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Quinta-feira.

20 de Abril de 2000
,
I S~RJE- Número 16

BOLETIM DA REPUBLICA
PUBUCAÇÃD OFICIAL DA REPÚBLICA D[ M~AM8IQUl

3.° SUPLEMENTO
IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE Art. 2. São revogadas as disposições contrárias ao pre-
sente Decreto.
AVISO
Aprovado pelo Conselbo de Minis:ros.
A matéria a publicar no .Boletlm da República.
deve ser remetida em cópia devldarnente autenticada. Publique-se.
uma por cada assunto, donde conste. além das Indi-
cações necessárias para esse efeito, o averbamento O Primeiro-Ministro, Pascoal Manuel Mocumbi.
seguinte, assinado e autenticado: Para publlcaçio no
-Boletim da República»,
Regulamento que Estabelece as Competênc as
e os ProcedImentos Re'ativos à Atribuição de Concessões
SUMÁRIO de Produção, Transporte, D'stribu:ção e Comere al'zação
de Energ:a Eléctrica. bem como a sua Importação e fxpvrta\ào
Conselho de Ministros:
Decreto n.' 8/2000' CAPtTUW I
Aprova o Regulamento que estabelece as competências e Disposições preliminares
os procedimentos para atribuição, controlo e extinção de
concessões de produção, transporte, distribuição e comer- ARTIGO I
cialização de energia eléctrica, bem COIBO a sua impor-
tação e exPOrtação. Delniç6es
Decreto n.' 9/2000. Para efeitos de aplicação do disposto neste Regulamento.
Revoga o Decreto n.' 35/93, de 30 de Dezembro. salvo se o contexto em que inserirem exigir sentido dife-
rente, as palavras e expressões seguintes terão o signifi-
cado que a seguir se lhes atribui:
«Actividades Reguladas» significa cada uma das actíví-
CONSELHODE MINISTROS dades de produção, transporte. distribuição e comercíalí-
zação, incluindo a importação e exportação, de energia
Decreto n.. 8/2000 eléctrica realizadas ao abrigo de uma concessão.
de 20 de Abr;1 «Centro de Despacho» é o centro de contrclo da Rede
Nacional de Transporte (RNT) afecto à sociedade coa-
Tomando-se necessãrlo regulamentar a Lei n.· 21/91, cessionária.
de 1 de Outubro, que faculta a pessoas singulares c colec- «CNELEC» é a designação abreviada do Conselbo
tivas a possibilidade de explorarem o serviço público de Nacional de Electricidade. criado pela Lei no' 21/91, de
fornecimento de energia eléctrica em regime de concessão, 1 de Outubro,
ao abrigo do disposto no artigo 42 da Lei n.· 21/91, «Concessão de Comercialização,. é a autorização dada
de 1 de Outubro, o Conselbo de Ministros, decreta: pela Entidade Competente, conferindo à sociedade eon-
Artigo 1. I! aprovado o Regulamento que estabelece as cessionária a faculdade de venc'er energia eléctrica a um
competências e os proeedímentoe para atribuição, controlo consumidor para utilização própria ou para efeitos de
revenda a terceiros.
e extinção de concessões de produção. transporte, distrl-
buição e comercialização de energia eléctrica. bem como «Concessão de Distribuição» é a autorização dada pela
a sua importação c exportação. em anexo e que constitui Entidade Competenfe; conferindo à sociedade concessio-
parte integrante do presente Decreto. nária levar a cabo as actividades de distribuição e comer-
cialização de energia eléctrica.

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«Concessão de Produção» é a autorização dada pela «Pessoa Interessada» qualquer sujeito de direito, deten-
Entidade Competente, conferindo à sociedade concessio- tor do direito do uso e aproveitamento da terra no lugar
nária a faculdade de produzir e comercializar energia onde se vai instalar o projecto ou directamente ínterres-
eléctrica. sa no fornecimento de energia eléctrica.
«Concessão de Transporte» é a autorização dada pela «Plano de Desenvolvimento» é o conjunto de docu-
Entidade Competente, conferindo à sociedade concessio- mentos li planos do projecto relativamente à construção
nária a faculdade de transmitir energia eléctrica das subes- de Instalações eléctricas, bem como os seu incrementos
tações elevadoras às abaixadoras, bem corno de comer- e. extensões a serem realizadas nas instalações eléctricas,
cializar tal transporte. com vista ao seu melhoramento.
«Sociedade concessionária existente» significa a pessoa «Plano de Investimento de Capital» é a estimativa de
jurídica a quem, à data de entrada em vigor deste custos para a construção do empreendimento objecto do
Regulamento, esteja atribuída uma concessão para a pro- pedido de concessão, ou ainda o custo estimado para a
dução, transporte ou distribuição, incluindo a importação Implementação do Plano de Desenvolvimento.
e exportação, de energia eléctrica.
«Rede de Interligação» é a rede constituída pelas linhas
«Entidade Competente» Conselho de Ministros, Minis- de alta e muito alta tensão que estabelecem a ligação
tro que tutela a área de energia, órgãos locais do Es:ado e entre a Rede Nacional de Transporte e a rede de trans-
órgãos autárquicos a quem são atribuídas competências porte dos países vizinhos.
para atribuir concessõesnos termos do presente Regula.
mento. «Serviço Público de fornecimento de Energia eléctrica»
significa a concepção, construção, exploração e gestão
«Instalação de Alta Tensão» são aquelas com tensão das actívidades de produção, transporte, distribuição,
superior a 66 KiloVolt (kV) e igualou inferior a 220kV. Incluindo a importação e exportação, de energia eléctrica,
«Instalações de Baixa Tensão» são aquelas com tensão para consumo público de forma a contribuir para o desen-
até 1 kV. volvimentoeconómiconacional e bem-estardas populações.
«Instalações de Muito Alta Tensão» são aquelas com «Tensão Minima de Transporte» significa 66 kV ou
tensao superior a 220kV. outra tensão que venha a ser determinada por lei.
«Instalaçõea de Média Tensão» são aquelas com tensão
superior a 1 kV e igualou inferior a 66 kV. ARTIGO 2

«Instalações de Produção» significa instalações eléctrí- Objecto


cas directa e necessariamenteligadas à geração ou produ.
ção de electricidade. O presente Regulamento estabelece as competências e
procedimentos relativos à atribuição, controlo e extinção
«Instalações de Transporte» significa instalações eléc- de concessões de produção, transporte, distribuição e
tricas directa ou necessariamente ligadas ao transporte de comercialização de energia eléctrica, bem como a sua
energia eléctrica, incluindo, mas não se limitando, a cír- Importação.
cuitos eléctricos, transformadores e subestações operando ARTIOO 3
ao valor igualou superior à Tensão Mínima de transporte Compet6nclllll
excluindo:
(i) Os circuitos eléctricos formando a ligação ime- 1. Compete ao Conselho de Ministros atribuir conces-
diata entre uma instalação de produção e a .sõescem uma potência nominal instalada Igual ou superior
RNT, desde que os circuitos estejam ·afectos e a 100 MegaVolt-Ampere(MVA).
directamente associados a uma Concessão de 2. Compete ao Ministro que superintende a área de
Produção; energia, a atribuição de concessões para instalaçeJes
(íí) Instalações específicas funcionando acima da eléctricas com uma potência nominal instalada igualou
Tensão Mínima de transporte que sejam parte superior a 1 MVA e inferior a 100 MVA.
de uma Concessão de Distribuição. 3. Ministro que superintende a área de energia poderá
delegar esta competência nos competentes órgãos locais
«Lei de Electricidade» é a Lei 1,1.. 21/97, de 1 de do Estado ou órgãos autárquicos sempre que se verifiquem
Outubro, que regula a actividade de produção, transporte, cumulativamente as seguintes condições:
distribuição e comercialização de energia eléctrica, bem a) Quando a instalação eléctrica esteja confinada a
como a sua importação e exportação, e que cria o Con-
selho Nacional de Electricidade. área de jurisdição destes órgãos e não tenha
ou não esteja interligada a outras Instalações
«Operador Razoável e Prudente» significa um operador eléctricas localizadas fora dela;
de sistemas eléctricos, que, agindo de boa-fé, procure b) Quando a potência nominal da instalação eléc-
cumprir com as suas obrigações, fazendo-o com um grau trica não exceda os 10 MVA.
de destreza, diligência, prudência e previsão que razoa.
velmente podia ser esperado dum operador especializado 4. Compete aos 6rgãos locais do Estado ou aos 6rgllos
e experiente, com recursos financeiros suficientes obede- autárquicos atribuir concessões nos seguintes casos:
cendo a todas as leis, regras, contratos de concessão, a) Quando a produção de energia seja Inferior a
licenças, códigos e normas, sendo que qualquer referência
ao padrão de um operador razoável e prudente terá em 1 MVA e se destine ao fornecimento a consu-
conta o grau de destreza, diligência, prudência e previsão midores que se encontrem dentro' da sua área
aupramenclonados. de jurisdição;
b) Quando as Instalações eléctricas estejam total.
«Património da Concessão» é o conjunto das instala.
ções eléctricas e bens conexos necessários para a prosse- mente localizadas dentro da sua área de juris-
dição.
cução das actividades autorizadas pela concessão atribuída
de acordo com a Lei 1,1.. 21/97, de 1 de Outubro, e 5. Relativamente aos órgãos locais do Estado, o Minis-
respectivos Regulamentos. tro que superintende a área de energia, poderá delegar as
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competências, na medida em que forem reunindo con- d) O local onde podem ser dados esclarecimentos
dições para a emissão de concessões, ouvido o Ministro adicionais aos concorrentes e examinado o
que superintende a área da administração estalai. caderno de encargos;
6. A autorização para o aumento da capacidade de e) Preço de caderno de encargos.
produção que resulte numa capacidade total igual ou
superior a 1 MVA, bem como para a ampliação de ARnoo 6
sistemas de transporte e distribuição de energia eléctrica
caderno dI> _""
que ultrapasse os limites territoriais sob jurisdição dos
órgãos referidos no número 4 deste artigo, deve ser pre- No caderno de encargos deverá indicar-se:
víamente requerida ao Ministro que superintende a área
de Energia. a) A natureza e objecto da concessão que se pretende
atribuir;
Almoo 4
b) O modelo do contrato de concessão;
Acesso il infonnaçã,o
c) A descrição sumária dos elementos caracteriza.
I. O Ministério de tutela da área de energia manterá dores do objecto de concurso;
um arquivo público, dos seguintes documentos: d) O direito que a Entidade Competente se reserva
a) Processos de licenciamento e atribuição de con- para efeitos de adjudicação;
cessões; f) Os critérios de avaliação das propostas.
b) Petições, decisões e outros materiais resultaotes e) O; termos de referência do estudo de impacto
de consultas públicas; ambiental. quando exigível, nos termos esta-
c) Processos de conciliação, mediação e arbitragem. belecidos na legislação aplicável;

2. Os competentes órgãos locais do Estado e õrgão; ARnoo 7


autárquicos fornecerão atempadamente, ao Ministério de Proposta
tutela, informações e cópias dos documentos referidos
no número anterior, de modo a facilitar a actualização I. A proposta para concessão de produção, transporte,
dos registos. distribuição, comercialização, importação e exportação de
energia eléctrica, será feita em quadruplicado e deverá
CAP1TULO II ser dirigida à Entidade Competente, onde se dê a conhe-
A~ de ConcesSÕ'llS cer expressamente a actividade ou actividades requeridas.
2. Na proposta deverão contar os seguintes elementos:
Secção I
a) A ídentífícação completa do requerente, e, no
ProQed:mentOS\ gar8ÍiS caso das sociedades e/ou pessoas colectivas,
ARnoo ,5 certidão autenticada da escritura constitutiva.
Aberttt-a ele CClnCUnlIO
públ.co bem como certidão actualizada do Registo
Comercial com o teor de todas as inscrições
1. Para projectos com potência nominal instalada igual em vigor ou uma certidão traduzida em por.
ou superior a 100 MVA, a abertura do concurso público tuguês reconhecida e autenticada ou outro
será autorizada pelo Conselho de Ministros, sob proposta documento equiparado no caso de sociedades
do Ministério de tutela do sector de energia. e/ou pessoas colectivas constituídas no estran-
2. Nos casos previstos nos n.~ 2, 3 e 4 do artigo geiro;
3, perante a proposta das respectivas Entidades Compe- b} As principais características do empreendimento,
tentes, o Ministro que superitende a área de energia nomeadamente a potência a instalar e a energia
au.orizarâ abertura do ccncurso público. a fornecer anualmente;
c) Memória descritiva e justificativa indicando as
3. Para os projectos da competência dos órgãos locais características da instalação, aparelhos e equí-
do Estado e dos órgãos autárquicos, tal como disposto
pamentos acessórios e anexos, plantas alçados
no n. o 4 do artigo 3, a abertura de concurso será e cortes dos locais da sua instalação;
anunciada também através de editais a afixar na sede
d) Pontos existentes ou propostos para ligações;
dos referidos órgãos, bem como em locais públicos e em
e) Planta topográfica numa escala apropriada com
locais de maior concentração da população.
a localização das instalações e principais obras
4. Para os projectos com potência nominal instalada necessárias;
igual ou superior a 1 MVA e inferior a 100 MVA, a f) Cronograma de actividades e data limite prevista
abertura de concurso será anunciada através de publi- para a conclusão das obras;
cação em jornais de circulação local e nacional. g) Plano de Investimento de Capital, incluindo os
5. Para qualquer outro projecto com capacidade nomi- respectivos arranjos financeiros, indicando:
nal superior à referida no número anterior, o anúncio
(i) Os custos estimados de construção e
será feito em pelo menos dois jornais de maior circula.
execução do projecto proposto e pos-
Çjio nacional e internacional, bem como em outros meios
de comunicação. teriormente, de implementação do
plano de desenvolvimento para cada
6. Do anúncio deverá constar: um dos dez anos subsequentes a contar
a) Número de ordem do concurso; da data da atribuição da concessão das
b) Prazo para a apresentação das propostas. que instalações eléctricas;
não deverá ser inferior a 60 dias a contar da (ii) Qualquer outra informação adicional
data da sua publicação; relativa ao projecto, proposta de pro-
c) O local, dia e hora de abertura das propostas;
jecto ou ao requerente, quando e se
solicitada pela Entidade Competente

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ou pelo CNELEC. de acordo com a quaisquer outras máquinas eléctricas. plantas,


Lei de Electricidade. seus Regulamen- alçados e cortes dos locais de in,stalação;
tos e despachos do Ministro de tutela. b) Fontes da energia primária ou combustível a ser
utílízados e provas documentals de contratos
h) O terreno do qual se precise de obter o direito
de uso e aproveitamento, ou que deva ser ex. de fornecimento ou outros que já tenham sido
propriado para permitir a operação adequada celebrados. bem como cópias de versões de
contratos que estejam a ser negocíados,
das Instalações eléctricas existentes ou propos-
tas: ARTIOO 10
i) Projecções quantülcadas e qualificadas do cres- ~eta para conoefllão de ...-pOl1ll
cimento do consumo de energia eléctrica den-
tro da área a ser abastecida de energia eléctrica, Quando se tratar de concessão de transporte de energia
Incluindo a área circundante; eléctrica. deverão ser apresentados ainda os seguintes
I) Prova da capacidade técnica do proponente e a elementos:
sua experiência em relação à construção, ope- a) Memória descritiva e Justificativa indicando as
ração e ges' ão de instalaçOes eléctricas do tipo características principais da linha a construir.
descrito na proposta. nomeadamente, a tensão nominal. potência a
transportar, a data prevista para entrada em
2. Para a concessão de comercialização de energia eléc-
serviço e a sua finalidade;
trica, não são exI11lvelsos reotrlsítos constantes nas alineaa
b), i), g). e h) do nümero 2. b) Planta geral do traçado da linha de transporte
em escala não inferior a 1:50 000.
ARTIOO 8
ARTIOO 11
Proposta pera aprove tlllll<llr.08 h:droeJéCll'IOOS
Conaulia OCI CNELEC
Quando se tratar de aproveitamentos hidroeléctricos.
deverão ainda ser apresenntados os seguintes elementos:
1. No prazo de 30 dias a contlU' do ültímo dia da recep-
ção das propostas, a Entidade Competente fornecerá
Q) Breve descrição do aproveitamento, apresentando cópias ao CNELEC, solicitando a emissão de parecer
os aspectos gerais mais importantes do curso sobre o mérito e a qualidade técnica de cada uma delas.
de água. vegetação circundante. configuração 2. O CNELEC responderá por escrito à Entidade Com.
topográfica e breve descrição geológica do ter- petente, num prazo de 45 dias, contados a partir da data
reno de Implantação das principais obras; em que os documentos referidos no námero anterior
b) Estimativa da queda bruta aproveitável, pela tenham dado entrada no CNELEC.
determinação das cotas de tomada e de restl. 3. O parecer do CNELEC terá em conta, entre outros,
tuíção de água, com a maior previsão possível; os seguintes Critérios:
c) Estudo hidrol6gico, com o recurso a dados das Q) OS planos nacionais e regionais de fornecimento
estações hidromé.ricas e ou pluviométricas, com de enersia:
indicação t'essas mesmas estações. para a b) O tipo de concessão:
determinação da distribuição de caudais e do c) A complexidade do projecto, a locallzação da lns-
caudal modular e, ainda. com a Indicação de talação e a natureza do serviço a realizar]
qual a metodologia seguida na determinação d) A capacidade técnica e financeira do concorrente;
do caudal de cheia; e) A viabilidade do projecto.
d) Definição das características aproximadas dos
elementos respel.antes à barragem. tais como 4. Noil casos em que a Entidade Competente for um
o tipo. altura acima das fundações e desenvol- órgão local do Estado ou órgão autárquico, uma cópia
vimento pelo coroamento, área da bacia hidro- da proposta será remetida ao MInistério de tutela da
gráfica abrangida. capacidade da albufeira, área de energia. no prazo de IS dias a contar da da:.
tipo de exploração da albufeira, tomada de água da sua recepção, que a encaminhará ao CNELEC.
canal com eventuais obras de arte. câmara de ARTlOO 12
carga. condu' a forçada, casa das máquinas,
canal de restituição. descrição da ocupação e ConaWta p(lbllce
utilização actual dos terrenos a montante, Sempre que o pedido implique a aquisição do direito
devendo ser também definidas as caracteríetí- de uso e aproveitamento da terra ou qualquer outro direi-
cas da obra a executar para garantir o ciclo to que 'Vá ter impactos sobre o uso li ocupação da terra
biológico; existentes no local, a Entidade Competente no prazo de
e) Efeitos da construção do empreendimento relati. 15 dias a contar da data de recepção dos pareceres da
vameme a outros já existentes na mesma bacia CNELEC, ou na falta destes, 30 dias a contar da recep-
hidrográfica ou nela projectadoa. ção das propostas. mandará realizar uma consulta póblica
no local pretendido para o projecto, sendo convocadas,
ARTIOO 9 para o efeito. as pessoas interessadas, por melo de editais
p,opoeta p..... Con-.Jo 'de I'rodução afixados no local ou publicados nos órgãos de informação
ou por melo dos seus representantes locais.
Quando se tratar de concessão de produção, deverão
ll.inda ser apresentados os seguintes elementos: ARTlOO 1~
a) Dados sobre o tipo e características do equipa- AlI'bulção da COIIc •••• .,
mento de geração de energia eléctrica, apare- Após a recepção dos pareceres do CNELEC e no prazo
lhos lIQe88Órloae \Inexw. transformadorea e de 15 dias a contar da data da IlOllJu.ltaptíbllcs, ordllnada

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pela Entidade Competente. esta decidirá sobre a atribui. 2. A sociedade concessionária. bem como os seus sócios.
ção de concessão. podem participar no capital social de qualquer eutra
ARTIGO 14
sociedade concessionária de fornecimento de energia eléc-
Conur.caçllo da 8lr.b.fç'o da ClOf1CII8sl1o trica. desde que tal participação não lhe confira, uma
posição de domínio económico, salvo autorização do
1. A Entidade Competente notificará cada um dos con-
Ministro que superintende a área de energia. no intereaae
correntes que tenham submetido a sua proposta nos público. ouvido o CNELEC.
tennos do presente Regulamento da decisão final reIati.
vamente à atribuição da concessão. ARTIGO 19
2. A notificação a que se refere o número anterior, fonnII do COtlbatoda """'
••••••
_'01'10
especificará:
a) Se a concessão foi adjudicada e o nome do adju. 1. A atribuição da concessão será feita mediante a
dicatário: celebração de um contrato administrativo entre a Entidade
Competente e a sociedade concessionária.
b) Qualquer condição suspensiva da concessão, in-
cluindo a conclusão doa procedimentos de 2. Os contratos de concessão deverão ser publicados
expropriação tal como previsto na Lei de no Boletim da República, observando as disposições da
Electricidade e, sendo o caso, a obtenção do Lei de Electricidade e seus Regulamentes, sob pena de
nulidade.
respectivo título de uso e aproveitamento da
terra; 3. Do contrato de concessão deverão constar, para
além das licenças atribuídas. disposições relativas a:
c) O prazo para apresentação de reclamações. que
não deverá ser inferior a 15 dias a contar da a) Natureza e objecto da concessão;
data da notificação; b) Duração:
c) Direitos e obrigações das partes;
â) Qualquer outra informação considerada relevante.
d) Tarifas. taxas e impostos aplicáveis;
3. A Entidade Competente deverá proceder. nos 15 e) Meios de resolução de conflitos. recurso conten-
dias subsequentes à data limite para apresentação das cioso e arbitragem;
reclamações. à publicação da referida atribuição através f) Responsabilidade civil e seguros;
de anúncin num jornal de maior circulação nacional. g) Uso e aproveitamento da terra;
h) Garantias;
ARTIGO 15 i) Medidas de protecção ambiental;
Reckmaçlíes j) Lei aplicável;
k) Resgate por parte do 'Estado;
A Entidade Competente deverá. no prazo de 20 dias I) Minuta de contrato de vinculação com a Opera-
a contar da data limite da apresentação das reclamações. dora da Rede Nacional de Transporte de ener-
dar provimento ou não às reclamações. durante o qual gia eléctrica;
fica suspensa a atribuição da concessão. m) Utilização de recursos hídricos.
ARTIGO 16 ARTIGO 20
SlmpTf CQÇIio do Pl"CIC:'eS8O DuraçIo da oancoasIlo

Quando se tratam de concessões previstas nos números 1. As concessões de produção terão uma duração
:5 e 4 do artigo 3 do presente Regulamento. os prazos máxima inicial. consoante o recurso natura1 que utilizem,
referidos nesta secção serão reduzidos a metade. e serão não superior a:
dispensadas as formalidades constantes das alineas d), h)
a) Cinquenta anos quando se trate de aproveitamen.
e j) do n.' 2 do artigo 7. e a1fneas d) e e) do artigo 8. tos hidroeléctricos;

-.-,
Secção II
b} Vinte cinco anos em todos os outros casos.
COIOCBSSIo 2. As concessões de transporte e distribuição. terão a
duração máxima de vinte e cinco anos.
3. As concessões de comercialização. terão a duração
00 contrato de concessão DUú<únade dez anos. "
4. Nos casos de uma concessão abrangendo várias
ARTIGO 17 aetivídades, a mesma terá a duração mãxíma inicial da
Celabralçllo do 00I\tII:dD concessão de prazo mals longo excluindo a a1inea a) do
número 1.
t. Para efeito da celebração do contrato de concessão ARTIGO 21
o concorrente a quem tenha sido atribuída a concessão
Taxas da oancoasIlo
deverá constituir-se sob a forma de sociedade comercial.
2. A assinatura do contrato está condicionada à apre- 1. E devida uma taxa anual até ao valor máximo
sentação da licença ambietal nos termos da legislação correspondente a 10% da receita bruta.
aplicável. 2. Para efeitos do número anterior. cada sociedade
ARTIGO 18
concessionária enviará à Entidade Competente com cópia
Cond'tu"çIo de .c);(edn1M COIICBes:on6rf_ ao CNELEC. até 31 de Maio de cada ano. um relat6rio
de contas devidamente auditado, correspondente ao exer-
t. A sociedade concessionária pode. em conformidade cfcio do ano anterior, incluindo o Balanço e a demonstra.
com o disposto na legislação comercial. asscclar-ee ou ção de resultados.
adquirir partes no capital de outras sociedades, com a
restrição prevista no número seguinte. 3. Ouvido o CNELEC. os Ministros que superinten-
dem as áreas das finanças e de eneIgla, fIXarão por

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60-(10)
1 $SRIE-NOMERO 16
diploma ministedal conjunto o valor da taxa. pagar o d) Pllgar as indelllllizações devidas p,la constilUlção
os mecanismos ·de líquídação, cobrança o destino dos de servidões e expropriação que requeiram às
valores destas taxas, sem prejuízo do estabelecido no entidades competentes;
Decre,o n.· 24/97. de 22 de Julho. fi) Proceder à construçllo, manutenção e reparação
4. O CNELEC. conforme a documentação referida no das infra-estruturas necessárias à exploração
nÚl)l.ero 2 deste ar .ígo, vai propor o valor da tua a da concessão.
pagar tomando em consideraçiío o valor actual do empre-
endimento. 2. Sem prejuízo das suas obrlgaçlles nos tenoos da
22
AllTloo legislação em geral, da lei da Electricidade e 8eus Regula-
~"'911o mentos. bem como do Jlróprlo contrato de conceesãc, as
sociedades concessionánas deverão:
1. Som prejuízo dos poderes acomotidge • OutrllS entl-
a) Garantir que todas as condições técnicas e nonoas
dados, cabo 110 Ministério quo suporil!ltende a área do
energia a fiscalização de todos os aspectos da concessão de segurança para a instalação eiéctrica. sejam
que se insiram no âmbito de SUll competência, nomeada- observadas;
mente o cumprimento da lei o do respectivo contrato. b) Desenvolver l\Cções,necesBátias visando a promo-
2 Para efeitos do número anterior. a socíedade conces- ção do uso eflclente de energia eléctrica pelos
sionária deve prestar touas as informações e facultar todos conaumldores;
os documentos que lhos forem solicitados, bem como per- c) Diligenciar no sentido de garantir que GlS direitos
ml.ir o livre acesso dos funcionários o agentes das entl- do consumidor sejam respeitados;
dades fiscalizadoras devi,damonte identificados. a quais- d) Cumprir, entre outras, com as normas do regime
quer instalações eléctricas. de licenciamento de imstal8ÇÕeseléctricas.
Sub.ocç4o II 3. Na prossecuçllo dos deveres acima mencionados, o
DI S~dade ConoeesiOn6rfe CNELEC intervirá por sua iniciativa ou quando para tal
for solicitado e as suas recomendações deverão ser segui.
AllTloo 23 das pela sociedade concesslonárÜl.
PBtrm61).·o 4. Para além das publicações a que estão sujeitos o
1. A sociedade concessionária não poderá alienar. dispor. balanço e as contas das empresa. nos tQrmos do Código
dar de garantia. transferir, transmrtlr, nem ceder, nem Comerciai, a sociedade concessionária deverá:
por qualquer forma onerar. total ou parcialmente. o patri. a) Fornecer à Entidade Competente, até 31 de Mala
mõnío abrangido peia concessão,' sem a prévia autoriza. de cada ano, cópia do relatório de contas devi.
ção Entidade Competente. damente audltadas;
2. Compete à Entidade Competente a homolpgação de b) Sujeitar-se a q\lalsquer auditorias sollcltadas pela
propos.as de intervenção nos sistemas, que de forma Entidade Competente.
substantiva qualitativa influam no funcionamento das
instalações eléctricas e que poasam agravar llS tarifas de AaTIOO 26
venda de energia eléctrica. O•. lII1tlae

AaTIOO 24 1. Como garantia do cumprimento dos deveres emer-


1nInnem: •• bil dadada __ o gentes do conf:rato dll COI'lCessão,a socIedade concessio-
nária deverá:
1. Sob pena de nulidade dos respectivos actos ou eon- a) Manter um ~eguro que cubra as instalaçllea, equí-
tratos. a sociedade concessíonãría não pode. sem a prévia pamentos, traballuldores e terceiros, seguro esse
autorização da Entidade Competente, subcenceder, onerar que deverá .er actualizado anualmente;
ou transmitir por qualquer forma a concessão.
b} Prestar, antes da assinatura do contrato, no caso
2. No caso de eubccnceeaão, total ou parcial, qUando de investimentos realizados com fundos públ.
autorizada, a sociedade co/llll;ssionária mantém os direito. eos, uma caução a favor do Tesouro equivalente
e continua sujeita às obrigações decorrentes do contrato a três meses das receitas previstas.
de concessão.
3. Para os efeitos do disposto no nl1mero 1 do presenttl 2. A diminuição da caução por força dos levantamen-
ar:lgo, cabe à Entidade Competente, promover a consulta tos que dela tenham sido feitos, Implica para a sociedade
pública antes da tomad a de decisão seguindo o estabele- concessionária a obrigação de proceder à sua reconatitui-
cido no n.· 1 do artIgo12. ção no prazo de um mês contado da data da sua utilização,
AaTIOO 25
3. A caução referida no nÚ)nero 1 só podará ser levan-
tali. pela sociedade concessionária um ano após a data
Deveres d8:1 800 adades Conco"'onárIae <Ia extinçãQ do contrato de concessão.
1. As sociedades ooncessionárla, pan além do disposto AaTIOO 27
no artigo 16 de Lei de Electrícldade, deverão: Mui_
a) Submeter os planos anuais e plurlanuals;
b} Cumprir com as disposiÇÕesleg(lis que lhes sejam 1. Sem prejuízo do procedimento civil ou criminal, lIIi
apllc4vels; Infracções às obrigações assumidas pelas concessionárias,
no 4mblto do respectivo contrato de concessão. silo punidas
c) Penoltir e facl1i:ar a flscalizaç&! da acdvidade com multa.
por entidades competentes. fllllU1tandotodas 18 2. Os montantes das multas estio lndlcadas no Anexo I
Worm,p, SI1icitadas; que é parte integranta ~ Rem1Ia'llenlO.
25 DE ABRIL DE 2000 60-(11)

3. Os limitei das nru1tas referidas no número anterior, c) O grau de prudência e razoabilidade do operador;
serão actualizados por despacho conjunto dos Ministros
d) O Plano de investimentos;
que superintendem as áreas de finanças e de energia, de
acordo com o Indíce do Preço no Consumidor publi- e) O programa de exploração.
cado pelo Instituto Nacional de Estatística.
2. Apenas no caso de, durante o período de três anos
4. Os Ministros que superintendem as áreas de energia acima referido, ocorrer um evento qualificado como sendo
e de finanças fixarão por diploma ministerial conjunto de força maior, poderá a sociedade concessionária requerer
os mecanismos de liquidação, cobrança e destino destas a desistência da renovação.
multas sem prejuízo do estabelecido no Decreto n. 24/ O

/97. de 22 de Julho.
Subsecção IV

Subsecção III Al1eração e Extinção dos Contratos de Concessão


Ravqgação de mntratos ARTIGO 32
.AJmoo 28 AIIeraçtio
Pecl:do de renoVIIÇGo
1. As cláusulas do contrato de concessão podem ser
1. Salvo Odisposto no contrato de concessão a socie- alteradas por mútuo acordo desde que a alteração não
dade concessionária pode requerer a sua renovação. envolva a violação da Lei de Electricidade e resoec:ivos
2. Os pedidos de renovação de um contrato de conces- Regulamentos e por força de disposição legal imperativa,
são, deverão ser endereçados à Entidade Competente num designadamente decorrentes das políticas energéticas apro-
prazo minimo de três anos antes da sua extinção. vadas pelo Governo.
2. Nos casos em que a concessão seja atribuída pelo
M.TlOO 29 Conselho de Ministros, as alterações só produzirão efeitos
Formas 8 olemenws do pec[do legais quando aprovadas por aquele órgão.
1. O pedido de renovação será feito nos termos do
ARTlOO 33
artigo 7 do presente Regulamento com as necessárias alte-
rações, devendo ser acompanhado de uma estimativa do Sequestro
activo líquido do respectivo património não amortizado,
à data de extinção do contrato, constante da folha de 1. A Entidade Competente poderá tomar conta da con-
balanço da sociedade concessionária no dia do pedido de cessão quando os trabalhos paralisarem ou existirem
renovação. atrasos superiores a três meses, quando se der ou estiver
iminente a cessação ou interrupção total ou parcial do
2. A estimativa a que se refere o número anterior terá
serviço, ou quando se verifiquem graves deficiências na
em conta, entre outros, os seguintes aspectos:
respectiva organização e funcionamento ou no estado
a) O montante que a sociedade concessionária recu- geral das instalações e do equipamento susceptíveis de
perará através de tarifas respeitantes ao patrí- comprometer a regularidade e continuidade do serviço.
mónio da Concessão no período contado a parir 2. Verificado o sequestro, a sociedade concessionária
da data de entrada do requerimento para suportará todos 08 encargos que do exercício da concessão
a renovação até à data de extinção; resultarem para a Entidades Competentes, bem como as
b) A reserva de depreciação a ser constituída no despesas extraordinárias necessárias ao restabelecimento
respeitante àqueles activos para o período da normalidade. continuando como responsável perante
remanescente. . terceiros de quaisquer danos e/ou prejuízos que tenham
advindo da sua acção e/ ou omissão.
3. O disposto no n. o 3 do artigo 14 e no artigo 25
do presente Regu1amento é igualmente aplicável à reno- 3. Logo que cessem as razões do sequestro e a Enti-
vação. dade Competente o julgue oportuno, será a sociedade
ARTIGO 30 concessionária notificada para retomar, na data que lhe
Consulla ao Cl\lO.ECi for fixada, o normal exercicio da concessão.
4. Se a sociedade concessionária não quiser ou não
1. A Entidade Competente. no prazo de sete dias, con- puder retomar esse exercício, o Ministro que superintende
tados a partir da data de recepção do pedido de reno- a área determinará a revogação imediata do contrato de
vação. fornecerá ao CNELEC a cópia do requerimento, concessão.
incluindo todos os documentos confinnativos e a ínfor- 5. No' caso de a sociedade concessionária ter retomado
mação exigida ao abrigo do artigo anterior. o exercício da concessão e continuarem a verificar-se
2. Nos casos em que a Entidade Competente for um graves deficiências no mesmo. poderá o Ministro que
órgão local do Estado ou um órgão autárquico, a cópia superintende a área ordenar novo sequestro ou determinar
dos documentos será fornecida ao Ministro que superin- a imediata revogação do contrato de concessão.
tende a área no prazo de quinze dias a contar da data
da sua recepção. que solitará ao CNELEC a emissão de ARTIGO 34
parecer. Ext:nção
ARTlOO 31
Renc>vaçlode eon •••• lio A concessão extingue-se;
1. A Entidade Competente decidirá da renovação tendo a) POr acordo entre as partes;
em consideração: b) Por revogação;
c) Por rescisão por parte da sociedade conces-
a) O interesse público; sionária; e
b) O parecer referido no artigo anterior; d) Pelo decurso do prazo.

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60-(12) I SSRIB-NOMSRO 16
AilTlOO 35 4. Não constituem causas de revogação os factos ocor-
SlellO$ da oxfn910 ridos por motivo de força maior e, bem assim, aqueles
que a Entidade Competente aceite como justificados.
1. A extinção da concessão fará reverter, para o Bsta-
do, ou para a entidade que este indicar, todas as insta- 5. No caso de pretender revogar o contrato, designada-
lações e bens afectos, nos termos dos artigos 24 e 25 da mente pelo facto referido na alínea f) do número 1, a
Lei de Electricidade. ' Entidade Competente deverá ainda notificar os principaIs
credores conhecidos da sociedade concessionária para, no
2. Da reversão prevista no número anterior excluem-se: prazo que lhes for determinado, nunca superior a três
a) Os bens e meios não afectos li concessão: meses, proporem uma solução que possa sobrestar à res-
b) Todos os bens próprios da sociedade concessio- cisão, desde que a Entidade Competente com ela concorde.
nária: 6. A revogação prevista no número I, determina a
c) Os fundos consignados li garantia ou cobertura de reversão de todos os bens e melos afectos li concessão
obrigações da sociedade concessionária de cujo para o Estado ou outra entidade que este indicar, nos
cumprimento lhe seja dada quitação pela Entí- termos do n.O 1 do artigo 32, sem direito a qualquer
dade Competente, a qual se presume se, decoro indemnização.
Ailnoo 37
rido um ano sobre a extinção dll concessão,
não houver declaração em contrário do Minis- Reac'sIo por Par1IIl ckI SlIa:ed<lde Conceaalon6r:e
tro que superintende a área.
1. A sociedade concessionária poderá rescindir o con-
3. Se no 12.0 mês posterior à data da extinção da trato de concessão mediante notificação dirigida à Entí-
concessão se mantiverem ónus ou encargos respeitantes dade Competente, com antecedência de 12 meses, dando
aos contratos de aquisição de bens das respectivas ínfra- a conhecer a sua intenção, com base nos seguintes motivos:
-estruturas ou fornecimento de serviços com elas rela- a) Incumprimento grave de qualquer das cláusulas
cionados, o Estado asauml-los-ã desde que a respectiva contratuals por parte da Entidade Compe-
Entidade Competente haja autorizado a sua contratação tente: ou
pela sociedade concessionária e não se trate de obrigações b) Ocorrência de caso de força maior.
já vencidas mas não cumpridas.
4. A reversão das instalações eléctricas e bens afectos 2. Nos casos referidos no número anterior será consi-
à concessão, será precedida de vistoria às referidas insta- derada como legítima e válida a justificação da rescisão
ções e bens, realizada pela Direcção Nacional de Energia, pelo comprometimento grave elou impossibilidade do
li qual assis:irão representantes da sociedade concessionária. exercício adequado das actividades objecto da concessão,
bem como do fornecimento regular e contínuo de energia
AilTIOO 36 eléctrica.
Ravogaçlo 3. A Entidade Competente deverá no prazo de 60 dias
a contar da data da notificação pela concessionária justi.
1. A Entidade Competente poderá revogar o contrato car ou fazer a causa de rescisão findo o qual a rescisão
quando tenha ocorrido qualquer dos factos seguintes: consíderar-ee-ã efectiva.
4. A rescisão do contrato produzirá os seus efeitos
a) Desvio do objecto da concessão; desde a data da sua comunicação à Entidade Competento
b) Interrupção prolongada da exploração do serviço por carta registada com aviso de recepção.
por facto directamente imputável à sociedade 5. A rescisão determina Igualmente a reversão para a
concessionária nos termos a fixar no contrato Entidade Competente de todo os bens e meios afectos à
concessão: concessão, sem prejuízo do direito da sociedade conces-
c) Recusa reiterada ao exercício da fiscalização, sionárla a ser ressarcido dos prejuízos que lho forem
repetida desobediência às determinações da causados.
Entidade Competente ou sistemática Inobser- Ail1'lOO 38
vância da Lei de Electricidade e respectivos Deourso do ~
Regulamentos, quando se mostrem ineficazes
as sanções aplicadas; 1. Cessando a concessão pelo decurso do respectivo
d) Recusa em proceder à adequada OOllServaçãoe
prazo, a Entidade Competente pagará ~ sociedade con-
reparação das infra·estruturas; cessionária uma indemnização correspondente ao valor
conrebíltstíco audltado dos bens sfectcs à concessão, com
e) Cobrança dolosa de preços superiores aos fixados; referência ao último balanço aprovado.
i) Declaração de falência da sociedade concessio- 2. Para a determinação do valor contabilístico referido
nária: no número anterior, a Entidade Competente poderá ardo-
g) Transmissão da concessão ou subconcessllo não nar uma auditoria independente.
autorizadas:
h) Outros factos que nos termos do contrato de con-
Ailnoo 39
cessão sejam considerados de graves violações. Proced'lIMRIOBa tomlIr no tanno da cone"'o

2. Verificando-se um dos factos extintivos a Entidade 1. A Entidade Competente reserva-se o direito de, nos
Competente, ouvido o CNELEC, notificará a sociedade últimos 24 meses do prazo da concessão, tomar as provi.
concessionária da existência da causa de extinção. dênclas que julgar convenientes para assegurar a conti-
nuidade do serviço no termo da concessão.
3. A sociedade concessionária tem o prazo de 60 dias 2. Caberá à Entidade Competente decidir, baseando-
a contar da data da notificação, para justificar ou fazer -se no parecer para tal solicitado ao CNELEC, da opur-
cessar a causa da extinção, findo o qual o contrato de tunidade e conveniencil\ de abertura de COl1.'Curso
pl1blico
concessão conslderar-so-á revosado. para atribuição de uma nova concesllo.

- - --------------_. - -
25 DE ABRIL DE 2000
60-(13)
CAP1TULO 1II ARTIGO 43
fiada Nao:onaI da Transporte de energ~ Béc1rica Instalações~a,lleS da RNT

Secção I 1. Fazem parte da RNT as seguintes instalações:


Disposições ~is a) De recepção de energia eléctrica em alta e muto
ARTIGO 40 alta tensão, produzida por produtores conces-
Concesslio da Gestio da Reda l\laa:onal da Tl'lIn3porte sionados a ela ligados;
b} De transporte de energia eléctrica no âmbito do
A concessão da gestão da Rede Nacional de Transporte sistema eléctrico de abastecimento. público;
de Energia Eléctrica tem por objecto a gestão global, em c) Afectas ao Centro de Despcaho;
regime de serviço público, da Rede Nacional de Trans- d) Instalações de telecomunicação,telemedida e tele-
porte de Energia Eléctrica. comando afectas ao transporte de energia
eléctrica;
ARTIGO 41
Atrlbliçllo cb C~ão da Gestão da Red•• Nacional
2. Fazem também parte da RNT as instalaçõesde entre-
da Transpor,•• ga de energia eléctrica em alta tensão a:
a) Distribuidores concessionados, incluindo aqueles
1. A concessão da gestão da Rede Nacional de Trans- que estão a ser abastecidos em média tensão
porte de Energia Eléctrica (RNT) é atribuída à entidade nas instalações existentes à data da entrada
operadora da RNT, pelo Governo, em regime de exclu- em vigor deste Regulamento;
sividade, nos termos da Lei.
b) Grandes consumidores incluindo aqueles que
2. A concessão de transporte de energia eléctrica por excepcionalmente sejam abastecidos em muito
entidades públicas ou privadas compreende o projecto, alta tensão;
a construção e a manutenção de instalações de transporte, c) Outros distribuidores particulares, que para o
cabendo a sua operação à gestora da RNT. efeito tenham celebrado contrato com a RNT.
3. A sociedade concessionária fica isenta de prestar
a caução prevista no artigo 25. ARTIGO 44
BensU:_ à RNT
ARTIGO 42
Ambto 1. Nas instalações referidas no artigo anterior inte-
gram-se os bens a elas afectos designadamente:
1. A gestão da RNT compreende os seguintes poderes: a) Línhas, substações de transformação e postos de
a) A coordenação das actividades desenvolvidas nas seccionamento de instalações anexas;
instalações e redes públicas, bem como as b) Terrenos ocupados pelas subestações, postos de
desenvolvidaspor operadores privados nas suas seccionamento de instalações anexas;
ligações com a RNT; c) Os equipamentos de muito alta tensão com excep-
b) A recepção de energia eléctrica dos concessioná- ção de:
rios de produção em território nacional; (i) Instalações existentes nos centros pro-
c) Assegurar, de forma não discriminatória, o forne- dutores até ao pórtico da linha de
cimento de energia eléctrica aos concessionãrías ligação, inclusive, para as ligaçõesem
e a supervisão desse mesmo fornecimento aos antena ou, até ao painel de ligação
consumidores; dos grupos, inclusive, para as ligações
d) A exploração da rede de interligação; que estabelecem malhas de rede;
e) Em casos de perturbação da rede ou de força (Ii) Instalações pertencentes a consumidores
maior, desligar as correspondentes instalações finais ligados em muito alta tensão.
de produção;
f) Celebrar contratos de trânsito ou de compra e d) Os equipamentos de alta tensão integrados em
venda de energia eléctrica com outros conces- instalações onde existe muito alta tensão, com
sionários, nos termos do presente Regulamen- excepção dos que se encontrem:
to e demais legislação aplicável; (i) Nos centros produtores até ao painel
g) Celebrar contratos de vinculação com os conces- de ligação da linha ou grupo inclusive;
sionários, nos termos do presente Regula- (ii) Nas subestações onde haja apenas uma
mento e demais legislação aplicável. alimentação em muito alta tensão;
(Iii) Nas instalações dos grandes consumi-
2. Os concessionáriosde transporte que fazem gestão dores.
própria que optem por celebrar por si contratos de compra
e venda de energia eléctrica devem um bónus-ao gestor ARTIGO 45
da RNT nos termos a serem estabelecidos por Diploma Pll:J"m6nl:o
Ministerial conjunto dos Ministros que superintendem as
áreas de Finanças e de Energia. 1. Sem prejuízo do disposto noutras leis ou regula-
3. A concessão abrange todo o território nocional. mentos a entidade operadora tem o direito de gerir todos
4. No exercício dos seus poderes a sociedade conces- os bens e instalações da RNT.
sionária da gestão da RNT deverá reger-se, entre outros, 2. A entidade operadora não pode, sem prévia autori-
pelos seguintes princípios: zação dos Ministros que superintende as áreas de Finan-
ças e de Energia alienar, dispor, dar de garantia, trans-
a) Eficácia e eficiência;
b) Operacionalidade;
ferir, transmitir, nem ceder, nem por qualquer forma
c) Não discriminação.
onerar, total ou parcialmente, os direitos e o património
abrangidos pela concessão.
60-(14)
I sltRIB-NOMBRO 16
3. Se a entidade gestora da RNT praticar os actos CNELEC pela parte lesada ou interessada nos termos do
previstos no número anterior e outros estranhos à sua disposto no seu Regulamento.
actividade e deles resultarem encargos e obrigações para
o estado. este goza do direito de regresso,
4, O Estado reserva-se o direito de regresso pelas abri. ARrlOO 49
gações assumidas pela sociedade concessionária que Litlffo entre o cedente e a socIedade conceBG'onàr:a
sejam estranhas às actividades da concessão ou hajam
A Entidade Competente e a sociedade concessíonãría
sido contraídas em contradição com a lei ou com o con-
trato de concessão. podem celebrar, nos respectivos contratos de concessão,
convenções de arbitragem para a resolução de conflitos
ARTIOO 46 com base quer na lei quer em juizos de equidade, con-
LIgação dos censum dorll$ à RNT forme nelas se determinar. de quaisquer questões emer-
gentes do contrato de concessão, de acordo com o disposto
A ligação directa à RNT de consumidores finais só será na legislação sobre Arbitragem em vigor,
permitida, nos casos em que a potência contratada, por
ponto de entrega, satisfaça as condições a estabelecee
por Diploma do Ministro que superintende a área de CAPITULO V
energia. sob proposta da sociedade concessionária da RNT Disposições finais e trall81t6ries
e sujeito ao parecer do CNELEC.
ARrlOO 50
ARrlOO 47 Atr:bll'çlio do concooslio ao. opemdores axlatenta.
Acesso à RiNT
1. Os operadores que se dediquem ao fornecimento de
1. A RNT deverá proporcionar. de forma não díscrí- energia eléctrica existentes à data da aprovação do pre-
minatória, o transporte pela sua rede de energia eléctrica sente Regulamento, deverão, no prazo de doze meses a
proveniente de produtores com destino a distribuidores contar da entrada em viger do presente Regulamento, cele-
ou a consumidores, desde que haja capacidade da rede brar o contrato de concessão com a Entidade Competente,
e sem afectar a qualidade c!e serviço. o nível pretendido 2. Os proprietários de sistemas de produção de energia
de segurança do abastecimento e o sitema de controlo. eléctrica para uso particular, existentes à data de apro-
2. Os termos e condições do referido acesso à rede vação c!este Regulamento, nas zonas rurais, que desejem
serão estabelecidos em diploma especial sobre a matéria. concorrer para a concessão de exploração de serviço pü-
aprovado pelo Ministro que superintende a área de energia blico de fornecimento de energia eléctrica, terão direito
sob proposta da sociedade concessionária da RNT. de preferência.
3. Pela utilização das suas Instalações a RNT terá ARrlOO 51
direito a cobrar uma retribuição cujo montante não exce- CoI,b lIlo8 an1IeIr"ores
derá o valor dos custos unitários totais imputáveis ao
transporte da energia eléctrica no ponto de entrega acres- 1. As empresas que se dediquem ao fornecimento de
cidos duma margem de 0.03%. energia eléctrica e, designadamente, às quais tenha sido
adjudicada uma Concessão à data da aprovação do presente
CAPITULO IV Regulamento ou que hajam celebrado Contratos de Ges-
Resolução de conflitos tão ao abrigo do Decreto nO 45/98, de 22 de Setembro,
deverão, no prazo de seis meses a contar da entrada em
ARTIOO 48 vigor do presente Regulamento, apresentar ao Ministério
D'spou"o;lio gorai de tutela os respectivos Contratos que, por sua vez enca-
mínhã-Ios-à à Entidade Competente.
Qualquer diferendo entre as sociedades concessionárias,
2, Caberá à Entidade Competente a adjudicação das
ou entre estas e os consumidores, poderá ser referido ao referidas Concessões.
25 DE ABRIL DE 2000
60-(15)

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