24/05/2021 REDUNDÂNCIA DE REDES DE ALTA DISPONIBILIDADE CONFORME A NORMA IEC 62439-3 | PROTCOM: Proteção e Comunicaçã…

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REDUNDÂNCIA DE REDES DE ALTA

DISPONIBILIDADE CONFORME A
NORMA IEC 62439-3
Júlio Oliveira, Technology Manager – PGGA Grid Automation, ABB, Guarulhos-SP

Após o advento da norma IEC 61850 com seus 10 capítulos originais em 2005, iniciou-se
uma discussão a respeito de como prover redundância das redes de comunicação em
aplicações de missão crítica na automação das subestações de energia, uma vez que este
tema não era abordado na norma recém promulgada.

Com o aumento da escala do uso da Ethernet (IEEE 820.3) em sistemas

industriais/energia, a demanda pela redundância se tornou relevante devido a grande
importância da comunicação e sua infraestrutura na implementação dos novos
empreendimentos. Serviços de tempo real tais como os providos pelas técnicas GSE e
SMV utilizados para lógicas de intertravamento, trip e digitalização de grandezas
analógicas de corrente e tensão reforçaram a necessidade da garantia ou aumento da
disponibilidade das redes.

As técnicas PRP e HSR

Em 2008 fora publicada a norma IEC 62439 com o título “High availability networks” que
contemplava protocolos orientados a prover maior disponibilidade das redes de
automação em diversos seguimentos da industria e áreas onde há sistemas que tem por
característica a baixa tolerência a falhas ou latência das redes de comunicação,
classi cados como missão crítica (óleo & gás, energia elétrica, etc).

Especi camente na cláusula 3 da versão corrente da norma IEC 62439 são mencionados
dois protocolos de redundância (o PRP – Parallel Redundancy Protocol e o HSR – High
Availability Seamless Protocol) que possuem uma particularidade muito bem-vinda dentro
do contexto dos projetos de automação de subestações: eles são zero switchover time, ou
seja, tempo de recomposição igual a zero em caso de falhas N-1. Isso atribui-se ao fato de

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que nos dois casos as duas interfaces do dispositivo que contempla um destes protocolos
emitem os frames e datagramas ao mesmo tempo, não havendo portanto um
chaveamento ou desbloqueio de uma porta de comunicação ou outra no caso de uma
disrupção de um determinado link da rede, as duas permancem ativas durante todo o
tempo de operação.

Para efeito de comparação, o PRP e o HSR são elencados na Tabela 1 em conjunto com
outros protocolos da presentes na norma IEC 62439 e são exibidos os tempos de
recuperação e os arranjos de topologia de cada um:

No que concerne aos serviços providos por uma arquitetura de comunicação para
automação de subestações, a Tabela 2 lista os protocolos, tempos de propagação e tempos

de recuperação por eles demandados:

Uma vez que a norma IEC 61850 tem um grande apelo pela interoperabilidade, na
edição 2 do capítulo 8-1, a redundância de comunicação foi referenciada en m
apontando para três técnicas como demonstra a Tabela 3:

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Nota-se duas observações importantes nessa tabela:

– A redundância aqui mencioanda refere-se como “link redundancy” – ou seja, uma outra
rota de comunicação caso a primeira seja interrompida/perdida. Por esse motivo o RSTP
foi considerado, já que não se trata neste caso de um protocolo de redundância e sim de
uma técnica de loop avoidance (para evitar loops em uma rede Ethernet fechada em uma
topologia em anel);

– O PRP e o HSR são referenciados e a norma IEC 61850 aponta para a IEC 62439-3, o
capítulo que descreve o funcionamento destas duas técnicas;

– Usar um mecanismo ou outro é opcional. As três técnicas são citadas como uma escolha
com o intuito de manter a interoperabilidade entre os sistemas.

Nas Figuras 1 e 2 respectivamente são exibidas duas arquiteturas redundantes, com o PRP
e HSR respectivamente.

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Os elementos descritos na Figura 1 como DANP (Dual Attached Node implementing PRP)
remetem aos IEDs, SCADAs e outros dispositivos que possuem o PRP implementado. Cada
interface é conectada a uma das redes paralelas identi cadas como LAN A e LAN B. Estas
duas redes podem inclusive possuir topologias diferentes – anel, mesh ou barramento.

De forma análoga, o DANH indicado na Figura 2 (Dual Attached Node implementing HSR)
concernem aos dispositivos com o HSR, que por sua vez se conectam em anel.

Conclusão
Ambas as técnicas PRP e HSR apresentam uma foram robusta, e ciente e interoperável no
que concerne à implementação de um mecanismo de redundância para sistemas de
missão crítica, disponibilizando links duplos para conexão à rede e por meio da emissão
dos frames e pacotes simultaneamente em suas interfaces de comunicação. Em quaisquer
falhas do tipo N-1 da rede, a aplicação mantém integralmente suas funções. Para os
protocolos de tempo real cuja propagação ocorre em poucos milissegundos, tanto o PRP
como o HSR oferecem tempo zero de recomposição, não permitindo a criação de latências
que comprometam a arquitetura.

O PRP propõe o uso de duas redes paralelas conectando todos os IEDs e sistemas
supervisórios por duas interfaces Ethernet, proporcionando uma grande resilência para o
projeto e com um grande número de pontos de acesso para os dispositivos. Já o HSR
constitui uma topologia em anel entre os elementos da arquitetura, criando um arranjo
mais simples e com um custo efetivo menor.

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