Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Nutrição Profissão e Etica 1
Nutrição Profissão e Etica 1
Objetivos da Unidade:
Caracterizar a profissão de nutricionista, favorecendo o reconhecimento das dimensões biológicas, ambiental, cultural, psicoafetiva,
social e simbólica da alimentação e da atuação profissional;
Apresentar as atividades obrigatórias e complementares das áreas, subáreas e segmentos de atuação do nutricionista.
ʪ Material Teórico
ʪ Referências
1 /2
ʪ Material Teórico
Introdução
O surgimento da profissão de nutricionista está profundamente relacionado à alimentação, sendo esta seu principal objeto de trabalho. Desafios
éticos, políticos e sociais são associados, tendo em vista que se alimentar é um conceito amplo e diz respeito a todos os seres vivos. Assim, a ética
e a bioética têm papel fundamental ao criar parâmetros para que a atuação profissional do nutricionista seja sustentada por bases sólidas. Diante
desse cenário, surge uma questão para o futuro profissional da área: qual é a importância de conhecer e refletir a respeito das mudanças
ocorridas no campo da alimentação e da nutrição desde os primórdios da humanidade?
O nutricionista deve ser um profissional capacitado para atuar visando a segurança alimentar. Ele contribui para a promoção da manutenção e da
recuperação da saúde, assim como para a prevenção de doenças a partir de sua atuação.
O Conselho Federal de Nutricionistas, por meio da Resolução CFN N. 600/2018, define as áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições para
garantir a efetividade dos serviços prestados à sociedade. Diante desse cenário, surge uma questão fundamental: como é possível alinhar o perfil
do nutricionista para atuar em todas as áreas designadas a sua atuação?
Existem algumas controvérsias quando se fala da criação da profissão de nutricionista, sendo que por muitos anos a mesma esteve contida na
grade curricular da medicina. Um dos primeiros estudiosos a citar a alimentação como fator importante para a saúde do indivíduo foi Hipócrates,
tido como “pai da medicina”. É atribuída a ele a famosa frase “Que seu remédio seja o seu alimento, e que seu alimento seja o seu remédio”,
deixando clara a preocupação do pensador com o papel da alimentação humana para além da sobrevivência e mera satisfação biológica de
nutrientes.
Em 1770, o cientista Lavoisier avançou exponencialmente na área dos alimentos. Dentre seus estudos importantes, está a descoberta das calorias
através da combustão. Quase 100 anos depois, Louis Pasteur, com seus experimentos científicos, desenvolve o processo de pasteurização,
presente na alimentação até os dias de hoje, como um dos processos mais importantes para garantia de alimentos seguros biologicamente. E por
fim, a taxa metabólica basal, advinda dos estudos de Harris e Benedict, e que contribuíram para mais um avanço da área a nível mundial.
Podemos afirmar, devido a diversos estudos e pesquisas, que a nutrição como ciência foi instituída a partir do século XX, porém construída no
século anterior através da Revolução Industrial, por conta das mudanças no modo de se alimentar da população dos grandes centros.
Segundo dados da Associação Brasileira de Nutrição, os primeiros registros da profissão foram feitos no Canadá, por volta de 1670, no Centro de
Classificação e Ocupações Técnicas das Irmãs da Ordem de Ursulinas. Porém, somente em 1902 foi feito o registro do primeiro curso de dietistas
– um curso de nível universitário, ainda no Canadá. Diversos relatos sobre profissionais que se encarregavam de estabelecer padrões para dietas
e do funcionamento de cozinhas de alimentação coletiva despontaram no decorrer da história, surgindo em Cleveland, EUA (1917), a primeira
associação de dietistas. Nessa mesma década e nas posteriores, são encontrados registros de diversas outras atividades relacionadas à Nutrição
em inúmeros locais do mundo, como Japão, Alemanha, França e União Soviética.
Evolução Histórica da Profissão de Nutricionista no Brasil
Na América do Sul, Pedro Escudero estimulou, na Argentina, em 1926, a formação do Instituto Municipal de Nutrição em Buenos Aires, e também
da Escola Municipal de Dietistas, seguidos pela criação de um curso de nível universitário no Instituto Nacional de La Nutricion. O curso recebia,
além de estudantes argentinos, estudantes de diversos países vizinhos, inclusive com o fornecimento de bolsas para fomentar o interesse na
nova profissão.
No Brasil, o caminho da nutrição teve como primeiro passo o curso de formação de inspetores e educadores com foco na alimentação e nutrição
dos escolares, realizado na Universidade de São Paulo (USP), no final da década de 1930. Segundo registros do Conselho Federal de
Nutricionistas, em 1939 foi criado o primeiro curso de Nutrição no Brasil, na USP. Este curso contava com a duração de um ano e tinha suas aulas
distribuídas em período integral. Porém, ele só foi reconhecido em 1962, através do Conselho Federal de Educação. Nas décadas seguintes,
ocurso foi reformulado, passando a três anos e, por fim, o Ministério da Educação estabeleceu, em 1972, o curso com quatro anos de duração, e
assim se mantém.
O nutricionista é considerado no Brasil um profissional de saúde, ainda que as áreas de atuação deste profissional sejam muito mais amplas do
que somente aquelas que englobam a saúde. Mas podemos imaginar o motivo de sermos assim considerados: falar de alimentação e todos os
aspectos que englobam este ato certamente é falar de saúde.
Para que um profissional possa ser considerado um nutricionista, o mesmo necessita deformação superior em Nutrição em uma instituição de
ensino devidamente reconhecida e aprovada pelo Ministério da Educação (MEC). A inscrição junto ao conselho profissional de Nutrição também
é uma obrigatoriedade para desempenhar a atividade profissional.
Figura 3
Fonte: Getty Images
Regulamentação da Profissão de Nutricionista: Decretos, Leis, Resoluções e
Portarias
Uma profissão só pode ser considerada como tal se passar por regulamentação. Isso não se aplica somente às profissões que dependem de
formação acadêmica. Muitas profissões de ofício, ou seja, passadas de profissional para profissional, possuem regulação. Os marcos jurídicos
são os responsáveis pela normatização das profissões e a fiscalização do exercício profissional ético e comprometido fica a cargo dos conselhos
profissionais.
Saiba Mais
Os Conselhos Federal e Regionais de Nutrição (CFN/CRN) são os responsáveis pela fiscalização do exercício
profissional de nutricionistas e técnicos em nutrição. Partem deles as normativas e a criação do Código de
Ética, que norteia as ações dos profissionais registrados.
Alimentação coletiva: relacionada às atividades realizadas nas Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN), como restaurantes
comerciais, hotelaria marítima, serviços de bu et, estabelecimentos de saúde, entre outros, além daquelas relativas à
alimentação do trabalhador e escolar;
Nutrição clínica: atividades exercidas em hospitais, instituições para idosos, bancos deleite e atendimento domiciliar de SPA;
Saúde coletiva: relacionadas aos programas e políticas institucionais, visando aos direitos básicos e o padrão sanitário exigido;
V - ensino das disciplinas de nutrição e alimentação nos cursos de graduação da área de saúde e outras afins;
VII - assistência e educação nutricional e coletividades ou indivíduos, sadios ou enfermos, em instituições públicas e
VIII - assistência dietoterápica hospitalar, ambulatorial e a nível de consultórios de nutrição e dietética, prescrevendo,
Dessa forma, o profissional está apto para desempenhar seu papel de profissional de saúde em todos os níveis do sistema, desde aqueles
relacionados às políticas de alimentação e até as mais diversas áreas. Sendo assim, a atuação multidisciplinar contemplando a presença do
nutricionista gera um atendimento muito mais abrangente em termos de alimentação de coletividades sadias ou enfermas.
Com tanta relevância quanto outros profissionais, o nutricionista é capaz de atuar em: equipes multidisciplinares em hospitais; Unidades Básicas
de Saúde (UBS); unidades de referência no Programa de Saúde da Família; centros de referência em atendimento psicossociais; políticas
públicas, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA); entre outras equipes.
Figura 4
Fonte: Getty Images
Segundo o site do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN, 2019), o mesmo foi criado pela Lei n. 6.583, de 20 de outubro de 1978, e
regulamentado pelo Decreto n. 84.444, de 30 de janeiro de 1980. O CFN foi criado a partir da mobilização de profissionais, estudantes e entidades
de nutrição, que defendiam a necessidade da categoria ter um órgão regulamentador próprio. Afinal, eram fiscalizados por órgãos regionais de
Medicina (Lei n. 5.276, de 24 de abril de 1967). Ao CFN compete criar resoluções e outros atos que disciplinem a atuação dos Conselhos Regionais
de Nutricionistas e dos profissionais. Com isto, é estabelecida uma unidade de procedimentos que caracterizam a profissão, respeitando as
particularidades das diversas regiões (CFN, 2019). Concerne ainda a ele atribuições como: código de ética, deliberações, leis, recomendações,
pareceres, posicionamentos e resoluções.
Aos Conselhos Regionais, cabe cumprir e fazer cumprir as normas que regem a profissão e realizar as atividades de fiscalização e orientação
ético-profissional em suas respectivas jurisdições(CFN, 2019). A missão do Conselho é defender o direito humano a alimentação saudável,
contribuindo para promoção da saúde da população, mediante garantia do exercício profissional competente, crítico e ético.
Quando falamos de resoluções, cabe ressaltar que ela é uma norma jurídica que disciplina assuntos de interesse de um governo, colegiado ou
conselho, sendo um ato administrativo normativo. Assim, as resoluções não podem produzir efeitos externos, tampouco contrariar os
regulamentos e os regimentos, mas sim explicá-los (SOARES, 2007). Porém, elas podem ser revistas e alteradas com o passar do tempo e de
acordo com a necessidade, sendo publicadas novamente com as alterações devidamente aprovadas, no Diário Oficial.
Site
CFN – Sistema de Resoluções
Para ter acesso às principais resoluções do sistema CFN/CRN acesse o site a seguir.
ACESSE
Formação do Nutricionista
De acordo com a Lei Federal nº 8.234/1991, o nutricionista é um profissional da área da saúde. Neste contexto, a formação do nutricionista
compreende um conjunto de conhecimentos, práticas e saberes das áreas da saúde e também das humanas. As disciplinas das áreas humanas
devem ser vistas como uma alavanca para a identificação de outros aspectos relacionados à alimentação, Nutrição e saúde, como por exemplo os
determinantes sociais de saúde, os direitos humanos e as situações de vulnerabilidade do indivíduo e coletividade. A conexão entre estes
conhecimentos, práticas e saberes proporcionará a construção de uma formação dialogada entre os mundos da universidade, trabalho e
sociedade, a integração entre a teoria e a prática e a capacitação de um nutricionista generalista, humano e crítico para atuar em qualquer área da
Nutrição.
Entre as seis áreas de atuação definidas, vamos primeiramente explorar a área de Nutrição clínica e a Nutrição em esportes e exercício físico. Na
área clínica, o nutricionista pode atuar em nove subáreas (Resolução CFN N. 600/2018):
Ambulatórios e Consultórios;
Lactários;
Propiciar a assistência e o treinamento especializado em alimentação e Nutrição, seja os indivíduos enfermos ou sadios, em
instituições públicas e privadas, e até mesmo em domicílio.
Algumas atividades obrigatórias são determinadas em várias subáreas, conforme podemos identificar no Quadro 1.
Saiba Mais
De acordo com a Lei Federal N. 8.234/1991, são atividades privativas do nutricionista a prescrição, o
planejamento, a análise e a avaliação de dietas para enfermos em ambientes hospitalar, ambulatorial ou
consultórios.
Atividades Complementares da Área de Nutrição Clínica
As atividades complementares da área de Nutrição clínica também estão descritas na Resolução CFN N. 600/2018.
Para apresentá-las, vamos utilizar um exemplo: o nutricionista Lauro, recém-formado, foi contratado por uma Instituição de Longa
Permanência para Idosos. É importante lembrar que esse tipo de instituição pode ser governamental ou não, privada, destinada ao domicílio
coletivo de pessoas com 60 anos ou mais, visando sua liberdade, dignidade e cidadania. Um dia, após receber visita fiscal do CRN, foi
parabenizado por cumprir todas as atividades obrigatórias do nutricionista dessa área.
Porém, para melhorar ainda mais o serviço realizado, foi orientado a implantar também as atividades complementares relativas à Nutrição
clínica. Lauro, então, realizou uma consulta formal ao CRN para conhecê-las e listou suas descobertas, sendo as atividades complementares:
A participação no planejamento e na supervisão de estágios para estudantes de graduação em Nutrição e de curso técnico em
Nutrição e Dietética, assim como de programas de aperfeiçoamento para profissionais de saúde;
A realização e divulgação de estudos e pesquisas;
Lauro considerou que todas as atividades eram relevantes. Por isso, resolveu implementá-las no seu dia a dia como profissional, visando a
valorização de seu perfil como nutricionista e também o auxílio extra aos seus pacientes.
“indivíduo que pratica exercício físico com finalidade de rendimento e objetivo competitivo” e desportiva “o indivíduo
fisicamente ativo, que pratica exercício físico com o objetivo de alcançar benefícios para a sua saúde e/ou lazer e recreação,
- CFN, 2018
De acordo com a Resolução N. 600/2018, as atividades obrigatórias da área de Nutrição em esportes e exercício físico são:
Avaliar e acompanhar o perfil antropométrico, bioquímico e a composição corporal,
conforme as fases do treinamento:
Orientar quanto à execução do plano alimentar para atletas em viagem para competição;
Para estudarmos as atividades complementares, vamos utilizar um exemplo: Beatriz, nutricionista de uma equipe de vôlei feminino no município
de Curitiba, após aplicação de anamnese nutricional no time, identificou que algumas jogadoras eram vegetarianas. Ao saber desse detalhe,
consultou a Resolução CFN N. 600/2018 para saber se poderia solicitar exames complementares para a avaliação nutricional e prescrição
dietética. Assim, percebeu que tanto a solicitação de exames laboratoriais, como a prescrição de suplementos nutricionais são atividades
complementares da sua atuação.
Desta forma, Beatriz solicitou às atletas vegetarianas os exames adicionais. Após os diagnósticos, elaborou planos alimentares individualizados e
adequados à modalidade esportiva delas, assim como prescreveu os suplementos nutricionais, quando necessário.
A grande quantidade de nutricionistas relacionados ao trabalho da alimentação coletiva está espalhada pelos segmentos e subsegmentos da
única subárea desse campo, divisão apresentada no Quadro 2.
Já na área de Nutrição na cadeia de produção, na indústria e no comércio de alimentos, o nutricionista poderá trabalhar em diversos segmentos,
sendo necessárias as seguintes competências segundo o CFN (2018):
Subárea Subsegmento
Cozinha experimental
Produção
Promoção de produtos
Assuntos regulatórios
Controle da qualidade
Comércio de alimentos
Representação
(atacadista e varejista)
Nesse campo, para que todas as atividades sejam realizadas no subsegmento Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), existe a
necessidade do conhecimento de Resolução específica do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) que trata sobre esta área de atuação
profissional, a N. 465/2010.
Algumas atividades obrigatórias dessa área estão divididas em vários subsegmentos, conforme podemos identificar no Quadro 4.
Subárea Segmento
Subárea Segmento
Bufê de eventos.
Para apresentá-las, vamos mais uma vez utilizar um exemplo: a nutricionista Joana atua no Programa de Alimentação do Trabalhador (parte das
empresas fornecedoras de alimentação coletiva – cestas de alimentos) e ficou com dúvidas referente às atividades complementares de sua
atuação. Por isso, consultou a Resolução CFN e identificou as seguintes atividades:
Realização de ações junto aos gestores e representantes de instituições, apontando para a responsabilidade coletiva deles em
relação à saúde da população;
Participação da definição do perfil, dimensionamento, recrutamento, seleção e avaliação de desempenho dos colaboradores;
Dessa forma, Joana sentiu-se melhor preparada, otimizando sua atuação como nutricionista de alimentação coletiva.
Nesse item, iremos destacar aquelas que são obrigatórias ao nutricionista na extensão rural e produção de alimentos:
Orientação aos produtores de alimentos quanto à forma adequada de higienização, acondicionamento e transporte para a
redução das perdas de alimentos e conservação das suas propriedades nutricionais;
Participação nas equipes multiprofissionais, orientando sobrea importância da diversificação da produção de alimentos como
estratégia para uma alimentação variada e nutritiva;
Assistência de famílias rurais, orientando-as nas áreas de competência dos projetos desenvolvidos, em especial à produção
orgânica/agroecológica, contribuindo para a melhoria de suas condições de vida;
Elaboração de projetos nas áreas de alimentação e saúde destinados às famílias e comunidades, acompanhando sua execução e
avaliação;
Conforme o Quadro 5 apresenta, a saúde coletiva compreende três subáreas, 11 segmentos e oito subsegmentos.
Banco de Alimentos
Subárea Segmento Subsegmento
Restaurantes Populares e
Cozinhas Comunitárias
Política Nacional de
Desenvolvimento Sustentável de
Povos, Comunidades
Tradicionais, entre outras
Rede socioassistencial –
Alimentação e Nutrição no
–
ambiente escolar
Empresas fornecedoras de
alimentação coletiva(produção
de refeições)
Empresas prestadoras de
Programa de Alimentação do
serviço de alimentação coletiva
Trabalhador (PAT)
(refeição-convênio)
Empresas prestadoras de
serviço de alimentação coletiva
(cestas de alimentos)
Cuidado Nutricional
Vigilância Sanitária
Vigilância em Saúde –
Vigilância epidemiológica
Fiscalização do exercício
profissional
Figura 9
Fonte: Getty Images
Carlos, nutricionista, passou em um concurso público para trabalhar com a Política Nacional de Segurança Alimentar (PNSAN),no subsegmento
do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN)com a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Povos e
Comunidades Tradicionais. Por ser recém-formado, ele não tinha conhecimento das atividades obrigatórias que teria que realizar nesse novo
trabalho.
Por isso, foi pessoalmente ao Conselho Regional de Nutricionistas (CRN) da sua jurisdição e solicitou orientação. No CRN, foi orientado que para
esse subsegmento não há atividades complementares, e que as principais atividades a serem desenvolvidas estão previstas na Resolução CFN N.
600/2018, sendo algumas delas:
Compor as equipes multiprofissionais, intersetoriais e interdisciplinares criadas por entidades públicas ou privadas,
destinadas a planejar, coordenar, supervisionar, implantar, executar e avaliar políticas, programas, cursos nos diversos níveis,
pesquisas ou eventos de qualquer natureza, direta ou indiretamente relacionadas com alimentação e Nutrição;
Contribuir para o planejamento, a implantação e a análise de inquéritos e estudos epidemiológicos, com base em critérios
técnicos e científicos;
Dessa forma, Carlos partiu para casa com a o intuito de ler com atenção todas as outras atividades descritas pelo documento designado pelo CRN,
a fim de exercer sua profissão com mais confiança e eficiência.
Saiba Mais
O Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)
foram incluídos tanto na área de Alimentação Coletiva quanto na de Saúde Coletiva (Art. 3º, Áreas I e IV).
Esse entendimento resulta da constatação prática de que os nutricionistas que atuam no PAT ou no PNAE
executam atribuições indispensáveis para ambas as áreas e para os programas.
Nesta área, o profissional se depara com desafios, como ensinar as competências técnicas para o desenvolvimento de uma atuação profissional
crítica e ética.
Figura 10 – Pesquisa com alimentos
Fonte: israeltrade.org
Cabe ressaltar que, de acordo com a Lei Federal N. 8.234/1991, são atividades privativas do nutricionista a direção, coordenação e supervisão de
cursos de graduação em Nutrição; o ensino das matérias profissionais dos cursos de graduação em Nutrição; e o ensino das disciplinas de
Nutrição e Alimentação nos cursos de graduação da área de Saúde e outras afins.
De acordo com a Resolução CFN N. 600/2018, as responsabilidades de um profissional voltado à subárea docência (graduação), são:
Orientação e supervisão das atividades acadêmicas de monitoria, estágios obrigatórios e não obrigatórios, iniciação científica,
extensão, entre outros;
Integração com o NDE, a CPA, o CEP, o colegiado do curso, entre outras comissões e conselhos superiores da Instituição de
Ensino Superior (IES);
Desenvolvimento e divulgação dos estudos e pesquisas relacionados a sua área de atuação, promovendo o intercâmbio
técnico-científico;
Elaboração do plano de ensino, contemplando os procedimentos adotados para o desenvolvimento das atividades didático-
pedagógicas;
Registro das ocorrências técnicas e disciplinares com o objetivo de garantir a qualidade no desenvolvimento das atividades;
Acompanhamento e avaliação periódicos das atividades discentes, contribuindo para a formação integral do indivíduo;
Planejamento, participação e avaliação dos eventos científicos promovidos pela Instituição de Ensino Superior (IES) e outras
entidades.
Em Síntese
Nesta Unidade, identificamos que o perfil generalista, humano e crítico do nutricionista é importante para
atuar nas diferentes áreas profissionais. Entendemos que o conceito de segurança alimentar e nutricional
consiste na realização do direito de todos ao acesso a alimentos, e práticas alimentares promotoras de
saúde, com respeito à diversidade cultural e socialmente sustentáveis, devem ser aplicadas em toda a
prática profissional, ou seja, em todas as atividades exercidas. Em seguida, apresentamos as seis áreas de
atuação do nutricionista, bem como as subáreas, segmentos e subsegmentos. Percebemos que em algumas
áreas de atuação, as atividades que devem ser desempenhadas são só obrigatórias e, em outras, as
atividades são obrigatórias e também complementares e que, para algumas áreas específicas, como o
Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), existem outras legislações que devem ser consultadas
para que as atividades possam ser executadas.
2/2
ʪ Referências
ABREU, E. S. et al. ALIMENTAÇÃO MUNDIAL - uma reflexão sobre a história. Saúde soc., São Paulo, v. 10, n. 2, p. 3-14, 2001. Disponível em:
<https://www.scielosp.org/pdf/sausoc/2001.v10n2/3-14>. Acesso em: 10/05/2019.
BOFF, L. O cuidado necessário: na vida, na saúde, na educação, na ecologia, na ética e na espiritualidade. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2012.
BRASIL. Lei n. 6.583, de 20 de outubro de 1978. Cria os Conselhos Federal e Regionais de Nutricionistas, regula o seu funcionamento, e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 out. 1978. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-
1979/l6583.htm >. Acesso em: 10/05/2019.
CHIAVENATO, J.J. Ética globalizada & sociedade de consumo. 2. ed. reform. São Paulo: Moderna,2004. 96 p. (Polêmica). ISBN 8516041786
(broch.).
CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. Resolução n. 600/2018, de 25 de fevereiro de 2018.Dispõe sobre a definição das áreas de atuação do
nutricionista e suas atribuições, indica parâmetros numéricos mínimos de referências, por área de atuação, para efetividade dos serviços
prestados à sociedade e dá outras providências. Diário Oficial da União: 20 de abril de 2018,seção 1, página 157. Disponível em:
<https://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/resolucoes/Res_600_2018.htm>. Acesso em: 22 de abril de 2022.
COMPARATO, F. K. Ética: direito, moral e religião no mundo moderno. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
ECURED. Pedro Escudero. Disponível em: <https://www.ecured.cu/Pedro_Escudero>. Acesso em: 27 maio. 2019.
ROSANELI, C. F. Contexto, conflitos e escolhas em alimentação e bioética. Curitiba: PUCPRess, 2016. Disponível em:
<https://cip.pucpr.br/eventos/livraria/bioetica/contextos_conflitos_e_escolhas.pdf>. Acesso em: 21/04/2019.
TIRAPEGUI, J. Nutrição: fundamentos e aspectos atuais. São Paulo: Editora Atheneu, 2002.
TIRAPEGUI, J.; MENDES, R. R. Introdução à nutrição. São Paulo: Editora Atheneu, 2002.