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06/08/2023, 19:26 Mostra Nordestern: Cinemateca Brasileira exibirá 16 filmes sobre o cangaço - CINEVITOR

INÍCIO » MOSTRA NORDESTERN: CINEMATECA BRASILEIRA EXIBIRÁ 16 FILMES SOBRE O CANGAÇO

Mostra Nordestern: Cinemateca Brasileira exibirá 16


filmes sobre o cangaço
Data: 13/01/2023 Categoria: Notícias

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Milton Ribeiro e Alberto Ruschel em O Cangaceiro, de Lima Barreto: filme completa 70 anos

A Cinemateca Brasileira abrirá sua programação gratuita de 2023 com a Mostra Nordestern: bangue-bangue à
brasileira, que acontecerá entre os dias 19 e 28 de janeiro na sala Grande Otelo com exibições de filmes e debates.

Movimento social ocorrido no Nordeste entre o final do século XIX e o início do século XX, o cangaço tem uma pre-
sença extensa na filmografia brasileira. Ele começa a aparecer no cinema nordestino, sobretudo pernambucano
e baiano, a partir de 1925, quando o fenômeno estava em pleno andamento, em filmes como Filho Sem Mãe
(1925), de Tancredo Seabra, Sangue de Irmão (1927), de Jota Soares e Lampião, a Fera do Nordeste (1930), de
Guilherme Gáldio. Desses títulos, infelizmente, nenhum sobreviveu.

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O título mais antigo da mostra, Lampeão, de 1936, é um registro documental raro e intrigante de Lampião, Maria
Bonita e seu grupo, mostrando cenas cotidianas de lazer e tranquilidade realizadas com grande esforço pelo cine-
grafista Benjamin Abrahão, cuja odisseia para conquistar a confiança do grupo é ficcionalizada sessenta anos de-
pois em Baile Perfumado (1996), de Paulo Caldas e Lírio Ferreira.

Mas é com O Cangaceiro (1953), de Lima Barreto, filme que completa 70 anos em 2023, que a representação do
cangaço, do Nordeste e do bangue-bangue se consolida como um estilo cinematográfico tipicamente brasileiro,
batizado pelo crítico Salvyano Cavalcanti de Paiva de nordestern. Isso porque esses filmes tinham uma clara ins-
piração nos westerns americanos e seus filmes de aventuras no Velho Oeste. O nordestern, tal como sua contem-
porânea, a chanchada, torna-se, portanto, um gênero produzido em série, com uma linha própria de valores e
códigos.

Gênero controverso, tal como o próprio cangaço, por retratar o movimento por vezes como excessivamente violen-
to, por vezes sob uma ótica romantizada e heroica, o nordestern foi produzido inclusive no sul do país, sempre evo-
cando os signos e o imaginário em torno do Nordeste, sua história e cultura.

Da trama de vingança e as cores vibrantes de A Morte Comanda o Cangaço (1960), de Carlos Coimbra e Walter
Guimares Motta, passando pelo documentário sociológico Memória do Cangaço (1964), de Paulo Gil Soares, pelo
épico de Glauber Rocha, O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1967), pelo importante documentário A
Musa do Cangaço (1982), de José Umberto, que aborda a participação das mulheres no cangaço, até produções
contemporâneas que evocam o fenômeno, como Bacurau (2019), de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles,
e Sertânia (2019), de Geraldo Sarno, dentre outros, a mostra convida o público a apreciar o mosaico de produções
que compõem esse interessante movimento do cinema brasileiro.

A programação inclui também uma conversa com Kleber Mendonça Filho, codiretor de Bacurau, antes da exibição
de seu filme no dia 19/01, quinta-feira, e uma mesa de conversa sobre mulheres no cangaço no dia 28/01, sábado,
com Walnice Nogueira Galvão e Maria do Rosário Caetano, organizadora do livro Cangaço: o nordestern no cine-
ma brasileiro, que estará à venda no foyer Grande Otelo depois do debate.

Conheça os filmes que serão exibidos na Mostra Nordestern:

A Morte Comanda o Cangaço, de Carlos Coimbra (1960)


A Mulher no Cangaço, de Hermano Penna (1976)
A Musa do Cangaço, de José Umberto Dias (1982)
Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles (2019)
Baile Perfumado, de Paulo Caldas e Lírio Ferreira (1996)
Canta Maria, de Francisco Ramalho Jr. (2006)
Corisco & Dadá, de Rosemberg Cariry (1996)
Lampeão, de Benjamin Abrahão (1936)
Memória do Cangaço, de Paulo Gil Soares (1964)
Menino de Engenho, de Walter Lima Jr. (1965)
O Cangaceiro, de Aníbal Massaini Neto (1997)
O Cangaceiro, de Lima Barreto (1953)
O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro, de Glauber Rocha (1969)
O Homem que Virou Suco, de João Batista de Andrade (1980)
Os Últimos Cangaceiros, de Wolney Oliveira (2012)
Sertânia, de Geraldo Sarno (2019)

Foto: Divulgação.

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