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ganhar dinheiro na colônia e retornar para a terra natal. Na realidade o que ocorria era a forte
miscigenação, principalmente entre brancos e negros e brancos e índios.
O aspecto de miscigenação no Brasil oficialmente é determinado pelo IBGE, que destaca
em sua pesquisa três grandes grupos: brancos, negros e pardos (mestiço). Esses dados são
altamente contestados por considerar apenas a cor da pele e, principalmente, ser baseado na
declaração dos próprios entrevistados. O fator preponderante do preconceito racial faz com que
vários entrevistados se coloquem como brancos e pardos, mesmo tendo traços marcantes de
negros.
No Brasil se tem culturalmente a ação de negar a ancestralidade e se valorizar a cor da
pele, surgindo grupos de mestiços que possuem uma grande identidade, como é o caso dos
mulatos, que são um grupo presente na estrutura brasileira, mas são incompreensíveis para
vários grupos étnicos mundiais.
1851 que fez crer que os homens de cor libertos seriam escravizados. A revolta atrapalhou os
planos censitários, que foram adiados por 20 anos.
Um novo regulamento censitário foi estabelecido em 1870, aumentando o tempo entre
censos de oito para dez anos. Em 1872 foi realizado o primeiro censo nacional no Brasil que
recebeu o nome de Recenseamento da População do Império do Brasil. O censo seguinte, pela
legislação, seria em 1882 e não ocorreu. Com o fim do Império e a Proclamação da República em
1888 um novo censo foi realizado em 1890 seguido de censo em 1900. Em 1910 não foi realizada
contagem retornando em 1920. Em 1930 também não houve censo.
O censo de 1940 inicia então nova fase nas pesquisas populacionais do Brasil sendo
organizado pelo IBGE. Desde então o censo tem sido realizado rigorosamente a cada 10 anos. Os
questionários passaram a ser mais abrangentes contendo perguntas sobre temas econômicos e
sociais, tais como: mão de obra, emprego, desemprego, rendimento, fecundidade, migrações
internas, entre outros temas.
A tabela abaixo apresenta o crescimento populacional brasileiro desde o primeiro
levantamento censitário até o último.
Brasil: crescimento da população segundo os censos de 1872 a 2010
Ano População Crescimento (%)
1872 9.930.478 -
1890 14.333.915 44,3
1900 17.438.434 21,6
1920 30.635.605 75,6
1940 41.236.315 34,6
1950 51.944.397 25,9
1960 70.191.370 35,1
1970 93.139.037 32,7
1980 119.002.706 27,8
1991 146.825.475 23,4
2000 169.799.170 15,6
2010 190.732.694 12,3
Fonte: IBGE, Anuário estatístico do Brasil
direito de livre decisão sobre o planejamento familiar”. Pelo menos na letra da lei, o Brasil
adotou o caminho correto: a família tem o direito de decidir, mas o Estado tem o dever de
fornecer os meios necessários para que esse direito seja exercido.
Para entender as transformações em curso na dinâmica populacional brasileira, podemos
recorrer ao conceito de transição demográfica referente à transição entre duas situações de
crescimento demográfico relativamente reduzido. No período anterior à transição demográfica,
tanto a taxa de natalidade quanto a de mortalidade são elevadas. Já no período posterior à
transição, as taxas de mortalidade e de natalidade são baixas.
Numa primeira fase da transição demográfica, a queda das taxas de mortalidade tende a
anteceder a queda das taxas de natalidade. Morre-se menos porque, entre outros fatores
positivos. Há maior acesso aos serviços de saúde e melhoria no padrão alimentar. A queda na
natalidade, por sua vez, costuma estar associada à modernização da economia, que se reflete na
urbanização, na taxa de escolarização e no ingresso de um número cada vez maior de mulheres
no mercado de trabalho. Essa fase da transição é marcada pelo alto crescimento vegetativo da
população.
Numa segunda fase, as taxas de mortalidade e natalidade estão em queda. Mas ainda
persiste uma diferença entre elas.
Nos países desenvolvidos, a transição demográfica se completou nas primeiras décadas
do século XX. Nessa terceira fase, as taxas de incremento demográfico são bastante reduzidas.
Nos países subdesenvolvidos, a transição demográfica ainda está em curso, mas grande parte
deles já existe uma redução significativa nas taxas de natalidade e, em consequência, do
crescimento demográfico: é o caso do Brasil.
para completar, pelo menos, o Ensino Fundamental. As brasileiras com menos escolaridade têm
3,19 filhos ao longo de suas vidas, enquanto que as que estudam durante oito ou mais anos têm
uma taxa de fecundidade de 1,68.
Algumas mudanças nas famílias verificadas em países mais desenvolvidos também vêm se
refletindo no Brasil. As principais delas são: reduções do tamanho da família e do número de
casais com filhos, além do crescimento de famílias formadas por casais sem filhos. Isso é
resultado, de acordo com o instituto, do declínio da fecundidade e do aumento da esperança de
vida ao nascer.
A tendência da população brasileira é de crescimento apenas no Norte. Isso porque na
região a taxa de fecundidade é de 2,51, sendo a única a apresentar um valor superior a 2,1. Nas
demais regiões, a tendência a longo prazo é de que a população diminua, sem levar em conta as
migrações.
As mulheres continuam vivendo mais que os homens e têm esperança de vida ao nascer
de 77 anos, ao passo que os homens têm uma expectativa de vida de 69,4 anos.
Apesar dos avanços nos últimos anos, a expectativa de vida do brasileiro continua abaixo
de outros países em desenvolvimento como Venezuela (73,8), Argentina (75,2), México (76,1),
Uruguai (76,2) e Chile (78,5).
No Japão, a esperança de vida ao nascer é a maior do planeta, segundo dados da
Organização das Nações Unidas (ONU), de 82,7 anos, seguido de Islândia, França, Canadá e
Noruega. Nos Estados Unidos, a expectativa média de vida é de 79,2 anos.
Segundo o IBGE, entre 2000 e 2009, a esperança de vida do brasileiro cresceu 2 anos, 8
meses e 15 dias, e em relação a 1980, aumentou 10 anos, 7 meses e 6 dias.
Entre os Estados com mais idosos, o IBGE lista Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Distrito
Federal e São Paulo, considerados os mais "envelhecidos" do país.
No meio da pirâmide, observa-se também uma redução na população com idade até 25
anos. O motivo, segundo o IBGE, é o contínuo declínio dos níveis de fecundidade observados no
Brasil e, em menor parte, a queda da mortalidade nas últimas décadas.
A estrutura etária da população tem reflexos importantes na economia do país. Quanto
maior a porcentagem de crianças e jovens na população total, maior a demanda por
investimentos estatais em educação e em programas de saúde voltados para a população
infantil. Por outro lado, a existência de um número relativamente alto de idosos acarreta
demandas financeiras ao Estado, principalmente em aposentadorias e programas específicos de
saúde e assistência social.
Outro aspecto importante relacionado ao crescimento da população idosa diz respeito ao
delineamento de um novo perfil de consumo. Os serviços especializados para a população mais
idosa, tais como asilos e casas de repouso, atividades recreativas e educação continuada,
sobretudo aulas de informática e de línguas, constituem um mercado em rápida expansão.
Nas prateleiras dos supermercados, multiplicam-se as opções de alimentos com menos
sódio, menos gordura, livre de lactose ou isentos de açúcar, ideais para que segue dietas
restritivas. Mas a indústria do turismo merece o crédito de ter percebido o potencial desse filão:
os turistas de mais de 60 anos já representam entre 16% e 35% dos clientes das principais
agências brasileiras. Na baixa temporada, os idosos chegam a se tornar maioria, já que não têm
filhos em idade escolar e podem aproveitar os descontos oferecidos pela maioria das agências.
consequência do crescimento dessas atividades. De 1850 a 1930, por outro lado, as estimativas
são mais confiáveis e observou-se uma enorme entrada de imigrantes no país para suprir as
necessidades de mão de obra nas lavouras cafeeiras, nos centro urbano-industriais e no processo
de povoamento da região Sul.
Com a crise mundial de 1929, as regiões do país de economia agrário-exportadora
entraram em colapso. A principal crise foi a do café, que atingiu principalmente o Estado de São
Paulo. A região de Ilhéus passou pela crise do cacau e o restante da Zona da Mata nordestina
sofreu com a brusca queda na exportação de açúcar. Nesse contexto, iniciou-se o processo de
industrialização brasileira, comandada pelo Sudeste, que passou a receber grandes contingentes
de mão de obra nordestina. A região Sul, que passou por uma colonização de povoamento, tinha
sua economia voltada para o mercado interno e sofreu menos com essa crise.
Esse deslocamento interno de trabalhadores do Nordeste rumo ao Sudeste significava
que as atividades econômicas não estavam atendendo a demanda, que o desemprego gerado
pela crise levava as pessoas a migrar pelo país. Em 1934, observando esse excedente interno de
mão de obra, o governo Getúlio Vargas criou a Lei de Cotas de Imigração e passou a controlar a
entrada de estrangeiro no país, para evitar que o índice de desemprego aumentasse a
instabilidade social. Segundo essa lei, a cada ano, só poderiam entrar no país 2% do total de
imigrantes dos últimos 50 anos, segundo a nacionalidade. Por exemplo, de 1885 a 1934 (50
anos) entraram cerca de um milhão de italianos no Brasil; em 1935 poderiam entrar 2%, ou seja,
20 mil italianos. Essa lei não foi aplicada aos portugueses, cuja entrada permaneceu livre.
A Lei de Cotas não proibia, apenas restringia a entrada de imigrantes. A restrição, porém,
não era somente numérica, mas também ideológica. Se o imigrante demonstrasse tendência a
marco-sindicalista, por exemplo, era impedido de entrar no país. Além disso, 80% dos imigrantes
aceitos eram obrigados a trabalhar na zona rural. Com essas medidas, estava assegurada maior
manipulação ideológica e controle social, já que os trabalhadores nordestinos que chegavam a
São Paulo e ao Rio de Janeiro sujeitavam-se a situações de trabalho que os imigrantes europeus,
mais organizados e politizados, não aceitavam passivamente. Da associação da crise mundial
com a Lei de Cotas, durante o período de 1929 a 1945, a entrada de imigrantes no Brasil não foi
numericamente significativa.
Do fim da Segunda Guerra Mundial até 1973, o Brasil passou por um período de grande
crescimento econômico e tornou-se novamente um país de atração populacional. Durante o
mandato democrático de Getúlio Vargas (1950 – 1954) e no governo de Juscelino Kubitschek
(1956 – 1960), ocorreu maciça entrada de investimentos produtivos estatais e estrangeiros, que
ampliaram o volume de empregos nos setores secundário e terciário. Apesar de ser significativa
em termos absolutos, a participação percentual da imigração no crescimento populacional era
reduzida, atingindo apenas 2,4% na década de 50. Atualmente, porém, a emigração supera
numericamente a imigração, já que a economia não oferece emprego em número suficiente e os
salários brasileiros situam-se entre os mais baixos do planeta.
ano, houve uma inversão de fluxo, explicada pelo ingresso de Portugal na União Europeia. Com a
consequente melhoria das condições de vida nesse país, ele se tornou área de atração de
emigrantes brasileiros. Preocupados com essa tendência, os demais países membros da União
Europeia pressionaram Portugal a impedir o livre acesso de brasileiros ao seu território, o que,
num futuro próximo, significará livre acesso a toda comunidade europeia.
A segunda maior corrente de imigrantes livres foi à italiana. Em terceiro lugar, aparecem
os espanhóis e, em quarto, os alemães. A partir de 1850, a expansão dos cafezais pelo Sudeste e
a necessidade de efetiva colonização da região Sul levaram o governo brasileiro a criar medidas
de incentivo à vinda de imigrantes europeus para substituir a mão de obra escrava. Entre as
medidas adotadas e propagandas na Europa, destacam-se o financiamento da passagem e a
garantia de emprego, com moradia, alimentação e pagamento anual de salários.
Embora atraente, a propaganda governamental escondia uma realidade perversa: ao fim
de um ano de trabalho duro nas lavouras de café, quando o imigrante deveria receber seu
pagamento, era informado de que seu salário não era suficiente sequer para pagar as
despesas de transporte – que a propaganda prometia ser gratuito – e moradia, quanto mais dos
alimentos consumidos ao longo do ano. A propaganda tinha sido enganosa, e somente seria
permitida a saída do imigrante da fazenda quando a dívida fosse quitada. Como isso não era
possível, ele ficava aprisionado no latifúndio, vigiado por capangas para evitar sua fuga. Era a
escravidão por dívida, comum até hoje em vários estados do Brasil. Tal realidade levou a
Alemanha, em 1859, a proibir a saída de imigrantes em direção ao Brasil, para impedir que seus
cidadãos fossem enganados e escravizados.
Além dos cafezais da região Sudeste, outra grande área de atração de imigrantes
europeus, com destaque para portugueses, italianos e alemães, foi o Sul do país. Nessa região, os
imigrantes ganhavam a propriedade da terra, onde fundaram colônias de povoamento (pequena
e média propriedade, mão de obra familiar, produção policultora destinada ao abastecimento
interno) que prosperaram bastante, tais como Porto Alegre, Florianópolis e Itajaí, fundadas por
portugueses; Joinville e Blumenau, por alemães; Caxias do Sul, Garibaldi e Bento Gonçalves, por
italianos, dentre dezenas de outras cidades menos conhecidas. Os espanhóis não fundaram
cidades importantes, espalhando-se pelos grandes centros urbanos de todo o centro-sul
brasileiro, com destaque para São Paulo e Rio de Janeiro.
Em 1908, aportou em Santos a primeira embarcação trazendo colonos japoneses para
trabalharem nas lavouras de café do interior do Estado de São Paulo. Assim como os colonos das
demais nacionalidades, sofreram impiedosamente as vicissitudes da escravidão por dívidas, além
das enormes dificuldades de adaptação e integração cultural. As diferenças de língua, religião e
cultura, associadas ao receio de serem novamente escravizados, levaram os japoneses a criar
núcleos de ocupação pouco integrados à sociedade como um todo. Eles respondem por
aproximadamente 5% do total de imigrantes livres que ingressaram no país. Desde meados dos
anos 70, muitos de seus descendentes estão migrando das áreas tradicionais de ocupação da
colônia, já plenamente integradas ao cotidiano nacional, e espalhando-se pelos diversos pontos
do país. Outros, fazendo o caminho inverso de seus ancestrais, estão imigrando em direção ao
Japão (dekasseguis), onde trabalham em linhas de produção, ocupando posições subalternas,
renegadas por cidadãos japoneses.
Entre as correntes imigratórias de menor expressão numérica, destacam-se os eslavos, na
região de Curitiba; os chineses e os coreanos, na capital paulista; e os judeus, os sírios, os
libaneses e os latinos-americanos em geral espalhados pelo país.
As migrações deixaram fortes marcas tanto nos países quanto nas pessoas. Quem não
tem conhecidos cujo apelido se refere ao estado de origem, como “mineiro”, “paulista” ou
“baiano”? Quando as pessoas se deslocam, carregam consigo a cultura, a língua, o jeito de falar e
muitas outras características da terra natal.
No Brasil de hoje, uma pessoa a cada seis vive longe do estado natal. É gente que, em
algum momento, na infância ou na fase adulta, emigrou para outro canto do país. Quando vem a
nova geração, a situação muda, pois os filhos dos imigrantes já são naturais na nova região.
Carregam então uma “herança” cultural.
Quando falamos de migrações, estamos falando de pessoas que saem do local de
nascimento – tanto as que vão para outros países, quanto as que mudaram de estado ou cidade
dentro do próprio país.
Atualmente, a região brasileira com mais imigrantes é o Centro-Oeste, onde 35,6% da
população vem de outra regiões. A que tem menor número de imigrantes é o Nordeste, com
7,4%. O Distrito Federal, fundado há apenas 50 anos, lidera entre as unidades federativas, com
51% de imigrantes, seguido de Rondônia, com 46%.
africano. Entre 1531 e 1850 (ano em que o tráfico de escravos foi extinto com a Lei Eusébio de
Queirós), estima-se que tenham vindo para o Brasil cerca de 4 milhões de negros de vários
grupos étnicos e sociais.
em regiões menos desenvolvidas. Passa a ocorrer também a guerra fiscal entre os estados e
municípios, que oferecem isenção de impostos e outras vantagens para atrair as empresas.
Vale lembrar que, atualmente, o Brasil se tornou um país onde o fluxo imigratório é
negativo, ou seja, o total de emigrantes é maior que o número de pessoas que ingressaram no
país. Muitos brasileiros têm se transferido para os Estados Unidos, Europa e Japão, em busca de
melhores condições de vida, já que os salários pagos no Brasil são dos mais baixos do mundo.
Como a maioria dos emigrantes entram clandestinamente nos países a que se dirigem, há apenas
estimativas precárias quanto ao volume total de imigração. Para ter uma ideia, apenas em Nova
Iorque residem cerca de 120 mil brasileiros.
Referências Bibliográficas
Atualidades Vestibular 2011. In: O Brasil Cresce Mais Devagar. São Paulo: Abril, 2011.
CARNIER JUNIOR, PLÍNIO. Imigrantes, viagens, trabalho, integração. São Paulo: FTD, 2000.