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Referência:

 
CALIL, Carlos Augusto. Cinema e indústria. In: XAVIER, Ismail (org.). O cinema no
século. Rio de Janeiro: Imago, 1996. p. 45-69.
 
 
Apontamentos:
 
 Em seus primórdios o cinema teve inúmeras possibilidades de formas de linguagem,
mas a que predominou e estabeleceu-se como modelo foi a de D. W. Griffith afluente do
folhetim do século XIX, fiel à narrativa, destinada a divertir e contar histórias;
 Quando os estúdios o descobriram, Hollywood era uma fazenda de férias em um
vilarejo de Los Angeles;
 O sistema de estúdios envolvendo as majors cada um desenvolveu um estilo próprio,
um gênero. Assim A Metro investia em filmes sofisticados; a Universal produzia
seriados e filmes de terror no estilo B; a Warner filmes de gângster e denúncia da crise
social e econômica, além de musicais descompromissados; a RKO realizava grandes
filmes como Cidadão Kane e foi a reveladora de Fred Astaire; a Paramount trabalhava
como comédias A e B; enquanto a Columbia tinha como diretor-produtor Frank Capra
que fez filmes premiados. (p. 51);
 O que fazia as majors prosperarem era sua organização baseada em alguns pontos:
 
- Verticalização: todas controlavam seus filmes da produção à exibição em suas próprias
salas de cinema, criando as trustes que dominariam o cinema até os anos 1950;
 
- Star system: baseada em publicidade, revistas, fofocas em jornais, escândalos (nem
sempre verdadeiros) eram criadas estrelas do dia para a noite. No início os filmes nem
sequer traziam créditos para os atores, estes também trabalhavam nos bastidores dos
filmes. Os personagens em determinados gêneros eram atrelados ao ator, que em pouco
tempo era reconhecido como representante do gênero. A moda, os costumes eram
baseados nos ídolos da tela. Os estúdios mantinham contratos exclusivos e com tempo
longo, mantendo seus atores sob seu controle.
 
- A procura por uma boa história: um ponto fundamental para a indústria é a escolha de
um boa história. Um bom produtor deve ter pleno conhecimento do roteiro que está
produzindo. Além disto, nesta busca, Hollywood sempre privilegiou os escritores e
dramaturgos de sucesso para usar suas obras para adaptação, entre eles: Bertold Brecht,
William Faulkner, Scott Fitzgerald e outros.
 
- A crítica do público: a divisão por gêneros, oriunda da literatura, auxiliou na divisão
dos filmes e no reconhecimento dos estúdios pelos gostos do público. Assim um
determinado gênero fazendo sucesso, motivava os estúdios a fazer vários filmes ou
seqüências no mesmo estilo. Isto predomina até a atualidade.
 
- O domínio do produtor: ele é a peça chave do sistema, tudo circula em sua volta,
controla desde os projetos do filme até sua distribuição. Nada acontece dentro do estúdio
sem ser submetido ou aprovado pelo produtor. Toda a cadeia produtiva está sob seu
comando.
 
- Conquista do mercado internacional: A partir da II Guerra Mundial, Hollywood passou
a predominar no mercado internacional, criando acordos com os governos nacionais que
mantinham uma política protecionista aos filmes americanos. Assim dominaram os
mercados de todo mundo. Havia cinemas nacionais, mas a fatia de mercado para
Hollywood era reservada e seus acordos permitiram seu domínio de tal forma, que ao
pensar em cinema o público em geral associa à Hollywood.
 
 

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