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Material Teórico
Cinema e Produção Cinematográfica
Revisão Textual:
Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin
Cinema e Produção Cinematográfica
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Entender o que é o Cinema e como ele se constitui – produção,
direção, profissionais e gêneros cinematográficos;
· Conhecer e valorizar a estrutura de uma produção cinematográfica;
· Capacitar o aluno a elaborar um projeto educacional sobre cinema
que englobe as etapas e profissionais necessários para a realização
de um filme.
ORIENTAÇÕES
Nesta Unidade, vamos conhecer de forma geral as etapas que envolvem uma
produção cinematográfica.
Leia o conteúdo que disponibilizamos para você, com calma e atenção, não
se esquecendo de aprofundar seus conhecimentos acessando o Material
Complementar indicado, a Vídeoaula e a Apresentação Narrada. Lembre-se
de que as dúvidas podem ser esclarecidas com o professor-tutor, que está à
sua disposição.
Bom estudo!
UNIDADE Cinema e Produção Cinematográfica
Contextualização
O francês André Malraux escreveu em um ensaio, em 1946, que “Além de tudo, o
cinema é uma indústria”. O escritor resumiu todo o contexto que envolve a produção
cinematográfica. Até assistirmos a um filme um longo caminho é percorrido, sendo
necessárias muitas horas de trabalho, dedicação e profissionalismo durante as fases
de pré-produção, produção e pós-produção.
Muitos filmes têm como temática o próprio cinema e que podem e devem ser
utilizados para o estudo de seus conteúdos. Um exemplo é Saneamento Básico
(2007), de Jorge Furtado, que apresenta a história de um grupo de moradores
de uma pequena cidade da Serra do Rio Grande do Sul, que se reúne em busca
de soluções para o problema do tratamento do esgoto da sua comunidade. A
secretária da prefeitura sugere que façam um filme de ficção científica, já que há
uma verba disponível para cultura. Assim, eles começam a desenvolver um projeto
de vídeo. O filme é bastante interessante porque, além dos ótimos atores, Fernanda
Torres, Camila Pitanga, Wagner Moura, Lázaro Ramos, entre outros, que fazem a
trama bem divertida, a produção do vídeo se torna uma verdadeira aula sobre como
fazer cinema.
Você, como professor, pode apresentar o filme na íntegra para seu grupo de
alunos e, ao final, convidá-los a discutir sobre cada um dos elementos que aparecem
no filme como roteiro, cenário, figurino, direção, montagem... Além disso, é
possível propor aos alunos, que, em grupo, façam um pequeno vídeo, por meio
do qual vivenciarão as diversas etapas da produção de um filme. Essa experiência
pode ser prazerosa e bastante eficiente como ferramenta de ensino.
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Cinema – Indústria, Linguagem e Arte
Indústria
“De qualquer forma, o cinema é uma indústria”. (André Malraux, Esboço
de uma psicologia do cinema (ensaio), 1946)
O que é Cinema? A pergunta tem sido feita desde que ele foi criado, no final do
século XIX. Vários livros, ensaios e teses têm sido publicados e debates travados
em busca dessa resposta.
mações causadas pela Revolução Industrial (Inglaterra, século XVIII) por meio de men-
sagens de cunho social. No filme, um operário de uma linha de montagem, que testou
uma máquina revolucionária para evitar a hora do almoço, é levado à loucura pela
monotonia do seu trabalho.
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O filme Náufrago (2000), de Robert Zemeckis (1951-), com Tom Hanks, indicado
a dois Oscar e ganhador do Globo de Ouro (2001), explora o merchandising de
forma criativa com o famoso personagem Wilson (uma bola de voleibol) e a grande
veiculação da marca Fedex.
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No Brasil, em 2014, foram lançados 114 filmes nacionais e, em 2013, 129
películas, conforme dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine). Ainda de
acordo com a agência, em 2014, as salas de cinema brasileiras tiveram alta de
público de 4,1% em relação ao ano anterior, o que representa, no total, cerca de
155 milhões de espectadores.
Linguagem
Para estruturar sua linguagem única, o Cinema utiliza basicamente a câmera,
a iluminação, o som, a montagem e a edição. Dentro desse contexto, temos o
roteiro, os personagens, o cenário, o figurino, a maquiagem, a trilha sonora, as
trucagens e os efeitos visuais, entre outros elementos.
Conforme Graeme Turner, no livro Cinema como Prática Social (Summus, 1997):
O cinema é um complexo de sistemas significadores e seus significados
são o produto da combinação daqueles. A combinação pode ser realizada
com sistemas complementares ou conflitantes entre si, mas nenhum por
si só é responsável pelo efeito total do filme.
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Dessa forma, o sentido de uma história que está sendo contada em um filme
pode ser definido por vários fatores como, por exemplo, a velocidade com que
a câmera se movimenta, se ele é em preto e branco ou em cores, o ângulo de
filmagem, os planos – por exemplo, plano geral é uma imagem de grandes espaços,
primeiríssimo plano é o close, plano de detalhe é uma parte de um objeto ou
corpo, entre outros elementos.
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Figura 4 – Ângulo, um dos elementos do sistema de significação do Cinema
Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images
O Cinema nasceu mudo – embora sempre tivesse algum tipo de som acom-
panhando o filme: um piano, uma orquestra, um narrador..., mas logo percebeu
que imagem e som eram indissociáveis. Diálogos, som de fundo, narração, efei-
tos sonoros e a música constituem verdadeiro arsenal que auxiliam a contextua-
lização das cenas.
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A Sétima Arte
Quem ainda não se deparou com a expressão que o Cinema é a sétima arte? O
termo foi estabelecido pelo italiano Ricciotto Canudo, teórico e crítico de Cinema,
no Manifesto das Sete Artes, em 1912 (publicado postumamente apenas em 1923).
Canudo inscreve o Cinema no domínio das outras disciplinas artísticas, conferindo-
lhe um caráter estético e como linguagem, capaz de renovar, transformar e difundir
as outras Artes – Música, Artes Cênicas, Pintura, Arquitetura, Escultura e Literatura.
A curta vida do Cinema produziu incontáveis obras-primas a partir de seu meio
de expressão específico e autônomo, libertando-se, principalmente, do Teatro, ao
longo do tempo.
Literatura, Música, Fotografia e outras importantes formas de Arte são partes
da constituição do Cinema, que é capaz de condensar, assimilar, incorporar e de
se apropriar de uma pluralidade de influências.Trata-se, portanto, de um complexo
multidisciplinar composto de diferentes linguagens.
O Cinema vem em constante progresso, seja em nível técnico – som, cor, ilumina-
ção, mobilidade da câmara, efeitos especiais e, mais recentemente, com as tecnolo-
gias digitais de captação de imagens e montagem, seja em sua linguagem, enquadra-
mentos, escala de planos, montagem, montagem paralela, montagem rápida, elipse
etc., ou em relação à sua diversidade temática. O Cinema evolui. Constantemente.
Produção Cinematográfica
Quando sentamos em uma poltrona de Cinema, ou em frente à TV, computador,
tablet, ao ar livre, para ver um filme, não imaginamos o longo caminho que ele
percorreu até estar à nossa frente.
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catástrofes naturais ausentes e estrelas tranquilas e estáveis, essa trajetória leva de
18 a 24 meses”, afirma Ana Maria Bahiana, em seu livro Como ver um filme
(Nova Fronteira, 2012).
• Oito e Meio (Federico Fellini, 1963): mostra um diretor de Cinema que ainda não tem
ideia de como será o seu próximo filme;
• Ed Wood (Tim Burton, 1994): apresenta a vida de Edward Davis Wood Jr., considerado o
pior diretor de todos os tempos;
• Dirigindo no Escuro (Woody Allen, 2002): retrata um cineasta que sofre de cegueira
temporária, mas, mesmo assim, dirige o filme com a ajuda de amigos, sem que os
produtores percebam.
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Pré-Produção
Definidas todas as questões relacionadas ao desenvolvimento do filme, é che-
gada a hora de arregaçar as mangas e partir para a ação. O roteirista – ou rotei-
ristas, pois pode haver mais de um na equipe, é responsável pela transformação
da ideia em um roteiro, que é a descrição do filme, incluindo ambientação, diálo-
gos e ações dos personagens.
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Na pré-produção, a equipe do diretor de arte – figurinista, maquiador, cenógrafo,
entre outros, inicia a elaboração visual dos personagens e ambientes do filme. É a
etapa na qual, normalmente, são pré-selecionadas as locações (locais onde serão
realizadas filmagens) ou “criados” os locais previstos no roteiro com o auxílio de
artistas conceituais.
O lago gelado, cenário de uma das batalhas de Rei Arthur (Antoine Fuqua,
2004), por exemplo, foi criado inicialmente por artistas e, após, encontrado na
Nova Zelândia. Montanhas, geleiras e nuvens foram “agregadas” digitalmente.
Repare nas locações de O Último Imperador (1987), Bernardo Bertolucci (1940-), filme que
Explor
mostra a poética e dramática vida do último imperador da China, Pu Yi, nas claustrofóbicas
paredes, corredores e pátios da Cidade Proibida, em Pequim.
Produção
Bem, chegou a hora de “rodar” o filme. Ficaram para trás todas as etapas de
pré-produção e, agora, com tudo pronto, ajustado e planejado é o momento de
iniciar a filmagem.
Cada equipe, fotografia, arte e som têm espaços pré-definidos no set (ambiente)
de filmagem e normalmente são gerenciados pelo produtor de set. O material
filmado diariamente passa pelo crivo do diretor e pelos produtores. O desempenho
de atores, da equipe técnica e do próprio diretor ainda pode ser corrigido e as
tomadas de cenas podem ser alteradas.
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Pós-Produção
É o momento no qual o filme se torna um produto audiovisual completo e
recebe a sua forma final por meio da montagem (editor), da sonorização e dos
efeitos visuais e sonoros. Se o montador não dispuser dos planos necessários, não
poderá fazer muita coisa. Filmes podem literalmente renascer na pós-produção.
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Importante! Importante!
“A essa altura, você provavelmente nota que está vendo um filme, e não uma
imitação da vida real. Até mesmo os sonhos, em seu peculiar surrealismo, não são
assim. É isso que torna nosso trabalho tão especial e único.” A afirmação da Murch
se refere à fantástica sequência inicial de Apocalypse Now (Francis Ford Coppola)
na qual, ao som de The End, do The Doors, o capitão Willard (Martin Sheen)
aguarda, em um quarto em Saigon, sua próxima missão secreta no Vietnã.
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Direção
Nas primeiras décadas do Cinema, final do século XIX e início do século XX, o
público praticamente desconhecia o diretor dos filmes e o seu trabalho. O chamariz
eram o tema e os astros.
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Os primeiros ensaios geralmente são de leitura dramática do roteiro, quando
o elenco passa os diálogos em conjunto. Na próxima etapa, são introduzidas as
ações, quando são planejados os movimentos dos atores.
Figura 12 – Federico Fellini (1920-1993) é um dos diretores que fazem cinema de autor
Fonte: Wikimedia Commons
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Os dublês são atores que substituem os artistas em cenas perigosas. São escolhidos
pela semelhança física e caracterizados de forma idêntica ao astro substituído nas
cenas. Jackie Chan (A Hora do Rush, 1998, e O Mestre Invencível, 1978) é famoso por
dispensar dublês.
Departamento de Arte
Ligado diretamente ao diretor, o Departamento de Arte tem a tarefa de criar e
produzir a identidade visual do filme, de transmitir as ideias do roteiro ao ambiente
dos personagens, juntamente com o diretor e o diretor de fotografia.
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da realização dos cenários e preparação de locações. Em produções menores, o
diretor de arte acumula as duas funções.
Em Onde os Fracos Não Têm Vez (Joel e Ethan Coen, 2007), os tons naturais do deserto – bege,
Explor
areia, ocre, azul – dominam a paleta de cores durante a primeira parte do filme. A partir do
momento em que o personagem de Javier Bardem assume o comando da história, as cores
dominantes passam a ser laranja e vermelho, acompanhando um mundo sangrento.
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Departamento de Fotografia
Outro parceiro fundamental do diretor é o diretor de fotografia, responsável
por tudo o que se relaciona com a câmera – localização, movimento, lentes, filme,
foco etc.
A partir da escolha dos tipos de câmeras, filmes, lentes, filtros e se será captado
em meio digital ou película, entre outras decisões.
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• Diretor de fotografia: Profissional responsável pela escolha dos ângulos,
movimentação e enquadramento da câmera e pela iluminação;
• Eletricista-chefe: Seleciona o equipamento de iluminação necessário,
direciona o foco de luz dos refletores para o ambiente a ser filmado e posiciona
os filtros nos refletores;
• Gaffer: Coordena o plano de iluminação de cada cena, tendo conhecimento
de onde cada ponto de luz deve estar e que intensidade deve ter, entre outras
funções; reporta-se diretamente ao diretor de fotografia;
• Maquinista-chefe: Seleciona o equipamento e disponibiliza os meios
necessários para o trabalho do eletricista e do câmera;
• Marcador de cena: Opera a claquete no início de cada tomada.
Claquete: Quando a gravação de uma tomada (take) é iniciada, uma pessoa segura a
Explor
Departamento de Som
O som é um dos elementos fundamentais na composição de um filme, embora
ainda possamos produzir filmes mudos. Hoje, estamos tão acostumados a sons de
passos, portas rangendo, cascos de cavalo batendo no solo, gritos, freadas, carros
derrapando em alta velocidade que, muitas vezes, não os percebemos. Por sua vez,
a trilha sonora amplifica o estado emocional do espectador, fazendo com que as
emoções sejam reforçadas em determinadas cenas.
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Gêneros Cinematográficos
O conceito de gênero surgiu na era dos estúdios de Hollywood, nos anos 1930,
facilitando decisões de produção e de comercialização dos filmes, além de servir de
modelo a roteiristas.
Alguns diretores também vincularam seus nomes aos gêneros como Alfred
Hitchcock, com seus filmes de suspense. Atualmente, existem gêneros, subgêneros,
tipos, uma infinidade não tão rígida de classificações e definições.
Genre (gênero, em francês) significa tipo. O termo traduz uma forma rápida
e prática de categorizar e identificar filmes que têm enredos, personagens,
ambientação e temas semelhantes. Muitos filmes misturam vários gêneros como
Bladerunner – O Caçador de Androides (Ridley Scott, 1982), com ficção científica
e suspense. Ao aderirem a uma série de convenções narrativas representativas dos
gêneros, os filmes facilitam o reconhecimento do público e a sua aceitação.
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Um gênero, conforme Ana Maria Bahiana (Como Ver um Filme, Nova
Fronteira, 2012), pode ser definido pela narrativa (tramas, premissas e estruturas
parecidas; obstáculos, conflitos e resoluções previsíveis), pela caracterização dos
personagens, temas básicos, ambiente, iconografia (uso de ícones semelhantes
como objetos, atores, cenários, linguagem), técnicas e estilo (iluminação, paleta
de cores, movimentação da câmera e enquadramento). Dessa forma, chegamos a
cinco gêneros cinematográficos: drama, comédia, ação/aventura, ficção científica/
fantasia e thriller – suspense e terror).
A classificação de Bahiana leva em consideração os princípios básicos de cada
gênero, possibilitando que um western, por exemplo, que muitos autores indicam
como gênero, encaixe-se em drama, comédia, ação/aventura.
Banzé no Oeste (1974), dirigido por Mel Brooks (1926-), é um dos representantes
da comédia caubói norte-americana e o western Rastros de Ódio (1956), de John
Ford (1894-1973), de um drama. Aliás, a grande maioria dos faroestes são dramas.
A seriedade dos fatos é uma das qualidades que o drama procura salientar, sendo
objeto o ser humano comum em situações quotidianas com implicações afetivas ou
em polêmicas sociais.
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Uma comédia em um país pode ser recebida como ofensa em outro. Dessa
forma, o cinema tratou de codificar o gênero drama em torno de alguns temas-
chave como superação, heroísmo, destino (fatalidade, acaso, missão), descobertas
interiores e grandes questões morais (dilemas).
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• Drama político: Questiona ou promove paradigmas ou valores políticos
vigentes e as suas implicações, retratando épocas ou acontecimentos decisivos
na história das sociedades ou das nações. Exemplos: Todos os Homens do
Presidente (Alan J. Pakula, 1976) e Pra Frente Brasil (Roberto Farias, 1982);
• Drama histórico/biografias: Retrato de fatos históricos ou de personalidades
de elevada importância. Políticos, artistas, desportistas e personalidades
malditas ou proscritas, são os temas. Exemplos: Alexandre Nevsky (Sergei
Eisenstein, 1938) e Maria Antonieta (Sofia Coppola, 2006);
• Drama de crime/policial: Sua expressão se dá por meio da violência e
de emoções extremas em um mundo no qual as leis da normalidade não
vigoram e os valores podem ser revertidos com consequências fatais. No
final, geralmente, o bem supera o mal e o bandido é punido ou descoberto.
Exemplos: The Musketeers of Pig Alley (D. W. Griffith, 1912) e Scarface
(Brian de Palma, 1982).
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A comédia, como todos os gêneros, também tem as suas subdivisões, que alguns
autores consideram subgêneros:
• Comédia romântica: Tendo como tema principal o amor, apresenta,
basicamente, desencontros, entre um momento inicial de desprezo e eventual
ruptura do casal a um momento de aproximação e reconciliação no final.
Exemplos: Não me mandem Flores (Norman Jewison, 1964), com Doris Day
e Rock Hudson, e Quatro Casamentos e um Funeral (Mike Newell,1994);
• Comédia dramática: Concilia o tom da comédia com a gravidade da abordagem
do drama, criando uma alternância de registros discursivos que se apossa da
seriedade e da solenidade das situações e dos personagens para exibir o seu
reverso irônico. Exemplos: Bonequinha de Luxo (Blake Edwards, 1961), com
Audrey Hepburn, e Quem quer ser um Milionário? (Danny Boyle, 2009);
• Comédia negra/sinistra: Inverte os valores vigentes, exibindo o absurdo
da existência humana de forma contundente em situações extremas como
violência, morte e outros temas sombrios. O tom é quase sempre de farsa.
Exemplos: Arizona Nunca Mais (Joel e Ethan Coen, 1987) e Matadores de
Velhinhas (Joel e Ethan Coen, 2004);
• Comédia de costumes: É uma co-
média cerebral, na qual ideias, iro-
nias, sarcasmo e referências culturais
provocam o riso, sem necessidade
de situações ou gestos exagerados,
por meio de jogos de linguagem, tro-
cadilhos, insinuações e sentidos ocul-
tos. É fundamental a qualidade da es-
crita dos diálogos. Exemplos: Noivo
Neurótico, Noiva Nervosa (Woody
Allen, 1977) e Eu quero ser John
Malkovitch (Spike Jonze, 1999);
• Comédia slapstick (pastelão): Hu-
mor físico, sendo o corpo e a mímica
fundamentais. Representação exage-
rada da violência sem consequências,
acompanhada de sons irreais. Paste-
lão: nome decorrente da tradicional
cena da torta na cara. Exemplos: Figura 20 – Em O Sentido da Vida (1983), de Terry
Papagaiadas (Preston Black, 1936), Jones, o grupo de comédia britânico Monty Python
com os Três Patetas, e O Sentido apresenta vários esquetes (pequenas cenas) que
da Vida (Terry Jones, 1983), com o mostram os prazeres de comer até estourar
grupo britânico Monty Python. Fonte: imdb.com
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O triunfo do bem contra o mal é uma das características dos filmes de ação
e aventura. Os heróis e os vilões são claramente caracterizados e contrapostos
com pouco espaço para uma caracterização densa, ambígua ou complexa
dos personagens.
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Alguns elementos são essenciais para uma boa ação nas telas como heróis
extraordinários, inimigo à altura, obstáculos igualmente extraordinários e violência,
muita violência.
No final dos anos 1960, Bonnie and Clyde (Arthur Penn, 1967) e Meu Ódio
será a tua Herança (Sam Peckinpah, 1969) marcam o gênero, especialmente pelo
uso da câmera lenta (slowmotion) e pelos esguichos de sangue na representação
da violência. Mas, foi na década de 1980 com Rambo – Programado para Matar
(Ted Kotcheff, 1982), com Sylvester Stallone, e Conan, o Bárbaro (John Milius,
1982), com Schwarzenegger, que o gênero decolou.
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O thriller lida com estados emocionais básicos como medo, terror, repulsa,
choque, horror. Não são poucas as histórias de pessoas que, ao assistirem filmes
de suspense ou terror, desviam o olhar em algumas cenas, sentem náuseas, gritam,
suam compulsivamente ou abandonam a sala de cinema ou desligam sua TV, DVD
player ou computador.
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Em um bom thriller, os sofrimentos, reais ou psicológicos, dos personagens
despertam a nossa simpatia e a nossa revolta com os nossos medos emergindo na
pele do sofredor. Entretanto, em um filme que explora a dor e a violência sem fim
e sem propósitos como a tortura, o massacre e o barbarismo é apenas diversão.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
300 Filmes para ver Antes de Morrer
MARON, Alexandre (ed.). 300 Filmes para ver antes de morrer. Rio de Janeiro:
Globo, 2008.
Gramática do Cinema
BRISELANCE, M. F.; MORIN, J. C. Gramática do cinema. Lisboa: Texto & Grafia, 2011.
Sites
Como Fazer o Seu Próprio Filme
Conheça os passos para uma produção simples.
https://goo.gl/wp03er
Filmes
Saneamento Básico, o Filme
Direção: Jorge Furtado. 2007, cor, 112 min, Brasil. A comédia mostra moradores
de uma pequena vila, na Serra gaúcha, que se reúnem para elaborar um filme barato,
contando a história de um monstro que vive nas obras de construção de uma fossa. Uma
pequena e engraçada aula sobre a produção de um filme. Com Fernanda Torres, Wagner
Moura e Camila Pitanga.
Visite
Cinédia Estúdios Cinematográficos
Rua Santa Cristina, nº 5, Santa Tereza, Rio de Janeiro. Contato: (21)2222.2430;
<cinedia@domain.com.br>.
www.cinedia.com.br
Universal Studios/Hollywood
Único parque temático situado no centro de um estúdio de cinema real em funcionamento.
Visitas aos bastidores.
http://www.universalstudioshollywood.com/
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Referências
BAHIANA, A. M. Como ver um filme. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012.
BERGAN, R. Guia ilustrado Zahar – Cinema. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.
Sites consultados
OCA/Ancine. Disponível em: <http://oca.ancine.gov.br/filmes_bilheterias.htm>.
Acesso em: 23 nov. 2015.
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