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GUIA DO FUTURO DOSSIÊ | RECONHECIMENTO E OFICIALIZAÇÃO DOS TÍTULOS

INTER-REGIONAIS NORTE-NORDESTE DO NÁUTICO

CLUBE NÁUTICO CAPIBARIBE - RECIFE/PERNAMBUCO


5 VEZES CAMPEÃO INTER-REGIONAL NORTE-NORDESTE DE FUTEBOL

Torneio dos Campeões do Norte - 1952


Taça Norte - 1965, 1966 e 1967
Supercopa da Taça Norte - 1966
APRESENTAÇÃO

O presente guia conta com detalhes dos 5 títulos inter-regionais do Norte e


Nordeste do Brasil conquistados pelo Clube Náutico Capibaribe, sediado no bairro dos
Aflitos, Recife-PE.

Os detalhamentos contidos no presente guia se darão de forma narrativa e


objetiva, com o objetivo de demonstrar a justiça e inquestionabilidade do
reconhecimento protocolar, por parte da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), das
conquistas da Taça Norte, nas temporadas de 1965, 1966 e 1967, além das devidas
oficializações dos certames criteriosos, profissionais e de alta relevância pro eixo Norte
do país, o Torneio dos Campeões do Norte de 1952 e a Supercopa da Taça Norte de 1966.

O objetivo claro do presente guia é a conversão, de responsabilidade do


setor jurídico do Clube Náutico Capibaribe, em um robusto dossiê, que atenda a padrões
técnicos e jurídicos, exigidos pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para o
reconhecimento e homologação de títulos.

É de interesse dos escritores do presente guia, que o material final, depois


da devida adaptação providenciada pelos responsáveis do setor jurídico do Clube Náutico
Capibaribe, seja julgado pelas comissões da entidade máxima do futebol brasileiro, para
que sejam analisados critérios históricos, técnicos e jurídicos, a fim de que se decida pelo
deferimento dos pedidos de reconhecimento protocolar, por parte da Confederação
Brasileira de Futebol (CBF), das conquistas da Taça Norte, nas temporadas de 1965, 1966
e 1967, além das devidas oficializações dos certames criteriosos, profissionais e de alta
relevância pro eixo Norte do país, o Torneio dos Campeões do Norte de 1952 e a
Supercopa da Taça Norte de 1966.

Para que fique claro, destaca-se que o presente guia i) apresentará as


informações necessárias para robustecer a narrativa da História, ii) contará como
aconteceu cada um dos torneios ora pleiteados e iii) explicará as razões para a
homologação ou reconhecimento protocolar.

Acredita-se que, ao transmitir as informações contidas neste guia à


Confederação Brasileira de Futebol (CPF), atual entidade máxima do futebol nacional, o
Clube Náutico Capibaribe estará dando passo extremamente importante para o
fortalecimento da sua História, a contando para gerações que não tiveram acesso às
notícias das respectivas épocas, contribuindo para a elevação do brilho e da história do
futebol brasileiro como um todo.
A base dos relatórios é formada por notícias, manchetes e outros materiais,
advindas primordialmente dos jornais Diario de Pernambuco (PE), o mais antigo em
circulação da América Latina e o Jornal dos Sports (RJ), mais tradicional jornal esportivo
do Brasil no século 20.

BASE DO RELATÓRIO:

• CATEGORIAS E TERMOLOGIAS DAS COMPETIÇÕES;


• DO RECONHECIMENTO PROTOCOLAR;
• DO RECONHECIMENTO DA CBF DE UM TORNEIO QUE NÃO PERTENCE A
ENTIDADE;
• DA GEOGRAFIA FUTEBOLÍSTICA DO NORTE E NORDESTE DO BRASIL;
• TORNEIO DOS CAMPEÕES DO NORTE DE 1952;
• TAÇA NORTE DE 1965, 1966 E 1967;
• SUPERCOPA DA TAÇA NORTE DE 1966;
• RECONHECIMENTOS E OFICIALIZAÇÕES, SEM UNIFICAÇÃO.

• PESQUISA REALIZADA POR LUCAS BARCELOS, PESQUISADOR E


HISTORIADOR PERNAMBUCANO, ESTUDANTE DE LICENCIATURA EM
HISTÓRIA E TORCEDOR DO SPORT CLUB DO RECIFE.

• REVISÃO DE TEXTO E FORMATAÇÃO DO DOCUMENTO POR MARCELO


VINÍCIUS, ADVOGADO E TORCEDOR DO CLUBE NÁUTICO CAPIBARIBE.
1. CATEGORIAS E TERMOLOGIAS DAS COMPETIÇÕES

No futebol, verificam-se vários tipos de disputa, valores, status e categorias


de competições, não sendo diferente no Brasil. Em relação às disputas interestaduais, é
necessário ter ciência de cada característica dos certames. Nesse sentido, se faz
fundamental destacar cada uma dessas denominações. Vejamos:

• Liga: O campeonato maior, de elite, que define o melhor time daquele espaço
geográfico e que é dividido em séries, onde são ocasionados acessos e
rebaixamentos. Exemplos: Campeonato Brasileiro de Futebol, La Liga e Premier
League

• Copa/Taça: Reúne todos os clubes do respectivo espaço geográfico,


independente de tamanho ou divisão numa disputa de mata-mata, sendo o
torneio de segundo ou até terceiro escalão da elite. Exemplos: Copa do Brasil,
Copa dos Campeões da CBF (2000-2002) e Copa do Nordeste

• Recopa: Taça que representa o confronto entre os atuais campeões da Liga e


da Copa/Taça ou entre os dois principais torneios daquela federação ou
confederação. Exemplos: Recopa Sul-Americana e Supercopa do Brasil (apesar
de ter a nomenclatura "Supercopa", o torneio é uma Recopa)

• Supercopa: Certame que reúne todos os campeões ou até vices de toda


história de uma respectiva competição. Exemplos: Supercopa da Libertadores e
Mundialito de 1980

• Torneio Paralelo: Competição paralela à outra, de um valor um inferior,


menor, ou bem menor, e que pode reunir equipes que estavam ou estão
disputando a competição master paralela a ela. Exemplos: Torneio Heleno
Nunes de 1984 e Seletiva para a Libertadores de 1999 (disputas nacionais
paralelas à Série A daquelas temporadas, disputadas pelos eliminados das
mesmas)

• Torneio Anexo: Competição dentro de outra disputa, valendo um título


paralelo. Exemplos: Taça Guanabara e Taça Rio (títulos dentro do Campeonato
Carioca)
2. DO RECONHECIMENTO PROTOCOLAR

A Confederação Brasileira de Desportos (CBD) foi o órgão detentor das


organizações gerais dos esportes no Brasil até o fim da década de 1970, sendo formada
por diversos departamentos, com cada um deles responsável por uma modalidade, como
futebol, futebol de salão, vôlei, entre outros.

No início da década de 1980, a CBD descentralizou seus serviços,


transformando seus departamentos em confederações independentes, o que gerou o seu
fim e consequentemente o início da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), tendo essa
transição trazido diversos benefícios, assim como consideráveis malefícios, como perdas
de informações, registros e documentações correspondentes a torneios outrora
organizados pela entidade extinta.

Nesse sentido, alguns torneios criados pela CBD, na época idealizados e


organizados de forma oficial e profissional, deixaram de ser contabilizados oficialmente
pela CBF no momento da transição de organização entre entidades.

Importa pontuar, portanto, que um torneio oficial da CBD não precisa ser
reconhecido ou oficializado pela CBF para ter sua legitimidade, pois já é algo legítimo
perante sua antecessora, todavia, pelo bem do futebol brasileiro e sua história, é
necessário que a CBF passe a contabilizar essas disputas e conquistas no seu atual banco
de dados, em respeito à História de um país já tricampeão do mundo e de soberania
técnica antes mesmo de sua criação.

A atual entidade realiza trabalhos em redes sociais, em seu site oficial, em


seus rankings e em suas listas oficiais, como escalar títulos e citá-los em postagens de
parabenizações por aniversários das instituições, e por vezes, os títulos oficiais não são
citados, muito pela falta de conhecimento existente não só na CBF, como em diversos
setores do nosso futebol.

Portanto, é essencial que os clubes vencedores procedam com a valorização


de seus feitos históricos, transportando-os efetivamente ao presente, comemorando os
seus aniversários e rememorando-os de diversas formas, como o Clube Náutico
Capibaribe faz, por exemplo, recordando títulos oficiais da Taça Norte, também
conquistados por Esporte Clube Bahia, Fortaleza Esporte Clube, Sport Club do Recife e
Ceará Sporting Club, com o intuito de um reconhecimento protocolar da CBF, para que
esta passe a considerar os números e títulos das edições em suas bases de informações
relacionadas aos torneios interestaduais das regiões Norte e Nordeste do Brasil.
3. DO RECONHECIMENTO DA CBF DE UM TORNEIO QUE NÃO PERTENCE À
ENTIDADE

A CBF, em sua história, possui alguns torneios de esferas regionais que, por
serem organizados pela própria entidade, já tornam-se oficiais e reconhecidos
nacionalmente, como por exemplo a Copa do Nordeste, iniciada em 1994, e a Copa Norte,
iniciada em 1997 e que em 2002 teve sua última edição. Mas, o que um torneio não
organizado pela confederação nacional precisa para ser reconhecido de forma oficial
como um título regional ou inter-regional? A legitimidade de um certame passa por
alguns aspectos, são eles:

• Finalidade: Se a competição busca um respectivo valor, como o título de


campeão Norte-Nordeste, por exemplo, ela deve seguir o mapa profissional e
de filiações referente ao determinado espaço geográfico, com todas federações
representantes disputando ou ao menos consultadas para participarem, e
sempre contanto com os melhores de cada estado de acordo com um critério
técnico, assim, podendo apontar o melhor time daquela faixa e, como seguindo
o exemplo, apontando o campeão entre os melhores do Norte e Nordeste do
Brasil.

• Profissionalização e oficialização: Para obter o reconhecimento, é preciso


que o torneio siga certos critérios de disputa, organização e administração
condizentes com os parâmetros legais, profissionais e padrões que qualquer
outra competição oficial, como por exemplo: legalizações de atletas, critérios,
regras, arbitragens, regulamentos e todos os demais detalhes seguindo os
aspectos oficiais que FIFA e CBD/CBF definam.

• Licença de entidades máximas da área que envolvem a disputa: Uma


disputa precisa ser reconhecida, autorizada e estar dentro do calendário anual
da federação maior. Novamente utilizando-se um torneio Norte-Nordeste
como exemplo, para que haja o enquadramento no rol de critérios exigidos, é
necessária a licença das federações, com o reconhecimento de datas pelas
federações estaduais dos estados que sediam os jogos, mesmo que estas não
sejam as organizadoras, de fato, do determinado certame. Isso não é um
critério necessariamente obrigatório, mas de certa forma serve para fortalecer
o reconhecimento legal do torneio, sendo preciso, é claro, da liberação da
entidade máxima nacional para a realização do certame a partir dos critérios
oficiais e profissionais pretendidos.
4. DA GEOGRAFIA FUTEBOLÍSTICA DO NORTE E NORDESTE DO BRASIL

Durante os anos 1920 e 1930, a Federação Brasileira de Futebol (FBF) e a


CBD constituíram diversos torneios de clubes e seleções estaduais que forjaram um
trabalho em prol da nacionalização do futebol brasileiro.

Em 1959, foi criada a Taça Brasil, uma competição em formato de Copa, com
o objetivo de definir o campeão brasileiro de cada temporada.

Entre todo esse espaço de tempo, algumas federações das duas regiões
(Norte e Nordeste) caminharam para profissionalizações totais e profissionalizações
mínimas, além de se filiarem à CBD e realizarem parcerias com outras federações
profissionais.

As duas regiões se constituíam de diversos estados, mas não eram todos


que possuíam profissionalização no esporte, com clubes, federações, estádios e demais
estruturas e protocolos necessários e padronizados para disputarem os torneios
interestaduais criados pelas federações estaduais e pela CBD, sendo assim, a formação do
mapa inter-regional Norte-Nordeste era composto por todos estados profissionais e
filiados à CBD, um critério técnico e justo, dando peso e legitimidade às competições que
seguiam esse mapa e que tinham finalidade de apontar o campeão do eixo das regiões
diante de critérios técnicos e de acordo com a ordem e o progresso futebolístico.

Em grande parte do século 20, o eixo formado pelas regiões Norte e


Nordeste do Brasil era chamado de “Norte”, em referência à divisão do mapa futebolístico
do país, numa simplificação do lado de cima (Norte) e lado de baixo (Sul) do Brasil. O
“lado Norte” ou “eixo Norte” também era chamado de “região setentrional” ou “lado
setentrional” pela crônica.

Nas décadas que serão trabalhadas neste guia, é bom lembrar que a CBD
possuía sub-presidentes por eixos e o presidente da CBD no eixo Norte era Rubem
Moreira, que também presidia a Federação Pernambucana de Futebol.

Em outros termos, a FPF era a representação nacional da CBD no Norte e


Nordeste do Brasil, tendo o condão de chancelar e autorizar pedidos, torneios, entre
outras questões, entendendo-se, portanto, como uma extensão da vontade da
confederação nacional, em termos de disputas norte-nordestinas.

Para exemplificar na prática como era constituído o mapa inter-regional do


Norte e do Nordeste do futebol brasileiro entre os anos 1950 e 1960, eis a evolução até a
edição da Taça Brasil de 1967, justamente a temporada do último título alvirrubro entre
os cinco trabalhados no presente guia:

• Alagoas (Federação Alagoana de Futebol)


• Bahia (Federação Baiana de Futebol)
• Ceará (Federação Cearense de Futebol)
• Maranhão (Federação Maranhense de Futebol)
• Pará (Federação Paraense de Futebol)
• Paraíba (Federação Paraibana de Futebol)
• Pernambuco (Federação Pernambucana de Futebol)
• Piauí (Federação Piauiense de Futebol)
• Rio Grande do Norte (Federação Potiguar de Futebol)
• Sergipe (Federação Sergipana de Futebol)

Um detalhe importante a ser frisado é que, até o ano de 2015, a CBD e CBF,
em seus mapas oficiais, firmaram os estados nordestinos Maranhão e Piauí na região
Norte, pelas sub-regiões e planejamentos logísticos e de divisão das disputas, visto que
durante muito tempo, apenas os estados do Amazonas e Pará eram os representantes
nortistas profissionais e/ou filiados às entidades máximas.

5. TORNEIO DOS CAMPEÕES DO NORTE DE 1952

Em 1948, o Santa Cruz Futebol Clube organizou um certame que reunia os


atuais campeões estaduais da região Nordeste, vencedores da temporada anterior dos
estados da Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Com o sucesso da competição, que tinha sido realizada inicialmente apenas


no Recife-PE, foi organizada mais uma edição, em 1951, vencida pelo Ypiranga-BA, sendo
tratada como o torneio "mais empolgante da história do futebol da boa terra".

Em 1952, houve mais uma edição, desta vez recebendo também os clubes
nortistas para sua disputa, assim como a edição anterior. O que era um regional do
Nordeste, tornou-se um inter-regional Norte-Nordeste. Os campeões estaduais de
Alagoas, Bahia, Ceará, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe
disputaram o título de campeão norte-nordestino no certame organizado pelo Náutico e
disputado no Recife, que não contou com os campeões de Maranhão e Piauí, que foram
convidados, porém não enviaram os seus representantes.
Os processos de profissionalização caminhavam de forma lenta do eixo
Norte do país e, com o passar dos anos, os impactos positivos de competições como essa
geraram a integração inter-regional no futebol.

Em 1959, por exemplo, no ano da primeira Taça Brasil, a disputa do Zonal


Norte foi realizada nos mesmos moldes do Torneio dos Campeões do Norte de 1952 e
com todos os estados que disputaram em 1952, disputando em 1959, sendo elevado com
a presença do campeão estadual do Maranhão, o último entre esses a se profissionalizar.

PRÉ–TORNEIO:

A expectativa para a realização do certame era gigantesca nas regiões Norte


e Nordeste brasileiras. Houve diversas reuniões entre presidentes, técnicos e dirigentes,
visando a organização e a idealização de uma competição nos moldes de elite.

A crônica nordestina narrava o passo a passo da entrada de cada time, das


divulgações de informações oficiais de clubes e federações, de acertos, polêmicas e tudo
mais, como o entrave da Federação Paraibana para definir o seu representante, visto que
em 1951 não houve estadual, e por fim, sendo disputada pelo atual campeão, o vencedor
da edição de 1950.

Diario de Pernambuco, 23 de Abril de 1952


Diario de Pernambuco, 24 de Abril de 1952
Diario de Pernambuco, 29 de Abril de 1952
Diario de Pernambuco, 27 de Abril de 1952
Diario de Pernambuco, 04 de Maio de 1952
Diario de Pernambuco, 07 de Maio de 1952
REGULAMENTO:

O torneio contou com um regulamento extremamente profissional, com


passagens e hospedagens de primeira classe bancadas pelo organizador da competição,
atletas inscritos de acordo com a legalidade da CBD e árbitros filiados às federações
estaduais com clubes inscritos, sendo escolhidos os de melhores referências pelas
federações.

Diario de Pernambuco, 24 de Abril de 1952


Participantes e tabela:

• Associação Desportiva Confiança (campeão sergipano de 1951)


• América Futebol Clube (campeão potiguar de 1951)
• Ceará Sporting Club (campeão cearense de 1951)
• Clube de Regatas Brasil (campeão alagoano de 1951)
• Clube Náutico Capibaribe (campeão pernambucano de 1951)
• Esporte Clube Ypiranga (campeão baiano de 1951)
• Treze Futebol Clube (campeão paraibano de 1950)
• Tuna Luso Comercial - atual Tuna Luso Brasileira (campeão paraense de 1951)
Diario de Pernambuco, 30 de Abril de 1952
AS PARTIDAS DO TORNEIO DOS CAMPEÕES DO NORTE DE 1952:

Primeira fase (preliminar):

• Ypiranga 4x1 Treze - 07 de Maio de 1952

Quartas de final:

• América 2x1 Confiança - 07 de Maio de 1952


• Tuna Luso 2x0 CRB - 11 de Maio de 1952
• Ypiranga 3x2 Ceará - 11 de Maio de 1952
• Náutico pré-classificado para a semifinal por ter o anfitrião

Semifinal:

• Náutico 5x4 América - 14 de Maio de 1952


• Tuna Luso 1x0 Ypiranga - 14 de Maio de 1952

Final:

• Náutico 5x1 Tuna Luso - 18 de Maio de 1952

FINALIDADE:

A competição foi uma Copa inter-regional Norte-Nordeste que reunia o


campeão da liga federativa de cada estado com o objetivo de definir o campeão máximo
entre as duas regiões. Ou seja, o campeão do Torneio dos Campeões do Norte de 1952 é
o campeão inter-regional norte-nordestino de 1952. E a crônica esportiva fundamentava
a questão com clareza, como na frase “o título máximo do futebol setentrional”, divulgada
pelo Diario de Pernambuco (PE), e que era de uma relevância tão extrema que os
torcedores do Sport Recife, rival do Náutico, estavam juntos com a torcida do Timbu em
nome do estado.
Diario de Pernambuco, 27 de Abril de 1952

O título do clube da Rosa e Silva era exibido como o que dava o status
de campeão do eixo Norte do país, que seria o campeão entre os campeões.
Diario de Pernambuco, 20 de Maio de 1952

Para a realização do torneio que reunia os campeões estaduais


setentrionais, além do Náutico ter o corpo do torneio dentro dos padrões profissionais e
legais na prática, o clube também buscou uma base para a conhecimento da Federação
Pernambucana de Futebol e da Confederação Brasileira de Desportos, que pôs o torneio
em seu calendário oficial do estado e gerou a licença nacional para a realização do
certame, além de enviar um representante para acompanhar o cotidiano da disputa.
Diario de Pernambuco, 24 de Abril de 1952
Diario de Pernambuco, 06 de Maio de 1952

RELEVÂNCIA DENTRO E FORA DO EIXO NORTE:

A expectativa era enorme na Bahia, onde a crônica, clubes e torcedores


falavam incansavelmente da disputa, tendo o futebol baiano - que conquistou a edição
regional em 1948 e a inter-regional em 1951 - a chance de erguer mais uma taça. A
Câmara Municipal dos Vereadores de Salvador chegou a conceder um troféu que seria
dado ao “Campeão dos Campeões do Norte”.
Diario de Pernambuco, 26 de Abril de 1952
Diario de Pernambuco, 22 de Maio de 1952
O troféu disposto acima, inclusive, se localiza atualmente, em perfeito
estado, na sala de troféus do Clube Náutico Capibaribe, vejamos:
Ademais, a forma como o Diário de Pernambuco (PE) retratava o certame
era detalhada e especial, com fotos exclusivas, grandes espaços em seu jornal, opiniões e
informações com artes especiais:

Diario de Pernambuco, 10 de Maio de 1952

Diario de Pernambuco, 13 de Maio de 1952

O Jornal dos Sports (RJ), tratado por décadas como o mais tradicional jornal
com especialidade em esportes no Brasil, cobriu as informações antes, durante e pós
certame, dando ênfase à importância e imponência do grandioso torneio.
Jornal dos Sports (RJ), 11 de Maio de 1952
Jornal dos Sports (RJ), 11 de Maio de 1952

Jornal dos Sports (RJ), 13 de Maio de 1952


Jornal dos Sports (RJ), 23 de Maio de 1952

Vice-campeão, a Tuna Luso parabenizou o Náutico pelo título e pela


iniciativa em gerar ao "terreno desportivo do setentrião nacional”, um certame de alto
quilate.
Diario de Pernambuco, 20 de Maio de 1952

Pois bem, diante do exposto, no que tange o Torneio dos Campeões do


Norte de 1952, não restam dúvidas a respeito de todos os critérios de profissionalização
e adequação para que seja homologado oficialmente o referido certame. Dessa forma,
gentilmente se requer, à Direção Jurídica do Clube Náutico Capibaribe, que encaminhe o
pedido de oficialização do torneio à entidade máxima de futebol, fazendo o devido
tratamento do material ora disposto e realizando as adequações necessárias.
6. TAÇA NORTE DE 1965, 1966 E 1967

Em 1960, a Conmebol criaria a Taça Libertadores da América, competição


master sul-americana. O Brasil precisaria indicar o seu representante, e para isso, a CBD
criou a Taça Brasil, uma copa nacional criada com a finalidade de definir o campeão
brasileiro e os representantes do país na disputa continental.

Foi disputada em 10 temporadas, tendo seu fim em 1968. Por motivos


logísticos que impactaram diretamente a estrutura, o calendário e o cenário financeiro
dos clubes, seu formato constituiu-se de sub-divisões inter-regionais.

Os vencedores dessas sub-divisões partiam para o cruzamento contra os


classificados das sub-divisões das outras regiões. Essas divisões eram chamadas de
‘Zonas’ ou ‘Zonais’. Uma dessas fases foi o ‘Zonal Norte’, que reunia os campeões estaduais
dos estados do Norte e Nordeste.

Alguns estados largavam em fases mais avançadas destes Zonais, seja pela
colocação da sua federação estadual no Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais ou
mesmo pela posição final do estado na edição anterior da Taça Brasil.

De forma oficial, a CBD criou uma copa anexa à Taça Brasil: a Taça Norte,
também chamada pela crônica de Copa Norte. Todas as partidas do Zonal Norte valiam
também, paralelamente, pela Taça Norte, certame que dava o título de campeão inter-
regional do Norte e Nordeste do Brasil, ou seja, do “eixo Norte” do país.

Isto é, ao passo que as equipes avançavam de fase e partiam para os


confrontos finais da Taça Brasil, elas também conquistavam um título inter-regional.

REGULAMENTO:

A oficialidade e legitimidade da Taça Norte está claramente descrita no


artigo 5º da Taça Brasil de 1959, divulgado pelo Jornal dos Sports (RJ), conforme a seguir
colacionado:
Jornal dos Sports (RJ) - 17 de Maio de 1959

TAÇA NORTE DE 1965

Participantes:

• Alecrim Futebol Clube (campeão potiguar de 1964)


• Campinense Clube (campeão paraibano de 1964)
• Clube de Regatas Brasil (campeão alagoano de 1964)
• Clube do Remo (campeão paraense de 1964)
• Clube Náutico Capibaribe (campeão pernambucano de 1964)
• Club Sportivo Sergipe (campeão sergipano de 1964)
• Esporte Clube Flamengo (campeão piauiense de 1964)
• Esporte Clube Vitória (campeão baiano de 1964)
• Fortaleza Esporte Clube (campeão cearense de 1964)
• Nacional Futebol Clube (campeão amapaense de 1964)
• Sampaio Corrêa Futebol Clube (campeão maranhense de 1964)
CAMPANHA DO CAMPEÃO:

Quartas de final:

• Remo 3x0 Náutico - 29 de Agosto de 1965


• Náutico 3x1 Remo - 05 de Setembro de 1965
• Náutico 3x1 Remo - 07 de Setembro de 1965

Semifinal:

• Náutico 2x0 Vitória - 15 de Setembro de 1965


• Vitória 0x2 Náutico - 22 de Setembro de 1965

Final:

• Fortaleza 2x3 Náutico - 13 de Outubro de 1965


• Náutico 3x2 Fortaleza - 20 de Outubro de 1965

COBERTURA DA IMPRENSA DO EIXO NORTE E SUL DO PAÍS:

Antes, durante e depois da disputa da Taça Norte de 1965, o Diário de


Pernambuco (PE) e o Jornal dos Sports (RJ) traziam informações e dados da preparação
e da cobertura do título alvirrubro. Vejamos a seguir:
Diario de Pernambuco, 11 de Setembro de 1965
Diario de Pernambuco, 22 de Outubro de 1965

Jornal dos Sports (RJ), 02 de Novembro de 1965


TAÇA NORTE DE 1966

Participantes:

• ABC Futebol Clube (campeão potiguar de 1965)


• Associação Desportiva Confiança (campeão sergipano de 1965)
• Atlético Rio Negro Clube (campeão amazonense de 1965)
• Campinense Clube (campeão paraibano de 1965)
• Centro Sportivo Alagoano (campeão alagoano de 1965)
• Clube Náutico Capibaribe (campeão pernambucano de 1965)
• Esporte Clube Flamengo (campeão piauiense de 1965)
• Esporte Clube Vitória (campeão baiano de 1965)
• Fortaleza Esporte Clube (campeão cearense de 1965)
• Paysandu Sport Club (campeão paraense de 1965)
• Sampaio Corrêa Futebol Clube (campeão maranhense de 1965)

CAMPANHA DO CAMPEÃO:

Final:

• Náutico 3x0 Vitória - 28 de Setembro de 1966


• Vitória 2x3 Náutico - 05 de Outubro de 1966

COBERTURA DA IMPRENSA DO EIXO NORTE E SUL DO PAÍS:

O bicampeonato também teve a cobertura dos principais jornais do país, conforme a


seguir colacionado. Vejamos:
Diario de Pernambuco, 06 de Outubro de 1966
Jornal dos Sports (RJ), 04 de Novembro de 1966

TAÇA NORTE DE 1967

Participantes:

• ABC Futebol Clube (campeão potiguar de 1966)


• América Football Club (campeão cearense de 1966)
• América Futebol Clube (campeão sergipano de 1966)
• Associação Desportiva Leônico (campeão baiano de 1966)
• Centro Sportivo Alagoano (campeão alagoano de 1966)
• Clube Náutico Capibaribe (campeão pernambucano de 1966)
• Moto Club (campeão maranhense de 1966)
• Paysandu Sport Club (campeão paraense de 1966)
• Piauí Esporte Clube (campeão piauiense de 1966)
• Treze Futebol Clube (campeão paraibano de 1966)

CAMPANHA DO CAMPEÃO:

Final:
• América-CE 0x1 Náutico - 20 de Outubro de 1967
• Náutico 1x0 América-CE - 22 de Outubro de 1967

COBERTURA DA IMPRENSA DO EIXO NORTE E SUL DO PAÍS:

O Náutico alcançou o tricampeonato da Taça Norte, com direito a muita


confusão no pós-jogo, o que gerou uma grande cobertura da imprensa.

O técnico que conquistou o título pelo timbu foi o mineiro Davi Ferreira,
mais conhecido como Duque, que em 1969, ao chegar no clube fluminense Bonsucesso, o
Jornal dos Sports (RJ) realizou uma matéria especial citando toda sua trajetória no futebol
e, entre os destaques, citou o tri alvirrubro.

Diario de Pernambuco, 31 de Outubro de 1967


Jornal dos Sports (RJ), 01 de Novembro de 1967
Jornal dos Sports (RJ), 28 de Janeiro de 1969

OFICIALIZAÇÃO E RECONHECIMENTO:

O Náutico, assim como os demais clubes vencedores do certame não busca


a oficialização ou reconhecimento institucional da CBF, pois com clareza e sem margem
para interpretação, a Taça Norte foi uma competição oficial da CBD, porém, muito pela
transição CBD-CBF e perdas de materiais por acidentes como incêndio na sede dos
arquivos da entidade nacional, muitas informações se perderam e os clubes buscam
apenas um simples reconhecimento protocolar da CBF, que passe a escalar os títulos,
números e curiosidades em seus portais e rankings oficiais.

Dessa forma, é exatamente o que se requer à Direção Jurídica do Clube


Náutico Capibaribe, que solicite formalmente, nos moldes adequados, o reconhecimento
protocolar da entidade máxima do futebol brasileiro.
7. SUPERCOPA DA TAÇA NORTE DE 1966

O Torneio dos Campeões da Copa Norte, também chamado como “Torneio


dos Campeões do Norte e Nordeste”, “Torneio Pentagonal dos Campeões do Norte”, “Torneio
dos Campeões do Norte” e “Pequena Taça Brasil”, foi um certame idealizado pelo Náutico
em 1965 e disputado em 1966 reunindo todos os campeões da história da Taça Norte até
então.

O torneio foi articulado em conjunto com as Federações Estaduais dos três


estados participantes, Bahia, Ceará e Pernambuco, seguindo moldes de um torneio oficial,
profissional e dentro de toda legalidade possível, como atletas que fossem inscritos e
licenciados pelas federações, arbitragens cadastradas pelas federações e escolhidas com
antecipação e consenso dos clubes.

Sua tabela foi montada pelos presidentes dos próprios clubes, numa
logística pensada em prol de grandes rendas, na logística e na utilização dos estádios em
outros certames pelas três principais capitais do Nordeste, tabela essa que definia os
jogos que tinha como objetivo definir o campeão entre os campeões da Taça Norte, que
ficaria em definitivo com o troféu do inter-regional da CBD que transitava entre os
vencedores.

A formação e finalidade da competição foi interessantíssima, dando ao seu


vencedor o status de ‘Supercampeão’, pois o certame reunia todos os campeões históricos
de um torneio oficial entre duas décadas.

A Taça Norte era o seu critério para poder disputar, mas o valor e o status
não era o mesmo. O título de campeão da Supercopa da Taça Norte não definia o campeão
inter-regional do Norte-Nordeste de 1966, pois esse status viria meio a conquista da
própria Taça Norte daquele ano, que por coincidência, acabou sendo do Náutico também.

O cenário entre a Supercopa e a Taça Norte é bastante parecida com a


diferença entre a Taça Libertadores da América e a Supercopa da Libertadores, onde uma
definia o campeão sul-americano e representante do continente na Copa Intercontinental
e a outra definia o Supercampeão entre os todos os campeões da maior competição da
América do Sul, que era um supercampeão de fato, mas não era o campeão continental da
temporada em si.

A Supercopa da Taça Norte de 1966 foi realizada em caráter experimental,


com o intuito de criar disputas para os anos seguintes, incluindo também outros clubes
não campeões da Taça Norte e era uma espécie de início e negociação para a criação da
Liga do Norte, o que gerou a alcunha de “Pequena Taça Brasil”.
Um ano depois, foi disputado o Torneio Hexagonal do Norte-Nordeste,
competição vencida pelo Santa Cruz e que já foi um fruto dos caminhos apresentados em
1966.

NORMAS E REGULAMENTO:

Durante todo período de planejamento da copa, os clubes, nas pessoas de


seus presidentes, vice-presidentes e dirigentes, sempre trabalharam pela legalização do
certame, que foi disputado dentro dos padrões oficiais que as federações de Bahia, Ceará
e Pernambuco e a CBD bancavam em seus modelos de torneios oficiais.

A Federação Pernambucana de Futebol, que era a representante oficial da


organização, por ser a entidade do estado do organizador, o Náutico, e federação-chefe
da CBD no Norte-Nordeste, esteve dentro das administrações de arbitragem, calendário
e fazendo a ponte para a CBD dar o aval positivo para que a competição ocorresse com
sua licença.

Outro ponto que exibe a lisura da Supercopa, foi que todos os processos de
punições e decisões judiciais passavam pelo Tribunal de Justiça Desportiva, com
acompanhamento da FPF.

Diario de Pernambuco, 10 de Dezembro de 1965


Diario de Pernambuco, 13 de Janeiro de 1966

Diario de Pernambuco, 20 de Janeiro de 1966


Diario de Pernambuco, 03 de Março de 1966

Participantes:

• Ceará Sporting Club (campeão da Taça Norte de 1964)


• Clube Náutico Capibaribe (campeão da Taça Norte de 1965)
• Esporte Clube Bahia (campeão da Taça Norte de 1959, 1961 e 1963)
• Fortaleza Esporte Clube (campeão da Taça Norte de 1960)
• Sport Club do Recife (campeão da Taça Norte de 1962)
A TABELA E PARTIDAS DA SUPERCOPA DA TAÇA NORTE DE 1966:

Diario de Pernambuco, 22 de Janeiro de 1966

RODADA 01
• Bahia 0x1 Sport Recife - 27 de Janeiro de 1966
• Fortaleza 2x2 Náutico - 27 de Janeiro de 1966

RODADA 02
• Ceará 0x2 Náutico - 06 de Fevereiro de 1966
RODADA 03
• Sport Recife 0x1 Náutico - 06 de Fevereiro de 1966
• Fortaleza 2x0 Ceará - 06 de Fevereiro de 1966

RODADA 04
• Fortaleza 1x2 Sport Recife - 09 de Fevereiro de 1966

RODADA 05
• Bahia 0x1 Náutico - 13 de Fevereiro de 1966
• Ceará 0x0 Sport Recife - 13 de Fevereiro de 1966

RODADA 06
• Sport Recife 0x3 Ceará - 03 de Março de 1966
• Bahia 1x3 Fortaleza - 03 de Março de 1966

RODADA 07
• Náutico 3x4 Ceará - 06 de Março de 1966

RODADA 08
• Náutico 5x0 Fortaleza - 09 de Março de 1966
• Bahia 1x2 Ceará - 10 de Março de 1966

RODADA 09
• Sport Recife 2x0 Fortaleza - 13 de Março de 1966

RODADA 10
• Náutico 1x0 Bahia - 24 de Março de 1966

RODADA 11
• Sport Recife 2x1 Bahia - 27 de Março de 1966

RODADA 12
• Ceará 3x0 Bahia - 31 de Março de 1966

RODADA 13
• Fortaleza 1x1 Bahia - 03 de Abril de 1966

RODADA 14
• Náutico 0x0 Sport Recife - 06 de Abril de 1966
RODADA 15
• Ceará 2x1 Fortaleza - 10 de Abril de 1966

Classificação final:

1) Náutico | 12P, 8J, 5V, 2E, 1D, 15GP, 8GC e 9SG


2) Ceará | 11P, 8J, 5V, 1E, 2D, 14GP, 9GC e 5SG
3) Sport Recife | 10P, 8J, 4V, 2E, 2D, 7GP, 6GC e 1SG
4) Fortaleza | 6P, 8J, 2V, 2E, 4D, 10GP, 15GC e -5SG
5) Bahia | 1P, 8J, 0V, 1E, 7D, 4GP, 14GC e -10SG

Descrição:

P = pontos
J = jogos
V = vitórias
E = empates
D = derrotas
GP = gols pró
GC = gols contra
SG = saldo de gols

Relevância dentro e fora do eixo Norte:

A Supercopa da Taça Norte teve ampla cobertura desde a sua idealização,


planejamento, disputa e pós-disputa pela crônica do eixo Norte e de outros centros
nacionais. Desde sempre, o seu valor para clubes, torcidas, para o presente, o futuro e
acompanhantes não norte-nordestinos foi nítido através das divulgações e opiniões da
imprensa brasileira.
Diario de Pernambuco, 07 de Dezembro de 1965

Diario de Pernambuco, 10 de Dezembro de 1965


Jornal dos Sports (RJ), 21 de Dezembro de 1965

Diario de Pernambuco, 22 de Dezembro de 1965


Jornal dos Sports (RJ), 07 de Março de 1966
Jornal dos Sports (RJ), 06 de Abril de 1966

Diario de Pernambuco (PE), 07 de Abril de 1966

O SUCESSO E LEGADO DO CERTAME:

Os participantes da Supercopa da Taça Norte de 1966 ficaram satisfeitos


com a prática do certame, que trouxe sucesso dentro e fora de campo, pelos jogos de alto
nível e os grandiosos benefícios financeiros por conta dos imensos públicos nas capitais.
A competição também foi primordial para as disputas inter-regionais de temporadas
seguintes, inclusive sendo embrião do Torneio Hexagonal do Norte-Nordeste de 1967.
Diario de Pernambuco (PE), 27 de Fevereiro de 1966

Diario de Pernambuco, 06 de Dezembro de 1966

Diante do exposto, requer, por gentileza, à Direção Jurídica do Clube


Náutico Capibaribe, que proceda com as adequações necessárias à produção de
documento, solicitando a oficialização do referido título, junto à entidade máxima do
futebol brasileiro, a CBF.
8. RECONHECIMENTOS E OFICIALIZAÇÕES SEM UNIFICAÇÃO

O debate de oficializações e reconhecimentos de torneios que não constam


na base de dados da CBF sempre traz um dos aspectos mais polêmicos e que precisam de
cautela máxima para sua realização: a unificação.

No eixo Norte do país, além da Taça Norte, existiram duas disputas


interestaduais de sucesso, o Torneio Norte-Nordeste e a Copa Norte, além de atualmente
ter em disputa a Copa do Nordeste, que ocorre desde 1994.

Para a realização legal e factual de unificações de duas ou mais


competições, é preciso comprovar que X é absolutamente igual a Y. Existe a equiparação
de títulos de torneios diferentes, dando pesos iguais, o que não é necessariamente uma
unificação, isto seria dizer que não só os títulos têm o mesmo valor, mas também unificar
os próprios torneios em si, juntando as disputas ao ponto de oficializar que um é a
continuidade do outro, que a primeira edição da competição seguinte, na verdade é mais
uma edição da competição anterior.

E isso não se aplica aos cinco títulos do Náutico nos torneios já


reconhecidos pela CBF, como Copa do Nordeste, Copa Norte e Torneio Norte-Nordeste.

Inicialmente, é necessário destacar que a finalidade de cada competição e


todas as cinco conquistas alvirrubras são de caráter inter-regional e não regional, ou seja,
geograficamente não tem o mesmo status dos regionais Copa do Nordeste e Copa Norte,
isso é fato, claro e básico de entender, então seria um absurdo reconhecer como pesos
iguais ou unificar estes títulos a por exemplo, a Copa do Nordeste.

O Torneio Norte-Nordeste foi uma disputa inter-regional com objetivos


nacionais para as temporadas de 1968, 1969 e 1970 e seu nascimento criou-se pela
própria CBD com modelos, valores e objetivos distintos dos títulos do Náutico, o que torna
inviável as igualdades de valores ou unificação dos certames.

Os próprios títulos do Náutico são diferentes um do outro. O título da


temporada 1952 é muito parecido com as conquistas da Taça Norte, pois o modelo de
disputa foi embrionário e as finalidades era de apontar campeão inter-regional do Norte
e Nordeste brasileiro, seguindo uma sequência de profissionalização do mapa inter-
regional do futebol, ou seja, é factível que os valores sejam equiparados, mas não é
razoável unificar, visto que a Taça Norte não foi somente um taça, foi uma era do futebol
brasileiro que forjou uma oficialização da visão nacional das disputas interestaduais do
Norte e Nordeste do Brasil.
Já a Supercopa da Taça Norte de 1966 foi única em toda história do futebol
setentrional, uma vez que a disputa não reunia atuais campeões ou intuito de definir o
campeão maior daquela respectiva área geográfica, mas sim o vencedor de uma recopa
entre todos os campeões da história.

Um exemplo nacional deste cenário foi em 1978, quando o Guarani foi


campeão brasileiro e o Atlético Mineiro foi o campeão da Copa dos Campeões da Copa
Brasil. Enquanto o bugre foi o campeão maior do Brasil, o galo venceu uma supercopa que
reuniu todos os campeões da história do Campeonato Brasileiro e isto não gerou ao clube
mineiro o status de campeão do país em 1978, status esse que pertenceu somente aos
paulistas.

O campeão inter-regional do Norte e Nordeste do Brasil em 1966 foi o


Náutico, mas não pelo título da Supercopa da Taça Norte e sim pelo título da Taça Norte.

Em termologia, ao reconhecer as conquistas interestaduais do timbu, o


status a ser dado ao clube é: 4 vezes campeão inter-regional do Norte-Nordeste e 1 vez
supercampeão da Taça Norte.

A CBF precisa realizar o reconhecimento protocolar dos três títulos da Taça


Norte do Náutico e também deve reconhecer o título de campeão do Norte-Nordeste de
1952 e de supercampeão da Taça Norte de 1966, visto que todas essas competições,
criadas ou não pela CBD, estão dentro dos padrões e normas necessárias.

POR FIM, DIANTE DO EXPOSTO, solicita-se ao CLUBE NÁUTICO


CAPIBARIBE que, por gentileza, colabore com a reunião de i) Materiais de época
como regulamentos, troféus, medalhas, faixas, atas de reuniões, relatório anual da
CBD, entre outros, bem como com a ii) Criação de lista de dados com informações
como: datas, estádios, artilheiros, assistentes, arbitragens, públicos, rendas, entre
outros.

Tais pedidos são feitos de forma referencial, visando robustecer, ainda


mais, as oficializações aqui pretendidas, sendo o Clube Náutico Capibaribe livre para
colaborar de outras formas que não essas, sendo o mais importante os objetivos buscados
com o presente guia, de fortalecimento da história do futebol brasileiro, pernambucano e
do Náutico, através da oficialização de seus feitos, conquistados merecidamente dentro
de campo.

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