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A Sistematização na Podologia

Conteudista: Prof. Me. Armando Bega


Revisão Textual: Esp. Pérola Damasceno

Objetivos da Unidade:

Sistematizar a Podologia para que seja possível a integração técnica e científica da profissão;

Propor bases científicas e técnicas na formação e atuação do profissional de Podologia;

Discutir a atuação do podólogo com base na ciência e no mercado de trabalho;

Formar um profissional consciente da sua atuação como profissional da área da saúde;

Desenvolver habilidades para juntar, separar, agrupar, decodificar e elaborar documentos podológicos.

ʪ Material Teórico

ʪ Material Complementar

ʪ Referências
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ʪ Material Teórico

O Que é Sistematização?
A sistematização pode ser definida como o ato de organizar, de reunir em um sistema, de pôr em ordem, de estruturar, de coordenar.

A Podologia, como Ciência, necessita ser organizada para poder criar e pôr em prática o conhecimento e a prática profissional. Sem a
sistematização, a Podologia seria um amontoado de técnicas, de procedimentos, de saberes espalhados, sem forma e com conteúdo disperso.

A regulamentação do exercício da profissão de podologista caminha junto da sistematização, porque enquanto a Podologia não encontra o seu
caminho dentro da regulamentação, continuamos assistindo cada um fazer uma Podologia diferente da outra, muitas vezes sem nenhuma
conexão com as práticas e evidências científicas.

Sistematizar significa organizar, criar e adotar um método de consulta, de estudo, de prática e de documentação dentro da rotina podológica, que
deve ser adotada e seguida por todos os profissionais de Podologia do Brasil, sem exceção.

As profissões que cresceram e se destacaram como ciência, só conseguiram esses feitos por meio da sistematização, da organização dos seus
saberes e da elaboração de métodos científicos, deixando de lado tudo aquilo que não está respaldado por pesquisas e pela lógica científica.

Vamos ver alguns exemplos da não sistematização dentro da Podologia:

Cada escola forma profissionais de Podologia com bases diferentes de conhecimento e de práticas;

As práticas desenvolvidas pelos podólogos não conversam entre si;

A formação dos podólogos é muito diferente de uma escola para outra, mesmo dentro da mesma cidade ou estado, e mesmo
sendo para formar profissionais que desenvolverão a mesma profissão e dentro do mesmo nível de formação, seja ele técnico
ou de graduação;

As técnicas desenvolvidas pelos podologistas não seguem a mesma orientação;

A Podologia que se desenvolve em uma cidade ou estado é diferente da Podologia desenvolvida em outras cidades e estados;

Não há uma uniformização de carga horária;

Não há uniformização de disciplinas ou bases curriculares para serem seguidas por todas as escolas.

Os podologistas adotam técnicas sem respaldo científico, baseados no “ouvi falar”, “disseram que é bom”, “o meu colega usa e dá certo”, “foi
bom para fulano ou sicrano”, “assisti a uma demonstração na palestra ou congresso”, “foi dito por uma pessoa em quem eu confio” e etc.

São muitos os exemplos de que a Podologia necessita ser sistematizada e que isso só acontecerá com a existência de um organismo regulador,
para normatizar, fiscalizar e para sistematizar a Podologia.
Caso a Podologia fosse sistematizada, os cursos de Podologia deveriam seguir diretrizes com um rol de disciplinas que não poderiam ficar fora de
nenhum curso, a fim de garantir uma base de formação sistematizada e um nivelamento de saberes e de competências entre os profissionais de
Podologia de um mesmo nível de formação e da profissão como um todo.

Tendo uma base única a ser seguida por todas as escolas, diferenciada apenas pelo nível de formação – se é técnico ou graduação, se a graduação
é tecnológica ou é um bacharelado – as escolas poderiam optar por se diferenciarem naquilo que oferecessem a mais, que seria um diferencial
entre as escolas e entre as formações, mas sempre garantindo uma base igual dentro do conhecimento e das práticas da Podologia.

Exemplo: uma escola poderia dar mais ênfase para a Podopediatria, outra para a Podologia Esportiva, outra para Podogeriatria, outra para a
Podologia clínica, outra para a Podologia estética e, assim, poderiam contemplar tantos quantos nichos de mercado surgissem, fossem
detectados ou pela demanda ou especialização de uma determinada região. Mas a base seria a mesma: a forma de fazer uma consulta, a
propedêutica, a semiologia e a semiotécnica seriam as mesmas, de maneira que um profissional formado no Estado do Amazonas tivesse a
mesma base de um profissional formado no Ceará, em São Paulo, no Paraná, no Rio Grande do Sul ou qualquer outro estado do Brasil e em
qualquer país onde a Podologia já está constituída como profissão.

Isso é sistematizar, isso é organizar os conhecimentos dentro de um sistema e, dessa forma, poder replicar esse conhecimento em todos os
lugares, passando de geração para geração, garantindo a unicidade científica da Podologia, como ciência e profissão da área da saúde.

Para sistematizar é necessário que todos os membros da área a ser sistematizada estejam de acordo e isso tem apenas duas formas de acontecer:
a primeira é pela lei, pela regulamentação da profissão e pela normatização dentro da lei e de um conselho profissional. A segunda forma é pela
união espontânea entre os membros de uma ciência ou profissão. É necessário ressaltar que a segunda forma anteciparia a solução de muitos
problemas no que tange à sistematização, mas, infelizmente, esbarramos no fator humano e quando entramos por essa senda se faz necessário
levar em consideração que não estamos falando somente da razão, porque o ser humano carrega, ainda que não queira, a emoção, o
individualismo e as paixões humanas, que terminam por ofuscar a lógica, a razão e os métodos científicos. Por esse motivo, a regulamentação, a
lei e a necessidade de um conselho profissional são fatores fundamentais para o sucesso de uma profissão na área da saúde, em especial para a
sistematização dessa profissão, principalmente quando identificamos que estamos falando de uma ciência, muitas vezes negligenciada, porque
os pés ficam escondidos dentro dos calçados e vivemos numa sociedade em que dá valor para aquilo que está à mostra, que aparece, e não para
aquilo que, embora seja fundamental para a nossa locomoção e para a sobrevivência da espécie humana, que são os pés, o aparelho locomotor,
estejam escondidos e pareçam ser de somenos importância, aliás, foi exatamente essa a justificativa do Conselho Judicial da Associação Médica
Americana – AMA, em 1932, para aceitar a Podologia/Podiatria como membro da AMA, nos Estados Unidos.

Segundo Elza Maria Fonseca Falkembach (2006), sistematizar é juntar cacos para construir vitrais. Pensemos nisso!

Pedaços de pedras, de pisos, de cerâmica, de azulejo, soltos e quebrados não significam muita coisa, mostram uma desordem, muitas vezes sem
sentido, até mesmo são despejados no lixo porque não se percebe a aplicabilidade desses cacos, partes de um todo que se encontram separados,
desconexos, pedindo que sejam decifrados, pedindo que sejam montados como num jogo de “puzzle”, um quebra-cabeças. As peças do
“puzzle”, misturadas, não fazem nenhum sentido. Elas pedem esforço mental daqueles que se debruçam sobre elas para poderem dar sentido às
peças do quebra-cabeça, para que elas digam uma frase completa, para que contem uma história e não apenas sejam palavras soltas, sinais que
precisam ser decodificados, para que possam mostrar um retrato, uma paisagem, para contarem uma história. As peças do “puzzle” ainda se
encaixam, foram feitas umas para as outras e ainda que levemos muito tempo para decifrá-las, não deixam lacunas ou espaços vazios.

Os vitrais formados pelos cacos podem ter os mais diversos pedaços, de diferentes formas e tamanhos na sua composição. Mas ainda assim o
artista encontra um sentido para eles, uma lógica, uma organização, um sistema para montar uma imagem, para contar uma história ou
demonstrar um estado de espírito.

Você deve estar se perguntando: “o que isso tem a ver com a Podologia?”, pois tem tudo a ver com a Podologia, com a ciência, porque é a
demonstração que para darmos sentido a uma história, a um fato ou acontecimento, precisamos juntar informações, juntas sinais e achados,
juntar peças de um quebra-cabeça chamado vida, chamado saúde, chamado doença, chamado solução e cura.

A ideia de juntar peças e cacos, para construir vitrais, expressa toda a verdade e beleza que está contida na sistematização.
Na Podologia, o ato de juntar cacos pode ser traduzido como fazer a consulta de Podologia, levantar dados do paciente, o histórico familiar, a
história pregressa da queixa ou da doença, as intercorrências que podem parecer desconexas quando olhadas isoladamente, mas muitas vezes
encontram sentido e se encaixam na construção do quadro clínico, dos sinais e sintomas de uma doença que se esconde, que pode estar na fase
prodrômica ou ainda não se manifestou com todos seus sinais clássicos e conhecidos.

O podólogo é como um artista, um estudioso desses sistemas, do aparelho locomotor: os pés. Cabe ao podólogo juntar os sinais e sintomas,
juntar os cacos, construir os vitrais, diagnosticar a podopatia, propor a abordagem podológica usando das técnicas conhecidas e que fazem parte
do conjunto de procedimentos que dão a liga para todos os cacos, recompõem o que está quebrado e disperso, sem energia e disconforme com a
vida, restabelecendo os sistemas, dando sentido e funcionalidade, promovendo a saúde e prevenindo as doenças.

Sistematização da Atividade de Podologia


Agora, vamos entender como devemos direcionar a sistematização da Podologia, conhecida como SAP (Sistematização da Assistência de
Podologia).

Etapas do SAP

Preencher os dados do paciente;

Histórico:

Queixa;

Início dos sintomas;

Evolução dos sintomas;

Situações vividas pelo paciente que podem estar relacionadas à queixa;

Doenças pregressas;

Antecedentes familiares;

Medicamentos em uso;

Medicamentos usados para tratamentos anteriores;

Acidentes pregressos;

Trabalho;

Lazer;

Prática de esportes;

Atividade física e sedentarismo;

Calçados;

Meias;

Tipo de dor;

Intensidade da dor (escala analógica de dor).

Exame Físico:
Inspeção;

Palpação;

Ausculta;

Percussão.

Testes e exames complementares:

Testes biomecânicos;

Testes posturais;

Testes vasculares;

Testes neurológicos;

Temperatura da pele;

Aspecto da lesão;

RX;

RM;

TC;

USG.

Diagnóstico de Podologia;

Procedimentos de Podologia:

Podoprofilaxia;

Desbastamento de hiperqueratoses e helomas;

Realização de espiculaectomia;

Curativos;

Avaliações biomecânica, postural, circulatória, neurológica, de pele e anexos;

Confecção de órteses ungueais, ortoplastia e órteses plantares;

Uso de medicamento de venda livre;

Uso de dermocosméticos ou cosmecêuticos;

Manipulações e mobilizações miofasciais e osteomioarticulares do aparelho locomotor;

Atividades especializadas (Podogeriatria, podopediatroa, podologia esportiva, podologia


laboral, podologia clínica, podologia estética etc.).

Evolução de Podologia: a evolução retroalimenta o diagnóstico, os procedimentos, a evolução e o prognóstico;

Prognóstico de Podologia.

O prontuário de Podologia faz parte da SAP e se constitui num documento muito importante para o exercício da Podologia, porque por ele
podemos garantir a qualidade do atendimento podológico, a responsabilização profissional e do paciente, cuidar para evitar iatrogenias e
injustiças nas reclamações e demandas que, porventura, possam surgir da relação podólogo/paciente; deve ser preenchido com letras legíveis e
não deve ter rasuras; é confidencial e não deve ser usado para nenhum tipo de publicidade.

Modelo de SAP/Prontuário de Podologia


O prontuário não pode ser retirado do consultório, a não ser por ordem judicial ou pedido médico, mas nesse último caso se faz uma cópia do
prontuário e o original fica mantido no arquivo do podologista. Ele pertence ao paciente, mas a guarda e a integridade do prontuário são
obrigação e dever do podólogo. Isso significa que o paciente pode ter acesso aos registros feitos no prontuário, dentro do consultório e diante do
profissional de Podologia, mas não pode retirá-lo das dependências do consultório de Podologia.

SAP – Sistematização da Avaliação e Assistência de Podologia

Quadro 1 – Modelo de Anamnese para a consulta de Podologia

Nome

Data de nascimento Estatura

Peso IMC

N.º calçado

Endereço

Cidade Estado

Telefone Celular

E-mail Outros

Profissão

Esportes

Lazer

Queixa

História da Doença PATOLOGIA (O estudo das doenças):

Como e quando os sintomas surgiram?

Como as doenças evoluíram?


Quais são as característica (sinais e sintomas)
apresentados?

Medicamentos em uso

Alergias

Doenças

Histórico familiar

Acidentes

Cirurgias/cicatrizes

Calçados e meias

Fonte: Adaptada de YOUNG et al., 1993

Após o término da anamnese, começa o exame físico (Quadro 2).

Quadro 2 – Exame Físico

Avaliação Dermatológica Direito Esquerdo

Unhas

Dorso

Planta
Avaliação Dermatológica Direito Esquerdo

ABCDE – máculas e
manchas:

A = assimetria;

B = bordas;

C = cor;

D = diâmetro;

E = evolução.

Tornozelos

Pernas

Fonte: Adaptada de YOUNG et al., 1993

Figura 1
Fonte: Adaptada de YOUNG et al., 1993

Quadro 3 – FPI – Foot Posture Index

Fator Plano Score

Direito Esquerdo
-2/+2 -2/+2
Palpação da cabeça
Transverso
do tálus

Curvas acima e
Retropé abaixo do maléolo Frontal/transverso
lateral

Inversão e eversão
Frontal
do calcâneo

Protuberância na
Transverso
região da ATN

Congruência do arco
Sagital
Antepé longitidinal interno

Abdução e adução do
antepé em relação ao Transverso
retropé

Total

Referência:

Normal = 0 a 5;

Pronado = 6 a 9;

Hiper pronado = ≥ 10;

Supinado = -1 a -4;

Hiper supinado = -5 a -12.

Fonte: Adaptada de YOUNG et al., 1993

Quadro 4 – Jack Teste

Teste S N

Dorsiflexão do HD

Dorsiflexão HD + aumento do ALI


Dorsiflexão do HD + aumento do ALI + Rotação externa da tíbia

Teste

Dorsiflexão do HE

Dorsiflexão HE + aumento do ALI

Dorsiflexão do HE + aumento do ALI + Rotação externa da tíbia

Fonte: Adaptada de YOUNG et al., 1993

Quadro 5 – Navicular Drop

ND Valor em mm

Sem Carga

Com carga

Normal: de 5 a 9 mm;
Diferença
Supinado: < 5 mm;

NE Valor em mm Pronado: > 9 mm.

Sem Carga

Com carga

Diferença

Fonte: Adaptada de YOUNG et al., 1993

Quadro 6 – Resistência à Supinação

Resistência Pé esquerdo Normal Aumentada

Resistência Pé direito Normal Aumentada


Fonte: Adaptada de YOUNG et al., 1993

Quadro 7 – Lunge Test

Pé Direito Distância em cm Encurtamento

Pé esquerdo Distância em cm Encurtamento

Fonte: Adaptada de YOUNG et al., 1993

Quadro 8 - Avaliação.pdf
1.1 MB

Quadro 9 – Avaliação Palpatória

Esquerdo Direito
Avaliação Palpatória da perna, tornozelo e pé
Sim Não Sim Não

Dor nos gastrocnêmios

Dor no sóleo

Dor no terço médio do Tendão do Calcâneo

Dor na Inserção do Tendão do Calcâneo

Dor na borda do calcâneo

Dor no ramo lateral do nervo plantar medial


(Baxter)

Dor na tuberosidade do calcâneo

Tendinite Flexor Longo do Hálux

Dor na fáscia medial


Dor na fáscia central

Dor na fáscia lateral

Insuficiência do 1º metatarso

Insuficiência do 2º metatarso

Insuficiência do 3º metatarso

Insuficiência do 4º metatarso

Insuficiência do 5º metatarso

Capsulite 1ª metatarsofalângica

Capsulite 1ª metatarsofalângica

Capsulite 1ª metatarsofalângica

Capsulite 1ª metatarsofalângica

Capsulite 1ª metatarsofalângica

Bursite 1º espaço intermetatarsal

Bursite 2º espaço intermetatarsal

Bursite 3º espaço intermetatarsal

Bursite 4º espaço intermetatarsal

Bursite Face medial da 1ª meta/falange

Bursite Face lateral da 5º meta/falange

Tendinite Fibular Lateral Curto

Tendinite Fibular Lateral Longo


Dor Túnel do Tarso

Dor Seio do Tarso

Esquerdo Direito
Avaliação Palpatória do joelho e quadril
Sim Não Sim Não

Tendão patelar (superior)

Tendão patelar – inserção (Osgood Schlater)

Dor na Patela (Borda superior)

Dor na patela (borda medial)

Dor na patela (borda lateral)

Dor na patela (borda inferior)

Dor na Cinta íleo tibial

Dor na Pata de ganso

Dor menisco lateral

Dor ligamento colateral medial

Dor menisco medial

Dor ligamento colateral lateral

Frouxidão ligamento cruzado anterior

Frouxidão ligamento cruzado posterior

Observações:

Quadro 10 – Avaliação Dinâmica

Esquerdo Direito
Estudo da
Marcha

Lateral Lateral

Fase de Período de Período de


Neutro Neutro
contato contato contato

Interno Interno

Pronação Pronação

Supinação Supinação
Fase de Período de Período de
balanço apoio médio apoio médio
Alcança Alcança
posição posição
neutra neutra

Pronação Pronação

Supinação Supinação

Antepé Antepé
Fase de Período de estável Período de estável

Propulsão propulsão propulsão


Toe o Toe o
1º dedo 1º dedo

Carga
Carga dedos
dedos
menores
menores

Nenhuma Nenhuma

Pronação Normal Pronação Normal

Excessiva Excessiva

Nenhuma Nenhuma
Supinação Supinação
Excessiva Excessiva

Fonte: Adaptada de YOUNG et al., 1993

Término da avaliação física e início dos exames complementares:


Quadro 11 – Exames Complementares

Avaliação
Esquerdo Direito
Baropodométrica

2 picos/1 vale 2 picos/1 vale

2 picos sem 2 picos sem


Gráfico de forças verticais
vale vale

Irregular Irregular

Lateral Lateral

Contato do calcanhar Central Central

Medial Medial

Lateral e Lateral e
medial medial
Carga do antepé

Plantígrada Plantígrada

Zona de P. Máx em período


propulsivo

Reta Reta

Linha de progressão do pé Adução Adução

Abdução Abdução

Externo Externo

Deslocamento do centro de
Central Central
pressão

Medial Medial

Tipo de pé (pegada) Normal Normal

Valgo Valgo
Varo Varo

Plano – Grau Plano – Grau

Cavo – Grau Cavo – Grau

Alinhado Alinhado

Joelho Anteriorizado Anteriorizado

Posteriorizado Posteriorizado

Alinhado

Anteriorizado

Baricentro do corpo Posteriorizado

À direita

À esquerda

Alinhado

Estabilometria do corpo Rotação à direita

Rotação à esquerda

Esquerdo Direito

Abdução Abdução

Estabilometriados pés
Adução
Adução

Reto Reto

Observações:

Fonte: Adaptada de YOUNG et al., 1993

Quadro 12 – Avaliação Vascular


ITB – Índice Esquerdo Direito Referência
Tornozelo/Braço

Pressão Sistólica da
mm/Hg mm/Hg
Artéria Dorsal

Pressão Sistólica da
mm/Hg mm/Hg
Artéria Tibial Posterior

Pressão Sistólica do Braço mm/Hg mm/Hg 110mm/Hg a 139mm/Hg

1,0 – Normal;

1,1 a 1,3 – Limite;

> 1,3 – Calcificação;

0,8 a 0,9 Isquemia leve;

Índice Tornozelo/Braço 0,7 a 0,8 Isquemia


moderada;

0,5 a 0,6 Isquemia


grave;

0,3 a 0,4 Isquemia


gravíssima.

IDB – Índice Dedo/Braço Esquerdo Direito Referência

Pressão Sistólica do
mm/Hg
Hálux mm/Hg

Pressão Sistólica do Braço mm/Hg mm/Hg 110mm/Hg a 139mm/Hg

≥ 0,65 – Normal;
Índice Dedo/Braço
< 0,65 – Isquemia.

Esquerdo Direito
Vascular – Pele
Sim Não Sim Não

Fria

Quente
Pálida

Ruborizada

Cianótica

Varizes no pé

Varizes no tornozelo

Varizes na perna

Observações:

Fonte: Adaptada de YOUNG et al., 1993

Quadro 13 – Avaliação de Neuropatia


Fonte: Adaptada de YOUNG et al., 1993

Quadro 14 – Avaliação de Neuropatia

Direito Esquerdo Referência

Reflexos Presente/presente com


reforço = 0
Ausente = 2

Vibratória

Presente = 0
Sensação Dolorosa
Reduzido/ausente = 1

Térmica

Total

Pontuação: Escala – total 10 pontos:

0 a 2 = sem evidências de neuropatia;

3 a 5 = neuropatia leve;
6 a 8 = moderadas;

9 a 10= neuropatia grave.

Fonte: Adaptada de YOUNG et al., 1993

A Sistematização do Atendimento ou Assistência de Podologia – SAP está resumida na aplicação desse roteiro de consulta, mais o diagnóstico de
Podologia, os procedimentos de Podologia, a evolução de Podologia e o prognóstico de Podologia.

A sistematização é, portanto, um balizador da Podologia que deve ser desenvolvida dentro dos cursos de Podologia em todos os níveis de
formação, a fim de garantir que a Podologia seja a mesma em todo o território nacional.

Obviamente que essa sistematização somente ocorrerá 100% quando a Podologia for uma profissão regulamentada e tiver um Conselho para
criar normas, desde a formação do profissional de Podologia (em todos os níveis de formação) até o exercício dos profissionais no dia a dia da
Podologia.

Como já vimos, sistematizar significa organizar e a Podologia precisa de uma organização, até mesmo para exibir o seu caráter científico, pois a
Podologia é uma ciência e como tal está baseada em resultados de pesquisas, em normatizações e regras claras que devem ser seguidas por todos
aqueles que exercem as práticas podológicas.

Você, aluno(a) de graduação em Podologia, deve aprender, aplicar e replicar o seu conhecimento, as suas competências, tendo como base a
Podologia sistematizada. Por isso, atente-se bem para a sequência da consulta de Podologia, pois nela você deverá expressar todo seu
aprendizado.

Como isso é possível?

Para colher dados e fazer o histórico é preciso que você tenha passado, na sua formação como podologista, por disciplinas e unidades
curriculares voltadas para a humanização no atendimento, para a necessidade de ser empático, de se colocar no lugar do outro, de respeitar a
realidade de cada um que nos procura no consultório de Podologia, como um ser bio, psico, social, espiritual e como um ser complexo, onde é
impossível dissociar qualquer um desses aspectos que compõem o humano que há na individualidade daquele que bate à nossa porta para uma
consulta de Podologia.

É preciso aprender a semiologia, a semiotécnica e a propedêutica, tendo a competência para fazer conexões dos achados com a patologia e,
particularmente, dos achados com as Podopatologias, a fim de tratar das podopatias, uma vez que o podólogo é o especialista em pés, porque
estuda o pé como um todo, com todos os sistemas que compõem essa parte tão importante do corpo humano, o que nos liga com a terra, com o
mundo em que vivemos, sobre o qual nos equilibramos, como um pêndulo invertido, desafiando a lei da gravidade e transportando o passageiro,
o nosso corpo.

É necessário ter o estudo dos fármacos, dos exames complementares, de saber interpretar resultados, de conectar esses resultados com a
clínica, de desenvolver um raciocínio lógico para fazer o diagnóstico de Podologia e, por fim, para fazer a prescrição de Podologia.

Não para nesse ponto, porque o podologista deve aprender a aplicar técnicas de Podologia, de Ortopodologia, pois só assim será possível sair da
teoria e englobar a prática podológica.

Tudo isso é preciso ser documentado e a evolução de Podologia é essa documentação. Mas, como evoluir? Não se nasce sabendo. As escolas de
Podologia têm papel fundamental para desenvolverem essa competência, saber usar termos técnicos, a gramática correta, o domínio da língua
portuguesa.
O podólogo não tem bola de cristal, mas a lógica aponta o desfecho de todo um processo e isso tem nome: prognóstico de Podologia, pois
podemos ter um bom prognóstico e matizes de prognóstico que podem, em última instância, mostrar que tudo falhou e precisamos estar
preparados para o mau prognóstico.

Esse é todo o trabalho do podólogo e a importância da sistematização fica aqui claramente explicitada.

Bons estudos!
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ʪ Material Complementar

Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites

FIP – International Federarion of Podiatrists


Acesso o site da Federação Internacional de Podólogos para entender um pouco mais sobre a organização da Podologia em nível mundial.

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE

Anamnese – Podologia
Você pode ter a sua rotina facilitada usando aplicativos de anamnese em Podologia.

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE

Vídeo

Exploracion Podologica
Assista o vídeo a seguir para ver como fazer um exame clínico e funcional em Podologia.

Exploracion podologica
Leitura

Sistematização de Experiências: aprender a Dialogar com os Processos

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE
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ʪ Referências

BEGA, A. História da podologia no Brasil e no mundo. São Paulo: Expressão e Arte. [s.d.].

FALKEMBACH, E. M. F. Socialização e individuação. Unijui: Fronteiras da Educação, 2006.

FIGUEIREDO, A. M.; FREIRE, H.; LANA, R. L. Profissões da saúde: bases éticas e legais. São Paulo: Thieme Revinter, 2006.

YOUNG, M. J. et al. A multicentre study of the prevalence of diabetic peripheral neuropathy in the United Kingdom hospital clinic population.
Diabetologia, v. 36, n. 2, p. 150-154, 1993.

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