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As chanchadas foram um gênero de filme brasileiro que teve seu auge entre as
décadas de 1930 e 1950. Elas eram comédias musicais, misturadas com
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“Com seu humor quase sempre ingênuo, às vezes malicioso e até picante, a
chanchada se impôs como um entretenimento de massa”, diz o jornalista Sérgio
augusto, autor do livro este mundo é um pandeiro – a chanchada de Getúlio a
JK. Para conquistar o público, as primeiras produções apresentavam grandes
astros do rádio, como Carmen Miranda e Francisco Alves. Mais tarde, a dupla
de comediantes Oscalito e Grande Otelo iria se tornar a sensação dessas fitas.
Apesar da influência do cinema americano, que volta e meia tinha filmes sendo
parodiados, as chanchadas costumavam ser essencialmente brasileiras,
tratando de problemas do cotidiano e fazendo humor com uma linguagem de
fácil compreensão.
O CINEMA NOVO
Essa nova fase pôde ser bem refletida a partir do filme “Rio, 40 graus” (1955)
de Nelson Pereira dos Santos.
As propostas do neo-realismo italiano que Alex Viana vinha divulgando,foram
à inspiração do autor do filme
“Rio, 40 graus, era um filme popular, mostrava o povo ao povo, suas idéias
eram claras e sua linguagem simples dava visão do distrito federal.
Sentia-se pela primeira vez no cinema brasileiro o desprezo pela retórica. o
filme foi realizado com um orçamento mínimo e ambientado em cenários
naturais: o maracanã, o corcovado, as favelas, as praças da cidade, povoada
de malandros, soldadinhos, favelados, pivetes e deputados ’’. surgia o cinema
novo.
O que esses jovens queriam era a produção de um cinema barato, feito com
’’uma câmera na mão e uma idéia na cabeça’’. Os filmes seriam voltados à
realidade brasileira e com uma linguagem adequada à situação social da
época. Os temas mais abordados estariam fortemente ligados ao
subdesenvolvimento do pais.
Outra característica dos filmes durante o cinema novo é que eles tinham
imagens com poucos movimentos, cenárias simplórios e falas mais longas do
que o habitual.
Muitos ainda eram rodados em preto e branco.
A pornonchachada surgiu no começo dos anos 70 e durou até meado dos 80,
quando perdeu espaço para a invasão do pornô americano. O /;que me faz
refletir: por que, já que o produto nacional era muito mais criativo, implícito,
engraçado, com história e muitas vezes mais sensual até, pela insinuação
instigante? Só tenho uma resposta: pela sacanagem mesmo. Na época
ninguém pensava muito no que eu citei, já que o grande barato era assistir um
filme inteiro para ver cinco ou seis cenas com peitinhos e bundinhas á vista e
uma ou outra com um amassa mais forte. E dá-lhe imaginação aos
espectadores tarados. Com a chegada do pornô explícito, o que se via às
vazes na pornochanchada conseguia-se analisar detalhadamente em
abundância com “upgrades’’para outros detalhes anatômicos, além de ver
realmente aquilo que se fantasiava.
Pense bem: tesão por tesão, o que é melhor, a “fantasia criativa’’ou o “sexo
escancarado’’? Situações apimentadas do cotidiano nacional, perfeitamente
inseridas na nossa realidade ou puro sexo casual, muitas vezes surreal e
inalcansável por nós, reles mortais? Na minha sincera opinião, eu fico com os
dois. São linhas distintas, feitas de maneiras diferentes, com direcionamentos
singulares andando paralelamente. Por mim, poderiam muito bem conviver
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pacificamente, e uma não acabaria com a outra. Mas foi em outra época, em
oura situação, em que a história brasileira tem um pouco de culpa.
Roque Araujo
DRT. R j - 003 Lv 1- Fls 2
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