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REDES DE DISTRIBUIÇÃO EM BAIXA TENSÃO


Aditamento

Disciplina de:

SELE 1 - Sistemas Eléctricos de Energia 1


Edição 2013/2014

Rui Morais Sarmento


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Dimensionamento de RDBT Aditamento

Critérios de Cálculo

- Compromisso entre a economia de material e as exigências de ordem


técnica

Cálculo da menor secção que satisfaça as normas regulamentares e o


fornecimento de energia aos consumidores.

Critérios de limitação do valor mínimo, para a secção dos condutores, pelas


normas em vigor.

1 º - Queda de tensão máxima admissível (eadm ou e0)


Reg. de Seg. de Instal. Energ. ...

2º - Aquecimento e sobrecarga nas canalizações (qmáx)


Art. º 128 a …? e …? (RSRDEEBT)
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Dimensionamento de RDBT Aditamento


O 1º Critério - tem por finalidade proteger o consumidor e os receptores.

A maioria dos receptores não suporta grandes variações de tensão, sem profundas
alterações no seu funcionamento, com perdas potência, de rendimento e origem de
sobrecargas.

Exemplo:
Perda de potência de uma lâmpada de incandescência (receptor óhmico) devido à queda
de tensão.
V2
- Potência activa da Lâmpada P=RI = 2

R
V − V' e
- Queda de Tensão percentual e (% ) = 100% = 100%
V V
P P − P ' P'
- Perda de Potência relativa = = 1−
P P P

2
P P  V−e e e e
2 2 2
V' 
vem = 1− 2 = 1−   = 1 − 1 −  = 2 −  
P V P  V   V V V

A perda relativa de potência é da ordem do dobro da queda de tensão relativa.


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Dimensionamento de RDBT Aditamento


e
- Uma queda de tensão de, por exemplo, 10% 100% = 10%
V
 e
V ' = 1 −  V = (1 − 0,10) V = 0,90 V
 V
P
= 2  0,10 − (0,10) = 0,19 ou 19%
2
Origina uma perda de potência de
P

REGULAMENTO (1º Critério)

1 – Queda de tensão máxima admissível (eadm ou e0)

- Circuitos de iluminação e uso geral e (% ) = 3%


(aquecimento, electrónica,..., incluindo eventualmente força motriz)

para U S ou V = 230 V e = 6,9 V

- Circuitos, exclusivamente, de força motriz e (% ) = 5%

para U S ou V = 230 V e = 11,5 V


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Dimensionamento de RDBT Aditamento


2 – Estabilidade da tensão

Flutuações devido à instabilidade do valor na fonte (Distribuidor)

 8 % - máxima variação em relação à tensão nominal


 5 % - variação para as redes urbanas em particular

Permite-se que, no limite e para instalações de força motriz nas zonas urbanas, a tensão
dos receptores seja 9,75 % inferior à nominal.

U recept. = 95%  (95% U n ) = 90,25% U n


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Dimensionamento de RDBT Aditamento


O 2º Critério - tem por finalidade proteger a instalação (condutores) de um aquecimento
excessivo que origine uma destruição do seu isolamento.
A energia calorífica é proporcional ao quadrado da corrente (as perdas óhmicas ou potência calorífica
num condutor é igual a R I2), a subida de temperatura é proporcional ao quadrado da corrente - Δ θ  I 2

O calor dissipado, para o exterior, depende da área de exposição do condutor (superfície periférica de
contacto com o meio envolvente).
Para uma determinada corrente a energia calorífica diminui e o calor dissipado aumenta com o aumento
da secção do condutor (diminuição da resistência e aumento da superfície de dissipação).

O valor da corrente, para cada secção e em regime permanente, não deve ultrapassar um certo valor
estipulado (corrente máxima admissível na canalização – IZ), que corresponde à temperatura máxima
(qZ) de funcionamento permanente, sem deteriorar o isolamento dos condutores.

Para dimensionar a menor secção, que obedeça ao critério do aquecimento e sobrecarga, tem de se
considerar o valor eficaz da corrente de serviço (IS) no condutor.

I a =  I aK I aK = I K cos  K
I S = I a2 + I 2r = (I cos )2 + (I sen)2 K

I r =  I rK I rK = I K sen K
K

Corrente solicitada pelos receptores (consumidores, cargas – Pinst, a, m,…, Pmax, coef. de simult. as,...)
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Dimensionamento de RDBT Aditamento


REGULAMENTO (2º Critério)

1 – Corrente máxima admissível (IZ), em regime permanente, para uma


determinada secção comercial normalizada (Snorm).
1,45 IZ – Sobrecarga temporária permitida durante um determinado intervalo
de tempo (t) normalizado (depende da secção do condutor).

2 – Corrente nominal ou calibre (In) do aparelho de protecção contra o


aquecimento e sobrecarga.
Corrente convencional de funcionamento (If) do aparelho de protecção
(fusão ou disparo) para um determinado período de tempo (t).
Fusíveis (APC gI,.., gG)
Disjuntores (magneto-térmicos, …)

3 – Relações entre as diversas intensidades de corrente características de


uma instalação eléctrica IS  I n  I Z
e
I f  1,45 I Z
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Cabos para Ramais


Cabos a utilizar e suas protecções
9

Zona de Intervenção do Fusível


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Dimensionamento de RDBT Aditamento


NOTA: A instalação ou rede tem de ser também protegida contra
sobreintensidades ou curto-circuitos.

- Corrente de actuação (Ic) do aparelho de protecção contra sobreintensidades


- Tempo de actuação (abertura do circuito)
- Comprimento máximo permitido para os condutores protegidos por aparelhos de
protecção contra CC.

Aparelho de Alto Poder de Corte (APC) com tempo de actuação inferior a um


determinado valor  1 s (circuito sem terra de protecção) ou  5 s e que
protege simultaneamente os condutores contra sobrecargas e curto-
circuitos.
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Dimensionamento de RDBT Aditamento


Cálculo da menor Secção

-... secção (scal) que será aproximada por excesso à secção comercial normalizada
(Snorm) mais próxima.

Caso geral – Simplificação

-... Considera-se, apenas a resistência dos condutores e a corrente activa, como


principais responsáveis pela quede de tensão na rede.
(desprezada a influência da reactância, da admitância paralela de perdas, etc, devido
às redes de distribuição serem em BT à frequência industrial, com comprimentos
máximos da ordem de algumas centenas de metros e normalmente constituídas por
cabos isolados com condutores muito próximos).

Exemplo:

Distribuidor trifásico de comprimento L e secção S.


Receptor que consome uma corrente I por fase, com um factor de potência cos  (ind.).
(cargas equilibradas – sistemas trifásicos simétricos)
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Dimensionamento de RDBT Aditamento


Esquema unifilar
V0 I V
S
 B
L
A
A – ponto de alimentação
I, cos
B – ponto de recepção
figSELE1_07
//// - 3 condutore de fase + neutro

Diagrama vectorial das tensões nos nós do distribuidor


e
O V
 
V
I V0
R LI j XL I
figSELE1_08

V - Potencial nos terminais do receptor

I - Corrente absorvida pelo receptor

ZL = R L + j X L - Impedância do distribuidor

A tensão simples na fonte é V0 = V +  V ou V0 = V + ZL I onde ZL I = R L I + j X L I


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Dimensionamento de RDBT Aditamento

 V = ZL I - É a diferença vectorial das tensões (na fase) entre o ponto de


alimentação A e o ponto B do receptor.

Se R L  X L , a diferença de tensões é aproximada a;  V = V0 − V = ZL I  R L I

e em módulo, V0 − V  R L I

Para o receptor não interessa o desfasamento da tensão U que lhe é aplicada, mas sim o
seu valor absoluto (valor eficaz).
A queda de tensão absoluta ou em módulo (e) entre o ponto de alimentação A e o
receptor B é:
ε = V0 − V  R L I cos  + X L I sen = R L I a + X L I r

de acordo com o diagrama vectorial das tensões, sendo Ia e Ir, respectivamente, as


componentes activa e reactiva da corrente aparente I.

Como em BT X L  R L e X L I r  R L I a
A queda de tensão (e) ε aprox  V cos  = R L I cos  ou ε aprox  R L I a
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Dimensionamento de RDBT Aditamento


Cálculo da menor Secção
A queda de tensão é provocada essencialmente pela resistência R do condutor e pela
componente activa Ia da corrente.
L
ε  R L Ia = Ia
S
I a = I cos  - Componente activa da corrente
 - Condutividade do material condutor (W-1 mm-2 m)
L – comprimento da canalização (m)
S – secção do condutor de fase (mm-2)

Para que a queda de tensão óhmica (e) seja menor ou igual que a queda de tensão
regulamentar (eadm)
L
ε adm  ε então ε adm  Ia
S
L
obtemos, assim, a Secção teórica que satisfaz o 1º critério s cal  Ia
σ ε adm
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Dimensionamento de RDBT Aditamento


Cálculo da menor Secção
Estas simplificações no cálculo aproximado da queda de tensão não originam
inconvenientes, como levar à não obediência do regulamento, visto que as secções
calculadas terão de ser arredondadas por excesso para as secções normalizadas
(Snorm>scal). Salvaguarda, assim, o cálculo aproximado para o valor da queda de tensão
em módulo (e).
NOTA: Para as redes trifásicas a queda de tensão é apenas provocada pelo condutor de fase
(consideradas, por simplificação, a funcionar em regime equilibrado – corrente no neutro igual a
zero).

Nas redes monofásicas, ou canalizações que alimentam receptores monofásicos,


a corrente percorre o condutor de fase e o condutor de neutro.
A queda de tensão é provocada pelas resistências da fase e do neutro, ambos
com igual secção.

O comprimento da canalização deve ser considerado duas vezes para o cálculo


das secções.
A secção dos condutores da fase e do neutro será;
2L
s cal  Ia (rede monofásica – fase – neutro)
σ ε adm
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Dimensionamento de RDBT Aditamento


RESUMO

Para dimensionar uma rede de distribuição, devemos conhecer:

- As correntes absorvidas pelos receptores e os respectivos factores de potência, à


tensão nominal de alimentação, (potências instaladas, diagramas de carga, a, m,…,
potências máximas, factores de simultaneidade, as, ...).

- Os comprimentos do distribuidor, das derivações ou ramais e, eventualmente, das


entradas (lk), (fonte de alimentação e traçado das canalizações até aos consumidores
ou cargas).

- O material dos condutores de que é constituida () e o tipo de canalizações a utilizar


(IZ), (implementação da rede e constituição dos cabos).

- A queda de tensão máxima admissível desde o ponto de alimentação até à


extremidade mais desfavorável da rede (quedas de tensão regulamentares ou
estabelecidas).
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Dimensionamento de RDBT Aditamento


Critério da queda de tensão máxima admissível

Métodos de cálculo das secções de uma RDBT

1 – Método da secção constante


2 – Método da menor densidade de corrente
3 – Método do mínimo volume do condutor

Critério do aquecimento e sobrecarga

Verificação das condições de protecção

Escolha da secção normalizada (Snorm) que satisfaça simultaneamente as condições de queda de


tensão e de aquecimento (provocado pelo valor eficaz da corrente).
Estabelecimento do aparelho de protecção.

Protecção contra curto-circuitos

Verificação das condições de curto-circuito

Aparelho de protecção que satisfaz simultaneamente as condições de aquecimento e curto-circuito -


para situações de defeito de isolamento ou avaria na instalação eléctrica.
Verificação das correntes mínimas de curto-circuito (comprimento máximo dos condutores).
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Dimensionamento de RDBT Aditamento


Momento eléctrico de uma corrente

Momento eléctrico de um distribuidor (canalização)

Ln
L2
L1
i1 i2 ik in n
 1 2
1 2 k n
A
I1, cos1 I2, cos2 In, cosn

I1, …, In – correntes dos receptores (consumidores)


L1, …, Ln – distâncias dos receptores ao ponto de alimentação A
i1, , in – correntes nos sectores ou lanços da canalização
l1 , …, ln – comprimentos dos lanços

MA1 = L1 Ia1 – momento eléctrico da corrente activa Ia1



MAn = Ln Ian – momento eléctrico da corrente activa Ian
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Dimensionamento de RDBT Aditamento

Momento eléctrico de uma corrente

Momento eléctrico de um distribuidor (canalização)

Momento eléctrico do distribuidor An (canalização)

MA = L1Ia1 + …+ Ln Ian M A =  L k I ak
n

ia1 = Ia1 + Ia2 + …+ Ian L1 = l1


ia2 = Ia2 + …+ Ian L2 = l1 + l2
… …
ian = Ian Ln = l1 + l2 + …+ ln

Soma dos momentos eléctricos dos lanços M A =   k i ak


n

figSELE1_01
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Dimensionamento de RDBT Aditamento


Queda de tensão no distribuidor An

k
e = R1 ia1 + R2 ia2 + …+ Rn ian e= i ak  e adm
n  S k

Situação eléctrica mais desfavorável (queda de tensão máxima) na extremidade n


Receptor em pior situação – Receptor “mais afastado” da fonte

Métodos de cálculo das secções de uma RDBT


1 – Método da secção constante

1

MA
e=  k i ak  e adm s cal  → Snorm  s cal
S n  e adm
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Dimensionamento de RDBT Aditamento


Aquecimento e sobrecarga no distribuidor An

I s = i a 1 + i r1 Snorm (I Z ; 1,45 I Z ) Pr otecção (I n ; I f )

Situação eléctrica menos desfavorável (menores correntes) para a extremidade n


Condutores em melhor situação – Condutor “mais afastado” da fonte
Diminuição das secções colocando as respectivas protecções (e respeitando a e adm )
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Dimensionamento de RDBT Aditamento


Métodos de cálculo das secções de uma RDBT
2 – Método da densidade de corrente constante

1 i ak 1
 = iak / Sk = const e adm  
 n
 k = k 
Sk  n
I1 In
230 V S1 S2 Sn
l1 l2 ln

I2

<
 eadm  sk > iak / 
L
Distribuidor c/ 3 ou mais percursos com redução de secções (sem ramificações)
Podem ser normalizadas para os valores mais próximos (superior ou inferior)

e
Mk
Secção diferente para cada lanço
Necessidade de verificação da e adm
real
k  e adm   S  eadm
k
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Dimensionamento de RDBT Aditamento


Métodos de cálculo das secções de uma RDBT
3 – Método do mínimo volume do condutor
A sua aplicação reduz-se normalmente a distribuidores que possuam
apenas ramos derivados na extremidade
M0
s0 
 e0

Mk
sk 
 e1
Quedas de tensão parciais
e adm
e1  e 0 = e adm − e1
L0 M 0
1+
Lk - Comprimento de cada lanço derivado  Lk M k
L0 - Comprimento do lanço principal (AB)
M0 - Momento eléctrico do lanço principal
Mk - Momento eléctrico de cada lanço derivado
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Dimensionamento de RDBT Aditamento


Aquecimento e sobrecarga no distribuidor principal AB

I A1 = i a 01 + i r 01 Snorm (I Z ; 1,45 I Z ) Pr otecção (I n ; I f )

e0 M0
M
 SAB (aquecimento)  e =
real
 s0  0 0
 SAB
 e0
e1corrigido = e adm − e 0real
e1corrigido
Mk
 s k  corr  SBK (aquecimento)
 e1
Sobredimensionamento de AB (aquecimento) – queda de tensão parcial AB menor
Maior queda de tensão parcial permitida nas derivações – Diminuição das secções
das derivações (economia no volume dos condutores)
Satisfação do critério do aquecimento e colocação das respectivas protecções
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Dimensionamento de RDBT Aditamento


Protecção das RDBT contra sobreintensidades
Protecção contra Curtos-circuitos
Correntes de elevada intensidade originadas por perda de isolamento, …, contacto directo, …

Fusível APC

tc – tempo de corte do aparelho


de protecção

tc ≤ ta e tc ≤ 5s
Iccmin ≥ Ia
Iccmin ≥ Icc (5s)
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Dimensionamento de RDBT Aditamento


Protecção das RDBT contra sobreintensidades

Curva de Fadiga Térmica da Canalização Tempo de Corte do Aparelho de Protecção

S tC  ta  tC  5s
t =k
I CC

Corrente de curto circuito mínima na canalização

I CC min  I a t C  t a
I CC min  tC 
I CC min  I CC (5 s ) t C  5 s

Tempo de corte em C.C. - muito inferior ao do tempo de actuação em sobrecarga


Poder de Corte - capacidade de suportar elevadas correntes de C.C. e de interromper a corrente.

Fusíveis APC gI
Disjuntores magneto-térmicos
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Dimensionamento de RDBT Aditamento

Cálculo das Correntes de Curto-Circuito

Situações mais desfavoráveis para os aparelhos de protecção;

- Extremidades das canalizações - LF e LN (maior distância à fonte de alimentação)


- Curto-circuito Fase – Neutro - 0,95 VS (maior resistência e maior queda de tensão)
- Aquecimento adiabático - rCC = 1,5 r 20º (aumento da resistividade)
- Menores correntes de curto circuito (maiores tempos de corte)

0,95 VS
I CC =
L L
rCC  F + rCC  N
SF SN
1
Para o cobre, por exemplo, rCC = 1,5 W mm 2 m −1
56
SF
SF e SN podem ser diferentes (para o cobre se SF  16 mm 2 SN  )
2
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Dimensionamento de RDBT Aditamento

Protecção das canalizações


-Escolha do calibre ou corrente nominal dos aparelhos (curvas de funcionamento)

- Verificação das secções e correntes de curtos-circuitos mínimas (tabelas de condutores)

Exemplo – Situações mais desfavoráveis para os aparelhos de protecção e


respectivas secções dos condutores
A FA SAB F1B SBC FC SCD
B C D
 lAB lBC lCD
F2B

FigSELE1_09
SDE lDE
E
Secção e Protecção Menor corrente de C.C. Corrente de C.C. mínima
(Percursos de secções variáveis) (Tabelas, …)

SCD e FC (I n ) D
I CC =
0,95 VS
 I CC min (SCD e FC )
L L L L L L 
rCC  FAB + NAB + FBC + NBC + FCD + NCD 
 SAB SAB SBC SBC SCD SCD 
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Dimensionamento de RDBT Aditamento


Protecção das canalizações
Exemplo – Situações mais desfavoráveis para os aparelhos de protecção e
respectivas secções dos condutores

Secção e Protecção Menor corrente de C.C. Corrente de C.C. mínima


(Percursos de secções variáveis) (Tabelas, …)

SBC e F1B (I n )
0,95 VS
I CCC =  I CC min (SBC e F1B )
L L L L 
rCC  FAB + NAB + FBC + NBC 
 SAB SAB SBC SBC 

SBE e F2 B (I n ) E
I CC =
0,95 VS
 I CC min (SBE e F2 B )
L L L L 
rCC  FAB + NAB + FBE + NBE 
 SAB SAB SBE SBE 

SAB e FA (I n ) I CC min (SAB e FA )


0,95 VS
B
I CC = 
L L 
rCC  FAB + NAB 
 SAB SAB 
ou Comprimento da secção  AB  L max (SAB e FA )
(secção constante)
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Dimensionamento de RDBT Aditamento

Protecção das canalizações contra C.C.

Notas:
A influência dos receptores na corrente de C.C. é desprezável (o defeito não
depende do funcionamento dos receptores).

A corrente de C.C. é criada pela fonte de alimentação na origem da instalação (a


corrente de C.C. depende do percurso do defeito).

A selectividade de actuação das protecções deve ser assegurada (utilização de


menores calibres a montante).

A protecção mais “próxima” a jusante do defeito deve ser a responsável pelo corte
da corrente (as protecções a montante não detectam nenhum defeito).

Só se pode comparar comprimentos se a secção do percurso de defeito for constante.


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Dimensionamento de RDBT Aditamento

Fusível aM ou gI ?
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Dimensionamento de RDBT Aditamento

Redes Bialimentadas

• Distribuidor e consumidores alimentados por dois extremos

• Complexidade ligeiramente acrescida

• Maior fiabilidade em relação às redes radiais

• Distribuidor principal necessita extra capacidade


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Dimensionamento de RDBT Aditamento


Redes Bialimentadas
Introdução
O caso mais simples de uma rede eléctrica emalhada é o de um Distribuidor Bialimentado, ou
alimentado nas duas extremidades A e B
I1
iA cos  1 iC2
UA
C
A
 1 2 3
icirc

iD
4 4
D

I4
cos  4 (-) iEF (-) iFB
(ba) F UB
E
 B
iB
iE5 iF
7
5 7

FigSELE1_06 6 8

Se as extremidades do distribuidor são alimentadas pela mesma fonte, os pontos de alimentação são
coincidentes, o distribuidor diz-se em anel
35

Dimensionamento de RDBT Aditamento


Redes Bialimentadas
Se as extremidades do distribuidor são alimentadas pela mesma fonte, os pontos de alimentação são
coincidentes, o distribuidor diz-se em anel
A tensão de alimentação é a mesma nos dois
extremos do distribuidor em anel

UA = UB
A FA

B

FB

Esta situação pode não se verificar no caso


da configuração da figura anterior
FigSELE1_05

- Diferença residual das Tensões em A e B – ligeira


diferença de Tensões
- Estabilidade das fontes de alimentação – flutuação
dos valores das Tensões

O distribuidor principal bialimentado é o percurso que liga as fontes de alimentação

Ligados ao distribuidor principal encontram-se receptores, ramais ou derivações

As quedas de tensão verificam-se das fontes para um ponto intermédio do distribuidor (ba)

(sentido das correntes de alimentação fornecidas pelas fontes às cargas)


36

Dimensionamento de RDBT Aditamento


Redes Bialimentadas
Simplificações

Quedas de tensão nas canalizações provocadas pelas resistências dos cabos e pelas componentes activas das correntes
Para o cálculo das correntes dos receptores considera-se que a tensão aplicada nos terminais respectivos é o valor nominal
da tensão na rede

Dimensionamento da rede bialimentada

As correntes que as fontes fornecem dependem das cargas IK e da eventual “diferença” entre de tensões UA e UB

Correntes de alimentação das cargas i aA + i aB =  IaK

Corrente de circulação VA − VB RAB – resistência da canalização


i circ = (distribuidor principal) que liga as
R AB duas fontes

O dimensionamento da rede; cálculo das secções e protecções, do distribuidor principal, ramais e derivações.
- Tem de satisfazer os critérios da queda de tensão e do aquecimento, tal como para as redes radiais

Para calcular as correntes nos lanços da rede e obter os respectivos momentos eléctricos é necessário identificar inicialmente
as correntes (activas e reactivas) fornecidas pelas respectivas fontes
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Dimensionamento de RDBT Aditamento


Redes Bialimentadas
Cálculo das correntes de alimentação
ia1 ia2 iaK
A B
 l1 l2 lK

FigISELE1_03
I1 I2 IK
cos 1 cos 2 cos K

(Quadro dos Receptores)

I1, I2, …,Ik, … – representam as correntes aparentes dos receptores, ramais ou derivações ligados ao
distribuidor principal AB (“receptores” – cargas, ramais ou derivações; pendurados no distribuidor
principal)
i1, i2, …,ik, …– representam as correntes nos correspondentes lanços do distribuidor AB

L = L AB =  l K é o comprimento do distribuidor principal


K

lK
R = R AB =  rK =  é a resistência total do distribuidor
K K sK
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Dimensionamento de RDBT Aditamento


Redes Bialimentadas
A diferença de tensões entre as fontes é igual à soma das quedas de tensão nos lanços do distribuidor
(quedas de tensão nas resistências provocadas pelas componentes activas das correntes)

VA − VB =  rK i aK = r1 i1a + r2 i a2 + ... + rK i aK + ...


K

como i a2 = i 1a − I 1a podemos escrever


…  
VA − VB = i1a  rK −  I aK   rJ 
i aK = i 1a − I 1a − I a2 − ... − I aK -1 K K  J = K +1 

 
e obter a corrente no lanço inicial fornecida pela fonte A
VA - VB
 I   r 
a
K
J = K +1
J
i1a = + K

R R

i 1a - é a soma da corrente de alimentação dos “receptores” pela fonte A e da corrente de circulação


entre as fontes, devido à possível diferença de tensões

i 1a = i circ + i aA i circ - A corrente de circulação é desconhecida, porque não se conhece as


secções dos lanços do distribuidor principal
i aA - A corrente de alimentação só pode ser calculada se considerar-mos que a
secção do distribuidor é constante
39

Dimensionamento de RDBT Aditamento


Redes Bialimentadas
Para dimensionar o distribuidor principal temos de considerar que todos os lanços têm a mesma
secção, o que significa que o distribuidor terá secção constante (sK = S)

 
VA - VB
 I   l
a
K
J = K +1
J 
 L
i1a = + K
e R=
R L S
Para se determinar a corrente fornecida pela fonte A temos que
inicialmente considerar que a corrente de circulação é igual a zero
VA − VB
Considera-se inicialmente que UA = UB (RAB = ?)  i circ = =0
R
a
Conhecida a corrente i 1 no primeiro lanço, as correntes nos lanços seguintes são obtidos pela
simples subtracção das sucessivas correntes que derivam do distribuidor
i a2 = i 1a − I1a ... etc.

À medida que avançamos nos cálculos, vão aparecer correntes com valores negativos (sentido contrário ao
convencionado para o cálculo das q. de t.), o que é compreensivo tendo em conta que as cargas estão a ser
alimentadas por ambas as fontes A e B

O ponto onde se dá a inversão do sinal das correntes chama-se ponto bialimentado


O ponto bialimentado corresponde ao “receptor” onde as correntes nos lanços alteram de sinal (+/-)
No ponto bialimentado o “receptor” recebe corrente de ambas as fontes

O ponto bialimentado é o ponto no distribuidor principal onde se verifica a a maior queda de


tensão (sentido das correntes – potenciais decrescentes)
40

Dimensionamento de RDBT Aditamento


Redes Bialimentadas
A secção do distribuidor principal é desconhecida e tem de satisfazer os critérios regulamentares
da queda de tensão e do aquecimento
A secção provisória que se vai calcular (a menos da corrente de circulação, se esta existir) depende
das correntes de alimentação que as fontes fornecem aos receptores

a   l = L K +1 - é a soma dos lanços compreendidos entre o receptor


   J  I aK L K +1
J
I K l J = K +1
K e a outra extremidade B
 J = K +1 
iA = =
a K K

L L L K +1 - é a distância do receptor de ordem K à outra fonte B,


no distribuidor bialimentado

I
K
a
K L K +1 representa a soma dos momentos eléctricos das cargas “penduradas”
no distribuidor principal em relação à outra fonte, ponto B

i a
=
I a
K L K +1
=
M B
K ( receptores)
Corrente de alimentação da fonte A A
L L

M BK ( receptores) - Momento dos “receptores pendurados” no distribuidor principal,


em relação à outra fonte (B)
L - Comprimento do distribuidor principal de secção constante (S)

Correntes de alimentação das cargas i aA + i aB =  IaK


41

Dimensionamento de RDBT Aditamento


Redes Bialimentadas
Cálculo da secção do distribuidor principal

(Quadro dos Lanços)

Conhecidas as correntes activas, de alimentação fornecidas por cada uma das fontes, podemos calcular as correntes em
cada um dos lanços do distribuidor e diversos ramais e os respectivos momentos, para conhecer as quedas de tensão ...

M máx
s AB  SAB (norm) = ... → i A e iB (critério do aquecimento ...)
 eadm

(SAB – secção para o distribuidor e eventualmente para a derivação que provoca o Mmáx)

As componentes reactivas nos lanços calculam-se, por aproximação, de um modo idêntico ao das
correntes activas (considera-se que as cargas têm factores de potência idênticos), e que se
encontram igualmente distribuidas

Corrente reactiva da fonte A i r



I l
r
K K +1
A
L
Podemos assim verificar se a SECÇÃO e respectiva PROTECÇÃO do distribuidor principal satisfaz
o critério do aquecimento ... etc.

NOTA: Se a corrente de circulação é diferente de zero ( U A  U B ) o seu valor dependo da secção provisória SAB que foi
calculada para o distribuidor principal. A corrente de circulação terá de ser introduzida no quadro dos lanços, alterando os
valores das correntes activas inicialmente considerados, ... e todos os cálculos terão de ser refeitos ...
42

Dimensionamento de RDBT Aditamento


Redes Bialimentadas
Correntes de alimentação e corrente de circulação
I1
iA cos  1 iC2
UA
C
A
 1 2 3
Correntes de alimentação das cargas
icirc
i aA + i aB =  IaK
iD4
4 D
Corrente de circulação
I4
cos  4 (-) iEF
(ba) F
(-) iFB UB VA − VB
E
 B
i circ =
iB R AB
iE5 iF7

5 7

FigIEL_05 6 8
(Quadro dos Receptores)
‘Receptores’ (cargas) pendurados no distribuidor principal I1 I 23 = i C 2 I 4 = i D4 I 56 = i E 5 I 78 = i F7

Corrente da fonte A i a
=
I l a
K K +1
=
M B
K ( receptores)
A
L L
L - Comprimento do distribuidor principal M BK ( receptores ) - Momento dos “receptores pendurados” no distribuidor
ACDEFB de secção constante (S) principal, em relação à outra fonte (B)
43

Dimensionamento de RDBT Aditamento


Redes Bialimentadas VA − VB
Considera-se inicialmente que UA = UB (RAB = ?)  i circ = =0
R AB

Corrente reactiva da fonte A i r



I l r
K K +1
Quadro dos Lanços A
L

Lanço ia (A) (i’a = ia + icirc) ir i i’ l ia (Am) l i’a


A1 i aA1 i rA1 i A1 lA1 x ...
1C i aA1 − I1a i rA1 − I1r ... L1C x ...
CD i aA1 − I1a − i aC 2 ... lCD x ...
DE (ba) etc ... ...
(ba) EF ... ... ...
FB ... ... i FB ...
C2 i aC 2 i Cr 2 i C2 lC2 x ...
23 ... ... ... ...
D4 i aD 4 ... ...

E5 i aE 5 ... ...
56 ... ... ...
F7 i aF7 ... ...
78 ... ... ...
O ponto bialimentado corresponde ao “receptor” onde as correntes nos lanços alteram de sinal (+/-)
No ponto bialimentado as cargas recebem corrente de ambas as fontes
44

Dimensionamento de RDBT Aditamento


Redes Bialimentadas
Determinação do Maior Momento Eléctrico da Rede
(corresponde à maior queda de tensão – receptor em situação eléctrica mais desfavorável)

No exemplo da rede considera-se, por hipótese, que o nó E é o ponto bialimentado


No quadro dos lanços, as correntes nos lanços EF, ..., aparecem com sinal negativo

No Distribuidor principal ACDEFB (considerando o nó E - bialimentado) M A1CDE  M BFE


As quedas de tensão...são iguais e AE = e BE (se UA = UB)

Os maiores momentos verificam-se nos receptores “mais afastados” das fontes


M A1C 23 M A1CD 4 M A1CDE 56 ou M BFE56 M BF78

Cálculo da secção do distribuidor principal

M máx
s AB  SAB (norm) = ... → i A1 e i BF (critério do aquecimento ...)
 eadm

SAB – secção provisória para o distribuidor e eventualmente para a derivação que provoca o Mmáx
45

Dimensionamento de RDBT Aditamento


Redes Bialimentadas
Cálculo da corrente de circulação
VA − VB VA − VB
iAB ou i circ = =
R AB L  SAB
(Correcção do quadro dos lanços)
Introdução de icirc com o sinal correspondente (+ , se UA maior que UB) ou (-)
Cálculo das novas correntes activas e respectivos momentos nos lanços
(ciclo) Cálculo das novas correntes aparentes
Determinação do novo momento máximo (tendo em conta o nó bialimentado)
Cálculo da nova secção para o distribuidor principal

M imáx
s i
 SiAB (norm) = ... → iiA1 e iiFB (critério do aquecimento ...)
 eadm
AB

SiAB  SAB → regressa − se ao cálculo da nova corrente de circulação

+1
O processo termina quando SiAB = SiAB
46

Dimensionamento de RDBT Aditamento


Redes Bialimentadas
Cálculo das secções das derivações

(Critérios da queda de tensão e aquecimento)

Momentos eléctricos no distribuidor principal


Secção estabelecida para o distribuidor SAB – Quedas de tensão parciais reais

M A1C e real e real


e real
A1C =
e real
A1CD e real
A1CDE BFE BF
 SAB

Quedas de tensão residuais ou permitidas nas respectivas derivações ou ramos e ramo  eadm − e real
K

M ramo
Cálculo das secções mínimas para as derivações sk 
 e ramo
C23; D4; E56; F78 → (Critério do aquecimento e sobrecarga)
...
NOTA: Verificação final das condições de curto circuito – idêntica à utilizada nas redes radias
(menor corrente de C.C., ou máximo comprimento para situações mais desfavoráveis dos APC)

0,95 VS
I CC =
L L
rCC  F + rCC  N
SF SN

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