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Introdução
Todo mundo já ouviu falar de Central do Brasil (1999), filme que levou Fernanda
Montenegro aos tapetes vermelhos do Oscar. Mas quais outras obras merecem
menções honrosas? Quais movimentos do cinema nacional deixaram um
legado para as produções seguintes?
A arte imita a vida da mesma forma que a vida imita a arte e conhecer mais
sobre o cinema nacional é conhecer mais sobre a nossa própria história.
Com isso em mente, preparamos este material, que pode ser lido como uma
grande homenagem à sétima arte brasileira.
A Saída dos Operários da Fábrica Lumière, Irmãos Lumière, 1895 | Fonte: https://bit.ly/2mj096p
O primeiro filme a ser assistido em solo brasileiro foi o “La Sortie de l’usine
Lumière à Lyon” (ou A Saída dos Operários da Fábrica Lumière). Essa é uma das
primeiras produções cinematográficas do mundo, produzida e distribuída pelos
irmãos Auguste Marie Louis Nicholas Lumière e Louis Jean Lumière. Trata-se
de um curta-metragem mudo e em preto e branco, com cerca de um minuto.
O SURGIMENTO DO CINEMA NO BRASIL 6
Apesar de faltarem registros, acredita-se que o filme tenha sido exibido pela
primeira vez no dia 19 de junho de 1898. Atualmente, essa é a data em que se
comemora o Dia do Cinema Brasileiro. Em 1929, o Brasil assiste ao primeiro
filme com som, com a comédia “Acabaram-se os otários”, de Luiz de Barros.
A falta de recursos era uma realidade das produções da época e o movimento não
buscava escondê-la, pelo contrário, se apropriou disso na construção da linguagem
cinematográfica. Assim, a produção brasileira também passa a mostrar os
grandes contrastes sociais do Brasil, retratando inclusive a miséria e a violência.
A “estética da fome” é outra expressão de Glauber Rocha para explicar o que ele
buscava levar às telas. Outra característica do período é a utilização de câmeras
mais leves, que trazem maior movimento e dinamismo às cenas, inclusive
às reportagens.
MOVIMENTO CINEMA NOVO — UM MARCO NACIONAL 8
Deus e o Diabo na Terra do Sol, Glauber Rocha, 1964 | Fonte: https://bit.ly/2NB44XR
MOVIMENTO CINEMA NOVO — UM MARCO NACIONAL 9
Vidas Secas, Nelson Pereira dos Santos e Ruy Guerra, 1963 | Fonte: https://bit.ly/2kQFk1V
Nelson Pereira dos Santos e Ruy Guerra são outros diretores de destaque do
movimento, com “Vidas Secas” (1963) e “Os Fuzis” (1964), respectivamente. “Cinco
Vezes Favela” (1962) traz cinco diferentes histórias, cada uma assinada por um
diretor e foi um dos primeiros filmes da época a alcançar projeção internacional.
Cacá Diegues dirige o terceiro episódio, “Escola de Samba, Alegria de Viver”, e é
um dos poucos diretores da época que segue em atividade até hoje.
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Indicações ao Oscar
Esse último filme, de Walter Salles, deixou sua marca no cinema nacional e
também internacional. A indicação à Melhor Filme Estrangeiro não foi a única
no Oscar daquele ano. Fernanda Montenegro perdeu o título de Melhor Atriz
para Gwyneth Paltrow, por sua atuação em “Shakespeare Apaixonado” (1998),
mas detém o título de primeira latino americana a concorrer na categoria.
“Cidade de Deus” (2002), por sua vez, lidera como produção com o maior
número de indicações. Foram quatro: Melhor Direção, Melhor Roteiro
Adaptado, Melhor Edição e Melhor Fotografia.
PRINCIPAIS FILMES E PREMIAÇÕES DO CINEMA NACIONAL 11
Maiores bilheterias
“Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro” (2010), de José Padilha, leva a medalha
de bronze, com um público que também ultrapassa as 11 milhões de pessoas.
Na sequência da lista, temos “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (1976) e “Minha
Mãe é uma Peça 2” (2016), com 10 e 9 milhões de espectadores respectivamente.
Destaques recentes
Outro sucesso dos anos 2000, o longa conta a história de Neto (Rodrigo
Santoro), internado em um hospital psiquiátrico após ser flagrado com um
cigarro de maconha por seu pai. Denso, o filme trata da relação entre pais e
filhos, do consumo de drogas e dos abusos de instituições clínicas.
O drama de Anna Muylaert levou às telonas uma realidade muito comum aos
grandes centros urbanos do país, especialmente do Sudeste brasileiro. Nele, vemos
a relação entre a empregada nordestina Val (Regina Casé) e seus patrões, até que
a chegada de sua filha a faz questionar a realidade em que vive.
Conclusão