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Divulgação/PBH
A “IV Mostra Periferia Cinema no Mundo” celebra e reafirma o vigor e a força de uma
produção concebida por cineastas oriundos da periferia, ou que vivenciam o cotidiano
periférico. Na quarta edição, a Mostra exibe filmes de diretores como Meibe Rodrigues,
Higor Gomes, Karen Suzane, Marcelo Lin, Desali, Dea Vieira. Com obras realizadas no
bairro Primeiro de Maio, em Nova Contagem e Sabará, a programação apresenta
produções que atravessam temas como o Congado e a espiritualidade afro mineira, as
vivências da juventude negra e periférica, a memória e a atualidade das lutas sociais e
políticas da periferia, entre outras.
Para a diretora de Promoção das Artes da Fundação Municipal de Cultura, Paula Senna,
uma das grandes virtudes da Mostra é contribuir para promover o acesso e a difusão
desta expressiva produção. “Realizar uma programação como essa é como colocar uma
lupa em uma produção que está aí, que tem ampliado seu espaço e que merece ser
vista cada vez mais, por mais pessoas. Para o Cine Santa Tereza, poder estar junto
nesse processo que mostra a riqueza da produção cinematográfica que existe nesses
territórios, é muito importante”, afirma.
Programação
A IV Mostra Periferia Cinema do Mundo começa nesta terça-feira (12), às 19h, com uma
sessão comentada que tem a participação dos cineastas Higor Gomes e Karen Suzane,
e que exibe dois filmes mineiros premiados em importantes festivais de cinema nacional.
“Nunca pensei que seria assim” (2022), de Meibe Rodrigues, propõe, através de
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memórias do próprio passado da artista, uma reflexão sobre negritude e escrevivência. O
curta-metragem ganhou, em 2023, o título de “Melhor Filme” da Mostra Curtas
Catarinenses e Latinos pelo júri oficial, e também o prêmio de "Melhor Filme" da Mostra
Competitiva Minas, no 25º Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte.
Já “Ramal” (2023), de Higor Gomes, que também compõe a sessão de abertura, traz um
grupo de jovens que, protegidos pelas montanhas que cercam a Vila Marzagão, na
periferia da cidade de Sabará, divertem-se sobre suas motocicletas em um viaduto sem
saída, conhecido pelos moradores da região como ramal ferroviário. O curta-metragem
recebeu o "Prêmio da Crítica Abraccine" - Associação Brasileira de Críticos de Cinema e
de "Melhor Filme de Curta-metragem", no 12º Olhar de Cinema – Festival Internacional
de Curitiba; além do "Prêmio 10+ favoritos do público", no 34º Festival Internacional de
Curtas de São Paulo - Curta Kinoforum. O filme "Ramal" volta a ser exibido na “IV Mostra
Periferia Cinema do Mundo” no dia 15, sexta-feira, às 19h.
A Mostra continua, na quinta-feira (14), a partir das 19h, com uma sessão de curtas-
metragens que abordam o Congado, os Reinados e a espiritualidade afro mineira. Serão
exibidos “Kalunga do Rosário” (2023), em que Capitão Washington (Kamugenan) registra
com olhar sensível a espiritualidade do Reinado de Nossa Senhora do Rosário, na
Irmandade Os Leonídios, em Oliveira (MG); “Vidas do Rosário” (2022), do premiado
diretor Marcelo Lin, cuja história se passa na Comunidade dos Arturos, em Contagem,
onde a jovem Dandara questiona a noção de progresso, e o apagamento da memória e
dos desejos de sua comunidade; e “Zé do Congado” (2023), de Dea e Marcus Vieira, que
acompanha um recorte do Congado tradicional da comunidade Cabana do Pai Tomás,
em Belo Horizonte, trazendo a história de Zé do Congado, um dos primeiros moradores
da comunidade e mestre do Congado em questão.
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funk. Norteado por sensações expressas através de movimentos livres e/ou
coreografados, o curta faz referência direta à dança de rua, ao Hip Hop, ao
contemporâneo e a outras influências vividas pela bailarina Sheyla Bacellar.
No sábado (16), às 16h30, serão exibidos os documentários "Fé que canta e dança"
(2023), realizado pela Renca Produções e Gabriela Matos, que durante dois anos
acompanharam o cotidiano da Irmandade de Congo e Moçambique de Nossa Senhora
do Rosário e São Benedito, do Morro do Papagaio; e "Primeiro de Maio Lugar de
Memória" (2023), de Thiago Pacheco e Nego Dê, filme que conta a história de uma
comunidade cujo nome carrega a referência ao dia simbólico da luta internacional dos
trabalhadores. A sessão será comentada pelos realizadores do documentário e por
representantes da comunidade do bairro Primeiro de Maio.
Integrando a sessão de videoclipes, às 19h, no dia 16, será exibido também o drama
musical, "No início do mundo" (2023), dirigido por Gabriel Marcos. Ambientado na
periferia de Contagem, o filme apresenta Vitor e Katlyn, dois jovens que sentem, todos os
dias, a falta de perspectiva que os rodeia. Entre ônibus lotados, a descoberta da
sexualidade e as responsabilidades em um lar fragilizado, crescer se torna uma tarefa
ainda mais difícil. O curta-metragem, que aborda a diferença entre classes sociais,
homofobia, racismo e fanatismo religioso, recebeu os prêmios de "Melhor Filme" do 2o
Olhar Periférico Festival de Cinema, do V Festival Brasileiro de Filmes sobre Mobilidade
Urbana e do 30o Festival de Cinema de Vitória.
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Fecham a “IV Mostra Cinema Periferia no Mundo”, no dia 17, domingo, dois longa-
metragens que abordam a violência social e política nas periferias - ontem e hoje. O
primeiro, às 16h30, é “Colina” (2023), de Chiquinho Matias, documentário que conta a
história da “Colina” (Comando de Libertação Nacional), organização guerrilheira que se
originou em BH e Região Metropolitana, e que lutou contra a ditadura militar. Às 19h, a
programação traz para as telas de Belo Horizonte um registro ficcional da periferia da
cidade de Rio Branco, no Acre, com a exibição do filme “Noites Alienígenas” (2022), de
Sérgio de Carvalho. O longa-metragem narra a história de três amigos que
acompanham, em um contexto trágico, a chegada das facções criminosas do Sudeste do
Brasil para a Amazônia. Na trama, Rivelino (Gabriel Knox), Sandra (Gleici Damasceno) e
Paulo (Adanilo), amigos de infância que cresceram na periferia de Rio Branco, capital do
Acre, se reencontram a partir de uma tragédia em comum. Abordando os conflitos de
uma sociedade impactada pela violência, a obra é inspirada no romance homônimo
escrito por Sérgio de Carvalho.
Entre dezembro de 2019, quando foi lançado, e agosto de 2023, data que marcou o fim
do Ano III, o Circuito Municipal de Cultura realizou 928 atividades artísticas e culturais,
que alcançaram um público estimado de aproximadamente 535 mil pessoas. Incluindo
ações presenciais, virtuais e híbridas, a programação ocorrida durante esse período
histórico do projeto movimentou a contratação de 5.248 artistas e profissionais técnicos
da cadeia produtiva da cultura.
Quando. De 12 a 17 de dezembro
Onde. Cine Santa Tereza (Rua Estrela do Sul, 89 - Santa Tereza)
Quanto. Entrada gratuita mediante retirada prévia de ingressos on-line on-line ou na
bilheteria do cinema meia hora antes das sessões
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