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Plano Estadual de Desenvolvimento Da Eco
Plano Estadual de Desenvolvimento Da Eco
OLIVEIRA JR, José (org). Plano de Desenvolvimento da Economia da Criatividade: Documento inicial. Belo Horizonte: Secult, 2023
2023
FICHA TÉCNICA
GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Romeu Zema Neto
VICE‐GOVERNADOR
Mateus Simões
SECRETÁRIO DE ESTADO DE CULTURA E TURISMO
Leônidas José de Oliveira
SUBSECRETÁRIO DE ESTADO DE CULTURA
Igor Arci Gomes
SUPERINTENDENTE DE FOMENTO CULTURAL, ECONOMIA CRIATIVA E GASTRONOMIA
Janaína Amaral Pereira da Silva
DIRETOR DE ECONOMIA CRIATIVA
José Oliveira Junior
SECRETÁRIA EXECUTIVA DO CONSEC
Jade Fernandes Cesário Alvim
EQUIPE DA DIRETORIA DE ECONOMIA CRIATIVA
Cristina Maria Mendanha
Ilton César Dias
Jean Sérgio Gomes Oliveira
CONSELHEIROS DA SOCIEDADE CIVIL - Segmentos profissionais (em ordem alfabética por segmento)
Artesanato: Rita de Cássia Loureiro Trindade (Maria do Carmo Barbosa atuou também no período)
Audiovisual: Aryanne Ribeiro e Mariana Mól Gonçalves
Circo: Xisto José Pinto Costa (Xisto Siman) e Sula Kyriacos Mavrudis
Dança: (Wenderson Godoi dos Santos) Wenderson Godoy e Jussara Braga Bastos (Jussara Braga)
Design: Antonio Carlos Pimenta Diniz e Andreia Freitas de Oliveira
Entidades: Danilo Silva Batista e Wallace Rocha Armani
Gastronomia: Daiany Soares Sarmento (Daiany Durães) e João Michel Daniel Ferreira (Michel Ferrabiamo)
Literatura, Livro, Leitura e Bibliotecas: Carola Maria Marques de Castro
Moda: Giovanna Penido Pinto Marques Paiva (Sueli Urbano atuou também no período)
Museus Andressa Iza Gonçalves e Jeferson Rios Domingues
Música: Marcela de Queiroz Bertelli
Produção Cultural: José Ricardo Simões Silva e Lais Terçariol Vitral
Teatro: Emanoel Geraldo da Silva (Emmano Garcia) (Bruno Costa atuou também no período)
CONSELHEIROS DA SOCIEDADE CIVIL - Segmentos de promoção da Diversidade
Culturas Afro-brasileiras: Josiany Vieira de Souza (Adriano Maximiano atuou também no período)
Culturas Indígenas: Darupü'üna tikuna (Roseane Tomaz do Carmo) e Hilário Corrêa Franco
Culturas Populares e Tradicionais: Thaynã Fernandes Araújo Paes e Giovani Vicente de Paula Rocha (Mariana
Botelho atuou também no período)
Patrimônio Imaterial: Charles Moraes de Lima e Maria Agripina Neves (Alanson Gonçalves e Ione Amaral atuaram
também no período)
2
COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO DA REVISÃO DO PLANO ESTADUAL DE CULTURA
SOCIEDADE CIVIL
Andressa Iza Gonçalves (CONSEC)
Aryanne Ribeiro (CONSEC)
Carola Maria Marques de Castro (CONSEC)
Cesária Alice Macedo (FÓRUM PERMANENTE DE CULTURA)
Cláudia Houara de Castro (FÓRUM PERMANENTE DE CULTURA)
Geraldo Ângelo Octaviano de Alvarenga (área de técnicos das artes)
Giovanna Penido Pinto Marques Paiva (CONSEC)
Paulo Morais (REDE MINEIRA DE PONTOS DE CULTURA)
Thaynã Fernandes Araújo Paes (CONSEC)
Wenderson Godoi dos Santos (CONSEC)
Xisto José Pinto Costa (CONSEC)
PODER PÚBLICO
Ana Cristina Bruno Soares (SECULT - FOMENTO)
André Luiz Veloso Ferreira (SEPLAG)
Debora Raíza Carolina Rocha Silva (IEPHA)
Eduardo Silva da Silveira (SEF)
Flávia Cristina Assis Moreira (EMC)
Igor Arci Gomes (SECULT – SUBSECRETARIA DE CULTURA)
Janaína Amaral Pereira da Silva (SECULT – Fomento)
José Oliveira Junior (SECULT – Economia Criativa)
Katia Marília Silveira Carneiro (FCS)
Pollyanna Lacerda Machado (SECULT – Diretoria de Museus)
Verônica Ildefonso Cunha Coutinho (SECULT – Assessoria Estratégica)
EQUIPE DE COLABORAÇÃO TÉCNICA INSTITUCIONAL
Ana Cristina de Carvalho Pontes (ALMG)
Brenda Cristina Grandioso (AMM)
Fernando Antônio Mencarelli (UFMG)
Luis Gustavo dos Santos Dutra (REDE ESTADUAL DE GESTORES MUNICIPAIS)
Moacyr Laterza Filho (UEMG)
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ALMG – Assembleia Legislativa de Minas Gerais
ANCINE – Agência Nacional do Cinema
APM – Arquivo Público Mineiro
BDMG – Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais
CBO – Classificação Brasileira de Ocupações
CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas
CEFET – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
CGLU – Associação Cidades e Governos Locais Unidos
CNAE – Código Nacional de Atividades Econômicas
CNPC – Conselho Nacional de Política Cultural
CONFAZ – Conselho Nacional de Política Fazendária
CONSEC – Conselho Estadual de Política Cultural
ECAD – Escritório Central de Arrecadação e Distribuição
FAPEMIG – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
FEC – Fundo Estadual de Cultura
FESTIVALE – Festival de Cultura Popular do Vale do Jequitinhonha
FJP – Fundação João Pinheiro
FUNARTE – Fundação Nacional de Artes
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços
IEPHA – Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico
IMA - Instituto Mineiro de Agropecuária
IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano
LAB – Lei Aldir Blanc
LAB II – Política Nacional de Fomento Aldir Blanc
LEIC – Lei Estadual de Incentivo à Cultura (Incentivo Fiscal à Cultura)
LIBRE - Liga Brasileira de Editoras
LOA – Lei Orçamentária Anual
LPG – Lei Paulo Gustavo
MEC – Ministério da Educação
MinC – Ministério da Cultura
MTUR – Ministério do Turismo
OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
OIT - Organização Internacional do Trabalho
PPAG – Plano Plurianual de Ação Governamental
PRODAM – Programa de Desenvolvimento do Audiovisual Mineiro
SATED – Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões
SEDESE – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social
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SEE – Secretaria de Estado de Educação
SEMAD – Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
SEPLAG – Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão
SIAPEMG – Sindicato na Sindicato dos Artistas Plásticos Profissionais do Estado de Minas Gerais
SINDMUSICOS – Sindicato dos Músicos Profissionais de Minas Gerais
SNC – Sistema Nacional de Cultura
UBC - União Brasileira de Compositores
UEMG – Universidade do Estado de Minas Gerais
UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais
UNCTAD – Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
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Sumário
6
Prefácio
Agradecemos aos servidores da Secult, que tem se desdobrado para atender ao povo
mineiro, especialmente à equipe da Subsecretaria de Cultura, que se responsabilizou pela
metodologia e desenvolvimento deste trabalho.
7
Da Economia Criativa à Economia da Criatividade
José Oliveira Junior
Uma pesquisa da Universidade de Hong Kong com apoio da UNESCO, no ano de 2004,
produziu um relatório denominado “Estudo sobre o índice de criatividade2”. Nele os
pesquisadores tratam, entre outros temas, da contribuição econômica da criatividade para o
desenvolvimento. Partem de um princípio de que a criatividade impacta em diversas
dimensões da vida humana, no capital institucional, capital humano, capital social e capital
1
Disponível em https://es.unesco.org/creativity/sites/creativity/files/220384s.pdf
2
Disponível em https://www.createhk.gov.hk/en/link/files/hkci_interi_report_printed.pdf
8
cultural, indo muito além do resultado econômico ou financeiro pura e simplesmente
“Atividades criativas geram não apenas resultados econômicos, mas também resultados
compartilhados e valores negociados entre a população (...)”.
Os desafios para alcançarmos esses retornos são imensos, claro, pois é difícil
mensurar objetivamente a percepção das pessoas e o como as inspirações ou experiências
criativas impactam efetivamente na vida delas.
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No Boletim do Observatório da Diversidade nº 883 temos um detalhamento desta
perspectiva, assim os interessados podem aprofundar naquele documento ou no original da
UNESCO4. O quadro abaixo demonstra os quatro objetivos de monitoramento da convenção
e as áreas para o monitoramento.
1) Sistemas sustentáveis de Governança para a Cultura 2) Fluxo equilibrado de bens e serviços culturais e
. Políticas Culturais mobilidade de artistas.
. Diversidade da Comunicação . Mobilidade de Artistas
. Desafios dos Meios Digitais . Fluxo de bens e serviços
. Parcerias com a sociedade civil . Marcos e acordos
Comprovação de medidas específicas para fomentar a formalização de micro e pequenas empresas de base cultural
Comprovação da existência de legislações, políticas, programas ou projetos que promovam auxílio e subvenções
públicas para os segmentos culturais
Comprovação da realização de formações culturais para profissionais da cultura, comunidades e grupos vulneráveis
Comprovação da existência de políticas, programas ou projetos destinados à descentralização administrativa e
financeira no governo local para ampliar a participação em todo o território
Comprovação da existência de políticas, programas ou projetos destinados a defender e sensibilizar a sociedade sobre a
importância da cultura para o bem-estar e para o desenvolvimento sustentável
Comprovação de financiamento para instituições que promovam estudos e avaliações sobre o impacto do turismo nos
valores culturais e nas comunidades locais
Comprovação de existência de programa de cooperação regional, nacional ou internacional para aperfeiçoamento de
troca de experiências em políticas culturais, apoio a Micro e pequenas empresas de base cultural e de criação artística.
Comprovação de existência de políticas, programas ou projetos que auxiliem os artistas a disponibilizar suas criações
na Internet (com a devida remuneração pelos direitos conexos ou de autor)
Comprovação da existência de políticas, programas ou projetos que promovam a mobilidade de artistas e profissionais
da cultura, assim como para participação real em ações de mostras, festivais e intercâmbios
Comprovação da existência de políticas, programas ou projetos que favoreçam à diversidade dos meios de
comunicação e estimulem a criação de programações comunitárias ou destinadas a grupos vulneráveis.
Comprovação da existência de políticas, programas ou projetos que promovam a participação de grupos minoritários e
vulneráveis na vida cultural local.
3
Disponível em https://observatoriodadiversidade.org.br/wp-content/uploads/2020/07/Boletim-V88-Junho-Tecnico-2020.pdf
4
Disponível em espanhol em https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000373570 e em
https://en.unesco.org/creativity/convention/monitoring-framework
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Número de bens patrimonializados cujo plano de gestão inclui regulamentação para garantir a participação das
comunidades locais
Gastos reais em projetos das organizações da sociedade civil para realizar ações que promovam a diversidade das
expressões culturais (particularmente em projetos financiados com recursos públicos)
Comprovação da existência de mecanismos institucionais (reuniões periódicas, comitês etc.) que possibilitem a
participação de representantes dos funcionários da administração em processos de formulação, gestão, investimento
ou monitoramento das políticas culturais em âmbito local (governança interna). Informar se as decisões são vinculantes
ou apenas consultivas.
Comprovação da existência de mecanismos institucionais (conselhos, comitês) de participação ativa de comunidades,
grupos e indivíduos em processos de formulação, gestão, investimento ou monitoramento das políticas culturais em
âmbito local (governança externa). Informar se as decisões são vinculantes ou apenas consultivas.
5
Disponível em https://agenda21culture.net/sites/default/files/files/documents/multi/c21_015_pt_7.pdf
11
Utilização de parques, praças e outros espaços para ações culturais
Fomento à gastronomia local, à produção sustentável de alimentos e consumo sustentável
Diversificação dos sistemas de financiamento à cultura
Mensuração e monitoramento do impacto da economia criativa
5. Cultura e Economia Valorização financeira real do artista local
Promover explicitamente as atividades de economia criativa como potencializadoras do
desenvolvimento local
Vinculação entre ações culturais e grupos vulneráveis
6. Cultura, Equidade e Garantia de acessibilidade física e econômica
Inclusão Social Programas de incentivo à cooperação intergeracional
Programas que garantam articulação entre Cultura, Saúde e Bem-estar
Implantação de Avaliação de Impacto Cultural e medidas compensatórias
Ocupação criativa do espaço urbano
7. Cultura, Planejamento
Urbano e Espaço Público Planos diretores considerando fatores culturais
Inovações no ambiente urbano, com o cidadão no centro, como protagonista e
beneficiário
Garantia da liberdade de expressão nas legislações locais
8. Cultura, Informação e Ações de fomento à Comunicação comunitária e local
Conhecimento Produção de conteúdos diversificados em âmbito local
Campanhas de valorização dos artistas profissionais e da cultura como bem comum
Estruturas de participação continuada e metodologias de suporte à participação social nas
decisões sobre políticas culturais
Planejamento regionalizado, estimulando protagonismo local
9. Governança da Cultura
Transparência no uso do recurso público
Inserir formalmente os aspectos da agenda 21 para o desenvolvimento sustentável nas
legislações, estruturas de governo e na gestão
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exercício criativo dos não artistas. A Cidadania através da prática artística continuada e da
ampliação da capacidade de expressão e de diálogo deveriam ser metas objetivas de
governos e comunidades. As pessoas gostam de se expressar através da dança, da música,
do teatro, do audiovisual, da escrita, do desenho e não apenas os profissionais no palco, na
tela ou nos shows. O Design povoa nosso cotidiano por centenas de produtos que temos à
disposição. A moda e o vestuário interferem na nossa forma de interagir no mundo. O
mundo digital e de jogos eletrônicos são um turbilhão de possibilidades. Os maravilhosos
festejos populares são uma potente forma de estimular a criatividade das comunidades,
estimular a reinvenção das nossas cidades, estimular o ambiente criativo e o crescimento
local sustentável.
Além das quitandas, roscas e biscoitos, a quitandeira e sua cozinha ou fogão, além
dos doces, a doceira e os seus tachos, além dos queijos, o queijeiro. Além das dezenas de
pratos típicos, quem faz com que eles sejam típicos e originais. A Economia da Criatividade
tem sua maior força nas pessoas e não no produto ou no serviço, em si. Por isto partimos do
princípio de que a economia criativa e da criatividade impulsionam as iniciativas criativas, as
práticas artísticas e expressivas e as interações do cotidiano de indivíduos e comunidades.
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comunidades e nações, os quais guardam a vitalidade e a diversidade das expressões
culturais.
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Creating an enabling environment for creative industries may involve several policy areas, including incentives. It may include giving the
private sector fiscal incentives and creating funding programmes to support research and development in creative industries. Some high-
risk segment content sectors may need government support to have better access to capital. Other creative activities may be considered
commercially non-viable public goods that need non-commercial public support to exist
14
Economia que a criatividade coloca em circulação
O primeiro elemento importante para avançarmos é considerar a cultura como
recurso para o indivíduo e para a coletividade, tentando conciliar a ampliação em larga
escala da distribuição de bens simbólicos no comércio mundial (filmes, programas de TV,
música, turismo, entre outros) com as vivências, memórias e experiências locais e das
comunidades.
Tudo que inspira, abre as portas para criar. Algo desenvolve o ser humano? Aquilo
inspira. Tem algo que estimula buscar conhecer outras culturas? Aquilo inspira. Tem algo
que promove as comunidades e a dignidade do ser humano? Aquilo inspira. Tem algo que
amplia as capacidades de expressão e de sensibilidade? Aquilo inspira. E milhares de outros
aspectos que estão no bojo das atividades criativas. Nem todos nós somos artistas, mas
todos nós usamos a criatividade ou somos alcançados por soluções criativas no cotidiano.
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relações entre a cultura, a criatividade e as oportunidades dos diversos tipos de mercados,
entendidos como espaços de negociação, sob a óptica da criatividade.
O documento “Políticas para a criatividade”, lançado em 2010 pela UNESCO, pontua uma série de aspectos
para contribuir na reflexão sobre as atividades do que chamam de economia criativa e que aqui trataremos
como “interlocuções entre economia e criatividade”. O estudo aponta uma série de argumentos em favor de
ações públicas para promover e fortalecer as ações criativas, as quais são separadas em econômicos e culturais.
Os argumentos econômicos dizem respeito à agregação de valor, atração para o turismo, transformação do
espaço urbano, geração de renda. Os culturais, por sua vez, dizem respeito aos impactos na própria sociedade,
como a contribuição à coesão social e o quanto essas ações contribuem para a expressão de indivíduos,
comunidades e povos, impulsionando as iniciativas criativas dos indivíduos e comunidades, impactando
positivamente na efetivação de melhor qualidade de vida urbana.
A Diversidade e os mercados
A Convenção Internacional sobre a proteção e promoção da diversidade das expressões culturais afirma que a
diversidade cultural somente pode desenvolver-se num ambiente de interação, valorizando os modos de
criação, produção e difusão dessas mesmas expressões:
“A diversidade cultural se fortalece mediante a livre circulação de ideias e se nutre das trocas constantes e da
interação entre culturas... A diversidade cultural se manifesta não apenas nas variadas formas pelas quais se
expressa, se enriquece e se transmite o patrimônio cultural da humanidade mediante a variedade das
expressões culturais, mas também através dos diversos modos de criação, produção, difusão, distribuição e
fruição das expressões culturais, quaisquer que sejam os meios e tecnologias empregados através dos diversos
modos de criação, produção, difusão, distribuição e fruição das expressões culturais, quaisquer que sejam os
meios e tecnologias empregados.” (UNESCO, 2010, p.3)
O relatório “Investir na diversidade cultural e no diálogo intercultural” diz que é possível pensar num novo
modelo de desenvolvimento, com crescimento econômico combinado com a realização dos seres humanos,
gozando dos seus direitos, abertos para o mundo sem perder suas referências. O relatório afirma que a
criatividade e os mercados devem ser tomados como vetores-chave da Diversidade Cultural, juntamente com a
educação, os idiomas, a comunicação e os conteúdos culturais.
Mas aponta também a necessidade de redobrar a atenção aos inúmeros riscos, principalmente ampliar a
importância dos fatores puramente monetários ou de comercialização de bens culturais em detrimento dos
criadores, dos valores humanos ou das questões identitárias, bem como relegar os artistas e suas criações a um
segundo plano, hipervalorizando o “intermediário”.
(...)
O documento alerta ainda para o fato de que os fluxos culturais no ambiente global são assimétricos e podem
impactar na diversidade de modos de criar. Por este motivo não podem ser abordados apenas do ponto de vista
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otimista, mas exigem ressalvas e atenção, com mecanismos concretos que contribuam na regulação (UNESCO,
2009, p.165). Os dois pontos, por um lado a hipervalorização das atividades meio e do caráter meramente
comercial e por outro as pressões comerciais e a desigualdade de fluxos culturais, demonstram como a questão
dos mercados é séria e precisa entrar urgentemente nos debates sobre os marcos regulatórios da Arte e da
Cultura, como estratégia concreta de promoção da diversidade das expressões culturais.
É fundamental não esquecer que, entre tantos elementos importantes envolvidos no que chamamos de
“trabalho artístico profissional”, a essência está nas obras/bens artísticos/processos artísticos, no Artista e nos
públicos, e não no processo de compra e venda. O artista não deveria ser movido pelo “quem dá mais leva” ou,
em outras palavras, “faço somente por obrigação de vender”. Deste modo perder-se-iam as motivações que
levam a criar, a expressar-se e a arte seria mero modo de “subsistência” e não de “existência”, como bem
lembra Yüdice (2007): “Como no análogo meio ambiental, os recursos não são somente para a exploração
econômica, também portam valores que se pervertem quando só impera a lógica comercial”. A lógica
puramente comercial-monetária leva em consideração aspectos que podem instrumentalizar a cultura, a arte, a
memória e a própria identidade em função de uma melhoria material, por meio de renda, por exemplo.
A criatividade dos artistas brasileiros, sempre apontada em estudos especializados, não encontra ambiente
propício para garantir sustentabilidade das micro e pequenas empresas da área. O despreparo para lidar com
empreendimentos sustentáveis e compreender os elementos negociais da área de Cultura revela um universo
que une falta de qualificação gerencial, administrativa e contábil, falta de marcos regulatórios claros, políticas
públicas desarticuladas, a obscuridade da cadeia produtiva do setor, a baixa qualificação da renda de artistas e
produtores culturais e total instabilidade do “negócio cultural” no país. Muitos artistas e empreendedores
culturais abrem seu próprio negócio, mas, sem planejamento mínimo e preparação para conduzir, muitos se
veem em pouco tempo em situação fiscal irregular ou fechando o negócio.
No setor das Artes Cênicas, apesar de haver legislação específica que foi criada para dar suporte ao exercício
profissional do artista e técnico, há um despreparo para lidar com a atuação de forma profissional,
particularmente pela essência da atividade, que exige não só criatividade, mas também competência para que
o artista cênico consiga vencer o desafio de fazer da bilheteria parcela significativa de sua remuneração.
Trabalhar por projetos e conseguir parceiros financeiros através de editais e programas de patrocínio
incentivado é realidade na atual circunstância e deveria compor com outras estratégias o plano de ação de
grupos e artistas cênicos.
Miguez e Loiola (2011), em estudo sobre a economia do carnaval da Bahia, apontam como um dos principais
festejos do Brasil, o carnaval, foi literalmente “dominado” pela prioridade da lógica dos mercados de alto
impacto:
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Numa perspectiva contemporânea, o traço comum aos festejos carnavalescos no
Brasil fica por conta da emergência, em larga escala, de práticas mercantis que têm
garantido à festa, muito especialmente carnavais carioca, pernambucano e baiano
a condição de um grande negócio que é, hoje, responsável pela movimentação de
uma significativa e complexa economia... Os maiores benefícios financeiros
concentram-se exclusivamente nas poucas empresas que atuam nos segmentos
dominados pelos grandes capitais, responsáveis pelos múltiplos negócios dos
grandes blocos de trio e pelo parque hoteleiro. Na outra ponta desta economia, as
pequenas entidades carnavalescas, particularmente os afoxés e os blocos afros, as
micro e pequenas empresas e um exército de trabalhadores informais disputam
alguma renda, num ambiente altamente competitivo e com baixíssimas margens de
lucro (MIGUEZ; LOIOLA, 2011, p.286;297)
Talvez a “mercantilização” pura e simples seja um dos principais aspectos questionados por artistas e
especialistas ao abordar o tema. É o pior dos exemplos. Mas ele só confirma o que apontamos no artigo
anteriormente: temos diferentes níveis de mercados simbólicos, funcionais e até solidários envolvidos, mas o
que faz do exemplo diferente é exatamente a prevalência da lógica dos mercados de alto impacto,
competitivos, onde o objetivo principal é apropriar-se da maior quantidade de recurso dos “usuários” da
atividade. No mais autêntico “engrandecimento do mercador”, como trecho do relatório da UNESCO citado
anteriormente.
Pontuemos quais as referências regulam os Mercados (em sua acepção mais ampla) e quais são estes lugares,
entendendo-os como “espaços de negociação” e não com a conotação negativa de ser apenas “espaço de
praticar comércio de mercadorias”. Podemos definir quatro espaços de negociação:
Não podemos dizer que há uma destas formas em modo "puro" (ou seja, que usamos apenas um ou outro tipo).
Os quatro tipos se misturam e se recombinam o tempo todo. O que muda é o grau de prioridade que cada um
toma nas práticas cotidianas de cada pessoa e de cada grupo social.
18
É importante compreender em conjunto as atribuições do Estado, das Políticas Públicas, dos marcos
regulatórios, da iniciativa privada, do empreender (individual ou coletivo). E, claro, qual a motivação mais
recorrente das negociações numa sociedade. É precisamente este aspecto o mais importante. Partido desta
análise, a economia da criatividade pode ser entendida como aquela que articula as prioridades de negociação
não tendo por base apenas ativos financeiros ou o melhor desempenho. Como o objetivo principal não é “gastar
menos”, mas “investir com mais qualidade”, abre-se um número infindável de combinações possíveis. Pode ser
que signifique, sim, gastar menos, mas este não é o ponto central.
OLIVEIRA JR, José. Sistemas municipais de financiamento da cultura com ênfase na diversidade cultural.
Somos, por um lado, herdeiros de uma história, e por outro, construtores de uma
nova História a qual surge das negociações e trocas, da “contaminação” entre as tradições e
inovações. As perspectivas internacionais da nova “Urbe” propõem “Implicar a criatividade
no planejamento urbano, com políticas para a mobilidade, acessibilidade urbana,
inteligências urbanas e inovações urbanas”. Bem como possibilitar a perspectiva de cidades
criativas e inteligentes, centradas no ser humano e nas criatividades, tomadas como
condição para que os fluxos, deslocamentos, interesses expressos e não expressos possam
existir e contaminar-se.
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de promoção do diálogo intercultural são a base mais consistente para ampliar as conquistas
subjetivas e propiciar desenvolvimento integral do ser humano.
Como já apontado por inúmeros pesquisadores, uma política cultural deve abarcar
tanto a realização de eventos quanto a oferta de serviços culturais permanentes, a criação e
manutenção de espaços culturais (infraestrutura), a proteção e promoção da memória e do
patrimônio cultural, o apoio à produção e à difusão de bens culturais. Além disso, deve se
ocupar da formação de recursos humanos artísticos e culturais, da viabilização de trocas e
intercâmbio cultural, e também a integração da política cultural com outras políticas
públicas. É através da formulação de uma política cultural que se pode hierarquizar as
prioridades e pensar numa política de diversificação de fontes de financiamento, quadro
dentro do qual uma lei de benefício fiscal é apenas um dos aspectos possíveis.
A adoção pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(UNESCO) de uma recomendação internacional acerca do status do artista7, em 1980, visava
criar orientações gerais de medidas que os estados membros deveriam adotar para proteger
os artistas e técnicos das artes e promover a criatividade. A Recomendação tece algumas
considerações sobre a natureza do trabalho artístico e também estabelece alguns princípios
que devem reger a relação do Estado com os artistas e as sociedades:
Reconhecendo que as artes, na sua definição mais ampla e completa, são e devem ser parte integral da vida, e
que é necessário e adequado que os governos ajudem a criar e manter um clima que incentive não somente a
liberdade da expressão artística, mas também crie condições materiais favoráveis à liberação do talento
criador,
Considerando que o artista exerce um papel importante na vida e evolução da sociedade e que deve ter a
oportunidade de contribuir para o desenvolvimento da sociedade e, como ocorre com qualquer outro cidadão,
de exercer as responsabilidades que lhe cabem, ao mesmo tempo em que a sua inspiração criativa e liberdade
de expressão são preservadas,
Reconhecendo que a pujança e a vitalidade das artes dependem, entre outros fatores, do bem-estar do
artista, tanto do ponto de vista individual como coletivo,
Considerando que a arte tem papel importante na educação, e que os artistas, com suas obras, podem
influenciar o conceito de mundo de todas as pessoas, e especialmente dos jovens,
(...)
PRINCÍPIOS REGENTES DA RECOMENDAÇÃO
7
Disponível em espanhol no link https://en.unesco.org/creativity/sites/creativity/files/passeport-reco1980-es.pdf
20
(...)
3.2 Os Estados-Membros devem incentivar todas as atividades que valorizem a contribuição dos artistas para
o desenvolvimento cultural, especialmente por meio do ensino, dos meios de comunicação em massa e do lazer
cultural.
3.3 Por reconhecerem o papel essencial da arte na vida e no desenvolvimento do indivíduo e da sociedade, os
Estados-Membros têm o dever de proteger, defender e ajudar os artistas e a sua liberdade criadora. Para
atingir essa meta, devem tomar todas as providências necessárias para estimular a criatividade artística e o
florescimento do talento, especialmente, adotando medidas que garantam uma maior liberdade para os
artistas que, sem ela, não podem cumprir a sua missão, e também tomando medidas que elevem a sua
condição, reconhecendo assim aos artistas o direito de gozar dos frutos de seu trabalho. Os Estados-Membros
devem envidar todos os esforços adequados para garantir uma maior participação dos artistas em decisões
relacionadas à qualidade de vida. Recorrendo a todos os meios a seu alcance, os Estados-Membros devem
demonstrar e confirmar que as atividades artísticas têm um papel a exercer no esforço mundial das nações
em prol de uma sociedade mais justa e humana e da coexistência em uma atmosfera de paz e riqueza
espiritual
(...)
(a) melhorar a condição do artista na sociedade adotando, por exemplo, medidas relativas às situações de
emprego, de trabalho e de vida do artista, com fornecimento, por parte do poder público, de apoio material
e moral para as atividades artísticas e de formação profissional do artista;
(b) promover a cultura e as artes na comunidade, adotando, por exemplo, medidas relativas ao
desenvolvimento cultural, uso do lazer, lugar da cultura nas artes e na educação, aspectos relevantes de
questões ambientais, proteção e valorização do patrimônio cultural (incluindo as culturas populares e outras
atividades de artistas tradicionais) e dos processos identitários.
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ARTES CRIAÇÕES FUNCIONAIS MÍDIA PATRIMÔNIO
Artes Performáticas (Teatro, Serviços criativos (Arquitetura, Editoria e Mídia impressa Espaços culturais (Museus,
Circo, Dança, Música, Publicidade, P&D8 Criativos, (Livros, Imprensa e outras Bibliotecas etc.)
Intervenções etc.) Turismo Cultural) publicações)
Artes Visuais (Pintura, Novas Mídias (Software, Jogos Audiovisual (TV, Cinema, Expressões tradicionais
Escultura, Fotografia, digitais, conteúdos digitais Rádio etc.) (Artesanato, Festejos
antiguidades) criativos) Tradicionais, Gastronomia e
Culinária)
Neste sentido, vale a pena as reflexões que Claudia Leitão nos traz em seu texto
“Desafios e impasses da economia criativa no Brasil”, principalmente sobre as tensões entre
a abordagem das indústrias criativas e das economias criativas, alertando, com base nas
contribuições de Amartya Sen e Celso Furtado, para a necessidade urgente de conciliar
criatividade, desenvolvimento e transformação social. Com efeito, Furtado aponta que a
política cultural visa “liberar as forças criativas da sociedade”, a um só tempo, é
desenvolvimento econômico, desenvolvimento humano e desenvolvimento social.
8
P&D é a sigla para Pesquisa e Desenvolvimento
9
Inclusão na perspectiva proposta pelo impacto de mostras e festivais no conjunto da sociedade e nos artistas e técnicos
22
A apropriação dos bens imateriais pelo capitalismo produziu uma sociedade fetichista, voyeurista e tão
performática quanto tediosa! (...)
... é importante compreendermos que entre as indústrias e as economias criativas há um campo de disputa que
não pode nem deve ser ignorado. Afinal, nos países ricos a temática das indústrias criativas vem sendo
festejada e acolhida, exatamente, por ser percebida como uma etapa mais sofisticada do sistema capitalista.
Desse modo, não é de se estranhar que não se fale muito de economias criativas, mas, sim, de indústrias
criativas, aquelas caracterizadas pelo valor agregado da cultura e da ciência e tecnologia na produção de seus
bens e serviços, assim como pelo copyright, ou seja, pela proteção dos direitos do autor/criador. Essas
indústrias vêm sendo valorizadas por sua performance econômica, embora não venham demonstrando
capacidade de produzir inclusão social.
Ao escrever o livro Criatividade e Dependência na Civilização Industrial, seu livro “menos econômico” e, talvez
por isso, o mais brilhante, Furtado analisa de forma transdisciplinar os papéis da cultura, da criatividade e da
inovação para o desenvolvimento dos países de economia dependente. Se, para Amartya Sen (2012, p.75),
desenvolver-se é ser livre e a liberdade nada mais é do que a capacidade de fazer escolhas, para Furtado (2008,
p.110), o desenvolvimento é a capacidade de criar soluções originais para os problemas específicos de uma
sociedade. Há no pensamento dos dois economistas um fundamento comum: não há desenvolvimento sem
liberdade. Furtado estende essa visão à política cultural que teria por finalidade, segundo ele, liberar as forças
criativas da sociedade, ou seja, a liberdade de criar é da essência do conceito de desenvolvimento e é insumo
para a transformação social, ou seja, para o enfrentamento das desigualdades sociais.
Na mesma obra, ele identifica impulsos fundamentais do homem como espécies de matrizes da atividade
criativa: a reflexão filosófica, a meditação mística, a invenção artística e a pesquisa científica básica (2008,
p.114). Desse modo, associa definitivamente o desenvolvimento à ideia de criatividade (2008. p.111), trazendo
para o seu pensamento as ideias nietzcheanas de liberdade e criatividade, considerando, enfim, que o
desenvolvimento é sempre tributário de uma atividade criadora (FURTADO, 2008, p. 207).
Ressalta, ainda, a importância de uma nova política, de novas relações de gênero, inclusive de uma nova
ecologia para a formatação de um novo desenvolvimento. Celso Furtado lutou por um modelo desconcentrador,
no qual o desenvolvimento fosse menos o resultado da acumulação material do que um processo de invenção
de valores, comportamentos, estilos de vida, em suma, de criatividade. Suas advertências serão algo proféticas,
sobretudo no que se refere à crítica aos modelos de desenvolvimento do século 20: concentração de renda e de
riqueza, sonegação dos direitos sociais, precarização do mundo do trabalho e a subalternidade da inserção
internacional (LEITÃO, 2014, p.130)
(...) Maiores do que os desafios relativos ao desenvolvimento da economia criativa brasileira são os riscos de a
reduzirmos ao domínio das indústrias culturais e, por conseguinte, à dimensão mercadológica dos seus bens e
serviços.
23
Sistema Estadual de Cultura e Plano Estadual de Cultura
A Legislação Federal que estabeleceu o Plano Nacional de Cultura, de caráter
decenal, foi promulgada em 2010 e vem havendo esforço para que ela seja realidade, não
obstante as idas e vindas das políticas federais e locais para a cultura em todo o país. A
institucionalização é uma das questões mais relevantes para a efetiva implantação de
políticas públicas de longo prazo.
24
O desenho do Plano apresenta trouxe 19 objetivos e apontou 162 ações de curto
prazo, que no contexto do plano eram para execução até 2019, dois anos após a aprovação
do plano. Destas 162, apenas 119 eram ações objetivas, que davam margem a execução
formal pelo estado. Sobre os prazos, importante ressaltar que a lei previu a revisão do plano
em até dois anos após a aprovação. Além da mudança de governo e nova legislatura (que
exigem um período de adequação), sobreveio a pandemia da COVID-19 e, em sequência, a
lei nacional de emergência cultural, (LAB), então todo o foco até metade de 2021 foi a
execução satisfatória da LAB.
I - Colaborar com a Secult com estudos sobre a avaliação do estado atual das metas e ações do plano
estadual de cultura e proposição de alternativas de alterações ou ajustes;
II - Colaborar com a Secult na elaboração de critérios e subsidiar com informações que facilitem e que
permitam compreender os impactos das alterações propostas;
III - Contribuir na articulação de todos os parceiros institucionais para garantir a correta e eficaz
alteração do Plano Estadual de Cultura;
a) extrair as ações que não tivessem uma atividade objetiva do Estado ou que iniciassem com verbos
genéricos (fomentar, incentivar, estimular, etc) e colocar como secundários;
b) identificar o que já tivesse sido alcançado;
c) identificar quais as ações concretas precisariam ser feitas em cada uma das restantes, de modo a
avaliar o esforço necessário para elas e seus impactos no global (precisa criar legislação? qual impacto
financeiro? precisa criar departamento/setor? tem equipe instalada na Secretaria ou precisa ampliar a
equipe? etc.);
d) priorizar, entre as restantes, aquelas que devessem ser objeto de criação de planos de ação,
considerando aquelas que tivessem maior impacto global para o atingimento de outras;
25
Dando sequência ao trabalho, em paralelo os diversos segmentos do Conselho foram
provocados a estabelecer prioridades setoriais para complementar a revisão do plano e lhe
dar objetividade de execução, facilmente monitorável pela própria equipe da Secult, pelos
conselheiros, por parlamentares e pela sociedade em geral.
26
XVI – coletar, sistematizar e disponibilizar as informações
Sistema de Informações e
culturais, por meio de plataforma para o mapeamento e o
Indicadores
zoneamento setorial e territorial, entre outros dispositivos;
XII – intensificar as ações de regionalização das políticas
Regionalização
públicas de cultura;
XVIII – promover a reavaliação periódica das normas
relativas ao fomento e ao financiamento da cultura no Sistema de Financiamento
H - Financiamento e
Estado, visando à ampliação, à organização, à da Cultura
Regionalização
desconcentração e à redistribuição dos recursos;
XIX – garantir fontes de recursos para o Sistema Estadual de
Sistema de Financiamento
Cultura, previsto no § 4º do art. 216-A da Constituição da
da Cultura
República
O segundo quadro traz como o material foi organizado para ser utilizado pela
Comissão de Acompanhamento da Revisão do Plano Estadual de cultura, explicitando qual
era o conteúdo em cada uma das colunas constantes, possibilitando aos membros da
comissão uma visão mais ampla de todo o escopo do trabalho e subsidiando as proposições
de planos de ação objetivos, os quais deveriam auxiliar na organização e priorização para o
documento de avaliação da revisão do Plano Estadual de Cultura.
27
No presente documento optou-se por utilizar um único termo, “segmentos” e
diferenciando segmentos profissionais de segmentos populares e tradicionais, por questão
metodológica e para direcionar ações especificas para cada grande área destas. Não
estavam sendo criadas novas categorizações, mas apenas dando tratamento diferenciado
para os segmentos de mestres, mestras, indivíduos, grupos, povos e comunidades
tradicionais.
OBJETIVOS
III – promover a profissionalização das atividades artístico-culturais e o fomento à cadeia produtiva da cultura,
com estratégias, ações e políticas públicas adequadas à dinâmica de cada área artístico-cultural;
IV – instituir políticas para os diferentes segmentos artístico-culturais, de modo a consolidar as ações e os
programas setoriais e garantir sua continuidade por meio dos instrumentos de planejamento e das leis
orçamentárias;
V – apoiar os segmentos artístico-culturais na elaboração de seus planos setoriais;
AÇÕES
81. Desenvolver metodologia para a realização e o acompanhamento de fóruns setoriais até o fim do segundo
ano de vigência deste plano, de modo a promover a articulação e a organização dos segmentos artístico
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culturais em Minas Gerais, tendo como meta, pelo menos, um fórum de cada setor em cada um dos territórios
de desenvolvimento, durante todo o período de vigência deste plano.
83. Elaborar, conjuntamente com a sociedade civil, os planos setoriais, em diálogo com o Consec e com os
conselhos municipais de cultura, tendo como meta a aprovação dos planos dos segmentos culturais formais e
informais.
103. a) reconhecer e respeitar as especificidades dos diferentes segmentos culturais e artísticos.
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ETAPAS DAS AÇÕES
PRIMEIRA ETAPA
A primeira ação, que consiste neste documento do Plano de Desenvolvimento da Economia da
Criatividade, visa torná-lo uma das plataformas de Monitoramento da execução do Plano Estadual e
reúne a priorização dos segmentos profissionais e as recomendações do Consec relativas ao
Patrimônio Cultural e às políticas do ICMS Patrimônio Cultural.
SEGUNDA ETAPA
Votação e Consolidação dos Segmentos de Promoção da Diversidade das Expressões Culturais -
Culturas Afro-brasileiras, Culturas Indígenas e outros segmentos de diversidade.
Entrega do Relatório da Comissão de acompanhamento da Revisão do Plano Estadual de Cultura –
CAR/PEC de modo que se possa propor o conjunto de alterações e ajustes necessários à lei
22.627/2017, principalmente no que diz respeito à tabela de monitoramento a que se refere o art.
6º da legislação e que está contida no ANEXO II da lei).
TERCEIRA ETAPA
Divulgação e discussão durante o processo da IV Conferência Nacional de Cultura no âmbito de
Minas Gerais
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O Observatório de Políticas Públicas de Cultura: Base
fundamental
Outro elemento central, resultante do esforço da revisão do plano foi a devida
atenção aos dados e indicadores, que fossem confiáveis para formulação, execução,
monitoramento e avaliação das políticas públicas de cultura. Outrossim, o Sistema Estadual
de Informações e Indicadores Culturais consta no Plano Estadual nas ações 63 a 76.
Com base nisto, o estado de Minas Gerais, através da Secult, apresentou à FAPEMIG -
Fundação de Amparo à Pesquisa do estado - uma proposta de Modelagem e Implantação de
um “Observatório de Políticas Públicas de Cultura”, como um Sistema integrado de
mapeamento e monitoramento das políticas culturais no estado. Com duração de quatro
anos, o projeto funcionará visando modelar e estruturar uma referência ao Sistema Estadual
de Informações e Indicadores Culturais, integrado a todo o trabalho já iniciado pelo
Ministério da Cultura anteriormente. Descrevemos abaixo como funcionará este projeto.
O QUE É
• Pesquisa para modelagem, testagem e implantação do Observatório de Políticas
Públicas de Cultura de Minas Gerais, para execução regular integrada aos municípios
e à União;
• Obtenção, organização e tratamento de dados e indicadores relativos aos diversos
segmentos artísticos e culturais;
• Subsidiar a elaboração, execução, monitoramento e avaliação de políticas públicas
para o Sistema Estadual de Cultura,
• Possibilitar transparência e dados abertos na relação da gestão e do Estado com a
sociedade.
OBJETIVOS PRINCIPAIS
• Definição de Escopo inicial, funções, variáveis e indicadores estratégicos para
monitoramento das políticas públicas, alinhadas à taxonomia do SNIIC;
• Definição de forma de coleta, organização, tratamento e disponibilização de dados;
• Criação e disponibilização de Painéis regulares de monitoramento, estabelecendo
séries históricas para avaliação das principais variáveis que impactam nas políticas
públicas de Cultura;
JUSTIFICATIVA
A Secult não tem nenhum sistema organizado ou implantado para o escopo proposto
por este projeto de pesquisa e seu objetivo é exatamente propiciar a modelagem, testagem
31
e preparação para a implantação. Na atual circunstância, é dificultador tanto do ponto de
vista do subsídio à tomada de decisão quanto da transparência e controle social.
Posteriormente, com as ferramentas e processos testados e aperfeiçoados, a Secult irá
manter regularmente a alimentação e análise de dados.
METODOLOGIA
Pesquisa quantitativa e qualitativa relativa ao universo das políticas públicas de
cultura no âmbito do estado de Minas Gerais. Utilizaremos coleta de dados primários, com
base nos cadastros atualizáveis do estado, os quais também servirão de referência para
aperfeiçoamento e integração das ferramentas existentes, como o banco de profissionais da
economia criativa, o cadastro de empresas e instituições do setor cultural e os cadastros de
mestres, mestras, grupos, povos e comunidades tradicionais e populares.
DADOS DECOMPOSTOS: Distribuição por segmentos; Distribuição Interna nos segmentos; dados decompostos
identificados por segmento, Região Intermediária, função, etnia, faixa etária e gênero;
SISTEMAS MUNICIPAIS DE CULTURA: Mapeamento e monitoramento georreferenciado da Institucionalização
dos elementos mínimos dos sistemas municipais de cultura: Lei geral do Sistema Municipal de Cultura e
situação em âmbito municipal de Conselhos, Fundos e Planos;
MAPA DOS INVESTIMENTOS EM CULTURA: Elaboração e modelagem de base para mapa de avaliação anual
dos investimentos públicos realizados no setor de economia criativa (financiadores, financiados, recursos
adicionais), no sistema estadual e sistemas municipais de financiamento;
MAPA DE PROFISSIONAIS DE ECONOMIA CRIATIVA: Mapeamento e monitoramento georreferenciado dos
profissionais ligados aos setores da economia criativa, em dados decompostos;
MAPA DE POPULARES E TRADICIONAIS: Mapeamento e monitoramento georreferenciado de mestres,
mestras, indivíduos, Grupos, Povos e Comunidades tradicionais, em dados decompostos;
MAPA DE INSTITUIÇÕES CULTURAIS: Mapeamento e monitoramento georreferenciado de instituições
culturais, em dados decompostos: Bandas Sinfônicas, Pontos de Cultura, Casas de artesanato, Cineclubes,
Produtoras, Associações e sindicatos de segmentos artísticos, Circo, etc;
10
Em definições simplificadas podemos dizer que Avaliação ex-ante é realizada ao começar uma ação, antecipando fatores e planejando a
avaliação. Permite o desenho dos instrumentos de avaliação, como questionários. Avaliação ex-post é realizada após a ação ter acontecido.
Baseia-se nas informações já disponíveis sobre a ação realizada e sobre como ocorreu o processo de execução.
32
MAPA DE ALCANCE DE VULNERÁVEIS: Como as políticas incidem em grupos vulneráveis no estado, também
em dados decompostos;
MAPA DE MOSTRAS E FESTIVAIS NO ESTADO: Mapeamento e monitoramento georreferenciado de mostras,
festivais e festejos populares diversos, também em dados decompostos;
MAPA DE FORMALIZAÇÃO DE NEGÓCIOS DE BASE CRIATIVA: Pessoas Jurídicas com obrigações em dia;
Existência de equipe interna de execução, gestão e controle nas Pessoas Jurídicas dos segmentos artísticos;
Monitoramento de bens e serviços culturais intercambiados dentro e fora de Minas Gerais;
MAPA DE PROFISSIONALIZAÇÃO: Número e Percentual de Pessoas Físicas e Pessoas Jurídicas atuando nos
segmentos; Tempo de atuação dos profissionais; Número de pessoas com Registro Profissional ou Certificação
Profissional, também em dados decompostos;
REGIONALIZAÇÃO: Distribuição de ações realizadas diretamente pela Secult e vinculadas; realizadas via
sistema de financiamento; realizadas em equipamentos de outras áreas; Distribuição por Regiões
Intermediárias no Sistema de Financiamento: de proponentes; de recursos; de recursos por segmento; de
profissionais por região; de público presente/audiência;
IMPACTO FINANCEIRO/ECONÔMICO: Impacto distribuído por séries temporais; Número de ocupações/ postos
de trabalho criadas em propostas apoiadas; Tendências temporais; Fragilidades da atuação pública;
RESULTADOS ESPERADOS
Aperfeiçoamento das políticas públicas gerenciadas pela Secult Maior sinergia entre
os diversos órgãos públicos no monitoramento e avaliação das políticas de cultura (SEPLAG,
SEDESE, SEE) e do plano estadual setorial de cultura, permitindo maior integração com os
planejamentos de longo prazo do estado. Estruturação da base técnica e operacional dos
mapeamentos e monitoramentos georreferenciados das políticas públicas de cultura no
estado. Estabelecimento de indicadores estratégicos para monitoramento das políticas
públicas de cultura no estado para além de aspectos quantitativos
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Modelagem do sistema de informações e indicadores: Modelagem, testagem e estruturação
e implantação do sistema de informações e indicadores culturais no estado de Minas Gerais.
B) Fomento Setorial
Mapa das mostras, festivais e festejos populares (Congadas, Carnaval, São João, Semana
Santa, agosto das culturas populares, Boi da Manta, etc) em todo o estado, com
34
identificação de natureza da ação, número de mobilizados, impactos locais, possíveis
impactos nos setores profissionais, possíveis impactos na movimentação de pessoas entre
municípios e até entre estados.
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A INTERLOCUÇÃO ENTRE ÁREAS DE ATUAÇÃO DO ESTADO
Um dos pontos mais claros da primeira organização dos dados é que identificamos
forte presença de elementos que propunham aprofundamento de interlocuções com
diversas outras áreas de atuação pública, mas sem estabelecer claramente o que seria feito
e quais os caminhos para se efetivarem. Daí, em paralelo aos Grupos de Trabalho, o Consec
promoveu, por meio dos conselheiros destas áreas, como Educação, Esportes e
Universidades Públicas, e de conselheiros da sociedade civil, pareceres de prioridades de
interlocução.
Neles, partimos de uma leitura do Plano Estadual de Cultura e dos Planos Estaduais
ou políticas continuadas destas outras áreas, procurando elementos comuns que pudessem
ser priorizados para atuação conjunta.
ESTIMULAR A PARTICIPAÇÃO
5. Propor previsão de recursos para garantir a regularidade de visitas mediadas a diversos
equipamentos culturais;
6. Orientação para realizar mapeamento cultural comunitário nas comunidades da rede
estadual de ensino;
7. Articulação formal Secult e SEE para a realização da Semana estadual de incentivo à leitura e
criação de clubes de leitura/do livro na rede pública de ensino;
8. Programa de apresentação artística dos Conservatórios Estaduais de Música em espaços
públicos das comunidades escolares;
9. Programa de requalificação da estrutura física, material e de recursos humanos nos
Conservatórios Estaduais de Música;
36
10. Programa de apoio da Secult para a realização de gincanas e festivais artísticos para e nas
comunidades escolares;
11. Produção e distribuição de Cartilha sobre diversidade cultural (Religiosa, Étnica, Grupos da
sociedade, Desigualdade social);
12. Produção de Cartilha sobre escola, diversidade cultural e as mulheres, no âmbito do
programa de mulheres e meninas da UNESCO;
13. Programa de visibilidade nas comunidades escolares para a Capoeira, congado, folias, boi da
manta, raizeiros, benzedeiros, mestres e mestras, grupos, povos e comunidades tradicionais
(ciganos, matrizes africanas, povos indígenas, entre outros) e comunidades rurais;
14. Produção e/ou fornecimento de material audiovisual sobre a importância das culturas de
matrizes africanas e indígenas, cozinha mineira, fazeres artesanais e conhecimentos
tradicionais no estado de minas gerais para distribuição nas comunidades escolares;
15. Produção de Cartilha do IEPHA sobre as regiões de Minas e suas histórias;
16. Produção de um conjunto de ações que articule o registro, documentação e difusão da
memória e oralidade por meio das novas tecnologias da informação e comunicação;
17. Articular junto a SEE para que promova alinhamento com as SMEs sobre articulação entre as
SMEs e SMCs, a respeito das bibliotecas públicas municipais que se encontram sob gestão
das SMEs;
ESTIMULAR O PROTAGONISMO
18. Edital da Secult (Desperta) - Capacitação de educadores para ensino da história e cultura afro
e indígena;
19. Edital da Secult (Desperta) - Capacitação de educadores para Mediação Cultural (Recursos
FEC e Educação, à exemplo de outras experiências exitosas);
20. Edital da Secult (Desperta) - Capacitação para agentes locais sobre comunicação comunitária;
21. Edital da Secult - Oficinas sobre as profissões artísticas e técnicas nas escolas da rede
estadual;
RECOMENDAÇÕES GERAIS
a) Propomos à plenária do Consec que aprove recomendação que a Secult e a SEE, com a
participação do Consec e do CEE, realizem um seminário técnico envolvendo a Secult e a SEE
sobre ação cultural nas escolas.
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brasileiras e culturas indígenas para traçarem diretrizes aos órgãos estaduais e
recomendações aos municípios;
PESQUISA
3. Participar da criação de indicadores, mapeamentos e calendários articulados, com apoio
estadual;
4. Criar Observatório de Cultura de Minas Gerais (que tenha autonomia, mas estabeleça
parceria com o Estado);
5. Realizar diagnóstico que apresente a presença cultural das IPES no Estado, sua capilaridade,
infraestrutura, recursos humanos e financeiros, e que subsidie os termos da parceria e da
integração estratégica IPES/Cultura;
6. Promover estudos e pesquisas para identificar potencialidades, demandas e fragilidades
dos setores artísticos e culturais, buscando parceria entre as secretarias de estado e os
setores de cultura das IPES;
7. Realizar estudo conjunto SECULT/IPES sobre instrumentos de gestão (resoluções, portarias,
programas, regimentos, instruções normativas) que têm favorecido a realização de ações de
cultura (tais como: modelos de editais, reconhecimento do Notório Saber, entre outros);
FOMENTO E FINANCIAMENTO
8. Criar editais FAPEMIG específicos para as IPES e Política Cultural em Minas Gerais;
9. Elaborar políticas públicas de integração entre IPES e estado para financiamento de ações
conjuntas, por meio de recursos próprios das IPES, da educação e ciência e tecnologia,
aproveitando a grande rede de unidades presentes em Minas Gerais (Festivais, Redes de
Museus, eventos regionais e estaduais, mostras de arte, uso das mídias institucionais para
divulgação dos trabalhos, entre outros). (para item III)
38
atuação direta das IPES, para implementação de Sistemas Municipais de Cultural (conselhos,
planos e fundos) e para implantação do programa de formação cultural do Sistema Estadual
de Cultura;
14. Criar Corredor Cultural permanente das IPES – buscar referências no projeto do Corredor
Cultural Forproex/Sudeste e nas discussões do Forcult;
15. Criar canal de comunicação estratégica das ações de arte e cultura de cada IPES: festivais,
mostras e outros eventos regulares; espaços; assim como um levantamento de cursos de
formação em Artes;
RECOMENDAÇÕES GERAIS
a) Criar uma Cartilha simplificada sobre Cultura e Instrumentos de Planejamento
Governamental (PPA, LDO, PPAG e LOA);
b) Recomendar à ALMG a realização de Audiência Pública sobre os recursos destinados a
Filarmônica, na perspectiva de ampliar os resultados a todo o estado e não somente
concentrado na capital;
c) Recomendar à ALMG a realização de Audiência Pública para discutir a função social dos
setores e instituições vinculadas a SECULT;
d) Realizar reunião pública para discutir o perfil de projetos que podem receber financiamento
por meio do FEC;
e) Recomendar à ALMG a realização de Audiência Pública para discutir a função do FEC;
39
PARECERES DE PRIORIDADES SETORIAIS
Os conselheiros representantes dos diversos segmentos elaboraram, entre 2021 e 2023 um
conjunto de prioridades dos seus segmentos, de modo a compor a revisão do Plano Estadual de
Cultura. Suas propostas de prioridades foram votadas em plenário, constando das atas das reuniões,
representando um subsídio importante para que o poder público possa balizar seu planejamento de
projetos, programas e ações. Os pareceres têm a mesma estrutura, mesmo que alguns segmentos
tenham organizado as prioridades de modo distinto, para reforçar algum ponto de maior atenção, no
entendimento dos conselheiros.
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7. Implantar, por meio da Empresa Mineira de Comunicação e afiliadas, Programa de Apoio
Financeiro à produção e difusão de conteúdos musicais, tais como programas de auditório,
estúdios abertos e lançamento de novos trabalhos.
RECOMENDAÇÕES GERAIS
a) Criar mecanismos para regulamentar a concessão democrática de uso dos espaços mantidos
ou financiados pelo poder público, como a Sala Minas Gerais e os espaços da FCS.
b) Oferecer curso de capacitação em acessibilidade para projetos culturais na plataforma EAD
da Secult.
41
10. Dar suporte técnico e financeiro, por meio de chamamento público, para a criação de Escolas
Municipais de Dança em municípios que ainda não possuem essas instituições;
RECOMENDAÇÕES GERAIS
a) Que uma parcela do recurso destinado ao Audiovisual da Lei Paulo Gustavo seja destinada a
ações de criação de Vídeo-Dança, de registro audiovisual de obras já existentes em Dança e
documentários sobre a Dança em Minas Gerais;
b) Que haja priorização de bolsas de pesquisa, experimentação e circulação de processos
criativos em dança no recurso geral da Lei Paulo Gustavo;
c) Análise de viabilidade de criação da Lei da Dança no estado, nos moldes da lei do estado de
São Paulo, conforme anexo disponibilizado pelo fórum da Dança.
42
FOMENTO E FINANCIAMENTO
4. Realizar editais voltados a exposições coletivas de designers mineiros;
5. Implantar programa anual da “Semana do Design em Minas Gerais”, à exemplo da Semana
de incentivo à Leitura.
6. Assinar instrumento de parceria entre Secult, SEDE, BDMG e UEMG para, entre outros:
a) Instituir Selo/Certificado “PRODUZIDO PELO DESIGN MINEIRO”, voltado a empresas do
setor;
b) Criar o Prêmio estadual do design, voltado aos profissionais do setor, e Prêmio Estímulo
para estudantes do Design que elaborem propostas de interlocução do design com o
desenvolvimento comunitário;
c) Instituir o Programa de Fomento a Negócios em Design: Empréstimo reembolsável via
FEC para pequenos e médios empresários do Design em Minas Gerais;
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14. Criar programa de apoio permanente a escritores, bibliotecas comunitárias e editoras
independentes;
15. Criar linha específica dentro do FEC para internacionalização da Literatura mineira;
16. Abrir discussão pública para remodelar o Edital FEC 06/2021 - Requalifica Minas -
Equipamentos Culturais Repasse a Municípios para a próxima edição;
17. Atualizar e alterar o decreto nº 44.671/2007, que criou o Prêmio Mineiro de Literatura - com
premiação de reconhecimento a autores de destaque- valor mínimo do prêmio 100 mil reais,
visando, colocar Minas no cenário internacional de produção e valorização literária, bem
como atualizar e alterar o decreto nº 16.639/1974, que criou o Prêmio Guimarães Rosa -
para obra inédita de ficção no gênero romance ou novela.
RECOMENDAÇÕES GERAIS
Incluir no Instrumento de cooperação com a SEE e nas ações integradas a outras secretarias:
a) Programa de fomento a literacia;
b) Instituir o vale-livro como política pública de mediação e incentivo à literatura, incluindo
também as bibliotecas municipais e comunitárias cadastradas no sistema estadual de
bibliotecas;
c) Ampliar a utilização do vale-livro para todos os eventos literários em Minas Gerais;
d) Ampliação do valor do vale-livro para estudantes da rede estadual de ensino,
e) Incluir preços de obras literárias no portal de compras do governo do estado como referência
de registro de preço para aplicação em licitações dos municípios;
f) Inserir produção artística e cultural do estado nas missões, eventos e feiras do governo de
Minas Gerais em outros países.
g) Criar uma subcomissão específica sobre os editais do segmento dentro das Leis Emergenciais
Paulo Gustavo e Aldir Blanc;
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SOBRE QUESTÕES TÉCNICAS DA RELAÇÃO COM O SEGMENTO
6. Realizar Reunião Pública sobre aperfeiçoamento de aspectos técnicos ligados à Produção
Cultural no Sistema Estadual de Financiamento;
7. Facilitar a comunicação entre a Secult e produtores e proponentes culturais, estabelecendo
prazos objetivos para respostas e dúvidas;
8. Reorganizar e desburocratizar as atividades de readequação e envio de documentos, com
base nas recomendações da reunião pública, de modo que atendam à realidade da produção
cultural em geral e não coloquem empecilhos operacionais ou regras e exigências
desnecessárias;
9. Criar Instrumento de Cooperação entre Secult e UTRAMIG ou UEMG visando realizar
Capacitação Anual, pelo período que abrange a execução das leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc
II, para Produção Cultural, Elaboração de Projetos e Prestação de Contas;
RECOMENDAÇÕES GERAIS
a) Empenho para urgência na aprovação do PL Descentra, com a reorganização da COPEFIC;
b) Criar GT e Realizar Consulta Pública sobre a nova IN e regulamentação do sistema de
financiamento;
c) Estabelecer urgência para publicar Nova Instrução Normativa unificada e novo decreto de
regulamentação do Sistema Estadual de Financiamento, com base nas contribuições
apresentadas pelos segmentos do Consec em janeiro de 2022;
d) Padronizar as orientações dadas pela Secult para o Sistema Estadual de Financiamento;
e) Promover, em até seis meses, treinamento para os servidores de toda Secult sobre a atuação
dos profissionais do setor cultural e suas especificidades, abrangendo todas as cadeias
produtivas da economia criativa no estado.
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7. Criar programa de financiamento para encontros regionais de artesãos;
8. Priorizar a qualificação de proponentes das regiões intermediárias com menor participação
nos diversos mecanismos de financiamento do estado;
INTERSETORIALIDADE
9. Estabelecer política visando criar condições para que artesanato produzido em Minas Gerais
passe a compor formalmente os eventos principais do estado.
10. Inserir o artesanato mineiro nos eventos e ações de promoções turísticas.
11. Criar no PPAG da Secult uma ação de difusão da Produção de Artesanato associada ao
Turismo;
12. Estabelecer Instrumento de cooperação entre SECULT e SEDE para ação integrada visando
desenvolvimento de políticas públicas voltadas ao artesanato e ao artesão em Minas Gerais.
13. Criar programa de promoção e comercialização do artesanato nos principais destinos
turísticos em parceria SECULT/SEDE/SEDESE, as Instâncias de Governança Regional e a Rede
Estadual de Gestores Municipais de Cultura e Turismo.
RECOMENDAÇÕES GERAIS
a) Recomendar à Secult a realização de consulta pública dos editais de fomento;
b) Estabelecer um programa continuado de preparação para a elaboração de projetos,
prestação de contas e gestão financeira de projetos;
c) Financiar a realização de capacitações para estruturação e gestão de organizações culturais;
d) Reconhecer os processos de mestres e mestras de ofício como Patrimônio Imaterial do
estado.
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do interior do estado, com a criação de agenda que abranja as diferentes dinâmicas de cada
setor interno: rua, câmara, experimental, musicais, amador;
11. Criar um amplo Programa de Regionalização das Políticas Públicas para o setor segmento
teatral;
RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA A REVISÃO DO PLANO ESTADUAL DE CULTURA
12. Promover a articulação entre as políticas culturais e as demais políticas sociais, de modo a
garantir os direitos sociais dos artistas, técnicos e grupos itinerantes;
13. Que a Secult estruture, em conjunto com o SATED, uma articulação institucional, operacional
e financeira para viabilizar uma Rede Estadual de Espaços de uso cultural, em particular
teatros independentes, sedes de grupos e companhias, escolas e outros equipamentos.
FOMENTO E FINANCIAMENTO
7. Implementar políticas públicas e de fomento adequadas para cada um dos segmentos do
circo: grupos, trupes, cia de palhaços, circos tradicionais itinerantes, escolas de circo,
projetos sociais de circo;
8. Criar políticas de suporte financeiro para mobilidade de espetáculos circenses, levando em
consideração a diversidade do segmento: grupos, trupes, cia de palhaços, circos tradicionais
itinerantes, escolas de circo, projetos sociais de circo;
9. Criar editais simplificados e adequados aos circenses tradicionais;
10. Criar editais simplificados e adequados para aquisição de equipamentos circenses, com
referência no modelo da Funarte (lonas, aparelhos e equipamentos técnicos, meios de
transporte, trailers / moradias);
11. Criar, em conjunto com a SEE, programas de aquisição de ingressos de espetáculos circenses
para distribuição na rede estadual de ensino, à exemplo da política estadual do vale livro da
SEE;
ARTICULAÇÃO INSTITUCIONAL
12. Criar, em conjunto Secult, AMM e Rede de gestores municipais programa de apoio à
destinação de imóveis ociosos para escolas e projetos sociais de circo, grupos e trupes;
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13. Georreferenciar e disponibilizar terrenos públicos do estado para receber os circos por
ocasião da realização de suas temporadas de espetáculos;
14. Recomendar aos municípios a inclusão de representantes de artistas e técnicos circenses ou
de suas entidades representativas nos conselhos de cultura e comissões de análise de
projetos de editais públicos;
15. Elaborar documento de orientação aos municípios sobre políticas para todos os segmentos
circenses;
RECOMENDAÇÕES GERAIS
a) Inserir no instrumento de cooperação com a SEE políticas de incentivo a frequência a
espetáculos de circos itinerantes e trupes de circo;
b) Reunião técnica entre a Secult, Bombeiros, CEMIG, SEDESE e COPASA visando construir
política governamental integrada que facilite a presença e a atuação dos circenses em todo
estado;
c) Realizar de modo intersetorial no governo do estado estudo de impacto financeiro para
viabilizar legislações e regulamentações que possibilitem: isenção de IPVA e de Pedágio para
os veículos de Circos, grupos e trupes, isenção de Taxas para instalação e isenção de
impostos para aquisição de veículos, trailers, lonas e materiais da infraestrutura de lonas
circenses;
d) Implantar em conjunto com as SES, SEE e SEDESE ações de suporte ao circense e que
dependem de interface com essas áreas, como o acesso à escola para filhos de circenses,
atendimento pelo SUS por onde passem.
49
ARTICULAÇÃO E POLÍTICAS
11. Consolidação da Minas Film Commission, com o suporte para a criação de instâncias
municipais semelhantes e institucionalização do Programa Cidade Amiga do Audiovisual;
12. Criar a Semana de promoção do audiovisual mineiro, integrando-se a eventos como a MAX –
feira do Sebrae e grandes eventos do setor audiovisual;
13. Promover estudo técnico para qualificar a Rede Minas de Televisão como instância de
promoção do audiovisual de Minas Gerais, levando em consideração seu corpo técnico,
infraestrutura e financiamento das atividades;
14. Ampliar gradativamente a ocupação da grade dos canais da EMC remunerando produções
independentes de realizadores mineiros, chegando a pelo menos 30% em até dois anos;
15. Incluir no instrumento de cooperação com SEE a valorização de produção audiovisual local
nas comunidades escolares da rede pública estadual, visando promover formação de novos
públicos;
RECOMENDAÇÕES GERAIS À SECULT
a) Definir claramente qual setor é responsável pelas políticas do audiovisual;
b) Priorizar a participação do fórum do audiovisual na formulação e avaliação das políticas para
a Comunicação Audiovisual em Minas Gerais;
c) Melhorar a interlocução dos vários agentes do setor com a Secult e o Governo do Estado de
Minas Gerais;
d) Encaminhar moção para que a ALMG promova discussão com suas comissões sobre
destinação de recursos de emendas parlamentares para espaços independentes de exibição
audiovisual;
e) Urgência na obtenção e tratamento de dados do audiovisual para a Lei Paulo Gustavo;
FOMENTO E FINANCIAMENTO
6. Criar Editais Setoriais simplificados para a Moda;
7. Criar Edital de Apoio a Feiras de Moda Mineira;
8. Criar Programa Estadual de Moda Autoral e Sustentável, voltado a novos criadores de moda;
9. Programa Estadual de Apoio aos Ofícios da Moda e Seus Mestres, tais como: lapidadores,
joalheiros, alfaiates, sapateiros, costureiras, tecelãs, bordadeiras, rendeiras, crocheteira,
cerzideira, modelistas, chapeleiro, tricô, fiandeiras e criadores de Moda de Minas Gerais.
Premiação, com transmissão de saberes, oficinas periódicas;
50
10. Mapeamento dos acervos de moda no estado e posterior apoio técnico, operacional e
financeiro para elaboração e implantação de Plano museológico desses acervos;
RECOMENDAÇÕES GERAIS
a) Contemplar a moda mineira em todas as instâncias do governo. A moda veste todos.
Promoção, Articulação e conscientização para consumo consciente e responsável: “Quem é
de Minas, Veste Minas!”;
b) Criar um setor específico na estrutura do estado para a moda produzida em Minas Gerais;
c) Recomendar à SEDE mudanças no tratamento tributário ao setor da moda: redução da
alíquota ICMS e DIFAL e estudo para taxação de produtos da moda de origem internacional.
E incentivo fiscal e financeiro às micro e pequenas empresas do segmento com sede em
Minas Gerais;
d) Criar um Programa para Gestão dos Resíduos da Moda para o Centro Mineiro de Referência
em Resíduos (CMRR) que é coordenado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável (Semad);
e) Inserir a moda nos editais da Lei Paulo Gustavo;
VISIBILIDADE
5. Criar e implantar o Centro Estadual de Memória das Culturas Populares e Tradicionais de
Minas Gerais com ênfase na cultura congadeira com participação dos detentores do
patrimônio imaterial para composição do acervo e da expografia dos espaços;
6. Promover a criação e veiculação na EMC de programas específicos de rádio, televisão e
mídias digitais que se dediquem às culturas populares e tradicionais e que abordem o
cotidiano das comunidades tradicionais, festas e celebrações das culturas populares em
Minas Gerais;
FOMENTO E FINANCIAMENTO
11. Realizar anualmente edital para premiação voltado à mestras e mestres de culturas
tradicionais e populares em Minas Gerais;
12. Estruturar apoio financeiro regular para intercâmbio e mobilidade dos grupos para os
festejos populares tradicionais por meio de programa, a exemplo do Circula Minas.
13. Criar Programa Mineiro de Apoio aos Reinados e Congados em atendimento às demandas do
Fórum Mineiro de Reinados, conforme carta enviada a Secretaria de Estado de Cultura e
Turismo;
14. Estudo para adoção e implantação dos critérios sugeridos no Quadro de pontuação para o
ICMS Cultural – Consec, conforme a proposição anexa;
RECOMENDAÇÕES GERAIS
a) Criar um Grupo de Trabalho coordenado pelo IEPHA e CONEP com membros do CONSEC-MG,
Comissão Estadual de Desenvolvimento Sustentável de Povos e Comunidades Tradicionais,
Comitê Gestor do Sistema Estadual de Museus, Comissão de Cultura da ALMG para estudo,
mobilização e implementação das alterações sugeridas na Lei nº 18.030/2009 em acordo
com os critérios sugeridos no Quadro de pontuação para o ICMS Cultural – Consec, conforme
a proposição anexa;
b) Criar uma Comissão Permanente para estudar e propor a criação de critério e pontuação
específica na lei nº 18.030/2009 referente à implementação e execução dos Sistemas
Municipais de Cultura e seus componentes nos municípios mineiros.
52
6. Revisão da legislação regulamentação com o objetivo de encontrar solução para garantir que
os recursos repassados aos municípios sejam utilizados em programas, projetos e ações
municipais para preservação e salvaguarda do patrimônio, com a recomendação de priorizar
patrimônio imaterial;
7. Orientação aos municípios para instituição de programa de fomento para que o recurso
chegue aos mestres, mestras e detentores, individualmente, em comunidade com outros e
como grupo de pessoas;
RECOMENDAÇÕES GERAIS
a) Instituição de comissão formada por técnicos da SECULT, IEPHA, secretaria da fazenda, setor
jurídico, tendo prazo de 6 meses para estudos de atualização da Lei Delegada 170/2007;
b) Recomendar à ALMG realização de evento técnico (identificar melhor termo com equipe da
ALMG) sobre a política do ICMS Patrimônio Cultural e atualização da Lei delegada 170/2007
em conjunto com o IEPHA e SECULT e outros órgãos estaduais, Rede Estadual de Gestores
Municipais de Cultura e Turismo de MG, conselheiros de patrimônio e cultura, entidades e
pesquisadores convidados, pactuando compromisso de utilização percentual mínimo do
ICMS Patrimônio Cultural pelos municípios, na preservação e promoção do patrimônio
imaterial;
53
REFERÊNCIAS
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Horizonte: Fundação João Pinheiro, 2018. Disponível em
<http://www.bibliotecadigital.mg.gov.br/consulta/verDocumento.php?iCodigo=76909&codUsuario=
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<http://incentivo.esportes.mg.gov.br/>. Acesso em 13 mar. 2022.
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54
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55
SANMARTIN, Stela Maris (org.). Criatividade, educação e arte: potências e desafios. Vitória: UFES,
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WERNKE, Zulmar. O livro em Minas Gerais – uma pesquisa por regiões sobre o comportamento do
leitor: o que se lê, o que se produz. Belo Horizonte: Câmara Mineira do Livro, 2015. Disponível em <
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BENDASSOLLI, Pedro Fernando. Significado do trabalho e carreira artística: RELATÓRIO 28/2009. FGV-
EAESP/GVPESQUISA
BENDASSOLLI, Pedro Fernando. Estudo exploratório sobre indústrias criativas no Brasil e no estado
de São Paulo. Relatório de pesquisa FGV/EAESP/NPP;n.10, 2010
GREFFE, Xavier. A economia artisticamente criativa. São Paulo: Iluminuras : Itaú Cultural, 2015
56
MINAS GERAIS. Decreto nº 42.505, de 15 de abril de 2002. Institui as formas de Registros de Bens
Culturais de Natureza Imaterial ou Intangível que constituem patrimônio cultural de Minas Gerais.
MINAS GERAIS. Lei nº 14.493, de 09 de dezembro de 2002. Institui o Dia Estadual da Poesia e o
concurso anual de poesia Carlos Drummond de Andrade.
MINAS GERAIS. Lei nº 15.028, de 19 de janeiro de 2004. Institui a Política Estadual de Fomento à
Economia Popular Solidária no Estado de Minas Gerais - PEFEPS.
MINAS GERAIS. Lei nº 16.639, de 04 de janeiro de 2007. Institui o Dia Estadual do Teatro para a
Infância e a Juventude.
MINAS GERAIS. Decreto nº 44.671, de 05 de dezembro de 2007. Institui o "Prêmio Governo de Minas
Gerais de Literatura".
MINAS GERAIS. Lei nº 18.030, de 12 de janeiro de 2009. Dispõe sobre a distribuição da parcela da
receita do produto da arrecadação do ICMS pertencente aos Municípios.
MINAS GERAIS. Lei nº 18.233, de 02 de julho de 2009. Institui o certificado Amigo do Livro.
MINAS GERAIS. Lei nº 18.312, de 06 de agosto de 2009. Institui a Política Estadual do Livro.
MINAS GERAIS. Decreto nº 45.236, de 04 de dezembro de 2009. Institui o Sistema Estadual de
Museus de Minas Gerais e dá outras providências.
MINAS GERAIS. Lei nº 19.420, de 11 de janeiro de 2011. Estabelece a política estadual de arquivos.
MINAS GERAIS. Decreto nº 45.887, de 30 de dezembro de 2011. Regulamenta o Programa Social
Formação e Capacitação Cultural e Artística previsto no item XV do Anexo da Lei nº 18.692, de 30 de
dezembro de 2009.
MINAS GERAIS. Lei nº 20.368, de 07 de agosto de 2012. Institui o Registro do Patrimônio Vivo do
Estado de Minas Gerais.
MINAS GERAIS. Lei nº 21.141, de 13 de janeiro de 2014. Dispõe sobre a criação, a gestão e o
funcionamento de museus no Estado.
MINAS GERAIS. Lei nº 21.936, de 23 de dezembro de 2015. Institui a Política Estadual de
Desenvolvimento da Gastronomia.
MINAS GERAIS. Lei nº 22.294, de 20 de setembro de 2016. Altera a denominação da Rádio
Inconfidência Ltda. para Empresa Mineira de Comunicação – EMC –, extingue a Fundação TV Minas –
Cultural e Educativa – TV Minas – e dá outras providências.
MINAS GERAIS. Lei nº 22.627, de 31 de julho de 2017. Institui o Plano Estadual de Cultura de Minas
Gerais.
MINAS GERAIS. Lei nº 22.944, de 15 de janeiro de 2018. Institui o Sistema Estadual de Cultura, o
Sistema de Financiamento à Cultura e a Política Estadual de Cultura Viva e dá outras providências.
MINAS GERAIS. Lei nº 23.160, de 19 de dezembro de 2018. Institui a política de fomento ao
audiovisual no Estado.
MINAS GERAIS. Lei nº 23.083, de 10 de agosto de 2018. Institui o Dia Estadual da Viola Caipira.
MINAS GERAIS. Lei nº 23.763, de 06 de janeiro de 2021. Institui a política estadual de turismo de
base comunitária.
MINAS GERAIS. Lei nº 24210, de 11 de julho de 2022. Dispõe sobre o Polo Audiovisual de Cataguases
e Região.
57
MINAS GERAIS. Decreto nº 48.411, de 26 de abril de 2022. Institui a rota turística e cultural,
denominada Via Liberdade.
MINAS GERAIS. Decreto nº 48.347, de 10 janeiro de 2022. Dispõe sobre a Comissão de Cinema –
Minas Film Commission.
MINAS GERAIS. Decreto nº 48.570, de 01 de fevereiro 2023. Dispõe sobre o Comitê Gestor da Política
Estadual de Cultura Viva.
58
Anexo
ANEXO - Análise inicial FJP - Panorama dos segmentos
artísticos no estado de Minas Gerais
Apresentamos aqui um extrato do estudo da Fundação João Pinheiro “Economia criativa em Minas
Gerais: um estudo exploratório”, de 2016-2018. O trabalho identificou, por meio de matriz SWOT (Forças,
Fraquezas, Oportunidades e Ameaças) de cada segmento trabalhado, uma análise de ambiente interno e
externo a cada segmento. O estudo afirma que seu objetivo era servir de referência para o desenvolvimento de
um plano estadual “começando por um levantamento de informações para se delinear um diagnóstico
preliminar da situação atual de dez segmentos vinculados à Economia Criativa no estado, capaz de apontar
seus principais entraves e potencialidades”. (CARVALHO, 2018, p.9).
O estudo representa um panorama dos anos nos quais foi realizado, mas é adequado como base,
como o próprio texto do estudo afirma. Principalmente pelo fato de ser coordenado pela Fundação João
Pinheiro, instituição estadual com histórico de excelência e colaboração no desenvolvimento de políticas
públicas no estado de Minas Gerais. Não fizemos nenhuma interferência nos textos, de modo que reflete o
documento produzido à época. Também não vamos aqui replicar todo o estudo, mas apenas extrair
apontamentos específicos de cada um dos segmentos listados, para subsidiar o trabalho dos diversos
segmentos na construção do conjunto de prioridades setoriais que possam compor a revisão do Plano Estadual
de Cultura, complementando parte do esforço histórico para o desenvolvimento de todos os segmentos
culturais no estado.
Instituições que atuaram no estudo: Fundação João Pinheiro; Faculdade de Ciências Econômicas da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg);
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae-MG).
59
Coordenação: Bernardo Novais da Mata Machado. Organização: Selma Carvalho. Pesquisadores: Cláudio
Burian Wanderley; Felipe Diniz Leroy; Maria Luiza Cabaleiro; Letícia Proença, Michelle Petry; Gabriela Brandão;
Graciela Teixeira Gonzalez; Juliana Minardi de Oliveira; Júnia Alves de Lima; Luzia Oliva Barros; Marta Procópio
de Oliveira; Mônica Barros de Lima Starling; Paola Rettore; Rútila Maria Soares Gazzinelli Cruz;.
Integrantes dos Segmentos artísticos que participaram do estudo: Sula Mavrudis (Circo); Alexandre Molina
(Dança); Gustavo Bones; Rita Gusmão (Teatro); Eduardo Girão (Gastronomia); César Piva, Eduardo de Jesus
(Audiovisual); Natalie Oliffson, Carla Mendonça (Moda); Flávio Henrique Alves; Aluizer Malab (Música); Marta
Procópio de Oliveira, Maria Antonieta Cunha (Livro); Gabriela Carvalho, Rodrigo Vivas (Artes Visuais e Digitais);
Dijon Moraes Junior, Gustavo Greco, Giselle Safar (Design).
DANÇA
Forças
• A dança passou a dispor de uma cadeira exclusiva no Conselho Estadual de Cultura (antes era
compartilhada com o circo).
• O Conselho Municipal de Cultura de Belo Horizonte criou a cadeira que representa a dança nos moldes
de outros municípios mineiros, como Uberlândia.
• Existe grande diversidade no campo da dança em Minas Gerais (balé clássico, dança contemporânea,
folclórica, cigana, dança de rua, capoeira, danças urbanas, entre outras).
• Existe uma Lei Estadual de Incentivo à Cultura, ainda que ela necessite ser aprimorada. Há de mandas
e aprovação de projetos, tanto da capital quanto do interior, embora seja evidente a concentração em
Belo Horizonte.
• Existe grande produção no estado e em todos os seus territórios.
• A persistência profissional dos artistas, mesmo diante de tantas dificuldades e adversidades.
Fraquezas
• Fraca conexão entre os diversos eventos de dança do estado.
• Os esforços públicos estaduais concentram-se nas áreas da criação e produção de espetáculos, sendo
necessário incentivar outros elos da cadeia produtiva.
• Situação precária dos pequenos grupos do interior, cujos municípios não têm grandes empresas que
possam dar apoio via lei de incentivo fiscal.
• O intercâmbio entre os artistas das diferentes regiões do Estado é insuficiente. Os organizadores dos
grandes festivais que ocorrem na capital, e também dos realizados em outras cidades do estado, ainda
não descobriram os artistas do interior mineiro.
• Muitos festivais sobrevivem com recursos das leis de incentivo, mas a curadoria desses eventos é
frágil porque, na maioria das vezes, fica dependente do convite a grupos ou artistas que já contam
com recursos públicos para viabilizar sua participação.
• Os editais de financiamento, muitas vezes, não consideram convenientemente as características dos
diferentes setores culturais e artísticos. Não se leva em conta fatores como os montantes requeridos
por diferentes tipos de projeto e setores; o município ou região de origem do projeto; os diferentes
estágios da carreira artística do proponente; o fato do projeto ser de um artista individual, de um
grupo consolidado ou de uma grande casa de espetáculos. Para abarcar todas essas diferenças, os
editais precisam ser segmentados.
• O fomento concentra-se na produção e circulação de espetáculos. Outros elos da cadeia produtiva não
são contemplados. Para a dança, o processo é tão relevante quanto para o produto, mas não gera um
produto. Isso restringe as possibilidades de incentivo, pois só os projetos com produto claramente
definido são fomentados.
• Entre os problemas das atuais leis de incentivo estão a imprevisibilidade e o curto prazo de
viabilização dos projetos aprovados. Não se sabe quando os editais e seus resultados serão publicados
e são contemplados apenas projetos de prazo mais curto, impossibilitando a realização de projetos de
longo prazo.
• A principal força incentivadora da cultura no estado é a Lei de Incentivo. Não deveria ser a única. Faz-
se necessária a diversificação das fontes de financiamento. Até mesmo mecanismos de incentivo já
60
existentes, como o abatimento do imposto de renda de pessoas físicas (no caso Lei Rouanet), carecem
de maior divulgação
• Não houve edital da lei estadual em 2015 e caiu o número de projetos aprovados em 2014.
• As novas gerações de produtores culturais tornaram-se dependentes das leis de incentivo. As pessoas
viraram profissionais da busca de recursos incentivados. Devem "saber fazer" o projeto de acordo com
os termos do edital e os interesses de eventuais patrocinadores. Essa lógica acaba por impactar a
estética da produção: todos "fazem" do mesmo modo.
• Faltam dados, informações e indicadores do segmento da dança, dificultando, inclusive, a formação de
uma rede de comunicação entre os profissionais e seu representante no Conselho Estadual de Cultura.
É necessário haver um sistema de informações que interligue o público, os profissionais, os conselhos
municipais e o Conselho Estadual.
• Os números relativos ao Fundo Estadual de Cultura não são tabulados e não estão disponíveis.
• O mesmo ocorre em relação aos números relativos aos incentivos fiscais, que são tabulados apenas
quando solicitados. É necessário disponibilizar e dar publicidade a esses dados, submetendo-os à
análise e à crítica da sociedade.
• A formação de público é muito necessária. Para tanto, é preciso chegar mais perto das escolas. Alunos
simplesmente não são formados e incentivados a consumir cultura. Formação de público se dá tanto
na educação formal (dentro das escolas) como de maneira informal (fora delas).
• Há poucas relações e parcerias entre artistas, Estado, escolas, universidades e empresas. Não existem
incentivos para fomentar e incrementar essas relações.
• O diálogo com a SEC11 é difícil (isso perpassa todas as gestões). O gestor cultural muitas vezes não
conhece a área.
• As diversas políticas públicas estaduais (educação, cultura, turismo, ciência e tecnologia) conversam
pouco entre si. São raros os programas intersetoriais capazes de alavancar a dança e outros
segmentos da cultura no estado. A Funarte e algumas poucas secretarias estaduais (Rio, Bahia) e
municipais têm setores e servidores específicos para cuidar dessas articulações.
Oportunidades
• Surgimento de novas formas de financiamento via internet, como o crowdfunding.
• A internet mudou as relações entre os artistas/criadores e o público/consumidores, porque ampliou e
deu mais relevância à participação das pessoas nos processos de produção dos segmentos criativos.
Ameaças
• Os editais de financiamento das agências de fomento não são devidamente adaptados às
características e necessidades dos setores artísticos e culturais.
• A divulgação, difusão, formação e atração de público para a dança, por meio da internet e outros
meios de comunicação, como o rádio, são relativamente pouco efetivos. Ao contrário da música, por
exemplo, em que basta uma mensagem auditiva, os espetáculos de dança dependem da transmissão
também de suas características visuais.
Diretrizes estratégicas específicas para o segmento propostas no documento
• Fazer uso da internet para divulgar o desempenho do representante da dança no CEC 12, promover
maior interação desse representante com os praticantes da dança no estado e com a população em
geral e divulgar os trabalhos e espetáculos desenvolvidos pelos artistas da dança, bem como os cursos
de dança existentes no estado
• Divulgar e ampliar a conexão dos atores e dos eventos da dança existentes em Minas Gerais, gerando
uma plataforma virtual que contenha uma base de dados consistente sobre o setor no estado, e que
possa ser acessada por qualquer pessoa.
• Diversificar as formas de incentivo ao segmento criativo da dança
• Fortalecer financeiramente os festivais
• Preparar e qualificar os agentes do setor para que possam buscar recursos e incentivos
11
Atualmente Secult – Secretaria de Estado de Cultura e Turismo
12
Atualmente Consec – Conselho Estadual de Política Cultural
61
TEATRO
Forças
• Considerável experiência acumulada pelos grupos de teatro e entidades culturais, com potencial a ser
compartilhado em todas as regiões de Minas Gerais.
• Existência no estado de espaços teatrais formais e alternativos; muitos ainda desconhecidos devido à
grande quantidade de municípios.
• Existência de redes que envolvem trocas e valores não necessariamente monetários (incluindo
experiências e saberes).
• Capacidade de transformação, mobilização e articulação de arranjos produtivos locais.
• Existência da política do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS)
Patrimônio Cultural.
• Existência de lei estadual de incentivo à cultura.
Fraquezas
• Saturação do modelo de financiamento baseado na renúncia fiscal.
• Escassas iniciativas consistentes de conexão com a educação.
• A cultura da gratuidade dos espetáculos como estratégia de fidelização do público.
• Falta de mecanismos de fomento à manutenção dos espaços.
• Fragilização do circuito de festivais.
• Burocratização excessiva dos mecanismos de fomento e financiamento à cultura.
• Não vinculação dos recursos do ICMS Patrimônio Cultural à realização de atividades artísticas nos
municípios.
• Não reconhecimento dos espaços-sedes dos grupos como espaços privados de interesse público.
• Restrita inserção dos grupos e espaços de teatro na rede estadual de Pontos de Cultura do Programa
Cultura Viva.
• Precarização das condições do trabalho do artista.
• Inexistência de programas para a formação de público no estado.
• Inexistência de pesquisas, mapeamentos e indicadores por parte do estado.
• Baixa dotação orçamentária do Fundo Estadual de Cultura, totalmente incompatível com a demanda.
• Inexistência de um programa de fomento público para a circulação em Minas Gerais.
• Ausência de mecanismos de fomento de caráter plurianual ou calendarizado.
• Carência de investimentos na formação de gestores culturais.
• Ausência de investimento na formação de técnicos teatrais.
• Crise de representatividade das entidades de classe.
• Falta de gestores públicos de cultura nos municípios.
• Descontinuidade de políticas públicas estaduais de fomento à cultura.
• Enfraquecimento do programa Cultura Viva em Minas Gerais.
Oportunidades
• Parcerias entre o teatro e a educação geram novas possibilidades e contribuem para uma formação
mais cidadã.
• Parcerias entre teatro e políticas sociais permitem maior empoderamento de populações
marginalizadas.
• Parcerias entre teatro e políticas setoriais (turismo, saúde etc.) aumentam os efeitos positivos dessas
políticas.
• Rede de Pontos de Cultura Teatrais.
• Existência de leis federais de incentivo à cultura.
Ameaças
• Cenário de instabilidade das instituições democráticas.
• Intensa burocracia vinculada às leis de incentivo (estadual e federal).
62
• Arte e cultura não são hábitos de fruição e consumo da maioria da sociedade brasileira, e ainda
permanecem com baixa prioridade para o estado.
• Descontinuidade de políticas públicas federais de fomento à cultura.
• Inexistência de uma cultura jurídica específica para lidar com o teatro.
• Indefinição das atribuições das três esferas de governo para o fomento às artes.
• Mudanças na legislação trabalhista ameaçam os direitos dos artistas.
Diretrizes estratégicas específicas para o segmento propostas no documento
• Aproveitar a grande capilaridade do setor teatral para incentivar sua maior integração com as escolas,
em todas as regiões do estado.
• Incentivar a integração do setor teatral com as políticas sociais e de desenvolvimento econômico
existentes.
• Enfatizar a política de reconhecimento dos espaços-sede dos grupos como espaços privados de
interesse público.
• Criar plataforma e banco de dados eficientes sobre o segmento, para serem consultados não só pelo
setor teatral, mas, também pelo público em geral, incluindo-se os espaços teatrais e alternativos
existentes.
• Incentivar a formação de mão de obra especializada utilizada na cadeia produtiva do teatro, incluindo
a formação de gestores culturais e técnicos de palco.
• Fortalecer os circuitos de festivais como meio de formar público e ampliar o consumo de bens
culturais e teatrais pela sociedade mineira.
• Promover a maior utilização e a manutenção dos espaços teatrais e alternativos existentes no estado.
• Incentivar projetos plurianuais.
• Promover campanhas de formalização de grupos teatrais e de atores.
CIRCO
Forças
• Inserção do circo no escopo das políticas voltadas aos povos e comunidades tradicionais desde 2015,
em Minas Gerais.
• Lançamento dos editais do programa estadual Cena Minas para aquisição de equipamentos circenses,
a partir de 2007.
• Adequação dos procedimentos burocráticos para os circos darem entrada nos pedidos de vistoria dos
bombeiros.
• Adesão de alguns municípios a uma política de estímulo ao circo, a partir da qual têm sido cria- das leis
que garantem a disponibilização de terrenos para instalação de circos e direitos básicos aos circenses
(Guaranésia, Lajinha, Abaeté, Açucena e Simonésia já possuem terrenos destinados aos circos).
• Instituição de uma cadeira para representante do circo nos Conselhos Estadual e Municipal (Belo
Horizonte) de Cultura.
• Inserção do circo na Comissão Estadual de Sustentabilidade dos Povos e Comunidades Tradicionais.
• Aprovação do Plano Estadual de Cultura na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
• Formação da Rede de Apoio ao Circo a partir da organização dos circenses na luta pelos seus direitos.
• Assinatura do Termo de Cooperação Técnica junto à Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte
para a implantação da Cidade do Circo.
Fraquezas
• Faltam terrenos para a instalação de circos. O Governo do Estado não possui uma política que
regulamente a cessão de espaços e os circenses não conseguem identificar na estrutura
governamental quem são os responsáveis pelo processo.
• Demora da Cemig em cortar a luz. Os circos vão embora dos municípios e os postes de luz continuam
energizados.
63
• Circos têm dificuldade de fazer ligação de água. O processo é burocratizado e não são consideradas as
especificidades inerentes à montagem da infraestrutura circense.
• O preço cobrado pelo consumo de água (m³) é maior para o circo do que para as instalações
convencionais, pelo fato da ligação ser provisória.
• O prazo para a efetivação da ligação provisória pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais
(Copasa MG) é muito longo.
• Os circenses têm a obrigação de informar à Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp)13 e à
PMMG a sua temporada, mas não dispõem de policiamento. Alguns municípios obrigam os circos a
contratarem empresas de policiamento privado e outros serviços.
• Dificuldades de se levar os alunos das escolas para assistir aos espetáculos.
• As escolas dificultam a divulgação dos espetáculos, inclusive daqueles que oferecem preços especiais
para os estudantes. Essa oferta compõe a contrapartida estabelecida para os circos nos editais de
fomento e incentivo (Observação: as escolas públicas recebem verba para o custeio de atividades
extraclasse).
• Altos custos de transporte em função do excesso de pedágios.
• Ausência de editais, mecanismos de fomento e legislação que tratem especificamente do circo.
• Circo não dispõe de mecanismos de isenção fiscal para aquisição de materiais e equipamentos.
• Não há programas de subsídios a ingressos para o circo, que não acessa o Vale Cultura.
• Municípios pequenos copiam a regulamentação urbana das cidades grandes e o processo de cessão do
terreno é extremamente burocratizado. São solicitadas inúmeras certidões e alvarás, emitidos por
diferentes agentes governamentais, vinculados ao estado e aos municípios, cuja expedição é lenta e
não atende às especificidades do setor, o que dificulta a circulação dos circenses.
• Existem orientações de entidades como a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) que pressionam os
órgãos municipais a legislarem contra o circo, limitando seu período de permanência, impedindo a
cobrança de ingressos para crianças e acompanhantes e, até mesmo, proibindo sua instalação nas
cidades, como ocorreu em Diamantina.
• Há prefeituras que se recusam a protocolar os pedidos de alvarás para os circos, sem justificar.
• Os editais de incentivo não autorizam a aquisição de bens duráveis, essenciais para a manutenção dos
circos itinerantes, como carros e trailers.
• O circo não acessa o Fundo Estadual de Cultura.
• As cidades grandes não possuem terrenos destinados aos circos em suas regionais e a montagem de
circos em praças e parques não é permitida (em Belo Horizonte há uma lei municipal que permite a
cobrança de ingressos em espaços públicos).
Oportunidades
• Empenho e engajamento dos circenses para manter viva a categoria.
• O circo possui um público tradicionalmente muito fiel que o acompanha nos municípios.
• Circos possuem ampla capilaridade, chegando em ambientes e espaços em que as pessoas não
possuem acesso a outras formas de cultura.
• Inserção do circo no Colegiado Setorial do Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC).
• Abertura pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) de processo de
reconhecimento das famílias circenses como detentoras de conhecimento tradicional, para fins de
registro como patrimônio imaterial do país.
• Os circos tradicionais são um organismo vivo. O circense nasce no ambiente, é educado no picadeiro e
já cresce sabendo lidar com o público, o que o diferencia do circo escola.
• No circo, a criação, a produção e a circulação são realizadas pelos próprios circenses. O circo é
autossustentável, organizando-se a partir de forças endógenas.
• Os circos são uma empresa familiar. Há um compromisso afetivo e os laços colaborativos são
extremamente fortes, estendendo-se às pessoas que vão sendo agregadas.
• Os circos possuem parceiros e amigos que não fazem parte do poder público e os auxiliam na
superação de dificuldades.
• A forma de trabalho dos circenses estimula a solidariedade e propicia intervenções criativas
inesperadas.
13
Atualmente Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública
64
• O circo une artes cênicas e esporte e pode ser aproveitado em atividades de iniciação esportiva e
cultural.
• O valor do ingresso é acessível à população. Os preços praticados são populares.
Ameaças
• Não existem dados sobre o circo no Brasil. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não
entrevista os circenses durante a realização do Censo.
• O valor para a montagem de um circo é muito elevado. O aluguel do terreno, além de caro, é cobrado
pela área total e não pela efetivamente utilizada.
• Há dificuldades no processo de admissão de crianças circenses no sistema escolar, apesar da Lei
Federal 6.533/78, que lhes garante vagas nas escolas. O Ministério da Educação (MEC) não
regulamentou a aplicação da Lei e, além disso, em 2012 foi baixada uma portaria que condiciona a
concessão do alvará pelas prefeituras à comprovação de matrícula das crianças.
• Projeto de lei federal que estimula a isenção da cobrança de Imposto sobre Serviços de Qualquer
Natureza (ISSQN) dos circos está parado no Congresso há mais ou menos dois anos.
• Dificuldade de obtenção de patrocinadores; o circo sofre muito preconceito.
• Dificuldade de atendimento dos circenses na rede do Sistema Único de Saúde (SUS).
• Os circos itinerantes não conseguem obter divulgação na grande mídia.
• As escolas de circo não incorporam o circense tradicional, o que dificulta sua atuação, porque artistas
de outros segmentos acabam ocupando o lugar daqueles que são formados nos circos itinerantes.
• O circo é tratado no Brasil como linguagem artística, não sendo reconhecido nos eixos relacionados
aos "povos e comunidades tradicionais". Contudo, em 2015 o Governo do Estado de Minas de Gerais
inseriu o circo nas políticas voltadas aos povos e comunidades tradicionais.
• O excesso de informação que as crianças recebem hoje em dia concorre com o circo e demais
"atividades tradicionais".
• O circo ainda é muito marginalizado e tem encontrado dificuldades junto ao poder público dos
municípios por onde passa, em função de preconceitos.
• A divulgação é muito restrita, pois a legislação municipal muitas vezes impede a utilização de
mecanismos tradicionalmente utilizados (carreatas, passeatas, carro de som e panfletagem).
• Alto custo da manutenção dos circos, muitas vezes não coberto pela bilheteria.
• Necessidade de apresentação do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) quitado para a concessão
do alvará.
• Documentação exigida não é padronizada entre os municípios.
• Municípios não possuem servidores treinados e informados para lidar com o circo e suas
especificidades.
• Desconhecimento dos circenses acerca dos seus direitos como cidadãos.
• Os circenses são excluídos dos benefícios sociais por não possuírem endereço fixo.
• Circenses, bem como artistas de outras áreas, não possuem aposentadorias especiais. Há um Projeto
de Lei em tramitação na Câmara dos Deputados.
• O circo é excluído de programas como o Vale Cultura. Nos locais em que o circo circula não existem
empresas do porte exigido para acesso ao programa.
• Os circenses têm dificuldade de acessar os mecanismos privados de financiamento porque não
atendem aos critérios exigidos pelos bancos.
Diretrizes estratégicas específicas para o segmento propostas no documento
• Estimular a inserção do circo no escopo das políticas voltadas aos povos e comunidades tradicionais
nos municípios.
• Realizar campanha para que as escolas matriculem as crianças circenses, cumprindo a Lei 6.533/78 14
que garante vagas para os circenses no ensino fundamental.
• Estimular a criação de leis municipais que garantam ao circo a disponibilização de terrenos,
infraestrutura básica e atendimento às famílias circenses nos diversos órgãos públicos de saúde,
educação e assistência social, mesmo que elas não possuam endereço fixo.
14
Lei federal do artista e técnico das Artes Cênicas e modelo e manequim
65
• Valorizar a especificidade dos modos de criação, produção e circulação dos circos tradicionais e
familiares.
• Instituir instrumento de fomento específico para o circo
GASTRONOMIA
Forças
• Produtos artesanais e/ou típicos de Minas Gerais, o saber fazer, a tradição, a qualidade do pro- duto e
o modo de produção são vantagens competitivas.
• Feiras gastronômicas e de produtores locais têm acontecido em todo o estado e auxiliam na
comercialização e divulgação dos produtos.
• Em relação a alguns produtos (por exemplo, queijos e cervejas artesanais), Minas está na vanguarda.
• Existem estabelecimentos e produtos qualificados no estado que possibilitam a criação de roteiros
gastronômicos.
• Restaurantes que oferecem comida tradicional e/ou contemporânea de qualidade utilizam produtos
artesanais e/ou tipicamente mineiros.
• Crescimento e valorização dos produtos locais e regionais mineiros pelos consumidores locais.
• Diversidade dos biomas, das regiões e dos produtos regionais mineiros.
• Os programas de qualificação e certificação Certifica Minas (direcionado para alguns segmentos do
café) e Minas Leite são efetivos e bem focalizados.
• Nos últimos anos, diálogos e debates no setor de produção artesanal e de gastronomia vêm
possibilitando o fortalecimento de redes de produtores e distribuidores.
Fraquezas
• Redução ou extinção de mercados públicos e feiras livres alimentares, que facilitavam a
comercialização e o acesso à diversidade de produtos mineiros.
• Ausência de um trabalho de conscientização, mobilização e empoderamento dos produtores locais.
• Muitos produtores têm dificuldade para compreender o mercado consumidor, o que prejudica a
exploração do potencial do negócio e a composição de preço. Eles não têm conhecimento sobre a
valorização e a forma de precificação dos seus produtos, além de não possuírem o entendimento de
suas atividades enquanto negócio, nem formação como empreendedores. Não
• dominam a gestão financeira do negócio, nem a organização e o controle para que haja equilíbrio
financeiro e lucro. Faltam também conhecimento e informação comparativa em relação a produtos e
negócios concorrentes, dificultando a percepção dos produtores mineiros sobre a qualidade do seu
produto.
• O marco regulatório do setor prejudica a produção artesanal e sua comercialização. A legislação não
corrobora a noção de gastronomia (da terra à mesa) como cultura. A legislação sanitária está em
desacordo com os modos de fazer. Não se leva em consideração as especificidades dos processos
produtivos não industriais. Há conflito com os conceitos de patrimônio imaterial. Exemplo: o Instituto
Mineiro de Agropecuária (IMA) e a Vigilância Sanitária impedem a comercialização dos queijos que
não atendem aos critérios de produção por eles estabelecidos. A formalização, tal como
prevista/estabelecida atualmente, muitas vezes "mata" o produto, pois as exigências impostas pela
legislação vão de encontro à atividade artesanal. As restrições da legislação tributária, por sua vez,
geram dificuldades ao processo de expansão dos negócios.
• Muitos produtores locais ainda estão na informalidade, o que dificulta a relação comercial, gera
dificuldade de aquisição dos produtos pelos estabelecimentos que fazem a comercialização e pelos
consumidores finais. Há pequenos produtores tradicionais do interior que ainda não se formalizaram
nem se profissionalizaram, embora tenham bons produtos. Uma mudança nesse sentido é necessária
para viabilizar ou facilitar as vendas, e mesmo para a sobrevivência de pequenos negócios no interior,
sem que haja perda do caráter artesanal. Porém a legislação atual conflita com esse modo de fazer.
66
• Não há valorização da origem geográfica dos produtos: terroirs15 mineiros. A legislação não os
contempla e falta divulgação, enquanto outras regiões brasileiras estão tirando proveito disso,
gerando perda de competitividade para Minas Gerais.
• Logística e custo para distribuição de produtos típicos e/ou artesanais mineiros. O custo dos
produtores para colocar o produto no mercado é muito elevado e a logística muito complexa. Os
estabelecimentos que fazem comercialização têm dificuldade de obtenção dos produtos locais para
revenda.
• Dificuldade de acesso ao crédito pelos proprietários de estabelecimentos do setor. Os custos de
empréstimo são elevados (altos juros) e muitos empreendedores não conseguem obter financia
mento junto aos bancos.
• Insuficiência de políticas estaduais de divulgação dos produtos mineiros e pouca utilização de marcas
que valorizem a identidade regional como atrativo.
• Produtores interessados em turismo gastronômico não estão preparados para receber os visitantes e
não possuem qualificação para valorizar sua própria história e a cultura da produção artesanal ou
tradicional.
• O acesso aos cursos de qualificação e de formação disponíveis não é fácil. Falta informação, inclusive
sobre as condições de acesso.
• A cultura tradicionalista do estado muitas vezes cria empecilhos ou barreiras para a inovação e 0
desenvolvimento do setor, além da falta de agressividade comercial dos pequenos produtores.
Oportunidades
• Crescimento da aceitação e valorização dos produtos locais e regionais mineiros pelos consumidores.
• O paladar do público final não retrocede. Quando se consegue dar a oportunidade ao consumidor final
de acessar e experimentar um produto de maior qualidade e também de receber informação sobre o
seu processo de produção, frequentemente há uma mudança no seu consumo e uma fidelização a
esse produto.
• Gastronomia é um segmento da cultura.
• Turismo gastronômico: a gastronomia é um atrativo turístico.
• A gastronomia é um a oportunidade para indivíduos não inseridos no mercado de trabalho.
• Utilização dos produtos locais nas regiões ou nas proximidades de onde eles são produzidos.
Movimento Slow Food, já estabelecido no país, colabora na difusão da cultura de consumo e produção
de itens típicos de cada região em que atua.
• Possibilidades de ações colaborativas para a viabilização de negócios e melhorias no setor
• Acesso ao crédito pelos agricultores familiares
• Formação de público consumidor e comercialização vêm sendo favorecidos nos últimos anos por
eventos gastronômicos, programas televisivos especializados, canais no Youtube, entre outras mídias.
Ameaças
• Não há integração entre as políticas da vigilância sanitária e a legislação imposta pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) 16. Cada esfera possui suas exigências, não existindo
balizamento, nem tampouco articulação, entre as regulamentações.
• Percepção negativa da intervenção estatal no que diz respeito à legislação e regulamentação tributária
e sanitária, as quais não se adequam à realidade dos pequenos produtores de alimentos.
• Os benefícios fiscais e as facilidades de acesso ao crédito estão direcionados para a grande indústria,
gerando uma concorrência desleal com os pequenos produtores.
• Ambiente social e político de insegurança. O clima de incerteza nacional altera o comportamento do
consumidor e reduz o consumo.
• São poucos os fornecedores de embalagens e há dificuldade de criação de novos designs a custos
competitivos para os pequenos produtores.
• Falta sensibilização e conscientização do consumidor final acerca do valor dos produtos locais, dos
processos produtivos e da relevância dos pequenos produtores.
15
Terroir é um termo francês e pode ser definido como as condições locais de terra e clima nas quais um determinado produto é cultivado,
influenciando seu paladar.
16
Atualmente Ministério da Agricultura e Pecuária
67
Diretrizes estratégicas específicas para o segmento propostas no documento
AUDIOVISUAL
Forças
• Potencial criativo do setor.
• Existência de festivais de cinema e vídeo (animação, curtas, documentários e outros) que funcionam
como teste de público e de crítica.
• Existência de profissionais capacitados.
• Acesso a equipamentos de produção audiovisual.
• Reconhecimento da crítica.
• Custo de produção mais baixo.
• Potencial e alcance da TV pública (Rede Minas de Televisão).
• Centros de pesquisas, universidades, centros de formação em audiovisual - educação formal e
informal.
• Existência de Arranjos Produtivos Locais (APL) e redes entre os agentes do setor.
• Arquivo Público Mineiro (acervo fílmico de Minas Gerais); Museu da Imagem e do Som de Belo
Horizonte (MIS-BH).
• Existência de múltiplas entidades representativas do setor.
• Disponibilidade de cinquenta mil horas na Rede Minas para a veiculação dos trabalhos.
• Grande parte dos profissionais possui formação autoral (animação, por exemplo), mas necessitam
viabilizar a escala de produção.
• Existência da Minas Film Commission.
Fraquezas
• Pulverização dos agentes.
• Mercado versus produção autoral.
• Não existem políticas de restauro e de espaços para guarda de equipamentos.
• Deficiências da política de preservação.
68
• Evasão de talentos (perda de profissionais para outros estados).
• Insuficiência das alternativas de fomento.
• Deficiências de infraestrutura.
• Falta de digitalização de acervos.
• Carência de roteiristas.
• Deficiência na atração de talentos de outros estados.
• Elevada carga tributária para compra de equipamentos (substituição tributária).
• Tributação de aproximadamente 22% incidente em equipamentos de áudio e vídeo.
• Gargalo logístico para importação de equipamentos. No "porto seco" faltam funcionários e há muita
burocracia para desembaraço de carga.
• Dificuldade para locação de equipamentos: as locadoras estão fechando.
• Deficiência no fomento (falta continuidade).
• Ausência de financiamento para segmentos específicos do audiovisual.
• Ausência de um fundo setorial do audiovisual em Minas Gerais.
• Falta de uma gestão profissional nas produtoras, o que tem gerado modelos de negócios imaturos.
• Falta de conhecimento dos mecanismos de fomento, sobretudo de coprodução nacional e
internacional.
• Ausência de um sistema de informações e de dados para o setor. 21 Informalidade do setor.
• Pouco envolvimento dos produtores mineiros com produtoras de outros estados brasileiros.
• Falta de interação com outros players do mercado para alavancar produções.
• Inexistência de agentes de distribuição em MG: o problema está na distribuição e na circulação das
produções ("Não somos vistos").
• Baixa autoestima do profissional de audiovisual relativamente ao eixo São Paulo-Rio.
• Deficiências dos circuitos de exibição regionais (número insuficiente, deficiência de infraestrutura).
• Ausência de salas de cinema no interior e de política de interiorização.
• Falta de investimento na produção de tecnologias para audiovisual, incluindo software e hardware.
• Formação precária em empreendedorismo e modelos de negócios.
• Marco regulatório da legislação tributária estadual.
• Deficiência de políticas públicas de descentralização e regionalização.
• Baixa adesão das empresas patrocinadoras e das produtoras mineiras à lei do audiovisual
• Deficiência de políticas de fomento para tradução de publicações especializadas referenciais
(internacionais e nacionais): há poucas publicações e pesquisas traduzidas.
• Pouca concretização das transmídias.
• Games ainda não são considerados como audiovisual.
• Curtas estão sem investimento no mercado e com recursos insuficientes em relação ao previsto pela
Lei do Curta.
• Carência de formação em empreendedorismo para projetos sustentáveis em audiovisual.
• Falta de espaços públicos para experimentação em audiovisual.
• Falta de janela para a ficção.
• Falta política atrativa para que as filmagens sejam realizadas em Minas Gerais (e em Belo Horizonte).
• Falta de agência mediadora em Minas Gerais como as que existem no Rio de Janeiro e em São Paulo.
• Dependência da Agência Nacional do Cinema (Ancine).
• Falta de conteúdo mineiro de projeção nacional.
• Ausência de veículos mineiros de comunicação de projeção nacional.
Oportunidades
• Cenários naturais; patrimônio histórico-cultural.
• Multiculturalismo e diversidade.
• Políticas públicas voltadas para a área (em processo de desenvolvimento).
• Parcerias estratégicas (Fiemg, setor privado, Sebrae).
• As questões citadas nos debates referem-se a oportunidades teóricas ou ideais, ou mesmo
proposições para o setor.
• Legislação (exibição nas escolas).
• Parcerias com as TVs.
69
• Localização estratégica de Minas Gerais (boa para o turismo).
• Legislação nacional (Fundo Setorial), TV a cabo.
• Nova economia (economia criativa).
• Diversos segmentos de público.
• Produção para TV a cabo.
• Feiras, festivais, encontros, intercâmbio com os players.
• Formação e qualificação para novos formatos.
• Formação e qualificação para apresentação de projetos em editais estaduais e nacionais.
• Formação e qualificação para técnicos nas diversas áreas do audiovisual.
• Uso de TVs públicas para distribuição.
• Constituição da Câmara do Audiovisual na Fiemg.
• Desenvolvimento de política e laboratórios para TV digital (interatividade, aplicativos em ginga etc.).
• Ramo da economia que colabora com o desenvolvimento econômico.
• Novas salas de cinema em BH (mais modernas).
• Trocas com o setor musical.
• Webséries.
• Transmídia.
• Foco no direito de acesso.
• Midiaparque, Ancine, Sedectes (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior17) são fonte de acesso a recursos.
• Telespectador que sabe o que quer.
• Novas tecnologias, internet.
• Profissionais bons e baratos no mercado nacional.
• Produções para a televisão, uma vez que só metade da população brasileira tem acesso à internet.
Ameaças
• Políticas de preservação do patrimônio e da memória contemplam pouco o audiovisual. 2
Concentração das produções no eixo Rio de Janeiro - São Paulo.
• Inexistência de cotas específicas na legislação do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) para produção
em Minas Gerais.
• Despreparo de técnicos de base para atuar no audiovisual.
• Desconhecimento da capacidade de produção de Minas Gerais pelos grandes players nacionais.
• Ausência de empresas âncoras produtoras no estado.
• Desmantelamento das políticas nacionais, estaduais e municipais.
• Ausência de um núcleo de teledramaturgia (articulação com universidades, Organizações Não
Governamentais - ONGs - e grupos culturais).
• Falta de uma agência de desenvolvimento, fomento e regulação para o audiovisual em Minas Gerais.
• Ausência de recursos específicos de distribuição e divulgação de projetos audiovisuais.
• Falta de política de educação integral.
• Falta de estruturação para acessar os recursos de audiovisual.
• Somente 50% da população tem acesso à internet.
• Focar só no sucesso de público.
Diretrizes estratégicas específicas para o segmento propostas no documento
17
Atualmente SEDE – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico
70
• Elaborar políticas públicas que estimulem a pesquisa na área do audiovisual e que garantam a
conservação, preservação e acesso público ao acervo existente.
• Criar uma estrutura de governança e desenvolvimento institucional que tenha como objetivo principal
a ampliação da capacidade criativa e produtiva do setor audiovisual mineiro; em especial, criação de
um sistema de informações capaz de subsidiar, permanentemente, o planejamento, a formulação de
estratégias e de ações de estruturação para o setor.
MODA
Forças
• Localização geográfica de Minas Gerais e sua grande extensão territorial (diversidade de climas, de
materiais e de culturas).
• Alta credibilidade dos profissionais mineiros do ramo da moda.
• Profissionais muito qualificados no exercício de várias etapas da produção, notadamente da criação
(estilistas).
• Qualidade das escolas, cursos formais de moda, eventos, além de concursos e do Museu da Moda de
Belo Horizonte (Mumo)
• Valor diferenciado do segmento moda festa.
• Produção com qualidade de acabamento.
• Mercado externo absorve produtos com diferencial: acessórios e roupas do tipo handmade.
• Potencial do artesanato mineiro de agregar valor à moda.
• Crescimento do interesse dos mineiros por cursos tradicionais ligados à moda, como corte, costura e
bordados.
• Novas gerações valorizam a cultura local.
• Efervescência de novas ideias.
• Organização de diversos pequenos produtores em rede, dotados de diferentes habilidades produtivas
complementares.
• Ambiente de florescimento de startups no estado favorece jovens empreendedores.
• Já foi criado um grupo (ponto focal) de empresas do setor de vestuário e acessórios para começar a
atuar efetivamente em parcerias com órgãos públicos e entidades de classe.
• 35% das exportações nacionais de lapidação de gemas e artefatos de ourivesaria e joalheria são de
Minas Gerais.
Fraquezas
• Atores não se enxergam enquanto setor econômico do estado de Minas Gerais.
• Cadeia produtiva desconexa e desarticulada, inclusive organizações públicas e de fomento, como
Sebrae e Fiemg, por exemplo.
• Inacessibilidade aos empresários da indústria têxtil por outros agentes da cadeia da moda.
• Gargalo do setor: informações não são compartilhadas.
• Foco na criação, mas há uma série de dificuldades em finalizar o processo, até a efetivação da venda
ao consumidor.
• Maior poder de controle dos representantes comerciais junto às lojas varejistas em relação aos
fabricantes de produtos de moda (vestuário, acessórios e calçados).
• Perda da noção de valor dos produtos pelos varejistas e consumidores devido à desinformação de
muitos dos representantes comerciais.
• Carência de investidores no ramo da moda (parcerias).
• Acesso a matérias-primas (muitas são de fora de Minas Gerais).
• Sobrecarga tributária, especialmente em relação às empresas de menor porte (provoca, inclusive, o
aumento da informalidade).
• Problemas localizados de remuneração em relação à produção em escala industrial.
• Predominância de modelos de negócios tradicionais, poluentes e intensivos em mão de obra. Muitos
processos produtivos estão obsoletos (principalmente o parque industrial têxtil).
71
• Falta a base: formação de mão de obra qualificada para a execução de atividades relevantes para a
alta costura, que acabaram sendo menos valorizadas (modelagem, costura à mão, arremate, dentre
outras). Inclusive, há carência de vários cursos de formação afins.
• Aos talentos em criação falta a formação básica em empreendedorismo e administração de empresas.
• Desconexão entre academia e mercado (são formados muitos estilistas em que é dado foco na
criação, e o mercado requer também profissionais com outras habilidades).
• Empresários do setor pouco qualificados quanto às bases para a adequada administração dos
negócios.
• Materiais de descarte ainda são pouco reaproveitados em novas alternativas de uso.
• Não se dá preferência aos fornecedores locais nem mesmo quando os eventos são organiza- dos no
próprio estado, uma vez que essa seria uma forma de incrementar a cadeia local dando-lhe maior
visibilidade.
Oportunidades
• Integração com plataformas de comércio internacional.
• Poder de transformação social da moda.
• Consciência crescente da necessidade de reciclagem e reaproveitamento de resíduos.
• Tendência de crescimento da demanda dentro do segmento de slow fashion18.
• Fortalecimento da economia colaborativa.
• Gosto de parte dos consumidores pela vivência da cultura local.
• Relevância crescente do mercado consumidor à rastreabilidade dos produtos.
• Tendência de uso das novas tecnologias na manufatura, como bio, nano e robótica, em um contexto
de customização.
• Aumento crescente da consciência das pessoas quanto à necessidade de garantir a sustentabilidade
dos processos produtivos e do consumo.
• Potencial de internacionalização de produtos acabados diferenciados (peças de vestuário, calçados e
acessórios).
Ameaças
• China: indústria têxtil.
• Infidelidade dos consumidores.
• Vendas via internet em plataformas de e-commerce: massificação.
• Presença cada vez maior de lojas internacionais que seguem o modelo de negócios fast fashion.
• Queda mundial dos preços em função do uso de mão de obra análoga à escravidão.
• Incentivos fiscais dados a empresas têxteis por outros estados como Ceará e São Paulo.
• Imediatismo/hedonismo dos consumidores conjugado ao seu maior acesso a informações
compromete o tradicional calendário da moda, ao qual estão atrelados os eventos e feiras nacionais e
internacionais mais relevantes, inclusive o Minas Trend.
Diretrizes estratégicas específicas para o segmento propostas no documento
• Apoiar e fortalecer o incipiente grupo focal de empresas mineiras, criado inicialmente com o objetivo
de atuar e estreitar parcerias das empresas privadas com órgãos públicos e entidades de classe.
• Desenvolver pesquisas e levantamentos de dados que permitam mapear com maior profundidade o
segmento criativo da moda, levando em consideração a complexidade da cadeia produtiva.
• Conhecer e avaliar o potencial nacional e internacional de crescimento do mercado da moda dentro
do segmento slow fashion, como uma via alternativa para as empresas mineiras do ramo se
esquivarem da voraz concorrência que impera atualmente na indústria tradicional.
• Aproximar profissionais da academia e instituições profissionalizantes das empresas privadas que
atuam no mercado da moda, no sentido de discutir e avaliar a necessidade de adequar programas e
grades curriculares dos diversos cursos para sanar as deficiências de conhecimentos e, também, as
18
O conceito de fast fashion (ou “moda rápida”, em português) é um modelo de negócio e de fabricação de moda que tem como base a
produção de peças e novos modelos em curto espaço de tempo. O movimento slow fashion (ou “moda devagar”), que preza pela utilização
de materiais recicláveis e tecidos orgânicos em sua confecção, além de buscar transparência em suas relações de trabalho.
72
necessidades de desenvolvimento de competências requeridas pelos estudantes e profissionais já
inseridos no mercado de trabalho.
MÚSICA
Forças
• Realização, há cinquenta anos, do Festival de Inverno da UFMG, diverso e plural.
• Anos 1980 - a música independente ganha força. Efervescência cultural, importância dos produtores
locais.
• Surgimento, nos anos 1960, do movimento musical Clube da Esquina.
• O setor da música em Minas Gerais avançou de 2005 a 2012: surgimento de associações, maior
internacionalização.
• Minas Gerais é o terceiro estado que mais arrecada direitos autorais no Escritório Central de
Arrecadação e Distribuição (ECAD).
• Programa de música instrumental mineira será transmitido pela Rádio MEC.
• Relevância da Rádio Inconfidência, emissora pública, para a cena musical mineira: é a que possui mais
programas de música independente.
• Os programas da Rádio Inconfidência podem ser baixados e reproduzidos.
• O Programa Música Minas foi pioneiro para viabilizar a participação de artistas mineiros em eventos
culturais no campo da música.
• A música mineira tem grande potencial de exportação.
• Cenário melhor do que em outros locais do Brasil, possibilitando articulações institucionais.
• Credibilidade da música mineira.
• Capacidade de articulação do setor musical.
• Existência do Minas Criativa (linha de financiamento do BDMG para a economia criativa). Necessita
oferecer condições melhores de juros e carência de pagamento. 19
Fraquezas
• Os mineiros são mais tímidos e não apresentam seu trabalho de maneira ostensiva. Fazem muito e
falam pouco, não cuidando da parte institucional.
• Com exceção da banda Sepultura, os artistas independentes não saem para fora das montanhas.
• Grande projeção interna, porém, com dificuldades de exportar a imagem mineira (anos 1980).
• Falta de espaço para os artistas se consolidarem.
• O programa Música Minas foi transformado apenas em edital de passagens aéreas.
• Produção musical rica no Sul de Minas, porém, confunde-se com a produção de São Paulo.
• Viver apenas do mercado mineiro é insustentável (mercado de música independente, principalmente).
• Falta de valorização dos artistas e protagonistas da cena da música em Minas Gerais. Os artistas são
mais valorizados pelo mercado externo do que pelo interno.
• Falta de planejamento de longo prazo (por exemplo, concessão de passagens com apenas um ou dois
meses de prazo. Gasta-se muito mais dinheiro para resultados ínfimos).
• Inexistência de gravadora e de distribuidora de grande porte/relevância em Minas Gerais.
• O público do interior (por exemplo, de Uberlândia) conhece mais os artistas de fora do que os locais.
• Dificuldade de manter os artistas no interior. A maioria deles sai para os grandes centros.
• Mais fácil levar artistas paulistas para o Triângulo Mineiro do que aproveitar músicos mineiros de
outros lugares do estado.
• Distribuição de direitos autorais não é feita de maneira proporcional à arrecadação: estigmatização do
Ecad.
• Proteção ao mercado é pouco discutida. Dever-se-ia, por exemplo, estipular percentual obrigatório de
execução de produção local em rádios.
• Rádios do interior desconhecem o mercado mineiro, trabalham com o que chega até elas.
• Pouca informação no interior sobre a possibilidade de baixar programas e retransmiti-los.
19
A Minas Criativa foi descontinuada por não ter aderência
73
• Dívidas da Rádio Inconfidência para com os direitos autorais dos músicos.
• Falta união no setor musical (existem conflitos e disputas internas): necessidade de horizontalizar.
Cena só existe com união.
• Precariedade na formação de público: as pessoas se acostumaram com eventos gratuitos.
• Instituições musicais relevantes vivem problemas atualmente: Fundação de Educação Artística e
conservatórios estaduais.
• Falta pluralidade na formação dos artistas.
• A Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais era modelar para o Brasil e deixou de ser, em
função das alterações nas contrapartidas.
• Falta de gestores e produtores capazes de fazer conexão com o mercado. Incipiente comercialização e
capacidade de venda. A nova geração está acostumada com as leis de incentivo.
• Diferença entre setor de artes cênicas e musical: enquanto no teatro o trabalho é mais coletivo, no
campo da música falta essa percepção. Seria interessante que estivessem dispostos a ir além do
artístico.
• Deficiência do principal produto (shows): falta padrão de qualidade.
• Descontinuidade de ações estruturantes da cadeia da música. Por exemplo, o programa de música
destinado às rádios do interior: Tons das Gerais, feito por Oscar Neves.
• Falta estratégia no programa Música Minas, atualmente mal gerido.
• Inexistência de uma Agência da Música em Minas Gerais, que trabalhe nos moldes da Agência
Nacional do Cinema (Ancine).
• A música não ocupa espaço no Circuito da Praça da Liberdade, apesar da existência de espaços
adequados para tal como o teatro da Biblioteca Pública.
• Não há avaliação do Música Minas, só existem especulações. Os dados do programa não são
analisados, apesar de sua existência.
• Faltam pesquisas, dados e registros na área.
• Faltam dados e indicadores para o desenho e avaliação das políticas públicas da música. O trabalho se
realiza, muitas vezes, com dados empíricos de artistas e produtores.
• Faltam políticas de fomento, com editais específicos, para palcos permanentes.
• Faltam editais específicos para eventos calendarizados (festivais tradicionais, como o Festival de
Cultura Popular do Vale do Jequitinhonha - Festivale).
• Faltam projetos de comunicação no interior.
• Fiemg investe de forma desproporcional na moda em relação aos outros setores.
• A Lei de Incentivo à Cultura não reconhece a necessidade de remuneração decente para os recursos
humanos do setor da música.
• Dificuldade de administração de egos.
• Necessidade de os donos das casas de shows também terem noção de gerenciamento de empresas
(outros produtos além da bilheteria).
• Limites da Lei de Incentivo à Cultura que promove o entretenimento e os festivais e não estimula o
artista a pesquisar.
• Não existem recursos tecnológicos suficientes para levar o conteúdo até as rádios do interior ou à
sociedade.
Oportunidades
• Campanha de popularização da música, nos moldes da Campanha de Popularização do Teatro.
• Aliança com o audiovisual para a criação de trilha sonora, capitalizando o setor da música (renda
provinda de direitos autorais e possibilidade de projeção do artista). A Lei Federal de Incentivo ao
Audiovisual está sancionada até 202220. A música fornece o conteúdo e o audiovisual tem a forma e o
financiamento.
• Mercado mundial.
• Festivais no interior de Minas Gerais.
• Trabalhar juntamente com Secretaria de Estado de Educação e outros órgãos afins, visando formar
uma "cultura da curiosidade" na população.
20
Em 2017 o então Presidente Michel Temer vetou a prorrogação da lei do audiovisual. Em 2020 a lei nº 14.044, de autoria do deputado
Marcelo Calero e relatoria da deputada Jandira Feghali, prorrogou a validade pelo menos até 2024.
74
• Aliança entre Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD) e a União Brasileira de
Compositores (UBC).
• Streaming reeduca o público para usar a obra de forma remunerada.
• O conceito de produto cultural comercializável já é mais aceito do que anteriormente.
• Aumento de arrecadação de direitos autorais.
• Casa Minas na Avenida Paulista pode ser espaço de repercussão da cultura mineira.
• Utilização do espaço do prédio verde da Praça da Liberdade pelo setor da música.
• Investimento do Estado na economia criativa, frente à crise das commodities.
• A internet é mais democrática, mas não completa. Necessidade de trabalho corpo a corpo e de
humanizar relações.
• A lei de direitos autorais reconhece a arrecadação dos direitos conexos no audiovisual. Contudo, isso
não acontece no exterior.
Ameaças
• Negócio da música ainda é ditado por grandes potências como Estados Unidos e Inglaterra. "Por estilo
e por necessidade, copiamos o que é feito lá fora".
• No Brasil não se tem cultura da curiosidade.
• As leis de incentivo engessam o mercado, criam dependência. Após a aprovação dos projetos na lei,
nem sempre se consegue o patrocínio; trata-se de um processo lento e burocrático.
• Financiamento: não se tem dinheiro efetivo para trabalhar no setor cultural, juros excessivos e prazos
de carências insuficientes.
• Início da pirataria nos anos 1990 prejudicou as gravadoras.
• Minas Gerais alimenta o mercado paulista há cinco anos; a Lei Estadual de Incentivo à Cultura
alimenta artistas de fora ao invés de investir em artistas mineiros.
• Inexistência de um modelo para desenvolvimento da música em âmbito mundial (a antiga matriz
ainda não foi substituída).
• O governo criou uma lógica de mercado dependente do Estado e agora, com a diminuição de recursos,
está abandonando, desestruturando carreiras e produtoras.
• Estado reduziu abruptamente a contrapartida obrigatória da Lei de Incentivo e não repôs o recurso,
acentuando o papel do patrocinador no processo.
• Atual política pública federal vai limitar a educação musical nas escolas, que exerce uma função
relevante na formação do público.
• Dificuldades de arrecadação por meio dos direitos autorais e ainda conseguir que essa distribuição
venha para Minas Gerais.
• Editais de lei de incentivo não permitem que artistas recebam remuneração do Ecad, pois acreditam
que é remuneração dupla.
• A crise afetou o número de shows. Setembro de 2016 foi o pior em termos de distribuição de
execução pública dos últimos anos.
Diretrizes estratégicas específicas para o segmento propostas no documento
• Fortalecer o papel da Rádio Inconfidência, para que se consolide em todo o estado, por meio da
estipulação de um percentual obrigatório de execução da produção dos músicos mineiros, e da
ampliação do número de programas de divulgação da música tradicional e independente.
• Ampliar a articulação entre a Rádio Inconfidência, a Rede Minas, o Palácio das Artes, as casas de
shows e espetáculos e demais instituições responsáveis pela política estadual para a cadeia produtiva
do segmento da música, com o objetivo de expandir o mercado para a música mineira.
• Desenvolver campanha de popularização da música, aos moldes da Campanha de Popularização do
Teatro.
• Aumentar os festivais pelo interior de Minas Gerais, contemplando a música e os músicos do estado.
• Investir na divulgação da música no interior de Minas Gerais como forma de aumentar e proteger o
mercado interno.
• Ampliar o debate sobre a questão da proteção do mercado, a exemplo de Pernambuco, que consome
a própria música e promove sua imagem de uma “Nação Cultural”
75
• Reforçar a valorização dos artistas e protagonistas da cena da música mineira no próprio estado
• Criar formas de financiamento compatíveis com as características do setor musical, com juros, prazos
e carência adequados à dinâmica de produção e comercialização.
• Adequar e melhorar as condições de juros e carência do programa do Banco de Desenvolvimento de
Minas Gerais (BDMG), Minas Criativa, às características dos empreendimentos criativos.
• Buscar mecanismos para unir o setor musical, para diminuir conflitos e disputas internas, já que a cena
musical só se fortalecerá com a união dos diversos grupos.
• Criação de uma agência da música no estado, para dar efetividade à lei geral da música, nos moldes da
Ancine, em seus aspectos de regulamentação do setor, acordos, proteção, financiamento e rede de
informação
• Dialogar com a Secretaria de Estado de Educação: programas de música dentro da escola;
• Fortalecimento de circuitos, amparo às casas que trabalham com música autoral;
• Avaliação do programa Música Minas, visando a criação de novas formas de gestão, com definição de
indicadores de monitoramento, de estratégias de ação, com objetivo de ampliar a participação dos
artistas.
• Realização da concessão de passagens seguindo um planejamento de longo prazo, o desenvolvimento
de carreiras e relacionamentos.
• Aumentar recursos do programa e definir estratégia de posicionamento nas feiras com vistas à criação
de novos mercados.
• Desenvolver projetos de comunicação no interior de Minas Gerais.
• Fortalecer o papel da Rádio Inconfidência, para que se consolide em todo o estado, por meio da
estipulação de um percentual obrigatório de execução da produção dos músicos mineiros, e da
ampliação do número de programas de divulgação da música tradicional e independente.
• Ampliar a articulação entre a Rádio Inconfidência, a Rede Minas, o Palácio das Artes, as casas de
shows e espetáculos e demais instituições responsáveis pela política estadual para a cadeia produtiva
do segmento da música, com o objetivo de expandir o mercado para a música mineira.
• Desenvolver campanha de popularização da música, aos moldes da Campanha de Popularização do
Teatro.
• Aumentar os festivais pelo interior de Minas Gerais, contemplando a música e os músicos do estado.
• Investir na divulgação da música no interior de Minas Gerais como forma de aumentar e proteger o
mercado interno.
• Ampliar o debate sobre a questão da proteção do mercado, a exemplo de Pernambuco, que consome
a própria música e promove sua imagem de uma “Nação Cultural
• Reforçar a valorização dos artistas e protagonistas da cena da música mineira no próprio estado
• Criar formas de financiamento compatíveis com as características do setor musical, com juros, prazos
e carência adequados à dinâmica de produção e comercialização.
• Adequar e melhorar as condições de juros e carência do programa do Banco de Desenvolvimento de
Minas Gerais (BDMG), Minas Criativa, às características dos empreendimentos criativos.
• Buscar mecanismos para unir o setor musical, para diminuir conflitos e disputas internas, já que a cena
musical só se fortalecerá com a união dos diversos grupos.
• Criação de uma agência da música no estado, para dar efetividade à lei geral da música, nos moldes da
Ancine, em seus aspectos de regulamentação do setor, acordos, proteção, financiamento e rede de
informação
• Dialogar com a Secretaria de Estado de Educação: programas de música dentro da escola;
• Fortalecimento de circuitos, amparo às casas que trabalham com música autoral;
• Avaliação do programa Música Minas, visando a criação de novas formas de gestão, com definição de
indicadores de monitoramento, de estratégias de ação, com objetivo de ampliar a participação dos
artistas.
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• Realização da concessão de passagens seguindo um planejamento de longo prazo, o desenvolvimento
de carreiras e relacionamentos.
• Aumentar recursos do programa e definir estratégia de posicionamento nas feiras com vistas à criação
de novos mercados.
• Desenvolver projetos de comunicação no interior de Minas Gerais.
EDIÇÃO DE LIVROS
Forças
• Criatividade de autores, ilustradores e designers.
• Ousadia: apostas em novas linguagens, projetos inovadores.
• Autores de expressão nas áreas de literatura infanto-juvenil e educação.
• Parque gráfico mineiro é excelente.
• Média de leitura em Belo Horizonte é maior que a média brasileira.
• Várias editoras na área de educação com nome e expressão nacional.
• Minas Gerais tem uma cultura erudita, sofisticada.
• Designer gráfico é referência em relação a outros estados.
• Cursos de formação direcionados para edição de livros no Centro Federal de Educação Tecnológica de
Minas Gerais (Cefet-MG).
• O Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale) da UFMG investe na formação de leitores em seu
trabalho junto aos professores.
• Motivação por parte das empresas mineiras em melhorar a capacidade de leitura de seus
funcionários.
• Existência de diversos agentes de leitura.
• Existência de bibliotecas públicas.
• Existência de feiras de livro de rua - Primavera Literária (iniciativa da Liga Brasileira de Editoras - Libre)
• O setor caracteriza- se por grande volume de produção independente.
• Projetos realizados por meio de financiamento coletivo - Catarse.
• O programa Cantinho de Leitura. Esta experiência poderia voltar a acontecer nas cidades polo do
estado.
• Cidades criando academias de letras municipais. Ao todo, são 40 academias de letras no estado.
• Multiplicidade de programas de incentivo à leitura em Minas Gerais.
• As feiras de rua focam na valorização do livro e do autor.
• Considerar ações de política pública que considerem os estoques do setor no estado.
• Existência da Câmara Mineira do Livro.
• Existência da Academia Mineira de Letras.
• Utilização de espaços públicos para eventos de promoção de livros e leitura. Por exemplo, há vários
espaços para projetos como Livro de Graça na Praça.
• Prêmio João de Barro: um prêmio nacional de literatura em Belo Horizonte.
Fraquezas
• Minas Gerais é pouco conhecida na área de literatura adulta.
• Vendedores de livrarias não estão preparados para orientar o leitor e indicar livros. Não são leitores.
• Professores não são leitores.
• As editoras são conservadoras na área de investimento, preferem não se arriscar.
• Deficiência de comunicação entre os atores da cadeia do livro.
• A Câmara Mineira do Livro não consegue articular os diversos atores do setor: faltam recursos
financeiros. A Câmara depende de eventos.
• Falta participação dos atores da cadeia produtiva do livro na Câmara Mineira do Livro: são sempre os
mesmos a participar.
• Modelo de Bienal do Livro de Minas Gerais é excessivamente comercial.
• Faltam espaços atraentes para a leitura nas bibliotecas.
• Faltam bibliotecários que trabalhem na perspectiva de incentivo à leitura.
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• O projeto Teia de Textos é realizado sempre com os mesmos autores.
• Bibliotecas carentes e precárias.
• As informações sobre projetos de leitura e bibliotecas comunitárias estão dispersas e desorganizadas.
• A estrutura de equipamentos das bibliotecas é boa, mas não há uma política de incentivo à leitura.
• Inexiste uma política pública estadual para o livro e a leitura (há política pública para o audiovisual e
para a música, mas não para o livro e a leitura).
• O custo por metro quadrado é altíssimo na Bienal do Livro em Minas. A feira está focada na
comercialização dos livros.
• Excesso de produção no mercado adulto, sem espaços para venda.
• Autor independente usa recursos da Lei de Incentivo e depois não pode comercializar o livro.
• A população brasileira tem baixa capacidade de compreensão de texto.
• Editoras estão fechando e/ou dispensando funcionários.
• Gráficas estão fazendo livros diretamente para o MEC.
• Os programas de compras do governo têm pautado a produção das editoras. Deixaram de produzir
pensando no catálogo. Passou a existir uma receita padrão de fazer livros.
• As livrarias têm de ser mais instigadoras.
• As livrarias recusam livros por falta de espaço, especialmente das pequenas editoras.
• O papel do distribuidor não é valorizado na cadeia produtiva.
• As livrarias estão partindo para comercialização de outros produtos.
• As bancas não são mais pontos de venda de livros.
• Má gestão financeira das livrarias.
• Falta de visão das instituições públicas do estado para o financiamento do setor editorial.
• falta de espaço na mídia local e nacional para divulgação de literatura.
• A mídia local não tem alcance nacional.
• Não há formação de professor leitor.
• Falta criar oportunidades para que a leitura aconteça.
• É incipiente a formação de mediadores de leitura.
• Não há banco de experiências exitosas em práticas de leitura.
Oportunidades
• Projeto Cidades Educadoras.
• Distribuição de livros para as bibliotecas como acontece no Rio Grande do Sul.
• Programa Escritor Itinerante.
• Modelo de comercialização de livros "Booquinistas" de Paris.
• Rede de cidades do Mercosul (Mercocidades): rede de cooperação horizontal integrada, atualmente,
por 303 cidades.
• Programa do Rio Grande do Sul: a cada livro publicado, um é doado para as bibliotecas.
• Redes sociais como uma oportunidade para o trabalho em rede, aproximação dos autores com os
diversos elos da cadeia produtiva. Para os autores, uma oportunidade de divulgar e comercializar seus
livros.
• A lei do preço único é uma oportunidade para a cadeia produtiva do livro.
Ameaças
• Nas avaliações da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil se
encontra entre os últimos lugares em leitura.
• Má gestão financeira e de pessoal das livrarias no país.
• Editoras são dependentes das compras governamentais.
• Criam-se editoras voltadas apenas para os programas de compra do governo federal.
• Falta de controle em toda a cadeia produtiva. Ameaça de inadimplência do setor oculta a realidade do
mercado.
• Crise do setor editorial brasileiro com fechamento de editoras e livrarias.
• Novo formato, novo contexto e vendas pela internet (e-book).
• As editoras estão em crise, com estoques cheios de livros.
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• O governo federal brasileiro é o maior comprador de livros do mundo. Foi criada uma forte
dependência das editoras das compras governamentais.
• A comissão avaliadora das compras governamentais tem tendência a arrogância.
• Classificações best-seller, criadas por blogueiros por meio da internet: pop star nas bienais.
• Sistema de ensino de escolas privadas já ocupa mais da metade da demanda por livros didáticos.
• Redução da compra de livros didáticos nas escolas privadas. Crescimento da produção apostilada de
livros pelas escolas.
• A consignação ameaça toda a cadeia produtiva: editores, distribuidores e livreiros.
Diretrizes estratégicas específicas para o segmento propostas no documento
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• Ausência de uma memória das artes visuais em Minas Gerais.
• Não há uma valorização dos artistas mineiros no contexto local.
• Dependência de recursos públicos para a movimentação de um circuito no campo das artes visuais.
• Descontinuidade das políticas públicas na área cultural.
• Dificuldade de captação de recursos para projetos aprovados em leis de incentivo.
• Dificuldade de divulgar e fazer circular informações sobre a produção de artes visuais e digitais.
• Falta de interlocução entre os agentes do campo de artes visuais e digitais.
• As feiras e festivais realizados no setor possuem proporções locais, gerando visibilidade apenas dentro
do circuito local das artes visuais e digitais.
• As linhas de crédito criadas para o setor beneficiam um segmento muito restrito das artes visuais e
digitais.
• As capacitações ofertadas para o segmento são ainda escassas e pouco estruturadas.
• A cadeia produtiva das artes visuais e digitais ainda está em formação.
• Precariedade dos espaços de difusão dos eventos e programações do setor.
• A maior parte das instituições que compõem o circuito alternativo das artes visuais caracteriza--se por
certa precariedade, devido à escassez de recursos e à ausência de profissionalização da gestão e de
políticas voltadas para a manutenção desses espaços.
• Dificuldade para mensurar os resultados obtidos pelas ações na área da cultura, inclusive no segmento
de artes visuais e digitais.
Oportunidades
• A presença de uma fortuna crítica para gerar o interesse do público e agregar à obra valor cultural e
financeiro.
• Relatórios (Funarte e Ministério da Cultura apresentam as artes visuais como um setor abrangente,
capaz de atuar no âmbito do sensível e do cotidiano).
• Reconhecimento da importância do setor cultural para gerar crescimento econômico. 4 Relevância do
Plano Estadual de Cultura para a implementação das ações no setor.
Ameaças
• Ausência de uma tradição nas artes visuais brasileiras.
• Dificuldade de reconhecer a cadeia produtiva de artes visuais.
• Pouca valorização das artes visuais frente aos outros setores culturais.
• Problema da formação docente e do artista.
• Falta de uma estrutura de serviços que ampare a produção e difusão de artes.
• Não compreensão das artes digitais como um campo que se diferencia das artes visuais.
• Ausência de formalização no setor cultural.
• Dificuldade de acesso aos insumos de criação.
• A área de artes visuais não é autossustentável e necessita de investimentos.
Diretrizes estratégicas específicas para o segmento propostas no documento
• Realizar estudos para identificar as carências e estrangulamentos do segmento das artes visuais e
digitais que dificultam a movimentação do circuito em Minas Gerais
• Promover um fórum com projeção nacional e internacional em Minas Gerais no campo das artes
visuais e digitais de forma sazonal e perene para fomentar, difundir e aumentar a visibilidade da
produção artística local e regional no Estado.
• Ampliar a oferta de cursos de capacitação técnica em nível médio e superior na área de artes visuais e
digitais.
• Ampliar a quantidade de programas de residência artística em Minas Gerais para estimular a formação
continuada de artistas e a sua inserção no mercado
• Formular ações para aumentar o público consumidor de artes visuais e digitais no estado de Minas
Gerais, no sentido de se retomar a prática da visitação a exposições
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DESIGN
Forças
• Minas Gerais conta com uma oferta de serviços de design de altíssima qualidade.
• Crescimento da demanda por design de serviços.
• Rejuvenescimento do empresariado a fim de torná-lo mais receptivo ao design.
• Diversidade de atuação (transversalidade do design).
• Qualidade dos recursos humanos.
• Histórico de pioneirismo em ações de inovação tecnológica e social em vários setores do design.
• Forma de atuar perfeitamente aplicável a setores produtivos diferentes (empreendimentos sociais,
indústrias, pequenas unidades produtivas etc.).
• Matérias primas de qualidade, singularidade e diversidade.
• Tradição no ensino do design.
• Território rico culturalmente: possibilidades para exploração de rotas e eco museus.
• Expressivo número de pequenas unidades produtivas distribuídas pelo estado.
• Parque tecnológico audiovisual atualizado.
Fraquezas
• Mercado cada vez menos consciente da relevância do design, de como ele pode contribuir na
concepção de projetos e não apenas na sua finalização.
• Discurso incoerente vigora no mercado de design, ou seja, entre o que se diz, o que se apresenta
(oferta) e o que se quer comprar.
• O discurso de que o trabalho do designer tem que ser velado, que só se trabalha por amor e não por
dinheiro tem impregnado as empresas do segmento de forma muito prejudicial.
• O mundo não conhece empresas de design de Minas Gerais (MG), só do Rio de janeiro (RJ) e São Paulo
(SP), embora o estado abrigue boa parte das empresas do Brasil.
• O segmento insiste em exaltar o mercado mineiro, sem se preocupar com a sua ínfima relevância em
relação ao mercado fora do estado.
• Ínfima participação de MG nos principais festivais internacionais de design.
• O mundo não conhece o design mineiro (prêmios são fundamentais para as empresas entrarem em
mercados relevantes).
• Os salários não retêm talentos no estado (falta de perspectiva). Histórico de exportação de talentos.
• Sobrecarga de impostos.
• Não há políticas de incentivo, como subsídios fiscais, por exemplo.
• Existem planos de financiamento público de projetos, mas não sabemos como acessá-los ou sequer
falar deles.
• Desinformação generalizada sobre o que é design.
• Desconhecimento recíproco: o setor de design não entende o empresariado e o empresariado não
sabe o que é design.
• Fragilidade das associações profissionais.
• O setor produtivo não consegue materializar a ideia inovadora proposta pelo setor de design. Limitada
capacidade técnica da cadeia produtiva mineira.
• Existência de público consumidor refratário a novidades.
• Empresas manufatureiras e de serviços pouco focadas na criação/inovação.
• Não reconhecimento, por parte das agências de fomento, do saber tácito como potencial produtor de
conhecimento em design e inovação.
• Alta informalidade da cadeia produtiva.
• Falta de articulação da academia com o empresariado e com o governo. Problemas para a
transferência de conhecimento e tecnologia.
• Descompasso do ensino de design frente às inovações.
• Despreparo dos designers para gestão do próprio empreendimento.
• Dificuldades para a criação de empresas de design: alta carga tributária; alto custo de aquisição de
equipamentos específicos e softwares.
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• Falta de linha de financiamento para aquisição de infraestrutura para a autoprodução; falta de
incentivo para autoprodução e para atividades empreendedoras.
• Editais que não contemplam empresas de pequeno porte.
• Descontinuidade das ações e planos de governo. Mudanças das ações em virtude de interesses
particulares. Ausência de política pública para o design.
• Existência de projetos relevantes que não foram viabilizados: Laboratórios Integrados de
Prototipagem no parque tecnológico; Projeto Estrada Real (Fiemg e Fundação de Amparo à Pesquisa
de Minas Gerais - Fapemig); Centro Minas Design.
• Faltam códigos específicos de atividades para o design no Sistema CNAE do IBGE.
Oportunidades
• Publicações que ajudem a divulgar o design. Revista brasileira especializada em design.
• Plano Nacional de Resíduos: exigências legais que favorecem projetos na área de resíduos minerais,
têxteis, madeira e café.
• Internacionalização, exportação.
• Fora do Brasil, prêmios são critérios de compra, de seleção de escritórios de design; prêmios são
certificados técnicos de qualidade dos projetos.
Ameaças
• O modelo tradicional de empresas de design, orientadas pelo briefing, estão acabando. Hoje em dia,
organizações mais proativas produzem e comercializam conteúdo próprio (cursos, workshops, ensino
a distância - EaD).
• São Paulo: o estado oferece serviços de design e serviços de produção de qualidade relativamente
superiores aos demais estados brasileiros, assim como o seu parque tecnológico. Por isso, interfere
diretamente na competitividade dos escritórios mineiros de design. Além disso, também proporciona
menores taxas de impostos e maiores incentivos fiscais que o estado de Minas Gerais.
• China: concentra o desenvolvimento tecnológico centrado na indústria de manufatura; agressividade
econômica aliada ao custo relativamente mais baixo de produção (ameaça à expansão interna e
externa do produto mineiro).
Diretrizes estratégicas específicas para o segmento propostas no documento
• Criar uma revista especializada em design, com formato, conteúdo e linguagem inovadores.
• Adotar políticas públicas de estímulo para as empresas mineiras de design expandirem seu mercado
de atuação além das fronteiras do estado.
• Criar parcerias entre escritórios de design, associações profissionais do segmento, o poder público
(União, estado e municípios), empresas e representantes da sociedade civil, com o objetivo de
conhecer os instrumentos de políticas públicas existentes, bem como propor a formulação de novas
políticas públicas, destinadas a estimular a reutilização e a reciclagem de resíduos sólidos, de forma a
fomentar o desenvolvimento de soluções inovadoras para melhorar a sustentabilidade e a
competitividade da produção de bens e serviços em Minas Gerais.
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