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Cine Santa Tereza apresenta 4ª edição da “Mostra

Periferia Cinema no Mundo”


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Divulgação/PBH

criado em 07/12/2023 - atualizado em 07/12/2023 | 17:43

Um dos principais destaques do Circuito Municipal de Cultura em dezembro, a “Mostra


Periferia Cinema no Mundo” chega à quarta edição neste ano, seguindo o propósito de
apresentar um panorama da recente produção cinematográfica nascida nas periferias de
Belo Horizonte e Região Metropolitana. Realizado pelo Cine Santa Tereza, o evento
acontece de terça-feira (12) a domingo (17), com uma programação que inclui 16 filmes,
uma retrospectiva de videoclipes e sessões comentadas. Todas as exibições são
gratuitas, mediante retirada prévia de ingressos on-line ou na bilheteria do cinema meia
hora antes das sessões. Mais informações nas redes e no site do Circuito Municipal de
Cultura, projeto realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da
Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o
Instituto Odeon.

A “IV Mostra Periferia Cinema no Mundo” celebra e reafirma o vigor e a força de uma
produção concebida por cineastas oriundos da periferia, ou que vivenciam o cotidiano
periférico. Na quarta edição, a Mostra exibe filmes de diretores como Meibe Rodrigues,
Higor Gomes, Karen Suzane, Marcelo Lin, Desali, Dea Vieira. Com obras realizadas no
bairro Primeiro de Maio, em Nova Contagem e Sabará, a programação apresenta
produções que atravessam temas como o Congado e a espiritualidade afro mineira, as
vivências da juventude negra e periférica, a memória e a atualidade das lutas sociais e
políticas da periferia, entre outras.

Para a diretora de Promoção das Artes da Fundação Municipal de Cultura, Paula Senna,
uma das grandes virtudes da Mostra é contribuir para promover o acesso e a difusão
desta expressiva produção. “Realizar uma programação como essa é como colocar uma
lupa em uma produção que está aí, que tem ampliado seu espaço e que merece ser
vista cada vez mais, por mais pessoas. Para o Cine Santa Tereza, poder estar junto
nesse processo que mostra a riqueza da produção cinematográfica que existe nesses
territórios, é muito importante”, afirma.

Programação

A IV Mostra Periferia Cinema do Mundo começa nesta terça-feira (12), às 19h, com uma
sessão comentada que tem a participação dos cineastas Higor Gomes e Karen Suzane,
e que exibe dois filmes mineiros premiados em importantes festivais de cinema nacional.
“Nunca pensei que seria assim” (2022), de Meibe Rodrigues, propõe, através de

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memórias do próprio passado da artista, uma reflexão sobre negritude e escrevivência. O
curta-metragem ganhou, em 2023, o título de “Melhor Filme” da Mostra Curtas
Catarinenses e Latinos pelo júri oficial, e também o prêmio de "Melhor Filme" da Mostra
Competitiva Minas, no 25º Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte.

Já “Ramal” (2023), de Higor Gomes, que também compõe a sessão de abertura, traz um
grupo de jovens que, protegidos pelas montanhas que cercam a Vila Marzagão, na
periferia da cidade de Sabará, divertem-se sobre suas motocicletas em um viaduto sem
saída, conhecido pelos moradores da região como ramal ferroviário. O curta-metragem
recebeu o "Prêmio da Crítica Abraccine" - Associação Brasileira de Críticos de Cinema e
de "Melhor Filme de Curta-metragem", no 12º Olhar de Cinema – Festival Internacional
de Curitiba; além do "Prêmio 10+ favoritos do público", no 34º Festival Internacional de
Curtas de São Paulo - Curta Kinoforum. O filme "Ramal" volta a ser exibido na “IV Mostra
Periferia Cinema do Mundo” no dia 15, sexta-feira, às 19h.

Na quarta-feira (13), às 19h, serão exibidos dois lançamentos: "Coragem", de Karen


Suzane, e “7 giras passageiras” (2023), de Denise dos Santos, Luana Costa e Michelle
Sá. "Coragem" é um filme de ficção que conta a história de Bia, uma jovem mulher negra
bem-sucedida, fruto de um relacionamento inter-racial, que após um tempo rejeitando
seus traços e sua origem, passa a percorrer um caminho permeado de contações de
histórias e de festejos de rua da periferia, para a restauração e a assunção da negritude.
"7 giras passageiras", por sua vez, traz relatos subjetivos, auto-percepções e narrativas
biográficas de sete mulheres negras, sobre realidades abusivas e violentas. O filme
apresenta recortes do cotidiano de Creuza Ezequiel, trabalhadora doméstica; Nívea
Sabino, artista independente moradora da Região Metropolitana de BH; Jéssica Angel,
estudante secundarista; Yunni Anumaréh, produtore cultural não binárie; Maria da Penha
Siqueira, trabalhadora da educação; Lucinea Santana, mãe de um jovem privado de
liberdade; e Andréia de Jesus, primeira deputada negra eleita na história da Assembleia
Legislativa de Minas Gerais.

A Mostra continua, na quinta-feira (14), a partir das 19h, com uma sessão de curtas-
metragens que abordam o Congado, os Reinados e a espiritualidade afro mineira. Serão
exibidos “Kalunga do Rosário” (2023), em que Capitão Washington (Kamugenan) registra
com olhar sensível a espiritualidade do Reinado de Nossa Senhora do Rosário, na
Irmandade Os Leonídios, em Oliveira (MG); “Vidas do Rosário” (2022), do premiado
diretor Marcelo Lin, cuja história se passa na Comunidade dos Arturos, em Contagem,
onde a jovem Dandara questiona a noção de progresso, e o apagamento da memória e
dos desejos de sua comunidade; e “Zé do Congado” (2023), de Dea e Marcus Vieira, que
acompanha um recorte do Congado tradicional da comunidade Cabana do Pai Tomás,
em Belo Horizonte, trazendo a história de Zé do Congado, um dos primeiros moradores
da comunidade e mestre do Congado em questão.

Na sexta-feira (15), três curtas experimentais tratam poeticamente as vivências da


juventude negra e periférica. O primeiro deles é “Corpovivência” (2022), de Sheyla
Bacellar e Sandra Sawilza, que ilustra a afetação de marcas e vivências no corpo de
uma mulher negra, embalado pelos sons naturais do local e pelos ritmos do samba e do

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funk. Norteado por sensações expressas através de movimentos livres e/ou
coreografados, o curta faz referência direta à dança de rua, ao Hip Hop, ao
contemporâneo e a outras influências vividas pela bailarina Sheyla Bacellar.

Já o documentário “Na boca do leão” (2022), de Kiandewame Samba, apresenta uma


narrativa do tempo na presença do homem, com as simbologias que carregam os
grandes centros urbanos contemporâneos, trazendo à tona os “destroços coloniais” e
mostrando como “jovens guerreiros urbanos” constroem suas “re-existências”. Fechando
a sessão,será exibido “Estudo para uma pintura o lavrador de café” (2023), do artista
visual Desali, que documenta a criação de uma pintura durante a pandemia. Inspirado na
obra "O Lavrador de Café" de Portinari, o curta-metragem utiliza imagens que fazem
pequenas releituras de diversas pinturas do artista para formar novas imagens, traçando
uma jornada visual que celebra a transformação e a beleza mesmo em meio à
adversidade.

No sábado (16), às 16h30, serão exibidos os documentários "Fé que canta e dança"
(2023), realizado pela Renca Produções e Gabriela Matos, que durante dois anos
acompanharam o cotidiano da Irmandade de Congo e Moçambique de Nossa Senhora
do Rosário e São Benedito, do Morro do Papagaio; e "Primeiro de Maio Lugar de
Memória" (2023), de Thiago Pacheco e Nego Dê, filme que conta a história de uma
comunidade cujo nome carrega a referência ao dia simbólico da luta internacional dos
trabalhadores. A sessão será comentada pelos realizadores do documentário e por
representantes da comunidade do bairro Primeiro de Maio.

A interseção entre audiovisual e música também aparece na programação da IV Mostra


Periferia Cinema do Mundo. No dia 16, sábado, às 19h, é a vez da “Retrospectiva de
Videoclipes do P.drão”, um dos produtores de audiovisual mais conhecidos do atual
cenário musical do Brasil. Pioneiro da produção de clipes independentes na periferia,
com foco principalmente no funk e no rap, P.drão já assinou trabalhos de artistas em São
Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e, claro, Minas Gerais. Com mais de três milhões de
visualizações em seu canal no YouTube, criou a “P.drão Videoclipes” e, desde 2006, tem
possibilitado o acesso de vários jovens de baixa renda a este tipo de produção. Na
Mostra, o produtor apresenta alguns clipes de rap e funk realizados em 2023.

Integrando a sessão de videoclipes, às 19h, no dia 16, será exibido também o drama
musical, "No início do mundo" (2023), dirigido por Gabriel Marcos. Ambientado na
periferia de Contagem, o filme apresenta Vitor e Katlyn, dois jovens que sentem, todos os
dias, a falta de perspectiva que os rodeia. Entre ônibus lotados, a descoberta da
sexualidade e as responsabilidades em um lar fragilizado, crescer se torna uma tarefa
ainda mais difícil. O curta-metragem, que aborda a diferença entre classes sociais,
homofobia, racismo e fanatismo religioso, recebeu os prêmios de "Melhor Filme" do 2o
Olhar Periférico Festival de Cinema, do V Festival Brasileiro de Filmes sobre Mobilidade
Urbana e do 30o Festival de Cinema de Vitória.

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Fecham a “IV Mostra Cinema Periferia no Mundo”, no dia 17, domingo, dois longa-
metragens que abordam a violência social e política nas periferias - ontem e hoje. O
primeiro, às 16h30, é “Colina” (2023), de Chiquinho Matias, documentário que conta a
história da “Colina” (Comando de Libertação Nacional), organização guerrilheira que se
originou em BH e Região Metropolitana, e que lutou contra a ditadura militar. Às 19h, a
programação traz para as telas de Belo Horizonte um registro ficcional da periferia da
cidade de Rio Branco, no Acre, com a exibição do filme “Noites Alienígenas” (2022), de
Sérgio de Carvalho. O longa-metragem narra a história de três amigos que
acompanham, em um contexto trágico, a chegada das facções criminosas do Sudeste do
Brasil para a Amazônia. Na trama, Rivelino (Gabriel Knox), Sandra (Gleici Damasceno) e
Paulo (Adanilo), amigos de infância que cresceram na periferia de Rio Branco, capital do
Acre, se reencontram a partir de uma tragédia em comum. Abordando os conflitos de
uma sociedade impactada pela violência, a obra é inspirada no romance homônimo
escrito por Sérgio de Carvalho.

Sobre o Circuito Municipal de Cultura

O Circuito Municipal de Cultura foi criado com o compromisso de oferecer uma


programação contínua, em diversos formatos, a partir de ações descentralizadas nas
nove regionais da PBH. Desde então, o projeto tem realizado shows, espetáculos
cênicos, intervenções urbanas, exibição de filmes e mostras temáticas, além de
atividades de reflexão e formação em diferentes linguagens artísticas, reforçando seu
importante papel de fomento.

Entre dezembro de 2019, quando foi lançado, e agosto de 2023, data que marcou o fim
do Ano III, o Circuito Municipal de Cultura realizou 928 atividades artísticas e culturais,
que alcançaram um público estimado de aproximadamente 535 mil pessoas. Incluindo
ações presenciais, virtuais e híbridas, a programação ocorrida durante esse período
histórico do projeto movimentou a contratação de 5.248 artistas e profissionais técnicos
da cadeia produtiva da cultura.

Serviço | Circuito Municipal de Cultura

“IV Mostra Cinema Periferia no Mundo”

Quando. De 12 a 17 de dezembro
Onde. Cine Santa Tereza (Rua Estrela do Sul, 89 - Santa Tereza)
Quanto. Entrada gratuita mediante retirada prévia de ingressos on-line on-line ou na
bilheteria do cinema meia hora antes das sessões

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