
de volta para a África. Pausa.” (ANUNCIAÇÃO, 2012, p. 18-21).
[...]
Excerto do texto teatral da peça “Namíbia, Não! ” do ator e dramaturgo brasileiro Aldri
Anunciação.

Cena 04.
[...]
“ANDRÉ: Basta, Antônio, cansei dessa história de Melanina Acentuada... De melanina exal-
tada... Destrambelhada!
ANTÔNIO: (surpreso) O que isso, André? Você vai aceitar essa Medida Provisória desastro-
sa, que acha que está fazendo um favor para gente? (irritando-se) Não vai me dizer agora que
você quer ir para aquela terra estranha?
ANDRÉ: (surpreso) Como assim terra estranha? Vai querer negar agora? Vai negar sua ori-
gem? Sua cultura?
ANTÔNIO: (irritado) – Eu não estou negando nada! Somente estou lhe dizendo que a Áfri-
ca para mim, hoje é um continente estranho. Não conheço ninguém lá!
ANDRÉ: E nossos parentes que ficaram lá?
ANTÔNIO: (...) André! Você acha o quê? Que a gente vai chegar lá e vai ser recebido com
honrarias no aeroporto? (Antônio pulando pela sala, em alegria irônica) Fogos de artifícios para
receber os parentes que se foram séculos atrás e nunca mais mandaram notícias!” (ANUNCIA-
ÇÃO, 2012, p. 52-53).
Fonte: ANUNCIAÇÃO, Aldri. Namíbia, Não! Salvador: EDUFBA, 2012.

Propomos para este momento um exercício de leitura dramática dos textos apresentados
entendendo a leitura dramática como parte inicial de um processo de encenação e de grande
importância para a compreensão e entendimento do texto. Esse exercício constitui-se na apre-
sentação pública de uma leitura de texto teatral, em que atores interpretam uma peça ou parte
dela com o texto em mãos.
20 SÃO PAULO FAZ ESCOLA – CADERNO DO PROFESSOR

O que eu aprendi? Neste momento, converse com os alunos sobre os temas que serão
abordados em seus projetos de intervenção e como a proposta de criação cênica poderia ser
desenvolvida a partir da temática elaborada pelo seu grupo.

PLANEJANDO IN [TER] VENÇÕES

MOMENTO I
Registro e a documentação das intervenções
Página 122 no Caderno do Aluno

Converse com os alunos sobre a importância dos registros. Fale sobre alguns aspectos que
precisam ser observados. Em qualquer dos modos de registro visual – fotografia ou vídeo –, o
cuidado com a qualidade documental é fundamental. Não basta simplesmente juntar as foto-
grafias, os vídeos ou desenhos e as anotações, mesmo que tenham qualidade. Simplesmente
guardar as fotografias em pequenos álbuns fornecidos pelos laboratórios fotográficos ou digita-
lizá-las e salvá-las em uma pasta, sem critérios, sem seleção, não significa documentação.
É relevante, portanto, que uma equipe seja formada para ficar responsável tanto pelo re-
gistro das intervenções espaciais, cênicas ou sonoras como pelos critérios de organização desse
registro (por exemplo, a documentação e o cuidado estético de sua apresentação), equipe essa
preferencialmente multidisciplinar.
A fotografia de uma intervenção, por exemplo, requer um olhar especial que flagra instan-
tes expressivos, tanto de quem faz a cena como de quem a observa, o fotógrafo, colhendo im-
pressões, atitudes, detalhes, o acaso, um momento fugaz. Também é interessante que o registro
fotográfico do espaço seja feito antes e durante a intervenção.
Os registros sonoros precisam ser feitos no ambiente pensado para a criação: Ruídos fazem
parte da produção dos alunos? Então, somente os ruídos escolhidos precisam ser registrados.
Os alunos compuseram um jingle? Sonoridades do ambiente fazem parte dele? Se não, os alu-
nos precisam pesquisar um local em que não haja sonoridades não planejadas. A música a ser
captada é produzida em um espaço público, em um evento como uma feira, um festival ou uma
apresentação na praça? Portanto, é necessário pesquisar as melhores posições para o microfone
(ou gravador) captar o som de modo eficiente.
As produções sonoras realizadas pelos alunos podem receber os mesmos cuidados desti-
nados à produção visual. Qual seria o critério de organização? Cronológico? Por motivos? Há
registro sonoro (gravação em mp3, K7, vídeo) da execução musical? Como conectá-los na orga-
nização dos registros?
Instantes da intervenção. Acontecimentos, vivências, ideias, registro. Os instantes dos alu-
nos na preparação das intervenções e no ato de fazê-las podem alargar a experiência estética, a
experiência do fazer coletivo, a experiência de invenção como um modo de trocar com o mun-
do, de tocar no mundo. Potencializar essas experiências na escola não seria também um modo
de preparar os alunos para o mundo do trabalho, para a vida?
ARTE – ENSINO MÉDIO 21

MOMENTO II
Ação expressiva - Processo-ação da In (Ter)Venção: o antes e o durante
Página 123 no Caderno do Aluno

É chegado o tempo das intervenções cênicas, coreográficas, sonoras, visuais, performan-


ces, instalações, site specific, painéis, design, comunicação visual, fanzines, projetos de media-
ção cultural para o patrimônio da região, criação de uma série de trabalhos no desenvolvimento
de poéticas pessoais etc.
Após conversar com os alunos e apreciar os momentos nas diferentes linguagens, de pon-
tuar a importância dos registros e das documentações, vamos dar continuidade aos percursos
que começamos a trilhar nos bimestres anteriores, envolvendo a criação de intervenções na es-
cola, com o objetivo de provocar experiência estética no outro por meio dos processos do fazer
artístico.
O convite é para olhar para o processo vivido. Um olhar de leitura, que se lança à tarefa de
sistematizar o que foi estudado, pesquisado, produzido e projetado. É um tempo de análise, de
ampliação de conteúdos e de significados, de troca e diálogos sobre questões e temas que fo-
ram ou poderiam ser aprofundados, do que poderia ser diferente.
A ideia aqui começa por levar os alunos a uma experiência, para depois, conversar sobre
ela, discutir a ideia e os desdobramentos possíveis para a elaboração desta intervenção em arte
na escola.
Convide os alunos para fazer arte, fazer uma ação poética, uma intervenção na escola, um
projeto poético na escola.
Retome as pesquisas realizadas no segundo bimestre (Pintura nas grutas da pré-história;
Murais da Antiguidade ao século XX; Graffiti, Reverse Graffiti; Cow Parade; Land art etc.). Reto-
me a possibilidade de produzir usando diferentes materialidades, objetos artísticos, ou pintura
mural, ou grafite, ou Cow parade, ou Land Art etc.
Converse com os alunos sobre a importância de ler o projeto já escrito e se necessário ve-
rifique se ainda há tempo para reescrita.
Com o projeto pronto, agora é hora de os alunos colocarem a mão na massa. Oriente-os a
realizar o projeto, o esboço, os croquis os momentos de estudo, o protótipo, as experiências
com a materialidade (material, procedimento, suporte e ferramenta), explorando os diferentes
repertórios pessoais e culturais, passando por momentos de devaneio; de vigília criativa, do fa-
zer sem parar; do ficar em silêncio e distante, estimulando a percepção sensível e a vivência do
caos criador.
Professor, você será o articulador das ações, um facilitador no processo de ensino/aprendi-
zagem. Converse com os alunos se acham melhor um projeto para a classe toda, ou experimen-
tar mais que um projeto, ou seja, cada grupo com sua ação. Auxilie seus alunos, mas não esque-
ça que o desenvolvimento do protagonismo no aluno depende de uma boa mediação do
professor.
Organize uma mostra dos trabalhos e momentos de apreciação. Cuide para que tudo dê
certo e este momento seja inesquecível.
22 SÃO PAULO FAZ ESCOLA – CADERNO DO PROFESSOR

Imagem 3 - PROJETO SENTIVER

Alunos da E E Prof. Benedito Leme Vieira Neto durante preparativos e apresentação do


Teatro e dança contemporânea do Projeto “Sentiver – inspiração, conteúdo e leveza” da profes-
sora Carmem Machado - 10.09.2013 Salto de Pirapora/SP. Governo do Estado de São Paulo.

Concluir os trabalhos realizando avaliação, com uma roda de conversa, colocando-os a re-
fletir sobre:
• Quais pensamentos e sentimentos foram apresentados em cada trabalho?
• Como foi o processo de criação?
• Quais foram os facilitadores e dificultadores deste processo?
• O que eu mais gostei desta experiência? E o que eu mudaria?

MOMENTO III
Avaliando o processo - Vivência-ação da In[Ter]Venção: o depois
Convide os alunos (grupos) a elaborar uma documentação esteticamente organizada, seja
por meio de desenho, colagem, diferentes cores, seja com outras formas que os alunos queiram
inventar.
Professor você deverá auxiliar os alunos (grupos) realizando perguntas sobre aspectos que
tanto podem provocar a conversa; como escrita de um texto. Os alunos (grupos) podem narrar
o que foi mais marcante, mais surpreendente, os estranhamentos durante todo o processo cria-
tivo na realização da intervenção e como foi a participação do público. O que perceberam entre
o que foi feito e o modo como foi documentada a intervenção ou instalação? Solicite aos alunos
que reflitam todo o processo desde o planejamento.
ARTE – ENSINO MÉDIO 23

O que eu aprendi? Professor, estando concluída a documentação de todo o processo,


solicite aos alunos (grupos) que realizem uma apresentação, para socializar os diferentes pontos
de vista sobre a vivência-ação da intervenção.

OBSERVAÇÃO
Caso necessite, consulte o Caderno do Professor, disponível na Intranet e, procure,
em sua unidade escolar, os CDs e DVDs encaminhados pela SEE.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANUNCIAÇÃO, Aldri. Namíbia, não! Salvador: EDUFBA, 2012.

CARDOSO, Ivan. HO. Rio de Janeiro: 1979. Experimental, 13min

FERREIRA, Solange dos Santos Utuari – Por toda parte: volume único / Solange dos Santos -
Utuari Ferrari... (et al.). – 1. Ed. – São Paulo: FTD, 2013. (pg. 272 a 294)

MEIA, Beá – Percursos da arte: volume único: ensino médio: arte/Beá Meira, Silva Soter, Rafael
Presto. –1.ed. – São Paulo: Scipione, 2016.

SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. Caderno do professor: arte/Secretária da Educação:


coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Geraldo de Oliveira Suzigan, Gisa Picosque,
Jéssica Mami Makino, Miriam Celeste Martins, Sayonara Pereira, São Paulo: SEE, 2009.Cader-
no do Professor - 1ª série do Ensino Médio.

SOUSA, Natália Gonçalves. O Breakdance no Brasil e na França: uma proposta de definição e tra-
dução de seus principais elementos. Monografia apresentada ao Departamento de Línguas
Estrangeiras e Tradução como requisito obrigatório para a aprovação na disciplina Estágio
de Bacharel em Francês. Universidade de Brasília – UnB. Brasília: 2017. Disponível no link
http://bdm.unb.br/handle/10483/19479 . Acesso em 17/04/2019.
24 SÃO PAULO FAZ ESCOLA – CADERNO DO PROFESSOR

ARTE
2a Série – Ensino Médio
QUADRO DE ORGANIZAÇÃO CURRICULAR – ARTES VISUAIS – 2ª Série

Habilidades do Currículo do
Temas/Conteúdos Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
Estado de São Paulo
Tema: • Elaborar, realizar, mostrar e do- 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações ar-
• O mostrar anunciado: a produ- cumentar um projeto poético; tísticas e culturais, das locais às mundiais, e tam-
ção poética na escola bém participar de práticas diversificadas da pro-
• Reconhecer conceitos, proce-
dução artístico-cultural.
dimentos e conteúdos investi-
Conteúdos:
gados e experimentados em 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou
• Amostra poética: festival, salão;
Arte durante o ano letivo. visual-motora, como Libras, e escrita), corporal,
• Modos de divulgação em Arte: visual, sonora e digital –, bem como conheci-
cartaz, folder, programa; mentos das linguagens artística, matemática e
científica, para se expressar e partilhar informa-
•
Conceitos, procedimentos e
ções, experiências, ideias e sentimentos em di-
conteúdos investigados em
ferentes contextos e produzir sentidos que le-
Arte durante o ano.
vem ao entendimento mútuo
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências
culturais e apropriar-se de conhecimentos e ex-
periências que lhe possibilitem entender as re-
lações próprias do mundo do trabalho e fazer
escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e
ao seu projeto de vida, com liberdade, autono-
mia, consciência crítica e responsabilidade.
10. Agir pessoal e coletivamente com autono-
mia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência
e determinação, tomando decisões com base
em princípios éticos, democráticos, inclusivos,
sustentáveis e solidários.

As atividades propostas; abaixo; estão alinhadas às habilidades do quadro acima e da Ma-


triz de Referência de Língua Portuguesa do SAEB:
D1 – Localizar informações explícitas em um texto.
D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
D5 - Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos,
foto etc.).
D6 – Identificar o tema de um texto.
D12 – Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.
D14 - Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.
D12 – Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.
D16 - Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.
ARTE – ENSINO MÉDIO 25

D17 - Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.


D18 -Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra
ou expressão.
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/
ou morfossintáticos.
D20 – Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos
que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em
que será recebido.
D21 - Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato
ou ao mesmo tema.
D2 – Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substitui-
ções que contribuem para a continuidade de um texto.
D15 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjun-
ções, advérbios etc.
D13 - Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um
texto.

Apresentação final
Prezado professor, as proposições de estudo, investigação e fazeres em Arte; trilharam
caminhos para que seus alunos experimentassem projetos poéticos; de maneira individual ou
colaborativa. Nas atividades foram sugeridos momentos para a exploração, experimentação e
desenvolvimento de potencialidades das várias linguagens da arte, direcionados para a constru-
ção de projetos. Agora, é tempo de rever todo o processo vivido e tudo o que foi abordado e
trabalhado durante o ano letivo.
Esse é o momento para as mostras de arte, salões, festivais, exposições e intervenções,
entre outras formas que também possam favorecer a percepção do que foi realizado.

MOMENTO I
Sondagem
Página 113 no Caderno do Aluno

Nos bimestres anteriores, as atividades mostraram que a Arte se torna híbrida ao transitar
em várias linguagens até chegar ao produto final, seja na apresentação do grupo Nat Nus, ainda
no 1º bimestre, no qual teatro, dança, música e artes visuais conversam entre si para criar o es-
petáculo ou em uma animação ou filme (no 3º bimestre) nos quais vídeos e músicas se comple-
mentam.
Agora, proponha à sua turma que se organize, de acordo com o seguinte roteiro, para a
produção de uma Mostra Cultural na escola:
1. O que será produzido?
2. Como será essa produção?
3. Quais espaços serão utilizados? Quando será realizada a Mostra?
4. Quais equipamentos e materiais cada grupo irá utilizar para essa produção?
26 SÃO PAULO FAZ ESCOLA – CADERNO DO PROFESSOR

5. Como será apresentada essa produção?


6. Essa produção será individual ou colaborativa?
7. Como será feita a divulgação dessa Mostra? Haverá a utilização das redes sociais, dis-
positivos móveis, cartazes; etc.?
8. Como será feita a divulgação e comunicação visual? Haverá um convite, folder, cartaz?
9. De que forma serão feitos os registros de todas as atividades? Haverá livro de assinaturas?
10. Qual será a responsabilidade de cada um?

Solicite que os alunos registrem as contribuições recebidas durante a roda de conversa. É


importante que você já peça aos alunos que definam quais serão suas responsabilidades dentro
do processo. Este exercício de reflexão contribuirá para rever as ações e nortear as proposições
para a Mostra.

MOMENTO II
Movendo a apreciação
Página 114 no Caderno do Aluno

Retome alguns vídeos sugeridos nos bimestres anteriores, de forma a contribuir na produ-
ção dos alunos. Relembre com a turma alguns trabalhos que realizaram e as observações feitas
após suas apresentações. Sugira que refaçam algumas apresentações ou recriem em cima das já
apresentadas anteriormente, para isso, retome as anotações dos alunos dos bimestres anterio-
res ou mesmo os portfólios ou diários de bordo produzidos.
Organize com sua turma, um cronograma de atividades para esse bimestre, incluindo os en-
saios, as produções, tempo para divulgação, equipamentos necessários e a apresentação final.

MOMENTO III
Ação Expressiva
Página 115 no Caderno do Aluno

Paralelamente aos ensaios para a Mostra e pensando em sua divulgação, solicite aos alu-
nos que produzam cartazes divulgando sua apresentação. Antes dessa produção, apresente aos
alunos diferentes tipos de cartazes e como alguns acabaram exercendo grande influência na
história da humanidade. Para isso, você pode acessar os links abaixo:
Link: https://historiadocartaz.weebly.com/origens.html
Link: https://www.xerox.com/pt-br/solucao-impressao-digital/insights/cartazes-famosos
Link: http://www.arteeblog.com/2018/11/cartazes-de-henri-de-toulouse-lautrec.html
ARTE – ENSINO MÉDIO 27

Após a análise dos cartazes, discuta com sua turma as questões a seguir:
1. Qual é a função de um cartaz?
2. Há relação entre texto e imagem na comunicação visual do cartaz?
3. É possível saber o que um cartaz está divulgando quando se observam apenas as
imagens?
4. De que forma então será divulgada a produção poética na escola?

Com as informações principais para se construir um cartaz, divida a sala em grupos (que
podem ser os mesmos das apresentações) e peça que os alunos abusem da criatividade para
divulgar a Mostra Cultural. Reforce com cada grupo que algumas informações são imprescindí-
veis – data, local, nome da Mostra, horário. E para valorizar a produção poética e despertar o
interesse para a ação é importante criar momento da estreia ou vernissage (a abertura de uma
exposição). Ele se torna um momento de encontro, de celebração, de oportunidade de aproxi-
mar o público das manifestações artísticas e de compartilhar a produção com o outro e com a
escola que proporciona esse espaço.
Caso a escola tenha facilidade para utilizar a sala de informática, apresente aos alunos o
programa online Canva, que permite ao usuário cadastrado criar cartazes e outros produtos de
divulgação como folhetos, convites, cartão de visita, panfletos, vários recursos tecnológicos.
Link: https://www.canva.com/pt_br/criar/cartaz/publicitario/

MOMENTO IV
A importância do registro
Página 116 no Caderno do Aluno

Professor, reforce com seus alunos sobre a importância do registro em todo o processo,
tanto o dos ensaios da apresentação, como da confecção do cartaz. Peça aos alunos que
retomem todas as anotações realizadas no decorrer do ano ao final das atividades, nas quais
eles registraram esboços de ideias, pesquisas, fotografias que marcaram momentos das pro-
duções etc.
Apresente a eles diferentes tipos de portfólios e solicite que cada aluno construa um por-
tfólio que também será exposto na Mostra Cultural, contendo os registros coletados no decorrer
de todo o ano letivo.
Nas imagens a seguir, podemos observar os portfólios criados a partir de um caderno de
desenho. A capa e as páginas do caderno foram dobradas com o objetivo de tornar o suporte
mais encorpado para receber as produções. Os estudantes utilizaram materiais diversos e pro-
duziram intervenções de forma a valorizar a poética pessoal.
28 SÃO PAULO FAZ ESCOLA – CADERNO DO PROFESSOR

Figura 1 – Renata Lidiane de C. Nascimento Miranda. Portfólios realizados com estudantes da


E E Aladino Polon -D.E. Caieiras, 2017. Fotografia.

Figura 2 – Renata Lidiane de C. Nascimento Miranda. Portfólios realizados com estudantes da


E E Aladino Polon - D.E. Caieiras, 2017. Fotografia.
ARTE – ENSINO MÉDIO 29

Figura 3 – Renata Lidiane de C. Nascimento Miranda. Portfólios realizados com estudantes da


E E Aladino Polon - D.E. Caieiras, 2017. Fotografia.

Caso sua turma prefira, podem criar um portfólio digital, de forma a reunir e apresentar
uma diversidade de registros, incluindo textos e imagens dos processos desenvolvidos e dos
trabalhos realizados pelos demais alunos, como: fotos, vídeos, áudios, anotações pessoais do
professor, recortes de jornal e/ou revistas, relatos e depoimentos dos estudantes, familiares e
comunidade escolar; links de blogs e sites de artistas, museus e instituições culturais que te-
nham sido referência importante da proposição etc.
Uma sugestão de programa online para criar um portfólio, além do Canva, é o Prezi. Nele,
seus alunos poderão realizar upload de todos os arquivos do processo de criação das atividades,
com a garantia de que esses arquivos ficarão nas nuvens, ou seja, os portfólios poderão ser aces-
sados de qualquer computador, facilitando assim a divulgação dos seus trabalhos para além da
escola.
Link: https://prezi.com/pt/
30 SÃO PAULO FAZ ESCOLA – CADERNO DO PROFESSOR

Verifique na escola quais espaços poderão ser utilizados para a exposição dos portfólios,
de preferência, no mesmo dia em que a Mostra Cultural será apresentada ao público. Lembre-se
de compartilhar o cronograma de ensaios e apresentação com a equipe gestora, de modo a
alinhar todas as ações da escola e não causar surpresas ou imprevistos de última hora.

O que eu aprendi? Peça aos alunos que registrem em seus cadernos o que e como apren-
deram, escrevendo o que foi mais significativo, revisitando portfólio, produção visual, audiovisu-
al e organizacional para a mostra poética etc. Reflita com sua turma sobre as expectativas para
as aulas de Arte do próximo ano.

Materiais sugeridos:

SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. Caderno do professor: arte/Secretaria da


Educação: coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Geraldo de Oliveira Suzigan, Gisa Picos-
que, Jéssica Mami Makino, Miriam Celeste Martins, Sayonara Pereira, São Paulo: SEE, 2009.
Caderno do Professor – 2a Série Ensino Médio vol. 1.
ARTE – ENSINO MÉDIO 31

ARTE
3a Série – Ensino Médio
QUADRO DE ORGANIZAÇÃO CURRICULAR – TEATRO – 3ª Série

Habilidades Orientações
Tema/Conteúdo Currículo do Curriculares e Didáticas
Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
Estado de São Paulo de Arte - 3a. série
do Ensino Médio
Tema: • Desenvolver a capacidade de Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à
• Apresentação trabalhar em grupo tendo em abordagem própria das ciências, incluindo a
vista um objetivo comum res- investigação, a reflexão, a análise crítica, a
Conteúdos: peitando as poéticas e poten- imaginação e a criatividade, para investigar
•
O teatro como fruto de uma cialidades individuais; causas, elaborar e testar hipóteses, formular e
construção simbólica coletiva •  resolver problemas e criar soluções (inclusive
Operar com diferentes ferra-
de diferentes profissionais. tecnológicas) com base nos conhecimentos
mentas tecnológicas, de forma
das diferentes áreas.
• O processo colaborativo como a compreender a hibridização
instrumento de criação. das linguagens e suas possibi- Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou
lidades dentro das artes; visual-motora, como Libras, e escrita), corpo-
• O Teatro Digital e suas caracte- ral, visual, sonora e digital –, bem como co-
rísticas de desterritorialização. • 
Reconhecer as mudanças de
nhecimentos das linguagens artística, mate-
paradigma no teatro atual pos-
mática e científica, para se expressar e
sibilitando uma compreensão
partilhar informações, experiências, ideias e
dos processos que norteiam a
sentimentos em diferentes contextos e pro-
arte contemporânea.
duzir sentidos que levem ao entendimento
mútuo.
Argumentar com base em fatos, dados e in-
formações confiáveis, para formular, negociar
e defender ideias, pontos de vista e decisões
comuns que respeitem e promovam os direi-
tos humanos, a consciência socioambiental e
o consumo responsável em âmbito local, re-
gional e global, com posicionamento ético
em relação ao cuidado de si mesmo, dos ou-
tros e do planeta.
Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de
conflitos e a cooperação, fazendo-se respei-
tar e promovendo o respeito ao outro e aos
direitos humanos, com acolhimento e valori-
zação da diversidade de indivíduos e de gru-
pos sociais, seus saberes, identidades, cultu-
ras e potencialidades, sem preconceitos de
qualquer natureza.
Agir pessoal e coletivamente com autonomia,
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e
determinação, tomando decisões com base
em princípios éticos, democráticos, inclusi-
vos, sustentáveis e solidários.
32 SÃO PAULO FAZ ESCOLA – CADERNO DO PROFESSOR

As atividades propostas abaixo estão alinhadas às habilidades do quadro acima e da Matriz


de Referência de Língua Portuguesa do SAEB:
D2 - Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substitui-
ções que contribuem para a continuidade de um texto.
D10 - Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.
D11 - Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto.
O processo colaborativo de criação e concepção de um espetáculo teatral tem demonstra-
do ser uma ferramenta criativa poderosa, influenciando diversos grupos teatrais.

Foto 1. Arquivo particular PCNP Eliana Florindo - 2a. Mostra de Teatro - DE Suzano

MOMENTO I
Apreciação
Página 113 no Caderno do Aluno

Professor, para que os alunos reconheçam as diferentes vertentes do teatro atual, propõe-
-se para esta sondagem que inicialmente organize com eles uma pesquisa sobre as peças tea-
trais que estejam em cartaz na cidade onde moram, ou em cidades vizinhas ou em outras locali-
dades, utilizando as informações expressas nos guias de espetáculos, impressos ou na web.
Em seguida, solicite que selecionem para assistir uma peça que tenha sido criada a
partir de processo colaborativo, utiliza novas tecnologias ou se apropria de espaços não
convencionais.
ARTE – ENSINO MÉDIO 33

O importante é que o aluno possa vivenciar, em algum grau, a experiência de ser plateia de
uma peça teatral com características inovadoras e contemporâneas.
Para uma melhor compreensão dos processos contemporâneos de criação em teatro, suge-
rimos que apresente aos alunos o trecho do documentário “Rastros” de processo colaborativo.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=UPiWZD2FWM4

Após terem assistido ao documentário, faça os seguintes questionamentos:


1. Já assistiram a peças feitas em processos colaborativos? Quais?
2. Perceberam diferenças entre as peças criadas colaborativamente com outras realizadas
por um único autor?
3. Como é fazer teatro em espaços não convencionais?
4. Quais foram os lugares mais inusitados de encenação de peças teatrais que você pes-
quisou e/ou assistiu?
5. Quais são os profissionais que trabalham para a criação da peça?

Professor, segue um link do documentário “Teatro e Circunstância: Caixa preta e outros


espaços convencionais” que pode colaborar com o seu papel de mediador diante dos questio-
namentos acima, conceituando os diferentes tipos de espaços teatrais. Caso necessite, exiba
alguns trechos para seus alunos.
link: https://www.youtube.com/watch?v=uaatGZcuUtU

MOMENTO II
Experimentação com jogos teatrais
Página 114 no Caderno do Aluno

Para essa atividade forme um círculo com os alunos e solicite que eles coloquem no centro
do círculo dois ou três objetos diferentes que tenham em suas bolsas ou mochilas. Quanto mais
inusitado o objeto, mais divertida será a atividade. Explique que um aluno de cada vez deverá ir
ao centro, escolher um objeto e iniciar uma improvisação. Um segundo aluno, aleatoriamente,
também se dirige ao centro, escolhe outro objeto e continua a história e, por fim, um terceiro
aluno faz o mesmo, escolhe outro objeto e finaliza a história. Feito isso, reinicie outra história
improvisada, de forma a contemplar todos os alunos (sempre aos trios, um que inicia, outro que
desenvolve e por último, um que finalize a história) e o maior número de objetos possíveis.
É imprescindível que a história improvisada tenha começo, meio e fim e que se utilize três
objetos diferentes. Antecipe com os alunos que mesmo sendo uma improvisação, ao escolher o
objeto, o aluno já deve elaborar como será seu personagem (trejeitos, características, sotaques,
postura etc.) e como ele desenrolará a história.
Feito esse primeiro exercício de improvisação, agora divida a turma em dois grupos um
será a plateia e o outro os atores. Depois, troquem, para que todos passem pela experimenta-
ção do jogo.
O grupo plateia dará as comandas do que o grupo de atores realizará. Por exemplo, pode
dizer que os atores estão jogando basquete, porém, a bola é muito grande ou muito pequena.
34 SÃO PAULO FAZ ESCOLA – CADERNO DO PROFESSOR

Observe como o grupo de atores vão reagir às comandas, se fazem movimentos de acordo com
a comanda dada. Depois troque os grupos.
Após todos jogarem, discuta com os grupos, numa roda de conversa, como foi improvisar
recebendo comandas tão diversas, quais as dificuldades encontradas quando se trabalha com
improvisação ou mesmo quais as facilidades encontradas nesses jogos.
Para sistematizar essa atividade, sugerimos que, após as atividades com jogos, você apre-
sente aos alunos alguns vídeos disponíveis no YouTube, do grupo Cia. Barbixas de Humor (o
grupo nasceu em 2004, fruto da parceria entre Anderson Bizzochi, Daniel Nascimento e Elidio
Sanna), que utiliza sugestões do público para realizar suas apresentações.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=T-DA5INF9QQ
Link: https://www.youtube.com/watch?v=zGK16Wz1vog
Caso queira utilizar outros jogos teatrais, consulte o livro “Improvisação para o teatro” de
Viola Spolin.
Durante as apresentações realize momentos de análise e discussão, ou se preferir, faça uma
roda de conversa após o término de todos os exercícios. Professor contextualize, tire dúvidas,
fale sobre o que não foi dito e avalie o processo.

MOMENTO III
Ação Expressiva
Página 115 no Caderno do Aluno

Professor, antes de iniciar essa atividade converse com os alunos sobre a importância do
teatro e dos exercícios a seguir. Argumente sobre o poder da ferramenta teatral, que possibilita
que eles exercitem expressar suas verdades, seus pensamentos e suas ideias; e que esta será
uma oportunidade única para revelarem sua criatividade com total liberdade. Instigue-os a refle-
tirem sobre o quão é importante estar em cena, pois, no teatro, o ator é o elemento principal.
Explique, também, que o processo colaborativo é uma ferramenta essencial para estimular
o trabalho em grupo, promovendo a solução de conflitos e a valorização de diferentes poéticas
pessoais.
O teatro permite um desenvolvimento pessoal único ao aluno, pois trabalhar sua postura
em público dá a ele maior consciência e domínio de seu corpo e sua voz e, como consequência,
maior desenvoltura em qualquer campo futuro de atuação. Sendo assim, o aprendizado propi-
ciado por estas atividades será útil, não só nesta proposta em Arte para a 3ª série do Ensino
Médio, como também para a futura carreira profissional do aluno, num mercado que exige cada
vez mais expressão e criatividade.
Nesta experimentação os alunos terão a oportunidade de vivenciarem o papel de ator e a
função de videoartista. Para o desenvolvimento da atividade serão utilizados um projetor multi-
mídia conectado à um computador. Desta forma, primeiramente, é necessário que você, profes-
sor, verifique se a escola dispõe desses equipamentos e de uma sala onde acontecerão as pro-
jeções dos vídeos que serão produzidos pelos alunos.
Organize os alunos em dois grupos. Ambos deverão experimentar, em dois momentos
diferentes, as funções de videoartistas e de atores.
ARTE – ENSINO MÉDIO 35

A proposta final consiste num grupo produzir um vídeo que permita a interação dos atores
com o que está sendo projetado ao fundo. O vídeo deve ser desafiador para que os atores pos-
sam interagir com os cenários e situações. É importante ressaltar que os alunos videoartistas irão
trabalhar conforme as limitações técnicas dos equipamentos, porém com muita criatividade.
Para que fique mais claro e visível o produto ao qual se deseja chegar, solicitamos que você e
seus alunos assistam ao vídeo que ilustra esta ideia.
link: https://www.youtube.com/watch?v=2xgYHyb0R2E

Peça aos alunos que escolham um tema para a experimentação, de preferência que trate
de assuntos do cotidiano e que tenha relação com a realidade contemporânea, como, por exem-
plo, os desejos e conflitos vividos pelas pessoas atuais. Desta forma, espera-se o envolvimento
de todos neste processo, pois a escolha do tema deve ser discutida por todos.
Antes da montagem da videoarte, assista com seus alunos os vídeos que tratam do proces-
so de produção de Projeções Mapeadas.
Link 1: https://www.youtube.com/watch?v=Zi6-zq2_s1g
Link 2: https://www.youtube.com/watch?v=EgPnYwJSxZ4

Esses vídeos ilustram bem o quanto os avanços tecnológicos abrem as portas para novos e
criativos profissionais. As experiências neles retratadas demonstram o uso de equipamentos e
softwares de última geração, assim como exemplos de empresas consolidadas no mercado do
entretenimento e empresarial. São bons exemplos para os alunos de possibilidades de trabalho
que combinam conhecimento técnico e criatividade.
Após a apreciação dos vídeos, peça aos alunos que, divididos em dois grupos, planejem o
que irão produzir a partir do tema eleito por todos e das ideias planejadas. Cada grupo deverá
providenciar desenhos, músicas, fotos e vídeos – animações ou não – curtos (até 10 segundos),
de autoria própria ou coletados na internet, que possam ser utilizados. Além da coleta, diversos
softwares de desenho ou de animação podem ser utilizados, ou mesmo imagens capturadas por
meio de dispositivos móveis ou filmadoras caseiras.
Peça para que cada grupo providencie a edição das imagens e vídeos coletados pelos seus
membros, agrupando-as em uma sequência, que pode ser aleatória ou não. Para essa tarefa de
edição poderão utilizar programas de apresentação como, por exemplo, o Microsoft PowerPoint
e Windows Media Player, Windows Live Movie Maker, ou similares. Essa tarefa de edição poderá
ocorrer na Sala de Informática da escola e sua apresentação com o Datashow, se a escola possuir
esse equipamento.
36 SÃO PAULO FAZ ESCOLA – CADERNO DO PROFESSOR

Apresentamos a Ficha de Apoio: Tutorial Movie Maker para auxiliar no trabalho de edição
do vídeo.

FICHA DE APOIO: TUTORIAL MOVIE MAKER


1. Abrir o programa Movie Maker (obs.: ele apresenta duas versões – a diferença entre elas está no
layout, mas o procedimento é o mesmo, ok?!)
2. Clicar em adicionar vídeos e fotos. Escolher na sua pasta as fotos que deverão ser adicionadas. Não
importa a sequência, pois na tela do programa é possível mudar a posição das fotos, basta clicar na
foto e arrastar para o local que ela deverá ficar. Caso queira repetir a cena, só copiar e colar. Se for
excluir, clicar na foto e clicar em deletar. Porém, é importante que todas as imagens, sons, vídeos
que for utilizar neste projeto estejam na mesma pasta.
3. No ícone Iniciar – clicar em título e créditos, para adicionar as informações do projeto. Caso queira
mudar a cor de fundo, letra ou fonte, também é possível... No ícone Ferramentas de vídeo é possí-
vel marcar o tempo de passagem da foto, assim como a forma que o texto vai aparecer – tanto no
início, legenda ou créditos – se vai surgir pela lateral, vai deslizar na tela etc. (eu uso o tempo entre
3 a 4 segundos... depende do que se quer mostrar) caso tenha texto, a imagem e texto devem ter o
mesmo tempo, para isso, no ícone Ferramentas de texto, você terá as opções para adequar o tem-
po também.
4. Para colocar música, clicar em Adicionar uma música, escolher um arquivo de música da sua pasta. No
ícone Ferramentas de música, você encontra opções de definição quando a música começa ou termi-
na, por exemplo, ou mesmo adicionar fade in ou fade out para como a música começa ou termina.
5. No ícone Animações, é possível adicionar como um slide passa para o outro – tipo cascata, por
exemplo. Escolher o que mais agrada e clicar em Aplicar a todos.
6. No ícone Efeitos Visuais é possível brincar com as cores e brilho das fotos.
7. No ícone Projeto, é possível realçar música, narração, entre outras coisas.
8. No ícone Exibir, apresenta formas de zoom da tela, layout das ondas da música.
9. Ao iniciar um projeto, clicar em Salvar projeto – pois dessa forma você pode mexer no vídeo à
vontade.
10. Ao terminar, clicar em Salvar filme. A partir desse momento, não será possível mexer nesse novo
arquivo, pois ele será gravado em formato de vídeo, para depois postar no YouTube, por exemplo.
Porém, como você terá o arquivo no formato Movie Maker, esse sim, você poderá mudar quantas
vezes quiser.
11. Após o filme pronto, salvo na sua pasta do computador, entrar na sua conta do Gmail e clicar em
Google Apps, clicar em YouTube – Meu canal – Enviar ou Upload.
12. Selecione o arquivo de vídeo que você gravou o filme (obs.: cuidado para não confundir com o ar-
quivo salvo em formato Movie Maker).
13. Faça o upload, coloque um nome e descrição e aguarde o processamento. Após isso, é só clicar em
Publicar e divulgar seu vídeo para que todos vejam sua produção.
ARTE – ENSINO MÉDIO 37

O resultado dessa edição será um único vídeo por grupo, que será utilizado para o mo-
mento da projeção, criando a cenografia virtual. Esta será a experiência dos videoartistas.
Em um dia determinado será realizada uma apresentação a partir da cenografia virtual
composta pela projeção do vídeo criado pelos grupos de alunos. O vídeo produzido por um
grupo será a cenografia virtual do outro grupo e vice-versa. Assim, os alunos atores, sem
preparação nem conhecimento prévio das imagens escolhidas pelo grupo oposto, devem
improvisar e se movimentar livremente, de acordo com o que sentir diante das imagens pro-
jetadas, se relacionando de alguma forma entre si ou com as imagens sem qualquer motivo
racional, barreiras ou juízo de valor.
Professor, lembre os alunos-atores que eles possuem todos os instrumentos possíveis
em seu próprio corpo para improvisar. Deste modo, podem usar a voz, a expressão facial, os
braços, podem se movimentar, pular, deitar, realizar cenas inteiras ou momentos e expres-
sões, trabalhar movimentos em concordância ou não com o ritmo das imagens e dos sons
apresentados. Podem trabalhar num ritmo lentíssimo, refazendo gestos do cotidiano em
câmera lenta, entendendo cada gesto que normalmente fazem automaticamente. Estimule
a criatividade de seus alunos!
Depois deixe-os livre para liberar a imaginação.
Após alguns minutos de interação, encerre a improvisação e promova uma roda de
conversa em que todos os alunos possam debater. Peça para que comentem sobre o que
sentiram ao verem as projeções e/ou os movimentos realizados pelos colegas.
Peça para que escolham, justifiquem e comentem quais as cenas que surgiram na inte-
ração entre os atores com as imagens que consideraram mais significativas, isto é, melhor
atenderam ao tema proposto no início da atividade. Reitere que é desta forma que se cria
em um processo colaborativo e que neste exercício foram testadas duas variáveis: a escolha
das imagens e o repertório dos atores. Conclua mostrando que todas as escolhas estéticas
da Manifestação Artística poderiam ser feitas sob a forma de outras apresentações cujos
resultados podem gerar novas camadas estéticas e a soma de todas elas comporiam o es-
petáculo final.
Professor, atente aqui para a riqueza da contribuição que cada indivíduo e cada profissional
traz ao teatro. Lembre os alunos de que o teatro é uma arte coletiva e a sua qualidade está na
sinergia de cada um dos profissionais que nela atuam. Apresente aos alunos o quadro a seguir,
que mostra algumas profissões que estão diretamente envolvidas com o meio teatral.
38 SÃO PAULO FAZ ESCOLA – CADERNO DO PROFESSOR

PROFISSÕES DO ESPETÁCULO TEATRAL E SUAS FUNÇÕES


De comunicação
Técnicas Artísticas Administrativas
e imagem
Equipe de Aderecistas Atores Relações públicas Diretor administrativo
Assistente de direção Aderecista Técnicos de Marketing Diretor financeiro
de cena
Cabelereira de cena Assistente de encenação Assessores de imprensa Departamento comercial
Chefe de audiovisuais Bailarinos Departamento de pessoal
Chefe eletricista Cantores Aprovisionamento
Chefe maquinista Cenógrafos Expediente e arquivo
e de montagem
Contra-regra Coreógrafo Diretor de Tournée
Costureira de cena Diretor artístico
Diretor de cena Dramaturgia
Diretor de produção Dramaturgo
Diretor técnico Encenador
Maquilhadora de cena Figurantes
Mestra de guarda-roupa Figurinistas
Técnicos de luz Iluminador/luminotécnico/
light designer
Técnicos de som e vídeo Ponto
Zeladora de guarda-roupa Sonoplasta/sound
designer

Vale lembrar que os alunos da 3 série do Ensino Médio, em sua maioria, estão a caminho
da vida profissional; alguns até já estão inseridos no mercado de trabalho. Portanto, torna-se
imprescindível apresentar a eles profissões que envolvam práticas tecnológicas, incluindo as que
estão despontando neste momento, aproximando-as da cultura e dos conhecimentos necessá-
rios para sua inserção.

MOMENTO IV
Apresentação
Página 117 no Caderno do Aluno

Durante todo esse ano letivo, as propostas apresentadas nas aulas de Arte transitaram pelo
conceito do hibridismo, enfatizando uma linguagem e envolvendo outras. As proposições desse
bimestre não são diferentes, tendo o teatro como linguagem principal, mas perpassando pelas
linguagens das artes visuais e música. Em teatro, foi possível conhecer um pouco sobre os pro-
cessos colaborativos, jogos teatrais e teatro digital. Isso tudo serviu para aquecer seus alunos
elaboração da apresentação final.
ARTE – ENSINO MÉDIO 39

Diante de todo esse cenário e desses conhecimentos adquiridos, converse com os alunos
sobre como poderá ser essa apresentação final, de forma a incluir esses conhecimentos na pro-
dução. Para ficar mais claro sobre esse tipo de apresentação, sugerimos que você assista os links
abaixo para ter mais subsídios na conversa com os alunos:
Link: https://www.youtube.com/watch?v=8VVqY_KoDv4
Link: https://www.youtube.com/watch?v=DuVIBCsrvR0
Link: https://www.youtube.com/watch?v=5L1kVtotGlc

Como demonstrados nos vídeos, o espaço cênico não se limita apenas ao teatro com a
estrutura que conhecemos (ambiente com palco - público). Portanto, o espaço para apresenta-
ção da sua turma de alunos deverá ser inusitado, ou seja, em locais dentro da própria escola,
onde, a princípio, não se pensaria em realizar uma apresentação teatral. A proposta, portanto, é
que o público acompanhe os atores. Lembre-os de que o projeto de utilização dos espaços da
escola tanto para ensaios quanto para a apresentação final deve ser encaminhado aos gestores
para que sejam aprovados e agendados.
Semelhante ao processo de criação citado no segundo vídeo, peça aos alunos que pensem
num tema referente aos espaços existentes na escola para que as locações possam servir de
cenários. O tema, que vai gerar a história ou sequências de ações, deve envolver questões que
sejam importantes para os alunos criadores quanto para os alunos que compõem o público.
Encontrar um tema que tenha potencial para um espetáculo interessante é papel fundamental
dos alunos criadores. Uma vez definido o tema, lembre-os de que as escolhas dos espaços serão
feitas por todos, no processo colaborativo, porém a organização da ordem das sequências será
definida pelo aluno que assumir a direção, assim como os elementos a mais que forem necessá-
rios para complementação das cenas será de responsabilidade do (s) aluno(s) responsável pela
cenografia e figurinos.
Converse com seus alunos sobre como será realizada essa apresentação e como será con-
duzido cada detalhe das cenas. Interessante lembrá-los da possibilidade de participação do
público que poderá ser feita por meio do aplicativo Telegram, que possibilita aos alunos criarem
um grupo com outros alunos de outras séries para interagirem e definirem o destino dos perso-
nagens e da própria história do espetáculo. O aplicativo Telegram é muito parecido com o
WhatsApp, a diferença é que nele pode-se criar enquetes que, ao serem respondidas pelo pú-
blico, já aparece qual o item mais votado, ou seja, enquanto a cena acontece, o público define
a cena seguinte ou qual final os atores apresentarão. Por exemplo, se os alunos encenassem
“Romeu e Julieta”, o aplicativo poderia questionar: 1. Romeu não morre no final, Julieta sim; 2.
Romeu morre, mas Julieta não; 3. Eles não morrem e ambos vivem felizes para sempre. Para
utilizar o aplicativo, segue a Ficha de apoio: Tutorial do Aplicativo Telegram.
40 SÃO PAULO FAZ ESCOLA – CADERNO DO PROFESSOR

FICHA DE APOIO: TUTORIAL DO APLICATIVO TELEGRAM


Por ser um aplicativo de conversa, ele é muito parecido com o WhatsApp, devido a isso, você rapida-
mente se habituará a trabalhar com ele.
Primeiramente instale o aplicativo no celular e crie sua conta.
Ao abrir o aplicativo, clicar em “Começar a conversar”, aí digite seu número e aguarde o recebimento
do código de acesso. Após o recebimento do código, preencha seus dados e encontre seus amigos pelo
meio do ícone localizado no canto superior esquerdo. Nele que você poderá criar o grupo para interagir
com sua apresentação teatral. Esse grupo pode contar com até 200 pessoas, entre alunos, professores e
funcionários da escola.
Ao criar o grupo, no campo mensagem,
clicar no ícone “clips”;

Depois clicar em enquete;

Digite a(s) pergunta(s) e alternativas que o


público deverá responder que dará o ca-
minho a ser percorrido pelos atores;

À medida que o público for respondendo,


um aluno fica responsável para passar aos
atores qual o resultado da enquete.
ARTE – ENSINO MÉDIO 41

Caso a escola ou alunos não consigam trabalhar com esse aplicativo, vale utilizar de outros
recursos, sejam cartões coloridos ou outro material, de forma que o público interaja com os ato-
res, dando sua opinião para o andamento da cena. O importante é essa interação entre público
e atores.
Vale lembrar que, para todas as opções que o público escolher, o grupo de atores já terá
um roteiro a ser seguido e previamente ensaiado. Sendo assim, o espetáculo poderá ter dois ou
mais finais alternativos. Isso fará com que cada caminho tomado, cena após cena, terá que estar
alinhado ao próximo, para que a história mantenha uma lógica, com começo, meio e fim.

Romeu torna-se
desiludido

Romeu
não morre,
Romeu casa-se
mas Julieta sim
com a ama de
Julieta
Romeu
e Julieta
Julieta vai para
um convento
Julieta não morre,
mas Romeu sim
Julieta
apaixona-se
por outro

Agora decida com sua turma qual apresentação eles realizarão, tendo como espaço de
apresentação a escola. Questione-os sobre qual será o foco da apresentação e como ela se de-
senrolará. Combine com os alunos quais serão as funções de cada um nesse trabalho. Lembre-
-se de que já comentamos que a produção teatral é feita com a colaboração de várias pessoas,
assim como uma gestão democrática, em que cada um, dentro do seu perfil, dá a sua contribui-
ção para a construção do projeto, no nosso caso, da peça teatral.
Após o planejamento do que será feito, peça para que os alunos preencham a Ficha de
Registro de Manifestação Artística, relacionando todas as tarefas a serem cumpridas e os res-
ponsáveis pelas diferentes funções no grupo. É necessário que um aluno seja responsável pela
mediação do público com os atores. Esse aluno será responsável por disparar as questões ao
público, bem como o andamento da cena, ou seja, ele será o mestre de cerimônias, dando o
feedback aos atores sobre o que o público escolheu, assim como conduzir a plateia de um ce-
nário para o outro se necessário.
42 SÃO PAULO FAZ ESCOLA – CADERNO DO PROFESSOR

FICHA DE REGISTRO DE MANIFESTAÇÃO ARTÍSTICA

NOME DA APRESENTAÇÃO:

TEMA:

TÍTULO:
Anotações/ Observações Responsável (is)
Direção geral
Atores
Figurinistas
Cenógrafos
Contrarregras
Roteiristas
Responsável pelas
mídias/áudio
Equipamentos
necessários

Professor, chegamos ao momento da apresentação, mas antes dela acontecer, ainda é pre-
ciso conferir os últimos detalhes para que tudo ocorra como planejado.

É importante que os alunos escolham quem serão os responsáveis por divulgar e convidar
o público para assistir à apresentação e explicar como será a participação deles nas intervenções
ao longo da peça. Deverão também combinar com a equipe escolar quando será a apresenta-
ção, locais utilizados e horário, além de organizar o público e auxiliar o mestre de cerimônias
para disparar as perguntas sobre o andamento da apresentação no momento certo, seja via
Telegram ou por cartões. É importante que um pequeno grupo fique responsável pelos registros
da apresentação (fotos e vídeos).

Fotos 3 e 4. Arquivo pessoal PCNP Elisangela Vicente Prismit - DE Centro-Oeste


ARTE – ENSINO MÉDIO 43

Combine com os alunos para que, após a apresentação, eles realizem a desmontagem da
apresentação e deixem tudo em ordem para a continuidade das atividades comuns da escola.
Aproveite para reunir os alunos com o objetivo de construírem a avaliação sobre o processo
e refletirem sobre o que eles aprenderam.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. Caderno do professor: arte/Secretária da Educação:


coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Geraldo de Oliveira Suzigan, Gisa Picosque,
Jéssica Mami Makino, Miriam Celeste Martins, Sayonara Pereira, São Paulo: SEE, 2009.

Caderno do Professor, Orientações Curriculares e Didáticas de Arte do 3º ano do Ensino Médio.


Disponível em: https://sed.educacao.sp.gov.br/intranet.html

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Consulta Pública. Brasília. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/

Spolin, Viola. Improvisação para o teatro. 5ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2005.

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