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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE COMUNICAÇÃO
DISCIPLINA: COMB97- História do Cinema e Audiovisual
DOCENTE: Marcelo Rodrigues Souza Ribeiro
DISCENTE: Milena Bahia Lamb

A História do Cinema e Audiovisual

O primeiro cinema ou cinema das atrações, refere-se aos primeiros anos do cinema,
desde o final do século XIX até o início do século XX.

O cinema de atrações era caracterizado por curtas-metragens que buscavam atrair o público
através de efeitos visuais, truques de câmera e cenas impressionantes. Esses filmes eram
exibidos em feiras, parques de diversões e teatros, e tinham como objetivo principal surpreender
e entreter o público. Os filmes do primeiro cinema eram geralmente curtos, com duração de
alguns minutos, e não possuíam uma história complexa. Eles eram compostos por uma série de
cenas independentes, muitas vezes sem uma conexão narrativa clara. Ela se concentra em
mostrar cenas da vida cotidiana, eventos ou locais de interesse de forma crua e direta, sem uma
narrativa elaborada.

Os irmãos Lumière, Auguste e Louis Lumière, foram pioneiros na projeção de filmes para
um público em 1895, com sua criação, o cinematógrafo. Eles registraram cenas da vida
cotidiana, como "A Chegada de um Trem à Estação de La Ciotat" e "A Saída dos Operários da
Fábrica Lumière," que são considerados os primeiros filmes documentários. Em
desenvolvimento da narrativa, os cineastas começaram a explorar a narrativa cinematográfica.

O cinema de atrações era caracterizado por curtas-metragens que buscavam atrair o


público através de efeitos visuais, truques de câmera e cenas impressionantes. Esses filmes eram
exibidos em feiras, parques de diversões e teatros, e tinham como objetivo principal surpreender
e entreter o público. Os filmes do primeiro cinema eram geralmente curtos, com duração de
alguns minutos, e não possuíam uma história complexa. Eles eram compostos por uma série de
cenas independentes, muitas vezes sem uma conexão narrativa clara.

O regime da atração, muitas vezes associado ao cineasta Sergei Eisenstein, destaca


elementos visuais e sonoros que têm o objetivo de despertar emoções e sensações no espectador,
mas não necessariamente contar uma história linear. Em vez de seguir uma narrativa tradicional,
os filmes de atração enfatizam o poder das imagens e da montagem para criar impacto
emocional. O foco está na experiência sensorial. Experiências com montagem rápida, efeitos
especiais e simbolismo visual eram comuns nesse regime.

A narração é o regime que se concentra na construção de uma narrativa estruturada com


personagens, enredo e desenvolvimento. Filmes narrativos contam histórias com início, meio e
fim e são mais tradicionais em sua abordagem à criação de significado. Diferentemente da
mostração e da atração, que podem ser mais fragmentadas e experimentais, a narração busca
envolver o público em uma trama coerente. D.W. Griffith e seu filme "O Nascimento de uma
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Nação" são frequentemente citados como exemplos de narração no cinema do início do século
XX.

Entre 1900 a 1915, houve uma constante evolução na tecnologia cinematográfica, com
melhorias na qualidade da imagem, sombras, colorização e efeitos especiais.

Grandes estúdios de cinema, como a Universal Pictures e a Paramount Pictures, começaram


a dominar a indústria. A noção de "estrelas de cinema" também começou a surgir, com atores e
atrizes famosos atraindo multidões para os cinemas.

O período de 1890 a 1915 marca o início da evolução do cinema como uma forma de arte e
entretenimento, e muitas das inovações e técnicas estabelecidas nesse período continuam a
influenciar o cinema contemporâneo. A arqueologia do cinema visual e audiovisual busca
entender as raízes e a história do cinema como meio de expressão e comunicação.

As "máquinas de imagens" são dispositivos e tecnologias que desempenharam um papel


fundamental na evolução da captura, projeção e exibição de imagens ao longo da história. Aqui
estão algumas das principais máquinas de imagens:

Camera Obscura (século XVI): A camera obscura é uma caixa escura com um pequeno
orifício por onde a luz entra e projeta uma imagem invertida na parede oposta. Foi um
dispositivo precursor da fotografia e uma ferramenta importante para artistas na criação de
pinturas realistas.

Lanterna Mágica (século XVII): A lanterna mágica é um dispositivo de projeção que utiliza
uma fonte de luz, uma lente e uma série de slides de vidro para projetar imagens em uma tela.
Foi um meio popular de entretenimento e educação no século XVIII e XIX.

Fotografia (século XIX): A invenção da fotografia marcou um ponto de virada na história das
imagens. A primeira fotografia reconhecida foi tirada por Joseph Nicéphore Niépce em 1826. A
fotografia permitiu a captura precisa e duradoura de imagens por meio da exposição de uma
superfície sensível à luz.

Cinema (final do século XIX): O cinema é uma forma de arte e entretenimento que se
desenvolveu a partir das projeções de imagens em movimento. Os irmãos Lumière foram
pioneiros na projeção de filmes para o público em 1895, marcando o início do cinema. O
cinema se tornou uma mídia visual e audiovisual significativa no século XX.

Eletrônica (século XX): O desenvolvimento da eletrônica e da tecnologia de vídeo


impulsionou a criação de dispositivos como a televisão e o vídeo. A televisão, em particular,
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revolucionou a forma como as imagens e informações visuais eram transmitidas em tempo real
para uma audiência global.

A era do cinema mudo refere-se a um período significativo na história do cinema que se


estendeu desde os primeiros filmes até o final da década de 1920. Durante essa época, o cinema
era caracterizado pela ausência de som sincronizado, o que significa que os filmes não
continham diálogos falados ou trilhas sonoras como conhecemos hoje.

O cinema mudo dependia fortemente da narrativa visual, usando ações, expressões faciais,
gestos e legendas intertítulos para contar histórias e transmitir emoções. A linguagem visual era
fundamental para a comunicação com o público.

A era do cinema mudo viu o desenvolvimento de várias técnicas cinematográficas, incluindo


edição, cinematografia, movimentos de câmera e efeitos visuais. Diretores como D.W. Griffith e
Sergei Eisenstein desempenharam papéis importantes na evolução da linguagem
cinematográfica.

O clássico hollywoodiano refere-se ao período de ouro do cinema americano, que ocorreu


principalmente entre as décadas de 1920 e 1960. O clássico hollywoodiano era caracterizado
por uma narrativa linear e bem estruturada, com uma ênfase na história, nos personagens e na
emoção. Os filmes clássicos de Hollywood eram produzidos pelos grandes estúdios de
Hollywood, como a Warner Bros., a Paramount e a MGM, e seguiam uma fórmula de sucesso
que incluía estrelas de cinema, grandes orçamentos e histórias cativantes. Os filmes clássicos de
Hollywood eram conhecidos por seu estilo visual elegante, suas performances marcantes e suas
histórias envolventes.

Os filmes produzidos durante essa época muitas vezes seguiam um estilo narrativo clássico,
com estruturas de história bem definidas, personagens arquetípicos e um apelo geral a um
público amplo. A Era de Hollywood viu o surgimento de muitas estrelas de cinema icônicas,
como Marilyn Monroe, Humphrey Bogart, James Stewart, Katharine Hepburn e muitos outros.
Essas estrelas frequentemente assinavam contratos exclusivos com os estúdios.

Em 1930, o código de produção de Hollywood, também conhecido como Código Hays


ou Código de Ética da Indústria Cinematográfica, foi um conjunto de diretrizes de censura
autoimposta pela indústria cinematográfica dos Estados Unidos entre 1930 e 1968. Foi criado
como uma resposta às preocupações morais e sociais em relação ao conteúdo dos filmes. O
código estabeleceu regras rígidas que regulavam a representação de temas como violência,
sexualidade e religião no cinema. Ele teve um impacto significativo na produção
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cinematográfica, moldando o que poderia ser exibido nas telas por décadas. Em 1968, o Código
Hays foi substituído pelo sistema de classificação etária que conhecemos hoje nos EUA.

O sistema de estúdio se refere a um modelo de negócios que prevaleceu na indústria


cinematográfica durante a chamada Era de Hollywood. Nesse sistema, os principais estúdios de
cinema exerciam um controle quase total sobre a produção, distribuição e exibição de filmes.
Alguns dos estúdios mais notáveis desse período incluíam a Warner Bros., a MGM, a
Paramount, a Universal, a 20th Century Fox e a Columbia Pictures, entre outros.
cinematográfica, desde a criação de roteiros e a contratação

A vanguarda soviética foi um movimento cinematográfico que ocorreu na União


Soviética nas décadas de 1920 e 1930. Foi caracterizado por uma abordagem experimental e
inovadora, buscando romper com as convenções narrativas tradicionais e explorar novas formas
de expressão cinematográfica. Os cineastas da vanguarda soviética, como Sergei Eisenstein e
Dziga Vertov, utilizavam técnicas como a montagem, o uso de imagens simbólicas e a
experimentação visual para transmitir mensagens políticas e sociais. Eles acreditavam que o
cinema poderia ser uma ferramenta poderosa para a transformação social e a construção de uma
nova sociedade.

A vanguarda soviética influenciou movimentos cinematográficos posteriores, como o


cinema expressionista alemão e o cinema novo brasileiro, ao explorar novas técnicas e
abordagens narrativas. O clássico hollywoodiano, por sua vez, estabeleceu padrões e
convenções que ainda são seguidos no cinema contemporâneo, como a estrutura de três atos e a
ênfase na narrativa emocional. Ambos tiveram um impacto significativo no desenvolvimento do
cinema e influenciaram movimentos cinematográficos posteriores.

O construtivismo foi um movimento artístico e arquitetônico que surgiu na Rússia na década


de 1920, e seus princípios influenciaram as artes visuais, incluindo o cinema. Os construtivistas
valorizavam o uso de formas geométricas, linhas retas e experimentação com materiais. Esses
elementos influenciaram a estética de muitos filmes soviéticos da época.

O expressionismo foi um movimento artístico alemão que teve grande influência no cinema
alemão, especialmente no cinema expressionista alemão da década de 1920. O expressionismo
frequentemente se concentrava em emoções intensas, cenários distorcidos e uso criativo de
sombras. Embora tenha sido mais uma influência no cinema alemão, as ideias expressionistas
também se difundiram.

O impressionismo, que se originou nas artes plásticas na França no final do século XIX, se
concentrava em representar as impressões visuais e emocionais do artista em vez de criar
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imagens detalhadas e realistas. Embora tenha tido um impacto menor no cinema soviético,
influências impressionistas podem ser observadas em alguns filmes e cinematografia da época.

O surrealismo e o dadaísmo eram movimentos artísticos europeus que exploravam o


inconsciente, o absurdo e o irracional. Embora esses movimentos não tenham sido diretamente
relacionados ao cinema soviético, eles influenciaram cineastas de todo o mundo, incluindo a
União Soviética. Por exemplo, André Breton, um dos líderes do surrealismo, estava envolvido
na produção do filme "Um Cão Andaluz" (1929) de Luis Buñuel e Salvador Dalí, que possui
elementos surrealistas.

O cinema do som sincronizado refere-se a filmes que incluem áudio sincronizado com as
imagens, o que significa que o som e a imagem estão alinhados e reproduzidos
simultaneamente. Antes da introdução do som no cinema, os filmes eram silenciosos e
geralmente acompanhados por música ao vivo ou acompanhamento de um pianista nos cinemas.
A transição para o som sincronizado foi um marco importante na história do cinema.

A primeira experiência bem-sucedida com som sincronizado foi o filme "O Cantor de Jazz"
(The Jazz Singer), lançado em 1927. Este filme, incluía trechos falados e canções cantadas,
representando uma mudança radical na experiência cinematográfica. A introdução do som no
cinema teve um impacto transformador na indústria e levou à era dos filmes sonoros, criando
assim o gênero musical.

O som no cinema teve um impacto significativo no gênero musical. Antes do som, os


filmes musicais eram limitados a números musicais apresentados por artistas em cena, sem
diálogos falados. No entanto, com a introdução do som, os filmes musicais puderam incorporar
canções e diálogos falados, criando uma experiência mais imersiva e emocional para o público.

A tecnologia de som no cinema evoluiu ao longo das décadas, passando por sistemas
como Vitaphone, Movietone e outros. Os filmes sonoros tornaram-se rapidamente populares, e
os estúdios de cinema passaram a investir em produções com som. Isso também levou ao
declínio das estrelas do cinema mudo que não conseguiram se adaptar ao novo meio.

Hoje, o som sincronizado é uma parte integral do cinema, e as técnicas de gravação de áudio
e mixagem de som desempenham um papel fundamental na experiência cinematográfica. O
cinema sonoro permitiu uma maior imersão dos espectadores nos filmes e contribuiu para o
desenvolvimento da linguagem cinematográfica, incluindo a narração por meio de diálogo e
efeitos sonoros.

O gênero musical floresceu na era do cinema sonoro, especialmente nas décadas de 1930 e
1940. Grandes estúdios de Hollywood, como a MGM, produziram uma série de filmes musicais
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icônicos, estrelados por artistas como Fred Astaire, Ginger Rogers, Judy Garland e Gene Kelly.
Esses filmes apresentavam números musicais elaborados, coreografias impressionantes e trilhas
sonoras memoráveis. Ao longo dos anos, o gênero musical continuou a evoluir e se adaptar às
mudanças na indústria cinematográfica.

Os gêneros cinematográficos desempenham um papel importante na padronização, pois


estabelecem convenções específicas para cada tipo de filme. Por exemplo, em um filme de
terror, os espectadores esperam elementos como suspense, sustos e ameaças sobrenaturais.
Essas convenções ajudam a moldar as expectativas do público e guiam a produção de filmes
dentro de um determinado gênero.

Os regimes audiovisuais e as configurações sensíveis no cinema sonoro desempenham um


papel importante na forma como os filmes são concebidos, produzidos e percebidos. Vou
explicar as características de três abordagens comuns nesse contexto: classicismo, romantismo e
realismo.

O classicismo no cinema sonoro é conhecido por sua ênfase na clareza narrativa,


continuidade formal e controle estético. Os filmes clássicos tendem a seguir uma estrutura de
três atos, com uma narrativa linear e um desenvolvimento claro dos personagens. A edição é
usada para manter a continuidade espacial e temporal, tornando a experiência do espectador
fluida e coerente. No classicismo, a configuração sensível é muitas vezes caracterizada por uma
estética tradicional e elegante. A música é usada de forma expressiva para realçar as emoções
dos personagens e fornecer pistas narrativas. A fotografia é muitas vezes realçada para criar
imagens visualmente atraentes e bem compostas. O diálogo é claro e direto, e os atores tendem
a seguir um estilo de atuação naturalista, mas controlado.

O romantismo no cinema valoriza a emoção, a subjetividade e a expressão individual. Os


filmes românticos podem ter narrativas mais complexas, muitas vezes enfatizando os estados
emocionais dos personagens em vez de uma trama linear. A estilização visual é comum, com a
possibilidade de imagens poéticas e extravagantes. A configuração sensível no romantismo se
concentra na expressão emocional. A trilha sonora pode ser mais ousada e dramática, refletindo
as paixões dos personagens. A cinematografia pode ser mais artística e experimental, usando
técnicas como câmera lenta, cores vibrantes e simbolismo visual. A atuação pode ser mais
intensa e dramática, transmitindo emoções poderosas.

O realismo no cinema procura retratar a vida e a sociedade de maneira crua e autêntica. Os


filmes realistas frequentemente evitam o melodrama e buscam uma representação fiel da vida
cotidiana. A narrativa pode ser mais fragmentada e não necessariamente seguir uma estrutura
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tradicional. A configuração sensível no realismo valoriza a autenticidade. A trilha sonora pode


ser mínima ou inexistente, permitindo que os sons do ambiente se destaquem. A cinematografia
pode ser mais naturalista, evitando efeitos visuais excessivos e filtros artificiais. A atuação tende
a ser mais sutil e próxima do comportamento realista.

O cinema e a política têm uma relação intrincada e multifacetada. O cinema político refere-
se a filmes que têm como objetivo abordar questões políticas, sociais e ideológicas de forma
explícita ou implícita.

Em alguns países, o Estado desempenha um papel ativo no financiamento de filmes. Isso


pode resultar em filmes que apoiam a ideologia do governo ou promovem valores nacionais. Os
regimes políticos frequentemente utilizam o cinema como uma ferramenta de propaganda para
promover sua ideologia e influenciar a opinião pública. Filmes de propaganda podem ser usados
para celebrar o governo, demonizar inimigos ou promover políticas específicas.

Documentários e filmes políticos muitas vezes têm como objetivo informar o público sobre
questões políticas e sociais. Eles podem apresentar evidências, argumentos e entrevistas para
educar o público sobre um determinado tópico. O cinema também pode ser usado como uma
ferramenta para contrapor informações falsas, expondo mentiras e revelando a verdade por trás
de determinados eventos.

Os cinemas do pós-guerra (1945-1960) foi um período de notável evolução na indústria


cinematográfica. Essa era testemunhou várias mudanças significativas na produção, no estilo e
no conteúdo dos filmes, em grande parte influenciadas pela experiência da Segunda Guerra
Mundial e pelas transformações sociais e culturais desse período. Aqui estão alguns aspectos
chave dos cinemas do pós-guerra:

Cinema de Guerra e Pós-Guerra: Durante a Segunda Guerra Mundial, os filmes


desempenharam um papel importante na propaganda e na moral da nação. Após o conflito,
houve uma transição para filmes que exploravam as consequências da guerra, como trauma e
reconstrução.

Hollywood continuou sendo o epicentro da produção cinematográfica mundial. Grandes


estúdios, como a Warner Bros., a MGM e a Paramount, lançaram filmes influentes nessa era. O
gênero do film noir, caracterizado por narrativas sombrias, personagens anti-heróis e iluminação
contrastante, floresceu nesse período. Filmes como "O Falcão Maltês" e "Amar foi Minha
Ruína" são exemplos notáveis. O cinema colorido ganhou popularidade nos anos 1950, com
filmes icônicos como "E O Vento Levou..." e "O Mágico de Oz". Isso adicionou uma nova
dimensão à experiência cinematográfica.
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Nesse período, surgiu o cinema de arte, com diretores como Ingmar Bergman, Akira
Kurosawa e Federico Fellini, que produziram obras-primas aclamadas pela crítica e muitas
vezes desafiadoras.

O Neorrealismo no cinema refere-se a um movimento cinematográfico que surgiu no período


pós-Segunda Guerra Mundial, principalmente na Itália, embora tenha influenciado cineastas em
todo o mundo. O Neorrealismo buscava retratar a vida cotidiana de pessoas comuns,
frequentemente enfocando as lutas e dificuldades da classe trabalhadora, em contraste com o
cinema hollywoodiano mais fantasioso e idealizado.

Os filmes neorrealistas frequentemente abordavam questões sociais, como a pobreza, o


desemprego, a fome e as consequências da guerra. Os cineastas buscavam representar a
realidade da vida das pessoas comuns.

O Neorrealismo valorizava a autenticidade, e os filmes eram frequentemente filmados em


locações reais, em vez de estúdios de cinema. Isso proporcionava um ambiente mais autêntico e
muitas vezes usava pessoas reais como figurantes.

Os atores no cinema neorrealista muitas vezes não eram profissionais, e suas atuações eram
marcadas por um estilo naturalista, quase documental. Isso contribuía para a sensação de
realismo nos filmes. As tramas dos filmes neorrealistas eram geralmente simples e diretas,
muitas vezes focando em momentos da vida cotidiana ou eventos comuns.

O Neorrealismo frequentemente adotava técnicas documentais, usando câmeras leves e


técnicas de filmagem que lembravam o estilo de documentários.Os cineastas neorrealistas
rejeitavam as técnicas de estúdio tradicionais e procuravam criar uma sensação de autenticidade
em seus filmes.

O diretor italiano Roberto Rossellini é frequentemente associado ao Neorrealismo,


especialmente por seus filmes como "Roma, Cidade Aberta" (1945) e "Paisà" (1946). Outros
cineastas importantes desse movimento incluem Luchino Visconti, Vittorio De Sica e Cesare
Zavattini.

A renovação do realismo e o engajamento sócio-histórico no cinema refletem o desejo de


muitos cineastas de representar a vida de forma autêntica e abordar questões sociais e históricas
significativas. Esses movimentos e tendências têm desempenhado um papel importante na
evolução do cinema como uma forma de arte e comunicação.

O Free Cinema foi um movimento cinematográfico britânico que surgiu na década de 1950.
Ele se destacou por enfocar temas sociais e políticos, bem como a vida cotidiana das pessoas
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comuns. Os filmes do Free Cinema eram frequentemente documentários curtos e caracterizados


por uma abordagem mais experimental e uma estética não convencional.

O Cinema-Direto, também conhecido como Cinéma Vérité, é um estilo de documentário que


se concentra na captura da realidade de forma mais direta e imediata possível. Isso geralmente
envolve filmar eventos e pessoas sem muita interferência do cineasta. As situações são
frequentemente registradas como acontecem, sem roteiros ou recriações.

O Cinema-Verdade é uma abordagem semelhante ao Cinema-Direto, que se concentra na


captura da realidade, mas é associado principalmente a cineastas franceses. Essa forma de
documentário também se baseia em uma abordagem mais observacional e busca retratar a
verdade dos eventos e da vida das pessoas.

O Film Noir é um gênero cinematográfico que surgiu principalmente nas décadas de 1940 e
1950, notável por sua atmosfera sombria e estilizada. Os filmes noir frequentemente envolvem
tramas de crime, detetives, mulheres fatais e anti-heróis. A estética costuma incluir iluminação
contrastante, ângulos de câmera distintos e narrativas complexas.

A interseção entre a imaginação melodramática e as políticas do desejo no cinema pode ser


observada em filmes que usam elementos melodramáticos para explorar questões de
sexualidade, gênero, relações familiares e sociais de maneira emotiva e profunda. Esses filmes
frequentemente desafiam as normas estabelecidas e abordam questões sociais e políticas por
meio de narrativas

A experimentação na arte envolve a busca por novas formas de expressão, técnicas ou


abordagens. Os artistas muitas vezes se afastam das convenções tradicionais em busca de
maneiras originais de criar obras de arte. Isso pode incluir o uso de mídias não convencionais, a
mistura de diferentes estilos ou a exploração de temas e ideias inovadoras.

As políticas da autoria referem-se ao reconhecimento e à atribuição de autoria nas obras de


arte. Quem é considerado o autor de uma obra e como isso é determinado são questões
importantes na arte. No contexto da experimentação, artistas muitas vezes desafiam as noções
tradicionais de autoria, colaborando com outros ou criando obras que são coletivas.

As vanguardas artísticas do século XX foram movimentos de ruptura que desafiaram as


convenções estabelecidas, tanto em termos de estilo quanto de conteúdo. Elas introduziram
experimentações radicais em várias formas de arte, incluindo pintura, literatura, música e
cinema. As persistências das vanguardas referem-se à influência duradoura desses movimentos
no mundo da arte. Muitas das inovações introduzidas pelas vanguardas, como o cubismo, o
dadaísmo, o expressionismo, o surrealismo e outros, continuam a inspirar artistas
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contemporâneos. Elementos como o uso criativo da forma, a subversão de convenções e a


exploração de novas técnicas artísticas persistem na prática artística atual.

A ascensão da televisão teve um impacto significativo na indústria cinematográfica. A


televisão se tornou uma concorrente direta para o cinema, pois ambas as formas de
entretenimento disputaram a atenção do público. Isso levou os estúdios de cinema a
considerarem a televisão como uma ameaça à sua base de espectadores. Durante os anos 1950, a
televisão emergiu como uma concorrente do cinema, levando os estúdios a adotarem novas
estratégias, como a produção de filmes em widescreen e 3D, para atrair o público de volta aos
cinemas.

A televisão trouxe entretenimento diretamente para os lares das pessoas, o que


significava que o público poderia assistir a programas sem sair de casa. Isso teve um impacto
nas bilheteiras dos cinemas, pois as pessoas optavam por ficar em casa em vez de ir ao cinema.
Para competir com a televisão, os estúdios de cinema introduziram inovações, como widescreen
e tecnologias como o CinemaScope, para oferecer uma experiência de visualização
cinematográfica única que não poderia ser replicada na televisão.

A televisão introduziu novas formas de contar histórias, como séries de longa duração,
permitindo o desenvolvimento de personagens ao longo do tempo. Isso influenciou a narrativa
cinematográfica, levando a uma maior complexidade nas histórias de filmes. Alguns gêneros
cinematográficos, como os westerns, perderam popularidade na televisão, enquanto outros,
como as séries de comédia e drama, floresceram na programação televisiva.

O declínio do sistema de estúdios em Hollywood ocorreu ao longo das décadas de 1940


e 1950. O governo dos Estados Unidos tomou medidas para limitar o poder dos grandes
estúdios de Hollywood. Isso levou ao fim das práticas monopolistas, como a propriedade de
cinemas, que eram anteriormente controlados pelos estúdios.

O surgimento da televisão na década de 1950 atraiu o público e afetou o público dos


cinemas. As mudanças na sociedade, como o envelhecimento da audiência, resultaram na
necessidade de se adaptar ao gosto do público. Os estúdios tiveram dificuldade em se ajustar
rapidamente a essas mudanças. Os atores e diretores começaram a buscar maior liberdade
contratual, não querendo mais estar vinculados exclusivamente a um estúdio. Isso permitiu que
criassem suas próprias produtoras ou trabalhassem em diferentes estúdios.

Os custos de produção aumentaram significativamente, tornando-se mais difícil para os


estúdios manterem um controle rígido sobre suas finanças. As preferências do público
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mudaram, com uma demanda crescente por filmes mais desafiadores e realistas, que não se
encaixavam necessariamente no molde tradicional dos estúdios.

Em resposta a essas mudanças, os estúdios começaram a adotar abordagens mais


flexíveis, como a produção de filmes independentes, e a experimentar com novas formas de
narrativa e marketing. O declínio do sistema de estúdios tradicional levou à era do "New
Hollywood" na década de 1960, caracterizada por uma maior criatividade e diversidade de
filmes.

O período de 1950 a 1975 é considerado uma época importante na história do cinema


mundial. Durante essas décadas, houve uma série de movimentos e eventos que tiveram um
impacto significativo na indústria cinematográfica e na forma como os filmes foram feitos.

Nouvelle Vague é um movimento cinematográfico francês que surgiu na década de 1950,


liderado por diretores como François Truffaut, Jean-Luc Godard e Éric Rohmer. A Nouvelle
Vague introduziu novas técnicas de filmagem e narrativa, rompendo com as convenções
tradicionais do cinema.

No Brasil, o Cinema Novo surgiu na década de 1960, com diretores como Glauber Rocha.
Este movimento buscava retratar a realidade social e política do Brasil, muitas vezes com um
estilo documental e provocador.

Também conhecido como o "Cinema dos Diretores", o período entre as décadas de 1960 e
1970 nos Estados Unidos viu o surgimento de diretores influentes como Martin Scorsese,
Francis Ford Coppola, Steven Spielberg e George Lucas. Eles trouxeram uma nova abordagem à
narrativa e inovações técnicas que mudaram o cinema americano.

Os cineastas europeus, como Ingmar Bergman, Federico Fellini, e Michelangelo Antonioni,


produziram filmes que exploravam temas existenciais e psicológicos, contribuindo para uma
onda de filmes de arte que ganharam reconhecimento internacional.

O cinema asiático também teve um período de destaque durante essas décadas. O diretor
japonês Akira Kurosawa produziu obras-primas como "Os Sete Samurais", enquanto o cinema
indiano se destacou com Bollywood e seus musicais.

Durante os anos 1960 e 1970, o cinema de terror experimentou um aumento na popularidade,


com filmes como "Psicose" de Alfred Hitchcock e "O Bebê de Rosemary" de Roman Polanski,
além do início da franquia "O Exorcista".
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Os anos 1960 também foram marcados por uma série de filmes que refletiam as mudanças
culturais e sociais da época, incluindo filmes como "Sem Destino" e "Easy Rider", que
exploravam temas de rebeldia e contracultura.

Durante esse período, vários gêneros cinematográficos, como o spaghetti western, o


blaxploitation e o cinema de artes marciais, ganharam destaque, oferecendo uma variedade de
experiências cinematográficas.

Após a Segunda Guerra Mundial, os países do Bloco Oriental, como a Tchecoslováquia e a


Polônia, produziram uma série de filmes notáveis que desafiaram o regime comunista por meio
de alegorias e simbolismo.

Esses movimentos e ondas representaram uma busca por inovação, autenticidade e expressão
artística, muitas vezes em resposta a crises políticas, sociais e culturais. Eles moldaram a
narrativa cinematográfica e continuam a influenciar o cinema contemporâneo.

Durante o período entre 1950 e 1975, Hollywood passou por uma série de transformações
significativas, que culminaram na reconfiguração da indústria cinematográfica. Três conceitos-
chave que desempenharam um papel importante nesse processo foram a "Nova Hollywood", o
"blockbuster" e o "cinema pós-clássico".

A Nova Hollywood refere-se principalmente à década de 1960, embora seus efeitos tenham
se estendido até a década de 1970. Ela foi marcada pela ascensão de diretores e roteiristas
autônomos que desafiaram as convenções do cinema clássico de estúdio. Eles introduziram
temas mais ousados, como sexualidade, política e contracultura, e experimentaram com
narrativa não linear e técnicas inovadoras de filmagem.

A ideia do blockbuster começou a tomar forma nas décadas de 1970 e 1980. Os blockbusters
são filmes de grande orçamento destinados a atrair um público massivo. Eles frequentemente se
baseiam em conceitos de alto conceito e efeitos especiais espetaculares. Esses filmes são
geralmente lançados em grande escala e têm potencial para se tornarem franquias de sucesso.

O cinema pós-clássico é uma abordagem que se desenvolveu ao longo das décadas de 1960 a
1980 e continua a influenciar o cinema contemporâneo. Ele é caracterizado pela quebra de
muitas das convenções clássicas de narrativa e estilo cinematográfico. Os cineastas adotaram
uma abordagem mais ambígua, fragmentada e experimental para contar histórias, muitas vezes
desafiando as expectativas do público.

Muitas nações do Terceiro Mundo usaram o cinema como uma forma de expressão cultural e
política, buscando representar suas próprias experiências e lutas. O conceito de "Terceiro
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Cinema" foi desenvolvido nos anos 1960 por cineastas da América Latina, incluindo o argentino
Fernando Solanas e o cubano Julio García Espinosa. Era uma resposta ao domínio de
Hollywood e de outras indústrias cinematográficas ocidentais e buscava criar um cinema que
fosse uma forma de resistência e uma ferramenta de conscientização.

O Terceiro Cinema tinha como objetivo dar voz às minorias étnicas e aos marginalizados,
frequentemente enfocando temas de opressão, desigualdade social e luta por liberdade e justiça.
Exemplos de filmes do Terceiro Cinema: "La Hora de los Hornos" (1968) de Fernando Solanas
e Octavio Getino na Argentina, "Memórias do Cárcere" (1984) de Nelson Pereira dos Santos no
Brasil, "Hour of the Furnaces" (1968) de Fernando Solanas na Argentina.

O período que abrange a transição de 1975 até o presente é marcado por transformações
midiáticas significativas, reinvenções estéticas e a ascensão da era digital.

A introdução dos microprocessadores e a popularização dos computadores pessoais na


década de 1970 marcaram o início da Revolução Digital. Isso desencadeou uma série de
transformações em todos os aspectos da vida, incluindo a mídia e a estética. A digitalização de
informações, imagens e som mudou a maneira como consumimos e produzimos conteúdo.

O advento da televisão a cabo e, posteriormente, a televisão por satélite, permitiu uma


ampla gama de canais e programação. Isso levou a uma fragmentação da audiência e a uma
maior diversidade de conteúdo disponível, incluindo canais especializados e programas sob
demanda.

Os formatos de videocassete e, posteriormente, os DVDs revolucionaram o consumo de


mídia em casa. As pessoas podiam gravar programas de TV, alugar filmes e criar coleções de
mídia em vídeo.

A popularização da Internet na década de 1990 teve um impacto transformador. A World


Wide Web permitiu o compartilhamento de informações e conteúdo de forma global e abriu
caminho para o comércio eletrônico, as redes sociais e a produção de conteúdo pelos usuários.

A popularização de serviços de streaming como Netflix, Amazon Prime, Spotify e outros


transformou a maneira como consumimos música, filmes, séries e outros tipos de
entretenimento. Isso resultou na morte gradual dos modelos de negócios baseados em mídia
física.

de realidade virtual e aumentada abriram novas possibilidades para experiências estéticas e


narrativas, especialmente nos campos de jogos, entretenimento e educação.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE COMUNICAÇÃO
DISCIPLINA: COMB97- História do Cinema e Audiovisual
DOCENTE: Marcelo Rodrigues Souza Ribeiro
DISCENTE: Milena Bahia Lamb

O cinema político tem sido uma poderosa ferramenta de expressão e mobilização ao longo
da história. No contexto de transformações midiáticas e novas formas de engajamento, surgiram
várias abordagens relacionadas ao cinema político, incluindo os "contra-cinemas" e outros
cinemas. Vamos explorar esses conceitos:

O cinema político é uma forma de cinema que se concentra em questões sociais, políticas e
ideológicas. Ele pode ser usado para informar, provocar o pensamento crítico e inspirar a ação.
Filmes políticos frequentemente abordam tópicos como direitos humanos, desigualdade, justiça
social, movimentos de resistência e questões políticas contemporâneas.

A noção de "contra-cinemas" se refere a abordagens de cinema político que desafiam as


convenções tradicionais da narrativa cinematográfica. Os contra-cinemas muitas vezes rejeitam
estruturas convencionais de enredo e produção e buscam criar formas de expressão. Eles podem
ser experimentais, subversivos e provocadores, desafiando as expectativas do público e as
normas estabelecidas da indústria cinematográfica.

O cinema de guerrilha é uma forma de cinema político que se destaca pela produção
independente e de baixo orçamento. Muitas vezes, é usado por cineastas ativistas para
documentar e protestar contra questões sociais e políticas. Esses filmes podem ser gravados de
forma não convencional e distribuídos fora dos canais tradicionais de distribuição.

Cinema Participativo e Colaborativo: Em resposta às transformações midiáticas e à


acessibilidade crescente das tecnologias de produção de vídeo, muitos cineastas políticos têm
adotado abordagens participativas e colaborativas. Eles envolvem comunidades e participantes
ativos na produção de filmes que abordam suas próprias experiências e lutas.

O documentário político é uma subcategoria do cinema político que se concentra na


apresentação de fatos e na análise de questões políticas e sociais do mundo real. Documentários
políticos muitas vezes buscam criar conscientização, influenciar políticas e inspirar mudanças
sociais.

Além do cinema tradicional, as redes sociais e plataformas de compartilhamento de vídeo


online possibilitaram o ativismo visual. Vídeos curtos, documentários amadores e registros
visuais de protestos e eventos políticos são amplamente compartilhados online como uma forma
de engajamento político.

O cinema social e comunitário envolve a produção de filmes que exploram questões sociais
dentro de comunidades locais. Ele pode ser usado para dar voz a grupos marginalizados,
destacar problemas locais e inspirar a ação dentro das próprias comunidades.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE COMUNICAÇÃO
DISCIPLINA: COMB97- História do Cinema e Audiovisual
DOCENTE: Marcelo Rodrigues Souza Ribeiro
DISCENTE: Milena Bahia Lamb

Essa abordagem do cinema político envolve a criação de filmes que resistem a regimes
autoritários, opressão e injustiça. Muitas vezes, os cineastas de resistência enfrentam desafios
significativos para compartilhar suas mensagens em ambientes repressivos.

A distinção entre cinemas nacionais e cinemas transnacionais se baseia principalmente na


origem e na produção dos filmes, bem como nas questões de representação.

Os cinemas nacionais se referem à produção cinematográfica que ocorre em um país


específico e é feita por cineastas, atores e equipes de produção daquele país. Os filmes nacionais
frequentemente refletem as características culturais e sociais da nação de origem.

Os filmes nacionais são financiados, em grande parte, por instituições nacionais, como
governos, fundações culturais e produtoras locais. Eles podem abordar temas que são
específicos da cultura, história e contexto político do país.

Os cinemas nacionais podem enfrentar desafios na representação de diversidade cultural


interna, especialmente em países com múltiplas etnias e grupos culturais. Além disso, a pressão
comercial e a censura governamental podem limitar a liberdade criativa e a representação
precisa de certos tópicos.

Os cinemas transnacionais envolvem a produção de filmes que ultrapassam as fronteiras


nacionais. Eles são frequentemente o resultado de parcerias entre equipes de produção de
diferentes países, com financiamento, atores e locações de filmagem provenientes de várias
nações.

A produção de filmes transnacionais é frequentemente impulsionada por coproduções


internacionais, financiamento de estúdios globais e colaborações entre cineastas de diferentes
origens. Esses filmes podem abordar temas globais ou contar histórias que têm apelo
internacional.

Os cinemas transnacionais podem enfrentar desafios na representação autêntica e equitativa


de diferentes culturas e nações. Isso pode ser resultado de estereótipos culturais, apropriação
cultural e o poder de influência de indústrias de cinema dominantes.

Filmes transnacionais muitas vezes envolvem uma mistura de culturas e perspectivas, o que
pode levar a uma riqueza de narrativas e influências criativas. No entanto, isso também pode
criar dilemas éticos em relação à apropriação cultural e à exploração de diferenças culturais.

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