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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(ÍZA) DA 32ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE PERNAMBUCO.

Thiago Moscoso Ferreira Lima, CREMEPE 22.755, Perito Médico Judicial, nomeado pelo(a)
Meritíssimo(a) Dr(a). Juiz(íza) da 32ª Vara Federal em Pernambuco, nos autos do processo em
epígrafe, após exame e avaliação do(a) periciando(a), apresenta Laudo Pericial, para que seja juntado
aos referidos autos, a fim de que produza os efeitos de direito.

Registre-se que as partes não enviaram Assistentes Técnicos.

IDENTIFICAÇÃO

Autora: MARIA DE LOURDES DOS SANTOS SILVA.


(ESPOSO: CÍCERO ALVES DA SILVA).

Réu: INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social.


Processo Data da Perícia
0503087-07.2021.4.05.8305S. 16/12/2021.
Estado Civil Sexo Identidade
Viúva. Feminino. 4.204.335 SDS – PE.
Naturalidade Data de Nascimento Idade Telefone para contato
Canhotinho – PE. 08.02.1970. 51 anos. (87) 99945-2541.
Vínculo (está empregado (a)?) Grau de Escolaridade
Não. 2ª Série do Ensino Fundamental.
Endereço Atual

Rua São Paulo, Nº 33, São Sebastião, Canhotinho – PE.

PEDIDO OBJETO DA AÇÃO


Pensão por Morte (Artigo 74/9).

CONSIDERAÇÕES MÉDICO PERICIAIS SOBRE A INCAPACIDADE

Atividade laborativa Tempo de profissão Atividade laborativa anterior de


habitual relevância para o quadro atual
Agricultora. 18 anos, até a presente data. Do lar.
Descrição da atividade laborativa habitual do autor
Planta e colhe feijão e milho para consumo familiar.

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História Clínica e Considerações

Sra Maria de Lourdes dos Santos Silva refere que esposo (Sr. Cícero Alves da Silva), em maio/2018, sofreu
um trauma de cerca de 3 metros de altura, apresentando fratura em fêmur direito. Procurou atendimento
médico de urgência (no Hospital Regional Dom Moura – HRDM), permanecendo 12 (dozes) dias
internado; foi transferido para Hospital em Bezerros, realizando tratamento medicamentoso e cirúrgico,
com melhora clínica relativa.
Sr. Cícero Alves da Silva, em março/2021, começou a apresentar febre intensa, cefaléia e vômitos.
Procurou atendimento médico, realizando exames complementares, recebendo o diagnóstico de COVID-
19. No dia 17.04.2021, paciente evoluiu para óbito no Hospital Jesus Pequenino (HJP, em Bezerros – PE),
em função de falência múltipla de órgãos, secundário à doença de base.

Obs 1: Esposa (Sra. Maria de Lourdes dos Santos) refere que esposo permaneceu em benefício junto ao
INSS por um período de 01 (um) ano, até 13.05.2019.

Obs 2: Periciando permaneceu em benefício junto ao INSS (auxílio – doença AD por acidente de
trabalho) de 26.07.2018 a 07.11.2018.

Laudos Médicos / Exames Complementares / Receitas / Informações Adicionais

Laudos Médicos:

1. Laudo médico do Dr. João Marilton V. Costa, Traumato – Ortopedia, CREMEPE 5.980, em
04.06.2018, atesta que a pericianda “é portadora do diagnóstico de fratura transtrocantérica de
fêmur direito (CID-10 S72.1) no dia 21.05.2018, no Hospital Jesus Pequenino (HJP). Solicito 20
(vinte) sessões de fisioterapia motora. Atualmente, encontra-se em acompanhamento
ambulatorial. Licença médica para tratamento de 120 (cento e vinte) dias”.

2. Laudo médico do Dr. Adelson Bezerra de Araújo, Ortopedia e Traumatologia, CREMEPE


12.281, em 26.10.2018, atesta que a pericianda “sofreu fratura transtrocantérica em região de
quadril direito há cerca de 05 (cinco) meses. Possui fratura consolidada. No momento, com
queixa de dor local – CID-10 S72.1”.

3. Certidão de Óbito do Sr. Cícero Alves da Silva, atesta que a pericianda “faleceu no dia
17.04.2021, em função dos seguintes diagnósticos: falência múltipla de órgãos, COVID-19,
síndrome respiratória aguda (SRA) grave e pneumonia comunitária”.

Exames Complementares de Diagnóstico:

Laboratorial: Não foram apresentados.

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Imagem:

1. Radiografia da bacia, em 20.07.2018: Controle de osteossíntese metálica composta por haste


com componente intramedular no terço (1/3) proximal do fêmur direito.

2. Radiografia da bacia, em 22.04.2019: Osteossíntese metálica com componente transmedular no


terço (1/3) proximal do fêmur direito, o qual não apresenta sinais de deslocamento.

Conclusão e Considerações Médico-Legais

Sra. Maria de Lourdes dos Santos Silva refere que esposo (Sr. Cícero Alves da Silva), em maio/2018, sofreu
um trauma de cerca de 3 metros de altura, apresentando fratura em fêmur direito. Procurou atendimento
médico de urgência (no Hospital Regional Dom Moura – HRDM), permanecendo 12 (dozes) dias
internado; foi transferido para Hospital em Bezerros, realizando tratamento medicamentoso e cirúrgico,
com melhora clínica relativa. Sr. Cícero Alves da Silva, em março/2021, começou a apresentar febre
intensa, cefaléia e vômitos. Procurou atendimento médico, realizando exames complementares,
recebendo o diagnóstico de COVID-19. No dia 17.04.2021, paciente evoluiu para óbito no Hospital Jesus
Pequenino (HJP, em Bezerros – PE), em função de falência múltipla de órgãos, secundário à doença de
base.
Avaliando a história clínica (anamnese), laudos médicos apresentados e exames complementares
(radiografias), concluo que o Sr. Cícero Alves da Silva foi portador de incapacidade total e temporária
para a vida laborativa de 26.07.2018 a 15.05.2019. A Sra. Maria de Lourdes dos Santos Silva exerce a
atividade laborativa habitual (agricultora) por 18 (dezoito) anos, até a presente data, não sendo
dependente financeira do Sr. Cícero Alves da Silva.

QUESITOS DO JUÍZO:

1. A pericianda é portadora de alguma doença, sequela ou deficiência? Quais?

R – Sim. Fratura transtrocantérica de fêmur direito – superada (CID-10 S72.1); COVID-19


(CID-10 B34.2).

2. A Autora foi devidamente identificada por meio de documento original com foto e
submetida a exame clínico completo?

R – Sim.

3. Quais profissões a pericianda declara já ter desempenhado? (Por exemplo: foi agricultora,
depois empregada em fábrica na atividade de auxiliar de produção e teve como última

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atividade a de motorista) Qual a profissão atualmente desempenhada pela pericianda?
Caso esteja desempregada, qual a última atividade exercida pela pericianda e desde
quando ela deixou de exercê-la?

R – Vide anexo 20 (vinte).

4. Os dados objetivos do exame físico estão em correspondência com as queixas


apresentadas? Existem outras queixas?

R – Prejudicado. Prejudicado.

5. Quais os fatores, internos e/ou externos, desencadearam o estado clínico da periciada?

R – Fratura transtrocantérica de fêmur direito – superada (CID-10 S72.1); COVID-19 (CID-10


B34.2).

6. A doença, deficiência física ou mental, anomalia ou lesão de que a pericianda é portadora


incapacita para o exercício de atividade laborativa? Quais elementos levaram à convicção
pericial (tais como atestados, exames radiológicos, declarações da parte e perícias
médicas do INSS acostadas aos autos virtuais)? Tal incapacidade é temporária ou
definitiva? Houve redução da capacidade laborativa (leve/média/severa)?

R – Sim. História clínica (anamnese), laudos médicos apresentados e os exames


complementares de diagnóstico por imagem. Tal incapacidade é

7. É possível aferir a data de início da incapacidade? Caso positivo, qual seria esta data? Com
base em que se pode afirmar isso? A data é contemporânea ao requerimento
administrativo ou à cessação do benefício?

R – Sim. Em 26.07.2018.

8. É possível afirmar se a incapacidade da pericianda sofreu interrupções? Com base em que


se afirma isso?

R – Não.

9. A patologia/deficiência apresentada pela periciada é de controle ambulatorial? Há algum


tratamento indicado para a recuperação da saúde da autora? Em caso de resposta
afirmativa, este tratamento pode reverter seu estado clínico?

R – Sim. Sim (medicamentoso, cirúrgico e fisioterápico). Sim.

10. Caso a incapacidade seja temporária, qual o prazo ideal para tratamento, ainda que por
estimativa, durante o qual a pericianda não poderia trabalhar na sua atividade habitual?

R – Prejudicado. Prejudicado.

11. Em caso de permanência na execução de suas funções habituais, quais os riscos de


agravamento clínico e de sequelas?

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R – Prejudicado.

12. Tal incapacidade inviabiliza o exercício de toda atividade laborativa (incapacidade total)
ou apenas de algumas atividades laborativas (incapacidade parcial)?

R – Incapacidade total.

13. Tendo em vista a patologia/deficiência identificada e sua idade, a periciada encontra-se


apta a submeter-se a programa de reabilitação profissional?

R – Prejudicado.

14. Esclareça o perito, caso a incapacidade seja parcial, se a pericianda pode exercer a
atividade que habitualmente executa/executou, indicando, em caso negativo, as
atividades que poderá desempenhar, a título exemplificativo.

R – Prejudicado. Prejudicado.

15. Há capacidade para o desempenho das atividades da vida independente? Ou seja, a


pericianda é capaz para realizar as atividades da vida diária (banhar-se, vestir-se, pentear-
se, comer, passear etc.) independentemente da ajuda de terceiros?

R – Prejudicado.

16. A pericianda está acometida de tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental, esclerose
múltipla, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível incapacitante, cardiopatia
grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estado
avançado de doença Paget (osteíte deformante), síndrome da deficiência imunológica
adquirida (AIDS), contaminação por radiação e/ou hepatopatia grave?

R – Não.

17. É necessário que a pericianda faça uso constante de medicação? Em caso afirmativo, a
medicação é fornecida pelo Sistema Único de Saúde – SUS, constante da RENAME –
Relação Nacional de Medicamentos Essenciais?

R – Não. Prejudicado.

Este perito se coloca a disposição para novos esclarecimentos, caso sejam necessários.

5
Garanhuns(PE), 23 de Janeiro de 2022.

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Thiago Moscoso Ferreira Lima


Médico Perito Judicial
CREMEPE 22.755

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